You are on page 1of 61

UNICE – ENSINO SUPERIOR

IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA


GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

O USO INDEVIDO DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: REAÇÕES


SINTOMÁTICAS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
DE FORTALEZA/CE

PAULO CORJESU BRITO ALVES

Fortaleza – CE
2018.1
PAULO CORJESU BRITO ALVES

O USO INDEVIDO DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: REAÇÕES


SINTOMÁTICAS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA
DE FORTALEZA/CE

Trabalho acadêmico apresentado à UNICE –


Ensino Superior / IESF – Instituto de Ensino
Superior de Fortaleza, como requisito para
obtenção do título de bacharel em Farmácia, sob
orientação da Profa. Esp. Natalia Ferreira de
Oliveira e Profa. Elisa Maria Duarte.

Fortaleza – CE
2018.1
Trabalho acadêmico apresentado à UNICE – Ensino Superior / IESF – Instituto de
Ensino Superior de Fortaleza como requisito necessário para conclusão do grau de
Bacharel em Farmácia. A citação a qualquer trecho deste trabalho acadêmico é
permitida desde que em conformidade com as normas da ética cientifica.

___________________________________________________
Paulo Corjesu Brito Alves

Apresentação em: _______/_______/________

Orientadora: Profa. Esp. Natália Ferreira de Oliveira

1ª Examinadora: Profa. Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce

2ª Examinadora: Profa. Elisa Maria Duarte

Coordenador do Curso: Prof. Me Fábio Luiz Tartuce Filho


Dedico

À minha família, Paulo Elias e Maria Isabel, pelo amor e apoio


incondicional, em especial ao meu grande amor Isabelle, minha
esposa, amiga e mãe de meus filhos, pelo suporte no pouco
tempo que lhe coube, minha mãe pelas suas orações e
incentivo, ao meu Deus que me proporcionou a oportunidade
de fazer esse curso com paciência e amor, aos amigos que
sempre torceram pela minha vitória.
AGRADECIMENTOS

Considerando este trabalho acadêmico como resultado de uma


longa caminhada, agradecer pode não ser tarefa fácil, nem justa. Para não correr o
risco da injustiça, agradeço de antemão a todos que de alguma forma passaram
pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje.

Agradeço, primeiramente, a Deus, que me deu saúde e força


para superar as dificuldades e, dessa forma, realizar minhas conquistas, como
também a algumas pessoas pela contribuição direta na construção deste trabalho:

A toda a equipe da coordenação e apoio do IESF - Instituto de


Ensino Superior de Fortaleza / UNICE - Ensino Superior, do curso de Farmácia, em
especial à Profa. Dra. Terezinha Tartuce, Profa. Elisa Duarte, Prof. Cláudio Nunes e
a todos os outros funcionários da instituição UNICE, que, todas às vezes, abriram as
portas e o coração para que eu pudesse chegar com êxito a este bacharelado.

Aos meus colegas de Curso um agradecimento muito afetuoso


por terem colaborado em momentos decisivos de cada semestre: ao amigo Antônio
Silvanor (Tony), Diego Mota (Mineirinho), Camila Soares, Fátima, Andreia, e tantos
outros amigos dos diversos semestres e aos que estiveram comigo nos momentos
mais difíceis dessa caminhada.

Enfim, a todos os professores que passaram em minha vida


acadêmica, meu respeito e gratidão pelos momentos de partilha do conhecimento e
troca de aprendizado, especialmente ao Professor Fábio Filho, com quem mais
convivi e tive oportunidade de compartilhar uma carga horária grande de
conhecimentos.

Sinceramente obrigado e espero retribuir com meu trabalho


tudo que aprendi ao longo desses anos de bacharelado.
RESUMO

As drogas são substâncias naturais ou sintéticas, que são capazes de alterar o


funcionamento do organismo humano, podendo ser classificadas como lícitas ou
ilícitas, sendo as ilícitas proibidas por lei, como a maconha, o crack e a cocaína. O
consumo indevido de drogas é um fenômeno mundial e deve ser encarado como
grave problema de saúde pública em todo o mundo. O uso de drogas ilícitas
constitui um problema entre adolescentes do mundo globalizado. Atualmente, as
drogas lícitas e ilícitas estão presentes em todos os locais, desde os grandes
centros urbanos, aos pequenos municípios e seus vilarejos. Isso torna o acesso e o
abuso de drogas um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais e pelos
órgãos de saúde pública, principalmente em relação ao uso abusivo de álcool e
tabaco entre adolescentes. Diante deste fato, são de suma importância analisar qual
o conhecimento e a consciência que os adolescentes de escolas públicas têm sobre
os efeitos e a consequência do uso indevidos de drogas. Com embasamento de
teóricos em diversos aspectos para a pesquisa realizada sobre o uso das drogas, na
fase da adolescência, os fatores de riscos e proteção ao uso de drogas, a
dependência, a influência do ambiente, a abstinência de drogas, a reação
sintomática, a reação e toxidade, o consumo de álcool, tabaco e outras drogas. A
pesquisa constatou que, boa parte dos adolescentes da escola já fez uso indevido
de drogas lícitas e ilícitas por se tratar de um dos lugares de maior tráfico de
Fortaleza. Os dados coletados apontam que, adolescentes com a idade inferiores a
14 anos e superiores a 17 anos, já usaram ou usam variadas substâncias
entorpecentes, entre elas as bebidas alcoólicas e/ou tabaco

Palavras-chave: Adolescência; Droga; Reações Sintomáticas.


SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................08

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................09

CAPÍTULO I. AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS ....................................................12


1.1 O Uso das Drogas ...............................................................................................14
1.2 A Adolescência ....................................................................................................17
1.3 Os Fatores de Risco e Proteção ao Uso de Drogas............................................19
1.4 O papel do Farmacêutico ....................................................................................20

CAPITULO II. DEPENDENCIA PELO USO ABUSIVO DE DROGAS ......................23


2.1 A Dependência e Tolerância ...............................................................................23
2.2 A Droga, a Pessoa e o Ambiente ........................................................................25
2.3 Abstinência de Drogas ........................................................................................26

CAPITULO III. REAÇÕES SINTOMÁTICAS DE DROGAS NA ADOLESCENCIA ..30


3.1 Reação Sintomática ao Uso de Drogas...............................................................30
3.2 Reação e Toxidade .............................................................................................32
3.3 Drogas Lícitas .....................................................................................................33
3.3.1 O Álcool .........................................................................................................33
3.3.2 O Tabaco .......................................................................................................34
3.4 Drogas Ilícitas......................................................................................................35
3.4.1 A Maconha ....................................................................................................36
3.4.2 Os Solventes e Inalantes...............................................................................37
3.4.3 O Ansiolítico ..................................................................................................37
3.4.4 As Anfetaminas .............................................................................................38
3.4.5 A Cocaína......................................................................................................38
3.4.6 Crack e Merla ................................................................................................39
3.4.7 As Drogas Alucinógenas ...............................................................................40
3.4.8 O LSD............................................................................................................40
3.4.9 Êxtase ou Exctasy .........................................................................................40

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO ...................................................................42


4.1 Método da Pesquisa ............................................................................................43
4.2 Universo da Pesquisa..........................................................................................44
4.3 Perfil do Sujeito ...................................................................................................44
4.4 Demonstração dos Dados ...................................................................................45
4.5 Análise dos Resultados .......................................................................................50

CONCLUSÃO ...........................................................................................................53

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................55

FONTES ON-LINE ....................................................................................................56

APÊNDICES .............................................................................................................58
LISTA DE SIGLAS

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APA – América Psychiatric Association

CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis

ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

FMSD – Fundação para um Mundo Sem Droga

MEC – Ministério da Educação

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

SNC – Sistema Nervoso Central

THC – Tetraidrocanabinol

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura.
INTRODUÇÃO

Diante dos inúmeros desafios sociais da atualidade constata-se


a relevância do tema drogas lícitas e ilícitas na adolescência, visto ser um assunto
que certamente está presente na vida dos adolescentes e passa de alguma forma
pela profissão na qualidade de farmacêuticos. O caso é de extrema urgência, as
drogas chegam toda hora a todas as classes sociais e seus consumos indevidos
atingem preferencialmente aos adolescentes. É necessário agir e buscar formas de
prevenir e tratar esse mal que invade a sociedade e, para isso, precisa-se estar bem
informado.

Além disso, é importante que sejam realizadas pesquisas para


determinar a situação do uso das drogas entre adolescentes nos diferentes espaços
sociais e geográficos. Com base em estudos desta natureza, os profissionais das
áreas de educação e saúde, podem dentre outras atividades, planejar estratégias
preventivas ao uso de drogas entre adolescentes, por isso esse trabalho será útil
para identificar a situação em que se encontram os adolescentes na escola de
Fortaleza/CE, conhecer os efeitos e fatores de risco e proteção ao consumo de
drogas, saber o que os adolescentes pensam sobre drogas e o que levaria estes
consumirem.

A partir dessa perspectiva, a presente pesquisa apresenta a


seguinte problemática: Quais as localidades onde há uma maior incidência do
consumo de drogas de abuso e o que os adolescentes de escola pública conhecem
sobre seu uso indevido e suas reações sintomáticas?

Para isso investigam-se duas hipóteses levantadas a fim de


responder a problematização em questão: Uma é que a exacerbação do uso
indevido de drogas chega mais rápido aos adolescentes. A outra supõe que os alvos
mais visados pelas pessoas envolvidas com a venda e distribuição são alunos das
escolas de ensino médio. É possível que em Fortaleza/CE a população masculina
tenha maior preferência para as drogas não medicamentosas, enquanto as
10

femininas tendem para os psicotrópicos, conforme apontam os dados estatísticos


apresentados por levantamento de órgãos governamentais e outras instituições
apresentados posteriormente, pensa-se que, boa parte dos adolescentes da escola
pesquisada, já fizeram uso indevido de drogas ilícitas por se tratar de um dos
lugares de maior tráfico de Fortaleza/CE. Acredita-se que esses adolescentes com
idade inferior a 14 anos e superior a 17 anos, devem ter usado variadas substâncias
entorpecentes, álcool ou tabaco. Supõe-se que uma percentagem maior destes
alunos, devem ter experimentado bebidas alcoólicas, cigarros e outros derivados do
tabaco, antes dos 15 anos e crack, maconha e cocaína depois dessa idade. Supõe-
se que, a experiência com essas drogas ilícitas nesta faixa etária, poderá interferir
no curso normal da vida resultando em consequências irremediáveis.

Por isso, este trabalho está restrito aos adolescentes estudan-


tes de uma Escola de Ensino Médio, no Bairro Pirambú, em Fortaleza/CE, e, para
maior eficácia do trabalho, é indispensável identificar as características sociodemo-
gráficas da amostra utilizada, com o objetivo de poder sugerir estratégias a serem
trabalhadas para a prevenção ao uso indevido de drogas nesta faixa etária.

Desta forma, o trabalho acadêmico está estruturado em quatro


capítulos distintos:

O primeiro capítulo conceitua e relata sobre as drogas lícitas e


ilícitas, aborda a questão do uso dessas drogas, traz para discursão a questão da
adolescência e sua relação com essas substâncias, levanta outras questões como
os fatores de riscos e proteção ao uso de drogas por adolescentes e trata do papel
do profissional farmacêutico na orientação aos ricos do uso indevido de drogas.

O segundo capítulo aborda a questão da dependência e


tolerância pelo abuso de drogas, fala sobre a dependência e tolerância do
organismo do adolescente à droga, apresenta a relação com a pessoa e o ambiente,
discorre sobre a abstinência de drogas, desde o uso experimental, uso recreativo ou
ocasional, uso habitual e uso dependente.

O terceiro capítulo explica mais especificamente sobre as


11

reações sintomáticas das drogas na adolescência, onde apresentam também as


reações sintomáticas do uso de álcool e outras drogas na adolescência, sua reação
sintomática pontuando aquelas que deprimem as atividades do SNC, drogas que
estimulam as atividades do SNC, drogas que perturbam o SNC, sua reação e
toxidade, destaca o consumo de álcool, tabaco e outras drogas.

