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LAUDO TÉCNICO DE
VISTORIA PREDIAL
MAIS SEGURANÇA
PARA OS CIDADÃOS
Agosto/2014
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MAIS SEGURANÇA PARA OS CIDADÃOS
A Lei nº 6400/2013, no âmbito estadual, e a Lei Municipal Complementar 126, que passou a
vigorar em março de 2013, no âmbito municipal, estipulam que, a cada cinco anos, os respon-
sáveis por todos os imóveis residenciais e comerciais no Rio de Janeiro contratem profissionais
para a elaboração de Laudo Técnico de Vistoria Predial, ou seja, para que avaliem as condições
de conservação e estabilidade em prédios e apontem se há a necessidade de reparos.
Há anos, o CREA-RJ defende a criação dessa lei, que determina que as vistorias sejam realizadas
por profissionais ou empresas capacitados tecnicamente e legalmente habilitados.
Nessa Cartilha, o CREA-RJ apresenta de maneira concisa para síndicos, moradores e profis-
sionais/empresas que desejem realizar os Laudos Técnicos de Vistoria Predial as informações
necessárias sobre Lei Municipal Complementar 126. Esse conteúdo foi baseado nas palestras e
dúvidas apresentadas durante os Seminários sobre a Lei de Autovistoria e a Elaboração de Laudo
Técnico de Vistoria Predial, realizados pelo CREA-RJ, de dezembro de 2013 a junho de 2014.
O Conselho entende que a realização dos seminários e a publicação desse documento com os
seus resultados cumpre o papel de divulgar e esclarecer para toda a sociedade a importância
de fazer valer essa obrigação legal que traz mais segurança e tranquilidade para os cidadãos.
AGOStINhO GUERREIRO
Presidente do CREA-RJ
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MANUtENÇÃO PREvENtIvA
Uma edificação é resultado de estudo técni- determinam não só o bem-estar e o convívio
co, projeto, emprego de materais, tecnologia e adequado dos transeuntes, mas, principalmen-
trabalho braçal humano. Como qualquer equi- te, a segurança na sua circulação.
pamento, um prédio residencial, comercial, Tal qual qualquer equipamento ou ser vivo,
industrial, hospitalar, institucional ou de uso uma edificação requer cuidados permanentes
misto, é um organismo vivo que sofre ações do cuja responsabilidade recai obrigatoriamente
tempo, de intempéries, de fenômenos físicos e sobre seu proprietário ou gestor. Outro aspec-
químicos ao longo de toda a sua existência. to é que, independentemente de ser de nature-
za privada ou pública, o elemento construído
Os elementos que compõem a estrutura, o tem papel social no conjunto da cidade e exer-
revestimento, as instalações, a sobrecarga de ce influência direta em seu entorno, na rua, na
utilização dos espaços ou o peso próprio de vizinhança, no bairro e até na cidade.
suas peças são exemplos de componentes des-
te organismo que são instáveis e evoluem com Assim, sempre que observar indícios de le-
o tempo. Por outro lado, a própria utilização sões na estrutura é conveniente consultar
do equipamento edificado pelos habitantes ou um profissional. Alterações aparentemen-
transeuntes gera desgaste dos seus componen- te insignificantes podem ocultar problemas
tes ao longo de seu ciclo de vida. graves. Uma rachadura pequena pode estar
escondendo um grande dano. A evolução da
O conjunto de esforços e ações acumuladas, corrosão pode ser rápida, elevando muito o
seja pela atuação da natureza, seja pela do custo de uma recuperação. Qualquer avalia-
homem, gera a necessidade de verificação e ção, recuperação, reforço ou modificação da
manutenção permanente. Além disso, a produ- estrutura de uma construção exige o suporte
ção e a utilização cotidiana de uma edificação de um engenheiro civil. Fuja dos curiosos, os
está sujeita a normas, leis e regras sociais que resultados podem ser desastrosos!
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LEI MUNICIPAL COMPLEMENtAR 126
AUtOvIStORIA: qUANDO fAzER?
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OS SÍNDICOS E SUAS RESPONSAbILIDADES
Como representante legal do con- gatoriamente licenciadas e comu-
domínio, o síndico tem o dever nicadas a ele, com a identifica-
de zelar pela segurança da edi- ção do responsável técnico pela
ficação. Cumprindo esse papel, sua execução, com a respectiva
ele pode, e deve, solicitar ao con- Anotação de Responsabilidade
dômino ou morador que realiza Técnica (ART). As eventuais obras
obras em sua unidade, esclareci- que forem apontadas no laudo
mentos sobre elas. Pode, também, técnico como necessárias para a
solicitar uma vistoria na unidade. adequação da edificação, deve-
rão ser prévia e obrigatoriamente
As obras internas nas unidades licenciadas à Prefeitura, e realiza-
do condomínio, que possam mo- das com o acompanhamento de
dificar ou interferir na estrutura do profissional técnico legalmente
prédio, deverão ser prévia e obri- habilitado, com a respectiva ART.
