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Instituto Federal Fluminense Campus Campos Centro

Programa Tecnologia Comunicação Educação (PTCE)

Com esta apostila espera-se


levar o aluno a:
o Identificar o modelo da função
afim em situações cotidianas;
o Identificar os casos particulares,
observando suas peculiaridades;
o Esboçar gráficos;
Apostila organizada por: o Modelar situações-problema,
dentro e fora da Matemática.
Vanderlane Andrade Florindo
Silvia Cristina Freitas Batista
Carmem Lúcia Vieira Rodrigues Azevedo

Campos dos Goytacazes/RJ – Abril – 2015


Sumário

1. Função Afim: definição........................................................................................... 3

1.1. Introdução ......................................................................................................... 3

1.2. Definindo Função Afim .................................................................................... 4

1.3. Casos particulares da Função Afim .................................................................. 4

1.3.1 Função identidade ....................................................................................... 4

1.3.2 Função linear .............................................................................................. 5

1.3.2.1 A função linear e a proporcionalidade direta ....................................... 5

1.3.3 Função constante ........................................................................................ 8

1.3.4 Função polinomial do primeiro grau .......................................................... 9

2. A Representação Gráfica da Função Afim .............................................................. 10

Exercícios .................................................................................................................... 17

Gabarito ....................................................................................................................... 21

Referência .................................................................................................................... 23
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1. Função Afim: definição

1.1. Introdução

O ato de medir está totalmente integrado ao nosso dia a dia. No entanto, essa integração depende
diretamente do uso de unidade de medidas padronizadas e da possibilidade de conversão entre
unidades equivalentes.
Existe, por exemplo, uma fórmula que relaciona as escalas termométricas Fahrenheit (muito
utilizada nos Estados Unidos) e Celsius (usada na maioria dos países, incluindo o Brasil). Tal
fórmula depende do ponto de fusão do gelo (quando a água vira gelo), que na escala Celsius ocorre
a 0° C e na escala Fahrenheit ocorre a 32° F, e do ponto de ebulição da água (quando a água vira
vapor), que na escala Celsius ocorre a 100°C e na escala Fahrenheit ocorre a 212° F. A relação entre
as escalas Celsius e Fahrenheit é determinada pela equação:
9
F = 5 C + 32

na qual F representa a medida da temperatura em graus Fahrenheit e C em graus Celsius. Então, se


um termômetro na escala Celsius marcar 30° e quisermos saber qual a medida equivalente na escala
Fahrenheit teremos que substituir, na fórmula, a variável C por 30, logo:
9
F = 5 C + 32
9
F = 5 . 30 + 32 = 86

Então, 30° C equivalem a 86° F. Vamos transformar outros valores de temperatura em graus
Celsius para graus Fahrenheit (Tabela 1):

Tabela 1 – Conversão de temperaturas - graus Celsius para graus Fahrenheit

Temperatura em graus Utilizando a fórmula: Temperatura em graus


9
Celsius F = 5 C + 32 Fahrenheit
9
-20 F = 5 . (−20) + 32 -4
9
-5 F = 5 . (−5) + 32 23
9
45 F = 5 . 45 + 32 113

9
Perceba que, em F = C + 32, a temperatura em graus Fahrenheit depende do valor que
5

atribuímos à temperatura em graus Celsius. Isso significa que a temperatura em graus Fahrenheit
está em função da temperatura em graus Celsius. Esse é um exemplo aplicável de função afim.
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1.2. Definindo Função Afim

Uma função 𝑓: ℝ → ℝ é chamada função afim quando existem


dois números reais a e b tais que f (x) = ax + b, para todo 𝑥 𝜖 ℝ.