O quarto capítulo apresenta a pesquisa de campo realizado por


meio de formulário específico, sobre o uso indevidos de drogas e suas reações
sintomáticas em adolescentes, demonstra o método da pesquisa, seu universo, o
perfil do sujeito estudado, apresenta os dados em gráficos e analisa os resultados
coletados.

Portanto este trabalho pretende informar sobre o uso indevido


de drogas lícitas e ilícitas e suas reações sintomáticas em adolescentes, identificar
para esses jovens sobre os efeitos do uso de drogas lícitas e ilícitas, conhecer os
possíveis fatores de risco e proteção para o uso de drogas na adolescência, como
também conhecer o perfil dos adolescentes escolares que participaram da pesquisa.
12

CAPÍTULO I. AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS

No campo da conceituação as drogas são substâncias naturais


ou sintéticas, que são capazes de alterar o funcionamento do organismo. De acordo
com as normas legais, e dependendo do país, as drogas podem ser classificadas
como lícitas ou ilícitas. As drogas lícitas são as legalizadas, produzidas e
comercializadas livremente, sendo exemplo o álcool e o cigarro, enquanto que as
drogas ilícitas, cujo a comercialização é proibida por lei, citamos a maconha, o crack
e a cocaína, socialmente não aceitas.

Entretanto, o consumo indevido de drogas é um fenômeno


mundial e, deve ser encarado como grave problema de saúde pública em todo o
mundo. As drogas lícitas e ilícitas estão presentes em todos os locais, por mais
distante que estejam dos grandes centros urbanos, os pequenos municípios e seus
vilarejos, também sofrem com o consumo das drogas e suas consequências. As
drogas constituem um problema do novo mundo globalizado.

Nesse cenário, as drogas ilícitas, tem seu comércio classificado


como tráfico de drogas, sendo praticado por organizações criminosas que se
caracterizam pela transnacionalidade, por isso combatê-lo de forma nacional
adotando medidas de prevenção, combate ao tráfico e uso de drogas não resolvem
esse problema. Os representantes dos países precisam se reunir em busca de
soluções razoáveis no sentido de coibir o tráfico e as consequências do uso de
drogas, como as conferências e encontros internacionais.

Levando-se em conta os dados apresentados pelo CEBRID –


1
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, nos últimos anos o
consumo de drogas lícitas e ilícitas tem aumentado entre a população adolescente
brasileira, é possível pesquisar se, os alvos mais visados pelas pessoas envolvidas

1
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Secretaria Livreto
informativo sobre drogas psicotrópicas. Disponível em: http://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/
politicas-sobre-drogas/cartilhas-politicas-sobre-drogas/drogaspsicotropicas.pdf Acesso em:
01/mar/2018. (a)
13

com a venda e distribuição são adolescentes e jovens alunos das escolas de ensino
médio e em última instância, as universidades.

Com efeito, esse mesmo centro de pesquisa aponta que a


população masculina tem maior preferência para as drogas não medicamentosas,
enquanto as femininas tendem para as psicotrópicas.

Como se não bastasse, esse centro ainda ressalta, que, as


autoridades competentes investem muitos recursos públicos em repressão, ações
para o controle do tráfico, ficando as medidas de prevenção e tratamento de drogas
com poucos recursos e menos apoio logístico, o que favorece além dos outros
fatores a disseminação, adesão, e o crescimento do número de traficantes, e,
conseguintemente dependentes das drogas. Sabe-se que, é menos caro a
prevenção do que o tratamento e a repressão, pois a situação é bem mais
complexa.

Nesse seguimento, dentre os inúmeros desafios da sociedade


atual, existe o uso das drogas lícitas e ilícitas pelos adolescentes, que cresce
assustadoramente e consome o sonho de uma vida promissora de muitos deles que
permeiam todas as classes sociais. Os educadores, profissionais de saúde e pais,
precisam trabalhar juntos, com o objetivo de informar, interagir, orientar aos
adolescentes sobre os perigos que o mundo das drogas representa na vida de
qualquer pessoa.

Por outro lado, é notório o espaço que as drogas lícitas e


ilícitas encontram na sociedade. Como os adolescentes, representam o público alvo
de muitos traficantes pela própria vulnerabilidade desta faixa etária. A mídia
transmite continuamente reportagens em que as crianças e os adolescentes são os
principais envolvidos no tráfico. E como consequência da expansão do uso das
drogas surge uma juventude com o futuro comprometido.

Portanto, vale salientar que, os efeitos das drogas atingem não


só os usuários, mas diretamente todos os seus familiares e amigos e indiretamente
a sociedade como um todo, visto que, é cada vez mais comum a violência
14

desenfreada em todos os níveis, principalmente, cometida por dependentes


químicos.

2
ALVES observa que, nem os governos, nem as entidades
não-governamentais ou particulares, são capazes de conter o uso das drogas, pois
há um sistema muito bem articulado e de um eficiente controle situacional,
especialmente nas comunidades carentes de todo pais, tanto nas capitais como nos
pequenos interiores dos estados brasileiros, já é possível ver nos muros as
pichações e as sinalizações de onde se tem a presença, consumo e controle dessas
substâncias devastadoras.

Verifica-se nesse contexto que, o problema é gravíssimo, pois


envolve a vida de centenas de jovens que são assassinados, ou morrem por
overdose todos os anos, o que gera outros grandes desafios para qualidade de vida,
gerando violência, insegurança e diversos impactos sociais.

Contudo, não é apenas um problema que se combata somente


com repressão, aos que fabricam e comercializam, é necessária uma mobilização
maior junto as autoridades, familiares e sociedade. Precisa-se da participação de
todos os cidadãos. Os pais, os professores, os policiais, os profissionais de saúde,
os cidadãos em geral precisam conhecer, e trabalhar este tema para que, de forma
preventiva, possamos evitar ao menos, a dependência de novas pessoas.

1.1 O USO DAS DROGAS

A história das civilizações deixa claro que, o uso de certas


substâncias (como as drogas) é uma prática humana bem recorrente. Não existe
sociedade que não tenha recorrido ao seu uso em todos os tempos, quer com
finalidades curativas, paliativas, preventivas, ritualistas, dentre outras.

De acordo com TAVARES, BÉRIA e LIMA,

2
Paulo Corjesu Brito Alves. Saúde e Educação: Atenção primaria às crianças e adolescentes nas
Escolas Brasileiras. UNESA-RJ. 2014, p. 19.
15

A partir da década de 60, o consumo de drogas transformou-se


em uma grande preocupação nos países industrializados. Sua
alta frequência, os possíveis riscos à saúde, consequências
pessoais e sociais fazem com que o uso de drogas, atual-
mente, seja considerado um grave problema de saúde pública
mundial. 3

Essa preocupação se fortaleceu nos últimos anos conforme os


levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os
jovens no mundo e no Brasil. Esses levantamentos mostraram que é na passagem
4
da infância para a adolescência que se inicia esse uso. HIRD et al. apresenta que
no Estados Unidos, estima-se que cerca de três milhões de crianças e adolescentes
fumem tabaco. Segundo o mesmo, o álcool é usado pelo menos uma vez por mês
por mais de 50% dos estudantes das últimas séries do que corresponde ao ensino
médio, sendo que 31% chega a se embriagar mensalmente. Esses pesquisadores
encontraram que o uso de drogas varia de acordo com o sexo e, em meninos, esse
uso aparece associado com mais frequência à delinquência.

Considerando a realidade da América Latina, apresentada


pelos estudos que investigam o uso de drogas por adolescentes por meio de
questionários anônimos auto aplicados indicam que o álcool é a substância mais
consumida, sendo as taxas mais elevadas no sexo masculino.

Por outro lado, no Brasil, conforme levantamentos realizados a


partir de 1987 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre as Drogas Psicotrópicas
5
– CEBRID da Universidade Federal de São Paulo, têm documentado uma
tendência ao crescimento do consumo. Em 1997, o CEBRID mostrou que existe
uma tendência ao aumento do consumo de inalantes, da maconha, da cocaína e de
crack em determinadas capitais brasileiras.

3
Beatriz Franck Tavares; Jorge Umberto Béria; Maurício Silva de Lima. Prevalência do uso de drogas
e desempenho escolar entre adolescentes. Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/rsp/v35n2/4399.pdf Acesso em: 02/ago/2017.
4
S. Hird et al. Adolescents. In: J. H. Lowinson et al. Substance abuse: A comprehensive textbook.
1997, p. 683-692.
5
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. V levantamento nacional
sobre o consumo de drogas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de
ensino nas 27 capitais brasileiras – 2004. Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/levan
tamento _brasil2/index.htm Acesso em: 03/ago/2017. (b)
16

Embora, segundo GALDURÓZ, “(...) o álcool e o tabaco sejam


as drogas mais utilizadas ao longo da vida, e com mais problemas associados, com
a violência e acidentes no trânsito.” 6

Numa amostra nacional de estudantes, pesquisadores


identificaram como a violência doméstica e a qualidade do relacionamento familiar
são importantes fatores relacionados ao uso de drogas conforme explicam
CARVALHO et al. 7 Enquanto BAUS, KUPEK e PIRES 8
encontraram associação do
uso de drogas com separação dos pais e não residir com os pais.

9
Em outra mostra de 1997, MUZA et al. realizaram na cidade
de Ribeirão Preto, SP, um estudo transversal em 1025 escolares da rede pública e
privada, utilizando um questionário anônimo auto aplicado. Este estudo mostrou que
o uso na vida de drogas ilícitas é maior na burguesia, enquanto que o de álcool é
maior no proletariado. Mostrou ainda que todas as taxas de uso crescem com a
idade, sendo o consumo maior no sexo masculino, exceto para os medicamentos.

10
Afirma CALDEIRA, a comparação de outros estados brasilei-
ros, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, realizou um estudo, em 1997, que avaliou
3.139 estudantes da quinta série do primeiro grau à terceira série do segundo grau
de escolas públicas, possibilitando comparar as taxas de uso experimental ao longo
da vida com as de uso habitual (últimos 30 dias). O estudo encontrou um consumo
ao longo da vida e nos últimos trinta dias, respectivamente, de 77,7% e 19,5% para
álcool; 34,9% e 4,6% para tabaco; 9,2% e 2,8% para inalantes; 7,1% e 1,6% para
tranquilizantes; 6,3% e 2,0% para maconha; 1,9% e 0,6% para cocaína.

6
José Carlos Fernandes Galduróz apud Paula Silva Mardegan et al. Uso de substâncias psicoativas
entre estudantes de enfermagem. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/jbpsiq/v56n4/a04v56n4 Acesso em: 04/ago/2017.
7
Vera Carvalho et al. Drug and alcohol use and family characteristics: a study among Brazilian high
school student. Addiction. Disponível em: http://www.ingentaconnect.com/content/carfax/cadd/1995/
00000090/00000001/art00010 Acesso em: 04/ago/2017.
8
José Bausa; Emil Kupek; Marcos Pires. Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de
drogas entre escolares. Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n1/
8114.pdf Acesso em: 05/ago/2017.
9
Gilson M. Muza et al. Consumo de substâncias psicoativas por adolescentes escolares de Ribeirão
Preto, SP (Brasil). II – Distribuição do consumo por classes sociais. Revista Saúde Pública.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v31n2/2158.pdf Acesso em: 06/ago/2017.
10
Zélia Freire Caldeira. Uma proposta de trabalho preventivo: da teoria à prática. 1998, p. 20-27.
17

1.2 A ADOLESCÊNCIA

Para início de conversa, conforme registrado em Marco Legal

(...) não há uma definição única do que vem a ser adolescência


e juventude. Esses conceitos variam de acordo com o mo-
mento histórico e cultural, de modo que cada sociedade acaba
por conceber o (a) adolescente e o(a) jovem à sua própria ima-
gem. 11

Tem-se ideia que a adolescência é uma fase marcada por


mudanças hormonais que afetam totalmente o jeito de ser e de agir das pessoas
que estão nessa fase. Existem muitas características consideradas próprias desse
ciclo de vida, que estão vinculadas as construções sociais, e de épocas, como, por
exemplo, a modernidade, o ocidente e o século XX.