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A utilização das unidades privativas não A fachada é componente do projeto arquitetô-
pode prejudicar ou causar danos e incômo- nico de um edifício. Os desenhos do projeto
dos ao condomínio e aos demais condômi- arquitetônico, assim como os desenhos dos
nos, nem afetar a segurança e a solidez do demais projetos, pertencem ao conjunto de
edifício. Essas condições estão previstas no peças da propriedade comum.
Código Civil e constam em grande número
de Convenções de Condomínio. Algumas convenções de condomínios, vi-
sando preservar a fachada da edificação
Para que o condomínio tenha a garantia de em razão de suas características peculia-
que as obras pretendidas não causarão in- res, harmonia do conjunto, ou por força do
terferências em suas diversas partes e não nome do arquiteto que elaborou o projeto,
comprometerão a segurança e a solidez da vedam expressamente a colocação de quais-
edificação, é necessário que seja apresenta- quer objetos originalmente não previstos,
do, para verificação e análise, o anteprojeto até mesmo grades, toldos e aparelhos de
elaborado pelo engenheiro legalmente habi- ar-condicionado. Muitas vezes, essas condi-
litado e capacitado tecnicamente. ções estão expressas também nas escrituras
das unidades privativas.
As alterações de fachadas, que podem ser
definidas como as superfícies de fechamento Se a alteração for entendida como uma neces-
de uma edificação, e não somente os planos sidade para todos, será preciso elaborar pro-
frontais voltados para a rua, merecem atenção jeto específico para tal e submetê-lo à aprova-
especial. É preciso zelar também pelas vistas ção em assembleia, observando-se o disposto
das laterais, dos fundos e dos prismas internos. em Convenção e na legislação.
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qUAIS OS PROfISSIONAIS hAbILItADOS PARA A REALIzAÇÃO DO LtvP?
As vistorias de engenharia ou inspeções pre- mento pode parecer algo simples, com o tem-
diais e a consequente elaboração do laudo po e sem cuidado, poderá se transformar em
técnico envolvem, normalmente, uma equipe um grande problema.
multidisciplinar de profissionais. Neste caso, é
recomendado o trabalho multidisciplinar, mí- O valor a ser cobrado pelos serviços de inspe-
nimo, de um engenheiro civil com um enge- ção predial deve estar relacionado principal-
nheiro eletricista, ambos com formação pro- mente com o tempo despendido para a reali-
fissional plena. zação dos trabalhos de todos os engenheiros
envolvidos e, também, observar se haverá
Durante a Inspeção todos os detalhes deverão necessidade de utilização de algum tipo de
ser observados, tendo em vista a validade de material ou equipamento, com o objetivo de
cinco anos do LTVP. Pois, o que naquele mo- se alcançar melhores resultados.
Instituída pela Lei 6469, de 7 de dezembro impede que pessoas sem qualificação exerçam
de 1977, a ART - Anotação de Responsabili- atividades que são exclusivamente de compe-
dade Técnica é o instrumento que o Sistema tência dos profissionais do Sistema. Ao registrar
Confea/Crea tem para registrar as realiza- a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
ções profissionais e que distingue a carreira e cada vez que efetuar uma obra, projeto ou ser-
o sucesso individual, valorizando o exercício viço o profissional contribui para essa proteção.
profissional. É ela que permite caracterizar os
limites da responsabilidade e da participação Através da CERTIDÃO DE ACERVO TÉCNICO,
técnica em cada obra ou serviço, conferindo documento emitido pelo Conselho – que con-
a prova documental da execução dos empre- tém todas as ARTs de sua carreira e suas reali-
endimentos e uma preciosa ferramenta de zações – é possível ter uma boa referência so-
vantagem competitiva, muito mais que a pró- bre o profissional ou empresa que está sendo
pria obrigação legal. contratado para a realização do serviço. Esse
DIFERENCIAL que só o CREA-RJ oferece é
O CREA-RJ existe para proteger a sociedade. muito importante, pois a experiência dos
Fiscalizando o exercício profissional, o Conselho engenheiros envolvidos é fundamental!