Exemplos:
Na representação
Existe definição de função afim
𝑓: ℝ → ℝ temos
que exige que a seja diferente
que: 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1 (𝑎 = 2; 𝑏 = 1)
de zero. Nesta apostila,
Nome Representa 2
𝑔(𝑥) = −𝑥 + 3 (𝑎 = −1; 𝑏 = 3 )
2 estamos adotando a definição
da função o Domínio acima, que é baseada em Lima
4 4 et al. (2012).
ℎ(𝑥) = 7 𝑥 (𝑎 = 7 ; 𝑏 = 0)
𝑓: ℝ → ℝ
𝑖(𝑥) = √3 (𝑎 = 0; 𝑏 = √3)
Representa o 𝑥−2 1 −2
Contradomínio 𝑗(𝑥) = (𝑎 = 3 ; 𝑏 = )
3 3
Lembrando que ℝ
representa o Os números reais a e b são os parâmetros da função afim e podem assumir
conjunto dos
números reais. quaisquer valores reais.

1.3. Casos particulares da Função Afim (𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃)

1.3.1 Função identidade – função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑥, em que a = 1 e b = 0 (Figura 1).

Figura 1 – Função identidade


No caso da função identidade,
o valor de y sempre será igual
ao de x. Observe, na figura 1,
que a reta que representa
essa função é a bissetriz do 1°.
e 3°. quadrantes, ou seja, corta
estes quadrantes exatamente
ao meio.

Exemplo resolvido:

Determine o valor de f (-3) na função identidade.

Solução:

A função identidade é dada por 𝑓(𝑥) = 𝑥, logo, se x = -3 temos f (-3) = -3.


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1.3.2 Função linear – função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥, na qual b = 0.

Exemplos: Figura 2 – Exemplos de função linear

 𝑓(𝑥) = −2𝑥 (𝑎 = −2; 𝑏 = 0)

 𝑔(𝑥) = 0,1𝑥 (𝑎 = 0,1; b = 0)

A figura 2 mostra a representação gráfica desses


exemplos.

Para refletir:
A função identidade é um caso
particular de função linear, no
qual o valor de a é sempre igual
a 1.

A Função Linear e a Proporcionalidade Direta

Um corredor mantém-se em velocidade constante de 20 km/h durante uma maratona. Nesse


ritmo, depois de meia hora de prova ele percorrerá 10 km; após 1 hora, 20 km; após 1 hora e meia,
30 km; após 2 horas, 40 km e, assim, sucessivamente. A distância percorrida (d) em função do
tempo (t) é dada, neste caso, por 𝑑 = 20𝑡, cujos pontos pertencem a uma função linear.
Observe que quando o tempo dobra a distância percorrida também dobra e quando o tempo
triplica a distância percorrida também triplica. Portanto, podemos afirmar que essas grandezas são
diretamente proporcionais. Genericamente, duas grandezas são diretamente proporcionais quando o
aumento de uma implica o aumento da outra, na mesma razão. Ou seja, ao dobrarmos uma
grandeza, a outra também será dobrada; ao triplicarmos uma, a outra também será triplicada; ao
reduzirmos uma à metade, a outra também será reduzida à metade. Em outras palavras, grandezas
diretamente proporcionais variam sempre na mesma razão.
O modelo matemático que representa a proporcionalidade direta, ou simplesmente
proporcionalidade, entre duas grandezas é dado por uma função linear 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥, em que 𝑎 > 0,
uma vez que nesse caso os valores de y são proporcionais aos valores correspondentes de x, de tal
forma que quando o valor de x aumenta/diminui, o valor de y aumenta/diminui na mesma razão.
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Exemplo resolvido:

Um botânico mediu o tamanho de uma planta, em centímetros, todos os dias desde sua
germinação, até encontrar um padrão de crescimento. Ele observou que a planta crescia
linearmente. Sabendo que no 10°. dia, a planta estava com 5 centímetros e no 20°. dia com 10
centímetros, responda:

a) O comprimento da planta é diretamente proporcional ao número de dias decorridos?


b) Qual a fórmula matemática que expressa o comprimento da planta em função dos dias
decorridos?
c) Quanto o comprimento da planta no 1°. dia?
d) Mantendo esse padrão de crescimento, em que dia a planta alcançará 3 metros?