O documento Marco Legal citado, define a adolescência como:

A etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta,


marcada por um complexo processo de crescimento e desen-
volvimento biopsicossocial. (...) A legislação brasileira consi-
dera crianças as pessoas de 0 a 11 anos de idade e adoles-
centes as que têm entre 12 e 18 anos. 12

É bem relevante saber que, a Organização Mundial da Saúde -


13
OMS, já considerou como período da adolescência a faixa etária entre 10 e 19
anos, e mais recente a mesma concebe como adolescentes e jovens como as
pessoas na ampla faixa de 10 a 24 anos e que o Ministério da Saúde – MS usa
como referência essa definição da OMS. Para ambos a adolescência integra a
juventude, que por sua vez é mais ampla e não se limita a uma etapa cronológica da
vida e não pode ser definida por uma simples limitação etária, podendo ser
entendida mais como um processo vivido distintamente pelas pessoas em busca de
autonomia e estabelecimento de um projeto de vida individual.

Faz-se necessário entender também que a adolescência é um

11
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do
Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. 2007, p. 6. (a)
12
Idem. Ibidem. p. 7. (a)
13
OMS – Organização Mundial da Saúde apud Idem. Ibidem. p. 7. (a)
18

período crítico na vida de cada indivíduo, pois nessa fase o jovem vivencia
descobertas significativas e afirma a personalidade e a individualidade. Caracterizar
a adolescência somente como faixa etária seria uma maneira muito simplista de
observá-la, uma vez que ela compreende a transformação do jovem até a idade
adulta, como é possível observar anteriormente, não apenas sob o ponto de vista
biológico, mas também social e principalmente, psicológico.

14
Segundo SAITO a adolescência torna-se o grupo mais
suscetível ao uso de drogas por ser uma fase da vida do ser humano caracterizada
por diversas mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais. Para a referida
autora, o adolescente passa por um período marcado pela indecisão. A tendência de
se reconhecer em um grupo e a sexualidade são aspectos importantes em que às
vezes pode acontecer um descompasso entre a acelerada mudança corporal e a
maturidade psíquica contribuindo para a insatisfação do adolescente com seu
próprio corpo.

Conforme apresentado é nesta fase que o adolescente se torna


mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde como o uso de
drogas. Inicialmente, faz-se o consumo de drogas lícitas, socialmente aceitas, para
acompanhar pais e amigos. Essa aparente prática inocente torna-se um fator de
risco para a entrada no mundo das drogas. E, dependendo de sua tribo, o
adolescente é pressionado ao uso experimental das drogas ilícitas, podendo ser
apenas um contato, ou, a partir deste, desencadear um quadro de dependência a
esta substância. Citado posteriormente no terceiro capítulo.

Nessa fase, o conceito de interação grupal é perceptível e, o


adolescente busca pertencer a um grupo com o qual se identifica. Esse terá a
capacidade de influenciar suas ações e, fará com que adote atitudes as quais serão
os desafios para sua aceitação no grupo. É nesse momento que os pais ou
responsáveis, tenham um cuidado redobrado com as escolhas que os adolescentes
tendem a fazer, sem, no entanto, sufocá-lo ou frustrá-lo.

14
Maria Ignez Saito. Adolescência, cultura, vulnerabilidade e risco. Pediatria. Disponível em: https://
pt.scribd.com/document/68387641/Adolescencia-Cultura-Vulnerabilidade-e-Risco Acesso em:
01/ago/2017.
19

Entretanto, é justamente nesse período, em que o grupo de


amigos atinge importância social principal, os conflitos familiares atingem o pico,
fazendo com que os pais percam um pouco do seu poder de controle sobre os filhos,
que buscam a imagem de adultos independente, no grupo de amigos ao qual estão
inseridos, o que é uma tendência natural dos adolescentes. É principalmente nesse
período de crise, que, as drogas entram em suas vidas.

Corroborando com essa ideia SCIVOLLETO, HENRIQUES


15
JUNIOR e ANDRADE ensinam que para alguns adolescentes, o uso indevido de
substâncias será apenas parte de seu processo de desenvolvimento, podendo
cessar com seu amadurecimento. Outros, porém, desenvolverão um uso
problemático, interrompendo o processo normal da adolescência, podendo trazer
graves consequências para a vida desses indivíduos.

O estudo sobre o comportamento dos adolescentes perante as


drogas é de fundamental importância uma vez que, é de conhecimento o fato de
que, tanto as medidas preventivas com as estatísticas disponíveis no país, são
insuficientes para tratar e dimensionar a problemática.

1.3 FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO AO USO DE DROGAS POR


ADOLESCENTES

Os fatores de riscos para o uso de drogas entre adolescentes


têm sido pouco estudados no Brasil, sendo a maior parte das informações
16
disponíveis a esse respeito serem de outros países. TAVARES et al. apontam que
fatores de risco podem ser enquadrados em: sociodemográficos (sexo, idade, classe
social); fatores associados ao uso de drogas com envolvimento familiar em consumo
de álcool ou drogas; não ser criado por ambos os pais; baixa percepção de apoio
paterno ou materno; ausência de prática religiosa; menor frequência de prática de
esporte.

15
Sandra Scivoletto; Sergio Goncalves Henriques Junior; Arthur Guerra de Andrade. Proposta de
tratamento para adolescentes usuários de drogas – a internação domiciliar como alternativa. Revista
Infanto. Disponível em: http://www.psiquiatriainfantil.com.br/revista/edicoes/Ed_04_1/in_09_06.pdf
Acesso em: 07/ago/2017.
16
Beatriz Franck Tavares; Jorge Umberto Béria; Maurício Silva de Lima. Op. Cit. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n2/4399.pdf Acesso em: 02/ago/2017.
20

Daí percebe-se muitas vezes, algumas condições de risco ao


uso de drogas que já fazem parte da própria fase da adolescência como uma
tentativa de responder ou resolver os seus conflitos psicossociais, as suas
necessidades de integração social, a busca da autoestima e de independência
familiar, para demonstrar que já é o dono de sua própria vida e de suas escolhas.
Isso provoca de certa forma uma inquietação ainda maior para seus responsáveis.

Diante do que se apresenta nessa faixa etária, faz-se


necessário o desenvolvimento de estudos sobre os fatores de proteção que tendem,
atualmente, buscar dar ênfase aos elementos positivos que levam um indivíduo a
superar as adversidades. Esse paradigma positivista leva a acreditar que, é possível
por meio de ações e programas, promover o bem-estar do adolescente atuando no
fortalecimento e no desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais.

Contudo, nessa luta contra o consumo de drogas, é importante


conhecer os fatores de risco e de proteção envolvidos neste processo, visto que,
quanto mais informações fidedignas tiverem sobre esta realidade melhor e efetivas
medidas, poderão ser tomadas para o seu controle. O presente estudo irá identificar
os fatores de risco e de proteção referenciados pelos adolescentes quanto ao uso de
drogas.

1.4 O PAPEL DO FARMACÊUTICO

O Farmacêutico como profissional da área de saúde precisa se


envolver na causa contra o uso indevido de drogas em todas as idades
especialmente na juventude, visto que, o futuro desse adolescente fica prejudicado
pelo resto de sua pouca vida. Esse profissional de saúde tem a obrigação de fazer
algo para colaborar direta ou indiretamente com a sociedade na conscientização e
prevenção do consumo indevido de drogas.

Dentre os profissionais da área de saúde, atua o farmacêutico


que, entre outras atividades, deve planejar estratégias preventivas ao uso de drogas
entre adolescentes, além de ser o profissional certo para identificar a situação em
que se encontram os adolescentes ao fazer uso de drogas ilícitas, pois conhece bem
21

os efeitos e fatores de risco do consumo de drogas e podem orientar os


adolescentes sobre as consequências do uso de drogas o que evitaria em tese, o
consumo.

Para isso é necessário à atuação dos educadores, profissionais


de saúde – incluindo-se aí o farmacêutico - e os pais, agindo em conjuntos com o
intuito de informar, interagir, orientar aos adolescentes sobre os perigos que o
mundo das drogas representa na vida de qualquer pessoa. Conforme as reflexões
do XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos, realizado de 1º a 4º de outubro, de
2005, organizado pelo Conselho Regional de Farmácia CRF-SP. 17

Nessas condições é por demais importante os profissionais de


saúde em primeiro lugar, conhecer e posteriormente ensinar, sobre os fatores de
risco e de proteção envolvidos neste processo, visto que quanto mais informações
fidedignas tem-se sobre esta realidade, melhor e efetivas medidas são tomadas,
para o seu controle e tratamento.

Por tudo que foi exposto, é possível aferir que as drogas tanto
lícitas, como ilícitas, principalmente podem alterar o funcionamento e a homeostasia
do organismo, causando várias reações adversas e prejudicando a saúde do
usuário.

O uso indevido de drogas lícitas e ilícitas é algo preocupante


no mundo todo e no Brasil não é diferente, pelo risco que esse uso representa e
somado a outros fatores psicossociais podem levar seu usuário a letalidade.

É indubitável que a adolescência é a fase mais propícia ao


risco desse uso por ser uma fase delicada onde as transformações ocorrem em
todos os aspectos e ao mesmo tempo uma fase de autoestima e autoafirmação no
grupo social do qual o adolescente faz parte.

17
CRF/SP – Conselho Regional de Farmácia de São Paulo. O papel do farmacêutico na redução de
danos por drogas de abuso. XIV Congresso Paulista de Farmacêuticos. Disponível em: http://abp.org.
br/portal/clippingsis/exibClipping/?clipping=829 Acesso em: 01/fev/2018.
22

Não é possível desconsiderar os fatores de riscos e proteção


quando o assunto em questão é o uso de drogas por adolescentes. Faz-se
necessário muito cuidado e uma certa cautela para não sufocar o desenvolvimento
da pessoa que está em formação. Nesse contexto, a orientação do farmacêutico é
fundamental e indispensável, visto ser ele o profissional mais qualificado para
orientar sobre as reações sintomáticas das substâncias no organismo e de sua
toxicologia.
23

CAPITULO II. DEPENDÊNCIA PELO USO ABUSIVO DE DROGAS

Entre os efeitos, reações e consequências que o uso abusivo


de drogas causa numa pessoa, está a dependência, muitas vezes negada por quem
oferece a substância. Fatos sobre esse uso são constantemente apresentados por
instituições nacionais e internacionais como a FMSD – Fundação Para Um Mundo
Sem Drogas, para que os adolescentes possam tomar decisões baseadas em
informações sérias acerca da dependência que essas substâncias causam e
viverem livres das drogas.

2.1 A DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA

As drogas têm a capacidade de alterar o comportamento social


de seus usuários. Elas alteram, por exemplo, o humor, o pensamento e os
sentimentos, ou seja, elas atuam tanto no campo objetivo, como no campo subjetivo
da pessoa que faz uso. Causando muitas vezes uma dependência tanto física como
psicológica.

As pessoas que abusam de drogas ou que as usam com


frequência (drogas de abuso), passam a sofrer de uma infeliz dependência
comportamental, mesmo quando inicialmente são utilizados para fins terapêuticos.

18
Como apresenta o autor O’BRIEN, a definição de
dependência físico-psicológica não é uma coisa simples e consonante entre as
sociedades. Para o autor, o uso abusivo e a dependência tem sido definidos e
redefinidos por várias organizações mundiais visto a complexidade do tema nos
últimos 25 anos.

O mesmo autor apresenta esse uso abusivo e sua


dependência como sendo uma espécie de síndrome de comportamento, em que se

18
Charles P. O’Brien. Dependência e uso de droga. In: Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner Björn
C. Knollmann. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 2012, p. 405.
24

apresenta durante o uso continuo de substância, mesmos que, no mínimo de dose,


cause um desejo de repetição.

