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2ª edição
Língua Portuguesa I
Telma Ardoim
TROL
Língua Portuguesa I
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves
FICHA TÉCNICA
Texto: Telma Ardoim
Revisão Ortográfica: Tatiane Rodrigues de Souza
Projeto Gráfico e Editoração: Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos, Marcos
Antonio Lima da Silva e Ruan Carlos Vieira Fausto
Supervisão de Materiais Instrucionais: Janaina Gonçalves de Jesus
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br
167 p.
CDD 469
Palavra da Reitora
Reitora
Língua Portuguesa I
Língua Portuguesa I
Sumário
6
Língua Portuguesa I
Apresentação da Disciplina
Em termos estruturais, uma língua pode ser concebida como um sistema que,
associando os dois planos – falado e escrito – transforma o seu usuário em um
falante / ouvinte e/ou um leitor / escritor, capaz de integrar-se no meio em que
vive, como um cidadão que, além de ter o domínio de seu idioma, consegue
interagir com a língua, cujo código linguístico se insere em algo muito maior – A
LINGUAGEM – sistema de signos que permite a comunicação.
1
Gramática Escolar da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
2
Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
Plano da Disciplina
9
Língua Portuguesa I
Sempre que nos comunicamos, temos uma razão para fazê-lo. Assim, para
cada tipo de mensagem que enviamos (ou recebemos) há uma função específica
que está intrinsecamente ligada aos elementos da comunicação (conteúdo da
Unidade III).
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
1 A Linguagem Verbal e a
Linguagem não-verbal
Linguagem e Sociedade.
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Língua Portuguesa I
Caro aluno é importante que você atente para o fato de que, como ser social
que é, “usa e abusa” da linguagem para se comunicar. Imagine-se num mundo sem
as diversas formas de comunicação encontradas. Seria possível algo assim? Já dizia
o comunicador Chacrinha: ‘quem não se comunica, se trumbica’. Portanto, vamos
começar a nossa primeira comunicação, digo, a nossa primeira unidade.
Objetivo(s) da Unidade:
Fazer com que o aluno reconheça o caráter social da língua e o seu papel no
processo comunicativo, permitindo a construção de enunciados portadores de
sentido, quer utilizando a linguagem verbal, quer a não-verbal.
Plano da Unidade:
Linguagem e Sociedade.
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Língua Portuguesa I
PRETI, Dino. Sociolinguística: os níveis da fala. São Paulo, Editora Nacional, 1974. P. 7
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Língua Portuguesa I
Muitas vezes não damos a devida atenção ao que é tão normal para nós: a
nossa volta, a linguagem está presente em todas as suas manifestações o tempo
todo, fazendo parte do nosso cotidiano. Para isso, faz-se necessário conceituarmos
o que é LINGUAGEM, LÍNGUA, FALA e DISCURSO – vocábulos que iremos usar
com bastante constância em nosso conteúdo:
LINGUAGEM:
LÍNGUA:
FALA:
DISCURSO:
Podemos citar como exemplo do uso da linguagem verbal uma carta, um out-
door anunciando grandes promoções de uma loja, um pedido de socorro, um
grupo de alunos cantando o Hino Nacional.
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Língua Portuguesa I
Leitura Complementar
FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. Leitura sem palavras. 4 ed. São Paulo: Ática, 2000
É HORA DE SE AVALIAR
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Língua Portuguesa I
Exercício da Unidade 1
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Língua Portuguesa I
a) Língua.
b) Linguagem.
c) Fala.
d) Linguagem Verbal.
e) Discurso.
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Língua Portuguesa I
Língua e fala
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Língua Portuguesa I
a) 2 – 3 – 5 – 6
b) 1 – 2 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 5 – 6
d) 2 – 3 – 4 – 5
e) 4 – 5 – 6 – 7
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Língua Portuguesa I
Texto 1:
Dizemos que são considerados bens públicos aqueles de uso comum do povo.
Nesse sentido, não há como deixar de considerar a língua como um bem público, já
que ela é de uso comum dos que dela se utilizam para atos de comunicação.
A língua é exterior aos indivíduos e, por isso, estes não podem criá-la ou
modificá-la individualmente. Ela só existe em decorrência de uma espécie de
contrato coletivo que se estabeleceu entre as pessoas e ao qual todos aderiram. A
língua portuguesa, por exemplo, pertence a todos aqueles que dela se utilizam.
(TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala. São Paulo: Editiora Scipione, 1997)
Texto 2:
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Língua Portuguesa I
(TERRA, Ernani. Linguagem, Língua e Fala. São Paulo: Editora Scipione, 1997)
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
2 Os Signos Linguísticos
Conceito de signo.
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Língua Portuguesa I
Objetivo(s) da Unidade:
Plano da Unidade:
Conceito de signo.
Bons estudos!
Sucesso!
