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Apostila de teatro

Luiza Regina Reis

A PRÉ-PRODUÇÃO

O Líder do Teatro
O Líder do Grupo de Teatro, deve ser capaz de unir os componentes num propósito comum,
inspirá-los e conduzi-los. Certamente um líder de Grupo de Teatro sabe, que vai enfrentar
muitas dificuldades da pré-produção até a Apresentação de Estréia. Dificuldades de Reunir
o grupo todo para o ensaio, entrosar o grupo, tirar a timidez, dar estímulos, mostrar o valor
desse tipo de trabalho para o Reino de Deus. É preciso ter personalidade
firme e influência sobre os demais de seu grupo, reconhecendo sempre que você foi
chamado por Deus para o propósito especifico da utilização do teatro como forma de
evangelização. Confiando sempre em Deus, sendo humilde, aceitando sugestões, “fazendo
parte” do grupo e entrosando o grupo. Deve orientar e dirigir o ensaio com seriedade e
sinceridade. Prestando auxilio maior aos que tem mais dificuldade nas cenas. Valorizar o
potencial de cada componente, esclarecer acerca da responsabilidade do trabalho.
Estabelecer regras a serem cumpridas. Ser sempre o primeiro a dar exemplo, viver o que
prega, cobrar o máximo dos componentes.

A Escolha do Texto
O texto deve ser escolhido de acordo com a necessidade da Igreja. Escolha o tema que quer
abordar e o texto poderá ser escolhido de forma mais objetiva.

A Escolha do Elenco e da Produção


São dois processos: O convite para integrar o Grupo de teatro e a escolha do elenco e da
Produção. Faça o seguinte convite:
- Gostem de teatro (atuar ou participar da produção)
- Tenham tempo para se dedicar aos dias de ensaios.

Depois de feito o convite, divida em 2 Grupos: a Produção (sonorização, iluminação,


cenário, figurino, maquilagem) e o Elenco. A Produção é geralmente composta de pessoas
que gostam de teatro, mas não de interpretar. Então, elas desejam ajudar na parte de
iluminação, sonorização, maquilagem, cenário e figurino. Estabeleça as tarefas para essas
pessoas, pois elas serão assistentes diretos do líder. Para escolher o elenco da peça, deve-se
levar em consideração os requisitos abaixo. Costumo classificar exatamente nesta ordem.

Aparência – É extremamente necessária que a aparência da pessoa identifique juntamente


ao publico, a imagem que se pretende passar do personagem. Uma pessoa mal escolhida
para interpretar um papel pode acabar estragando a montagem por sua aparência não
convencer o publico. Ex. Colocar um rapaz muito alto e extremamente magro para fazer um
papel de Deus. Vai ironizar o personagem.

Voz – Imagine um jovem que esta mudando de voz, fazendo papel de um homem de 50
anos. Nem pensar. Uma atriz jovem com voz de criança, traz certa desconfiança para o
publico. Um rapaz de voz forte pode desempenhar um personagem que tenha que passar
credibilidade.

Interpretação – Porque coloquei interpretação em ultimo lugar? Pois bem. De que


adiantaria ser um excelente ator/atriz se não possui a aparência ou a voz adequada ao
personagem. Cabe ao líder, definir os papeis de acordo com a aparência e a voz de cada
componente. A aparência é tão importante na cena, que o ator pode fazer uma cena sem
dizer uma única palavra. Lembre-se: O que aparece no teatro é o “corpo” e a “fala”. Como
já dito, a aparência e a voz.

Começando a Ensaiar
Antes do início do ensaio, orem. Depois do ensaio, também. Estabeleça regras quanto a
datas de ensaios e horário e seja rígido. Ensaio serve para elaborar a apresentação da peça,
marcar as cenas, entrosar o grupo.

Primeira etapa de ensaio


Distribua os textos e dê um prazo para estar decorado Comece ensaiando somente a voz, a
entonação das falas. Sente-se em circulo com o grupo e leiam o texto do início ao fim. Isso
fará com que conheçam a historia a ser apresentada. Ensaie cenas isoladas, não precisa ser
na ordem em que aparecem no texto. Faça os exercícios da Oficina de Dramatização

Segunda etapa de ensaio


Comece a cobrar o texto decorado Os componentes que tiverem seus textos decorados,
podem começar a terem suas cenas marcadas (movimento e voz). A cada erro em cena, faça
com que se comece do inicio da cena. Isso fará com que os atores decorem suas falas mais
rápido.