Outrossim, define-se dependência, por sua vez, como um


estado psíquico, e em alguns casos físico, no qual o organismo passa a requerer
doses regulares de uma determinada droga para tentar se equilibrar.

19
Outros termos importantes apresentados por O’BRIEN na
abra de Goodman e Gilman, para entender os efeitos das drogas nos usuários é a
tolerância da qual é apresentada posteriormente. Entretanto vale ressaltar que no
campo conceitual tolerância é um fenômeno biológico que se pode atestar tanto
clinicamente como laboratorialmente.

Entende-se por tolerância, a situação em que o uso continuado


faz com que seja preciso aumentar progressivamente a dose para conseguir o
mesmo efeito. Isso acontece com alguns tipos de drogas como, por exemplo: álcool,
anfetamínicos, cocaína e xaropes que contenham a codeína em suas fórmulas.

Contudo é complexo diagnosticar com precisão e definir essas


síndromes comportamentais com relação ao uso indevido de drogas e sua
dependência, para isso há o uso de um sistema de diagnósticos para esses
distúrbios mentais, sendo o mais eficiente o da APA - América Psychiatric
Association.

Entretanto é muito comum entre os leigos da área da saúde o


uso do termo vício e viciado para designar o que nesse estudo se entende como
dependência química e dependente. O que se chama de vicio pode ser entendido
como uso compulsivo da droga, que apresenta uma síndrome de dependências da
substância e ultrapassa a dependência física e envolve uma dependência
psicológica. Vício para efeito desse estudo, não pode ser um termo pejorativo, mas,
interativo de dependência física e psicológica.

19
Charles P. O’Brien. Op. Cit. In: Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner Björn C. Knollmann. Op. Cit.
p. 405.
25

Ratificando esse conceito tem-se ainda, de acordo com o autor


citado anteriormente, o termo vício para efeito dessa pesquisa, como um
agrupamento de sinais e sintomas indicando que o indivíduo continua a usar
determinada substância, apesar de apresentar significativos problemas toxicológicos
relacionados à mesma.

Como se não bastasse, surgem outros termos de igual


relevância para quem pesquisa o uso indevido de drogas, além de dependência
física e psicológica é a síndrome de abstinência e a tolerância da substância, pois
uma apresenta evidências e outros sintomas. Contudo, nem a evidência da
tolerância e nem os sintomas das síndromes de abstinência, são capazes de
diagnosticar a dependência química da droga. Conforme afirmam os autores citados
no início.

Quando se propõe fazer um estudo de uso indevido de drogas,


tendo como objeto da pesquisa seres humanos, é inevitável o questionamento de
qual a probabilidade de uma determinada pessoa se tornar viciado, ou, mesmo
alguém, que abusa de determinada substância se tornar dependente.

20
Segundo O’BRIEN as variáveis são diversas e deve-se
observar pelo menos três aspectos que são a droga, a pessoa e o ambiente.

2.2 A DROGA, A PESSOA E O AMBIENTE

O referido autor citado referencia que, ao elaborar o estudo é


necessário a observância da variante droga (substância). Precisa-se, por exemplo,
saber qual a disponibilidade da droga ao alcance dos seus usuários, qual o custo
das mais acessíveis, qual o poder de ação da substância, qual seu teor de pureza,
como essa substância é administrada e quais vias são utilizadas, qual a velocidade
de ação da droga no organismo do usuário, quando termina seus efeitos e quais são
esses efeitos e como a substância interage com substâncias próprias do organismo,
alimentos e outras drogas.

20
Charles P. O’Brien. Op. Cit. In: Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner Björn C. Knollmann. Op. Cit.
p. 405.
26

Por outro lado, é preciso avaliar a pessoa-usuário. Questões


como hereditariedade, qual a tolerância que o usuário tem naturalmente, qual a sua
tolerância adquirida, qual o tempo que o usuário adquirir tolerância, como a pessoa
lida com a intolerância, que sintomas o usuário apresenta, qual a propensão a um
comportamento de risco, que experiência a pessoa já tem quanto ao uso indevido de
drogas e qual a expectativa prévia está sendo gerada para novo uso.

Quando o assunto é dependência e uso indevido de drogas,


não se pode excluir o ambiente como um importante variante nesse processo. É
importantíssimo se perguntar onde a pessoa está inserida, qual o contexto social,
como é sua comunidade, quais são seus grupos sociais, quais são seus modelos
(ídolos), como se diverte, como tem prazer, se trabalha, se estuda o que faz da vida
e como faz a vida acontecer.

É indubitável que, o contexto social e o ambiente, corroboram


para a saúde do indivíduo. Também em igual escala a saúde ocupacional citada por
21
KANE, quando explica que é necessário alertar a população sobre os riscos que
ela corre em ambientes não sadios e tempo ocioso, além de cuidado para prevenir
lugares infestados de drogas, etanol e fumaça de tabaco.

2.3 ABSTINÊNCIA DE DROGAS

Como consequência, um conjunto de sintomas clínicos surge


no usuário quando ele se abstém do uso da droga de abuso. Esses sintomas são
conhecidos como síndrome da abstinência. Para tratar dessas síndromes há
algumas intervenções terapêuticas inclusive a utilização de outras drogas, que
contribuem para diminuir essas crises de abstinência.

22
Segundo MARQUES e CRUZ essas situações não
acontecem com todas as drogas psicotrópicas, nem mesmo com a maioria delas. Na

21
Agnes B. Kane. Patologia Ambiental e Nutricional. In: Ramzi. S. Cotran; Vinay Kumar; Collins
Tucker. Patologia estrutural e funcional. 2012, p. 361.
22
Ana Cecília Petta Roselli Marques; Marcelo S. Cruz. O adolescente e o uso de drogas. Revista
Brasileira de Psiquiatria. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3794.pdf Acesso em:
12/maio/2018.
27

realidade, muitas variáveis operam simultaneamente para influenciar a probabilidade


de uma determinada pessoa tornar-se dependente, ou não.

23
Como consequência o Ministério da Saúde adverte que a
falta da droga, ou a diminuição de sua dose, e de seu consumo, pode causar
também reações no adolescente, como algumas perturbações psíquicas ou físicas
como a sensação de profundo mal-estar físico e psicológico, dores no corpo,
irritabilidade, falta de sono, vazio, falta de concentração, dentre outros, que
corroboram para síndrome da abstinência ou desistência da escala e da vida. Essa
síndrome de abstinência manifestada pela ausência da droga torna o adolescente
momentaneamente muito irritado, com insônia excessiva, apresenta um quadro de
sudorese ou sudoração, podendo apresentar também dor e câimbra pelo corpo todo
e em casos extremos, apresentar convulsões.

Partindo desses pressupostos considera-se que o consumo de


drogas lícitas, como álcool, tabaco e alguns medicamentos pode iniciar na vida de
um adolescente de modo experimental, recreativo ou ocasional sendo ao mesmo
tempo comum, mas prejudicial à sua saúde, afetando e modificando sua vida em
todos os aspectos.

24
Conforme SILVEIRA e DOERING-SILVEIRA estudiosos do
assunto, esses padrões de uso considerando o grau de consumo, são de quatro
tipos:

 Uso experimental – a pessoa mantém um contato inicial com a substância,


experimentando seus efeitos, verificando sua funcionalidade e, normalmente,
cedendo à curiosidade pessoal ou à indicação ou imitação de outras pessoas,
incluindo amigos(as) e parentes.

 Uso recreativo ou ocasional – a substância é utilizada em determinadas

23
Brasil. Ministério da Saúde. Álcool e outras drogas: Adolescentes e Jovens para a Educação entre
Pares. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.pdf Acesso em: 01/fev/2018. (b)
24
Dartiu Xavier da Silveira; Evelyn Borges Doering-Silveira. Padrões de uso de drogas. Disponível
em: http://www.aberta.senad.gov.br/modulos/capa/padroes-de-uso-de-drogas Acesso em:
02/fev/2018.
28

situações, normalmente em festas ou rituais. Um exemplo, o champanhe é utilizado


para brindar a felicidade dos noivos em um casamento; a caipirinha para abrir o
apetite antes da feijoada.

 Uso habitual – é quando o uso da substância fica mais frequente, ou seja,


começa a fazer parte da rotina. Por exemplo, tomar um relaxante muscular, ou fumar
um baseado toda noite antes de dormir para relaxar.

 Uso dependente – é quando o álcool ou as outras drogas assumem um papel


prioritário na vida de quem os utiliza, de modo que os usuários necessitem consumir
a substância constantemente para sentirem-se bem ou evitar sensações de
sofrimento. Por exemplo, um usuário de tabaco que, de hora em hora, tem que parar
o que está fazendo para fumar um cigarro. A dependência traz consigo efeitos
prejudiciais não só para a saúde física e mental do próprio usuário. Traz prejuízos,
inclusive, nos relacionamentos sociais e no rendimento escolar.

Ainda, segundo teóricos referendados reconhece-se que, a


maioria das pessoas que faz uso de substâncias psicotrópicas, não é dependente,
permanecem em níveis de consumo que não traz problemas para seus
relacionamentos sociais; para sua saúde física e mental; se mantêm orientados
pelas regras existentes na sociedade em que vivem. Quando se aborda o uso de
drogas e mais especificamente drogas ilícitas, se apresenta uma temática
indispensável que é a dependência pelo uso abusivo de drogas.

É cientificamente comprovado que, uma das reações


sintomáticas que o uso das drogas causa é a dependência, que é um tipo de
condição que o organismo desenvolve para realizar a homeostasia. Outras reações
como tolerância e síndrome de abstinência, podem aparecer no usuário de drogas
com características bem claras, quanto à presença ou a sua falta no organismo.
Essas reações são condicionadas a certas variáveis, que podem facilmente ser
constatadas na pesquisa de campo como tipo de droga, de pessoa, reconhecendo
uma certa influência da hereditariedade e do ambiente.

Diga-se de passagem, que, a maioria das pessoas que fazem


29

uso experimental, recreativo e ocasional, não manifesta essas reações em um nível


elevado, o faz com discreta moderação, o que maquia o vício.

Por meio da discussão exposta anteriormente fica esclarecido


que, usar droga em qualquer fase da vida é prejudicial, especialmente na fase da
adolescência por causa da dependência e da tolerância que essa droga causa, tanto
física, como psicológica. Conseguintemente essa droga afeta não apenas a pessoa
em particular, mas todo o ambiente onde o usuário está inserido.

A recuperação desencadeia uma série de fenômenos químicos


e orgânicos no dependente, como a síndrome da abstinência, com um quadro clínico
aparentemente complicado. Nessas condições não é fácil superar a dependência,
sem auxílio de outras pessoas, principalmente, profissionais da saúde.
30

CAPITULO III. REAÇÕES SINTOMÁTICAS DAS DROGAS NA ADO-


LESCÊNCIA

Entre as reações sintomáticas causadas pelo uso de drogas na


adolescência destaca-se as reações sintomáticas causadas pelo consumo do álcool
e outras drogas na adolescência, por ser de início uma droga que estimula as
atividades do SNC – Sistema Nervoso Central e logo após deprime ou perturba as
atividades do SNC, por causa de sua toxidade.

Não há dúvida que o álcool é a substância, ou seja, as drogas


mais consumidas por adultos, jovens e possivelmente adolescentes no Brasil.
Segundo pesquisa realizada pelo CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre
25
Drogas e apresentada pelo MS que apresenta um estudo continuado sobre o uso
das diferentes drogas pelos estudantes brasileiros, o resultado é - o álcool é a droga
mais utilizada pelos adolescentes e jovens escolarizados. Na mesma pesquisa o
cigarro é apontado como segunda droga utilizada por eles.

