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I - CONTROLE HISTÓRICO
HISTÓRICO
REVISÃO DATA Nº PÁGINAS ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
ALTERAÇÃO
Emissão Renata Lanna
00 23/02/2017 10 Isadora Sofia Renata Maciel
inicial Fabiane Scalabrini
1. Introdução
A pneumonia é uma doença infecciosa do parênquima pulmonar. Bactérias respiratórias
são o principal grupo de microorganismos causadores, sendo o Streptococcus
pneumoniae o patógeno mais frequentemente isolado em todos os tipos de PNM. São
também comumente causadores Staphylococus aureus, Legionella sp., BGN,
Haemophilus influenza e vírus influenza A e B. É considerada a principal causa de sepse e
frequentemente pode se apresentar com choque. É a terceira causa de mortes no mundo.
Evidências apontam que adesão a guidelines associa-se a aumento da sobrevivência o
que corrobora a importância deste documento.
2. Objetivo
Orientar o diagnóstico de pneumonia adquirida na comunidade (PAC)
Padronizar a prescrição de antimicrobianos para pneumonia
Nortear o uso de antimicrobianos, escolha das drogas e tempo de tratamento adequado.
3. Campos de aplicação
Esse procedimento se aplica a todos os ambientes do HGIP e CEM em que ocorra a
assistência a pacientes com pneumonia adquirida na comunidade.
4. Responsabilidade/ competência
Médico assistente: suspeitar do quadro, solicitar exames apropriados e iniciar ATB
prontamente. Classificar paciente quanto ao risco para optar entre tratamento domiciliar
ou internação, sendo que nesses últimos casos é também importante identificar com
rapidez aqueles que necessitem de terapia intensiva.
Médico da CCIH: atualizar-se frequentemente sobre o tema e estar disponível para
discussão dos casos sempre que solicitado.
ASSINATURA E CARIMBO 1
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
I - CONTROLE HISTÓRICO
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Emissão Renata Lanna
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5. Fisiopatogenia
Pulmão é permanentemente exposto a mistura de gases, material particulado e
microrganismos que constituem o ar.
Três possíveis causas para pneumonia:
Mau-funcionamento da defesa do hospedeiro e/ou
Exposição a um microrganismos particularmente virulento e/ou
Inoculo muito grande
Os microrganismos podem alcançar o pulmão de 3 maneiras:
Aspiração da microbiota residente das vias aéreas superiores
Inalação de material aerossolizado
Por via hematogênica (menos comum).
6. Diagnóstico
Anamnese + exame clínico. Buscar sintomas sugestivos, usualmente de início súbito:
tosse, escarro, dispneia e dor torácica e febre. Sintomas não respiratórios também
podem estar presentes e não excluem o diagnóstico (fadiga, sudorese, náusea,
cefaleia, mialgia e menos frequentemente dor abdominal e diarreia). A clínica pode
variar de acordo com a idade do paciente, sendo que os idosos tendem a apresentar
quadros menos típicos (início mais arrastado, ausência de febre e maio ocorrência de
sintomas e sinais não respiratórios).
Buscar condições predisponentes: diabetes, insuficiência cardíaca, alcoolismo,
tabagismo, IVAS recente, HIV, contato com animais, possibilidade de aspiração.
Exame de imagem é mandatório, sendo a radiografia de tórax um exame fácil de ser
realizado e considerado por alguns como padrão ouro. A presença de um infiltrado
pulmonar na imagem sugere fortemente o diagnóstico. O envolvimento bilateral e a
efusão pleural são achados não tão raros e correlacionam-se com gravidade.
ASSINATURA E CARIMBO 2
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
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7. Agentes causadores
Streptococcus pneumoniae: apesar da incidência diminuída nos últimos tempos, segue
como o principal agente da PAC, principalmente nos casos graves que demandam
internação assim como em pacientes imunossuprimidos.
Hemophilus influenzae: agente considerado relevante, mas com real ocorrência difícil
determinar por ser difícil de encontra-lo através do Gram do escarro e por ser difícil
diferenciar colonização da infecção.
Staphylococcus aureus: importância crescente desde o final dos anos 1990,
acometendo principalmente pacientes jovens, como comorbidades ou que tenham tido
influenza.
Outros BGN (exceto H.influenzae) e infecções mistas por aeróbios e anaeróbios:
causam a grande maioria das outras infecções. Maior ocorrência em idosos,
ASSINATURA E CARIMBO 3
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
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8. Sistemas de classificação
T CURB 65: escala criada para identificar a necessidade de internação do paciente.
Confusão mental, Uréia > 50mg/dL, Respiração > 30irpm, Pressão Sanguínea (Blood)
< 90 mmHg sistólica ou < 60 mmHg diastólica, Idade ≥ 65 anos. Para cada item
positivo soma-se 1 ponto.
ASSINATURA E CARIMBO 4
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
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Emissão Renata Lanna
00 23/02/2017 10 Isadora Sofia Renata Maciel
inicial Fabiane Scalabrini
sim
Paciente tem mais de 50 anos?