Solução:

a) O enunciado afirma que a planta crescia linearmente, isso significa que seu comprimento era
acrescido de um mesmo valor a cada dia. Diz também que no 10°. dia a planta media 5 centímetros,
no 20°. dia media 10 centímetros. Assim, podemos deduzir o comprimento da planta no decorrer dos
dias (Tabela 2):

Tabela 2 – Comprimento da planta no decorrer dos dias


Dias decorridos Comprimento da planta (cm)
d c
10 5
X 2 20 10 X 2

X3 30 15 X 3

X 4 40 20 X 4

Perceba que quando o número de dias dobra, o comprimento da planta também dobra, quando o
número de dias triplica, o comprimento triplica, e assim sucessivamente; o que nos indica que há
uma proporcionalidade direta entre as grandezas.

b) No enunciado desse item pede-se para apresentar a fórmula matemática que expressa o
comprimento da planta em função dos dias decorridos. Logo, a variável dependente será o
comprimento da planta e a independente será o número de dias decorridos.
Como visto no item anterior, esse é um caso de proporcionalidade direta. A fórmula matemática
que expressa essa situação pode ser deduzida analisando os dados da tabela 2. Podemos notar que 5
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é a metade de 10, 10 é a metade de 20, 15 é a metade de 30 e, assim, sucessivamente, ou seja, o
d
comprimento (c) é a metade dos dias decorridos (d). Logo, a lei da função é: c  , para 𝑑 ≥ 0.
2
Já que as grandezas são diretamente proporcionais, você também poderia ter chegado a tal
fórmula usando regra de três simples, veja:

Dias decorridos Comprimento da planta

10 ____________________________ 5

d ____________________________ c

10 . 𝑐 = 5 . 𝑑

5
𝑐= 𝑑
10

1 𝑑
Simplificando a fração, temos: 𝑐 = 2 𝑑 =
2

Lembre-se:

c) Como vimos, o comprimento é sempre a metade do número de dias decorridos. Por


proporcionalidade, podemos dizer que no primeiro dia o comprimento da planta era 0,5 cm, uma
vez que essa é a metade de 1. Utilizando a lei que encontramos no item anterior, podemos
confirmar esse valor, atribuindo o valor 1 à variável d, assim:

𝑑
𝑐=
2
1
d = 1  𝑐 = 2 , logo, o comprimento da planta era 0,5 cm.

d) Pretende-se saber o dia que a planta atingirá 3 m (300 cm). Sabendo que o comprimento da
planta é a metade dos números de dias, basta multiplicarmos o comprimento por dois para obtermos
o número de dias, assim o número de dias será 300 . 2 = 600. Logo, a planta chegará à altura de 3
metros no 600°. dia (lê-se: sexcentésimo dia). Utilizando a lei
𝑑
𝑐 = 2 , podemos confirmar esse valor, atribuindo o valor 300 à variável c, assim:

𝑑
300 = 2
 𝑑 = 300 . 2 = 600
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1.3.3 Função constante – função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑏, em que a = 0.

Figura 3 – Exemplos de função constante


Exemplos:

 𝑓(𝑥) = 2 (𝑎 = 0; 𝑏 = 2)

5 5
 𝑔(𝑥) = − 3 (𝑎 = 0; 𝑏 = − 3)

A figura 3 mostra a representação gráfica desses


exemplos.

Esse tipo de função é


interessante! Por mais que se
mude o valor de x, o valor de y
sempre acaba sendo igual a 𝑏,
𝑏 ∈ ℝ. O gráfico dessa função
é uma reta horizontal que
corta o eixo y no ponto (0, 𝑏).

Exemplo resolvido:

Na pizzaria Qpizza, o rodízio custa R$ 29, 90 por pessoa, não importando se ela consome 1 fatia,
3 fatias, 9 fatias... Fernando foi a essa pizzaria.

a) Determine quanto Fernando pagou se consumiu 8 fatias de pizza.


b) Determine quanto Fernando pagou se consumiu 13 fatias de pizza.
c) Determine a lei que representa o valor a pagar (y) em função do número de fatias de pizza (x).