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Língua Portuguesa I
Os Signos Linguísticos
sig.no s. m. 1. Astr. Cada uma das doze partes em que se divide o zodíaco e
cada uma das constelações respectivas. 2. Linguíst. Tudo aquilo que, sob certos
aspectos e em alguma medida, substitui alguma coisa, representando-a para
alguém. — S. linguístico: o que designa a combinação de conceito com a
imagem acústica, ou seja, a combinação de um significado com um
significante. Em bola, por exemplo, a sequência de sons b-o-l-a é o
significante, e a ideia do objeto é o significado. S.-de-salomão: emblema
místico, símbolo da união do corpo e da alma, que consiste em dois triângulos
entrelaçados formando uma estrela de seis pontas; signo salomão. Era usado,
outrora, como amuleto contra a febre e outras doenças. S.-salomão: signo-de-
salomão.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
LEITURA COMPLEMENTAR:
______, Ernani. Cavallete, Floriana Toscano & NICOLA, José. Português para o
Ensino Médio: Língua, Literatura e Produção de Textos. volume único. São Paulo,
Scipione, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR
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Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 2
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Língua Portuguesa I
a) F – V – F
b) V – V – F
c) F – F – V
d) V – F – F
e) V – V – V
a) o signo linguístico.
b) o significado.
c) a fala.
d) o significante.
e) a arbitrariedade.
a) V – V – F – F
b) F – V – F – V
c) V – F – V – F
d) F – F – V – V
e) V – V – F – V
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
Marina, linda e loira, tinha quatro aninhos, as melenas já estavam nos ombros,
quando a mãe resolveu dar um trato na cabeça da criança. Pegou uma tesoura
grande e disse:
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
3 Os Elementos da
Comunicação Humana
O ruído
A intencionalidade discursiva
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Língua Portuguesa I
Agora, ainda falaremos dos processos da comunicação humana, mas desta vez
vamos tratar dos componentes que formam todo esse processo. São o que
chamamos de ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO.
Objetivo(S) da Unidade:
Plano da Unidade:
O ruído
A intencionalidade discursiva
Bons estudos!
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Língua Portuguesa I
1
VANOYE , Francis. Usos da Linguagem – problemas e técnicas na produção oral e escrita. 11 ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
A intencionalidade discursiva
- Em Copacabana.
- Em que altura?
- No 7º andar.
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Língua Portuguesa I
através dela que o emissor impressiona, persuade, informa, pede, solicita etc. (a)o
receptor.
Leitura complementar
É HORA DE SE AVALIAR
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Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 3
a) emissor.
b) receptor.
c) canal.
d) código.
e) mensagem.
III – ( ) Para se obter uma comunicação efetiva nenhum dos seis elementos pode
falhar.
a) V – V – F
b) F – V – F
c) V – V – V
d) V – F – V
e) F – F – V
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Língua Portuguesa I
Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti
iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu
a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só
prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum
nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a
minha língua é u purtuguêis. Quem soube falá sabi iscrevê.
(Jô Soares)
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Língua Portuguesa I
c) os níveis da fala.
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Língua Portuguesa I
(Tom Jobim)
a) Mensagem.
b) Emissor.
c) Código.
d) Contexto.
e) Canal.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
4 As Funções da Linguagem
A função referencial.
A função poética.
A função fática.
A função metalinguística.
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Língua Portuguesa I
Vamos falar agora sobre a finalidade predominante que toda mensagem tem:
quer seja transmitir uma informação, uma emoção, quer seja um pedido. Você
perceberá, no decorrer da leitura, que nenhuma mensagem existe sem que haja
uma intenção do emissor. A nossa, nesse momento, é lhe ensinar mais um
conteúdo necessário para a sua formação acadêmica. Bom estudo!
Objetivo(s) da Unidade:
Plano da Unidade:
A função referencial.
A função poética.
A função fática.
A função metalinguística.
Bons estudos!
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Língua Portuguesa I
Por ser o ato de falar algo bastante automático, raramente percebemos que
essa organização e adequação das palavras usadas estão ligadas a uma ou mais
funções. Sendo assim, ao darmos ênfase a um dos elementos de comunicação, já
estudados anteriormente, estaremos priorizando uma das seis funções que a
linguagem possui..
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Língua Portuguesa I
Função Referencial
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Língua Portuguesa I
SONETO DA FIDELIDADE
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
MORAES, Vinicius de. Obra Completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1998.
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Língua Portuguesa I
O destaque está no receptor que, por sua vez, é estimulado pela mensagem.
Os textos em que essa função predomina são marcados por verbos no imperativo,
por vocativos, por pronomes de tratamento. Outro recurso utilizado pela imprensa
para prender o receptor e que caracteriza muito bem a função CONATIVA é a
argumentação, em que o emissor procura a adesão do receptor ao seu ponto de
vista. Podemos traçar um paralelo entre a intenção do emissor da mensagem e a
organização da mesma na função conativa.
Perceba:
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Língua Portuguesa I
Função Poética
A poesia
– é só abrir os olhos e ver –
tem tudo a ver
com tudo.
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Língua Portuguesa I
Função Fática
Função Metalinguística
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Língua Portuguesa I
Leitura complementar:
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997.
É HORA DE SE AVALIAR
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Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 4
a) Função Metalinguística.
d) Função Fática.
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Língua Portuguesa I
Você
Precisa saber da piscina,
Da margarina,
Da Carolina,
Da gasolina,
Você precisa saber de mim
Baby, Baby
Eu sei que é assim...
Você precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto
Baby, Baby
Ah, quanto tempo...
Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais
Eu sei, comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
Você precisa...
Não sei...
Leia na minha camisa:
BABY, I LOVE YOU...
(Caetano Velloso)
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Língua Portuguesa I
b) Nos versos “Você precisa aprender inglês / Precisa aprender o que eu sei” temos o
predomínio da função conativa.
4 – Retirado do poema anterior, o verso “Leia na minha camisa:” tem como função
da linguagem predominante a:
a) emotiva.
b) fática.
c) conativa.
d) metalinguística.
e) poética.
Leia os textos das questões 5 e 6 e diga que função da linguagem cada um deles
apresenta.
