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Teste de Rorschach

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O teste de Rorschach (popularmente conhecido como "teste do borrão de tinta") é uma
técnica de avaliação psicológica pictórica, comumente denominada de teste projetivo, ou
mais recentemente de método de autoexpressão. Foi desenvolvido pelo psiquiatra e
Psicanalista suíço Hermann Rorschach. O teste consiste em dar respostas sobre com o que
se parecem as dez pranchas com manchas de tinta simétricas. A partir das respostas,
procura-se obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do indivíduo. O teste de
[1]
Rorschach é amplamente utilizado em vários países.

As pranchas do teste, desenvolvidas por Rorschach, são sempre as mesmas. No entanto,


para a codificação e a interpretação das informações, diferentes sistemas são utilizados.

Paralelamente ao "Teste de Rorschach" propriamente dito, Rorschach desenvolveu em 1921


juntamente com Hans Behn-Eschenburg uma segunda série de pranchas que ficou conhecida
como Behn-Rorschach ou simplesmente Be-Ro-Teste. Hans Zulliger publicou em 1948 um
teste semelhante, mas em forma de slides a serem projetados na parede, chamado Teste Z.
Esse teste, originalmente pensado como um teste para grupos, foi posteriormente editado em
Hermann Rorschach
pranchas e utilizado como uma forma breve do teste de Rorschach, com apenas três
pranchas.[2]

Índice
Introdução histórica
A lógica do teste
A realização do teste
A técnica de interpretação
Quantidade de respostas
Qualidade formal da resposta
Respostas de movimento
As pranchas e os resultado mais comuns
Críticas e controvérsias
Referências
Bibliografia
Ligações externas

Introdução histórica
O uso de manchas de tinta como uma forma de teste não foi uma ideia de Rorschach. Antes dele muitos autores, como Binet, Henri,
Dearborn, Kirkpatrik entre outros, fizeram uso desse técnica, sobretudo no estudo da imaginação e da criatividade. No entanto esses
trabalhos não parecem ser a origem do interesse de Rorschach pelas manchas de tinta. Durante sua infância fora Rorschach um
entusiasmado jogador de um jogo muito difundido no século XIX chamado Klecksographie (Klecks significa mancha de tinta) em
que os jogadores criavam pequenos poemas a partir de manchas abstratas de tinta - cujo princípio básico é o mesmo de formar figuras
com as nuvens dispostas no céu. Apesar de ter feito alguns experimentos anteriores menos sistemáticos foi nos anos 1917-1918 que
Rorschach começou um estudo mais sistemático do uso do método de manchas de tinta no diagnóstico psiquiátrico, sobretudo no
diagnóstico da esquizofrenia. Na época ele trabalhava como diretor do hospital Krombach em Herisau, na Suíça e pode colher dados
tanto de pacientes como de funcionários e estudantes, coletando assim respostas tanto de pacientes como de pessoas saudáveis. Essa
[3]
foi a base da tese Psychodiagnostik publicada em junho de 1921, primeira apresentação oficial do teste.

Originalmente Rorschach usava um total de 40 pranchas diferentes, que logo se reduziram a 15. Mesmo esse número bem diminuído
de pranchas, representou uma grande dificuldade para a publicação da obra devido ao alto custo de impressão. A maioria dos editores
consultados se mostravam dispostos a publicar apenas 6 pranchas, com o que o autor não concordava. Assim, durante todo o ano de
1920 a obra, já pronta, não pode ser publicada - e foi mesmo reescrita, uma vez que Rorschach continuava colhendo dados. Apenas
em 1921 Rorschach conseguiu, com o auxílio de Walter Morgenthaler, negociar um compromisso com o editor Bircher de Berna: ele
editaria 10 das pranchas. Importante para o desenvolvimento posterior do teste foi o fato de o editor ter tido problemas na reprodução
das manchas, de forma que as pranchas editadas eram menores que as originais e possuíam um sombreado inexistente anteriormente.
Essa é a forma atual do teste. Essas mudanças, antes de serem um problema representaram novas possibilidades para o teste,
possibilidades que não faziam parte da obra original de Rorschach. Assim este começou a colher novos dados com as pranchas
publicadas. Infelizmente o psiquiatra morreu precocemente em Abril de 1922 e deixou apenas um artigo inacabado a respeito dos
sombreados. A obra de Rorschach foi um fracasso editorial. A comunidade científica não se mostrou interessada e a maior parte dos
1200 livros publicados ainda estavam no depósito quando o autor faleceu. Somente quando mais tarde os direitos da obra foram
comprados pelo editor Huber e os primeiros artigos começaram a ser publicados é que o teste passou a ganhar em respeitabilidade.
No entanto seu autor estava morto e as pranchas publicadas não correspondiam àquelas que ele utilizara na coleta original de dados.
[3]
Essa situação levou ao aparecimento de diversos novos sistemas de codificação e interpretação do teste.

