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MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL E REPRODUÇÃO DE

BOVINOS DE LEITE

Situação Atual e Perspectiva das Biotecnologias da


Reprodução

Bruno Campos de Carvalho


Pesquisador – Reprodução Animal

Coronel Pacheco – MG
BIOTÉCNICAS DA REPRODUÇÃO

• Inseminação Artificial;

• Inseminação Artificial em Tempo Fixo;

• Sêmen Sexado;

• Superovulação e Transferência de Embriões;

• Produção in vitro de embriões.


INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
USO DA IA EM GADO DE LEITE
Tabela 62 – Frequência dos entrevistados de acordo com sistema de reprodução
Adotado, segundo estratos de produção, em 2005.
Estratos de Inseminaç Natural Natural Transferenc
produção Unid. ão articifial controlad não ia de Total
(litros/dia) a controlada embrião
Até 50 % 11,82 18,41 69,77 - 100
De 50 a 200 % 11,30 13,28 75,42 - 100
De 200 a 500 % 17,14 17,14 65,72 - 100
De 500 a 1.000 % 17,50 12,50 70,00 - 100
Acima de 1.000 % 23,08 7,69 69,23 - 100
MG % 12,90 15,90 71,20 - 100
USO DA IA EM GADO DE LEITE
Tabela 17 – Composição racial dos reprodutores dos entrevistados,
segundo estratos de produção,em 2005
Estratos de
produção Unid. 1º 2º 3º 4º Total
(litros/dia)
Até 50 % 28,30 26,00 24,82 20,88 100
De 50 a 200 % 31,61 31,96 24,36 12,07 100
De 200 a 500 % 28,61 39,24 23,40 8,75 100
De 500 a 1.000 % 25,43 34,69 39,88 0,00 100
Acima de 1.000 % 35,09 27,43 16,38 21,10 100
MG % 32,54 29,92 22,50 15,04 100
Fonte: Diagnóstico da Pecuária Leiteira no Estado de Minas Gerais – 2005
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Observação do estro
EFICIÊNCIA NA DETECÇÃO DO CIO
Porcentagem de observação de estros em função do método de
detecção
Método de detecção % de cios detectados
Observação casual 43
Observação por ordenhadores 50
Observação treinados (2x ao dia) 50
Observação + Uso de Rufiões 71
Observação 24 hs por dia 89
Bó, 2002.
PRODUÇÃO DE LEITE E DURAÇÃO DO CIO

Produção de leite Horas de manifestação de


cios
20 litros/dia 14 a 18 hs
35 litros/dia 8 a 10 hs
55 litros/dia 2 a 4 hs
Wiltbanks, 2004.
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Estocagem e manejo do sêmen
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Inseminador
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
Momento da Inseminação

?
?
?
Inseminação Artificial em Tempo Fixo
TERAPIA HORMONAL

• Protocolos de indução e sincronização do cio e ovulação

- Viabilização da IA
- Problemas com mão-de-obra
- Problemas de observação de cio
• Animal
- Custo
RESPOSTA DE VACAS MESTIÇAS A TERAPIA HORMONAL
TERAPIA HORMONAL

• Antecipação da ovulação em vacas mestiças

- 54 Vacas em anestro a partir de 30 dias pós-parto;


- Média de dias pós-parto: 41,37±12,11;
- Taxa de Ovulação: 88,89%.
BASE DOS PROTOCOLOS
À base de Progesterona
Ovsynch • Inserção do dispositivo – D0

• GnRH – D0 • Sincronização da emergência da onda –


Benzoato de estradiol – D0
• PGF – D7
• GNRH – D8 • Indução da luteólise – PGF – D7/8

• IATF – 24-36 hs • Remoção do Dispositivo – D8

• Sincronização da ovulação – BE/ECP –


D8
EVOLUÇÃO DA IATF NO BRASIL

• 2010
- Cerca de 10 milhões de sêmen comercializadas;
- Cerca de 5,5 milhões de protocolos comercializados;

• Mudança no perfil de comercialização do sêmen em


gado de corte.
- Touros com avaliação genética
SUPEROVULAÇÃO E TRANSFERÊNCIA
DE EMBRIÕES
INTRODUÇÃO

O que é a Transferência de embriões?