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Língua Portuguesa I
a) função emotiva.
b) função conativa.
c) função metalinguística.
d) função fática.
e) função poética.
a) função metalinguística.
b) função fática.
c) função apelativa.
d) função poética.
e) função referencial.
7 – Leia o texto:
POÉTICA
(Cassiano Ricardo)
1
Que é a poesia?
Uma ilha
Cercada
De palavras
Por todos
Os lados
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Língua Portuguesa I
2
Que é o poeta?
Um homem
Que trabalha o poema
Com o suor do seu
Rosto.
Que tem fome
Como qualquer outro
Homem.
a) fática e metalinguística.
b) metalinguística e poética.
c) referencial e informativa.
d) poética e referencial.
e) conativa e apelativa.
A – Função Emotiva
B – Função Conativa
C – Função Referencial
D – Função Fática
E – Função Metalinguística
F – Função Poética
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Língua Portuguesa I
a) A – C – F
b) D – C – E
c) B – A – D
d) C – F – B
e) D – C – B
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
5 As Diversidades do uso da
Língua: Os Níveis da
Linguagem
As variantes regionais
As variantes de época
As variantes de estilo
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Língua Portuguesa I
Objetivo(s) da unidade:
Plano da Unidade:
As variantes regionais
As variantes de época
As variantes de estilo
Bons estudos!
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Língua Portuguesa I
TEXTO 1:
“Uma das características mais evidentes das línguas é sua variedade. Entende-se
por isso, fundamentalmente, que as línguas apresentam formas variáveis em
determinada época, o que significa que não são faladas uniformemente por todos os
falantes de uma sociedade. (....) Esta característica não é exclusiva das língua
modernas. O latim e o grego antigo também tinham formas variáveis. O português,
por exemplo, descende do chamado latim vulgar (popular), diferente em vários
aspectos do latim dos escritores que chegou até nós. (...).
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Língua Portuguesa I
Sendo assim, podemos dizer que uma língua sofre variações de acordo com
cinco eixos, criados pelo linguista romeno Eugenio Coseriu, que são:
O gramático Adriano da Gama Kury (In: Novas lições de análise sintática. 2ª ed.
São Paulo: Ática, 1985.) tem uma frase que sintetiza todas essas variações de uma
língua dinâmica e potencialmente rica: “O bom falante é um poliglota em sua própria
língua”.
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Língua Portuguesa I
O código oral também conta com elementos expressivos que o código escrito
não contempla. Nesse caso, aparece a entonação, capaz de modificar totalmente o
significado de certas frases.
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Língua Portuguesa I
1
BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos Estudos Linguísticos. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1975.p.262.
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Língua Portuguesa I
Leia o que nos fala Magda Soares, em Linguagem e escola: uma perspectiva
social. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1986.
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Língua Portuguesa I
3- A GÍRIA:
Ficar na porta de uma escola paulistana na hora da saída de aula pode ser uma
experiência única. Para quem não faz parte da turma, compreender o que se diz é
tarefa pra lá de difícil. Meninos e meninas, com idade entre 13 e 17 anos, não
economizam em gírias das mais variadas e engraçadas, num código indecifrável:
E aí, tru?! Belê?
Sussu
-Vô na minha goma. Ta na fita?
- Se pá eu vou lá
- Cola lá. Falou?
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Língua Portuguesa I
Trata-se do diálogo entre amigos. Um convida o outro para ir à sua casa. O que
foi convidado diz que talvez vá, mas não tem certeza. O outro reafirma o convite e
despede-se.
As gírias paulistanas, que nem sempre pegam ou viram mania nacional como
as do Rio, onde recentemente nasceram sangue bom, sarado e o ah! Eu tô maluco! ,
originam-se, segundo os jovens da capital, nos bailes funk e escolas e entre
praticantes de skate e de surfe.
Depois de criadas, elas podem ser ouvidas nas conversas de jovens de todas as
regiões da cidade. Além das já imortalizadas mina e ô, meu , são incontáveis as
expressões inventadas pela moçada. “Não sei explicar, mas minha goma é o mesmo
que minha casa”, diz Jonas Spindell, de 16 anos, estudante do Colégio Equipe, em
Pinheiros, zona oeste.
Só para falar – Escrever o que se diz é uma dificuldade. “Acho que sussu se
escreve assim, com dois esses”, arrisca Pedro Fiorino Barros, de 15 anos. “A gíria é
para ser dita e não escrita”, define Spindell.
Muitas vezes, elas têm dois ou mais significados ou são criadas a partir de
outras. Tru, por exemplo, vem de truta, que significa companheiro, amigo. Nos
últimos meses, os garotos têm pontuado suas frases com o tá ligado? Usam a
expressão no fim das frases para reafirmar uma ideia. “Tipo assim é outra coisa que
a gente fala muito”, diz Gabriela Gehrke, de 15 anos.
“Acho muito feio dizer isso”, diz Luísa Werneck, de 17 anos. Sua colega Renata
Lins Alves, de 15 anos, não se intimida em adaptar a expressão: “As meninas
podem dizer que vão catar uns manos.”
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Língua Portuguesa I
“Surfar é o mesmo que transar , trocar um procedê é quando o cara quer ficar
com uma menina”, ensina Jaqueline de Oliveira Santos, de 14 anos. “Pá e tal,
derrepentemente também serve para dizer que a pessoa está a fim de ficar”,
completa Diana Chaves da Silva de 15.
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Língua Portuguesa I
Sabemos que as línguas não são fixas, estáticas. Esse caráter dinâmico,
mutável é que nos apresenta palavras cujo uso está defasado, perderam o seu
sentido original, deram lugar a outras palavras; enfim, houve uma mudança
significativa que é registrada pelos livros escritos no início do século XVIII, em
contrapartida com os de hoje, por exemplo.