3.1 REAÇÃO SINTOMÁTICA AO USO DE DROGAS

Do ponto de vista farmacológico e fisiológico, uma das reações


causadas pelo uso indevido ou abusivos de drogas são as alterações no
funcionamento do Sistema Nervoso Central – SNC. Alterando assim as percepções
e sensações, devido a trocas químicas de substâncias neurotransmissoras de um
neurônio para o outro. Causando em muitos casos a lentidão, o desligamento e o
desinteresse do usuário, porque atividade cerebral e reduzida e seu funcionamento
26
fica deprimido. Conforme cita ARAÚJO e CALAZANS, contrapondo a essa reação,
há outra reação sintomática consequente desse uso que gera a exacerbação do

25
Brasil. Ministério da Saúde apud Tomás José Silber; Ronald Pagnoncelli de Souza. Uso e abuso de
drogas na adolescência: o que se deve saber e o que se pode fazer. Adolescência Latinoamericana.
Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4466.pdf Acesso em:
01/maio/2018.
26
Toe W. Araújo; Gabriela Calazans apud UNESCO – Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura MEC – Ministério da Educação. HQ SPE: Um guia para utilização em
sala de aula. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001882/188264por.pdf Acesso
em: 10/ago/2017.
31

estimulo, aumento ou aceleração das atividades, tanto do corpo, como do SNC do


indivíduo.

Com o abuso de álcool e outras drogas o cérebro fica confuso


e desorientado e pode manifestar distorções e percepções fora da realidade. É
conhecido os efeitos de algumas das drogas mais usadas pelos adolescentes.
Efeitos esses que vão desde os estimulantes, até os depressores como é o caso de
uso de álcool.

27
O Ministério da Saúde apresenta a partir de seus efeitos e
suas reações as drogas estão agrupadas para efeitos desse trabalho como sendo:

 Drogas que deprimem as atividades do SNC – Sistema Nervoso Central


 Drogas que estimulam as atividades do SNC – Sistema Nervoso Central
 Drogas que perturbam o SNC – Sistema Nervoso Central

QUADRO 1. DIVISÃO DAS DOGRAS A PARTIR DOS SEUS EFEITOS

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Álcool e outras drogas: Adolescentes e Jovens para a
Educação entre Pares. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.pdf
Acesso em: 01/fev/2018. (b)

 Drogas que deprimem as atividades do SNC: Álcool, Calmantes ou sedativos

27
Brasil. Ministério da Saúde. Op. Cit. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.
pdf Acesso em: 01/fev/2018. (b)
32

(barbitúricos) Codeína (analgésico, antitussígeno – xarope para tosse) Inalantes ou


solventes, Opiáceos ou narcóticos (morfina, heroína), Soníferos ou hipnóticos,
Tranquilizantes e Ansiolíticos.

 Drogas que estimulam as atividades do SNC: Anfetaminas (bolinhas),


Anorexígenos (remédios que diminuem a fome), Cafeína (café, chá, refrigerantes-
cola), Cocaína (pó, crack, merla) e Nicotina (tabaco).

 Drogas que perturbam o SNC: De origem natural (reino vegetal e reino funghi):
Mescalina (cacto mexicano), THC (maconha), Psilocibina (de certos cogumelos),
Lírio (trombeteira, zabumba ou saia-branca). De origem sintética: LSD-25, Êxtase e
anticolinérgicos (Artane, Bentyl).

Vale destacar que, algumas drogas, além de provocar efeitos


indesejáveis, também provocam tolerância, dependência e síndrome de abstinência,
citado anteriormente.

3.2 REAÇÃO E TOXIDADE

Entende-se que, o uso abusivo de drogas ilícitas passa pelo


estudo da toxicologia. Não é possível para um profissional de saúde, principalmente
para um farmacêutico, tratar do assunto, sem conhecer profundamente os efeitos e
a toxidade que as drogas causam na vida de um adolescente. Parte-se do
pressuposto que, a dependência dessas substâncias químicas se torna uma doença
ou a consequência de muitas delas, que afetam não somente o sujeito, mas a todos
que o rodeiam e por fim a sociedade de forma geral. Por se tornar uma patologia, os
agentes da área de saúde devem estar bem preparados para dar assistência
primária aos casos.

Atente-se para o campo de toxicologia porque, a droga ilícita,


na maior parte e dependendo do tempo de uso e, da dose administrada, pode
causar overdose, nível muito alto de intoxicação e levar ao óbito. Como exemplos
das drogas citadas, está o álcool que pode levar o usuário a um quadro clínico tipo
de intoxicação apresentando: náuseas, vômitos, tontura, fraqueza muscular, dor
33

torácica, perda da consciência, convulsão semelhante à de ingestão de outros


venenos, que se caracteriza e classifica como distúrbios que ameaçam a vida,
conforme apresenta WILLIAMS E WILKINS 28 no guia profissional para as doenças.

Conforme os autores citados, esses distúrbios podem levar o


usuário à morte por provocar parada cardíaca, parada respiratória, hemorragias
intracranianas, além de AIDS, endocardites infecciosas subagudas, hepatite,
vasculite, septicemia, tromboflebite, embolia pulmonar, tétano, gangrena,
desnutrição, perturbação do TGI, infecção respiratórias, disfunção musculares
esqueléticas, traumatismos, depressão, risco de suicídio e psicose.

É igualmente relevante salientar que os materiais utilizados


para preparar e misturar as drogas ilícitas podem igualmente interagir com as
substâncias e causar reações tóxicas ou mesmo desencadear reações alérgicas,
29
segundo WILLIAMS E WILKINS. Vale ressaltar que a forma de uso e abuso mais
perigosa é quando se faz associação dessas substâncias com a ingestão do álcool.

3.3 DROGAS LÍCITAS

As drogas lícitas podem trazer prejuízos aos órgãos do corpo


dependendo da forma utilizada. São liberadas por lei e aceitas pela sociedade. É
considerada droga lícita qualquer substância que contenha álcool, nicotina, cafeína,
30
medicamentos sem prescrição médica, anorexígenos, anabolizantes e outros.

3.3.1 O Álcool

O Álcool é legalmente perigoso à saúde dos adolescentes por


ser a mais frequente droga utilizada por eles e por ser legalizado no país e está
muito mais frequente que se imagina nos convívios sociais da juventude. Festas,
baladas, comemorações, até cultos religiosos, tem como parte do cardápio essa
substância.

28
Lippincott Williams e Wilkins. Guia profissional para Doenças. 2005, p. 01.
29
Idem. Ibidem. p. 467.
30
Brasil Escola. Drogas Lícitas. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/drogas/drogas-licitas.
htm Acesso em: 01/maio/2018.
34

31
De acordo com ARAÚJO e CALAZANS é histórico sua
ingestão, para controle do humor e tantas outras demasias, entretanto, seu uso
constante e em quantidades excessivas pode provocar vários efeitos colaterais
indesejáveis como mostra:

Aumento do surgimento de acne, impotência sexual, calvície,


hipertensão arterial, esterilidade, insônia, dor de cabeça, au-
mento do colesterol maléfico à saúde, problemas cardíacos,
crescimento de pêlos, engrossamento da voz, distúrbios testi-
culares e menstruais, entre outros. 32

Embora a lei proíba a venda de bebidas alcoólicas à criança ou


adolescente e esse crime seja punido com detenção de 02 (dois) a 04 (quatro) anos
e multa por causar dependência física ou psíquica, conforme citado no artigo 81,
33
incisos II e III, e 243, da Lei nº 8.069/90, na prática é encontrado cada vez mais
adolescentes que facilmente compram essa substância com muita facilidade por ser
o álcool e o tabaco denominados drogas lícitas, podendo ser compradas legalmente
em bares e supermercados, por qualquer pessoa com mais de 18 anos de idade.

3.3.2 O Tabaco

O tabaco é encontrado mais comumente no formato de cigarro


sendo uma das drogas que estimulam as funções cerebrais, por causa de uma
substância chamada nicotina, que já encontra no sistema nervoso central
neurotransmissores capazes de se comunicar e aumentar potencialmente seu efeito.

Conforme a farmacocinética quando absorvida por qualquer via


natural de absorção do organismo humano, a nicotina entra na corrente sanguínea,
sendo absorvida pelos órgãos.

31
Teo Weingrill Araujo; Gabriela Calazans. Prevenção das DST/AIDS em adolescentes e jovens:
brochuras de referência para os profissionais de saúde. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/re
sources/ses/perfil/profissional-da-saude/homepage///cartilhas_para_prevencao_de_dstaids_em_joven
s_.pdf Acesso em: 18/maio/2018.
32
Idem. Ibidem. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-saude/
homepage///cartilhas_para_prevencao_de_dstaids_em_jovens_.pdf Acesso em: 18/jul/2018.
33
Brasil. Câmara dos Deputados. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em: http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8069-13-julho-1990-372211-publicacaooriginal-1-pl.html Acesso
em: 18/maio/2018. (a)
35

34
O Ministério da Saúde explica que se tragada pela boca e
nariz a nicotina penetra nos pulmões rapidamente que se tornam os mais atingidos,
chegando ao cérebro aproximadamente em nove segundos. Como toda droga de
abuso, quando usada por longo do tempo, o organismo desenvolve tolerância e a
pessoa tende a consumir um número cada vez maior de nicotina para sentir os
mesmos efeitos que, originalmente, eram produzidos por doses menores.

Existe maneira de reduzir os efeitos nocivos causados pela


dependência do cigarro, para isso o Ministério da Saúde, adverte que caso a pessoa
não consiga deixar de fumar:

Deverá diminuir seus efeitos nocivos, procurar fumar modera-


damente; reduzir o número de cigarros; evitar cigarros sem fil-
tro; não usar cigarros de “baixos teores”, que levam a um con-
sumo maior ou a tragadas mais profundas para obter a mesma
satisfação; buscar outras fontes de nicotina: adesivos e gomas
de mascar; aumentar a ingestão de alimentos ricos em vita-
mina C. 35 (Grifo Original)

Vale considerar que, estudos recentes indicam aumento de uso


de tabaco entre adolescentes e jovens de boa parte do mundo de forma coletiva e
36
social além do cigarro comum, utilizando o narguilé, ou narguilhé. É certo que seu
uso pode levar os usuários a situações de risco e surgimento de doenças que
podem levar à morte. Há entorno desse instrumento muitos mitos que permitem a
curiosidade e o acesso ao tabaco.

Nesse sentido, ao fazer uso do narguilé o adolescente absorve


um grande volume de fumaça inalada em uma única sessão, levando para dentro do
seu organismo os constituintes carcinogênicos do tabaco – hidrocarbonetos e metais
pesados –, a nicotina e o monóxido de carbono. Pode ser mais prejudicial quando
misturado com outras substâncias além do tabaco, como a maconha e o álcool.

3.4 DROGAS ILÍCITAS

34
Brasil. Ministério da Saúde. Op. Cit. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.
pdf Acesso em: 01/fev/2018. (b)
35
Idem. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Adolescentes e jovens para a educação entre pares: álcool e outras drogas. 2011, p. 50. (e)
36
Narguilé ou Narguilhé: instrumento utilizado há séculos por diversas culturas para se fumar tabaco.
36

37
Conforme dados da ONU e MEC, existem vários outros tipos
de drogas ilícitas que são utilizadas por adolescentes escolares como: maconha,
crack, cocaína, calmantes, ansiolíticos, ecstasy e outras são lícitas, como os
calmantes, ansiolíticos, remédios para emagrecer, comprados nas farmácias ou em
estabelecimentos comerciais, como são o álcool e tabaco. Tanto as ilícitas, como as
lícitas causam mudanças, transtornos e reações adversas na forma de sentir e
compreender a realidade.

Admitem-se no estudo teórico algumas variáveis como


características químicas próprias da droga em questão, características da pessoa
que a consome, o fator emocional, as situações vividas no momento. Isso significa
que a reação experimentada pode variar e não se repedir da mesma forma que a
anterior.

Definitivamente, o uso de drogas gera reações sintomáticas e


prejudica a vida do adolescente e todos os sentidos, pois drogas que deprimem as
atividades do SNC, drogas hiper estimulam as atividades do SNC, drogas perturbam
o SNC, além de causar toxicidade, contribuem para diversas outras doenças como
AIDS, câncer e DST’s.

Desse modo ficam algumas certezas fundamentadas em outros


trabalhos. Sendo assim, afirma-se que, não há uso indevido de drogas sem que haja
reações sintomáticas, mesmo que seja uso de álcool ou uso de cigarros,
especialmente na fase da adolescência.

