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RESUMO
SUMÁRIO
RESUMO .......................................................................................................... 1
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4
4 METODOLOGIA .......................................................................................... 10
Idade ........................................................................................................... 13
Gênero ........................................................................................................ 13
Profissão ..................................................................................................... 16
Nota(s) explicativa(s)................................................................................... 38
ANEXOS ......................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 41
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1 INTRODUÇÃO
dos horários, longos períodos de espera, longos trajetos, com muitos passageiros
em cada linha, diminuindo a segurança ao usuário nas paradas de ônibus
(VELLOSO, 2016).
Florianópolis, por sua vez, não possui estudos acadêmicos aprofundados
sobre a situação do transporte coletivo noturno, e consequentemente não se tem
documentado qual seriam as práticas correntes, a qualidade do serviço, o real
atendimento do mesmo à população e muito menos dados de violência e segurança
pública. Em menor escala, em “Etnografando o Ônibus: Individualismo e Gênero em
Florianópolis”, Scirea descreve experiências vividas como usuária do transporte
público Florianopolitano, dando destaque para experiências noturnas, no Terminal
de Integração do Centro - TICEN e nas linhas de ônibus “UFSC - Semidireto” e na
noturna “Madrugadão Continente”, dando assim um ponto de vista sobre a questão
do TPNF.
Registram-se comportamentos comuns vivenciados, em especial sob a lente
dos estudos de gênero e da experiência como mulher em um espaço aparentemente
hostil e individualista, sugerem-se algumas práticas correntes que indiquem as reais
características daquele serviço. Em especial a menor presença de mulheres durante
a madrugada, e quando presentes estão normalmente acompanhadas. Da mesma
forma os usuários, por se verem em menor número que durante o dia e obrigados a
esperar mais tempo no terminal, costumam interagir mais com desconhecidos do
que durante o período comercial, sendo as mulheres desacompanhadas, ou
mulheres acompanhadas de mulheres os interlocutores preferenciais (SCIREA,
2012).
Também são frequentes ocorrências descritas por outros usuários e por ela
mesma que circundam o aspecto de segurança da mulher na cidade, como
situações de discussão sobre a questão com outras usuárias, e comentários de um
um usuário que indica ter “salvado” uma outra usuária que andava sozinha no centro
durante a madrugada. Da mesma forma os cobradores e motoristas (todos homens)
frequentemente conversam entre si e com os usuários, em diversos momentos
perguntando aos mesmos (em especial às mulheres) o ponto de descida, indicando
inclusive já possuir conhecimento do local de residência da autora (“Vai descer no
ponto da sua casa”) (SCIREA, 2012).
A questão se volta justamente para condições até então inexploradas, como a
relação dos usuários com este serviço, com problemas oriundos das deficiências do
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sistema de transporte noturno, ou até uma possível satisfação com o serviço, visto
que a percepção do usuário não foi documentada de forma mais ampla. A lacuna no
campo de pesquisa é grande e o presente estudo não pretende portanto caracterizar
o sistema em sua totalidade, se focando principalmente em aspectos e inquietações
advindas dos próprios usuários.
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4 METODOLOGIA
5 CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO
Idade
O primeiro dado que podemos analisar, é sobre a faixa etária dos usuários
(Gráfico 1). Esta informação implica que somente maiores de 15 se encontravam no
Terminal nas datas das pesquisas realizadas. Esse dado mostra como o local pode
ser hostil ou perigoso para algumas idades, e como famílias não costumam usar o
transporte noturno.
Gênero
Agrupamento do Usuário
Profissão
Frequência de Uso
O Gráfico 5 mostra que 59% dos usuários do TPNF possuem uma frequência
regular no transporte, mostrando como muitas pessoas dependem desse meio de
locomoção diariamente. Comparando com o Gráfico XX, Atividade de origem de
terça para quarta, é possível enfatizar esse fato, ao notarmos que, 73% dos usuários
tinham como local de origem seus trabalhos. Outro dado interessante é que quase a
metade dos usuários utilizam o transporte eventualmente, e portanto, pode-se
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concluir que esse uso é oriundo do lazer, como fica evidente do Gráfico XX,
atividade de origem de sexta para sábado.
