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ÁLBUM DO CANGAÇO

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© Copyright 2018 por Robério Santos
Ficha Técnica
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor. A re-
produção não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação de direitos autorais (Lei 9.610/98)

FOTOGRAFIA DA CONTRACAPA

Diego Barbosa na Bienal 2013

FOTO DA CAPA

Joãozinho Retratista, 1929

Editoração e diagramação

Robério Santos

SELEÇÃO DAS FOTOGRAFIAS

Robério Santos

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APRESENTAÇÃO

OS RETRATOS DO CANGAÇO

Desde a antiguidade, o homem tem a necessidade de guar-


dar iconograficamente suas lembranças. A mente é falha,
mas aquele desenho ou objeto serve para ativar na mente
aquele sentimento nostálgico que participou em um determi-
nado ponto de ebulição no nosso passado. Para isso as pintu-
ras rupestres e suas representações pictóricas de uma caça
ou momento especial que o indivíduo compartilhou, e, por
saber que a mente é falha, precisou ilustrar.
Com o tempo os museus e galerias foram se espalhando pelo
mundo e grandes artistas começaram a ser reunidos num
único espaço para que milhões de apreciadores viessem a
aplaudir ou criticar negativamente o que estava exposto, e
nada mudou desde a Renascença até hoje.
Em 1839 a fotografia foi oficializada, algo que há séculos ha-
via sido teorizada a necessidade da fixação de uma imagem
do mundo real num papel, assim como uma lembrança pu-
desse ser impressa e compartilhada; todos verem, p que o
retratista viu ou coletou.
Os cangaceiros começaram a ser fotografados timidamente,
pois os Sertões eram extremamente desprovidos de câmeras
fotográficas (e dinheiro) no final do século XIX. Um Jesuíno
Brilhante ou um Lucas da Feira coexistiram com a nova tec-
nologia de “escrever com a luz”, mas nenhuma imagem deles
foi feita, nenhum fotógrafo se dispôs a guardar o que eles
viram ao vivo e fixar num papel o que muitos lembraram nos
anos seguintes. 4
Lampião e o seu bando foram de longe os cangaceiros em
atuação mais bem retratados de toda história nordestina.
Diversos fotógrafos como Pedro Maya, Joãozinho Retratista,
Felino Bonfim, Eronides de Carvalho, Alcides Fraga e Benja-
min Abrahão foram gênios à sua época a se aventurarem
com seus caixões de tirar foto e apontar para aqueles ho-
mens mal encarados e compartilhar o que eles sentiram tan-
tas décadas depois.
Feliz de nós que as pessoas são tão apegadas a estes objetos
caros, a outras coisas associadas a cangaço como cápsulas
das batalhas, moedas furadas e até mesmo chapéus gastos
pelo tempo. Tudo muito interessante.
Sempre me perguntei: será que existem mais fotos inéditas
dando bobeira em alguma gaveta? Será que um dia veremos
estes preciosos achados? Eu mesmo sempre fui apaixonado
pela fotografia e objetos do cangaço. Neste humilde materi-
al, compartilho 50 imagens de minhas pesquisas em revistas,
famílias e achados durante minhas viagens com o canal O
Cangaço na Literatura.
Portanto, espero que gostem e antes de tudo: muito Obriga-
do pela ajuda.

Robério Santos
Jostalista, professor, escritor, fotógrafo, arquivista, cineasta e
Youtuber.

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Cangaceiro
Jacaré (irmão
de Moreno)
morto.
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Enforcamen-
to de Lucas da
Feira. A cena
foi desenhada
na ocasião por
L. Rodrigues.
Feira de San-
tana (1848)
7
Antônio dos
Santos, vulgo
Volta Seca.
Salvador
(1932).
8
Prof. Arthur Ramos em seu
gabinete . Década de 40.

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Parte do bando de Lampião.
Alagoas (1936).
Foto de Benjamin Abrahão.