Para ilustrar esse tipo de variante, leia os trechos de dois textos de Carlos
Drummond de Andrade, que mostram como a língua vai mudando com o tempo:
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Língua Portuguesa I
TEXTO 1: ANTIGAMENTE
ANDRADE, Carlos Drummmond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.
TEXTO 2: ENTRE-PALAVRAS
ANDRADE, Carlos Drummmond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988.
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Língua Portuguesa I
Podemos perceber, no decorrer dessa unidade, que, como todo bom falanteda
língua, devemos saber adequá-las às situações. Na unidade que se segue,
falaremos dos mecanismos de combinação e seleção da língua. Vamos lá?
Leitura complementar:
Aprofunde seus conhecimentos lendo:
BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? - um convite à pesquisa. São Paulo:
Parábola Editorial, 2001.
BECHARA, Evanildo. Ensino da gramática. Opressão? Liberdade? 8 ed. São
Paulo: Ática, 1995.
LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua
materna. 8 ed. São Paulo: Ática, 2002.
É HORA DE SE AVALIAR
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Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 5
O poeta da roça
(Patativa do Assaré)
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mio.
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Língua Portuguesa I
a) O texto apresenta uma linguagem coloquial que é a forma linguística que todo
povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
e) A norma culta, forma literária que todo povo civilizado possui, é a que assegura a
unidade da língua nacional. Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se
afigura mais expressiva e dinâmica.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
a) identificação da mensagem
b) decodificação da mensagem
a) I e II estão corretas.
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Língua Portuguesa I
Se o Congresso quiser ir a fundo deve aprovar, com urgência, medidas para acabar
com a corrupção estrutural da política brasileira. Deve tornar realista e transparente
a contribuição de empresários aos partidos.
b) nível regional
c) nível coloquial-popular
d) nível formal-culto
e) gíria
6 – Leia o texto:
– Qual é o galho?
– Sei lá, meu! Só tava a fim de tirar um barato com a cara dela.
a) nível regional
d) nível regional
e) nível técnico
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Língua Portuguesa I
Leia o texto:
Que boa ideia: empresa americana usa jatos que só têm primeira classe
a) “a bordo”
b) “champanhe francês”
c) “assistem à TV”
d) “estão na pindaíba”
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Língua Portuguesa I
Leia o texto:
Cada vez que viam a mamãe andando com as mãos nos quadris e os pés abertos,
pisando para fora, os irmãos se entreolhavam e cantarolavam: ‘lá vem o pato, pato
aqui, pato acolá!’. A mamãe fingia que ia dar um pega neles, os dois saíam correndo
em disparada e ela sorria, contente. O barrigão estava demais, devia ser muito
pesado.
(WIDER, Maria Célia. Alguém viu passar uma imaginação? Ed. Brasiliense, 1ª edição, 2007)
Sketchs
– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa bonitinho.
Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.
– Tá na mão.
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Língua Portuguesa I
Aparece um guarda.
– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer Kierkegaard não passa de um
Kant com algumas sílabas a mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
– O berro, tá recheado?
– Tá.
– Então vamlá!
(VERISSIMO, Luis Fernando. As aventuras da família Brasil. O Estado de S. Paulo. 8 mar. 1998.)
Nesse ‘sketch’ (flagrante), de Luis Fernando Veríssimo, foram usados dois tipos
de registro.
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Língua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
6
Os Mecanismos de
Combinação e Seleção: A
Coerência - A Articulação
de Sentidos
A coerência textual
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Língua Portuguesa I
Objetivo(s) da Unidade:
Plano da Unidade:
A coerência textual
Bons estudos!
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Língua Portuguesa I
Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar ideias no papel.
Até porque essas ideias não surgem do nada. Elas fazem parte do processo de
comunicação de que participamos e de todas as informações que nos chegam,
através de troca de experiências com seus interlocutores e muita, muita leitura.
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor poderia entendê-
la de dois modos diversos: as professoras, chateadas com o aumento insignificante
de seus salários, reclamam, protestando, através de uma carta, aos senhores
deputados; ou as professoras questionam o aumento de salário que os deputados
tiveram, comparando com o salário delas e escrevem-nos protestando.
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Língua Portuguesa I
co.nec.ti.vo adj (lat connect(ere) + ivo) Que liga, ou une. sm 1 Gram. Vocábulo
que estabelece conexão entre palavras ou partes de uma frase. Em português, são
conectivos: conjunções, pronomes relativos e preposições (Matoso Câmara Jr.).
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que todos
sejam livres para manifestar opiniões e críticas sobre o comportamento do governo.
Não basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades existem. É preciso que
existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção e divulgação de
informações, e por esses meios o povo participe constantemente do governo, que
existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e promover a
melhoria de suas condições de vida”.
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 41.
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho apresentam uma
perfeita relação de sentido criada com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a
um os períodos encontrados no texto transcrito acima para entender esses
mecanismos relacionais que os conectivos nos dão.
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações é preciso que todos
sejam livres para manifestar opiniões e críticas sobre o comportamento do governo”.
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Língua Portuguesa I
‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção
e divulgação de informações, e por esses meios o povo participe constantemente do
governo, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e
promover a melhoria de suas condições de vida’
91
Língua Portuguesa I
Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística,
pois permite que as palavras não sejam repetidas.
