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LEITURA

DA BÍBLIA
PARA INICIANTES

BaseadonoLivro ‘30DiasParaEntenderaBíblia’deMaxAnders,editoraThomasNelsonBrasil
Sumário
O Velho e Novo Testamento ............................................................................ 3
Antigo Testamento............................................................................................ 5
Nove Eras Importantes do Antigo Testamento ................................................ 6
Livros Históricos (Gênesis – Ester) .................................................................. 7
Livros Poéticos (Jó – Cantares de Salomão) .................................................... 9
Livros Proféticos (Isaías – Malaquias) ........................................................... 11
Novo Testamento ............................................................................................ 13
Três Eras Importantes do Novo Testamento .................................................. 15
Os Livros Históricos (Os Evangelhos e Atos dos Apostolos) ........................ 15
As Epístolas (Romanos – Apocalipse) ........................................................... 18
Por que ler a Bíblia? ....................................................................................... 20
A Biblia como Palavra de Deus: a Bíblia esta acima de qualquer obra humana. É
um texto divino, soprado (inspirado), separado e autorizado por Deus aos homens.

A Suficiencia das Escrituras


A Inerrancia das Escrituras
A Infabilidade das Escrituras

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O Velho e Novo Testamento
O número total de livros em toda a Bíblia é de 66. A Bíblia tem duas
grandes divisões: o Velho Testamento e o Novo Testamento. O Velho
Testamento começa com a Criação e conta a história do povo judeu até o
tempo de Cristo. É formado por 39 “livros” individuais (o Livro do
Gênesis, o Livro do Êxodo etc.), escritos por 28 autores diferentes, e cobre
um período de mais de 2 mil anos. o Velho Testamento é a história de Deus
e do povo hebreu, seus poetas e profetas sob a lei deMoisés

O Novo Testamento é o registro do nascimento de Jesus, sua vida e


ministério, morte e ressurreição e o ministério de seus discípulos, na Igreja
que ele fundou, com seu crescimento sob a liderança dos apóstolos. O
Novo Testamento é composto de 27 livros, escritos por nove autores
diferentes, e cobre um período de menos de cemanos.

Para entender o Velho Testamento, dos seus 39 livros, há três tipos


diferentes de gênero de livros: Livros Históricos, Livros Poéticos e Livros
Proféticos.

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Antigo Testamento
Se você quer ler a história da nação hebreia, ela se encontra no Velho
Testamento. Você deve ler os primeiros dezessete livros. Eles compõem
uma linha do tempo histórica para a nação de Israel. Conta a história da sua
origem, nos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó e José) passando pela época
dos reis e reinos, suas vitórias, conquistas, libertações, pecados, fracassos e
correções de Deus, indo ao Exilo na Assíria e Babilônia. Mas, você se quer
ler a poesia de Israel, deve ler os próximos cinco livros do Velho
Testamento. A literatura judaica é importantissima para a formação do
povo judeu. Ela faz a transmissão de conhecimentos, registra
acontecimentos e traz a educação para os filhos dos israelitas. E, por fim, se
você quer ler sobre as profecias de Israel, deve ler os últimos dezessete
livros.Estes homens levantados por Deus tinham uma mensagem para o
povo, um chamado de volta da adoração a Deus ao inves da adoração aos
idolos, pecado este que aparece diversas vezes na história de Israel. Este
santos de Deus carregavam também uma mensagem de juízo, se o povo não
se arrepende-se. Estes livros são importantes para entendermos a incrível
obra de Jesus na cruz.

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Nove Eras Importantes do Antigo Testamento

A linha histórica da Bíblia pode ser dividida em doze eras principais


(período de tempo), com uma pessoa principal e uma localização central.
Nove das eras estão localizadas no Velho Testamento, e três são
encontradas no Novo Testamento. Vamos ver as primeiras nove.

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Livros Históricos (Gênesis – Ester)
Há quatro eventos importantes dentro da Era da criação (Gênesis 1 – 11):
a criação (Gênesis 1 – 2 o Homem criado a imagem de Deus), a queda
(Gênesis 3 – o pecado entra no mundo), o dilúvio (Gênesis 6 – 10
Julgamento do pecado) e a torre de babel (Gênesis 11 – Começo das
Nações).

A Era dos Patriarcas (Gênesis 12 – 50) foi um tempo de homens


abençoados dirigindo uma família que estava crescendo. Abraão (12 – 23),
Isaque (24 – 26), Jacó (27 – 35) e José (37 – 50), gerações sucessivas da
mesma família, controlaram (lideravam) o povo hebreu nos primeiros dias
de sua existência.

