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Os ecos podem ser encantadores em ambientes bucdlicos € desagradaveis nos auditérios, mas costumam ser fiéis a fonte sonora. O eco de um bater de palmas, por exemplo, é quase sempre o som de um bater de palmas. Perto da escadaria da foto, porém, que pertence a uma piramide situada nas ruinas maias de Chichen Itza, no México, o eco de um bater de palmas é uma nota musical cuja freqliéncia diminui com 0 tempo. A resposta esta neste capitulo, 149 ‘Andoni Canela/Age Fotostock America, Capitulo 17 | Ondas —11 FIG. 17-1 Estatartaruga-cabeguda est sendo examinads com ultra-som (que possui uma freqiéncia acima de nossa faixa de audio); uma imagem do interior do animal esté sendo ‘mosttada em um monitor &diteita da foto. (Mauro Fermarille/SPL/Photo Researchers) j-Frentes deonda ie FIG. 17-2 Uma onda sonora se propaga a partir de uma fonte pontual § em um meio tridimensional. As frentes de onda formam esferas com centro em S:os raios so perpendiculares as frentes de onda. Assetas de duas cabecas ‘mostram que os elementos do meio ‘oscilam paralelamente aos raios. 17-1 OQUEE FISICA ‘A fisica das ondas sonoras estd presente nos artigos cientificos de muitas especiali- dades, Vamos dar apenas alguns exemplos. Os fisiologistas querem saber como a fala € produzida, como corrigir os defeitos de dicgdo, como reduzir a perda da audigio © ‘até mesmo por que uma pessoa ronca. Os engenheiros aciisticos procuram melhorar a actistica das catedrais e salas de concertos, reduzir o nivel de ruido perto de rodovias «obras puiblicas e reproduzir sons em sistemas de alto-falantes com 0 maximo de fi- delidade. Os engenheiros aeronduticos estudam as ondas de choque produzidas pelos cagas supersOnicos e 0 ruido dos jatos comerciais nas proximidades dos aeroportos. Os engenheiros biomédicos procuram descobrir 0 que os tuidos produzids pelo coragao pelos pulmées significam em termos da satide do paciente. Os paleontélogos tentam associar 08 ossos dos dinossauros 20 modo como emitiam sons. Os engenheiros mili- tares tentam descobrir se 6 possivel localizar um atirador de tocaia pelo som dos seus disparos e, do lado mais ameno, 0s bidlogos estudam o ronronar dos gatos. 4 Para comegar nossa discussao da fisica do som, devemos responder & pergunta: “0 que sao as ondas sonoras?” 17-2 | Ondas Sonoras Como vimos no Capitulo 16, as ondas mecénicas so ondas que necessitam de um meio material para se propagar. Existem dois tipos de ondas mecanicas: as ondas transversais, nas quais as oscilagbes sao perpendiculares a ditegio de propagacio, 2 as ondas longitudinais, em que as oscilagdes acontecem na diregao de propagagao da onda, Neste livro, uma onda sonora é definida genericamente como qualquer onda longitudinal. As equipes de prospeegdo usam essas ondas para sondar a crosta ter- restre em busca de petréleo. Os navios possuem equipamentos de localizacdo atra- vés do som (sonar) para detectar obstéculos submersos. Os submarinos usam ondas sonoras para emboscar outros submarinos ouvindo os rufdos produzidos pelo sis- tema de propulsio. A Fig. 17-1 mostra como ondas sonoras podem ser usadas para visualizar os tecidos moles dos seres vivos. Neste capitulo, vamos nos concentrar nas condas sonoras que se propagam no ar ¢ podem ser ouvidas pelas pessoas A Fig. 17-2 ilustra varias idéias que serao usadas em nossas discussdes. 0 ponto S representa uma pequena fonte sonora, chamada fonte pontual, que emite ondas sonoras em todas as diregdes. AS frentes de onda e 0s raios indicam a diregao de pro- pagacdo e o espalhamento das ondas sonoras. Frentes de onda sao superticics nas quais as oscilagdes produzidas pelas ondas sonoras tém 0 mesmo valor; essas super- ficies sao representadas por circunferéncias completas ou parciais em um desenho bidimensional de uma fonte pontual. Raios sao retas perpendiculares as frentes de onda que indicam a diregao de propagacao das frentes de onda. As setas duplas so- brepostas aos raios da Fig. 17-2 indicam que as oscilagdes longitudinais do ar sio paralelas aos raios. Nas proximidades de uma fonte pontual como a da Fig. 17-2 as frentes de onda siio esféricas e se espalham nas trés dimensdes; ondas desse tipo so chamadas de ondas esféricas. A medida que as frentes de onda se expandem e seu raio aumenta sua curvatura diminui. Muito longe da fonte as frentes de onda sio aproximada- mente planas (ou retas, em desenhos bidimensionais); ondas desse tipo sio chama- das de ondas planas. 