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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
ENTREVISTA IDOSO
RESENHA
Aluna:
Gisela de Oliveira Gusmão – RA 243592
Psicologia – 6º sem.
Avaliação Processual Parcial
Disciplina: Psicologia do desenvolvimento -
maturidade e envelhecimento
Docente: Profa. Dra. Christina Neder
São Paulo/SP
Abril/2014
“Eu não me lembro da última vez que você tenha me convidado para tomar café na
sua casa, mesmo minha mulher sendo a madrinha da sua única filha. Mas agora você
vem até mim e diz: ‘Don Corleone, faça justiça’. Mas não pede com respeito, não me
oferece amizade. Você nem mesmo pensa em me chamar de Padrinho.” (fala do
personagem Don Vito Corleone – filme “O poderoso chefão I”)
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seu esposo não tivesse deixado a carreira para cuidar dela, caso fosse ao contrário.
Ainda que a entrevistada relate que sentiu grande alegria em cuidar do seu marido,
esta “alegria” é ensinada culturalmente às mulheres. Como consequência dessa
escolha, a Sra. MMS recebe uma pensão de apenas um salário mínimo quando
poderia ter se aposentado com um ganho melhor se tivesse seguido trabalhando até
cumprir o tempo de serviço.
Entretanto, ela afirma sentir-se feliz com o que tem e com suas ocupações.
Respondendo à questão sobre as pessoas serem preparadas para a aposentadoria,
a entrevistada responde: “Devem ser preparada com orientação em reuniões, pois
há pessoas que não querem nem sair de casa e ficam sentadas vendo televisão.
Tem que por o esqueleto para movimentar”.
Pode-se inferir que caso a entrevistada não se ocupasse tanto com as ONGs e as
atividades religiosas, bem como com os netos, ela estivesse da mesma maneira,
sentada em casa vendo televisão. A expressão “colocar o esqueleto para
movimentar”, pode significar que de fato está lutando para ser alegre e ativa, pois a
velhice tem um peso sobre ela, que se soma ao luto pelo esposo falecido, à
frustração pela carreira deixada de lado e pela pensão insuficiente que recebe.
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Entrevista com idoso
Mírian Mattos Sousa, 61 anos, 27/09/1952, viúva, 1 casal de filhos
- Após a aposentadoria voltou a trabalhar? Se sim, o que faz e que tipo de vínculo
tem com o trabalho (formal/informal, voluntaria/remunerado) Se voluntário, o que
levou a ser voluntário?
Não me aposentei. Sou pensionista e resolvi não voltar a trabalhar para me engajar
em atividades voluntárias no meu bairro e na associação budista. Gosto de ficar com
meus netos também.
Deixei de trabalhar pela doença do marido e sou pensionista há 11 anos. Não houve
preparação nenhuma para tudo o que passei. A gente não espera certos revezes na
vida.
- Como está a vida atual (lazer, saúde, estado emocional e vida religiosa). Se tiver
religião como é o relacionamento da religião na vida, e se houve algum fato que
levou a mudar de religião ou sua concepção sobre religião.
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Vida religiosa ótima. Faço check-up anual e estou ótima. Apenas devo tomar
vitamina D e cálcio. Emocionalmente me sinto bem, sou alegre e me ocupo com
muitas coisas. O lazer é ótimo, faço aulas de dança, caminhada e ginástica.
- Acha que as pessoas devem ser preparadas para enfrentar a vida após a
aposentadoria? Se sim, como ele (ela) acha que deve ser esse preparo?
Devem ser preparada com orientação em reuniões, pois há pessoas que não
querem nem sair de casa e ficam sentadas vendo televisão. “Tem que por o
esqueleto para movimentar”. É diferente dos jovens, porque a pessoa idosa já não
tem o mesmo vigor e precisa do movimento para se manter com energia. Precisa se
relacionar para não colocar na cabeça que a vida acabou com a aposentadoria.
Fiquei admirada com uma senhora que faz judô e disse que eu tinha passado da
idade, quando ela me contou que tinha 80 anos! Que é muito bom e sente-se mais
autoconfiante com as artes marciais. Não existe idade para esse tipo de exercício ou
qualquer outro.
Referências
- A ditadura dos jovens. Entrevista com o filósofo alemão Frank Schirrmacker para a
Revista Veja, publicada em 15/08/2004.