Terceira etapa de ensaio


Comece a ensaiar as cenas em ordem cronológica. Se houver cenas ainda não prontas, faça
os atores repetirem várias vezes depois do ensaio cronológico. Não permita que os
componentes segurem o texto durante suas cenas nos ensaios. Se for preciso dite as
palavras e eles repitam. Se isso não for feito eles vão se prender ao texto e dificultar a
marcação das cenas e o bom andamento do companheiro de cena. Comece a incluir nos
ensaios, cenário, iluminação e sonorização. Isso serve para adaptar os atores a realidade da
cena.

Quarta etapa de ensaio


Verificar o figurino e o tempo necessário para troca de roupa (caso haja). Organizar todo o
equipamento necessário para a apresentação.

Fazer o ensaio geral.


Marcar as cenas de movimentos é estabelecer: locais de entrada e saída de personagens,
posição na cena, movimentos feitos durante a cena. Sentar-se, levantar-se, andar pra
frente/trás etc. É expressamente proibido ficar de costas para o publico, a não ser que a
marcação de cena exija isso. Quanto mais marcada a cena, mais bonito fica o efeito visto
pelo público.
Marcação de voz - É proibido falar com a cabeça baixa, falar pro chão ou falar rápido
demais o texto.

Coach – Técnico. Na TV, alguns atores possuem um diretor somente pra ele. Este se dedica
a auxiliá-lo para melhorar seu desempenho nas cenas. Coloque um componente como
Coach de cena de outro componente. Assim ele poderá auxiliar o companheiro em cena e
trará novas idéias para a direção.

Oficina de Dramatização
Apesar de você dispor de um elenco disposto a servir, certamente eles enfrentarão diversos
“temores”, principalmente se forem iniciantes. Os exercícios da Oficina de Dramatização
são extremamente importantes durante os ensaios. Através deles, a timidez, a sensação de
incapacidade, a vergonha, o nervosismo, podem ser facilmente eliminados. É muito
importante a participação de todo o elenco, (incluindo a equipe de produção) desses
exercícios. Os exercícios contribuem inclusive para o entrosamento de todo Grupo de
Teatro. Abaixo seguem alguns desses exercícios:

EXERCÍCIOS PARA A VOZ


Lembre-se: Falar alto e gritar são posturas totalmente diferentes. Ensine seu grupo a falar
alto. Gritar só se houver necessidade em cena.

CONTAGEM de 1 a 10
Contar de 1 à 10, a cada número, aumentar gradativamente o volume da voz e na seqüência,
contar de 10 à 1, a cada número diminuir gradativamente o volume da voz.

OBJETIVO: Conhecer a capacidade de voz de cada componente e desenvolver em cada um


controle do volume da voz.

DICÇÃO
Cada componente deve ler em voz alta o texto de seu personagem na trama, destacando
todas as silabas, pontuação e entonação.

OBJETIVO: Trabalhar as dificuldades encontradas pelos componentes ao pronunciar o


texto de modo a tornar mais claro para o público as falas dos personagens.

VIBRAÇÃO DAS CORDAS VOCAIS


Molhar os lábios (inferior e superior) com a própria saliva, juntar os lábios formando um
bico, respirar profundamente e soltar o ar pela boca de maneira a fazer com que os lábios
vibrem. Fazer três series de 10 repetições cada.

OBJETIVO: Exercitar as cordas vocais.

PEGADINHA
Algumas cenas exigem da pessoa a necessidade de chorar ou de fazer uma cena de
agressividade. Algumas pessoas, às vezes não conseguem devido à timidez ou a vergonha,
ou por não querer se expor. Se você percebe que há necessidade que a pessoa chore, faça o
seguinte: Discretamente, durante o ensaio, combine com todo o elenco para que na cena
que essa pessoa tem de chorar, todos comecem a reclamar do mau desempenho dela e que
ela não corresponde às expectativas do grupo, peça a todos para reclamarem muito dela na
frente dela. Até que ela chore e liberte suas emoções. No final do exercício, revele a pessoa
que a brincadeira tem por objetivo liberar as emoções. Se for o caso da pessoa precisar
demonstrar agressividade em cena e não esteja atingindo o objetivo, o líder do grupo deverá
ser “curto e grosso” e chamar a atenção dessa pessoa na frente de todo o grupo de maneira
que só pare na hora que conseguir “tirar do sério” a pessoa em questão. Depois revele que
foi um exercício.

OBJETIVO: Libertar as emoções.