A Era do Êxodo (Êxodo – Deuteronômio) foi o movimento em massa dos


israelitas saindo da escravidão no Egito e voltando para a Terra Prometida
em Canaã. Há quatro grandes eventos na Era do Êxodo: a libertação (1 –
18), a lei (19 – 40), Kadesh Barnea (Números 10 – 14) e 40 anos vagando
(Números 20 – 36).

A Era da Conquista (Josué) é depois do Êxodo, as circunstâncias também


eram arriscadas para os israelitas. Eles tinham vagado pelo deserto durante
40 anos por causa da rebelião e da descrença em Kadesh Barnea. Há
quatros eventos principais na Era da Conquista: o Jordão (1 – 5), Jericó (6),
as Conquistas (7 – 12) e o domínio (13 –20).

A Era dos Juízes (Juízes e Rute) foi um período terrível na história do


povo judeu. Foi um tempo moralmente degradado, socialmente pervertido e
espiritualmente falido de quase 400 anos. Há quatro assuntos principais na
Era dos Juízes: os Juízes, a Rebelião (quebra da lei de Deus), Ciclos (7
ciclos: pecado, conquista inimiga, arrependimento, libertação por Deus e
liberdade) e Rute. O Livro dos juízes registra o período mais terrível na
historia de Israel, seguindo uma das eras mais brilhantes: a Era da
Conquista sob o comando de Josué. Pouco antes de Moisés morrer, ele
instrui Israel (Deuteronômio 7.1-5) a fazer três coisas: 1. Destruir todos os
habitantes de Canaã; 2. Evitar o casamento com os canaanitas e 3. Eliminar
a adoração dos deuses canaanitas. Israel fracassa nas trêscoisas.

A Era do Reino (1 Samuel – 2 Crônicas) foi muito turbulenta, com altos e


baixos. Quando um rei justo (que seguia as diretivas de Deus) dominava, a
nação prosperava. Quando outro injusto (que ignorava as diretivas de Deus)
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ganhava o trono, a nação cambaleava. As injustiças representavam oEstado
de Israel e a nação tinha entrado em colapso e sofria nas mãos de vizinhos
aptos para a guerra. Há quatro períodos principais na Era do Reino: o Reino
Unido (1° e 2° Samuel), o Reino Divide (1° Reis), Reino do Norte (2° Reis,
o Reino injusto) e Reino do Sul (2° Reis, o Reino inconsistente).

O pecado é um fato da existência humana. E Deus perdoa a todos que se


arrependem. Mas, isso não muda o fato de que o pecado tem
consequências. Israel testou essa amarga realidade. Sua relação com o
Senhor se deteriorou. Eles viveram em uma montanha-russa rebelde contra
Deus durante 400 anos na Era dos Reinos. Finalmente, a dívida tornou-se
tão grande que o julgamento chegou sob a forma da conquista militar.
Durante a Era do Exílio, houve grandes líderes espirituais e houve
arrependimento por parte de um segmento do povo judeu. No entanto, isso
não removeu a pena para os anos de rebelião e o preço do Exílio foi
bastanteexato.

Há quatro grandes divisões na Era do Exílio: as profecias (Jeremias, aviso


de cativeiro iminente), os profetas (Ezequiel e Daniel que escreveram
durante o cativeiro), os exilados (Em Daniel temos uma visão da vida entre
os exilados) e a mudança de poder (No livro de Daniel há conquista da
Babilônia pela Pérsia).

O Retorno da nação de Israel depois de 70 anos de cativeiro pode ser visto


desta forma: Os israelitas partiram para o exílio como um povo perdido e
confuso, passando anos agonizantes em solidão e tormentos físicos e
mentais. Mas, foram cuidados por pessoas enviadas por Deus. Voltaram a
Israel como um povo sóbrio. Há quatro grandes assuntos na Era do
Retorno (Esdras – Ester): o Abandono (Neemias 1 – 3: a destruição da
guerra e a negligência deixam Jerusalém em um estado de ruína), o
Templo (Esdras 1 – 6: O Rei da Pérsia, Ciro, dá início e financia a
reconstrução do templo em Jerusalém), as Pessoas (Esdras 7 – 10: A
reconstrução do templo é um paralelo à reconstrução espiritual do povo
judeu) e as Muralhas (Neemias é encarregado de reconstruir as muralhas.
É o completar darestauração).

