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Ectoparasitos

Piolho
Piolho-do-corpo – Pediculus humanus humanus
Piolho-da-cabeça – Pediculus humanus capitis
Piolho-genital – Phthiurus pubis

Causa: A presença deste inseto da família Peliculidae no corpo do homem é


diagnosticada como pediculose, podendo infestar o corpo (Pediculus humanus
humanus), a cabeça (Pediculus humanus capitis) e áreas genitais (Phthiurus pubis).
Sua transmissão ocorre geralmente pelo contato em locais aglomerados, por
exemplo salas de aula ou no transporte coletivo, no entanto pode ocorrer também
com compartilhamento de itens pessoais, como bonés, gorros, pentes, fronha e
outros. A pediculose é prevalente em crianças, pela proximidade com outras crianças
em creches/escolas ficam mais expostas e suscetíveis infestações.
Ciclo de vida: De acordo com o local de infestação, seja pelo corpo ou na cabeça,
os piolhos depositam seus ovos nos pelos ou cabelo, cada ovipostura tem
aproximadamente 300 ovos, estes ovos levam cerca de 5 a 15 dias para eclodirem
e surgirem as ninfas que em duas semanas já estão adultas, sua vida média é de 3
a 4 semanas.
Sintomas: Inflamações na pele, prurido contínuo, ocasionalmente infecções
secundárias, provoca distúrbios no sono devido ao prurido frequente.
Tratamento: Pode ser ministrado loções ou shampoos específicos para eliminar os
parasitas, tendo a possibilidade também de utilizar comprimidos de acordo com o
peso do indivíduo, e o tratamento deve se repetir após 7 dias após a primeira
aplicação. Em casos de complicações de tratamento pode ser usado ivermectina. E
para remover as lêndeas e ovos é recomendado usar o pente fino para isso, já que
os medicamentos matam apenas os adultos.
Profilaxia: Manter os cabelos curtos e/ou examinar os locais possíveis de infestação
logo após a chegada da escola, por ser o principal ambiente que pode adquirir o
parasita. Não compartilhar itens pessoais como bonés, gorros, fronhas entre outros
também ajudam a evitar a infestação.
Pediculus humanus capitis

Pediculus humanus capitis

Pulga
Pulga-do-homem – Pulex irritans
Pulga-do-cão e do gato – Ctenocephalides sp.
Bicho-de-pé – Tunga penetrans

Causa: No homem a pulga que pode ser um incômodo é da espécie Pulex irritans,
diferente da pulga que encontramos em cães e gatos que pertencem ao gênero
Ctenocephalides sp., e no caso da pulga que causa o bicho-de-pé o quadro chama-
se tungíase e é causada pela penetração da fêmea da “pulga-do-porco” a Tunga
penetrans na epiderme do indivíduo.
Sintomas: A saliva injetada na hora da picada causa forte prurido, que pode
sensibilizar o local e perturbar o sono, por serem o momento em que ocorre maior
atividade das pulgas.
Tratamento: O tratamento utiliza um anti-pulgas geralmente em creme, e lavar e
passar todas roupas, incluindo toalhas e roupas de cama.
Profilaxia: Utilizar repelentes em regiões com tendência de presença do parasita,
manter a casa sempre limpa, usar aspirador para manter limpas frestas, quinas, e
locais de difícil limpeza.
Pulex irritans

Ctenocephalides canis
Bicho-de-pé – Tunga penetrans
Ciclo de vida: Os machos adultos e fêmeas não ovadas vivem no solo, quando a
fêmea está ovada penetra a pele do porco ou do homem. Geralmente penetram a
planta dos pés, mãos, entre os dedos e nos cantos das unhas.
Sintomas: Cada lesão é semelhante a um furúnculo, e pode variar de uma a centenas
ao mesmo tempo. Comumente apresenta prurido tolerável, e dependendo da
quantidade das lesões apresenta reação inflamatória.
Tratamento: É feito com aplicação de inseticidas na pele, e feita a remoção com
pinça dos parasitas mortos.
Profilaxia: Utilizar calçados fechados em locais de possível contaminação, por
exemplo em locais de criação de porco.
Tunga penetrans

Sarna
Sarna-do-homem – Sarcoptes scabiei humanus
Sarna-do-cão – Sarcoptes scabiei canis