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão quando, por
exemplo, empregarmos conjunções e pronomes de modo inadequado, deixarmos
palavras ou até frases inteiras desconectadas e quando a escolha vocabular foi
inadequada, levando à ambiguidade, entre outros problemas.
92
Língua Portuguesa I
Como você deve ter percebido, coerência diz respeito a tudo que se
harmoniza entre si, que tem ligação. O conceito da palavra se relaciona à presença
de conexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a existência de
sentido, seja ao refletirmos sobre algo; ao interpretarmos o que nos rodeia; ou ao
tentarmos compreender o conteúdo daquilo que nos é apresentado em forma de
texto escrito.
A felicidade, onde não existem técnicas científicas para sua obtenção, faz-se de
pequenos fragmentos captados de sensíveis expressões vivenciais. Cada dia traz,
inserido na sua forma, um momento cujo silêncio sussurra no interior de cada vivente
chamando-o para a reflexão de um episódio feliz”.
Vestibular – Universidade Federal de Uberlândia apud KOCH, Ingedore Villaça e TRAVAGLIA,
Luiz Carlos.A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001. p. 36
93
Língua Portuguesa I
1º) o conhecimento que o emissor e o receptor têm do que está sendo tratado no
texto;
94
Língua Portuguesa I
“Quando você estiver lendo um texto qualquer; veja se é capaz de falar sobre seus
pontos mais importantes, se consegue discorrer sobre ele, ligando uma ideia à outra,
numa sequência lógica. Se não conseguir, é porque ainda não compreendeu esse texto.
Nesse caso, tente identificar se sua dificuldade reside nos termos empregados, na
organização das frases ou no próprio assunto debatido. Leia, então, de novo, uma vez,
outra, até entender.
Para detectarmos se um texto (ou ainda uma gravura, uma pintura, uma
escultura) é coerente ou incoerente, teremos que levar em conta o contexto em
que foi feito. Queremos deixar claro que nada é incoerente por si só. Algumas
passagens textuais (quer orais, quer escritas) apresentam incoerência por falta de
habilidade do emissor no uso da língua, em seus diversos níveis. Muitas vezes, ao
indicarmos alguma incoerência ou contradição na fala ou no texto escrito por
alguém, ouvimos: “Não foi bem isso que eu quis dizer!”, “Eu escrevi isso? ”.
95
Língua Portuguesa I
“A frente da casa de vovó é voltada para o leste e tem uma enorme varanda.
Todas as tardes, ela fica na varanda em sua cadeira de balanço apreciando o pôr-do-
sol. ”
Veja, como exemplo, um diálogo com incoerência pragmática, para que você
possa entender melhor esse aspecto:
96
Língua Portuguesa I
Existe, também, uma distinção importante que deve ser citada aqui. É a
diferença entre coerência global – propriedade tomada em um texto como um
todo e a coerência local , que pode ser percebida em sequências textuais menores.
Muitas vezes, o fato de ocorrer incoerência de ordem local em um texto não
significa que o mesmo foi prejudicado como um todo, pois podemos entender a
sua mensagem, mesmo com trechos incoerentes.
Leitura complementar:
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 8ed. São Paulo: Ática,
2000.
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 11 ed. São Paulo: Ática, 2001.
É HORA DE SE AVALIAR
97
Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 6
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
E agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
98
Língua Portuguesa I
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
99
Língua Portuguesa I
2 – Nos períodos: “Se você gritasse/ se você gemesse/ se você tocasse a valsa
vienense/ se você dormisse/ se você cansasse/ se você morresse...” o conectivo nos
apresenta a ideia de:
a) conclusão.
b) restrição.
c) adversidade.
d) condição.
e) proporcionalidade.
100
Língua Portuguesa I
a) 2 – 1 – 4 – 5 – 3
b) 3 – 2 – 1 – 5 – 4
c) 1 – 3 – 4 – 2 – 5
d) 5 – 1 – 3 – 4 – 2
e) 1 – 3 – 2 – 4 – 5
101
Língua Portuguesa I
a) Não me lembro o tempo que eu nasci, onde não me vi e não sei o que se passou.
d) O que passou-se no momento onde nasci, não me lembro, visto que não vi-me
nascendo.
e) Não assisti eu nascer, por isso não me recordo nada do que passou-se naquele
tempo.
I – Apresento-lhe Lúcia.
102
Língua Portuguesa I
9 – Nos trechos abaixo, a ordem que foi dada às palavras, nos enunciados, provoca
efeitos semânticos (de significado) “estranhos”. Reescreva as frases de modo que as
ideias fiquem coerentes e não admitam mais de uma interpretação.
a) “Fazendo sucesso com a sua nova clínica, a psicóloga Iracema Leite Ferreira
Duarte, localizada na rua Campo Grande, 159.”
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___________________________________________________________________
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b) “Embarcou para São Paulo Maria Helena Arruda, onde ficará hospedada no
luxuoso hotel Maksoud Plaza.”
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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103
Língua Portuguesa I
a) “Pela tarde chegou uma carta a mim endereçada, abri-a correndo sem nem
tomar fôlego. O envelope não tinha nada dentro, estava vazio. Dentro só tinha uma
folha, em branco.”
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b) “Eu não ganhei nenhum presente, só ganhei uma folha em branco, meu retrato
de pôster e um disco dos Beatles.”
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___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
104
Língua Portuguesa I
105
Língua Portuguesa I
Objetivo(s) da Unidade:
Plano da Unidade:
Bons estudos!
106
Língua Portuguesa I
Coesão Referencial
Ex.: Encontrei o livro que tanto procurava. Ele estava guardado na estante.