O primeiro autor a se dedicar à interpretação dos sombreados foi Hans Binder.[4] Outros importantes representantes do teste na
Europa foram Walter Morgenthaler, Emil Oberholzer, Georgi Roemer, Hans Behn-Eschenburg e Hans Zulliger. Eles foram os
primeiros treinadores de especialistas na execução do teste. Entre estes estava o americano David Levy, que levou o teste para os
Estados Unidos. Em torno de Levy reuniu-se um grupo de pesquisadores que se dedicaram ao desenvolvimento do método
diagnóstico com as pranchas de Rorschach. Entre eles destacam-se Samuel J. Beck e Marguerite Herz. A expansão do nacional-
socialismo nos países germanófonos levou a uma onda de imigração e muitos pesquisadores europeus se estabeleceram nos Estados
Unidos. Entre eles o alemão Bruno Klopfer, o polonês Zygmunt Piotrowski e o húngaro David Rapaport. Cada uma dessas cinco
[3]
personalidades gerou um próprio sistema de codificação e interpretação do teste de Rorschach.

A necessidade de unificar os diferentes sistemas em um todo coerente não ficou desapercebida. Na Europa, o principal movimento
nessa direção, foi a obra do psiquiatra dinamarquês-suiço Ewald Bohm. Seu Lehrbuch der Rorschach-Psychodiagnostik, publicado
pela primeira vez em 1958, continua sendo a base do trabalho com o teste, principalmente no mundo germanófono. Nos Estados
Unidos, foram os esforços de John E. Exner Jr. que, com seu Sistema Abrangente (Comprehensive System) procurou unificar os
sistemas das cinco maiores escolas do teste de Rorschach nos Estados Unidos. Seu sistema tornou-se muito influente também em
outros países e é hoje o sistema mais difundido. Infelizmente somente a primeira edição da obra de Bohm havia sido traduzida para o
inglês, de tal forma que o autor americano não a levou em consideração no seu sistema. Na atualidade, há um esforço de unificação
das escolas europeia e americana.[5][6]

A lógica do teste
O teste de Rorschach, como todos os testes projetivos, baseia-se na chamada hipótese projetiva. De acordo com essa hipótese, a
pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma informação ambígua (ou seja, sem um significado claro, como as pranchas do teste de
Rorschach), projeta aspectos de sua própria personalidade. O intérprete (ou seja, o psicólogo que aplica o teste) teria assim a
possibilidade de, trabalhando por assim dizer "de trás para frente", reconstruir os aspectos da personalidade que levaram às respostas
dadas.[7]
A hipótese projetiva baseia-se no conceito freudiano de projeção: um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo atribui de
maneira inconsciente características negativas da própria personalidade a outras pessoas (projeção clássica). Apesar de a projeção
clássica carecer de confirmação empírica e ser assim alvo de controvérsias, há ainda um outro caso de projeção que conta com uma
relativa unanimidade entre os estudiosos: a projeção generalizada ou assimilativa. Esta é a tendência de determinadas características
da personalidade, necessidades e experiências de vida de influenciar o indivíduo na interpretação de estímulos ambíguos. De acordo
com os defensores do uso de testes projetivos, tais testes possuem duas grandes vantagens em comparação aos testes estruturados: (a)
eles "enganam" os mecanismos de defesa do indivíduo e (b) permitem ao intérprete do teste ter acesso a conteúdos não acessíveis à
consciência do indivíduo testado.[7] Corre-se o risco da análise ser monitorada pelo sistema de autodefesa inconsciente do avaliado,
mas o diagnóstico possui robustez para enquadrar o individuo quando ele se camufla nas estratégias esguias, desde que não tenha
acesso a outros testes e avaliações para usá-lo como parâmetro e se posicionar escamoteando suas características e personalidade.