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Cangaceira Cristina e dois
cangaceiros não identificados.
Alagoas (1936).
Foto de Benjamin Abrahão

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Crânio de Maria
Bonita (2002)
12
Crânio de Lampião
(2002)

13
1 Tenente Alípio
2 Cabo Emílio
3 Zé Sereno
4 Raimundo

Jeremoabo-BA
(1938)

14
José Claudio (direita) com caminhão que
transportou a volante de Zé de Rufina que
matou Corisco. Miguel Calmon-BA (1936)

15
João de Pequena,
Volante que foi balea-
do por cangaceiros.
Carira-SE (1999)
16
Zabele, Canjica, Maria e
Azulão. Salvador-BA
(década de 30)

17
Coronel João Sá e Victor do
Espirito Santo. Jeremoabo-BA
(1932)

18
Padre Cícero e fiéis. Dé-
cada de 30. Juazeiro do
Norte-CE

19
Bando de Lampião. Pinhão-SE (1929).
Foto de Joãozinho Retratista

20
Soldado provan-
do que cabeça
era de Lampião.
Santana do Ipa-
nema-AL (1938)
21
Louis Mandrin.
França (século
XVIII).
22
Lampião é capa
do maior jornal
Francês. Agosto
de 1938
23
Foto Completa
das cabeças. Mari-
ano Pai Véio e
Pavão. 1936, Porto
da Folha-SE
24
Mulher marcada
por Zé Baiano.
Canindé-SE
(1930)
25
Moreno e Durvinha.
Belo Horizonte-MG.

26
Volante Baltazar (direita) e
família. Aracaju-SE (1970)

27
Antônio
Amaury lendo o
livro Volta Seca
(2017).
28
28BC. Aracaju-SE. Batalhão
que Corisco serviu na década
de 20.

29
Gravação de O Baile Perfumado (1995).
Acervo de Duda Mamberti.

30
Eronides de Carvalho
(direita) jovem. Início
do século XX

31
Joãozinho Veneno com arma
de Zé Baiano. Década de 90.
Pinhão-SE

32
Desconhecida, Augusto Gentil,
Zé Sereno e Sila (1976)

33
Volta Seca segura cartaz para jornalista
de O Malho (1932).

34
Floro Gomes Novaes. Jacaré
dos Homens-AL (1966)

35
Charge no jornal
Folha da Noite
36
Jagunços. Década
de 10

37
Pedro Batatinha
castrado.
São Paulo, década
de 30.
38
Piranhas-AL, século XIX

39
Filmagens do filme Jesuíno
Brilhante, 1961

40
Caderneta e mecha de
cabelo de Lampião.

41
Reconstituição
do fatídico 28 de
julho de 1938

42
Lampião e Benjamin
Abrahão marcham
no interior alagoano.
(1936)

43
Mocinha, irmã de Lampião
(década de 60)

44
Oseas Cândido encontra João
Ferreira (irmão de Lampião)
em plena grota do Angico.
45
João Bezerra e
Cyra Brito.
Piranhas-AL, 1938.
46
A ex-Cangaceira Dadá.
47
Grupo carnavalesco
de Diamantina-
MG, chamado
“Lampeão”. (1932)
48
Corpo encontra-
do em Queima-
das-BA (1932)
49
Cabeça do Tenente
Geminiano de Oliveira.
(1932)
50
Moeda furada e cápsula encontradas na fazenda
Serra Vermelha. Projétil que matou Zé Nogueira
pelo irmão de Lampião, Antônio.
51
Além do cangaceirismo, as pessoas tam-
bém sofriam com a seca. Aquidabã-SE
(1931)

52
Pessoas se aglomeram para ver
as cabeças do bando de Lampião.
Santana do Ipanema-AL (1938)

53
Dois volantes desconhe-
cidos (década de 30).
54
Volante em
Capela-SE.
(1931)
55
U

O que é fotografar? É um pleno ato mecânico de clicar qualquer coisa que passe em nossa frente ou fazer valer o tra-
balho num planejamento prévio? Existem várias vertentes fotográficas, não podemos apenas sistematizar toda uma
história com a arte de escrever com a luz e rotular de uma ou duas frações de normas. Sou fotógrafo desde meus
onze anos de idade quando ganhei minha primeira câmera. Desde então não parei de fotografar as coisas que esta-
vam ao meu redor. Estudei fotografia, produzi livros e fundei com alguns bons colegas um Fotoclube. Publiquei fotos
minhas em revistas e livros, também algumas exposições. Matérias para a TV e Youtube sobre o tema, entrevistas
para jornais e rádio. Mas, isso tudo, para que?

ROBÉRIO BARRETO SANTOS, Itabaianense, autor de diversos livros e vários deles voltados à fotografia. Membro 15
da Academia Itabaianense de Letras, cujo patrono é Joãozinho Retratista.

Realização

OMNIA
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