Solução:

a) Na pizzaria Qpizza, o valor a pagar independe do número de fatias consumidas. Sendo assim,
Fernando pagou R$ 29,90.
b) Novamente, o valor a pagar independe do número de fatias consumidas. Sendo assim,
Fernando pagou R$ 29,90.
c) O preço a pagar (y) é independente do número de fatias consumidas (x), dessa forma, a lei é
dada por y = 29,90, para x > 0.
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1.3.4 Função polinomial do primeiro grau – função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com
𝑎 ≠ 0.

Exemplos:

 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1 (𝑎 = 2; 𝑏 = 1)

2 2
 𝑓(𝑥) = 3 − 𝑥 (𝑎 = −1; 𝑏 = 3 )

4 4
 𝑓(𝑥) = 7 𝑥 (𝑎 = 7 ; 𝑏 = 0)

Note que as demais funções afins, com exceção da função constante, são casos
particulares da função polinomial do 1°. grau. Por esse motivo, alguns autores,
diferentemente do que adotamos nesta apostila, usam a expressão “função
polinomial do 1°. grau” como sinônimo de “função afim”, considerando a função
constante um caso à parte.

Você deve ter estudado em Física a


equação horária dos espaços 𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡, em
que 𝑆0 e 𝑣 são constantes, sendo 𝑣 ≠ 0. Essa
equação adota o modelo da função
polinomial do 1°. grau. No entanto, sua
representação gráfica não é uma reta, e sim
uma semirreta formada por pontos da parte Na fórmula
não negativa da função polinomial do 1°. 𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
grau representada pela equação.
temos que:
𝑆 representa o
espaço final,
𝑆0 o espaço inicial,
𝑣 a velocidade e
𝑡 o tempo.

Exemplo resolvido:

Um carro está no quilômetro 5 de uma rodovia a uma velocidade constante de 90 km/h.


Determine a posição em que ele estará após 4 horas mantendo a mesma velocidade durante todo
trajeto.
P á g i n a | 10

Solução:

O enunciado afirma que:

“um carro está no quilômetro 5 de uma rodovia”  S0 = 5 km


“a uma velocidade constante de 90 km/h”  v = 90 km/ h
“determine a posição em que ele estará”  S=?
“após 4 horas”  t = 4 horas

Nas condições dadas, é possível utilizarmos a equação 𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡.

Substituindo os dados na equação:


𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡

S = 5 + 90∙4
S = 5 + 360 = 365

Portanto, após 4 horas, o carro estará no quilômetro 365 da rodovia.

2. A Representação Gráfica da Função Afim

O gráfico de uma função é a união dos pontos que representam, no plano cartesiano, todos os
pares ordenados (𝑥, 𝑦) pertencentes à função, de forma que x é um elemento do domínio e
𝑦 = 𝑓(𝑥) é a imagem de x.
Figura 4 – Ponto P (𝑥, 𝑦)
Associando-se ao par (𝑥, 𝑦) o ponto P, como
representado no plano cartesiano da figura 4, dizemos que:
 P é o ponto de coordenadas x e y;
 o eixo x é chamado eixo das abscissas;
 o eixo y é chamado eixo das ordenadas;
 o número x é chamado abscissa de P;
 o número y é chamado ordenada de P;
 a origem do sistema é o ponto (0, 0).

No caso da função afim, a representação gráfica será sempre


uma reta não vertical.
P á g i n a | 11
Por definição, dois pontos distintos determinam uma única reta, então, para construir o gráfico de
uma função afim, basta considerar dois pares ordenados distintos pertencentes à função e traçar a
reta determinada por eles.
Para construir o gráfico da função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 1, por exemplo, precisamos encontrar dois pares
ordenados distintos que pertençam a essa função. Devemos, então, atribuir valores a x e substituí-
los na lei de formação da função f para encontrar os valores de y correspondentes.
Escolhendo os números -1 e 2 para atribuirmos a x e substituindo-os na lei de formação da
função, temos:

Para 𝑥 = −1:
𝑦 = 2. (−1) − 1 = −3. Logo, um ponto a se marcar é (−1, −3).