A realização do teste
O teste compõe-se, como visto, de 10 pranchas diferentes, algumas com borrões coloridos, outras são pretas e brancas. O realizador
do teste apresenta as pranchas, sempre na mesma ordem, à pessoa que está sendo testada com a pergunta: "o que poderia ser isto?".
Apesar de as pranchas serem sempre apresentadas na mesma posição, a pessoa pode virá-las à vontade. E pode dar quantas respostas
quiser.

O principal trabalho do realizador do teste é a codificação das respostas dadas: cada resposta deve ser classificada através de um
complexo sistema de códigos, que reduz as várias respostas a algumas categorias básicas. Uma das principais diferenças entre os
diversos sistemas do teste (ver acima "Introdução histórica") é exatamente a forma da codificação.

Tanto no sistema de Bohm[8] como no sistema de Exner[3] cada resposta é classificada sob quatro pontos de vista:

1. o modo de percepção - ou seja, se o borrão é visto como um todo ou se apenas uma parte é importante (e, neste
caso, em que parte do borrão);
2. a determinante - ou seja, que aspecto do borrão foi importante para a resposta: a forma, a cor
, a impressão de
movimento;
3. o conteúdo - a figura descrita é de um ser humano, de um animal, uma parte do corpo humano, uma planta, uma
paisagem, uma objeto (arquitetônico, histórico, etc.)
4. a originalidade ou vulgaridade da resposta - ou seja, se a resposta é, na população da pessoa que está sendo
testada, uma resposta muito comum (que muitas pessoas dão) ou muito rara.
Para cada um desses pontos de vista é utilizada uma série de letras, que indicam cada uma das várias possibilidades. Assim uma
resposta pode ser codificada G F M no sistema de Bohm, o que significa que essa resposta utiliza toda a figura (G), baseia-se na
forma do borrão (F) e descreve um ser humano (M); uma outra resposta poderia ser codificada D Fb T (ou seja, utiliza apenas um
detalhe do borrão (D), baseia-se sobretudo na cor (Fb) e representa um animal (T)).

O que diferencia os dois sistemas não é apenas o uso de letras diferentes para indicar cada uma das categorias (Bohm usa abreviaturas
alemãs e Exner em inglês; assim para indicar o uso do borrão como um todo o primeiro utiliza G (al. Ganzes, todo) e o último utiliza
W (ing. Whole, todo)), mas sobretudo detalhes de execução do teste e de codificação das respostas. Bohm, por exemplo, utiliza um
relógio para medir o tempo de exposição da pessoa à prancha; Exner codifica diferentes formas de respostas em que diferentes
categorias se misturam, e cada um deles utiliza um sistema diferente para codificar as respostas que envolvem a inclusão de detalhes
dos borrões. A exatidão com que as respostas devem ser codificadas exige uma grande perícia por parte do realizador do teste, que
precisa, assim, ser muito bem treinado para essa atividade.

A técnica de interpretação
Uma vez codificadas todas as respostas, elas são somadas e reduzidas a diferentes índices (por exemplo, a relação entre o número de
respostas G e de respostas D, etc.) Cada um dos sistemas utiliza índices diferentes. Esses índices são reunidos em agrupamentos (ing.
clusters), que descrevem determinadas dimensões dapersonalidade.

