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Transporte de Água
no Sistema 5010-
Planta-Atmosfera
Movimento de água
e solutos nas plantas
Introdução
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Uso e Manejo de Irrigação
Apenas parte da água que um solo pode reter fica disponível para as
plantas. Essa parte é comumente compreendida como a água retida entre
a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente. Fundamental-
mente, as forças responsáveis pelo movimento de água no sistema solo-
planta-atmosfera são os gradientes de potenciais gravitacional, matricial,
de pressão e osmótico, sendo o movimento de água um processo espontâneo
à procura de um potencial (ou estado de energia) mais baixo. O processo
de absorção de água do solo não consome diretamente energia metabólica
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Uso e Manejo de Irrigação
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: .. ..
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àirculação beral':
Radiação solar da'atrnosfera-:
Chuva irrigação
Vento
Armazenamento
pelo solo
percolaçãolll
profunda" •. ,. AI! Ascensão
Armazenamento
pelo solo
! capilar
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Formas de fornecimento
de água para as plantas
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Uso e Manejo de Irrigação
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Uso e Manejo de Irrigação
Fig. 2. Componentes
do potencial total \jf na
cultura do milho.
Ilustração: Idmar Pedra.
+ -D
° gradiente gravitacional
9
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Uso e Manejo de Irrigação
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x l/moi xOK, ou 84,7 cm H20 x l/moi xOK, ou 8,2 MPa x rnvrnol x == K); T éa
temperatura absoluta da solução (em °K); e C é a concentração de soluto
em moi/L. Diferenças de potencial osmótico não causam movimento
significativo de água, mas, sim, de soluto. Diferenças de potencial osmótico
só causarão movimento de água quando o sistema estiver "separado" por
uma membrana semipermeável.
No solo
• No solo saturado e imerso em água: \jf = \jfg + \jfp' Nesse caso, \jfg é
importantíssima, depende do valor da carga hidráulica que atua
\jfp
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Uso e Manejo de Irrigação
• Em células de tecido tenro (por exemplo, folha): 'I' = 'l'p + '1'05' Nesse
caso, 'I' p é o turgor celular (uma pressão positiva que aparece em
células túrgidas em decorrência da entrada de água em um volume
celular limitado), Em casos extremos, a turgidez pode arrebentar a
célula, Em caso de falta de água, 'l'p tende para zero e a planta
entra em murcha, Valores típicos de 'l'p em folhas variam de -2 atm
a -6 atm (de -0,2 MPa a -0,6 MPa), '1'05 aparece em virtude da
presença de solutos na água da planta (seiva bruta e seiva elabora-
da) e seus valores são da ordem de -5 atm a -10 atm (de -0,5 MPa
a -1,0 MPa), Como 'l'p e '1'05 são da ordem de atmosferas, geralmente
'l'g é desprezível, e como não há interfaces água/ar, 'l'm = 0,
• No tecido vegetal fibroso ou lenhoso: 'I' = 'l'm + '1'05' A componente
'l'm aparece porque as fibras de celulose e aglomerados de amido
comportam-se como a matriz sólida do solo, Sementes e outros
tecidos lenhosos em caules, raízes e tubérculos podem apresentar
valores bem negativos de 'l'm' Como '1'05 também é negativo, o valor
final de 'I' fica bem negativo, Por isso, as sementes são ávidas por
água e a absorvem com rapidez, muitas vezes dobrando seu volume,
• Na atmosfera: 'I' =
'l'p' Na atmosfera, a água encontra-se na fase
de vapor e seu estado é definido pela pressão parcial de vapor e,
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Transporte de Água no Sistema Solo-Planta-Atmosfera ...
Movimento de água
A equação de Darcy (q = -K x grad \jf) mostra que a movimento de
água no solo, medido pelo seu fluxo, é o produto de K por gradiente \jf.
Portanto, o produto dos dois fatores é que determina o fluxo. Se a
condutividade hidráulica do solo for grande, isso não implicará
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Uso e Manejo de Irrigação
Fig. 3. Movimento de
água no sistema
solo-planta-atmosfera.
Ilustração: Idmar Pedro.
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Água disponível
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Estrutura hidrológica de
plantas vasculares que participam da
transferência de água do solo para a atmosfera
O sistema radicular
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Caules e folhas
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Uso e Manejo de Irrigação
Folha
I ""
-
t
Epiderme
inferior
Parénquirna esponjoso
com cloroplasto
~g.;;~~:;fa~~iSSádiCO
Caule
~t,~
Solo
absorvente
Particulã
Cortex radicular
~Água
{ do solo ••• ~~, _ • .1
Fig. 4. Representação do sistema vascular da planta, com ênfase nas células da folha.
Ilustração: Idmar Pedra.
Estômatos
o sistema condutor
Consiste em grupos superiores e inferiores de células vivas de paredes
finas, em íntimo contato com os terminais de tubos mortos de paredes
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Folha
Tecido
Bainha vascular)'" ~ •... parenquimatoso,
Mesofilo bainhas vasculares
-/ e vasos
Fig. 5. Representação
do sistema vascular
da planta.
Ilustração: Idmar Pedra.
Solo
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Uso e Manejo de Irrigação
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Não existe diferença entre raízes que absorvem água e raízes que
absorvem nutrientes. A maioria das raízes pode executar ambas as funções
virtualmente, de maneira independente. A falha do crescimento de raízes
em solo seco está mais associada à impedância mecânica do que à falta
d'água.
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Uso e Manejo de Irrigação
°
potencial de água de um tecido ou de um material, como o solo,
expressa sua capacidade de permitir a passagem da água para outro tecido
ou material a um potencial mais baixo ou a um estresse de água mais baixo.
