You are on page 1of 121

7. Artur Barrio, Situação…ORHHH…ou…5.000…T.E …EM 15.

Cildo Meireles, Inserções em circuitos ideológicos: Projeto


11. Antonio Manuel, Urna quente (1975). Madeira. cera, fita. 58 28-29. Artur Barrio, Situação…ORHHH…ou…5.000…T.E….
87
51. Malasartes, nº3 (abril/maio/junho de 1976). 135
37. Carlos Zilio, Para um jovem de brilhante futuro (1973). Mala de executivo e pregos. 104
2 3
5
Longe de paralisar a produção criativa do país, como muitos acreditavam que
7
6

tentaram reconfigurar o papel dos espectadores, questionaram o mercado de tas conseguiram desenvolver com sucesso suas próprias versões modificadas
8 9
10 11
assim como na esfera internacional. artista de materiais perecíveis, de baixo custo, como forma de forjar uma nova
12 13
todos estão em primeiro plano neste livro. Ao reunir estes diversos materiais e
15
União Soviética, a República Dominicana e a Espanha, logo viriam a limitar ou a
16 17
ansiosos por romper com o regionalismo e com temas nacionais, aproximaram- estruturas rigorosas.
18 19
tempo; ele tornou-se desiludido com o tom apolítico do movimento Neoconcreto ansiedade implícita nas pinturas. Uma tela em silkscreen que não foi incluída
20 21
rem perseguição direta ou serem enviados para o exílio. Muitos fatores contribuíram para esta
liberdade relativa nas artes plásticas: a falta de visibilidade,
22 23

foram derrotadas.” [nota 21] deria: Seu porco teria sido rejeitado pelas mesmas razões que agora me fizeram
24 25

vermelho monumental de Antonio Manuel, reproduzindo em silkscreen imagens polícia e os estudantes.


26 27

brasileiros estavam sofrendo com a censura local, mas também que toda a
28 29

exposição Arte e Tecnologia se juntaria Pierre Restany na recusa em partici- ra, resumindo a questão em termos de defesa de princípios nacionais: “A arte e
30 31
para o catálogo da bienal havia sido rejeitada por causa dos termos contunden-
e Desenho 3. [nota 50]
32 33

as Seen at the End of the Mechanical Age. [nota 58] Takis invadiu. o MoMA e desconec-
34 35
1973. Pedrosa se mudou para o México e depois para a França, retornando ao das novas tendências e ideias.
36 37
veemente a causa. Do outro lado estava Ayala, crítico de arte do Jornal
cos ficaram à deriva, forçados a moldar seu próprio caminho por meio de uma
38 39

diante da repressão. Eles foram pioneiros em novas formas de expressão e


41

resposta à atenção que recaía sobre ele foi um gesto improvisado, mas que se
43

Leirner aos critérios do júri provocou na época a resposta de críticos de arte de


45

decidir que aquilo não era o mesmo que a estátua de Apolo de Belvedere ou a do artista como um veículo a ser explorado e como forma de expressão.
47
no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, o corpo do artista foi usado como Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, Mira Schendel e Regina Silveira, entre muitas
49
e decidiu, por unanimidade, repudiar o comportamento de Antonio Manuel e repressivas em que o país estava submetido na época.
51
significado específico, ela atua como um poema visual.
Foto: Vicente de Mello
53
blico? No caso de Antonio Manuel, o júri do XIX Salão Nacional de Arte Moderna e o valor descritos verbalmente na presença de um advogado e de um notário
55
plantas tropicais e papagaios vivos movendo-se dentro de uma grande gaiola.
57
quivos fotográficos (figura 12). O material, em sua maior parte, tinha relação com
59
Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, 1968. Dirigido por Raimundo Amado.. que habitavam as favelas.
61
o preconceito”, “Arte e cultura como um todo”, “A nova estética”, “Uma nova
63
América Latina. Esta estrutura primitiva era quebrada por elementos experi- forças de repressão e, mais uma vez, encontrou Antonio Manuel em seu centro.
65
de decomposição”. [nota 53] O banco pagou pela instalação, mas decidiu não mantê-la, nos meios de comunicação e novas mídias. A apropriação da mídia de massa
67
Foto: Denise Cathilina era virgem], uma referência à pureza buscada por Mondrian em suas telas.
69

Neném na cama com o ex-marido, Paulo, um pária do morro da Mangueira.


71
19-20. Antonio Manuel, A arma fálica (1970). Fotonovela. Foto: Marcos Lins Andrade (Kiko)
possuíam essencialmente o mesmo propósito de O corpo é a obra, que confron-
73
lizada era uma ideia tentadora que seduzia Antonio Manuel. Ao criar suas
Argentina e uma das maiores áreas de cultivo de açúcar no país. [nota 63] O governo do
75
22. Graciela Carnevale, Tucumán Arde (1968). Fotografia.
Arquivo Graciela Carnevale, Rosário, Argentina. poético do animal está relacionado à minha infância. A ideia de liberdade que
77

dade da situação política na época.