Bohm[8] propõe para a interpretação o seguinte esquema:


1. Avaliação quantitativa dainteligência - ou seja, uma estimativa do grau de inteligência de alguém;
2. Avaliação qualitativa da inteligência- que tipo de inteligência é mais desenvolvido (talentos, modo de trabalho,
fantasia)
3. Avaliação da afetividade - a estrutura e controle da vida emocional do indivíduo e sua capacidade de fazer
contatos sociais;
4. Atitudes gerais como ambição, sentimentos de inferioridade ou superioridade, agressividade, tendência de sentir-
se embaraçado, entre outros;
5. Humor - tristeza, alegria, apatia, ansiedade, entre outros;
6. Traços neuróticos, tipo e estrutura;
7. Indícios de um diagnósticopsiquiátrico, além de resultados de outros testes que talvez tenham sido realizados,
da anamnese e indicação de outros testes complementares, que talvez sejam necessários.
Exner[3] propõe uma interpretação dos diferentes índices. Ele apresenta três grupos de "variáveis chave" (ing.
key variables):

1. Grupo I, formado de três índices: o deesquizofrenia, o de depressão e o de déficit de coping


2. Grupo II, formado pelas chamadas "Escalas D", que se referem à capacidade pessoal de controle do próprio
comportamento e à capacidade de lidar comestresse
3. Grupo III, que descreve os estilos (ou tendências) dominantes depersonalidade.
Os diferentes índices dos três grupos são então utilizados para o cálculo de três agrupamentos de qualidades do funcionamento
mental do indivíduo:

1. Grupo 1: "A tríade cognitiva"

1. Processamento de informações
2. Ideação - a capacidade do indivíduo de traduzir as informações que recebe do ambiente em conceitos e ideias
abstratos
3. Mediação cognitiva - a tendência de o indivíduo ser convencional (ou não) na sua maneira de ver e pensar as
coisas
2. Grupo 2:

1. Afetividade
2. Autopercepção
3. Percepção interpessoal
3. Grupo 3:

1. Capacidade de controle e tolerância deestresse


2. Estresse ligado à situação

Com base nesses dados o realizador do teste obtém um perfil da personalidade da pessoa testada. Esse perfil pode auxiliar o
diagnóstico clínico de um transtorno mental; o teste sozinho não oferece, no entanto, uma base sólida para tal diagnóstico.

Outro ponto importante é notar que para o teste de Rorschach não há respostas corretas. Cada resposta só obtém seu significado
quando vista em conjunto com todas as respostas dadas. Além disso, o significados das respostas varia de acordo com a população do
indivíduo testado, mostrando a importância da influência dacultura sobre os padrões de percepção e interpretação. Assim, um mesmo
[9]
resultado poderia ser considerado normal em um europeu e problemático em um norte-americano

Além de Exner e de Böhm, muitos outros autores utilizaram o teste de Rorschach de maneiras diversas e para diferentes fins. Marvin
Goldfried e seus colegas (1971)[10] oferecem uma visão geral de diversos usos dados ao teste no decorrer de seu desenvolvimento: O
teste foi utilizado para o diagnóstico do nível de desenvolvimento pessoal, do nível de hostilidade, de ansiedade, o nível do limite
corporal (ou seja, a tendência do indivíduo de perceber a si mesmo como "firme" ou "fraco" e "penetrável"), a tendência
homossexual, a tendência para o suicídio entre outros. Esses diferentes usos do teste apresentam diferenças consideráveis na sua
confiabilidade.

Quantidade de respostas
É esperado que pessoas saudáveis consigam dar pelo menos 14 respostas entre as 10 manchas. Para que a pessoa não pense que deve
dar apenas uma por mancha, na primeira mancha ela é instruída a dar mais de uma resposta. Pessoas que apesar de serem estimuladas
não conseguem dar muitas respostas podem ser interpretadas com tendo menor capacidade cognitiva, como tendo tendência a
depressão ou como indicativo de problemas mentais sérios.

O número normal de respostas é de cerca de 23 no total, por volta de 2-3 por mancha. Quem consegue dar mais de 30 respostas pode
ser visto como mais criativo, com mais recursos e com maior capacidade intelectual.

