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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS CERRO LARGO


CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

LINGUAGEM, ESCRITA E PODER


ACADÊMICO(A): Lucas Oliveira
Apresentação

O primeiro capítulo” Linguagem, Poder e Discriminação” do livro


“Linguagem, Escrita e Poder” aborda os problemas dos métodos linguísticos e o poder
que as palavras podem transmitir na sociedade. Maurizio Gnerre, autor da obra,
contempla o uso da palavra em um âmbito social, histórico e político visando uma
melhor discussão dentre o assunto proposto. Na obra soluções não são apontadas para os
problemas descritos, apenas se discutem os principais problemas atualmente existentes
no campo da linguagem.

Resumo

O primeiro capitulo busca entender a relação entre o falante e o ouvinte


buscando abordar uma série de fatores que são necessários para a criação de um método
linguista para as relações. O capitulo também aborda o uso da linguística para se buscar
uma melhor notoriedade e exercer uma maior influência sobre o ambiente que ocorrem
os atos linguísticos. “O poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada
pelo falante e concentrá-la num ato linguístico” (Bourdieu, 1977), (esse exemplo
corresponde aos métodos utilizados em discursos políticos, aulas, palestras, etc.)

O texto busca em seguida exaltar o uso da linguagem padrão da língua e


associa esta como um patrimônio da tradição escrita. O autor então fala sobre a
variedade linguística ressaltando que esta variedade se reflete no poder e autoridade do
falante em relações socioeconômicas ou sociopolíticas. Denota-se também, que para
uma variedade linguística ser favorecida deve haver uma associação entre uma
determinada variedade, esta que por sua vez é apresentada como um resultado histórico
indireto de oposições de grupos sociais que são usuários das diferentes variedades.

O “objetivismo abstrato” (Bakhtin) e seus quatro princípios básicos, coloca a


língua como um sistema estável e imutável, buscando associar também o respeito as leis
da língua e a criação de uma consciência subjetiva, ausência de valor ideológico nas
ligações linguísticas e o ato individual de fala, esse por sua vez principal responsável
pela criação de novos métodos “informais” de linguística.

Em um âmbito histórico a obra busca ressaltar a importância da língua através


das gerações exaltando os métodos de linguagem gregos e o latim como formas de
variedades linguistas. Cita-se também a utilização da linguagem como um veículo para
os processos colonizadores, dentre eles cita-se os processos Espanha-Portugal dos quais
utilizavam a linguagem para ter uma melhor influência sobre as colônias e terras
conquistadas.

Na sequência, Gnerre busca exaltar o valor de legitimação de algumas


determinadas variedades linguísticas afim, de ressaltar como uma devida variedade se
sobrepõem sobre a outra. É também enfocado os métodos utilizados através dos tempos
para uma construção de uma linguagem padrão da língua que se sobressaía sobre
métodos vulgares de se usar a linguagem, há também a contribuição dos escritores do
estilo temático romancista.

O autor expõe pontos que visam definir a língua dos gramáticos a fim de
colocar esta como uma língua criada através da história, comumente usada para ostentar
um poder político e influenciador do ser ouvinte. Coloca-se a na sequencia em questão
conceitos de Bakthin, nos qual se critica uma forma-sistemática da linguagem em essa
tratar das inovações linguísticas com uma posição muito conservadora. O modelo de
língua utilizado no Brasil é colocado como um conceito que é criado por opiniões. Cita-
se José de Alencar grande contribuinte para uma formação de uma linguística brasileira,
essa por sua vez, influenciada por um aspecto nativista esse estilo busca a simplicidade
e contempla o sertanejo e o índio como ponto central comum.

Buscando um melhor uso da linguagem nos tempos atuais coloca-se o


dicionário como um ponto central para um processo de legitimidade da linguística. A
academia brasileira de letras que é responsável por intermediar os processos do uso da
linguagem e os valores ideológicos associados a língua. O autor também ressalta o
poder das palavras, essas que por sua vez trazem consigo valores ideológicos e
históricos.

O capitulo sobrepõe uma crítica aos padrões da linguagem no Brasil como


exemplo, que se busca a anos uma padronização da língua, isto que por sua vez ainda
não ocorreu de forma concreta, pois a grande maioria ainda usa a forma informal de se
falar e a normativa padrão é concentrada em domínio de poucos. Isto ocorre muitas
vezes por motivos sócio-culturais ou por motivos sócio-econômicos. Cita-se na obra
também, a participação de José de Alencar, grande escritor, que é um dos principais
precursores dessa “padronização”.