3.4.1 A Maconha

A maconha é conhecida como uma droga natural, por isso


pode-se acreditar que não causa prejuízos aos adolescentes que a consomem, mas
não é verdade. A maconha é uma droga perturbadora do SNC, uma vez no
organismo humano, provoca vários efeitos nocivos nos adolescentes por conter o

37
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura MEC –
Ministério da Educação. Op. Cit. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001882/1882
64por.pdf Acesso em: 10/ago/2017.
37

tetraidrocanabinol - THC, uma substância química fabricada a partir da Cannabis


sativa, que é o nome da planta da maconha.

Desse modo, mesmo sendo uma droga natural oriunda de uma


planta, dependendo da quantidade de THC presente na erva e da reação
sintomática do organismo do consumidor, a maconha poderá produzir mais ou
menos efeitos como: Prejuízo da atenção; Perda da memória; Diminuição de
reflexos e possibilitando assim ocorrência de acidentes; Diminuir a motivação para
atividades do cotidiano, quando usada frequente; Causar câncer, a longo prazo.

3.4.2 Os Solventes e Inalantes

O solvente é a substância capaz de dissolver coisas, enquanto


o Inalante é toda substância que pode ser introduzida no organismo por vias
respiratórias, ou seja, meio da aspiração, seja ela pelo nariz ou pela boca. Há uma
quantidade exacerbada de produtos comerciais que são classificados como esse
tipo de droga. São exemplos de solventes e inalantes os esmaltes, as colas, certas
tintas, os tíneres, os propelentes, a própria gasolina, os removedores, os vernizes
que contêm solventes, entre outros.

Esses produtos uma vez aspirados, tanto involuntária quanto


voluntariamente, geram efeitos que vão desde euforia inicial até uma depressão
profunda, podendo também surgir processos alucinatórios e intoxicação.

A intoxicação por solventes e inalantes é muito perigosa, pois


pode desencadear reação que leva: Ao coma; À morte; À destruição de neurônios,
que são as células do sistema nervoso central; A lesões irreversíveis no cérebro, se
a aspiração for repetida, crônica; Dificuldade de concentração; Déficit de memória.

3.4.3 O Ansiolítico

O ansiolítico é uma droga tranquilizante, do tipo


medicamentosa que atua sobre o SNC diminuindo a ansiedade e a tensão isso
quando usada sob prescrição e orientação médica não compromete as funções
38

psíquicas e motoras.

No entanto, pode levar as pessoas a um estado de


dependência, quando usado de forma crônica, ou seja, meses seguidos.

Segundo CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre


38
Drogas Psicotrópicas esse tipo de medicamento pode causar reações como:
Diminuição da atividade do cérebro; Comprometimento das Faculdades
psicomotoras; Dificuldade de operar maquinários em fábricas e dirigir automóveis.

3.4.4 As Anfetaminas

As anfetaminas comumente conhecidas como rebites ou


drogas de caminhoneiros são drogas estimulantes, que afetam a atividade cerebral,
isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais acesas,
ligadas, com menos sono, elétricas. O termo rebite é usado, principalmente, entre os
motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim
de cumprir prazos apertados. No meio estudantil são mais conhecidas como bola
sendo utilizados por aqueles que passam noites inteiras estudando. Também são
muito utilizados por pessoas que fazem regimes para emagrecer.

As anfetaminas fazem com que o organismo do adolescente


fique dependente e: Reaja acima de sua capacidade; quando usa: Faça esforços
excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde; Sinta uma grande falta de
energia, quando para de usar; Fique bastante deprimido, quando para de usar; Não
consiga realizar as tarefas que normalmente fazia sem o uso dessa droga.

3.4.5 A Cocaína

Segundo o Ministério da Saúde, “(...) a cocaína é uma


substância natural, extraída das folhas de uma planta encontrada exclusivamente na

38
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Op. Cit. Disponível em:
http://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/politicas-sobre-drogas/cartilhas-politicas-sobre-
drogas/drogaspsicotropicas.pdf Acesso em: 01/fev/2018. (a)
39

39
América do Sul, a Erythroxylon coca, conhecida como coca.” Antes de se
conhecer e de se isolar cocaína da planta, a coca era muito usada sob forma de chá
e ainda hoje esse chá é bastante comum em certos países da América do Sul, como
Peru e Bolívia, sendo permitido por lei.

A cocaína quando é aspirada ou injetada pelo adolescente


pode causar uma reação de tolerância, que é a tendência do adolescente aumentar
a dose da droga na tentativa de sentir os mesmos efeitos ou efeitos mais intensos.
Essas quantidades maiores, porém, acabam por leva-lo a um quadro clínico de:
Comportamento violento; Irritabilidade; Tremores; Pressão arterial pode elevar-se;
Coração pode bater muito mais rapidamente (taquicardia); Parada cardíaca por
fibrilação ventricular.

Muitos adolescentes ao compartilharem agulhas e seringas, se


expõem ao contágio de várias doenças perigosas, entre elas: Sífilis; Hepatites;
Herpes; Tuberculose; Malária; Dengue; AIDS; outras DST.

3.4.6 Crack e Merla

Não são a mesma coisa. São duas substâncias derivadas da


cocaína, apresentando-se em forma de pedra e pasta, sendo que os efeitos do crack
duram cerca de 5 minutos. Isso faz com que o adolescente volte a usar a droga com
mais frequência, levando-o à dependência muito mais rapidamente que os usuários
da cocaína por via nasal ou que injetam na veia.

Já merla, é uma pasta produzida da cocaína sem refino e


contaminada com as substâncias utilizadas na extração do pó, essa droga difere do
Crack e é conhecida também como mela, mel ou melado.

Ambas as substâncias provocam: Estado de excitação;


Hiperatividade; Insônia; Perda de sensação do cansaço; Falta de apetite. Pode
perder de 8 a 10 kg. Em menos de um mês; Podem provocar dores no peito;

39
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde e prevenção nas escolas:
guia para a formação de profissionais de saúde e de educação. 2006, p. 54. (d)
40

Contrações musculares; Convulsões; Até coma, com o uso frequente.

Os efeitos nocivos dessas duas substâncias são maiores do


que da cocaína, pois são fumadas e alcançam o pulmão e a circulação mais
rapidamente.

3.4.7 As Drogas Alucinógenas

Nem todas as drogas alucinógenas são naturais, segundo o


40
Ministério da Saúde existem drogas alucinógenas extraídas de cogumelos e
plantas e as substâncias sintéticas, que são as produzidas em laboratório. Em maior
ou menor grau, esse tipo de droga provoca um processo de alucinação, ou seja, faz
com que as pessoas percebam coisas que não existem como, por exemplo, sons
imaginários ou objetos que ninguém mais vê. Os efeitos das plantas e cogumelos
dependem de várias condições, como sensibilidade e personalidade do indivíduo,
expectativa que a pessoa tem sobre os efeitos, ambiente, presença de outras
pessoas, entre outros.

As reações psíquicas são ricas e variáveis. Em termos de


sintomas físicos podem ocorrer: Dilatação das pupilas, Sudorese Excessiva,
Taquicardia, Náuseas e Vômitos.

3.4.8 O LSD

O LSD-25 é usado habitualmente por via oral e bastam alguns


41
microgramas para produz alucinações. De 10 a 20 minutos após tomá-lo, surgem
reações como: O pulso pode ficar mais rápido; Apresenta-se midríase onde as
pupilas podem ficar dilatadas; Apresenta-se sudorese, onde a pessoa produz muito
suor; Pode sentir uma certa excitação.

3.4.9 Êxtase ou Exctasy

40
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Op. Cit. p. 54. (d)
41
Micrograma: é um milésimo de um miligrama que, por sua vez, é um milésimo de um grama.
41

A metilenodioxometanfetamina, conhecida quimicamente como


MDMA 3, 4 e popularmente como êxtase, é uma droga estimulante, usada para
dançar por horas a fio sem se cansar, mas provoca serias mudanças na percepção
da realidade e tem efeitos perturbadores no SNC. Seus efeitos podem durar até 8
horas.

Podendo causar: Disfunção do sistema imunológico,


principalmente quando há associação com álcool; Grande esforço físico; horas de
atividades; Aumento exacerbado da temperatura, podendo atingir mais de 42ºC;
Consumo excessivo de água; Acumulo de água no organismo; Consequente
intoxicação.

Deste modo, percebe-se que, tanto a droga licita e a droga


ilícita causam um grande mal aos adolescentes que usam sem o conhecimento
prévio de que podem ser dependentes.
42

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO

Para diferenciar os estudos realizados no ambiente próprio do


objeto estudado e os ambientes de ensaios ou levantamentos teóricos utiliza-se a
pesquisa de campo. Contudo, a linguagem em campo de pesquisa necessita ser a
mais clara e objetiva possível, isso facilita veracidade das respostas e dos dados.

De acordo com TARTUCE, “A pesquisa de campo é a


apreensão dos fatos-variáveis investigáveis no campo da ocorrência, considerando
42
as especialidades do que se está investigando. Onde, como, quando.”

Assim sendo a pesquisa de campo desse estudo tem por


objetivo coletar, analisar e interpretar dados, para fundamentar a pesquisa teórica,
em busca de respostas para a problemática sobre o uso de drogas ilícitas entre
adolescentes de uma escola pública no município de Fortaleza/CE.

Hodiernamente entende-se que, para se fazer pesquisa é


preciso que se tenha uma inquietação, um objeto de indagação, ou uma prática que
se queira melhorar alguma coisa no campo do saber. Pressupõe-se que, ninguém
parte do nada é necessária uma dúvida, um erro, uma angústia.

Conforme referencia TARTUCE, para realização de uma


pesquisa é preciso: “A existência de uma dúvida, de um problema, de uma pergunta
43
que se deseja responder, solucionar fundamentalmente.”

Portanto, não há igualmente como se dar respostas científicas


a problemática sem realizar a pesquisa de campo, pois essa se torna a base
fundamental para a resposta da problemática, pois é por meio das respostas ao
questionário, que se pode avaliar qualitativa e quantitativamente, qual o
conhecimento que os adolescentes de escolas públicas têm sobre os efeitos e as

42
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Normas e Técnicas para Trabalhos Acadêmicos. 2008, p. 12.
43
Idem. Ibidem. p. 12.
43

reações das drogas ilícitas e se ocorre o abuso dessas substâncias nessa fase
escolar.

Nesse contexto, TARTUCE corrobora muito ao definir a


pesquisa de campo como “(...) um processo de desenvolvimento do método
científico no qual o objetivo é descobrir respostas a partir do uso de procedimentos
científicos, ou seja, procurar respostas para indagações propostas.” 44

Para a referida autora a devolução dos questionários é parte


essencial para constituir os dados, gráficos e respostas relevantes para a conclusão
da pesquisa, sendo assim possível constatar as hipóteses de forma positiva ou
negativa e dar resposta a problemática em questão.

4.1 MÉTODO DA PESQUISA

O método empregado nessa pesquisa é quantitativo, utilizando-


se questionários que contribuirão para analisar qual a situação em que se encontram
os adolescentes na escola de Fortaleza/CE, conhecer os efeitos e fatores de risco e
proteção ao consumo de drogas, saber o que os adolescentes pensam sobre drogas
e o que levaria estes consumirem.

Quantitativo porque busca comprovar quantos adolescentes fez


ou faz uso de substâncias ilícitas dentro no período escolar do ensino médio,
quantos são do sexo masculinos, femininos, e outra série de perguntas que além de
quantificar, qualificam os resultados. TARTUCE considera que “(...) tudo pode ser
quantificável, que se traduz em números opiniões e informações para se classificar e
analisar.” 45

O questionário foi elaborado inicialmente com onze questões


mas permaneceu com nove perguntas sendo uma aberta e as outras fechadas com
objetivo da obtenção de dados confiáveis. As primeiras três perguntas, são apenas
para definir melhor o perfil dos alunos da escola pública, como idade, sexo e ano

44
Terezinha de Jesus Afonso Tartuce. Op. Cit. p. 30.
45
Idem. Ibidem. p. 41.
44

escolar e tem relação direta com a pesquisa.