Em entrevistas de emprego, o Rorschach é visto como uma tarefa diferente e interativa, mas ainda assim uma tarefa semelhante a
outras que o novo profissional deve receber, para testar como a pessoa lida com tarefas novas. Ser capaz de dar respostas rápidas,
bem elaboradas, bem explicadas, com tranquilidade, usando os diversos recursos da mancha (cor, sombreado, textura,
complementando com a área em branco...) indica que o profissional é capaz de executar tarefas com competência e possui capacidade
cognitiva para tal.[11]

Qualidade formal da resposta


Todas as respostas são codificadas de acordo com o quanto elas foram vistas pelo de grupos de pessoas que o paciente se encaixe
(não-pacientes, esquizofrênicos, depressivos internados, menores de 15 anos...). No modelo Exner a amostra base foi de cerca de
[12]:
1200 pessoas. Dependendo do número de pessoas que deu resposta semelhante a essa, a resposta pode ser classificada como

Comum: Vista por mais de 2% da amostra. Indica que a pessoa tem um processamento cognitivo normal e objetivo.

Comum integrada: Codificado quando forem vistas duas respostas comuns interagindo entre si, indica boa integração de
informações.

Incomum: Menos de 2% viram, mas algumas viram. Essas respostas indicam peculiaridades do indivíduo, mas ainda usando bem os
detalhes da mancha.

Única: Não há registros sobre essa resposta. Essas respostas indicam projeções do indivíduo. Mais comum entre indivíduos mais
criativos, com pensamento diferenciado e uma visão peculiar da vida como artistas e filósofos.

Ver muitas respostas populares (a mais comum de cada mancha) é um sinal de obsessividade e compulsividade, pois supostamente é
comum que os obsessivos façam um esforço maior para não perder nenhum detalhe importante, sendo excessivamente preocupados
[11]
com a opinião dos outros e com dificuldade de relaxar e dar respostas criativas.

Respostas de movimento
Respostas de movimento são classificadas como ativas ou passivas de acordo com a ação executada pelas pessoas ou animais. É
esperado que pessoas mais ativas, decididas e determinadas deem mais respostas de movimento ativo, enquanto pessoas tímidas e
reprimidas dão mais respostas de movimento passivo. Exemplos de respostas ativas incluem animais ou pessoas comendo alguma
coisa, brigando, correndo ou algo semelhante. Exemplos de respostas passivas são animais ou pessoas sentados, deitados, dormindo
ou algo semelhante. Respostas de objetos se movendo também são codificadas como movimento.

Muitas respostas de movimento também são indicativo de pessoas bem motivadas e pró-ativas por envolverem maior esforço
cognitivo. Respostas de movimento que também tenham qualidade formal única indicam pessoas capazes de resolver problemas
[11]
usando métodos não pensados pelos outros, ou seja criatividade e produtividade.

Algumas manchas estimulam respostas de luta, então é esperado que pessoas que conseguem resolver seus problemas adequadamente
respondam algumas. Pessoas introvertidas que dão mais respostas passivas e não dão nenhuma resposta de luta são interpretadas
[11]
como incapazes de tomar lutar pelos seus próprios direitos, um indicativo de vítimas de crimes.

As pranchas e os resultado mais comuns


Abaixo, são apresentados os dez borrões impressos em pranchas, respeitantes ao teste de Rorschach, [13] juntamente com as respostas
mais frequentes (quer para a imagem inteira, quer para outros detalhes importantes) de acordo com vários autores.
Note que as imagens são de domínio público na Suíça, terra nativa de Hermann Rorschach's (desde 1992 - 70 anos após a morte do
[14][15]
autor, ou 50 anos após a data-limite de 1942), de acordo com a lei de direitos autorais suíço.

Críticas e controvérsias
Até o desenvolvimento do sistema de Exner, a falta de padronização do teste de Rorschach foi o principal alvo de críticas ao teste.
Exner, com seu sistema abrangente, ofereceu ao mundo científico um sistema que, ao menos em teoria, correspondia aos padrões
psicométricos: validade (ou seja, o teste mede o que deve medir), confiabilidade ou fiabilidade (ou seja, o teste é exato na medição) e
objetividade (ou seja, diferentes pessoas chegam ao mesmo resultado). O sistema de Exner foi validado e normatizado em populações
de diferentes países, inclusive Portugal e Brasil.[21][22] Segundo Pasian (2002), o Rorschach já foi testado em diversos estudos
normativos e está validado pelo Conselho Federal de Psicologia, no Brasil, como eficaz.