Ex.: Os meninos saíram cedo da escola. Eles foram treinar para o torneio de futebol.
b) Pronomes indefinidos:
c) Pronomes possessivos:
Ex.: Cássio levou um livro de suspense para a escola, porém quis ler o meu .
107
Língua Portuguesa I
d) Pronomes demonstrativos:
Ex.: Márcia experimentou uma saia azul escura, mas decidiu comprar aquela .
e) Pronomes Interrogativos:
f) Pronomes Relativos:
Ex.: A garota saía cerca de três vezes por mês; seu irmão, nunca .
Nas formas numerais: são usadas para substituir tudo aquilo que pode
ser mensurável.
Ex.: O pai premiou o filho com duas surpresas; a primeira delas era um
computador novo.
a) De forma idêntica:
108
Língua Portuguesa I
c) De forma abreviada:
d) De forma ampliada:
Ex.: O IBGE divulgou ontem alguns gráficos sobre a nossa economia; porém, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não falou dos índices de inflação.
Ex.: Sabemos que passear é ótimo e muitos passeios são, ao mesmo tempo,
fonte de cultura.
Os sinônimos ou quase-sinônimos:
a) Uso de hipônimos:
Ex.: Houve um acidente envolvendo três veículos ; os carros tiveram que ser
rebocados.
b) Uso de hiperônimos:
c) Nomes genéricos:
109
Língua Portuguesa I
d) Termos-símbolos:
Apostos:
A Coesão Recorrencial
Recorrência de termos:
Ex.: Ele ainda não chegou até esse momento; isto é, não deve vir mais.
110
Língua Portuguesa I
Ex.: Tudo o que queremos não é só o seu sucesso, mas a sua felicidade. ( Seria o
mesmo que dizer: ‘Tudo o que queremos não é só o seu sucesso, como (queremos
também) a sua felicidade ).
A Coesão Sequencial
Condicionalidade:
Causalidade:
Implicação Lógica:
Explicação ou Justificativa:
Ex.: A prova estava fácil, pois todas as questões foram comentadas em sala-
de-aula.
111
Língua Portuguesa I
Chegamos ao final desta unidade. Mas não paramos por aqui! Na próxima,
falaremos sobre os sentidos das palavras. Vamos lá?
Leitura complementar
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997.
É HORA DE SE AVALIAR
112
Língua Portuguesa I
Exercício unidade 7
a) recorrencial
b) textual
c) referencial
d) frasal
e) sequencial
Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele
que ficasse em Coimbra...
113
Língua Portuguesa I
b) ainda que não pudesse el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra.
Texto bíblico
A frase “Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!” contém dois
conectivos adversativos. O conectivo mas estabelece coesão entre a oração “a tua
[vontade] seja feita” e a oração “não [seja feita] a minha vontade”. O conectivo
contudo estabelece coesão entre:
a) a oração implícita “[se não queres]” e a oração “não [seja feita] a minha vontade.”
c) a oração “afasta de mim este cálice!” e a oração “a tua [vontade] seja feita.”
d) a oração implícita “[se não queres]” e a oração “a tua [vontade] seja feita.”
e) a oração “a tua [vontade] seja feita” e a oração “não [seja feita] a minha vontade.”
114
Língua Portuguesa I
Quadrilha
(ANDRADE, Carlos Drummond de, in: Antologia Poética, 12 ed. Rio de Janeiro. José Olympio,
1978. p. 136)
115
Língua Portuguesa I
7 – Leia:
A crise é um thriller.
A crise é assunto. Todos escrevem sobre a crise, como se fosse uma musa, uma
mulher.
a) coesão referencial.
c) coesão sequencial.
116
Língua Portuguesa I
a) sequencial.
b) referencial.
c) substitutiva.
d) reiterativa.
e) opositiva.
Nesse flagrante, fica evidente que a placa apresenta problemas de redação. Corrija
o texto conforme as solicitações abaixo, realizando adaptações, se necessário:
a) dirigindo-se ao pedestre:
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___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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117
Língua Portuguesa I
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___________________________________________________________________
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b) “Um livro é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera; esquecido, uma
alma que perdoa; destruído, um coração que chora...” (provérbio indiano)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
118
Língua Portuguesa I
8
A Semântica: o sentido
das palavras: conotação e
denotação
119
Língua Portuguesa I
Você já parou para pensar que uma mesma palavra pode apresentar diferentes
sentidos, dependendo do contexto em que está inserida? Que tal falarmos sobre
isso agora!
Objetivo(s) da Unidade :
Plano da Unidade:
Bons estudos!
120
Língua Portuguesa I
2. horário em que está escuro, por falta da luz solar, e em que geralmente. as
pessoas descansam ou dormem.
121
Língua Portuguesa I
ou
Já, nas frases que se seguem, o mesmo vocábulo aparece com acepções cujos
valores fogem dos literais e são ampliados em estruturas diferenciadas. Estamos
diante do valor conotativo da palavra.
Sua vida tornou-se uma noite sem fim com a morte do filho.
122
Língua Portuguesa I
É bom lembrar que, desde muito cedo, conseguimos estabelecer uma relação
com a linguagem que nos faz transitar de modo natural e inconsciente do sentido
literal para o sentido figurado dos enunciados. Isto porque participamos de
diversas situações de interlocução, em que o sentido das palavras se define e torna-
se preciso nos contextos em que se encontram.
Através dos tempos, as palavras e/ou expressões podem ter seu sentido
modificado ou expandido. Algumas delas podem se tornar, inclusive, habituais e
passam a constituir um sentido reconhecido por toda uma comunidade falante.