3 etapas:

• Superovulação
• Colheita e avaliação dos embriões
• Transferência dos embriões
HISTÓRICO DA TE NO MUNDO E NO BRASIL

• Primeira TE no mundo – coelhos (1890) Walter Heape;


• 1930 - Coleta primeiro embrião bovino;
• 1951 – Primeira TE bovino (Willet et al.);
• 1964 – Primeira coleta não cirúrgica;
• 1977 – Primeira TE Brasil (Nicolau);
• 1980 – primeiro bezerro Nelore TE (Brasil);
• 1983 – FIV bovina.
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DA TE

• Obter o maior número de embriões de fêmeas geneticamente


superiores em um menor espaço de tempo (12 a 15 crias ao ano) –
multiplicação genética;

• Transporte e comércio internacional de embriões – congelamento dos


embriões;

• Obter gêmeos idênticos através da bipartição de embriões;

• Obter produtos de matrizes velhas com menor risco.


RESULTADOS ESPERADOS

• Em média: 5 - 6 transferíveis por coleta


• Variação: 0 - 30 embriões por coleta
• ~25% das coletas: sem embriões viáveis

TAXA DE GESTAÇÃO APÓS TRANSFERÊNCIA:

• Fresco: ~ 50%
• Congelados: ~ 40%
SUPEROVULAÇÃO EM BOVINOS
SUPEROVULAÇÃO OU SUPERESTIMULAÇÃO

CONCEITO:

“um número de ovulações acima do normal resultante de


tratamento com gonadotrofinas.”(Manual IETS, 1998)
PROTOCOLO TRADICIONAL

WILTBANK, M.C. (1996)

OBS.CIO FSH FSH FSH FSH OBS.CIO+IA

d0 d10 d11 d12 d13


SINCRONIZAÇÃO E SUPEROVULAÇÃO DAS DOADORAS
Dia 0 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7 Dia 8 Dia 9
IATF

P4 Benzoato GnRH
FSH FSH FSH FSH 100µg
1,9 g de estradiol 50 UI 37,5 UI 25 UI 12,5 UI
2mg +
+
500µgP
GF2
COLHEITA DE EMBRIÕES
EQUIPAMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO
LABORATÓRIO:

• Bancada higiênica com pontos de eletricidade;


• Pia com Deionizador de água;
• Lupa estereoscópica;
• Banho-maria;
• Placa aquecedora;
• Prateleiras para medicamentos e materiais;
• Geladeira;
• Congelador de embriões;
• Botijão de sêmen.
ETAPAS

• Contenção da doadora;
• Limpeza do reto e anestesia;
• Passagem do catéter (mandril) e fixação;
• Inflar o balão do catéter;
• Lavagem – DPBS;
• Recuperação do meio em filtro;
• Prostaglandina;
• Preparação das placas de petri;
• Rasteamento das estruturas;
• Avaliação do estádio de desenvolvimento e qualidade.
PRINCIPAIS MATERIAIS UTILIZADOS
EM UM PROGRAMA DE TE

Sonda para coleta Equipo Y Filtro coletor

Placa com materiais diversos


LAVAGEM UTERINA E RECUPERAÇÃO DOS EMBRIÕES
EM FILTRO
Avaliação e classificação
Rastreamento dos embriões
embrionária
ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
EM FUNÇÃO DOS DIAS APÓS A OVULAÇÃO
Estádio de desenvolvimento Dias após o estro
1-célula 0–2
2-células 1–3
4-células 2–3
8-células 3–5*
16-células 4–5*
Mórula 5–6
Mórula compacta 5–7
Blastocisto inicial 7–8
Blastocisto 7–9
Blastocisto expandido 8–10
Blastocisto eclodido 9–11
* Embriões geralmente se movem do oviduto para o útero no estádio de 8 a 16 células
ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO DOS EMBRIÕES
(ZIGOTOS) – LINDNER & WRIGHT, 1983
Estádio de
Características morfológicas
desenvolvimento
Mórula (M) Massa de células compactas, ocupando quase a totalidade do EPV
Mórula compacta (MC) Massa compacta de blastômeros ocupando 60 a 70% do EPV

Início de blastocele; Início de diferenciação entre o trofoblasto e o botão embrionário;


Blastocisto inicial (Bi)
zigoto ocupa 70 a 80% do EPV

Diferenciação entre trofoblasto e botão embrionário; Botão embrionário compacto;