Apesar do grande desenvolvimento que o sistema de Exner representou para o Rorschach, o seu uso ainda está longe de ser aceite por
todos os pesquisadores. Scott O. Lilienfeld, James M. Wood, Howard N. Garb e seus colaboradores apontam uma série de problemas
ligados tanto ao teste quanto à sua utilização. Em um artigo na revista Scientific American os autores apontam que a aplicação do
teste não permite identificar a maior parte dos transtornos mentais tais como definidos nos sistemas atuais de classificação (CID-10 e
DSM-IV).[1] Em outro artigo[23] os autores contra-indicam expressamente o uso do teste como método diagnóstico de diagnósticos
psiquiátricos e em contexto forense, além de fazerem recomendações para a melhoria da qualidade dos estudos científicos sobre o
teste. Apesar da forte crítica quanto a seu uso em diagnóstico clínico, os autores não desvalorizam o teste totalmente. Eles
reconhecem o valor do teste em diversas áreas de pesquisa bem como sugerem seu uso como complementação no diagnóstico da
esquizofrenia e de desordens no pensamento. Um outro uso legítimo do teste seria como método exploratório e heurístico em certos
tipos de psicoterapia.[24]

Uma outra controvérsia ligada ao teste diz respeito à divulgação principalmente das imagens das pranchas, mas também de toda e
qualquer informação ligada à forma de realização e interpretação do teste. Para muitos psicólogos, o conhecimento dessas
informações por parte da pessoa testada fere a confiabilidade do teste. Apesar de problemas ligados aos direitos autorais já existirem
há alguns anos, uma vez que os direitos autorais venceram na maior parte dos países 70 anos após a morte do autor, a controvérsia
tomou uma nova dimensão em 2009, quando as pranchas e dados ligados às respostas mais correntes em diferentes países foram
publicadas no artigo em inglês da Wikipédia.[25] As discussões ligadas a esse caso levaram à publicação das pranchas em outros
meios de comunicação, como os jornaisThe Guardian e The Globe and Mail[26].