123
Língua Portuguesa I
SENTIDO LITERAL diz respeito àquilo que pode ser tomado como o
sentido ‘ básico ' de uma palavra ou expressão e que pode ser
depreendido sem a ajuda do contexto.
Reiteramos que o sentido figurado pode ser tomado como uma ampliação do
sentido literal , porque mostra alguma semelhança real ou pressuposta em relação
ao contexto literal. Na verdade, o sentido figurado é sempre resultado de uma
interpretação.
124
Língua Portuguesa I
125
Língua Portuguesa I
Ao lidarmos com uma informação que não foi citada, mas que podemos
assimilar pelo que foi dito, temos como subtendê-la, deparando com o que está
implícito – adjetivo que caracteriza aquilo que está envolvido no contexto e,
embora não revelado, é sugerido pelo texto.
126
Língua Portuguesa I
Leitura complementar
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997.
É HORA DE SE AVALIAR
127
Língua Portuguesa I
Exercício da Unidade 8
128
Língua Portuguesa I
( ) “Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos
dois é burro.” Mário Quintana
4 – “Chega mais perto e contempla as palavras, cada uma tem mil faces secretas sob a
face neutra”. (Carlos Drummond de Andrade)
Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz.
(Chico Buarque)
129
Língua Portuguesa I
a) F – F – F – P – F;
b) F – F – F – F – P;
c) F – F – P – P – F;
d) F – P – F – F – F;
e) P – F – F – F – F.
130
Língua Portuguesa I
No início são os verbos. De uma para outra, você se pega descrevendo ações que
ainda não estão registradas no Aurélio. “Postar”, por exemplo. O primeiro “eu já
postei hoje” a gente nunca esquece.
(FREIRE, Ricardo. Época, São Paulo: Globo, nº 382, p.114, 12 set. 2005. Fragmento)
131
Língua Portuguesa I
Mas será...
(14 Bis)
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___________________________________________________________________
132
Língua Portuguesa I
IV. O velho amigo é que socorreu o viciado. / O amigo velho é que socorreu o
viciado.
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133
Língua Portuguesa I
134
Língua Portuguesa I
9 A construção do texto:
os gêneros textuais
A descrição técnica.
135
Língua Portuguesa I
Objetivo(s) da Unidade:
Levar o aluno a perceber as nuanças que existem nos textos literários e não-
literários e, a partir delas, o reconhecimento das estruturas textuais da narração, da
descrição e dos textos dissertativos.
Plano da Unidade:
A descrição técnica.
Bons estudos!
136
Língua Portuguesa I
A Construção do Texto
“Descrever, narrar e dissertar são, na verdade, as três formas básicas com que, em
nossa vida cotidiana, desvendamos as situações reais, as situações imaginárias, o
entrelaçamento daquilo que chamamos dia a dia e daquilo que chamamos fantasia,
na e pela linguagem. Trata-se das várias linguagens da linguagem, da diversidade de
procedimentos através dos quais vamos encorpando e solidificando a nossa
capacidade de expressão. [ ..... } Do descrever ao narrar percorremos muitos caminhos
dentro de nós. Todos eles, de uma forma ou de outra, convergem para o dissertar.”
AMARAL, Emília & ANTÔNIO, Severino. Novíssimo curso vestibular – redação I. São Paulo:
Nova Cultural, 1990. p. 2.
137
Língua Portuguesa I
NARRAÇÃO:
relato de fatos;
apresentação de um conflito;
DESCRIÇÃO:
DISSERTAÇÃO:
prevalece a denotação.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff & SOUZA, Jésus Barbosa. Produção de textos & usos da
linguagem – curso de redação. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 89.
138
Língua Portuguesa I
139
Língua Portuguesa I
A Descrição
140
Língua Portuguesa I
REVISANDO:
141
Língua Portuguesa I
Sendo assim, essas descrições fazem uso de adjetivos com valor sensorial.
142
Língua Portuguesa I
A Construção do Texto
143
Língua Portuguesa I
Muito sucesso!
144
Língua Portuguesa I
Leitura complementar
PLATÃO, Francisco Savioli; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e
redação. Ática: São Paulo, 2000.
É HORA DE SE AVALIAR
145
Língua Portuguesa I
Exercício da unidade 9
146
Língua Portuguesa I
a) Dissertação subjetiva
b) Narrativa
c) Dissertação objetiva
d) Descrição objetiva
e) Descrição subjetiva
147
Língua Portuguesa I
II. Na primeira resposta de Willmott, a primeira frase pode ser tomada como
resumo de sua opinião, e o que vem a seguir ilustra essa ideia.
148
Língua Portuguesa I
A sequência correta é:
a) 1, 5, 2, 4, 3
b) 5, 2, 1, 4, 3
c) 4, 3, 2, 5, 1
d) 4, 3, 5, 2, 1
e) 1, 5, 4, 2, 3
149
Língua Portuguesa I
I) Era meia-noite, naquela mata em que o frio fazia tremer os lábios, as duas
crianças perdidas já estavam sem esperanças de voltar para casa, mas
repentinamente, um apito forte disparou próximo a elas: tratava-se dos guardas-
florestais que, após receber a denúncia do desaparecimento das crianças,
percorreu a trilha cheia de pedaços de biscoitos deixados por elas. Em poucos
minutos, pois, todos comemoravam a volta para casa.
