A arte e a astrologia, um diálogo do processo criativo
Cada um tem uma forma específica de expressar algo exclusivamente seu. Assim como nosso horizonte noturno e diurno têm imagens a serem reveladas, à cada situação, somos instintivamente levados a fazer algum tipo de escolha que levará à um processo criativo. As percepções despertadas, vão dando os contornos aos conteúdos que emergem e se tornam o símbolo necessário para o despertar da criação. Meu processo criativo vem de minha necessidade vital de comungar com meus instintos, sentidos, percepções, intuição e sentimentos. A motivação tem um propósito, pois me observo fazendo transições internas através dos traços e movimentos da linguagem visual que estão sendo desenvolvidas. Esta observação agora, com os estudos da Arteterapia e Astrologia me dá conforto de ver que o caminho já estava sendo percorrido. Através de outras linguagens o movimento já existia, os materiais foram tomando a importância devida, na medida que foram trazendo consistência para as formatações que pretendia e ainda não identificava. Um aprendizado necessário, para vencer as demandas das resistências internas, retomar caminhos, desconstruir padrões. Tal qual os trânsitos planetários que trazem desafios e mensagens em ciclos determinantes e complexos Reflexos da luz e da sombra, sempre aliados nos momentos de se enfrentar as dualidades. Usando de meus registros de imagens, pelo tempo que faço a interpretação de mapas astrológicos, a cada elemento (Fogo, Terra, Ar e Água), costumo fazer meditações como um disparador de novas direções na produção de Mandalas. E esta conexão, trabalhada com meditações dirigidas permitem um trabalho terapêutico que possibilita uma satisfação gratificante no nascimento de um símbolo que só ao Si mesmo pertence, só ao momento da vibração elemental é capaz de se permitir ser expressado. Mandala traz aos olhos físicos a imagem interna das visões da alma. A linguagem visual que conhecemos e nos apropriamos, para trabalhar nossos conteúdos, tornando-os nosso dialeto particular. Quando estou em processo, me chegam sempre as curvas ascendentes, são o meu ponto de partida, como uma lança, uma flecha, sempre inicio meu traço para qualquer tipo de trabalho. Como se seu jogasse uma pedra do rio.... eu risco a trajetória da pedra... os círculos e espirais virão... faz parte da história universal. Os nossos Luminares o Sol e a Lua, referência diurna e noturna na nossa memória pessoal e coletiva da existência, dão a noção de tempo. Trazendo concepções que qualificam as escolhas. As virtudes constelam para cada tipo de magnitude estelar e todos podem se banhar destas emanações, pois estão disponíveis e acessíveis, sempre que nos dispomos a nos revelar a nós mesmos. Assim como a Lua Crescente, entendo o meu processo criativo como o momento para se orientar a trajetória da energia lançada e preparar a colheita. As energias que o corpo físico mantem em sintonia com o Universo tem um som, e cada partícula que compartilhamos é capaz de ouvir e seguir, e também criar, formar, informar, transformar. Somos um Universo dentro de outro Universo.