Referências
1. Lilienfeld, Scott O.; Wood, James M. & Garb,Howard N. (2001). What's wrong with this picture?.Scientific American.
In: http://www.psychologicalscience.org/newsresearch/publications/journals/sa1_2.pdf
2. Universidade de Gotteborg.«Classical Rorschach»(http://www.phil.gu.se/fu/europe.html). Consultado em 31 de
janeiro de 2010.
3. Exner, John E. Jr. (1993). The Rorschach - a comprehensive system. V olume 1: Basic foundations, 3rd. ed. New
York: Wiley.
4. Binder, Hans (1932). Die helldunkeldeutungen in psicodiagnostischen experiment von Rorschach.Schweiz Archives
Neurologie und Psychiatrie, 30, 1-67.
5. Österreichische Rorschach Gesellschaft.«Weiterentwicklung des Rorschach Verfahrens in Europa und den USA»(ht
tp://www.oerorg.at/weiterentwicklung.php). Consultado em 31 de outubro de 2010.
6. Universidade de Goteborg.«Classical Rorschach: Rorschach Traditions» (http://www.phil.gu.se/fu/trad). Consultado
em 31 de outubro de 2010.
7. Lilienfeld et al (2000). The scientific status of projective techniques.Psychological Science in the Public Interest, 01
,
2.
8. Bohm, Ewald (1972). Lehrbuch der Rorschach-Psychodiagnostik, 4. Aufl. Bern: Huber.
9. Dana, Richard H. (2000).Handbook of cross-cultural and multicultural personality assessment . Lawrence Erlbaum.
ISBN 9780805827897.
10. Goldfried, Marvin R.; Stricker, George & Weiner, Irving (1971). Rorschach: Handbook of clinical and research
applications. Englewood Cliffs-NJ: Prentice-Hall.
11. J. E. Exner. Jr. Manual de interpretação do Rorschach para o sistema compreensivo
12. J. E. Exner. Jr. Manual de classificação do Rorschach para o sistema compreensivo
13. Rorschach, Hermann (1927). Rorschach T est – Psychodiagnostic Plates. Hogrefe.ISBN 3-456-82605-2.
14. «Copyright Durations Wordwide - EU Copyright» (http://www.eucopyright.org/copyright-durations-worldwide/). Swiss
Federal Institute of Intellectual Property. Consultado em 26 de agosto de 2009.[ligação inativa]
15. «Copyrights – Terms of Protection» (https://www.ige.ch/en/copyright/copyrights.html). Swiss Federal Institute of
Intellectual Property. Consultado em 26 de agosto de 2009.
16. Alvin G. Burstein, Sandra Loucks (1989). Rorschach's test: scoring and interpretation. Nework: Y Hemisphere Pub.
Corp.. p. 72. ISBN 9780891167808.
17. p. 107. ISBN 9780805801026.
18. Dana 2000, p. 338
19. Weiner & Greene 2007, pp. 390-395
20. Weiner & Manual de Interpretação do Rorschach 2003, pp. 102-109
21. do Nascimento, Regina Sonia Gattas Fernandes (2007). Rorschach Comprehensive System data for a sample of
409 adult nonpatients from Brazil.Journal of Personality Assessment, 89(Suppl1). Special issue: International
reference samples for the Rorschach Comprehensive System. pp. S35-S41.
22. Abel Pires, António (2007). Rorschach Comprehensive System data for a sample of 309 adult nonpatients from
Portugal. Journal of Personality Assessment, 89(Suppl1). Special issue: International reference samples for the
Rorschach Comprehensive System. pp. S124-S130.
23. Wood, James M.; Lilienfeld, Scott O.; Garb, Howard N. & Nezworski, M. Teresa (2000). The Rorschach test in clinical
diagnosis: A critical review, with a backward look at Garfield (1947).Journal of clinical psychology, 56(3), pp. 395-
430.
24. Wood, James M.; Nezworski, M. Teresa; Garb, Howard N. (2003). What's Right with the Rorschach?The Scientific
Review of Mental Health Practice, 2(2), pp. 142-146.
25. A Rorschach Cheat Sheet on Wikipedia?(http://www.nytimes.com/2009/07/29/technology/internet/29inkblot.html?pa
gewanted=all), The New York Times, July 28, 2009
26. Ian Simple (29 de julho de 2009).«Testing times for Wikipedia after doctor posts secrets of the Rorschach inkblots»
(http://www.guardian.co.uk/science/2009/jul/29/rorschach-answers-wikipedia). The Guardian
Patrick White (31 de julho de 2009).«Rorschach and Wikipedia: The battle of the inkblots»(http://www.theglobeand
mail.com/news/national/rorschach-and-wikipedia-thebattleoftheinkblots/article1235586/) . The Globe And Mail

Bibliografia
Bohm, Ewald (1972). Lehrbuch der Rorschach-Psychodiagnostik, 4. Aufl. Bern: Huber. ISBN 3-456-30041-7
Bohm, Ewald (1975). Psychodiagnostisches Vademecum, 3. Aufl. Bern: Huber. ISBN 3-456-80251-X
Exner, John E. Jr. (1993). The Rorschach - a comprehensive system. V olume 1: Basic foundations, 3rd. ed. New
York: Wiley. ISBN 0-471-55902-4
Goldfried, Marvin R.; Stricker, George & Weiner, Irving (1971). Rorschach: Handbook of clinical and research
applications. Englewood Cliffs-NJ: Prentice-Hall. ISBN 0-13-783225-7
Klopfer, B. & Davidson, H. H. (1971).Das Rorschach-Verfahren: Eine Einführung, 2. Aufl. Bern: Huber. (Original em
inglês: The Rorschach technique: an introductory manual . New York: Harcourt, Brace, Jovanowich)

Ligações externas
International Rorschach Society(em inglês)
Teste de borrões de Rorschach(em português) Dicionário do Cético.
Inkblot generator (em inglês) Gerador de pranchas.[ligação inativa]
Test de Rorschach (em espanhol) Site com pranchas originais e informações sobre o eTste de Rorschach.
[http://web.archive.org/web/*/[ligação inativa]]

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