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Ao entendermos a aula como unidade educativa superamos o modelo burguês.

A aula
não se atrela mais aos valores capitalistas e transforma-se em uma atividade fundamental de
todo o sistema escolar, uma vez que é a partir dela que toda essa estrutura se organiza.
O "Novo Tempo" não representa obviamente uma mudança completa no
sistema escolar, pois sabemos que este está inserido dentro de uma sociedade capitalista e
portanto reproduz e legitima toda esse sistema. Esse "Novo Tempo" é uma mudança pessoal,
íntima de nossas próprias concepções, é um mergulho nas aparências dos discursos, das
políticas públicas que permeiam a educação e para além disso é um mergulho em nosso
próprio mundo das aparências. Mais do que compreensão da realidade, esse "Novo Tempo"
nos oferece perspectivas de alteração de nossa práxis fetichizada. Não é crer na utopia como
horizonte possível, mas sim de se aproximar cada vez mais dele por meio de nossa práxis
educativa.
Essa prática educativa se resolve pela categoria momento predominante, ou seja,
professor e aluno alternam-se na superação da contradição que se estabelece no
desenvolvimento do conceito e seu objetivo final é a emancipação humana, estágio este
alcançado quando se ensina o conceito em sua totalidade e o homem é capaz de se colocar
como sujeito de sua própria história. Esse reconhecimento se estabelece, a partir do momento
que entendemos como atividade originária da constituição do próprio homem e de suas
intervenções na natureza o trabalho.Este se amplia em múltiplas práxis sociais criando novas
necessidades materiais e tornando indivíduos como autênticos membros do gênero humano.
Desde o início da disciplina superamos vários conceitos. A primeira atividade
envolvendo o texto da Colassanti " A gente se acostuma, mas não devia..." nos fez perceber
que nos culpabilizamos por várias questões do campo educacional, mas que na prática essa
culpa recai sobre a organização e reprodução do sistema capitalista que exerce um poder
institucional e constrói estratégias para relegar seus problemas aos envolvidos com o sistema
escolar.
As leituras dos teóricos foram de fundamental importância para a melhor compreensão
dessa realidade, pois sistematizam nossas angústias e revelam o alicerce em que nossas ações
repousam.
Peço licença para estabelecer uma relação com a obra " Cidades e as Serras" de Eça de
Queiroz. Nela o personagem Jacinto, amante da urbanização e do desenvolvimento
tecnológico, se emancipa após a mudança para o campo. Neste lugar Jacinto entende a relação
fetichizada que mantinha com esta falsa ideia de modernidade e com o capital, ao mesmo
tempo, sua posição não se reflete em uma perspectiva negacionista dos avanços tecnológicos
obtidos pelo capital. Jacinto reconhece-se como mais pertencente ao gênero humano.
Para finalizar retifico a importância de se conceber a aula como unidade educativa e
para além disso reconhecer as imposições capitalistas. Somente assim podemos conhecer essa
realidade para intervimos de maneira mais objetiva nesse contexto social.

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