Os líderes religiosos da Era do Silêncio (Entre o velho e o novo


testamento) fingiam ter poder e se voltavam para si mesmos. Alguns
bebiam na fonte do conhecimento enquanto outros só gargarejavam.Todo

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esse orgulho criou um padrão de hipocrisia religiosa que estava levando à
autodestruição e fez desse período uma das eras mais desapontadoras na
história de Israel.

Há quatro grandes assuntos na Era do Silêncio: a mudança de Guarda (da


Pérsia para a Grécia e depois Roma), seitas políticas (os Macabeus e os
Zelotes: grupos de judeus militantes que tentam se revoltar contra o
domínio estrangeiro), seitas religiosas (fariseus e saduceus) e a esperança
messiânica (Os judeus estão sofrendo perseguição e humilhação política, o
que cria uma forte esperança e a expectativa de umSalvador).

Esses fatos fazem com que a vida de Jesus de Nazaré, afirmando ser o
Messias, seja um evento que captura a atenção de todo o mundo judeu.
Nossa história está completa. Do Gênesis, o primeiro livro Histórico, a
Neemias, o último livro Histórico, esticamos uma linha do tempo que
contou a história de Israel antiga.

Livros Poéticos (Jó – Cantares de Salomão)


A poesia é uma canção da alma. Sempre que existiram grandes
civilizações, ela foi escrita, e a poesia de Israel está entre as melhores. Os
salmos de Davi e os Provérbios de Salomão são muito bons quando
comparados com qualquer obra poética jáescrita.

Os livros poéticos mostram três grandes tipos de poesia, dentro das quais os
poetas usaram um número de diferentes técnicas literárias para comunicar a
mensagem de Deus. Os três grandes tipos de poesia hebreia são: Poesia
lírica (os salmos) – para ser acompanhada por música, como uma canção;
Poesia Instrutiva (os provérbios) – para ensinar princípios de vida por
meio de máximas sucintas e Poesia dramática (os cantares) – uma
narrativa que conta uma história em forma poética.

As duas principais técnicas literárias são: 1. Paralelismo e 2. Figuras de


linguagem.

1. Paralelismo é definida como combinação de ideias. Em vez de


combinar sons, um poeta hebreu estava mais preocupado em combinas
ideias. Os paralelismos são apresentados de seis formas: 1. Paralelismo
de sinônimos, sendo que as ideias apresentadas são parecidas (Sl25.4);

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2. Paralelismo sintético, sendo que o segundo pensamento completa o
primeiro (Sl 23.1); 3. Paralelismo antitético, sendo que o segundo
pensamento contrasta com o primeiro (Sl 1.6); 4. Paralelismo
emblemático, sendo que a primeira linha usa uma figura de linguagem
para ilustrar a ideia afirmada na segunda linha (Sl 42.1); 5. Paralelismo
climático, sendo que a segunda linha repete a primeira, com a exceção
da última palavra ou palavras (Pv 31.4) e 6. Paralelismo formal, sendo
que as duas linhas de poesia devem existir para um pensamento
completo (Sl2.6).
2. Figuras de linguagem é definida como criação imagens visuais. Os
poetas hebreus queriam que as imagens mentais surgissem na cabeça do
leitor, uma primeira consideração era criar imagens visuais, que eles
conseguiam com vívidas ‘figuras de linguagem’. As cinco figuras de
linguagem mais comuns e mais notáveis são: 1. Comparação, sendo
uma comparação entre duas coisas improváveis (Sl 17.8); 2. Metáfora,
sendo que uma comparação na qual dizemos que uma coisa é outra (Sl
23.1); 3. Hipérbole, sendo um exagero deliberado para enfatizar (Sl
6.6); 4. Pergunta retórica, fazer uma pergunta com o objetivo de fazer
uma declaração (106.2) e 5. Personificação é atribuir as características
de um humano a objetos inanimados (Sl 104.19).

São cinco os Livros Poéticos:

Jó: sofrimento e soberania de Deus. O livro apresenta, em ‘poesia


dramática’, as lutas internas de Jó e uma série de debates com três amigos
tentando ganhar uma perspectiva apropriada sobre sofrimento e soberania
de Deus. No final, Deus revela sua majestade e poder. Apesar de as
perguntas de Jó nunca serem respondidas, ele se submete voluntariamente à
soberania de Deus e suas fortunas são restauradas e duplicadas.