4.2 UNIVERSO DA PESQUISA

A pesquisa se caracteriza pelo recolhimento de dados obtidos


dos 70 questionários respondidos, uma vez aplicados a adolescentes de uma escola
pública no Bairro Pirambú em Fortaleza/CE.

Tanto o questionário como os dados, são fornecidos no Google


Drive, com respostas no programa Excel for Windows, tendo a aplicação e o
acompanhamento do pesquisador e coordenação pedagógica do núcleo gestor da
escola. A aplicação do questionário é datada entre 01 a 20 de março de 2018, após
a assinatura do Termo de Consentimento da escola e dos adolescentes
pesquisados.

A pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino


Profissional Marvin, situada Rua Monsenhor Hélio Campos, s/nº Bairro Cristo
Redentor- (Pirambú) na cidade de Fortaleza/CE; caracterizada pelo recolhimento de
dados obtidos por meio de 1 questionário com 70 respondentes.

4.3 PERFIL DO SUJEITO

Elaborou-se um questionário composto de nove perguntas


levando-se em conta a relevância das repostas para a pesquisa direcionadas a 70
alunos dos três anos do ensino médio sobre O USO DE DROGAS ILÍCITAS E SUAS
REAÇÕES SINTOMÁTICAS EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE
FORTALEZA em período de 20 dias, a alunos entre 14 a 17 anos cursando entre o
1º e o 3º ano de cursos variados existente na escola. Os questionados foram
aplicados no início dos intervalos e concluídos sempre após o mesmo, havendo uma
distinção entre sexo, idade e ano em curso.

Quanto ao sexo, de acordo com os resultados, 54,3% dos


alunos que responderam à pesquisa são mulheres, enquanto que os homens são
minoria com 45,7% dessa porcentagem.
45

Dentre os adolescentes que fizeram uso de drogas ilícitas


estão em maior porcentagem à faixa etária de 14 a 17 anos com 72,9% dos
resultados, quanto aos mais velhos acima de 17 anos com 12,9% e os abaixo dos
14 anos com 14,3%, assim sendo representam uma quantidade menos significativa
os com cerca de 12,9% do resultado cada um.

Dos adolescentes que participaram da pesquisa estão em


maior quantidade os de escolaridade 2º ano com 50,0% e os do 1º ano com 18,6% e
os do 3º ano com 31,4% dos resultados.

4.4 DEMONSTRAÇÃO DOS DADOS

O Gráfico 1. mostra que a maior parte dos adolescentes


participantes da pesquisa tem 16 anos, seguido consequentemente dos acima de 17
anos, seguido por os com 15 anos. Os com 17 anos, ocupam a quarta colocação,
seguidos dos com 14 anos. Não há participação de adolescentes abaixo de 14 anos.

GRÁFICO 1. A IDADE DOS ADOLESCENTES NO MOMENTO DA PESQUISA


30

25
26

20

15
18
16 Idade2

10
9
5
0 1
0
menos 14 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos mais de 17

Observando o Gráfico 2. percebe-se com clareza que, pouco


mais da metade dos adolescentes questionados, ou seja: 54,3% deles é do sexo
feminino, enquanto 45,7% desse resultado é do sexo masculino. Percebe-se uma
diferença pouca com relação a exposição desses adolescentes a presença de
substâncias prejudiciais à saúde dos mesmos. É possível apontar que adolescentes
46

do sexo feminino estão cada vez mais fazendo uso de drogas licitas e ilícitas.

GRÁFICO 2. SEXO DOS ADOLESCENTES PESQUISADOS


60

50

40

30 SEXO
54,3
%
45,7
20 38
32
10

0
Masculino Feminino

O Gráfico 3. destaca 50 % dos adolescentes participantes da


pesquisa, ou seja, a maioria sendo 35 pessoas está cursando 2º ano, 22
adolescentes estão no 3º ano, que representam 31,4% e 13 adolescentes estão
cursando 1º ano, que representam 18,6,%.

GRÁFICO 3. ANO ESCOLAR EM CURSO

Título do Gráfico

3º ANO 31,4
%

2º ANO 50 ANO ESCOLAR

1º ANO 18,6

0 10 20 30 40 50 60

No Gráfico 4. observa-se que 67,1%, grande parte dos alunos


já viu tanto drogas lícitas, quanto ilícitas na escola, ou seja, 47 dos 70 adolescentes
questionados afirmam que sim, já viram drogas na escola e 23 afirmam que nunca
47

viram drogas ilícitas na escola, sendo que esses representam 32,9% do total dos 70
questionados.

GRÁFICO 4. PRESENÇA DE DROGAS ILÍCITAS NA ESCOLA


80

70

60

50

40 PRESENÇA
67,1 %
30
47
20
32,9
10 23

0
SIM NÃO

O Gráfico 5. mostra que 64,3% desses adolescentes, ou seja,


que 45 adolescentes não usaram drogas ilícitas enquanto 35,7% ou seja outros 25
fizeram uso das mesmas.

GRÁFICO 5. USO DE DROGAS

64,3
NÃO
45

35,7
SIM
25

% USO DE DROGA

Ao observar o Gráfico 6. é possível levantar em termos de


percentuais o uso de diversas substâncias entorpecentes entre alunos adolescentes
na escola pública. Pode-se com a pesquisa constatar que: 57,1% dos pesquisados
48

já fizeram uso de cerveja; 60% vinho; 28,6% caipirinha; 41.4% vodca; 21.4% outras
bebidas alcoólicas; 18.6% cigarro; 17,1% maconha; 0% heroína; 10,0% cocaína;
11.4% substâncias inaladas; 7.1% LSD e/ou êxtase; 4.3% comprimidos sedativos.

GRÁFICO 6. TIPO DE SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS USADA POR ADOLESCENTES

Gráfico 7. mostra que, de todos os adolescentes respondentes


sobre se, os mesmos conhecem os efeitos e as reações que essas substâncias
causam no seu organismo, 77,1% afirmaram ter sim conhecimento sobre as reações
sintomáticas do abuso desses substância, ao passo que 22,9% afirmaram não terem
conhecimento sobre esses efeitos e reações. Percebe-se que com ou sem esse
conhecimento claro, o consumos de vinho e outras bebidas alcoólicas por parte
desses adolescentes é muito elevado o que pode desencadear grandes prejuízos a
saúde coletiva da juventude.

GRÁFICO 7. CONHECIMENTO SOBRE EFEITOS E REAÇÕES

NÃO
22,90%

SIM
77,10%
49

Segundo o Gráfico 8. os adolescentes pesquisados na escola


pública, que fizeram consumo de algum dos tipos de drogas elencadas
anteriormente, responderam que tiveram as seguintes reações sintomáticas:
Tontura, Nada, Mal-estar, Vômito, Embriagues, Leveza, Perca da memória, Euforia,
Lentidão, Fome, Tosse, Taquicardia, Perda da sensibilidade, Perda da consciência,
Frieza, Sono, Cansaço, Prazer, Bem-estar, conforme planilha completa.

GRAFICO 8. REAÇÕES SINTOMATICAS


6
5
5
4 4 4
4
3 3 3 3 3 3 3
3
2 2 2 2 2 2
2
1 1
1

QUANTIDADE

Foram excluídos dessa questão os alunos que nunca fizeram


uso de nenhuma substância apresentada por essa pesquisa, mas que, estão
presentes nas questões anteriores.

Uma das perguntas mais relevante dessa pesquisa é: O que


você sentiu quando fez uso dessas substâncias pela primeira vez? Pois a mesma
investiga as reações sintomáticas do consumo de drogas entre adolescentes
estudantes em escola pública.

Os adolescentes relataram ainda que: Quando ingeri álcool


pela primeira vez, achei algo horrível, o gosto não é dos melhores... nunca bebi para
ficar bêbada, apenas para experimentar mesmo. Não gostei e não uso mais. Senti
50

tontura, dor de cabeça, cores mais vivas, agitação; me senti muito ruim; Senti uma
coisa diferente, estranho; Euforia; Anormalidade no humor; Maconha: relaxada,
tosse, lenta, fome; Bebida: tontura, dor de cabeça, dor abdominal, alegria, enjoo,
vontade de chorar.

No Gráfico 9. a maioria dos adolescentes pesquisados que


corresponde a 72,83% fizeram uso das drogas citadas entre 14 e 17 anos, a
segunda maior parcela ou seja 14,29% abaixo de 14 anos, ficando a menor parcela
12,89% com os adolescentes acima de 17 anos.

GRÁFICO 9. IDADE NA OCASIÃO DO PRIMEIRO USO DA DROGA

12,89% 14,29%

MENOS 14
14 A 17 ANOS
ACIMA DE 17 ANOS

72,83%

4.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A referida pesquisa de campo envolveu o método quantitativo,


possibilitando evidenciar o uso de drogas lícitas e ilícitas por adolescentes de uma
escola pública na periferia de Fortaleza/CE. Essa prática ocorre ou ocorreu pelo
menos uma vez na vida dos adolescentes pesquisados.

A maioria dos adolescentes pesquisados era do sexo feminino


e de faixa etária que variava entre menos de 14 anos a mais de 17 anos de idade.
Conforme os resultados apresentados anteriormente, os adolescentes que mais
utilizam substâncias ilícitas são de sexo masculino, cursando atualmente 2º ano do
ensino médio, consumindo em primeiro lugar vinho, seguido por cerveja e diversas
51

bebidas alcoólicas, estando entre 15 e 16 anos, seguidos pelo sexo feminino com o
percentual de consumo das mesmas substâncias um pouco abaixo.

Conforme os resultados apresentados o ano de escolaridade


em que os adolescentes afirmam terem utilizado drogas antes de 14 anos, estando
esses no primeiro ano do Ensino Médio.

Diante dos dados apresentados na pesquisa, constatou-se que,


a minoria dos adolescentes questionados assumem utilizar drogas ilícitas, ou
comercialmente licita ou medicamentos, embora quando respondem a que tipo de
substância usou pelo menos uma vez, eles afirmam ter sofrido diversas reações
como vertigem (Tontura), mal-estar, ânsia de vômito, embriagues, fome,
desequilíbrio emocional, perda do senso do ridículo, perda da coordenação motora,
Tosse, Taquicardia, perda da consciência, redução de movimentos e capacidade de
pesar, perda da sensibilidade corporal, esquecimento, euforia exacerbada, o que
constitui uma contradição na primeira assertiva.

A minoria dos adolescentes respondentes não apresentou


efeitos adversos, isso pode se dá pelo fato de utilizarem a dose em pouquíssima
quantidade e/ou a tolerância do seu organismo ser mais resistente, o que evita de
início possíveis danos. Também foi possível observar que, a grande maioria dos
adolescentes questionados apresentaram efeitos adversos.

Quanto à disponibilidade de drogas na escola pública, a


maioria dos adolescentes afirmou ter visto essas substâncias na escola, durante
algum momento de suas aulas. O grave fato de esses adolescentes terem
oportunidade de contato com essas substâncias em sua escola já é um fator de risco
para que eles sejam levados a fazer uso das mesmas, ainda que, por curiosidade ou
curtição, com os colegas. Seria comparado a ter armazenado em casa
medicamentos, o que facilita a automedicação.

O resultado da pesquisa mostra que, devido ao fácil acesso


dos adolescentes às diversas drogas lícitas e ilícitas nas escolas e à falta de
prevenção do uso indevidos de drogas nas unidades educacionais, prevalece no
52

tempo atual uma falta de consciência prática sobre os reais riscos de saúde que
esses adolescentes passam ao consumirem essas substâncias.
53

CONCLUSÃO

Ao refletir um pouco sobre essa sociedade de tanta informação


é de se questionar o porquê do crescente consumo de drogas que há entre os
adolescentes e especialmente os jovens. O que significa para eles o uso dessas
substâncias, o que lhes é prometido ao consumi-las e qual o resultado posterior
obtido por eles.