Enfatiza-se também, a utilização da linguagem para impedir de um modo geral


que a informação circunde para toda a sociedade, em notícias políticas no Jornal
Nacional, por exemplo, a escrita é usada de forma que apenas alguns setores da
sociedade sejam beneficiados, estes que muitas vezes são aqueles detentores de mais
recursos intelectuais, excluindo assim de forma indireta indivíduos com um nível mais
baixo de educação.

Se por um lado a compreensão é um problema, por outro, a produção de


mensagens, se torna mais complexa, pois a linguagem adotada para se redigir
documentos ou artigos, deve ser muito mais aplicada de forma que o encaixe das frases,
tenham um sentido, e que a mensagem seja captada de forma clara pelo leitor. Para isso,
o escritor deve ter amplo controle da linguística e saber conectar uma fraseologia que é
de praxe. Este tipo de linguagem remete a exclusão de uma parte do grupo social,
caracterizando uma típica “linguagem especial” em que apenas uma minoria é
portadora.

Nos estados democráticos os indivíduos que possuem o poder de tomar decisões


para a coletividade, de alguma forma, são escolhidos de acordo com o saber que
dispõem. Segundo Gnerre, o principio seria de que o saber necessário para tomar
decisões coletivas é diferente em qualidade e em quantidade do saber necessário para
tomar decisões de valor ou alcance individual ou familiar.

Durante séculos a língua vem sofrendo pequenas mudanças buscando sempre


uma melhor legitimação da língua. Porem nesse processo muitas raízes são perdidas
gerando assim muitas interpretações e outros modos de se usar a linguagem. Na idade
média a linguagem era muito atribuída a religião, nos quais a igreja era a detentora da
legitimidade linguística cabendo a ela a missão de passar o conhecimento para os
indivíduos. Mas como o passar do tempo muitas mudanças aconteceram, e a missão de
compartilhar o conhecimento foi passada ao papel social do professor, este considerado
como peça chave no processo de aprendizagem moderno.

Se as pessoas podem ser discriminadas de forma explicita (e não


encoberta) com base nas capacidades linguísticas medidas no metro da
gramática normativa e da língua padrão, poderia parecer que a difusão da
educação em geral e do conhecimento da variedade linguística de maior
prestígio em particular é um projeto altamente democrático que visa a reduzir
a distância entre grupos sociais para uma sociedade de “oportunidades
iguais” para todos. (Gnerre, Linguagem escrita e poder, pág 28.)

Há discriminação contra os não usuários da normativa padrão da língua. Esse


tipo de discriminação gera muitas opiniões, mas principalmente de que esses falantes
possuem um valor social minoritário diante dos usuários da normativa padrão. Ressurge
o objetivismo abstrato no qual se defende uma política em que todos os dialetos ou
métodos informais de se usar a linguagem possuem seu valor equivalente ao método
normativo padrão. O poder da língua na sociedade, coloca em questão a padronização
da língua que serve como um instrumento para medir a desigualdade social. Por fim,
Gnerre expõe a sua visão dizendo que onde a tradição na normativa escrita, e uma
gramatica normativa a gramatica normativa não escrita tem um valor importante pois
polariza o entendimento para o centro do poder linguístico e por outro lado a escrita
normativa manifesta o poder do estado centralizador.
Conclusão

Comumente utilizamos a língua apenas para dirigir as palavras as outras pessoas.


Mas a língua não serve só para esses fins, o poder da palavra pode mobilizar pessoas. O
texto trata do movimento histórico e as controvérsias acerca da utilização de variedades
linguísticas, ressaltando sempre o poder que se mantinha com relações diretas com
percepções e informações relacionadas. Aborda também, o uso da linguagem informal
como um veículo de valor cultural e histórico, além de ter um ponto crítico voltado para
a padronização da língua no nosso país.

Conclusão Pessoal

Por tanto concluo que a linguagem é o fator importante não apenas de


informação mas ela esta relacionada ao poder pois com a linguagem se pode persuadir
as pessoas e mobiliza-la em prol dos interesses do falante. Mesmo a língua culta ser
uma variante em que poucas pessoas dominam devido a regionalidade e fatores
socioculturais. Nota-se também que a linguagem é um método de se expressar,
convencer, descrever e opinar.

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