78
81
83
bastante ambicioso: desenvolver uma estética total no campo das artes visuais.
85
de vanguarda atual, cujas principais características são: .
anos 1960, Barrio começou a se apropriar de lixo e de materiais abandonados,
87

rio atirou rolos de papel higiênico (cujas iniciais dão título à obra) nos jardins
89

verdadeiro conteúdo das latas foi muito debatido; dado que abrir uma delas
91

e da decomposição orgânica foram suas “trouxas ensanguentadas” – como fica- Coleção Inhotim, Minas Gerais
93
35. Luiz Alphonsus de Guimaraens, Napalm (1970). Fotografia.
artistas foram convidados a criar obras in situ relacionadas à body art e ligadas
95

tarde se tornariam emblemáticas do período.


97
iluminação perceptiva, e, a partir daí, lançar um trabalho que rompesse com
99
rada no XIX Salão Nacional de Arte Moderna , o mesmo em que Antonio Manuel eles Umberto Costa Barros, Raymundo Colares, Alfredo Fontes, Luiz Alphonsus
101

No final dos anos 1960, as ideias do poeta voltaram à discussão, e Morais as como arte de guerrilha. Morais comparou as estratégias destes artistas às dos
103

festo, por outro lado, os grupos armados de esquerda já atuavam no país. As- como um ready-made de 1973, Para um jovem de brilhante futuro (figura 37):
105

prisão, com direito a indulto, por um tribunal militar. “simples fetiches de colecionador”.[nota 75]
107

fotografias. Numa entrevista concedida a Morais, para o Diário de Notícias, infelizmente não fui publicada no catálogo da mostra. Ao lado das fotogramas do
conceito de ordem, sobretudo o rigor formal da arte concreta, com sua tendên-

109

cas e sociais.
retrógrado em suas críticas formalistas a O corpo é a obra, de Antonio Manuel.

111
113
trabalho estaria no olho do furacão, em torno da discussão sobre o que constituía
da inevitável extinção, ajudando-os a obter o controle de suas terras. Nos

115
evoluiu para Espaços virtuais: cantos (1967-1968) (figura 41), uma série de
117
a ideia ou s e constituíam de proposições relacionadas ao tempo e ao espaço. limpa, e as folhas e pedaços de madeira foram reunidos no centro da clareira e
lente a seis mil dólares e passagens aéreas para Paris e Nova York.

119

ao preso político. Ironicamente, o governo militar incluiu esta data histórica em


tasse a atenção.” [nota 21] Durante a performance, o termômetro explodiu devido ao

121
123
a Guerra do Vietnã e promover os direitos dos artistas. Protestos contra a guerra

125
seus próprios textos.
cada em Power/Knowledge: Selected Interviews and Other Writings, 1972-1977

127

les descobriu uma lacuna na qual era possível organizar a resistência.


termos como “antiarte”, como definiu Hélio Oiticica, à “arte conceitual”, como

129

contexto e ideologia.
131
1972, para definir artistas conceituais espanhóis e argentinos. [nota 45] e gosto, e para atuar como jurado de salões e exposições. Em 1970, ele respon-
no Brasil.

133

emboscada tramada pelo espectador.” [nota 49]


135
terdisciplinar, concentrando-se principalmente nas artes plásticas, mas também
137
não poderia sobreviver com a tiragem e os recursos limitados que tinha.
139
141
Sermão da Montanha: Fiat Lux “de uma agressão cultural ao público”. [nota 67] Ao narrar
143

sim, à reflexão sobre a repressão vigente no país –, o impacto de suas ações na


145

entanto, o assunto foi pouco comentado. A situação política já estava mudando,


rante o regime militar. [nota 6] A comunidade artística brasileira saiu paradoxalmente

147

país governado por um regime militar nos anos 1960 e 1970. Durante o período
regime militar. É impossível dizer se suas ações tiveram ou não sucesso. Do

149
151

em francês está em mãos da autora, em Nova York. (N.E.)


Fechamento do Salão de Arte Moderna de Belo Horizonte

153
mir Palmeiras, acusado de um crime cuja sentença é de 16 anos de prisão.
155
157

ca (São Paulo: paz e Terra, 2001). De acordo com Schwarz, as pessoas que
159
161

de Portugal. por Lerner foi visto como fura-greve pelos colegas. Ver Frederico Morais,
163

Manuel Henrique, Tomoshige Kusumo, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner,


165
76. Ibid., 41. Artes não participaram da reunião por discordarem da medida.
167
169

Janeiro: Galeria Arte Banerj, 1986), sem paginação. Segundo Morais, minutos
14. Julia Kristev, Power of Horror: An Essay on Abjection, traduzido por Leon

171

Banerj, 1968), sem paginação.


45. Barrio, “4 Dias 4 Noites”, em Canongia (Org.), Artur Barrio, 155-158.

173

bridge: Cambridge University Press, 1999), 292.


175

coisa: as ideias de representar-representação-etc. estão acabadas.]


177
179
181
183
185
187
189
191
193
195
197
199
201
203
205

You might also like