Salmos: louvor em público. É uma coleção de 150 salmos que estão


divididos em 5 livros menores. É usado como livro de orações e louvor em
público em tabernáculos, templos e sinagogas. São três tipos principais:
louvor, agradecimento e lamento. O Rei Davi escreveu quase metade deles,
enquanto vários autores diferentes completaram o restante.

Provérbios: sabedoria, habilidade para viver. Seu propósito é transmitir


sabedoriapráticaouhabilidadeparaviver.Essa‘poesiadeinstrução’ é

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escrita em máximas curtas e concisas focando no relacionamento de
alguém com Deus e/ou outrascoisas.

Eclesiastes: Futilidade de buscas temporais. Salomão está na tentativa de


sentido na vida por meio de dedicação, prazer, riqueza, sabedoria e poder.
Depois de rever esses esforços, ele conclui que só existe uma coisa que
pode satisfazer o homem: ‘Tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos’.

Cântico dos Cânticos: o manual do casamento feito por Deus. Essa


‘poesia dramática’ mostra a íntima relação amorosa entre Salomão e sua
noivaSulamita.

Livros Proféticos (Isaías – Malaquias)


Há uma intuição de que um véu está colocado entre os humanos e o divino,
e que os profetas vão nos ajudar a dar uma espiada além desse véu. As
profecias mexem muito com a gente. Há pessoas que querem mergulhar
nas profundezas do que ainda não aconteceu. Os profetas bíblicos tinham a
característica de que nenhuma previsão sua iria falhar. Se um profeta
falasse uma profecia que não se cumprisse, era apedrejado até a morte. Isso
desencorajava os impostores e fazia com que os profetas bíblicos fossem
bastante confiáveis. A profecia é a proclamação da Palavra de Deus, tanto
para o futuro quanto para o presente. (Na verdade, enquanto o sacerdote
representava o povo diante de Deus, o profeta representava Deus diante dos
homens).

Há muitos verdadeiros profetas no Velho Testamento, mas nem todos eles


tiveram suas mensagens escritas preservadas. Na Bíblia, temos dezesseis
homens que escreveram suas mensagens. Esses escritos são chamados de
‘Livros Proféticos’ e compreendem os dezessetes livros finais do Velho
Testamento.

Doze dos livros proféticos foram escritos durante o tempo coberto no livro
de 2 Reis, que registra o declínio das nações de Israel e Judá. Isso acontece
porque a principal mensagem dos profetas era para que as nações parassem
de pecar e retornassem ao Senhor. Os profetas (Oseias, Amós, Habacuque,
Isaías, Jeremias e sua Lamentações, Joel, Miqueias, Sofonias, Jonas, Naum
e Obadias) previram o que aconteceria com as nações se o povo não
considerasse o aviso. Dos livros restantes, dois profetas (Ezequiel e Daniel)

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pregaram durante o Exílio e três (Ageu, Zacarias e Malaquias) durante o
retorno. Há quatro características principais dos escritos proféticos:

Designação entre profetas maiores e menores. Os maiores vão de Isaías a


Daniel e os menores são os doze restantes. São chamados assim porque os
maiores são livros mais longos, enquanto os outros menores são mais
curtos. Eles são divididos em Períodos de Tempo cronológicos: pré-
Exílio, Exílio e pós-Exílio, sendo profecias para Israel e outrasnações:

A mais famosa característica de um profeta é que ele podia ocasionalmente


prever o futuro. Essa não era uma capacidade inerente dentro dele, em vez
disso, essa informação é dada a ele por Deus. Em Israel, o teste de um
verdadeiro profeta é que ele deve ser 100% preciso. Se um profeta disse
algo que não se torna verdade, não é profeta de Deus e a penalidade é a
morte.

A última característica é o ato de profetizar. O profetizar é muito comum


na vida de um profeta e significa proclamar os ensinamentos de Deus às
pessoas. Isso relaciona-se com a vida justa. Isso significa: expor o pecado e
chamar as pessoas a assumir um estilo de vida com moral mais alta; avisar
sobre o julgamento se as pessoas não mudarem (sendo conquistada
militarmente ou expulsa de suas terras) e proclamar o futuro Messias. Aqui
se completa o estudo dos Livros do Velho testamento, contendo os que
contam a história de Israel, sua poesia que trazem ‘canções da alma’ e os
proféticos, as instruções de Deus para seu povo.

