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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA


FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DISCENTES: Felipe Marafão Renzo (Vespertino)
Raphael Lopes de Paula Almeida (Vespertino)
Thiago Torres Tezzon (Vespertino)
DOCENTE: Prof. Dr. Samuel Alves Soares
DISCIPLINA: Teoria das Relações Internacionais I
RESUMO DE LEITURA: A Abordagem Liberal

Immanuel Kant nasceu em 1724 na cidade de Königsberg, na Alemanha, e foi um


dos principais pensadores do período moderno da filosofia. Entre suas obras, podemos citar
"Pensamentos Sobre o Verdadeiro Valor das Forças Vivas" (1749), "A História Universal da
Natureza e Teoria do Sol" (1755), "Crítica da Razão Pura" (1781), “A Paz Perpétua, Um
Projeto Filosófico” (1795), entre outras. Em 1755 graduou-se em matemática e filosofia na
Universidade de Königsberg, onde foi nomeado professor em 1770. Kant foi um expoente da
ideia de “paz perpétua”, que viria a ser alcançada em algum momento da história, e garantida
pela cooperação internacional. Kant faleceu em 1804, em sua cidade natal.
Como problema, o autor questiona a possibilidade de realmente chegarmos a uma
paz perpétua devido à complexidade das relações internacionais, pois são reflexos da natureza
humana que segundo ele, assim como em Hobbes, é considerada má. Nesse contexto, Kant
ainda revela que o “estado de natureza” dos Estados está relacionado ao estado de natureza do
homem, já que estes não possuem uma entidade superior para governá-los e firmar o “pacto
de submissão”. Sendo assim, as relações entre eles são problemáticas e tendem à guerra.
Em sua tese, Kant propõe que a paz perpétua é o término de um processo histórico,
lento e gradativo, mas que pode ser atingida e mantida com a cooperação internacional. O
autor também aponta que a paz negativa (ausência de conflito) não deve ser confundida com
paz perpétua (paz positiva), uma vez que na primeira há sempre uma ameaça constante,
enquanto na segunda prevalece a cooperação. Ainda nesse raciocínio pode-se dizer que,
segundo o pensamento de Raymond Aron, a guerra seria como uma sombra a ser temida pelo
sistema internacional.
Para argumentar a favor de sua tese, o autor elabora um total de nove artigos para a
paz perpétua, sendo seis preliminares e três definitivos. Nos artigos preliminares Kant defende
que os tratados de paz celebrados entre Estados não podem ter reservas belicistas; os Estados
não podem ser doados, trocados, herdados ou vendidos; os exércitos nacionais devem
gradativamente desaparecer; a política externa não pode endividar as sociedades; nenhum
Estado pode romper a soberania de outro e os países em guerra não podem colocar em risco a
confiança para que haja uma paz futura entre eles. Como artigos definitivos é dito que a
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constituição de cada Estado deve ser republicana, ou seja, deve haver liberdade, dependência
a uma legislação comum e igualdade; o direito civil deve basear-se numa federação de
Estados livres, e por último o direito humanitário deve estar fundado na hospitalidade
universal, ou seja, entre os povos.
Ainda na argumentação, Kant apresenta dois suplementos, o primeiro fala sobre a
garantia da paz perpétua, e o segundo sobre o artigo secreto da mesma. Como garantia, é
posto que mesmo os homens discordando entre si, é necessário que surja entre eles uma
harmonia, ainda que forçada. Nessa proposição temos três princípios: o primeiro diz que se os
problemas internos não poderem unir o povo, a guerra o fará pela necessidade de
sobrevivência; o segundo afirma que a separação de Estados vizinhos pelo direito civil é
positiva, uma vez que uma potência universal desrespeitaria tal direito e por fim, o terceiro diz
que o comércio não pode existir com a guerra, já que o poder do dinheiro é maior que os
poderes militar e político. Quanto ao artigo secreto, é dito que os pensamentos filosóficos
sobre a paz pública devem ser considerados pelos Estados que estão prontos para a guerra.
Por fim, podemos concluir que o autor acredita na possibilidade de uma paz
perpétua, mesmo que esta seja difícil de ser alcançada, já que os meios para os Estados
chegarem a tal desenvolvimento não estão no seio da natureza humana. Como alternativa para
a obtenção de tal paz, ele apresenta alguns artigos e suplementos, nos quais tenta definir uma
forma de comportamento para que os Estados deixem a paz negativa e possam atingir a paz
perpétua internacional.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IMMANUEL Kant. eBiografia, 28 nov. 2016. Disponível em:


https://www.ebiografia.com/immanuel_kant/. Acesso em 10 abril 2017.
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, s/d. A paz
perpétua.
MACIEL, Willyans. Immanuel Kant. Infoescola. Disponível em:
http://www.infoescola.com/biografias/immanuel-kant/. Acesso em 10 abril 2017.

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