II) tenho todas as qualificações desejadas pelas modelos: sou magra, alta, pele
lisa, cintura fina, tranquila, persistente, inteligente, maior de idade e falante de
várias línguas.
a) narrativo e dissertativo.
b) descritivo e narrativo.
c) narrativo e argumentativo.
d) descritivo e argumentativo.
e) narrativo e descritivo.
150
Língua Portuguesa I
Teu recolhimento é
Justamente o significado
Da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate
E anoitecerá mamão...
(Gilberto Gil – Refazenda)
a) lírico.
b) dramático.
c) teatral.
d) narrativo.
e) descritivo.
151
Língua Portuguesa I
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152
Língua Portuguesa I
Zezé Matheus era um verdadeiro imbecil. Não ligava duas ideias; não guardava
coisa alguma dos acontecimentos que assistia. A sua única mania era beber e dizer-
se valente. Topava todos os ofícios; capinava, vendia peixe e verdura, com cesto à
cabeça; servente de pedreiro, apanhava e vendia passarinhos, como criança; e
tinha outras habilidades desse jaez.
Era branco, com uma fisionomia empastada, cheia de rugas precoces, sem
dentes, todo ele mole, bambo. A sua testa era deprimida, e era longo e estreito o
seu crânio, do feitio daqueles a que o povo chama ‘cabeça de mamão-macho’.
Encontrava-se nessa ruína humana o melhor da turma e o único que não tinha
maldade no coração.
(BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Scipione, 1994. p.17)
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153
Língua Portuguesa I
154
Língua Portuguesa I
Considerações finais
Agora, você pode articular o sentido do texto e também do contexto, quer nos
textos narrativos, descritivos ou dissertativos.
É de vital importância que você pratique aquilo que foi aprendido, pois o seu
bom desempenho em usar a nossa língua-mãe lhe trará bons frutos.
Por fim, reflita sobre as palavras do escritor francês Victor Hugo (1773 – 1828):
Sucesso!
155
Língua Portuguesa I
156
Língua Portuguesa I
Conhecendo a autora
157
Língua Portuguesa I
158
Língua Portuguesa I
Referências
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. 11 ed. São Paulo: Ática, 2001.
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. 8 ed. São Paulo: Editora
Ática, 2000.
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 3 ed. 5 imp. São Paulo: Editora
Ática, 2002.
VALENTE, André Crim. A linguagem nossa de cada dia. Petrópolis: Vozes, 1997.
159
Língua Portuguesa I
160
Língua Portuguesa I
A
nexos
161
Língua Portuguesa I
Gabaritos
Unidade 1
1- e
2-b
3-b
4-c
5-b
6-a
7-c
8-b
9- Encarada como um bem público, a língua é uma instituição social de caráter
abstrato. É instituição porque é uma estrutura decorrente da necessidade de
comunicação, com um conjunto de convenções necessárias para permitir o
exercício da faculdade da linguagem aos indivíduos. É social porque, sendo
exterior aos falantes, pertence à comunidade linguística como um todo. É abstrata
porque só se realiza através da fala.
10-
LÍNGUA FALA
A língua é o lado público e coletivo da A fala é o seu lado privado e individual.
linguagem humana.
A língua pertence a toda a comunidade de A fala pertence exclusivamente a cada
falantes. indivíduo que a utiliza.
A língua é exterior aos indivíduos e, por A fala pode ser criada ou modificada pelo
isso, estes não podem criá-la ou modificá- indivíduo.
la individualmente.
Unidade 2
1-b
2-c
3-e
4-d
5-e
6-a
7-c
8-e
162
Língua Portuguesa I
9- A palavra que gera confusão é “dedinhos”. Para a menina, a mãe quer lhe cortar
dois dedos, enquanto para a mãe é uma medida (similar a dois centímetros) para
cortar o cabelo.
Unidade 3
1-b
2-e
3-c
4-c
5-b
6-e
7-e
8-b
10- O humor está exatamente naquilo que o médico (emissor) quis dizer com o fato
de não estar gostando muito da cara do paciente, referindo-se a sua saúde. Já, a
sua esposa (receptor) se refere à feiúra do marido, que é compensada pelo carinho
que tem pelos filhos.
Unidade 4
1-d
2-a
3-e
4-c
5-c
6-e
7-b
8-e
163
Língua Portuguesa I
10- Função CONATIVA OU APELATIVA, calcada no receptor (aquele que vai usar o
manual) e a organização da mensagem está no uso dos verbos que ordenam:
verbos no imperativo.
Unidade 5
1-a
2-c
3-c
4-a
5-d
6-c
7-d
8-c
164
Língua Portuguesa I
Unidade 6
1-a
2-d
3-d
4-c
5-c
6-b
7-b
8-e
Unidade 7
1-c
2-d
3-a
4-a
5-a
6-c
7-d
8-b
165
Língua Portuguesa I
Unidade 8
1-d
2-b
3-b
4-a
5-a
6-e
7-c
8-a
9- “Ficar frio” tem sentido conotativo e significa ficar calmo, relaxar, não se
preocupar com nada, não se estressar.
Unidade 9
1-d
2-c
3-d
4-c
5-c
6-e
7-c
8-d
166
Língua Portuguesa I
10-a) Era branco, com uma fisionomia empastada, cheia de rugas precoces, sem
dentes, todo ele mole, bambo. A sua testa era deprimida, e era longo e estreito o
seu crânio, do feitio daqueles a que o povo chama ‘cabeça de mamão-macho’.
b) Zezé Matheus era um verdadeiro imbecil. “Totalmente inofensivo, quase
inválido pela sua imbecilidade nativa” e “e o único que não tinha maldade no
coração”.
167