Para 𝑥 = 2:
𝑦 = 2.2 − 1 = 3. Logo, o outro ponto é (2, 3).

Marcando os pontos (2, 3) e (−1, −3), temos (Figura 5):

Figura 5 – Pontos (2, 3) e (−1, −3)

Para obtermos o gráfico que representa a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 1, basta traçarmos a reta que
passa pelos dois pontos marcados anteriormente, como mostra a figura 6.
P á g i n a | 12

Figura 6 – Gráfico de 𝑓

Mesmo que os
pontos escolhidos
fossem outros, a
reta traçada seria
a mesma.

1
Vamos traçar agora o gráfico da função 𝑔(𝑥) = − 2 𝑥 + 1. Escolhendo os números −2 e 2 para

atribuirmos a x e substituindo esses números lei de formação da função g, temos:

Para 𝑥 = −2:
1
𝑦 = − . (−2) + 1 = 2
2

Logo, um dos pontos a se marcar é (−2, 2).

Para 𝑥 = 2:
1
𝑦 = − .2 + 1 = 0
2

Então, o outro ponto que devemos marcar é (2, 0).

1
Marcando os pontos (−2, 2), (2, 0) e traçando a reta que representa a função 𝑔(𝑥) = − 2 𝑥 + 1,

temos (Figura 7):


Figura 7 – Gráfico de 𝑔
P á g i n a | 13

Você deve ter percebido que os pontos que marcamos possuem um comportamento que
é determinado por suas coordenadas. Se um ponto tem, por exemplo, abscissa negativa e
ordenada positiva esse ponto pertence ao 2°. quadrante. A figura 8 resume o comportamento dos
pontos em cada quadrante, considerando x e y números positivos:

Figura 8 – Pontos e quadrantes

ATENÇÃO!

Os pontos também podem se localizar sobre os eixos e na origem do plano cartesiano.


Pontos sobre o eixo x possuem ordenadas iguais a zero. Esses podem estar à direita ou à
esquerda da origem caso, respectivamente, possuam abscissa positiva ou negativa.
Pontos sobre o eixo y possuem abscissas iguais a zero. Esses podem estar acima ou
abaixo da origem caso, respectivamente, possuam ordenadas positivas ou negativas.
O ponto que representa a origem é o (0, 0).

Exemplo resolvido 1:

Sendo h uma função afim e (0, 0), (-1, -1) dois de seus pontos:

a) esboce o gráfico de h;
b) determine a lei dessa função.
P á g i n a | 14

Solução:

a) Como esta é uma função afim, seu gráfico é uma reta. Então, a partir dos dois pontos dados,
podemos traçar o gráfico (Figura 9):

Figura 9 – Gráfico de ℎ

b) A lei de formação de uma função afim é 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏. Assim, é preciso determinar os


valores de a e b. Substituindo o ponto (0, 0), temos:

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏

0 = 𝑎. 0 + 𝑏

b=0

Substituindo o ponto (-1, -1) e b = 0 na lei, temos:

𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏

−1 = 𝑎. (−1) + 0

−1 = −1𝑎

𝑎=1

Logo, a lei da função é:

𝑦 = 1. 𝑥 + 0

𝑦 = 𝑥 ou ℎ(𝑥) = 𝑥

Podemos observar que a função ℎ é uma função identidade.


P á g i n a | 15

Exemplo resolvido 2:

Dado o gráfico da função f, 𝑓: ℝ → ℝ, definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 (Figura 10), determine:

Figura 10 – Gráfico de 𝑓

a) sua lei;
3
b) o valor de x, para que 𝑓(𝑥) = 2.

