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Explique a concepção de Chico de Oliveira a respeito de economia

brasileira contemporânea a partir da análise do artigo “O ornitorrinco”.


Em seguida discorra sobre as mudanças e similaridades entre o período da
publicação (2003) e a realidade brasileira no contexto desenvolvimentista
dos anos 50 e 60, comparando a visão de Chico de Oliveira, da Teoria
Dependente associada de FHC e Falleto e da Teoria Marxista de
Dependência.

As três teorias, em contradição com a CEPAL, trazem uma análise não “etapistas” do
desenvolvimento econômico na América Latina. Porém se diferenciam ao expor para
leitor a causa das especificidades do desenvolvimento dos países latinos americanos.
A industrialização para Celso Furtado, prometia trazer uma melhoria do padrão de
vida e promover a diminuição gritante das disparidades sociais do país. Com o
objetivo de subsidiar a intervenção do Estado brasileiro na economia. Sugeriu a
implantação de projetos de desenvolvimento que influenciariam fortemente o
Programa de Metas do Governo de JK.
A economia cafeeira lançou as bases da acumulação industrial à medida que soube
mobilizar, os recursos disponíveis no Brasil, como terras e mão de obra, e criou um
mercado de manufaturas na esteira da monetização causada pela introdução de mão
de obra livre na cultura cafeeira, inicialmente alimentado pelas importações e
gradativamente suprido pela produção local. A valorização do café, com suas crises,
associado a políticas, fizeram com que se tivesse acumulação de capital e que se
pudesse fazer investimentos.
O governo busca defender os interesses das classes econômicas dominantes
agroexportadoras e em equilibrar a balança de pagamentos, enfrentavam a queda de
preços internacionais do café, fazendo estoques ou depreciando a moeda nacional, o
que implicava a sustentação da venda e das atividades cafeeiras. As fazendas de café
eram estimuladas a continuar operando, mantendo o nível de emprego, pagando
salários, comprando meios de produção, enfim garantindo a nascente mercado interno
brasileiro.
Chico de oliveira começa seu texto explicando o progresso do subdesenvolvimento
brasileiro, aonde que a função da agricultura de subsistência era para a acumulação
de capital. A CEPAL – Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe. ,
teorizava que o setor atrasado funcionava como uma barreira ao desenvolvimento.
Tal tese, não tinha base pois a economia brasileira passou por um crescimento desde
o século 19, que não encontra-se igual em nenhum outro lugar do mundo. A
agricultura atrasada de subsistência dos colonos subsidiava a agricultura moderna e a
industrialização através do fundo de acumulação de capital industrial, na expansão
dos mercados e no barateamento da força de trabalho nas cidades, que constituía no
processo de expansão capitalista, que havia deixado de ser percebido pela teoria da
CEPAL. Na qual Chico de Oliveira entra em desacordo com as Teorias Cepalinas
dizendo que o impedimento do desenvolvimento brasileiro está na má distribuição de
renda que estrutura, que constituirá sério entrave para a acumulação futura. Pois para
o autor a especificidade da economia brasileira articula-se com o modelo geral da
acumulação capitalista. É necessário romper com o conceito do “modo de produção
subdesenvolvido”, que representaria uma linearidade da formação histórica
econômica brasileira em torno de um setor atrasado, subsidiando um setor moderno.
Com isso o “exército de reversa” está ocupado com atividades informais, que para
outros autores, era apenas consumidor excedente, que na verdade faz parte dos
expedientes do custo de redução da força de trabalho urbana.
O crescimento da organização e da mobilização dos trabalhadores podeira levar à
redução da alta exploração causada pelo baixo custo da força de trabalho. A reforma
agrária poderia acabar tanto com a fonte fornecedora do “exército de reserva”, quanto
o poder patrimonialista que comandava o poder político. O que não ocorreu por falta
da adesão da burguesia nacional, que acabou cedendo ainda mais pela
industrialização sobre novos ramos internacionais.
Esta escolha de decisão acabou culminando no golpe de estado de 64, que no caso o
governo adotou durante a ditadura a abertura para o capital exterior, fazendo com que
o endividamento externo aumentasse, abrindo ainda mais a financeirização
econômica, que por seu viés acabou sendo um verdadeiro desastre.
De acordo com FHC, a dependência dos países latinos americanos é resultado do
desenvolvimento social e político, dentro e fora do país. O desenvolvimento é em si
mesmo um processo social; mesmos seus aspectos puramente econômicos deixam
claramente as relações subjacentes.
Combinado a esta ideia, o autor parte da rejeição da ideia de que os países em
desenvolvimento estivessem repetindo a história dos países desenvolvidos como
Estados Unidos e alguns países da Europa Ocidental, sendo que cada situação de
subdesenvolvimento tem pouco valor interpretativo. Para analisar i desenvolvimento
é preciso considerar as condições históricas particulares econômicas e sociais, e
compreender nas situações estruturais dadas que as sociedades em desenvolvimento.
O desenvolvimento é o resultado da interação de grupos e classes sociais que
expressam interesses próprios, e aonde o governo vai se adaptando de acordo com os
interesses, sua força e sua denominação ao conjunto da sociedade.
É através do processo político que uma classe ou grupo econômico tenta estabelecer
um sistema de relações sociais que lhe permitia impor ao conjunto da sociedade um
modo de produção próprio, ou, pelo menos, tenta estabelecer alianças ou subordinar
os demais grupos ou classes com o fim de desenvolver uma forma econômica
compatível com seus interesses e objetivos.
O Brasil seguiria aberto a relação de dependência de um mercado hegemônico
baseado em um capital bem estruturado e com fins específicos que na maioria das
vezes vão em desacordo com o ideal de desenvolvimento nacional (Furtado).
Ao analisar as diferentes vertentes do que é desenvolvimento e como ele ocorre,
torna-se importante ponderar a respeito das etapas de Rostow: na primeira etapa
trata-se de limitação tecnológica, poder politico aristocrático e limitação da
produtividade agrícola, devido ao uso de instrumentos rudimentares de trabalho;
solucionável através de mudanças estruturais econômicas e políticas. Na segunda
etapa trata-se de momento de transformação através do desenvolvimento e da
expansão da classe média que diminui os custos de produção e consequentemente o
nível de preços. Fazendo pressões para que o Estado adote políticas de investimento
em Infraestruturas e áreas sociais, como educação. Na terceira etapa com a
mecanização da agricultura, o que antes eram atividades industriais isoladas passa a
ser por todo país, sendo assim, a produção em larga escala eliminaria as antigas
obstruções ao desenvolvimento, expandindo o nível de emprego e aumentando o
bem-estar, com o aumento da oferta de alimentos sem o aumento dos preços, para a
população poder consumir bens industriais. Na quarta parte a introdução de
indústrias de bens de capital em seu processo produtivo, mas sim de avanços
tecnológicos diferentes daquelas proporcionadas anteriormente, não somente
focados nas escalas de produção, mas na qualidade e em níveis técnicos. Na quinta
etapa, neste momento há uma generalização do consumo, implantação do Welfare
State e um aumento significativo do lucro pelo aumento das vendas.
O ponto central de Rostow é sair da subsistência passando pelo crescimento e
chegando ao máximo do desenvolvimento compreendido pela social-democracia
representada pelo Welfare State.
Uso da deterioração dos termos de troca é usado pelos diversos autores, porém
alguns usando outras denominações, mas todas tratam de economias periféricas que
continuam a depender de exportações de bens primários, com grande excedente de
mão de obra, lenta expansão de bens primários, aumentando o desequilíbrio interno.

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