17-3 | A Velocidade do Som A velocidade de qualquer onda mecdnica, transversal ou longitudinal, depende tanto das propriedades inerciais do meio (para armazenar energia cinética) como das propriedades eldsticas (para armazenar energia potencial), Assim, podemos ge- neralizar a Eq, 16-26, que fornece a velocidade de uma onda transversal em uma corda, eserevendo [r _ |propriedade eléstica a \ propriedade inercial (7) onde (para ondas transversais) 7 € a tenstio da corda ej 6 a massa especifica linear da corda, Se 0 meio de propagagio ¢ o ar e a onda ¢ longitudinal, podemos supor que a propriedade inercial, correspondente a 4, a massa especifica p do ar. O que corresponde a propriedade elistica? Em uma corda esticada, a energia potencial est associada A deformagio peri- 6dica dos elementos da corda quando a onda passa por eles. Quando uma onda so- nora se propaga no ar a energia potencial esta associada & compressao e A expans4o de pequenos elementos de volume do ar. A propriedade que determina o quanto um elemento de um meio muda de volume quando é submetido a uma pressio (forca por unidade de drea) ¢ 0 médulo de elasticidade volumétrico B, definido (pela Eq 12-25) como = aviv Aqui AVIV é a variacdo relativa de volume produzida por uma variagao de pressio Ap. Como vimos na Segio 14-3, a unidade de pressdo no SI € 0 newton por metro quadrado, que recebe um nome especial, © pasca! (Pa). De acordo com a Eq. 17-2, unidade de B também é 0 pascal. Os sinais de Ap © AV sfo sempre opostos: Quando aumentamos a pressio sobre um elemento (ou seja, Ap é positivo), 0 volume dimi- nui (AV € negativo). Incluimos um sinal negativo na Eq. 17-2 para que B seja um rimero positivo. Substituindo rpor Be u por pna Eq. 17-1, obtemos (etinigio de méduto de elasticidade volumétrico). (7-2) Nmales ‘velocidad do som) -3 Vp (eosidade do som (173) como a velocidade do som em um meio de médulo de elasticidade volumétrico B e ‘massa especifica p. A Tabela 17-1 mostra a velocidade do som em varios meios. A massa especifica da dgua ¢ quase 10K) vezes maior que a do ar. Se esse fosse 0 linico fator importante, esperariamos, de acordo com a Eq. 17-3, que a velocidade do som na dgua fosse muito menor que a velocidade do som no ar. Entretanto, a Tabela 17-1 mostra o contrério. Concluimos (novamente a partir da Eq. 17-3) que omodulo de clasticidade volumétrico da agua é mais de 1000 vezes maior que 0 do ar. Este &,real- mente, o caso. A agua é muito mais incompressivel do que o ar, o que (Veja a Eq. 17-2) € outra forma de dizer que seu médulo de elasticidade volumétrico é muito maior. Demonstracao Formal da Eq. 17-3 Vamos agora demonstra a Eq. 17-3 aplicando diretamente as leis de Newton. Considere um pulso isolado de compressdo do ar que se propaga da direita para a esquerda, com velocidade v, em um tubo como o da Fig. 16-2. Vamos escolher um referencial que se move com a mesma velocidade que o pulso. A Fig. 17-34 mostra a situagdo do ponto de vista deste referencial. O pulso permanece estacionério e 0 ar passa por ele com velocidade v, movendo-se da esquerda para a direita, Seja p a pressio do ar ndo perturbado € p + Ap a pressao na regio do pulso, onde Ap € positive devido & compress4o. Considere um elemento de ar com espes- sura AY e seco reta A, movendo-se em diregao ao pulso com velocidade v. Quando esse elemento de ar penetra no pulso a borda dianteira encontra uma regio de maior pressfio, que reduz a velocidade do elemento para v + Av, onde Av é um nti- mero negative. Essa redugio de velocidade termina quando a borda traseira do ele- mento penetra no pulso, o que exige um intervalo de tempo dado por Ae (7-4) 178 | Aelia d om ‘AVelocidade do Som’ Meio Velocidade (mis) Gases Ar(rQ), 331 Ar (20°C) 343, Helio 965 Hidrogenio 1234 Liquidos Agua (0°C) 1402 Agua (20°C) 1482 ‘Agua salgada? 1522 Sélidos Ago ‘S941 Aluminio 6420 Granito 6000 “A(°C e {atm de pressio,a menos que hala uma indieagao em contrério. 420°C ecom 35% de salinidade.

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