Solução:

a) Para determinar a lei da função é necessário encontrarmos os valores de a e b. Para tanto,


substituiremos os pontos (-1, 3) e (3, 5), pertencentes ao gráfico, na lei 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏:

𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏
3 = 𝑎. (−1) + 𝑏 e 5 = 𝑎. 3 + 𝑏
3 = −𝑎 + 𝑏 5 = 3𝑎 + 𝑏
Com essas duas equações, formamos um sistema:

−𝑎 + 𝑏 = 3
{
3𝑎 + 𝑏 = 5

Utilizando o método da substituição e isolando b na 1.ª equação, temos:

−𝑎 + 𝑏 = 3
𝑏 =3+𝑎

Substituindo 𝑏 = 3 + 𝑎 na 2ª. equação, temos:

3𝑎 + 𝑏 = 5 4𝑎 + 3 = 5 4𝑎 = 2 simplificando
2 1
3𝑎 + 3 + 𝑎 = 5 4𝑎 = 5 − 3 𝑎=4 𝑎=2
P á g i n a | 16
Substituindo o valor de a na 1.ª equação:
1
−𝑎 + 𝑏 = 3 𝑏 =3+2
1 6+1 7
−2 + 𝑏 = 3 𝑏= =2
2

Substituindo os valores encontrados, determinamos a lei da função:


𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏

1 7
𝑓(𝑥) = 𝑥 +
2 2

3 3
b) Para determinarmos o valor de 𝑥, para que 𝑓(𝑥) = 2, basta substituirmos 𝑓(𝑥) por 2 na função
1 7
𝑓(𝑥) = 2 𝑥 + 2. Assim:
3 1 7 1 4 −2
= 𝑥+ 𝑥=− 𝑥= = (−2). 2 = −4
2 2 2 2 2 1
1 3 7 1 2
𝑥= − 𝑥 = −2
2 2 2 2

Exemplo resolvido 3:

Sabendo que o ponto (0, -2) pertence à função afim 𝑔, cujo gráfico é representado na figura 11,
determine a lei da função.
Figura 11 – Gráfico de 𝑔

Solução:

É importante notar que o gráfico da figura 11 representa uma função constante. Sendo assim,
independentemente do valor atribuído a x o valor de y sempre será o mesmo. Se o ponto (0, -2)
pertence a esse gráfico, podemos dizer que o valor de y sempre será -2. Escrevendo a lei da função:
𝑦 = −2 ou 𝑔(𝑥) = −2.
P á g i n a | 17

1. Nos itens abaixo, identifique as funções afins e, destas, determine os valores dos parâmetros
𝑎 e 𝑏.
a) 𝑓(𝑥) = 7𝜋 d) 𝑗(𝑥) = |𝑥 + 1|
1
b) 𝑔(𝑥) = − 4 𝑥 e) 𝑙(𝑥) = −2 + √3𝑥
√3
c) 𝑖(𝑥) = 2 − 3𝑥² f) ℎ(𝑥) = 𝑥−1

𝑥 𝑙(4)−𝑙(16)
2. Dada a função afim 𝑙, definida por 𝑙(𝑥) = 2 − 3, determine o valor de .
𝑙(5)

3. Em cada item, determine a lei de formação da função afim, considerando as informações


dadas:

a) b)

4 4
c) 𝑓(9) = 9 e 𝑓(0) = −9 d) g(44) = √7 e g(-31) = √7

4. Dada a função 𝑣(𝑥) = (𝑝 + 2)𝑥 + (𝑞 + 𝑝), em que 𝑝 e 𝑞 são números reais, determine as
condições para que:
a) a função seja uma função identidade.

b) a função seja uma função linear.

c) a função seja uma função constante.

d) a função seja polinomial do 1°. grau.


P á g i n a | 18

5. Durante um festival de hot dog, a barraquinha do seu João decidiu fazer a seguinte
promoção: quantos hot dogs você puder consumir por R$ 12,00. Sendo assim, se alguém
consumisse 3 hot dogs pagaria R$ 12,00; se consumisse 5 hot dogs pagaria R$ 12,00 e,
mesmo que comesse apenas 1 hot dog, também pagaria R$ 12,00. Sabendo que todos os
pontos da equação que determina essa situação pertencem a uma função afim, determine a
lei de formação dessa função, e identifique a que caso particular ela pertence.