Blastocisto (Bl)
blastocele proeminente; ocupa a totalidade do EPV

Embrião aumenta 1,2 a 1,5 o seu diâmetro; membrana pelúcida diminui em 1/3 a
Blastocisto expandido (Bx)
largura

Blastocisto eclodido (Bec) Embrião está iniciando a eclosão ou já está totalmente fora da membrana pelúcida
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE EMBRIÕES
(KENNEDY ET AL., 1983)
Classificação Forma Cor Extrusão celular Vesículas Outras alterações
I (excelente) Esférica (ideal) Uniforme Nenhuma Nenhuma -
II (Bom) Pequena distinção Pequena distinção Pouca Poucas -
(ocasional) (ocasional) (ocasional)
III (Regular) Heterogênea em Heterogênea em Presença de células Algumas -
alguns alguns blastômeros no EPV e na
blastômeros blastocele
IV (Pobre) Heterogênea em Heterogênea em Evidente Grande Confusa diferenciação celular
vários blastômeros vários blastômeros degeneração celular número
V (Degenerado) - - - - - Sem forma definida
- Impossível determinar
estádio de desenvolvimento
- Evidente desorganização
celular
Não Fertilizado - - - - Não fecundado (ovócito)
TRANSFERÊNCIA DOS EMBRIÕES
O QUE É UMA RECEPTORA DE EMBRIÕES?

Saudável
Controle sanitário
adequado
Bem nutrida

O útero da receptora deve estar em sincronia com o estádio de


desenvolvimento embrionário
SINCRONIZAÇÃO DAS RECEPTORAS

Dia 0 Dia 5 Dia 8 Dia 9 Dia 17


TETF

P4 Benzoato
1,9 g Benzoato ECG PGF2α de estradiol
de estradiol 500µg
300 UI 1mg
2mg
LOCAL DE DEPOSIÇÃO DO EMBRIÃO NO ÚTERO
RECEPTOR
PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES
ETAPAS DE PIVE

• Aspiração folicular – OPU

• Maturação in vitro (MIV)

• Fecundação in vitro (FIV)

• Cultivo in vitro (CIV)

• Transferência de embriões
ASPIRAÇÃO FOLICULAR
SEPARAÇÃO DOS OVÓCITOS
MATURAÇÃO IN VITRO
• Prófase I para metáfase II da meiose
• Duração: 20-22 h (bovinos)
FECUNDAÇÃO IN VITRO
• Alta concentração espermática
• Meios de cultivo apropriados
• Duração: 18-24 h

+
CULTIVO IN VITRO
• Zigoto (unicelular) - Blastocisto (numerosas células)
• Condições de cultivo – CR2, SOF, feeding??
• Período - 7 dias

Transferência ou
criopreservação
do embrião
A PRODUÇÃO DE EMBRIÕES NO BRASIL DE 1995-2010
350.000
Total de embriões produzidos

300.000

250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
FIV TE Total
RESULTADOS CONSOLIDADOS DE DIFERENTES
CENTRAIS COMERCIAIS DE PIVE NO BRASIL