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Novo Testamento
Dos 27 livros do Novo Testamento, existem também três tipos
diferentes de gêneros de livros: Livros Históricos, Epístolas Paulinas e
Epístolas Gerais. Os Livros Históricos são os quatro Evangelhos e Atos dos
Apóstolos. As Epístolas foram cartas escritas a vários indivíduos e
congregações. Enquanto as Paulinas foram escritas pelo apóstolo Paulo, as
Gerais foram escritas por vários autores, por isso o nome genérico de
Epístolas Gerais. O conteúdo principal em todas as Epístolas são instruções
sobre a doutrina e o estilo de vida cristãos.

Se você quer conhecer a história de Jesus e da Igreja que ele


estabeleceu, deve ler os cinco primeiros livros do Novo Testamento. Esses
cinco livros formam o quadro histórico para entender todo o Novo
Testamento! Se quer saber sobre as instruções do apóstolo Paulo para
igrejas e indivíduos, deve ler os treze livros seguintes. Se quer se informar
sobre as instruções para igrejas e indivíduos feitas por homens como os
apóstolos Pedro e João, deve ler os últimos nove livros do Novo
Testamento.

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Três Eras Importantes do Novo Testamento
Os livros do Novo Testamento podem ser divididos em três tipos
diferentes: cinco livros históricos, treze Epístolas Paulinas e nove Epístolas
Gerais.
Os Livros Históricos (Os Evangelhos e Atos dos Apostolos)
A vida de Jesus de Nazaré é contada pelos Evangelhos. Em Atos temos a
formação da Igreja Cristã e sua Missão, ou seja, sua expansão pelo Império
Romano. Jesus é a figura central nos evangelhos, sendo Ele o Messias
previsto. Na Igreja, Pedro é indicado como o líder da Igreja primitiva e
Paulo é o grande missionário Cristão.

A Era dos Evangelhos (Mateus – João) O nascimento de Jesus dividiu a


história como um trovão em uma noite quente de verão. Tudo antes de seu
nascimento chamamos a.C., antes de Cristo e tudo depois chamado d.C.,
depois de Cristo. Sua história, prevista por todo o Velho Testamento, é
contada nos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Apesar de
serem biográficos, os Evangelhos também são retratos temáticos da vida de
Cristo, colocando pouca ênfase no começo de sua vida e grande na sua
última semana. Os Evangelhos tendem a seguir a cronologia de sua vida,
mas não cegamente. Nem todos os Evangelhos cobrem os mesmos eventos
de sua vida. Quando todos os quatro Evangelhos são unidos e
‘harmonizados’, só tratam de cinquenta dias do ministério ativo de Jesus.
Há quatro divisões principais na Era do Evangelho:

O Começo da Vida que cobre os eventos de sua concepção milagrosa pelo


Espírito Santo na virgem Maria, em Belém da Judeia e indo até o seu
batismo e sua tentação por Satanás no deserto. Temos também o Começo
de seu Ministério que se iniciou somente depois do batismo e da tentação.
Sua mensagem era que Ele era o Messias previsto e que as pessoas
deveriam acreditar nele e o desafio do arrependimento, ou seja, de as
pessoas viverem uma vida de justiça genuína, não hipocritamente externa
como os líderes religiosos da época. Sua mensagem era validada por
realização de espantosos milagres. Muito da sua atividade inicial acontece
ao redor de Jerusalém. Assim, após três anos dá se início ao Final do seu
Ministério. Os líderes religiosos ficam com muita inveja e começam a
incitar a animosidade contra ele. Essa crescente rejeição vai crescendo
como padrão no ministério de Jesus. Neste tempo, Jesus começa a
dedicarcadavezmaistempoaosdozediscípulosquetinhaescolhido,preparando-
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os para continuar sem ele. Apesar de viajar bastante durante esse tempo,
sua base é Cafarnaum. Com a festa da pascoa acontecendo Jesus e muitos
outros judeus estão em Jerusalém, os líderes religiosos são finalmente
capazes de provocar entusiasmo pela crucificação de Jesus. Depois de
submetido a uma série de julgamentos sob falsas acusações, Jesus é
crucificado na sexta, enterrado naquela mesma noite e ressuscita dos
mortos no domingo pela manhã, depois de estar na tumba por trêsdias.