ORDEM EXECUTADA
O líder deverá pedir para o grupo ficar andando, o grupo não pode falar, tudo deverá ser
feito através mímica. No ouvido de cada um, o líder dará uma ordem que deverá ser
executada. Exemplo: Clara, leva a Maria para aquela parede. Maria, não faça o que a Clara
quer que você faça. Ana, não deixe o Pedro imitar um macaco. Pedro imite um macaco.
Manoel imite um louco. João imite o Manoel. O líder pode aproveitar esse exercício para
aproximar pessoas do grupo que tem pouca afinidade.

OBJETIVO: Despertar a criatividade e o improviso nos atores. Também tirar a vergonha e a


timidez uma vez que todos estarão se expondo ao mesmo tempo.

Exercícios para Expressão Facial

A PESSOA E O ESPELHO
Coloque um componente de frente para o outro. Um que seja extrovertido, este será a
“pessoa” e outro mais tímido, que será o “espelho”. A pessoa fará os movimentos faciais
(sorriso, tristeza, espanto, risada, caretas diversas) e o espelho terá que imitar. Depois
inverta os papeis de pessoa e espelho.

OBJETIVO: Desenvolver expressão facial nos componentes, tirar a timidez e a vergonha.

EXERCÍCIOS PARA EXPRESSÃO CORPORAL

IMAGINAÇÃO
Os componentes estarão espalhados pelo local de ensaio, então o líder lhes dirá como
devem se comportar. Os componentes têm liberdade para falar, se quiserem. Eles
esquecerão que estão numa sala fechada e se transportarão para outros lugares. Exemplo:
Numa guerra, num temporal, numa floresta sombria, andando sobre o fogo, a neve, na água,
na beira de um abismo etc.

OBJETIVO: Desenvolver a capacidade de externar para o corpo sensações que precisem


ser mostradas em cena.

CRIAÇÃO DE OBJETOS
Os componentes devem estar um ao lado do outro numa fila reta. Em silencio total, eles
devem criar objetos nas mãos e passar para o componente ao lado que deverá receber o
objeto e transformá-lo em outro e passar adiante até o ultimo componente. Deve-se levar
em conta o peso, consistência e tamanho do objeto. Quem receber uma agulha deverá
recebe-la com cuidado para “não escapar de suas mãos”, porem quem receber uma
televisão fará muito esforço para segurá-la.

OBJETIVO: Desenvolver a criatividade e o improviso em cena. Tornar as mãos e o corpo


ágeis.

A Produção

Iluminação
Assistente de Iluminação. Ele é essencial numa apresentação teatral. É ele quem vai apagar
e acender as luzes e criar efeitos visuais com luzes. A iluminação deve ser testada durante
os ensaios. A iluminação tem que necessariamente vir do alto para não projetar “sombras”
na parede de fundo do palco de apresentação.

Sonorização
Selecione as musicas e fundos musicais a serem utilizados de acordo com o tema ou a cena
a ser desenrolada. Organize tudo de maneira prática. Fica por conta do Assistente de Som o
bom andamento da trilha sonora durante a apresentação da peça.

Figurino
Se houver necessidade de recriar roupas de época, haverá a necessidade de fazer
vestimentas específicas. Porém, se o texto abordar tema contemporâneo, converse com o
Grupo para cada um cuidar de seu próprio figurino. Caso haja troca de figurino de um
mesmo personagem, é necessário ter um Assistente de Figurino, para orientar a pessoa a
respeito dessa mudança.

Cenário
Pode ser simples, ou muito bem estruturado. Isso vai depender da condição financeira do
Grupo. De qualquer maneira o uso do cenário pode ser dispensável, dependendo do assunto
a ser abordado. Claro que um cenário numa montagem teatral, produz um efeito visual
muito bonito e realista.

Maquilagem
Peça ajuda de alguém que tenha conhecimento de maquilagem. Disfarce os atores. O ideal é
que o publico não identifique, nem reconheça o componente do grupo, mas apenas
visualize o personagem na cena.

Divulgação
A Divulgação é extremamente importante para o Teatro. Afinal, se o objetivo é ganhar
almas para o Reino de Deus, a necessidade de chegar-se até essas almas é feita através da
evangelização. Divulgue o evento com pelo menos 1 mês de antecedência. Varias são as
formas de divulgar uma Apresentação de Teatro, aqui estão algumas dicas. É necessário ter
um convite ou um ingresso. Se for entrada franca, é imprescindível colocar isso de forma
clara e que chame atenção no convite. Distribua na Igreja, para os membros, jovens e
grupos da Igreja. Distribua nas ruas em pontos estratégicos.
- Faça cartazes e faixas.
- Divulgue o evento em rádios. Algumas rádios prestam esse serviço de forma gratuita.
- Se você tem acesso à internet, alguns sites cadastram eventos gratuitamente. Há também
sites de revistas e jornais que você pode enviar a matéria sobre o evento e eles publicam.