Bairro de Origem
Bairro de Origem
(por áreas)
Continente
7%
13% 3%
Norte da Ilha
50%
10% Lagoa da Conceição
e Leste da Ilha
Centro
Bairro de Destino
O Gráfico de Destino dos usuários (figura 44), nos deixa claro, que a maioria
das pessoas estavam indo para a porção continental da cidade. Podemos levantar
duas hipóteses para esse resultado. Comparando os madrugadões sul e norte da
ilha, suas rotas passam por diversas áreas sem população para ligar a malha
fragmentada da cidade, e o Madrugadão continente passa por diversos bairros
populosos em seu percurso.
Outra hipótese, e mais plausível, é dos horários que se encontram
disponíveis. O Madrugadão Continente possui uma certa regularidade e frequência
grandes em relação aos dois outros.
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Bairro de Destino
(por áreas)
17% Continente
3%
Norte da Ilha
Sul da Ilha
3%
Abrangência do TPNF
7 AVALIAÇÃO DO TRANSPORTE
Qualidade Geral
Sensação de Segurança
Tabela 4 – Distribuição dos usuários saídos do TICEN por horário – dia 06/06/2018
Tabela 5 – Distribuição dos usuários saídos do TICEN por horário – dia 09/06/2018
especial a Continental se mostra muito melhor atendida pelo TPNF, com maior
quantidade de usuários.
Por fim, vale ressaltar que os achados aqui regitrados dizem respeito em
especial aos usuários do sistema, e portanto não contabilizam a experiência e
opinião dos usuários em potencial, que não utilizam o sistema por dificuldade de
acesso, pelo impacto financeiro do mesmo na renda familiar, ou mesma pela
sensação de insegurança.
Desta forma existem lacunas a serem preenchidas, através de novas
pesquisas, que podem se focar na percepção do usuário fora do ambiente, durante o
período diurno, englobando uma seleção mais ampla de residentes e usuários do
sistema como um todo. Além disso, o sistema noturno por si só exclui a presença de
usuários da região metropolitana, que é parte extremamente costurada economica,
urbanística e socialmente à cidade de Florianópolis. Outros estudos podem ser
então direcionados à pesquisas com grupos específicos das cidade do entorno, com
o intuito de sugerir novas diretrizes para um sistema integrado.
Por fim outros espaços podem ser ainda explorado durante a madrugada,
como o próprio ônibus, os pontos de ônibus, o centro como ponto de culminação de
trajetos de lazer e trabalho, aumentando o entendimento tanto do transporte público
como fenômeno urbano e como sistema de mobilidade. Da mesma forma outros
atores podem ser contabilizados, como é o caso dos motoristas e cobradores que
são parte integrante do sistema, e que acumulam uma carga muito grande de
experiências sobre a rotina noturna.
Nota(s) explicativa(s)
1 - Neste trabalho entende-se por “transporte público noturno” o serviço público prestado fora
do horário comercial, em especial das 24h às 5h, que normalmente apresenta grande diminuição de
horários em comparação ao serviço executado em horário comercial.
2 - o PLAMUS - Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis - é um
conjunto de estudos técnicos contratados pelo Governo do Estado de Santa Catarina em conjunto
com as Prefeituras Municipais da Grande Florianópolis, finalizado em 2015, objetivando a criação de
diretrizes e soluções para a questão da mobilidade nos municípios da região metropolitana de
Florianópolis. Sua aplicação infelizmente se dá a passos lentos.
3 - 70% das famílias catarinenses possuíam automóvel em 2016 segundo o Diário Catarinense,
em análise de dados cruzados do IBGE e da CNT - Confederação Nacional dos Transportes
4 - Artigo 6º da Constituição Federal de 1988, alterado pela EC Nº90 de 2015.
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ANEXOS
REFERÊNCIAS