A Era da Igreja (Atos 1 – 12) Apesar das suas óbvias imperfeições, a


Igreja é o meio que foi escolhido para carregar a mensagem do Evangelho
no mundo. A igreja, por sua natureza, deve ser montada por gente como
nós. No entanto, não estamos sozinhos. Deus está trabalhando na vida de
todas as pessoas, mudando e transformando-as em algo mais do que eram.
O Evangelho é apresentado por pessoas imperfeitas para pessoas
imperfeitas. Então essas pessoas imperfeitas devem se juntar para se
ajudarem a alcançar a maturidade espiritual. A salvação em Cristo e o
crescimento da maturidade cristã, com todos os seus defeitos.

Pedro, logo depois da Ascensão de Jesus, é usado por Deus para


estabelecer a Igreja, o plano seguinte de Deus para o homem. Há quatro
grandes assuntos na Era daIgreja:

Criação da Igreja (Atos 1 – 5): O local de nascimento da Igreja é


Jerusalém. Depois de sua morte, enterro e ressurreição, Jesus instrui seus
discípulos a esperarem em Jerusalém até receberem o poder do Espírito
Santo e depois serem testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e nas
mais remotas partes da Terra. Então Jesus ascende ao céu bem na frente
dos seus olhos. Logo depois disso, na festa judaica do Pentecostes, o
Espírito Santo desce sobre os discípulos de Jesus. Isso e outros milagres
notáveis associados com o nascimento da Igreja acontecem nos primeiros
dias, com o número de conversões ao cristianismo aumentando
rapidamente em Jerusalém. Crescimento: Organização da Igreja (Atos
6): Com o número de convertidos aumentando, algumas medidas são
tomadas para a organização da Igreja, dando estrutura a suas atividades e
responsabilidades. Os diáconos são escolhidos para cuidar das necessidades
materiais da Igreja, enquanto os apóstolos cuidam das necessidades
espirituais. Após uma época de paz, houve grande perseguição, onde o
primeiro mártir cristão foi o jovem Estevão (Atos 7). Esse incidente inicia
umasériedeperseguiçõescontranovoscristãos,tãoseveraquemuitos

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deles precisam fugir de Jerusalém para salvar suas vidas. Quando fazem
isso, levam a mensagem do Evangelho com eles até as províncias próximas
da Judeia e Samaria. O mandato para ir até os confins da terra é cumprindo
pelo fariseu zeloso, Saulo de Tarso, um missionário para os Gentios
(Atos 8 – 12). Jesus diz para Paulo que ele deve se tornar um missionário
entre os gentios. Logo depois disso, o apostolo Pedro tem uma visão geral
na qual o Senhor diz que a mensagem do Evangelho deve ser ouvida pelos
gentios também.

A Era das Missões (Atos 13 – 28) O Apostolo Paulo abriu mão de uma
vida de conforto e segurança, assumindo a árdua vida de missionário para
levar a mensagem do Evangelho ao povo gentio nas nações vizinhas. Paulo
expande a Igreja pelo Império Romano durante as duas décadas seguintes.
Há quatro assuntos principais na Era das Missões:

A Primeira viagem missionária (Atos 13 – 14): Paulo e Barnabé são


escolhidos pelo Espírito Santo para viajar até a Galácia e levar o Evangelho
aos gentios vivendo ali. Ficam na Galácia por dois anos, experimentando
resultados encorajadores.

A Segunda viagem missionária (Atos 15 – 17) Depois que voltaram para


Jerusalém, um conselho é realizado que determina que os gentios não
precisam se converter em judeus até de se converterem em cristãos. Paulo
parte para Antioquia para visitar os crentes de sua primeira viagem. No
entanto, recebe uma visão de um homem na Macedônia, na Grécia, e muda
seus planos, indo para a Grécia com a mensagem do Evangelho par aos
gentios ali. Ele viaja pela Grécia por três anos.

A Terceira viagem missionaria (Atos 18 – 21) Depois de encorajar os


crentes de suas primeiras viagens, Paulo vai a Ásia. Ele consegue muito
sucesso e muita oposição por ali. Em Éfeso, Paulo chega na Europa e, toda
esta cidade é tomada por um levante por causa de sua visita. Ali é avisado
que se voltar para Jerusalém será preso, mas voltou para lá mesmo assim.
Viajou por quatros anos na Ásia, e imediatamente é preso.