Não
Não
Não
ASSINATURA E CARIMBO 5
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Emissão Renata Lanna
00 23/02/2017 10 Isadora Sofia Renata Maciel
inicial Fabiane Scalabrini
9. Exames Complementares
Hemograma completo (leucocitose com predomínio de formas jovens. Pode também
ocorrer leucopenia, sendo um fator para mau prognóstico).
Proteína C reativa – pode auxiliar no diagnóstico – valores muito baixos excluem
etiologia bacteriana.
Procalcitonina – se disponível auxilia determinar prognóstico e na avaliação da
resposta a terapêutica.
Hemoculturas: para pacientes imunossuprimidos e para os graves que demandam
internação, principalmente se em unidade de terapia intensiva.
Pesquisa de antígeno para Legionella pneumophila na urina.
Natremia e glicemia: preditores de mortalidade (hiponatremia, hipo ou hiperglicemia).
10. Tratamento
10.1 Importante
Primeiro passo: diferenciar DPOC x Bronquite x PNM.
Avaliar idade, comorbidades, viagens, contato com animais, possibilidade de aspiração,
uso prévio de antimicrobianos.
Determinar a gravidade da PNM – decisão por tratamento intra ou extrahospitalar.
Devido à dificuldade de diagnóstico etiológico no nosso meio, o tratamento será quase
sempre empírico.
Iniciar antibioticoterapia rapidamente após a suspeita, idealmente em até 1 hora
principalmente se quadro grave.
ASSINATURA E CARIMBO 7
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
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Pneumonia 7 a 8 dias
Pneumonia atípica – macrolídeos Azitromicina - 5 dias e claritromicina – 7
dias
Pneumonia aspirativa 10 dias
OBS: estudos recentes comparando tempo de tratamento mais prolongados não evidenciam benefícios em estender tempo de
tratamento por mais dias do que os acima recomendados
10.3. Controvérsias
Corcoticoesteróides: metanálises recentes com resultados conflitantes, portanto ainda
não é possível ser recomendação
Associação de macrolídeo a β-lactâmicos: novos estudos tem apontado prevalência de
pneumonia por atípicos superestimada e resistência do Mycoplasma pneumoniae a
macrolídeos tem sido descrita. Apesar de muitos guidelines ainda recomendarem essa
associação, tem sido questionado o uso do macrolídeo. E ele pode ser usado apenas
com algumas condições pré-existentes. Há de se pesar seu uso considerando-se
vantagens e desvantagens.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Atenuação da resposta inflamatória Cardiotoxicidade
Redução da expressão de citocinas Aumento iQT
inflamatórias Risco de Torsade pointes
Redução do recrutamento de PMN para o Eritromicina > claritromicina > azitromicina
parênquima pulmonar
10.4. Antimicrobianos
Devem ser drogas com boa penetração e concentração pulmonar.
ASSINATURA E CARIMBO 8
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11. Prevenção
O uso de vacinas constitui uma medida de prevenção:
a) Influenza - Vacina triviral (2 cepas A e 1 cepa B) ou tetraviral (2 cepas A e 2 cepas B);
b) Pneumo – Adultos > 65 anos – grupo de maior risco de ocorrência de quadros graves:
1ª dose com Pneumo 13 e 2ª dose com Pneumo 23 2 meses depois;
c) Pneumo- Adultos: liberada Pn23 no CRIE para pacientes com DM1, DM2, portadores
de hepatopatias e pneumopatias graves. Pacientes que vivem com HIV/aids têm
indicação da vacina quando níveis de CD4 > 350 células. Pacientes pós TMO também
devem ter acesso à vacinação.
12. Siglas
BGN: bacilos Gram negativos
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CEM: Centro de Especialidades Médicas
ASSINATURA E CARIMBO 10
PROTOCOLO CLÍNICO PTC CCIH - 004
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13. Referências
PRINA e. et al. Community-acquired pneumonia. Lancet 2015; 386: 1097-108.
PHUA J. et al. Severe community-acquired pneumonia: timely management
measures in the first 24 hours. Critical Care (2016) 20:237.
MARRIE J. A., FILE JR T.M. Bacterial Pneumonia in older adults. Clin Geriatr Med
(2016).
LEE J.S. et al. Antibiotic Therapy for Adults Hospitalized With Community-
acquired Pneumonia. A Systematic Review. JAMA. 2016; 315 (6)593-602.
PLETZ M.W. et al. Advances in the prevention, management and treatment of
community-acquired pneumonia. F1000Research 2016, 5 (F1000FacultyRev):300.
PARROT G.L et al. A compendium for Mycoplasma pneumonia. Frontiers in
microbiology. April 2016. Volume 7.Article 513.
HORITA N.et al. Beta-lactam plus macrolides or beta-lactam alone for community-
acquired pneumonia: A systematic review and meta-analysis. Respirology (2016)
21,1193 -1200.
MANDELL et al. Principles and practices of infectious diseases. 2015. 8ª Edição.
Elsevier.Capítulo 69.
ASSINATURA E CARIMBO 11
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