Causa: É a fêmea ovada deste ácaro (Sarcoptes scabiei humanus) que invade a
epiderme do hospedeiro, originando galerias sob a pele onde ela deixa seus ovos e
morre em seguida. Pode ser adquirida também pelo contato com outra pessoa já
infectada.
Ciclo de vida: Após atravessar a epiderme a fêmea deposita seus ovos, de 10 a 15
ovos, que após 4 dias dão origem a larvas que vão para a superfície da pele, copulam
e voltam para deixar seus ovos.
Sintomas: Causa erupções na pele, prurido e eritema local.
Tratamento: O tratamento vai desde utilizar o escabicida (permetrina, cremes à base
de enxofre) corporal no individuo infectado como em todos as pessoas próximas para
garantir que ninguém esteja com o parasita encubado, após isso todos as roupas,
roupas de cama e objetos de uso pessoal do paciente devem ser lavados em água
quente e/ou passados com ferro quente para eliminação total do parasita.
Profilaxia: Lavagem e passar todas as roupas com ferro quente caso haja suspeita
de alguém próximo estar com escabiose, e evitar contato físico com pessoas
infectadas.
Sarcoptes scabiei hominis

Sarcoptes scabiei hominis

Sarcoptes scabiei canis

Berne
Dermatobia hominis
Causa: O que causa o berne são larvas de moscas da espécie Dermatobia hominis,
estas se alimentam de tecidos vivos do hospedeiro, que pode ser o homem ou outros
animais. Em uma cavidade de berne existe apenas um parasita.
Ciclo de vida: A fêmea adulta deposita os ovos (cerca de 15 a 20) no abdômen de
um inseto preferencialmente hematófago, aproximadamente 6 dias depois os ovos
já estão maduros e quando esse inseto que carrega os ovos pousa na pele do
indivíduo as larvas rapidamente saem e penetram na epiderme, esteja sã ou através
da picada do inseto veiculador, com cerca de 60 dias essa larva já está madura,
medindo aproximadamente 2cm, após sua maturação abandona o hospedeiro e
enterra-se na terra e se transforma em pupa permanecendo nessa fase por 30 dias,
ao sair do estágio de pupa entra em cópula, e três dias após a primeira cópula inicia-
se a oviposição.
Sintomas: Em geral causa um intenso prurido e com a evolução do quadro pode
gerar dor no local.
Tratamento: Uma das formas mais básicas e eficazes é cobrir o orifício do berne com
esparadrapo ou alguma outra fita, fazendo com que ocorra a asfixia do parasita
(devido ao espiráculo do berne que fica voltado para fora da pele para respiração),
é importante que o parasita esteja morto para ser feita a remoção pois existem vários
espinhos ao redor do seu corpo que o ajudam a ficar “ancorado” na pele do
hospedeiro, cerca de duas horas após ser colocada a fita já pode ser feita a remoção
da mesma e também do parasita. Outra informação importante é que o parasita deve
ser removido íntegro, ou podem ocorrer infecções sérias devido à grande quantidade
de bactérias no berne.
Profilaxia: Levando em conta indivíduos que vivem em regiões rurais o uso de roupas
compridas quando em ambiente propício para o parasita e também uso de
repelentes. E em caso de possuir ferimentos, sempre mantê-los cobertos para
dificultar o acesso.

Mosca (adulta) Dermatobia hominis


Berne (larva) Dermatobia hominis

Bicheira
Mosca-varejeira – Cochiomyia hominivorax

Causa: As larvas das moscas da espécie Cochliomyia hominivorax quando


depositadas em ferimentos abertos causam a chamada bicheira. Nas cavidades
onde ocorre a bicheira podem ser encontradas diversas larvas, que se alimentam do
tecido machucado. As larvas podem também ser depositadas em cavidades, como
narinas, vulva, ânus.
Ciclo de vida: A fêmea adulta faz a postura de cerca de 10 a 300 ovos nos lugares
propícios, o período de encubação é de 12 a 20horas, após a eclosão as larvas já
começam a se alimentar vorazmente e vão destruindo os tecidos rapidamente, 4 a 8
dias após a eclosão as larvas já estão maduras, passam por duas mudas e saem do
hospedeiro ficando no solo cobertas por terra ou folhas, após oito dias dão origem
aos adultos, estes alimentam-se de néctar, sucos de frutas, secreções de feridas
entre outras.
Sintomas: Semelhantes aos casos de berne.
Tratamento: Pode ser ministrado dosagens de ivermectina, e extrair as larvas com
pinça, no entanto não são tão complicadas para serem removidas como no caso do
berne.
Profilaxia: Semelhantes aos casos de berne, manter ferimentos sempre higienizados
e cobertos.
Mosca (adulta) – Cochliomyia hominivorax

