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Rio de Janeiro
2016
TC Com ALEXANDRE SANTANA MOREIRA
Rio de Janeiro – RJ
2016
M835e MOREIRA, Alexandre Santana
Um Estudo sobre a Estratégia da Presença Militar na Região
Amazônica, no Século XXI: a Relação entre a Presença Tangível
e Intangível. / Alexandre Santana Moreira. 2016.
Bibliografia: f. 264-277.
CDD 355.02
Dedico à minha esposa Patrícia e aos meus
filhos Maria Luíza e Luiz Felipe, com todo meu
amor, pela paciência sem fim, pelo incentivo
constante e pelo apoio incondicional. Amo
vocês!
AGRADECIMENTOS
This thesis seeks to identify the parameters that contribute to the adoption of an
effective strategy Presence Military for Amazon in the XXI century, trying to
understand the relationship between the Tangible Presence or material of the forces
in the Amazon region and Intengível presence or immaterial thereof elements, by
means of a multidisciplinary approach. Therefore, we sought to understand the
internal and external influences existing in the analyzed area as well as the
importance of geopolitics, the understanding of what is public policy advocacy and
theoretical characterization of what would be the Tangible and Intangible Presence.
Then, by means of a qualitative work with content analysis, we attempted to clarify
the presence of the two main components by 20 interviews with specialists.
Following, we sought to perform an initial factor analysis, with more than 200 (two
hundred) respondents in order to analyze the validity of the analyzed constructs, as
well as the relevance or otherwise of each variable identified initially. Finally, a
confirmatory factor analysis, with more than 300 (three hundred) respondents, using
the technique of structural equation modeling to reach the final model for this strategy
was carried out, which provides the validity of two constructs, tangible and intangible,
being intangible, which has the highest weight in this equation, contributing to the
military sciences with the understanding, clearer, securitized factors, which influence
the adoption of a public policy defense to Amazon by the competent bodies.
AM Amazonas
CBM Medidas Construtoras de Confiança
CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea e Tráfego Aéreo
CMA Comando Militar da Amazônia
COMGAR Comando de Operações Aéreas
ComOpNav Comando de Operações Navais
COTER Comando de Operações Terrestres
CPE Centro de Poder Econômico
CPEAEx Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército
CREDEN Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional
EB Exército Brasileiro
ECEMAR Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica
ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
EGN Escola de Guerra Naval
END Estratégia Nacional de Defesa
ESG Escola Superior de Guerra
EME Estado-Maior do Exército
EUA Estados Unidos da América
FGV Fundação Getúlio Vargas
LBDN Livro Branco de Defesa Nacional
MD Ministério da Defesa
MEE Modelagem de Equações Estruturais
MRE Ministério das Relações Exteriores
OM Organização Militar
ONU Organização das Nações Unidas
ONG Organização Não-Governamental
OSI Organismos de Segurança Internacionais
OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte
OTCA Organização do Tratado de Cooperação Amazônico
PA Pará
PND Política Nacional de Defesa
PROFORÇA Projeto de Força do Exército Brasileiro
RAM Revolução em Assuntos Militares
Rg Região
RO Rondônia
RR Roraima
Sec Século
SISFRON Sistema de Monitoramento de Fronteira
TNP Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares
TCA Tratado de Cooperação Amazônico
UnB Universidade de Brasília
UE União Européia
URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
USP Universidade de São Paulo
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 23
10 APÊNDICES 278
23
1. INTRODUÇÃO
1
Os termos Exército Brasileiro (EB), Exército e Força Terrestre serão utilizados
com o mesmo significado neste trabalho.
24
2
Os macroprojetos das Forças Armadas, constam do Livro Branco de Defesa
Nacional, sendo o SISFRON (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras,
cuja finalidade é o monitoramento das fronteiras terrestres brasileiras diuturnamente
pelo Exército Brasileiro) um dos 6 (seis) projetos estratégicos do EB; o AMAZÔNIA
PROTEGIDA (Plano Amazônia Protegida envolve o aumento da presença militar na
área e o uso de tecnologia de monitoramento das fronteiras para salvaguardar os
interesses nacionais); VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites Brasileiro, principal
projeto espacial brasileiro em desenvolvimento pelo Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE), da Força Aérea Brasileira); PROSUB (Programa de Desenvolvimento
de Submarinos, que inclui o lançamento ao mar, a partir de 2016, de quatro
submarinos convencionais “Scorpène” e, a partir de 2022, um de propulsão nuclear).
25
2. REFERENCIAL CONCEITUAL
2.1 O PROBLEMA
3
Débâcle, palavra de origem francesa, significa ruína, colapso, falência, derrota militar.
(Ferreira, 2009)
26
4
A tese do esmaecimento do Estado cresceu no âmbito das reflexões a respeito da segurança
internacional, quando se relacionou com o conceito de globalização e o de fragmentação. Por isso, o
Estado estava enfraquecendo, pois não era a última instância que detém o monopólio da violência
legítima, além disso, essa mesma sociedade global sofria o impacto da fragmentação advindos de
vários movimentos que surgiam como separatismos, regionalismos e outros, os quais desafiavam sua
capacidade de controle e repressão (CLARK, 1997)
5
Utilizamos o termo do Almirante Rui Silva em detrimento do termo recorrente “novas
ameaças”. (GONÇALVES, 2012, p. 64)
6
O conceito de securitização engloba a ideia de que não existe uma segurança internacional
objetivamente considerada. Assim, toda ameaça é construída por meio de discursos de atores
significativos na esfera da segurança internacional, passando pela aceitação do público.