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COMO PREENChER SUA ARt DE LAUDO DE vIStORIA
Com base nas ARTs registradas por profissionais, sistema de esquadrias e instalações hidrossani-
referentes aos Laudos de Vistoria realizados até tárias (reservatórios, sanitários, redes de esgoto)
então, o CREA-RJ verificou algumas não confor- e instalações de gás.
midades no preenchimento dos documentos e na
realização dos serviços. Compete aos engenheiros eletricistas, eletro-
técnicos, eletricistas modalidade eletrotécnica,
A realização das vistorias de engenharia ou industriais modalidade elétrica e de produção
inspeções prediais é de responsabilidade e modalidade elétrica as atividades referentes a
exclusiva competência dos profissionais, en- instalações elétricas – entrada de energia, su-
genheiros, legalmente habilitados pelos Con- bestação, refletores de iluminação, equipamen-
selhos Regionais de Engenharia e Agronomia tos de geração auxiliar de energia (geradores)
– CREAs, de acordo com a Lei Federal nº e SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas
5.194, de 24 de dezembro de 1966, e reso- Atmosféricas).
luções do CONFEA.
Compete aos engenheiros de segurança do tra-
As vistorias de engenharia ou inspeções prediais balho verificar as condições relacionadas aos
e a consequente elaboração do laudo técnico equipamentos de prevenção e combate a in-
envolvem, normalmente, uma equipe multidisci- cêndio, rotas de fuga e todas as outras questões
plinar de profissionais. Neste caso, é recomen- relacionadas à formação que possam existir na
dado o trabalho multidisciplinar, mínimo, de um edificação e disciplinadas em Resolução específi-
engenheiro civil com um engenheiro eletricista, ca de atribuições profissionais.
ambos com formação profissional plena.
Caso o condomínio possua instalações de sis-
A legislação que trata das atribuições profissio- tema de ar condicionado central, elevadores/
nais esclarece que compete aos engenheiros escadas rolantes, compete ao profissional en-
civil, de fortificação civil, de produção civil e in- genheiro mecânico esta atividade.
dustrial civil as atividades referentes a sistemas É importante ressaltar que todos profissionais
estruturais (pilares, vigas, lajes, consoles, cober- do Sistema Confea/Crea envolvidos nas ativi-
turas, marquises, fachadas, empenas), obras de dades de vistoria, inspeção e emissão do lau-
contenção de encostas, sistema de impermea- do devem preencher sua respectiva Anotação
bilização, sistema de vedação e revestimentos, de Responsabilidade Técnica.
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Observe, a seguir, os principais itens que devem ser preenchidos na ART:
O profissional que realizar a vistoria e não possuir as atribuições legais para a atividade técnica rea-
lizada, poderá ser autuado por exorbitância de atribuições. E ainda, constatando que o profissional
emprestou seu nome sem ter participado do serviço, poderá ser aberto processo administrativo para
investigação de sua conduta ética.
2– Comunique sempre previamente ao responsável pelo prédio qualquer nova obra que
pretenda executar
4– Se o prédio tem mais de 30 anos de vida, fique atento às instalações hidráulicas e sanitárias.
À época as construções utilizavam dutos de ferro, chumbo e sua vida útil provavelmente está no
fim. Os entupimentos e vazamentos tornam-se comuns. Alerte os condôminos para isso. Faça
um plano para a substituição gradativa por materiais modernos como o PVC.
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5– Fique alerta a esses sinais. Eles podem ser sinalizar obras irregulares!
fONtES:
PRESIDENTE
Engenheiro Agrônomo
AGOSTINHO GUERREIRO
2ª Vice-Presidente
Engenheira Civil e de Segurança do Trabalh
MARLISE DE MATOSINHOS VASCONCELLOS
1ª Diretora-Administrativa
Engenheira Civil
REGINA DE JESUS RAMOS ANDRADE
2º Diretor-Administrativo
Engenheiro Mecânico
ODUVALDO SIQUEIRA ARNAUD
3º Diretor-Administrativo
Engenheiro Florestal
GLAUBER MARCIO SUMAR PINHEIRO
1º Diretor-Financeiro
Engenheiro Mecânico
JAIR JOSÉ DA SILVA
2º Diretor-Financeiro
Engenheiro Civil
JORGE NISENBAUM
3º Diretor-Financeiro
Engenheiro Metalúrgico e de Segurança do Trabalho
ROCKFELLER MACIEL PEÇANHA
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AUTOVISTORIA E
LAUDO TÉCNICO DE
VISTORIA PREDIAL
MAIS SEGURANÇA
PARA OS CIDADÃOS