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MUNICÍPIO DE CRICIÚMA/SC
CADERNO DE PROVA:
- CONHECIMENTOS GERAIS (Língua Portuguesa e Matemática)
- CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS (Legislação)
5. O Candidato somente poderá se ausentar do local de aplicação das provas após 1 (uma) hora contado a partir do
efetivo início.
6. O tempo disponível para realização desta Avaliação será apresentado pelo fiscal no quadro principal onde ficará
visível a todos os candidatos.
7. As questões desta Avaliação estarão disponíveis dentro da Área do Candidato, de acordo com o cronograma esta-
belecido no edital.
8. Caso haja qualquer divergência dos itens acima notifique o fato IMEDIATAMENTE ao fiscal.
Boa Prova!
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Rascunho do gabarito:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Área para rascunho e anotações:
Venancinho, o filho menor, também tinha amigos com
LÍNGUA PORTUGUESA
problemas em casa. A mãe do Haroldo, por exemplo,
Texto para as questões de 1 a 5: tinha se divorciado do pai do Haroldo e casado com um
cara divorciado. O padrasto de Haroldo tinha uma filha
LAR DESFEITO de 11 anos que podia tocar o Danúbio Azul espre-
José e Maria estavam casados há 20 anos e eram muito mendo uma das mãos na axila, o que deixava a mãe do
felizes um com o outro. Tão felizes que um dia, na Haroldo louca. A mãe do Haroldo gritava muito com o
mesa, a filha mais velha reclamou: marido. Bacana.
- Vocês nunca brigam? - Eu não aguento mais esta situação - disse Vera, na
José e Maria se entreolharam. José respondeu: mesa.
- Não, minha filha. Sua mãe e eu não brigamos. - Que situação, minha filha?
- Nunca brigaram? - quis saber Vítor, o filho do meio. - Essa felicidade de vocês!
- Claro que já brigamos. Mas sempre fizemos as pazes. - Vocês deviam ter o cuidado de não fazer isso na nossa
- Na verdade, brigas, mesmo, nunca tivemos. Desen- frente - disse Vítor.
tendimentos, como todo mundo. Mas sempre nos de- - Mas nós não fazemos nada!
mos muito bem... - Exatamente.
- Coisa mais chata - disse Venancinho, o menor. Venancinho batia com o talher na mesa e reivindicava:
Vera, a filha mais velha, tinha uma amiga, Nora, que a - Briga. Briga. Briga.
deixava fascinada com suas histórias de casa. Os pais José e Maria concordavam que aquilo não podia conti-
de Nora viviam brigando. Era um drama. Nora contava nuar. Precisavam pensar nas crianças. Antes de mais
tudo para Vera. Às vezes chorava. Vera consolava a nada, nas crianças. Manteriam uma fachada de desa-
amiga. Mas no fundo tinha uma certa inveja. Nora era cordo, ódio e desconfiança na frente deles, para escon-
infeliz. Devia ser bacana ser infeliz assim. O sonho de der a harmonia. Não seria fácil. Inventariam coisas.
Vera era ter um problema em casa para poder ser re- Trocariam acusações fictícias e insultos. Tudo para não
voltada como Nora. Ter olheiras como Nora. traumatizar os filhos.
Vítor, o filho do meio, frequentava muito a casa de Sér- - Víbora, não! - gritou Maria, começando a erguer-se
gio, seu melhor amigo. Os pais de Sérgio estavam sepa- do seu lugar na mesa com a faca serrilhada na mão.
rados. O pai de Sérgio tinha um dia certo para sair com José também se ergueu e empunhou a cadeira.
ele. Domingo. Iam ao parque de diversões, ao cinema, - Víbora, sim! Vem que eu te arrebento.
ao futebol. O pai de Sérgio namorava uma moça do te- Maria avançou. Vera agarrou-se ao seu braço.
atro. E a mãe de Sérgio recebia visitas de um senhor - Mamãe. Não!
muito camarada que sempre trazia presentes para Sér-
gio.
Vítor segurou o pai. Venancinho, que estava de boca - Acho que sim. As crianças agora não se sentem mais
aberta e os olhos arregalados desde o começo da dis- deslocadas no meio dos amigos. Fizemos o que tinha
cussão - a pior até então -, achou melhor pular da ca- que ser feito.
deira e procurar um canto neutro da sala de jantar. - Será que algum dia vamos poder viver juntos outra
Depois daquela cena, nada mais havia a fazer. O casal vez?
teria que se separar. Os advogados cuidariam de tudo. - Quando as crianças saírem de casa. Aí então
Eles não podiam mais nem se enxergar. estaremos livres das convenções sociais. Não precisa-
Agora era Nora que consolava Vera. Os pais eram assim remos mais manter as aparências. Me beija.
mesmo. Ela tinha experiência. A família era uma insti- (LUIS FERNANDO VERÍSSIMO)
tuição podre. Sozinha, na frente do espelho, Vera imi- ____________________________________________
tava a boca de desdém de Nora.