Tanto a teoria como a pesquisa mostram parte dessas


respostas e são vários os significados dados pelos usuários dessas sustâncias. Para
muitos eles servem como estimulantes dos desafios dos limites, outros por pura
curiosidade usam para experimentação de novas percepções, grande parte dos
adolescentes usam para igualação e aceitação no grupo que fazem parte, entre
outros significados, como fugir dos problemas, esquecer coisas e pessoas entre
outros. É certo que esses significados têm como fundo de pano a inclusão no grupo,
e a identidade nessa perigosa fase de adolescência.

A escola é por natureza um ambiente para educação, inclusive,


educação para saúde. Sendo assim, torna-se contraditório que essa não tenha
ações preventivas ao uso indevido de drogas. Por ser indubitável que existe
presença dessas substâncias na escola, pensamos que não é apropriado fechar os
olhos às situações de uso, ou não abordar a questão na sua complexidade.

Por isso, a pesquisa foi buscar na escola a resposta para a


seguinte problemática: Qual a situação em que se vive localmente em relação ao
consumo de drogas de abuso e o que os adolescentes de escola pública conhecem
sobre seu uso indevido e suas reações sintomáticas.

Constatou-se com a pesquisa que, a presença de drogas na


escola e na adolescência é real e que, as hipóteses levantadas a fim de responder a
problematização em questão procedem, pois há de fato uma exacerbação do uso
indevido de drogas, que chegam mais rápido, aos adolescentes entre 14 e 17 anos.
54

A outra hipótese levantada que supunha que os alvos mais


visados pelas pessoas envolvidas com a venda e distribuição são alunos das
escolas de ensino médio ficou clara uma vez que, a pesquisa constatou que, a
maioria faz a maior parte do uso no segundo ano do ensino médio.

Na última hipótese teve-se a confirmação que, em Fortaleza a


população adolescente masculina tenha maior preferência para as drogas não
medicamentosas, enquanto as femininas tendem para as psicotrópicas.

A pesquisa constatou que, boa parte dos adolescentes da


escola já fez uso indevido de drogas lícitas e ilícitas por se tratar de um dos lugares
de maior tráfico de Fortaleza. Os dados coletados apontam que, adolescentes com a
idade inferiores a 14 anos e superiores a 17 anos, já usaram ou usam variadas
substâncias entorpecentes, entre elas as bebidas alcoólicas e/ou tabaco.

É claro que isso implica o reconhecimento do uso de álcool e


outras drogas, entre os alunos e na compreensão de como tratar dos diferentes
padrões de uso e efeitos específicos, incluindo nesse processo um profissional da
saúde com essa qualificação.

Faz-se necessário afirmar que, o adolescente precisa estar


informado dos danos que essas substâncias causam à sua saúde em todos os
aspectos ainda que, seu uso, se dê de maneira experimental, recreativo, habitual ou
dependente, tanto no caso de drogas lícitas como ilícitas.

E nesse sentido, os farmacêuticos envolvidos nessas ações


concretas, podem oferecer orientação para diminuir o número de cigarros fumados
por dia, utilizar adesivos ou chicletes de nicotina, ou beber bastante água quando se
consome bebidas alcoólicas e informar aos alunos sobre como minimizar os danos
citados na pesquisa.
55

BIBLIOGRAFIA

ALVES, Paulo Corjesu Brito. Saúde e Educação: Atenção primaria às crianças e


adolescentes nas Escolas Brasileiras. UNESA-RJ. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do


Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2007. (c)

______. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde e prevenção nas escolas: guia


para a formação de profissionais de saúde e de educação. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. (d)

______. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites


Virais. Adolescentes e jovens para a educação entre pares: álcool e outras drogas.
Brasília: Ministério da Saúde, 2011. (e)

CALDEIRA, Zélia Freire. Uma proposta de trabalho preventivo: da teoria à prática.


Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1998.

HIRD, S. et al. Adolescents. In: LOWINSON, J. H. et al. Substance abuse: A


comprehensive textbook. 3. ed. Baltimore: Williams & Willkins, 1997.

KANE, Agnes B.; KUMAR, Vinay. Patologia ambiental e nutricional. In: COTRAN,
Ramzi. S.; KUMAR, Vinay; TUCKER, Collins. Patologia estrutural e funcional. 8. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

O’BRIEN, Charles P.. Dependência e uso de droga. In: BRUNTON, Laurence L.;
CHABNER, Bruce A.; KNOLLMANN, Björn C.. As Bases Farmacológicas da
Terapêutica de Goodman & Gilman. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2012.

TARTUCE, Terezinha de Jesus Afonso. Normas e Técnicas para Trabalhos


Acadêmicos. Fortaleza: UNICE- Ensino Superior, 2008.

WILLIAMS E WILKINS, Lippincott. Guia profissional para Doenças. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2005.
56

FONTES ON-LINE

ARAUJO, Teo Weingrill; CALAZANS, Gabriela. Prevenção das DST/AIDS em


adolescentes e jovens: brochuras de referência para os profissionais de saúde.
Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-
saude/homepage///cartilhas_para_prevencao_de_dstaids_em_jovens_.pdf Acesso
em: 18/maio/2018.

BAUSA, José; KUPEK, Emil; PIRES, Marcos. Prevalência e fatores de risco


relacionados ao uso de drogas entre escolares. Revista Saúde Pública. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n1/8114.pdf Acesso em: 05/ago/2017.

BRASIL Escola. Drogas Lícitas. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/droga


s/drogas-licitas.htm Acesso em: 01/maio/2018.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível


em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8069-13-julho-1990-372211-
publicacaooriginal-1-pl.html Acesso em: 18/maio/2018. (a)

______. Ministério da Saúde. Álcool e outras drogas: Adolescentes e Jovens para a


Educação entre Pares. Disponível em: http://www.unfpa.org.br/Arquivos/guia_alcool.
pdf Acesso em: 01/fev/2018. (b)

CARVALHO, Vera et al. Drug and alcohol use and family characteristics: a study
among Brazilian high school student. Addiction. Disponível em: http://www.ingentaco
nnect.com/content/carfax/cadd/1995/00000090/00000001/art00010 Acesso em:
04/ago/2017.

CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Secretaria


Livreto informativo sobre drogas psicotrópicas. Disponível em: http://www.justica.
gov.br/central-de-conteudo/politicas-sobre-drogas/cartilhas-politicas-sobre-drogas/
drogaspsicotropicas.pdf Acesso em: 01/mar/2018. (a)

______. V levantamento nacional sobre o consumo de drogas entre estudantes do


ensino fundamental e médio da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras –
2004. Disponível em: http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/levantamento_brasil2/in
dex.htm Acesso em: 03/ago/2017. (b)

CRF/SP – Conselho Regional de Farmácia de São Paulo. O papel do farmacêutico


na redução de danos por drogas de abuso. XIV Congresso Paulista de
Farmacêuticos. Disponível em: http://abp.org.br/portal/clippingsis/exibClipping/?clippi
ng=829 Acesso em: 01/fev/2018.

MARDEGAN, Paula Silva et al. Uso de substâncias psicoativas entre estudantes de


enfermagem. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/
jbpsiq/v56n4/a04v56n4 Acesso em: 04/ago/2017.
57

MARQUES, Ana Cecília Petta Roselli; CRUZ, Marcelo S.. O adolescente e o uso de
drogas. Revista Brasileira de Psiquiatria. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/
v22s2/3794.pdf Acesso em: 12/maio/2018.

MUZA, Gilson M. et al. Consumo de substâncias psicoativas por adolescentes


escolares de Ribeirão Preto, SP (Brasil). II – Distribuição do consumo por classes
sociais. Revista Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v31n2/21
58.pdf Acesso em: 06/ago/2017.

SAITO, Maria Ignez. Adolescência, cultura, vulnerabilidade e risco. Pediatria.


Disponível em: https://pt.scribd.com/document/68387641/Adolescencia-Cultura-
Vulnerabilidade-e-Risco Acesso em: 01/ago/2017.

SCIVOLETTO, Sandra; HENRIQUES JUNIOR, Sergio Goncalves; ANDRADE, Arthur


Guerra de. Proposta de tratamento para adolescentes usuários de drogas – a
internação domiciliar como alternativa. Revista Infanto. Disponível em: http://www.psi
quiatriainfantil.com.br/revista/edicoes/Ed_04_1/in_09_06.pdf Acesso em:
07/ago/2017.

SILBER, Tomás José; SOUZA, Ronald Pagnoncelli de. Uso e abuso de drogas na
adolescência: o que se deve saber e o que se pode fazer. Adolescência
Latinoamericana. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/im
agem/4466.pdf Acesso em: 01/maio/2018.

SILVEIRA, Dartiu Xavier da; DOERING-SILVEIRA, Evelyn Borges. Padrões de uso


de drogas. Disponível em: http://www.aberta.senad.gov.br/modulos/capa/padroes-
de-uso-de-drogas Acesso em: 02/fev/2018.

TAVARES, Beatriz Franck; BÉRIA, Jorge Umberto; LIMA, Maurício Silva de.
Prevalência do uso de drogas e desempenho escolar entre adolescentes. Revista
Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n2/4399.pdf Acesso
em: 02/ago/2017.

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a


Cultura; MEC – Ministério da Educação. HQ SPE: Um guia para utilização em sala
de aula. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001882/188264por
.pdf Acesso em: 10/ago/2017.
58

APÊNDICE I. CARTA DE APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Fortaleza, 20 de março de 2018.

Prezado (a) Senhor (a) Sou concludente do Curso de Bacharelado


em Farmácia no IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA e
estou realizando uma pesquisa a respeito das drogas ilícitas e adolescência.

Por meio desta, venho consultá-lo sobre sua concordância em


alunos dessa escola participar desta pesquisa na qual será realizada a coleta de
dados por meio de questionário composta por 09 (nove) perguntas, sobre o uso
indevidos de drogas e suas reações sintomáticas.

Acrescento, gostaria de solicitar sua permissão para divulgação da


identidade da escola do resultado da pesquisa. É necessário esclarecer que, a
participação na pesquisa é de livre e espontânea vontade e ao participar da mesma
nem a escola nem os alunos ficarão exposto a nenhum risco e poderão desistir de
prestar as informações quando assim o desejar.

Salientamos que, a participação dessa escola contribuirá de forma


significativamente para a melhoria do conhecimento dos adolescentes sobre drogas
de abusos e suas reações sintomáticas.

Declaro, que após ter sido convenientemente esclarecido pelo


pesquisador e ter compreendido o que me foi explicado, consideramo-nos apto a
participar da presente pesquisa.

Atenciosamente

____________________________________
Paulo Corjesu Brito Alves
Bacharelado em Farmácia
59

APENDICE II. QUESTIONÁRIO

PERFIL DO SUJEITO
1. Qual a sua idade agora
( ) Menos de 14 anos
( ) 14 anos
( ) 15 anos
( ) 16 anos
( ) 17 anos
( ) Mais de 17 anos

2. Sexo
( ) Masculino
( ) Feminino

3. Cursando que ano escolar


( ) 1 ano
( ) 2 ano
( ) 3 ano

QUESTIONÁRIO
4. Já viu droga alguma vez na escola
( ) Sim
( ) Não

5. Já fez uso de algum tipo de droga


( ) Sim
( ) Não

6. Das substâncias abaixo de qual você fez uso pelo menos uma vez?
( ) Álcool
( ) Vinho
60

( ) Cerveja
( ) Cigarro
( ) Maconha
( ) Narquilé
( ) Crack
( ) Heroina
( ) Cocaina
( ) Êxtase
( ) Outras

7. Você conhece os efeitos e as reações que essas substanciam causam no seu


organismo?
( ) Sim
( ) Não

8. Que você sentiu quando fez uso dessas substâncias pela primeira vez?
___________________________________________________________________

9. Qual era sua idade quando teve contato com essas substâncias?
( ) Menos de 14 anos
( ) Entre 14 e 17 anos
( ) Acima de 17 anos

You might also like