Indicador de eficiência Valor médio (N) Variação

COC recuperados por aspiração 19,9 (528.743/26.598) 15,2-24,4

Taxa de embriões 35,4% (123.624/348.957) 32,9-41,2%

Taxa de gestação 38,5% (30.729/79.798) 36,0-41,0%


RESULTADOS CONSOLIDADOS DE DIFERENTES
CENTRAIS COMERCIAIS DE PIVE NO BRASIL

Indicador de eficiência Valor médio (N) Variação

COC recuperados por aspiração 19,9 (528.743/26.598) 15,2-24,4

Taxa de embriões 35,4% (123.624/348.957) 32,9-41,2%

Taxa de gestação 38,5% (30.729/79.798) 36,0-41,0%


RESULTADOS CONSOLIDADOS DE DIFERENTES
CENTRAIS COMERCIAIS DE PIVE NO BRASIL

Indicador de eficiência Valor médio (N) Variação

COC recuperados por aspiração 19,9 (528.743/26.598) 15,2-24,4

Taxa de embriões 35,4% (123.624/348.957) 32,9-41,2%

Taxa de gestação 38,5% (30.729/79.798) 36,0-41,0%


RESULTADOS CONSOLIDADOS DE DIFERENTES
CENTRAIS COMERCIAIS DE PIVE NO BRASIL

Indicador de eficiência Valor médio (N) Variação

COC recuperados por aspiração 19,9 (528.743/26.598) 15,2-24,4

Taxa de embriões 35,4% (123.624/348.957) 32,9-41,2%

Taxa de gestação 38,5% (30.729/79.798) 36,0-41,0%


RESULTADOS CONSOLIDADOS DE DIFERENTES
CENTRAIS COMERCIAIS DE PIVE NO BRASIL

Indicador de eficiência Valor médio (N) Variação

COC recuperados por aspiração 19,9 (528.743/26.598) 15,2-24,4

Taxa de embriões 35,4% (123.624/348.957) 32,9-41,2%

Taxa de gestação 38,5% (30.729/79.798) 36,0-41,0%


PARTICIPAÇÃO (%) DAS RAÇAS TAURINAS
E ZEBUÍNAS NA PIVE NO BRASIL

2,7

51,5 48,5
97,3

Zebu Taurinos Zebu Taurinos

TE FIV
PARTICIPAÇÃO (%) DAS RAÇAS TAURINAS
E ZEBUÍNAS NA PIVE NO BRASIL
100
90
% de participação no total de

80
70
60
embriões

50
40
30
20
10
0
Gir Girolando Holandês
TE FIV
DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS NO BRASIL EM 2010
Técnica de produção
Grupamento racial e segmento In vivo In vitro Subtotal
Zebuínos leiteiros 1.956 (19,2%) 48.310 50.266
Taurinos leiteiros 8.208 (80,8%) 6.980 15.188
Subtotal 10.164 55.290 65.454
Zebuínos de corte 16.961 (58,9%) 208.867 (99,9%) 225.828
Taurinos de corte 11.849 106 11.955
Subtotal 28.810 208.973 237.783
Total por técnica 38.974 264.263 303.237
DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS NO BRASIL EM 2010
Técnica de produção
Grupamento racial e segmento In vivo In vitro Subtotal
Zebuínos leiteiros 1.956 (19,2%) 48.310 50.266
Taurinos leiteiros 8.208 (80,8%) 6.980 15.188
Subtotal 10.164 55.290 65.454
Zebuínos de corte 16.961 (58,9%) 208.867 (99,9%) 225.828
Taurinos de corte 11.849 106 11.955
Subtotal 28.810 208.973 237.783
Total por técnica 38.974 264.263 303.237
DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS NO BRASIL EM 2010
Técnica de produção
Grupamento racial e segmento In vivo In vitro Subtotal
Zebuínos leiteiros 1.956 (19,2%) 48.310 50.266
Taurinos leiteiros 8.208 (80,8%) 6.980 15.188
Subtotal 10.164 55.290 65.454
Zebuínos de corte 16.961 (58,9%) 208.867 (99,9%) 225.828
Taurinos de corte 11.849 106 11.955
Subtotal 28.810 208.973 237.783
Total por técnica 38.974 264.263 303.237
DISTRIBUIÇÃO DO TOTAL DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS NO BRASIL EM 2010
Técnica de produção
Grupamento racial e segmento In vivo In vitro Subtotal
Zebuínos leiteiros 1.956 (19,2%) 48.310 50.266
Taurinos leiteiros 8.208 (80,8%) 6.980 15.188
Subtotal 10.164 55.290 65.454
Zebuínos de corte 16.961 (58,9%) 208.867 (99,9%) 225.828
Taurinos de corte 11.849 106 11.955
Subtotal 28.810 208.973 237.783
Total por técnica 38.974 264.263 303.237
A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO MERCADO MUNDIAL
30 In vitro 250
% do Brasil no total mundial In vivo
25 200
PIVE no Brasil
20 TE no Brasil
150
15
100
10

5 50

0 0

Fontes: SBTE / IETS Ano


EVOLUÇÃO DO USO DA IA E DAS TECNOLOGIAS DE
EMBRIÕES NO BRASIL
12.000.000 350.000
Doses de sêmen comercializadas

10.000.000 300.000

Embriões produzidos
250.000
8.000.000
200.000
6.000.000
150.000
4.000.000
100.000

2.000.000 50.000

0 0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: SBTE / ASBIA


Inseminação artificial Atividade de TE e FIV
OBRIGADO!

Bruno Campos de Carvalho


bruno@cnpgl.embrapa.br

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