Julgamentos e Prisão (Atos 22 – 28) Após anos de serviço missionário,


sob falsas acusações dos líderes judeus, em Jerusalém Paulo é preso. Como
sua vida é ameaçada ali, foi levado para Cesareia, capital romana ali, onde
é julgado por Félix, Festo e Agripa. Ali pede para ser julgado por César,
como direito de cidadão romano. Mesmo sendo levado para Roma,seu

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caso nunca é julgado. Depois de ficar em uma prisão romana por dois anos,
diz a história, Paulo foi decapitado.

As Epístolas (Romanos – Apocalipse)


Paulo e outros escritores da Bíblia possuem preocupações similares pelas
pessoas que eles amam. Escreveram cartas tanto a congregações da Igreja
quanto a indivíduos, para encorajá-los e instruí-los. Por providencia de
Deus, essas cartas foram salvas e acabaram compiladas. As Epístolas eram
simplesmente cartas. Treze das Epístolas foram escritas pelo apóstolo
Paulo enquanto as nove seguintes possuem vários autores diferentes. De
Mateus, por meio de Atos, esticamos nossa linha do tempo pela história do
Novo Testamento. Algumas das Epístolas foram escritas durante essa linha
do tempo, e outras depois que a linha do tempo termina, no final do Livro
deAtos.

Veja a linha do tempo:

Há quatro tópicos principais a serem tratados ao estudarmos as Epístolas:

A Natureza das Cartas: As cartas lidam com problemas específicos e


questões diárias que ocorriam nas igrejas, mas, ainda assim, fazem com que
a informação seja universal e duradoura. O padrão típico é escrever uma
seção da verdade doutrinária e seguir com as implicações práticas daquela

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verdade. Doutrina, depois dever. Princípio, depois prática. Cartas
Paulinas: Treze das 22 cartas do Novo Testamento são escritas pelo
apostolo Paulo. Nove dessas são para igrejas locais e estão nomeadas de
acordo com a igreja para qual foram escritas. Romanos é bastante
doutrinária, com a mais completa doutrina de salvação pela graça por meio
da fé em toda a Bíblia. Coríntios é bastante prática, lidando com uma série
de problemas específicos na igreja. Gálatas é escrito para alguns dos
primeiros convertidos de Paulo, refutando o legalismo. Efésios lida com a
posição do crente em Cristo e suas implicações práticas. Filipenses é uma
carta afetuosa de alegria apesar dos julgamentos. Colossenses fala da
preeminência de Cristo, sendo assim seu maior tema. (Essas três últimas
cartas são conhecidas como ‘cartas da prisão’, pois Paulo está preso neste
momento). Tessalonicenses são cartas bem pessoais lidando com questões
específicas na igreja, incluindo profecia e vida prática. Paulo ainda escreve
cartas para indivíduos e pastores. Timóteo, seu filho na fé tem duas
cartas destinadas a ele, que era um jovem pastor em Éfeso. A primeira o
aconselha sobre questões da igreja local e a segunda o encoraja a
permanecer forte na fé no meio dos julgamentos. Tito era pastor na ilha de
Creta, lidando bastante com questões da igreja local, incluindo
qualificações para líderes da igreja e finalmente Filemon, era dono de um
escravo fugitivo. Paulo o escreve pedindo um tratamento brando a este
escravo fugitivo, que se tornou cristão e estava voltando a seu mestre
cristão. E por fim, estão as cartas gerais. São escritas por vários autores,
sendo nove cartas ao público cristão geral, com exceção de 2 e 3 João.
Hebreus é fortemente doutrinária. Esse livro baseia-se muito nas verdades
do Velho Testamento para ensinar a verdade no Novo Testamento a uma
audiência judaica. Tiago é um tratamento incisivo e prático do
funcionamento da fé cristã do dia a dia. Pedro escreve para crentes
dispersos por toda a Ásia e Galácia, lidando com a resposta apropriada ao
sofrimento e oposição. As cartas de João são cartas do apostolo João
lidando com o amor de Deus e seu funcionamento na vida dos cristãos.
Judas é uma carta breve, mas poderosa, avisando contra uma vida ímpia. E
por fim, o Apocalipse, um livro gigante, totalmente profético, lidando com
a natureza e a cronologia do fim dos tempos. Essa é a visão básica da
História da Bíblia e de todo os seus 66livros.

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Por que ler a Bíblia?