6. Represente graficamente as funções afins abaixo:


2
a) 𝑓(𝑥) = 4𝑥 + 2 c) 𝑗(𝑡) = − 5 𝑡
3 3
b) 𝑔(𝑝) = − 5 𝑝 − 3 d) 𝑠(𝑣) = 7

7. Dado que o ponto (0, 5) pertence a uma função afim cujo parâmetro 𝑎 vale -2:
a) determine a lei dessa função;
b) esboce o gráfico que representa essa função.

𝑥
8. Qual das figuras abaixo mostra a representação gráfica das funções 𝑓(𝑥) = − 2 e
1
𝑔(𝑥) = − 2, simultaneamente?

a) b)

𝑔
𝑓
gg
g
fff
g
𝑔
P á g i n a | 19
c) d)

9. O preço unitário 𝑦, em real, de um produto diminui de


acordo com a quantidade 𝑥 de unidades compradas. Os
pontos (𝑥, 𝑦), para 1 ≤ 𝑥 ≤ 50, pertencem à reta
representada ao lado. Comprando–se 35 unidades, qual
será o preço unitário desse produto?

10. Dado o gráfico ao lado, determine:


a) a lei da função representada;
b) o valor de 𝑥, tal que 𝑔(𝑥) = −10;
c) 𝑔(6).

𝑔
P á g i n a | 20

11. (UFF – 2009; adaptada)


Embora não compreendam plenamente as bases físicas da vida, os cientistas são capazes de
fazer previsões surpreendentes. Freeman J. Dyson, por exemplo, concluiu que a vida eterna é
de fato possível. Afirma que, no entanto, para que tal fato se concretize o organismo inteligente
precisaria reduzir a sua temperatura interna e a sua velocidade de processamento de
informações. Considerando-se v a velocidade cognitiva (em pensamentos por segundo) e T a
temperatura do organismo (em graus Kelvin), Dyson explicitou a relação entre as variáveis
𝑥 = log10 𝑇 e 𝑦 = log10 𝑉 por meio do gráfico abaixo:

Adaptado de O destino da Vida, Scientific American Brasil, n. 19, dez. 2003.

Sabendo-se que o gráfico da figura está contido em uma reta que passa pelos pontos

5 
A   , 0  e 𝐵 = (−15, −17), determine a equação que descreve a
2 
relação entre x e y.

12. (PUC – RS; adaptada.) Um determinado tipo de óleo foi


aquecido a partir de 0º C até atingir 60º C e obteve-se o gráfico ao
lado, da temperatura T em função do tempo t.
Determine o valor de T(3).
P á g i n a | 21

1. item a  a = 0 e b = 7𝜋

−1
item b  a = eb=0
4

item e  a =√3 e b = - 2

𝑙(4)−𝑙(16) −1−5
2. = −1 = 12
𝑙(5)
2

3. a) 𝑦 = −2𝑥 − 4

b) 𝑦 = 𝑥 − 2

c) 𝑦 = 2𝑥 − 9

4
d) 𝑦 = √7

4. a) p = -1 e q = 1

b) p = - q

c) p = -2

d) p ≠ -2

5. A equação que representa essa situação é 𝑦 = 12, para x > 0. A função afim que contém os
pontos dessa equação é a função constante 𝑦 = 12.

6. a)
P á g i n a | 22
b)

c)

d)
P á g i n a | 23
7. a) y = -2x + 5

b)

8. item a

9. 70 reais
𝑥
10. a) 𝑔(𝑥) = − 2 − 3

b) 𝑥 = 14

c) 𝑔(6) = −6

34 17
11. 𝑦 = 𝑥−
35 7

12. 𝑇(3) = 9

Referência
LIMA, E. L.; CARVALHO, P. C. P; WAGNER, E.; MORGADO, A. C. A Matemática do Ensino
Médio. 10. ed., v.1. Coleção do Professor de Matemática. Sociedade Brasileira de Matemática: Rio
de Janeiro, 2012.

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