Material de Apoio
Ana Caroline Rodrigues de Olinda
Depto. de Teatro – CAAD

Introdução

A questão agora é: Como levarei a mensagem de Deus através do Teatro? Pense numa
rádio, você está ouvindo música, até aí tudo certo, porém, bem na hora que toca a sua
música predileta começa a dar interferência. Você põe “bombril” na antena, dá uns tapas no
rádio, tenta sintonizar a estação, e nada, “A Voz do Brasil” (aquele programa chato) ou as
notícias da CBN insistem em atrapalhar a transmissão da música.
Sabe porque a ilustração da interferência? Porque uma vez que o mais importante no teatro
cristão é a mensagem, ela não pode ser passada com “interferências”, muito pelo contrário,
tem de ser espiritual, ungida e nítida.
Mas o que é necessário para se passar uma mensagem espiritual, ungida e nítida? Cuidar de
três aspectos: O espiritual, o grupo e a técnica, e as interferências ocorrem justamente
quando omitimos ou negligenciamos quaisquer destes aspectos.
Espiritual – Como vamos encenar sobre Jesus e Sua Palavra se você não está em “sintonia”
com Ele?
Grupo – Nenhum trabalho é feito sozinho, Deus “ordena a benção” onde há união e
concordância.
Técnica – Você já viu um jogo de futebol onde todo mundo corre atrás da bola e não sai
nada? Pode até ser engraçado no princípio, mas depois se torna entediante, pois ninguém ali
sabe ao certo o que está fazendo. Como as pessoas prestarão atenção se nos mostrarmos
despreparados, tal como o jogo citado?

Primeiro Ato – O Espiritual


Fazer uma peça de teatro não é brincadeira. Estamos oferecendo nossas vidas para a
pregação do evangelho. Logo é OFERTA, e oferta não pode ser qualquer uma, nem
oferecida num altar de qualquer jeito.
Conserte o altar – Tem algo errado em sua vida? Aquele erro no qual você se acomodou,
uma mágoa guardada, um pecado não confessado, enfim, algo que te impede de servir a
Deus com o coração INTEIRO? Não dê lugar ao acusador, peça ao Espírito Santo que
mude a sua vida e faça a sua parte, fugindo daquilo que te faz cair e não se envolvendo com
práticas que te induzam ao erro, ainda que a prática em si não seja errada.
Ore – Dependemos de Deus em tudo, desde a vida de cada integrante, passando pelo texto,
chegando na apresentação e culminado com as vidas que assistiram. Tudo depende da
benção de Deus e nós dEle. (Jo 15:5).
Jejue – Jejum é como colocar um aviso de URGENTE num pedido. Através do jejum você
renuncia uma vontade lícita, demonstrando que valoriza mais o espiritual em detrimento do
material. Não apenas faça um jejum, mas ofereça-o a Deus, pedindo a Ele primeiro por sua
vida, depois pelo grupo e pelas pessoas que ouvirão.
É possível interpretar um cancerígeno sem nunca ter tido câncer, ou mesmo um drogado
sem nunca ter experimentado drogas. Mas dificilmente você conseguirá transmitir Cristo se
não teve uma experiência verdadeira com Ele.
Dele – A obra é de Deus, não se esqueça disso, principalmente quando pensar em fazer de
qualquer jeito, seja porque está triste ou por achar que ninguém reconhece seu trabalho.
Por Ele – Não é para aparecer, para se divertir, ou para seus pais tirarem fotos sua, é por
amor a Ele. Por Ele ainda nos lembra que sem Ele nada podemos fazer, ou seja, não é por
mérito seu, ou meu, e sim por Ele.
Para Ele – O intuito principal não é agradar o líder, ou mesmo orgulhar sua mãe, e sim,
oferecer um trabalho a Deus. Ofereça seu tempo, sua dedicação, sua vida a Deus, pedindo
que Ele te use conforme lhe aprouver. E lembre-se que para Deus não é o que sobra ou o
que não te faz falta e sim, o melhor.
A luta com certeza vai vir, os problemas com certeza vão surgi e você precisará de
maturidade e força espiritual para lidar com isto. Por isso não comece a fazer teatro por
qualquer outro motivo que não seja servir a Deus, pois você pode se decepcionar.
Fazer teatro assim é fazer como Jesus faria. É tornar-se um reflexo de Cristo e, com isso,
trazê-lo pra perto do público. É dividir a vida abundante, que temos recebido de Deus, com
outros. Logo é engrandecer e fazer conhecer o Reino de Deus. (Frase retirada do site
http://www.montesiao.pro.br/teatro/menuteatro.htm)