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Fluxo de R
Atmosfera
vapor
,1
R Estômatos
R
Cuticular
R R
Folha Total
R Espaços intercelulares
Fluxo na
1 R Mesofilo
,
fase líquida
R.Xilerna
I--- R Solo --
' R Raiz __ ---'
°
percurso do CO2 é um pouco mais complexo do que o do vapor
d'água, pois sofre resistência ao fluxo e à assimilação de COr CO2 vindo
do ar atmosférico deve ultrapassar a camada limite adjacente à folha, os
°
estômatos, os espaços intercelulares até as células do mesófilo e, eventual-
mente, pode entrar nos cloroplastos. Assim, o CO2 deve ultrapassar a parede
celular de uma célula do mesófilo - a plasma lema -, parte do citoplasma,
as membranas que envolvem o cloroplasto e a estroma do cloroplasto.
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Resultados da redução
do potencial da água na planta
°
principal mecanismo de regulagem contra a perda excessiva de água.
funcionamento mecânico dos estômatos é bem conhecido. A estrutura
do par de células-guarda é tal que mudanças em seu turgor se refletem na
mudança da sua forma e, assim, do tamanho do poro existente entre elas.
A variação do turgor é acompanhada por variação de concentração de
grânulos de amido dentro delas. ° amido não está em solução e, por isso,
não contribui para a pressão osmótica, e existe uma variação recíproca na
concentração de açúcar do suco celular e, portanto, do potencial da água.
A luz solar causa a conversão de amido em açúcar e, assim, abre os
estômatos. Uma teoria para explicar isso postula que a luz favorece a
utilização do CO2 na formação do açúcar; a remoção do CO2 torna as
condições menos ácidas e isso, por sua vez, favorece a transformação de
amido em açúcar pela enzima fosforilase. Experimentos nos quais a
concentração de CO2 dentro da folha foi artificialmente modificada
confirmaram que uma alta concentração de CO2 causa o fechamento dos
estômatos, enquanto concentrações baixas (menos ácidas) causam a
abertura.
Gases movem-se pelos diminutos poros, por difusão, a qual ocorre
graças ao movimento casual das moléculas do gás. Esse processo é muito
mais rápido se for através de poros pequenos, do que pelo fluxo de massa.
Se os poros em uma membrana estão suficientemente próximos entre si, a
difusão processa-se tão rapidamente como se não existisse uma membrana.
A distância entre os estômatos na superfície foliar é muitas vezes igual a
dez vezes seu diâmetro e, nesse espaçamento, quando completamente
abertos, a resistência foliar à difusão é desprezível.
Toda a água perdida por uma planta para a atmosfera passa, na forma
de vapor, pela cutícula ou pelos estômatos ou, como em algumas poucas
plantas, por hidatódios, na forma líquida. A comparação entre as perdas
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Movimento da água
para fora do sistema solo-planta
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Relações solo-água-planta em
algumas culturas de expressão econômica
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Uso e Manejo de Irrigação
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Pereentual de ETa(l)
água. Apesar disso, ela é uma das culturas mais eficientes no uso da água,
isto é, produz um grande acúmulo de matéria seca por unidade de água
absorvida.
Necessidades hídricas
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Absorção de água
Calendário de irrigação
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Rendimento
o
sorgo (Sorghum bicctot) parece ter sido cultivado na Etiópia há
cerca de 5 mil anos. A produção mundial, em 2005, foi de 56,9 milhões de
toneladas de grãos procedentes de 42,7 milhões de hectares (FAO, 2006).
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Necessidades hídricas
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Vegetativo
(desde o início da formação da espiga até a saída desta) De 20 a 30
2 Floração
(desde o início até o estabelecimento da semente) De 15 a 20
3 Formação da colheita
(desde o estabelecimento da semente até o amadurecimento
fisiológico) De 35 a 40
4 Maturação
(desde o amadurecimento fisiológico até a colheita) De 10 a 15
o sorgo é, relativamente,
mais resistente à seca do que muitas outras
culturas, como o milho. Isso se deve a seu sistema radicular extenso, ao
controle efetivo da evapotranspiração e aos estômatos com capacidade de
recuperação rápida após os períodos de estresse hídrico, assim como a sua
capacidade de suportar a estiagem. Entretanto, quando o período de
crescimento é longo, as variedades com perfilhamento são capazes de se
recuperar, até certo ponto, dos déficits hídricos anteriores nos períodos
iniciais de crescimento, mediante a formação de perfilhos adicionais
portadores de espigas. Os déficits hídricos severos durante o período de
floração (2) causam o fracasso da polinização ou o secamento da espiga.
A diminuição de rendimento resultante pode ser compensada parcialmente
pelos perfilhos adicionais com espiga.
O sorgo mostra grande flexibilidade com relação às lâminas e à
freqüência de suprimento de água, por conta de suas características de
resistência à seca. Quando o suprimento de água é limitado, pode ser
vantajoso distribuir água por uma área maior. Embora se reduza o
rendimento por unidade de área, a eficiência de utilização de água para o
rendimento obtido será maior, resultando numa produção global superior
em relação ao volume de água fornecido. O momento de suprimento de
água deve ser programado com o objetivo de reduzir os déficits hídricos ao
mínimo durante os períodos de estabelecimento (O), floração (2) e início de
formação da colheita (início de 3).
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Absorção de água
Calendário de irrigação
Rendimento
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Referência
literatura recomendada
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Uso e Manejo de Irrigação
KRAMER, P. J. Water relations of plants. Orlando, FL: Academic Press, 1983. 489 p.
SUTCLlFFE, J. F.As plantas e a água. São Paulo: EPU EDUSp, 1980. 126 p. (Temas de
Biologia, 23)
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