1° Primeiro motivo: Porque ela fala de Deus. Na teologia existe a matéria


que fala da revelação de Deus. Só conhecemos a Ele porque ele se revelou
a nós, a verdade é simples: ‘o que de Deus se pode conhecer é manifesto...
Porque Deus lhes manifestou... ’ (Romanos 1.19). No estudo da revelação
temos a revelação geral, por onde em todo lugar, momento e para todos há
testemunho de Deus, por meio da natureza, o desenvolver da história e do
senso divino que Ele mesmo colocou no homem. Há, ainda, a revelação
Especial. É especial, pois ele se revela nas escrituras, a Bíblia. Jesus, a
caminho de Emaús com os dois discípulos deixou claro que ‘começando
por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele
em todas as escrituras’ (Lucas 24.13-27). E creio que falando de Jesus, se
fala do Pai, pois ‘quem vê Jesus, vê o Pai’(João 14.8-11). A Bíblia fala de
Deus. Para conhecê-lo é precisolê-la.

2° O segundo motivo é esse: nela se responde a pergunta: Como


encontrar a salvação? Paulo disse ao discípulo Timóteo: ‘... Desde criança
você conhece as Sagradas Letras, que são capazes de torna-lo sábio para a
salvação mediante a fé em Cristo Jesus’ (II Timóteo 3.14-15). Na revelação
geral, não há como entender que Deus é perdoador de pecados e salvador
dos homens, mas na Bíblia está o Evangelho Eterno de Jesus. Homens
inspirados por Deus escreveram o que viveram com Jesus e como suas
vidas foram transformadas e não somente as deles, mas de milhões. Nele se
encontra como Deus aceita os homens em sua presença (Romanos 1.17).
Pedro também nos deixa um conselho: ‘Irmãos, empenhem-se ainda mais
para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma
jamais tropeçarão... ’ (I Pedro 1.10). Foi o mesmo Pedro que disse:
‘Cresçam, porém na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo’(II Pedro 3.18). Como? Paulo responde mais uma vez: ‘...
Dedique-se à leitura... Da escritura... ’(I Timóteo4.13).

3° O terceiro motivo é por se esse um meio da graça que nos santifica. A


palavra de Deus é a verdade que nos santifica (João 17.17). A verdade,
tanta debatida na filosofia, e muitos desejam saber o que é a verdade, não
conseguem enxergar que a verdade ‘é a realidade a volta’. A verdade na
Bíblia é a verdade de Deus, é a realidade de Deus. ‘A verdade é a essência
da palavra de Deus’ (Salmos 119.160). Somos pecadores contra Deus e é
preciso pagar por isso, a justiça clama. Mas, alguém já pagou o preço do
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pecadoefoi‘pelopreciososanguedeCristo’queahumanidadefoi‘redimida da
sua maneira vazia de viver’ (I Pedro 1.18). O Espirito Santo é quem nos
santifica por meio da obra espiritual de Jesus em nós. Nele fomos lavados,
santificados e lavados (I Coríntios 6.11). A pergunta de Davi é contundente
e sua resposta bem clara: ‘Como pode o jovem (e porque não a
humanidade) manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua
palavra’ (Salmo 119.9). De fato, ‘guardando a tua palavra no coração, não
pecaremos contra ti’ (Salmos 119.11), ‘dirigindo os nossos passos
conforme a tua palavra, não permitirás que nenhum pecado nos domine’
(Salmos 119.133). Somos santificados ‘pela obra santificadora do Espirito’
(I Pedro 1.2) e para que essa obra seja efetuada, a palavra é o principal
meio que o Espirito seserve.

4° O quarto motivo é porque andamos num mundo de trevas, num


mundo de mentiras. As mentiras deste mundo envolvem todos os aspectos
da vida humana. O que acontece quando andamos nas trevas? Jesus
responde que ‘aquele que anda nas trevas não sabe para onde está indo’
(João 12.35). Precisamos renovar nosso entendimento pela palavra
(Romanos 12.2) Por isso lendo a Bíblia é possível adquirir luz para o
caminho. Sim! Ela é a ‘lâmpada que ilumina os meus passos e luz que
clareia o meu caminho’ (Salmos 119.105). Em diversas situações da
existencial vida humana, a palavra é quem ilumina as trevas de ignorância
de Deus. Por ela temos a esperança, a fé e o amor que nos fazem
permanecer junto a Deus.

Ao ler as escrituras saiba que você não está sozinho, mas o autor está ali
presente junto com você: o Espírito Santo. Peça a Ele que lhe dê
entendimento do que você lê e sabedoria para aplicar o que aprendeu por
meio da leitura a sua vida diária.

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