1. Nessa crônica, um tom irônico e paradoxal confir-
- Podre. Tudo podre. E esfregava os olhos, para que fi-
cassem vermelhos. Ainda não tinha olheiras, mas elas mam algumas marcas da linguagem literária, que enri-
viriam com o tempo. Ela seria amarga e agressiva. A pá- quecem a expressividade do texto e reforçam as pro-
lida filha de um lar desfeito. Um pouco de pó-de-arroz vocações almejadas pelo autor na temática em ques-
Uma vez foram ao Maracanã junto com Sérgio, o pai do A) “O pai do Sérgio perguntou se José não gostaria de
Sérgio e a namorada do pai do Sérgio, a moça do tea- conhecer uma amiga da sua namorada. (...) José disse
tro. O pai do Sérgio perguntou se José não gostaria de que achava que não. Precisava de tempo para se acos-
conhecer uma amiga da sua namorada. Assim pode- tumar com sua nova situação. Sabe como é.”
riam fazer mais programas juntos. José disse que B) “Venancinho, que estava de boca aberta e os olhos
achava que não. Precisava de tempo para se acostumar arregalados desde o começo da discussão - a pior até
com sua nova situação. Sabe como é. então -, achou melhor pular da cadeira e procurar um
Maria não tinha namorado. Mas no mínimo duas vezes canto neutro da sala de jantar.”
por semana desaparecia de casa, depois voltava menos C) “Estavam os dois no motel onde se encontravam, no
nervosa. Os filhos tinham certeza de que ela ia se en- mínimo duas vezes por semana, escondidos.”
- Eles desconfiam de alguma coisa? - perguntou José. nada, nas crianças. Manteriam uma fachada de desa-
- Acho que não - respondeu Maria. cordo, ódio e desconfiança na frente deles, para escon-
nimo duas vezes por semana, escondidos. E) “O pai do Sérgio perguntou se José não gostaria de
- Será que fizemos o certo? conhecer uma amiga da sua namorada. (...) José disse
que achava que não. Precisava de tempo para se acos- B) Metáfora.
tumar com sua nova situação. Sabe como é.” C) Antítese.
____________________________________________ D) Anáfora.
E) Sinestesia.
2. Observe as comparações feitas com alguns perío-
____________________________________________
dos extraídos do texto, referentes ao casal “José e Ma-
ria”:
4. Analisando a classificação sintática dos termos sub-
I) “O casal teria que se separar.” linhados:
“- Será que algum dia vamos poder viver juntos ou- I) “Vera, a filha mais velha, tinha uma amiga, Nora, que
tra vez?” a deixava fascinada com suas histórias de casa.”
II) “Eles não podiam mais nem se enxergar. (Aposto)
“Me beija.” II) “Vítor, o filho do meio, frequentava muito a casa de
III) “Estavam os dois no motel onde se encontravam, Sérgio, seu melhor amigo.” (Adjunto adverbial de lu-
no mínimo duas vezes por semana, escondidos.” gar)
“Aí então estaremos livres das convenções sociais. III) “Venancinho, o filho menor, também tinha amigos
Não precisaremos mais manter as aparências.” com problemas em casa.” (Vocativo)
IV) “Vocês deviam ter o cuidado de não fazer isso na
De acordo com o que está exposto, o autor explora um nossa frente...”. (Objeto direto)
recurso de linguagem para demonstrar a conturbação Sobre as proposições acima, temos como corretas:
de sentimentos, ideias e desejos. Trata-se, portanto, da A) II, III e IV.
seguinte figura de linguagem: B) apenas II e III.
A) Antítese. C) apenas I e III.
B) Eufemismo. D) I, II e III.
C) Sinédoque. E) apenas I e IV.
D) Catacrese. ____________________________________________
E) Zeugma.
5. Quanto à classificação das orações sublinhadas nos
____________________________________________
períodos abaixo:
3. “Claro que já brigamos. Mas sempre fizemos as pa- I) “José e Maria estavam casados há 20 anos e eram
zes.” muito felizes um com o outro”. (Coordenada Sindética
Nesse período, temos a presença de uma outra figura Aditiva)
de linguagem, também muito coerente com a expres- II) “O padrasto de Haroldo tinha uma filha de 11 anos
sividade da temática em discussão nessa crônica. Tal fi- que podia tocar o Danúbio Azul espremendo uma das
gura é denominada: mãos na axila, o que deixava a mãe do Haroldo louca”.
A) Metonímia. (Subordinada Adjetiva Restritiva)
III) “O pai do Sérgio perguntou se José não gostaria de D) que / que / que / de que
conhecer uma amiga da sua namorada.” (Subordinada E) de que / em que / que / que.
Adverbial Condicional) ____________________________________________
IV) “E a mãe de Sérgio recebia visitas de um senhor
7. Atenção aos períodos seguintes, conferindo a re-
muito camarada que sempre trazia presentes para Sér-
gio”. (Subordinada Substantiva Completiva Nominal) gência verbal e o acento indicativo de crase:
I) Ainda não chegaram à conclusão da sindicância in-
C) apenas nas proposições II e III. IV) Tentamos o concurso, porque visamos à nova opor-
I) Não é permitido que se falem gírias ou palavras vul- 11. Julgue V para as proposições verdadeiras e F
gares nas reuniões.
II) Sempre se ouviam, ao raiar do dia, os passarinhos para as falsas:
cantando na janela. ( ) O número 102017 possui 2018 algarismos.
III) Desculpe, mas não se tratam de pequenos delitos,
e sim de roubos. ( ) O algarismo da unidade de 42017 é 4.
IV) Admito que ainda não se obedecem aos regulamen- 216 +217
tos do condomínio. ( )√ 216
= √3
Consideradas as regras da língua culta, podemos afir- ( ) O número √2 pode ser escrito na forma de uma
mar que: 𝑎
fração , com 𝑎 e 𝑏 inteiros e 𝑏 ≠ 0.
𝑏
A) apenas I e II estão corretas. De baixo para cima, assinale a sequência correta:
B) apenas I e III estão corretas.
C) apenas II e IV estão corretas. A) V – V – V – V
D) I, II e IV estão corretas. B) V – V – V – F
E) II, III e IV estão corretas.
____________________________________________ C) F – F – V – V
A) √6 𝑐𝑚, 12 𝑐𝑚2 e 2√2 𝑐𝑚3 apresentados na tabela. Para estes cálculos, utilize