Segundo Ato – O Grupo


Grupo: Conjunto de indivíduos que têm interesses comuns. Num grupo não existe a
filosofia do “cada um com seus problemas” ou mesmo a “dos melhores sobrevivem”,
somos todos, ainda que diferentes, integrantes de um trabalho, cada qual com sua
importância, não existindo assim o maior ou o melhor e sim UM OBJETIVO.
Você costuma assistir horário eleitoral? Provavelmente não, mas com certeza já viu ou
ouviu falar do PRONA, o partido do Enéas.
Há algo que me chama a atenção neles, eles fazem questão de ser diferentes, primeiro com
a música de fundo que parece mais vinheta do “Supercine” com filme de suspense do que
fundo para propaganda eleitoral (que geralmente ou são musiquinhas ridículas com rimas
mais toscas ainda, ou algo que demonstre a circunstância: alegria quando vai pedir seu
voto, tristeza quando fala da atual situação e assim vai) e segundo, a forma que eles
transmitem a mensagem:
Falamrápidoiguaisunsdesesperadosparecemquenemrespiramdireitoenofinal:
5650, meu nome é Avanirrrr!
A identificação do grupo é importante, e não me refiro aqui ao nome do Grupo e sim sobre
seus objetivos, a forma como encara o trabalho. Eis algumas características
imprescindíveis:
Temor a Deus;
Submissão aos líderes;
Responsabilidade;
Bom testemunho;
Comunhão, uns com os outros. *
*Apesar de enumerado por último, este é o mais importante, haja vista que Jesus disse que
reconheceriam que somos Seus discípulos, se nos amassemos um aos outros,
O Princípio da Igualdade
Você lembra da definição de grupo? Estamos reunidos em torno de um interesse comum:
Servir a Deus através do teatro. Note bem que intérpretes, músicos, diretores, auxiliares,
todos, sem exceção, são SERVOS DE DEUS. De forma que não há o mais importante, ou o
melhor, todos nós somos iguais, com responsabilidades iguais, porém em departamentos
diferentes.

O Princípio da Ajuda Mútua


Calma, isso daqui não é aquela corrente ridícula que diz que você tem que mandar seis reais
pelos correios e esperar o dinheiro chover na sua conta corrente.
Não fique irritado com seu irmão só porque ele não possui as mesmas habilidades do que
você. Somos um grupo justamente para que os talentos de um supra a falta dos outros.
Esteja disposto a aprender, ninguém sabe tudo, elogie, critique construtivamente, o apoie,
enfim, o ajude.

Terceiro Ato – A Técnica


Lembra que através do teatro, oferecemos nossas vidas a Deus, a fim da propagação do
Evangelho de Cristo? Pois bem, a vida você já viu como deve ser, consagrada. Mas e o
trabalho, pode ser de qualquer jeito?
Não é porque somos armadores que vamos fazer de qualquer jeito.
Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente (Jr 48:10 b) ou ainda
relaxadamente, ou mesmo negligentemente, dependendo da tradução.
Faça o seu melhor, isso incluir o melhor do seu tempo, do seu empenho, da sua disciplina,
da sua vontade, do seu estudo, da sua experiência espiritual, tudo isto não para mostrar aos
homens e sim para oferecer a Deus.

O Texto
É no texto que a técnica começa a ser desenvolvida. Cada frase, cada palavra ali escrita tem
um obejetivo, por isso, não pense que é só chegar no dia da apresentação e falar “aquilo que
vier na telha”. O Texto precisa ser estudo, entendido e aprendido.