Bicheira (larva) – Cochliomyia hominivorax

Animais peçonhentos e animais venenosos


Lepidopterismo
Mariposa
Família Saturniidae - Gênero Hylesia

Causa: É causada pelas cerdas da mariposa fêmea do gênero Hylesia sp., que
designa um quadro de dermatite pápulo-pruriginosa quando entram em contato com
o corpo.
Sintomas: Em poucas horas após o contato com as cerdas aparecem lesões
papilopruriginosas, acompanhadas de prurido intenso, em no máximo duas semanas
as lesões estão curadas naturalmente.
Tratamento: Compressas frias, banho de amido e para o prurido pode ser empregado
o uso de anti-histamínicos.
Profilaxia: Atenção em locais que tenham prevalência de ocorrência, usar sempre
roupas compridas nessas circunstâncias.
Hylesia sp – Mariposa fêmea adulta.

Erucismo
Megalopygidae
Saturniidae
Arctiidae
Lonomia

Causa: O erucismo é o quadro causado por lagartas de determinados gêneros de


Lepidopteros, os “bicho-cachorrinho” ou “taturana” possuem cerdas ao longo do seu
corpo, essas estruturas possuem glândulas de veneno no seu ápice que quando em
contato com a pele ou outra superfície do nosso corpo desencadeia reações
demartológicas.
Sintomas: Depende da espécie da lagarta e a extensão do contato, causam enfarto
ganglionar regional, nas primeiras 24h podem aparecer bolhas na região, e poucas
ocasiões ocorre mal estar, náuseas e vômitos, o quadro regride totalmente com 3-4
dias, no máximo. O nível mais grave ocorre com acidentes por Lonomia sp.,
desencadeia um imediato quadro de dermatite urticante, com sensação de mal estar
geral, náuseas, vômitos, ansiedade, mialgias, dores abdominais, hipotermia,
hipotensão e podem ter manifestações hemorrágicas.
Tratamento: Os primeiros cuidados são importantes para o alívio da dor e uma boa
recuperação, lavar a região irritada com água fria, compressas frias, antissépticos,
cremes analgésicos, e em casos de muita dor, lidocaína 2% e elevar o membro
acometido. Casos de reação alérgica é importante considerar o uso de anti-
histamínicos.
OBS: “Devido possibilidade de se tratar de acidente hemorrágico por Lonomia sp, todo o paciente
que não levar a lagarta ou se houver dúvidas na identificação, deve ser monitorado com controle e
observação até 2 dias após o contato com lagartas urticantes ou deve retornar ao serviço médico se
apresentar sangramento nesse período”.
Profilaxia: Cuidado em lugares com bastante vegetação, troncos e galhos de árvores,
cerca-viva, e caso se deparar com a lagarta, evite o contato, cuidar para evitar o
contato com crianças.

Megalopygidae

Saturniidae

Arctiidae

Lonomia

Araneísmo
Loxosceles sp. – Aranha-marrom
Phoneutria sp. – Aranha-armadeira
Latrodectus sp. – Aranha-viúva-negra
Lycosa sp. – Aranha-de-jardim

Causa: No nosso país existem diversas espécies de aranhas, no entanto as de maior


importância médica são dos gêneros Loxosceles sp., Phoneutria sp. e Latrodectus
sp., os acidentes por Lycosa sp. e caranguejeiras são de menores riscos, estes
acidentes com aranhas recebem o nome de araneísmo.
Como ocorrem os acidentes: Em geral não são aranhas agressivas, os acidentes
que ocorrem são em decorrência de estarem muitas vezes presentes dentro de casa
e em locais que não esperamos que estejam, por exemplo no meio de roupas,
calçados, no quintal, em entulhos de construções e montes de lenha, ao mexer
nesses locais ou comprimindo-as entre o corpo e a roupa ocorre o ataque da aranha,
que injeta seu veneno pelas suas quelíceras. A principal causadora de acidentes
graves é a aranha-marrom.
Sintomas: Os sintomas variam de acordo com a espécie e com a sensibilidade do
indivíduo que é picado, pode variar de dores locais e imediatas, edema, eritema,
parestesia e sudorese no local da picada, infecção secundária, perda tecidual
(necrose), cicatrizes desfigurantes, à insuficiência renal, podendo levar a óbito. É
possível observar dois pontos no local da picada, que são feitos pelas quelíceras.
Tratamento: O tratamento é feito com soroterapia (soro antiaracnídico), nunca deve-
se fazer torniquetes próximos ao local da picada, para ajudar no alívio de alguns
sintomas como dores podem ser usados analgésicos, mas sempre ir ao pronto
atendimento o quanto antes possível pois somente pessoas especializadas podem
saber a forma certa de como deve ser feito o tratamento.
Profilaxia: As maneiras de evitar esses acidentes são sempre manter terrenos limpos
sem lugares propícios para as aranhas se esconderem e também verificar sempre
as roupas antes de vestir para garantir que não tenha nenhuma aranha escondida.

Loxosceles – Aranha-marrom
Phoneutria – Aranha-armadeira

Latrodectus – Aranha-viúva-negra

Lycosa – Aranha-de-jardim

Escorpionismo
Tityus serrulatus – Escorpião-amarelo
Tityus bahiensis – Escorpião-preto ou marrom
Tityus stigmurus – Escorpião-do-nordeste
Tityus paraenses – Escorpião-preto-da-amazônia

Causa: Os acidentes que acontecem com escorpiões são comumente chamados de


escorpionismo, no Brasil as principais espécies de importância médica são: Tityus
serrulatus, Tityus bahiensis, Tityus stigmurus e Tityus paraenses, sendo o T.
serrulatus o maior causador de acidentes graves, principalmente se crianças forem
vítimas de sua picada. O habitat da maioria destes escorpiões é entre Amazônia e
nordeste, no entanto ocorre em diversas outras áreas no nosso país como, Goiás,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
Como ocorrem os acidentes: Quando o indivíduo sem perceber a presença do animal
que pode estar em quintais, ou até dentro de casa (devido aos seus hábitos
alimentares e facilidade de conseguir alimento nesses lugares) acaba estimulando o
escorpião à sua defesa que é praticamente automática, é principalmente realizada
por uma estrutura localizada no final da sua cauda, chamada telson a qual é
composta pela vesícula que produz a toxina e o ferrão que é por onde essa toxina é
inoculada ao atingir o indivíduo.
Sintomas: O primeiro sintoma é a dor local, parestesias, em acidentes considerados
de moderados a graves após alguns minutos ou horas (dependendo da reação
específica em cada indivíduo, sendo agravante quando criança) podem surgir
manifestações sistêmicas, por exemplo hipo ou hipertermia, náuseas, vômitos, hiper
ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca, dificuldade para respirar, confusão
mental, sonolência ou agitação e tremores, há casos em que o indivíduo vai a óbito
por edema pulmonar agudo e choque. Como já foi citado, a gravidade depende da
espécie do escorpião, quantidade de toxina inoculada, tamanho do escorpião, massa
corpórea do indivíduo e a sensibilidade do organismo ao veneno. Quanto antes o
diagnóstico e tratamento menores os sintomas e riscos à integridade do paciente.
Tratamento: Para os sintomas de dores é indicada a ministração de lidocaína 2% ou
dipirona, ambos de acordo com a massa corporal do paciente. Já nos casos
moderados á graves o soro antiescorpiônico é aplicado.
Profilaxia: É possível evitar estes acidentes mantendo as proximidades da casa e
dentro de casa sempre limpos e sem bagunças, no quintal por exemplo não deixar
madeiras ou entulhos acumulados e sempre verificar roupas e calçados antes de
vesti-los.

Tityus serrulatus – Escorpião-amarelo


Tityus bahiensis – Escorpião-preto ou marrom

Tityus stigmurus – Escorpião-do-nordeste

Tityus paraenses – Escorpião-preto-da-amazônia

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