Entender e Aprender
“Tem que decorar o texto!”, “tem que decorar o texto!”, quem nunca ouviu isto em se
tratando de teatro? Mas esqueça isto, você tem que entender e aprender o texto, não decora-
lo.
“Isto significa que eu não tenho que ler o texto diversas vezes?”, errado, isto significa que
você tem de ler até entender o texto, o que ele quer ensinar, qual sua mensagem principal,
quais são as mensagens secundárias, enfim, entender o que ele é e aonde quer chegar. E
depois aprende-lo, de onde ele sai, por onde passa e quando termina.
“Dããã, então é o mesmo que decorar, oras!” errou de novo. Simplesmente decorar o texto
vai tirar bastante do seu poder de interpretação, pois estará simplesmente repetindo um
texto vazio, sem no entendo saber o que está falando, igualzinho um papagaio.
Quando você entender texto vai saber o que e o porquê está falando, e quando aprender,
saberá quando irá falar. Ou seja, terá liberdade para VIVER o personagem e não
simplesmente repeti-lo.
Ainda terá a vantagem de modificar o texto, sem sair do contexto ou mesmo improvisa-lo
se alguém errar as falas na hora, pois sabe muito bem onde está e aonde quer chegar.
Vamos separar as coisas para facilitar.

Entendendo o Texto

A Mensagem

Qual é a história?
Qual é a mensagem principal?
Quais são as outras mensagens (secundárias)?

As Falas

Porque isto foi escrito?


Qual é o propósito desta fala?
Qual a importância desta fala?

Personagem

O nome
As características
A função na história
O ápice (entrada ou fala crucial na história)
Como entra, o porque entra na história.
Como se desenvolve e o que causou o desenvolvimento?
E como termina na história.

Estes três últimos são fundamentais quando um personagem passar por mudanças na
história.
Parece difícil né? Mas acredite, na prática é bem mais fácil do que mostra a teoria.

Aprendendo o Texto
Quando você entende cada elemento do texto, fica mais fácil aprende-lo. De forma que
você precisará apenas memorizar o ENREDO.

Imaginação na Dose Certa


Antes de interpretar um personagem você o imagina ou mesmo tem uma certa noção de
como ele será: Alegre, emburrado, fofoqueiro, etc.
Isso é muito bom, pois te dá uma base do que irá fazer no palco. Porém, isto pode nos levar
a cometer erros, como investir em estereótipos.
Não tem coisa mais chata do que uma imitação mal feita, fica parecendo gente famosa
fazendo comercial, aquela coisa dura, forçada, por isso, seja ORIGINAL, represente com a
máxima realidade possível.
As pessoas se identificam com a realidade, invista nos detalhes, mas não deixe que o
detalhe seja maior do que todo o personagem.
Exemplo: Vais interpretar um fofoque iro? Errado, vais interpretar o João, que é invejoso,
bisbilhoteiro, é apaixonada pela Maria e para tirar todos do seu caminho, faz fofocas. Não
resuma seu personagem a uma característica, coloque nele, tiques, manias, um jeito de falar
diferente, o incremente, sem sair do natural.
Use a sua imaginação para visualizar toda a apresentação, não só o seu persongem, pense
em cada detalhe, no seu companheiro de cena, enfim, imagine! Seja o primeiro crítico do
seu trabalho.
A imaginação é o primeiro exercício do teatro, mas tem que ser na medida certa.

A Importância das Deixas


Deixa é a palavra ou expressão que deixará a idéia a ser seguida na próxima fala. Em outras
palavras, deixa é a palavra ou expressão que você não pode deixar de falar, pois tornará a
próxima fala sem sentido.

Exemplo: - Ah, Jesus, ninguém merece viu! – Ah, Jesus, digo eu Drika, porque você acha
que não serei missionário?
Já pensou se o intérprete dissesse “Eu mereço” ou “Dããã” ao invés de Ah, Jesus? Iria deixar
a outra fala sem sentido, ainda que esteja dentro do contexto.
Preste atenção nas deixas, identifique-as no texto e não deixe de fala-las.
Por isto, o estudo, entendimento e aprendizado do texto são tão importantes, pois você
diminuirá a chance de pular as deixas e se caso alguém pular as suas, conhecerá tão bem o
texto, a ponto de improvisar sem fugir do assunto.

A Interpretação
Agora que você estudou o texto, aprendeu o enredo dele e imaginou o personagem, é só
coloca-lo em cena: Simples!
Brincadeira eu sei que não é simples, interpretar é complexo e desgastante mas também é
muito bom.

Viva o Personagem
Interpretar: Explicar; traduzir; tornar claro o sentido de; Reproduzir pensamento de;
Representar: Exibir uma peça de teatro, pondo-a em ação no palco ou desempenhar um
papel na peça em ação;
Interpretar vai muito além do que defini os dicionários, explicar, esclarecer, exibir-se, isso
qualquer um faz, porém, dar vida a um personagem não é uma tarefa tão simples assim.
Você já teve ter ouvido que o segredo para chorar em cena é pensar em algo muito triste.
Pena que existe tanta gente enganada a esse respeito.
Um personagem não é um amontoado de falas, muito pelo contrário, é uma pessoa cheia de
sentimentos, razões, defeitos, qualidades e etc.
É por isso que estudamos o personagens, para que durante alguns momentos possamos não
repetir falas e sim, viver uma outra pessoa, num outro lugar, repleto de pessoas diferentes.
Está ai o segredo para interpretar, não apenas por em ação um personagem, mas vive-lo
com toda a intensidade, demonstrando seus anseios, seus medos, suas alegrias e suas
tristezas. Se meu personagem perde a mãe o pai e é rejeitado pelo restante da família,
porque vou ficar pensando na morte da bezerra para chorar em cena? Oras, eu sou, naquele
momento o injustiçado da vez, eu estou sofrendo igual um condenado, logo vou chorar, e
muito, diga-se de passagem (risos).
Por isso, esqueça quem você é, a final, durante aquele momento, não vai ser a Mariazinha
fazendo papel da Joana, e sim a Joana em palco.
“Nosso teatro é a arte de usar tudo para ser, por alguns momentos, quem não se é, para
sendo quem se é, ganhar outros que não sabem quem são, porque são, onde estão e para
onde vão.” (Frase retirada do http://www.montesiao.pro.br/teatro/menuteatro.htm)

Concentração
É muito difícil se concentrar, a ansiedade, o medo, o público, o diretor, os auxiliares, todos
eles criam um clima estressante que pode gerar em você dois sentimentos: O de entrar em
cena logo e acabar de vez com aquilo tudo ou o de sair correndo na primeira oportunidade.
A concentração é o meio mais fácil de driblar todos esses sentimentos, pois quando está
concentrando, não importa o que acontece a sua volta, os microfones chiam, o contra-regra
tropeça e isso não lhe comove, ou seja, aconteça o que acontecer você está pronto para
viver o personagem.
Existe um sentimento que é o pior empecilho para quem precisa se concentrar: A falta de
confiança, e ela se manifesta sob dos aspectos, pessoal e espiritual.
Pessoal: Deveria ter orado mais, jejuado mais, ensaiado mais, lido mais o texto, prestado
mais atenção, desistido logo no começo... Pode parar com isso! Na hora da apresentação
não adianta se lamentar, o que está feito, está feito. Então esqueça essas murmurações e
faça o trabalho.
Espiritual: Não vai dar certo! Deus não vai abençoar!
É natural que você sinta medo, ou mesmo aquele famoso friozinho na barriga, por isso
fique tranqüilo, procure se acalmar e lembre-se que Deus está no controle de nossas vidas,
nEle podemos confiar.

Movimentação e Posicionamento e Cena


Teatro não é jogral, logo não é para ficar ali parado com cara de paisagem recitando textos.
Teatro é ação, por isso, gesticule, mexa-se, e se movimente, dando a cena ritmo. Utilize o
palco inteiro, todo aquele cenário a sua disposição, por isso “encha o palco com a sua
presença”, faça com que as pessoas entrem no ritmo da peça. Lembre-se que não é porque
você tem que ficar no mesmo lugar que você não vai se mexer, interaja com seus
companheiros de cena, abraços, tapinhas, “pedaladas”, beijos e cumprimentos diversos,
deixam a cena mais real e melhor para assistir.
Não esqueça de que o público quer te ver, por isso, nunca dê as costas para ele, além de
falta de educação, deixa a peça muito feia. Quando precisar andar, conversar em “rodinhas”
faça sempre de lado, de modo que ainda que não te vejam inteiramente, possam te ver de
perfil.
O melhor local para as pessoas te verem é o centro, por isso ainda que você se movimente
muito, procure sempre o centro do palco, principalmente para monólogos e “rodinhas” onde
não dá para ficar andando em cena.

O Corpo
Somos acomodados, basta ver a dor que sentimos quando tentamos praticar qualquer tipo
de exercício, quando não nos acostumamos a faze-lo.
Não vai ser no dia da apresentação que você vai ganhar mobilidade, até para cair você tem
que ter jeito, a fim de não parecer forçado e nem se machucar.
Movimente seu corpo em casa, em frente o espelho, vá aos poucos (isso mesmo, aos
poucos, e não igual um desesperado, se não vais ganhar luxações sobre luxações)
movimentando se corpo, esticando daqui, flexionando dali, enfim, conhecendo suas
limitações.

O Rosto
Gestos falam mais do que muitas palavras, mas gestos mal feitos matam atores de
vergonha.
Sabe aquela cara de tristeza que ficou parecendo que o cara estava com dor de barriga, ou
aquela expressão de felicidade que ficou com um jeito muito idiota? Pois bem, isto tudo
pode ser corrigido se você conhecer bem seu rosto.
Vá para o espelho de novo (inimigo dos gordinhos, mas que quebram um super galho), faça
expressões de choro, riso, dor, felicidade, alegria, espanto, apaixonado, enfim, vá
modelando e conhecendo seus fortes e fracos.

A Voz
Falar alto é diferente de gritar, é necessário que você conheça sua voz, saiba seus limites,
em que tom ela fica mais bonita, etc.
Um bom exercício, é contar de 1 a 10 aumentando gradativamente o tom de voz, sendo o 1
o mais baixo e o 10 o mais alto.
Porém além de conhecer sua voz, é necessário que você cuide bem dela:
Não fique gritando igual um doido;
Não fale em ambientes onde haja competição (ex: onde a música está alta e você precisa se
esforçar para falar e para ouvir);
Não deixe a garganta seca, tome sempre muita água;
Coma maça, ela é ótima para “limpar a garganta” e evite refrigerantes e bebidas muito
geladas.
Como dito anteriormente, falar alto não é gritar, é colocar a voz de tal modo que a pessoa
sentada na última cadeira possa nos ouvir com clareza.
Para tanto é necessário que você respire bem e fale com firmeza, sempre tendo o objetivo
de ser escutado por todos.

Os ensaios
Apesar de parecer massante, os ensaios são necessários, são neles que corrigimos os erros,
ganhamos familiaridade com o texto e demais personagens, acertamos detalhes,
modificamos, enfim, os ensaios são muito necessários.
Não negligencie os ensaios, só porque acha que tem mais facilidade de aprender do que os
outros, ensaiar uma cena onde há mais de um personagem sozinho ou com o elenco
incompleto, até para fazer, mas compromete muito o resultado final, por isso, não falte aos
ensaios, e nem chegue atrasado (se for NECESSÁRIO avise com antecedência).
Falta de compromisso com dias e horários é no mínimo desrespeito aos demais integrantes
do grupo.
Não é porque uma cena está fechada, ou seja, completa, com todos os detalhes acertados,
que não iremos ensaiar mais, como tudo na vida, quando fica em desuso acaba perdendo o
jeito, fora que ensaiar repetidas vezes te dará segurança.
Vá além dos ensaios oficiais, ensaie em casa, na frente do espelho, com seu irmão (eles são
os melhores críticos, não precisa levar em consideração tudo, mas boa parte vale a pena),
passe o texto com ele, etc.
Praticando todo dia, será muito mais fácil “entra no clima” da peça do que ensaiar apenas
aos fins de semana.

O Último Ato – Os Frutos


Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que
receba a chuva temporã e serôdia. (Tg 5:7)
Chegou a parte boa, os resultados!
Pensando no âmbito material, os frutos do teatro seriam elogios, parabenizações, aplausos...
mas, como estamos falando de um trabalho espiritual, os frutos também são espirituais.
Os frutos espirituais não se resumem a um acontecimento ou a algo específico, mas em
duas esperas:
Pessoal: O que o trabalho modificou, edificou ou acrescentou na sua vida? Primeiro a
mensagem alcança você, depois alcança as outras pessoas.
Público: O público recebeu a mensagem? Foi edificante, consolador ou exortivo? O público
prestou atenção e acompanhou realmente a história? Ás vezes vemos que o público recebeu
a mensagem, mas não vemos mudanças imediatas, mas fique tranqüilo, a Palavra de Deus
não volta vazia, com certeza o fruto surge, ainda que não seja aparente.

Fechando as Cortinas
Talvez ao ler esse material você pode esteja pensando que há inúmeros motivos para não
fazer teatro, afinal, existem meios menos trabalhosos para pregar o Evangelho.
Augusto Boal disse que o “Teatro é uma arma poderosa”, porque então, vamos negligenciar
essa “arma” só pelo trabalho que ela nos causa?
Ademais, nossa capacidade vem de Deus, é dEle que vem toda a boa dádiva, todo o tom
perfeito. A nós, cabe usar os talentos que Deus nos tem dado.
Somos fracos, somos limitados, somos dependentes de Deus e somos movidos por Sua
Graça, trazendo no coração a vontade de fazer mais e melhor para Deus.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu
as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.
E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para
confundir as que são;
Para que nenhuma carne se glorie na presença dele. (1 Co 1:27-29)

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