Securitização é o uso do discurso sobre uma ameaça com o objetivo de levar um assunto para fora
das condições da normais da política, justificando assim a adoção de medidas de emergência, de
procedimentos políticos extraordinários e eventualmente o uso da força. (BUZAN et. al., 1998)
27
2.2 OBJETIVOS
2.3 HIPÓTESE
Quanto ao assunto:
31
Relevância Prática
Relevância Doutrinária
33
Relevância Econômica
Relevância Educacional
O modelo a ser definido como uma estratégia da presença, por meio de uma
fórmula, trará contribuições importantes no aspecto educacional, pois os conceitos,
exarados no estudo da problemática em questão, favorecerão novos estudos e
discussões acerca do assunto, seja nas escolas militares, seja nos centros
universitários, por meio de um esforço multidisciplinar, entre vários campos da
ciência hodierna.
Além disso, a técnica empregada, também, na formulação da estratégia da
presença, por meio de uma modelagem de equações estruturais (HAIR et al., 2005)
servirá como exemplo a futuras pesquisas, podendo ser utilizada em várias
abordagens e contextos diferentes, de acordo com a necessidade.
34
35
3.1 A AMAZÔNIA
Figura 2 - Pan-Amazônia
Fonte: NETO et al, 2012
Para Bertha Becker (2005, p. 71), geopolítica tem como “sujeito fundamental o
Estado, o qual era entendido como única fonte de poder”, contudo, hoje, a
geopolítica ”tem poder de influir na tomada de decisão dos Estados sobre um
território, uma vez que a conquista de territórios e as colônias tornaram-se muito
caras”. Contudo, “o espaço sempre foi associado ao tempo, acentuando diferentes
espaços-tempos como uma das raízes da geopolítica contemporânea”.
As redes são desenvolvidas nos países ricos, nos centros do
poder, onde o avanço tecnológico é maior e a circulação planetária permite
que se selecionem territórios para investimentos, seleção que depende
também das potencialidades dos próprios territórios. Ocorre que ao se
expandirem e sustentarem as riquezas circulante, financeira e
informacional, as redes se socializam. E essa socialização está gerando
movimentos sociais importantes, os quais também tendem a se
transnacionalizarem. (Op. Cit., p. 71)
Ainda, segundo Becker (Op. Cit., p. 71) existem “pressões de todo tipo para
influir na decisão dos Estados sobre o uso de seus territórios”, caracterizando-se a
chamada coerção velada. “Essa mudança está ligada intimamente à revolução
científico-tecnológica e às possibilidades criadas de ampliar a comunicação e a
circulação no planeta através de fluxos e redes que aceleram o tempo e ampliam as
escalas de comunicação e de relações, configurando espaços-tempos
diferenciados”.
Para Mattos (2011b), a geopolítica pode ser dividida, na sua origem, em escola
determinista e possibilista, sendo a escola alemã exemplo de determinista, pois
“defendia qua a geografia determina o destino dos povos”, e a segunda ligada ao
geográfo Vidal Le Blanche, o qual “ancorava-se na ideia de que a geografia
possibilita soluções favoráveis”.
45
Desta forma, a iniciativa da OTCA absorveu parte das ideias do General Meira
Mattos (2002), que propugnava que somente “uma estratégia comum, sustentada
pela vontade firme dos condôminos, poderia levar ao êxito a iniciativa de
desenvolver a região”, por isso estabelecia algumas propostas:
- selecionar a área mais crítica da região, por ser mais isolada a
Amazônia Ocidental, como alvo prioritário do plano de desenvolvimento;
- realizar a abordagem desta área, Amazônia Ocidental, partindo
de três frentes – a tradicional, saindo da foz e subindo o rio, a do planalto
central brasileiro e, finalmente, descendo dos Andes e do sistema guiano;
cada país participante de cada frente se empenharia em realizar programas
de desenvolvimento nacionais que arrastassem a fronteira econômica em
direção a Amazônia Ocidental;
- estimular as áreas de conexão fronteiriça – Clevelândia (Guiana
Francesa), Tiriós (Suriname), Normandia (República da Guiana), BV-8
(Venezuela), auaris, Cucuí e Letícia (Colômbia), Tabatinga e Assis Brasil
(Peru), Brasiléia, Porto Velho e Guajará Mirim (Bolívia) -, a criação, em torno
delas, de um pólo binacional de desenvolvimento social e prosperidade
econômica, tomando como modelo os exemplos de convivência
internacional profícua alcançados na fronteira sul (Livramento/Riveira e
Uruguaiana/Los Libres);
- estimular em toda a Amazônia brasileira a execução de projetos
e programas de transportes, de navegação, de construção de aeroportos,
de educação, saúde, saneamento básico, telecomunicações, agricultura,
pecuária e indústria. (MATTOS, 2002)
A ciência política8 pode ser definida como o estudo da política, dos processos e
sistemas políticos, além das organizações, sendo teoria e prática da política,
8
O termo ciência política foi criado pelo professor Adams, em 1880, na Universidade John
Hopkins, abrangendo diversos campos do conhecimento como as tradicionais disciplinas políticas
(teoria política, sistemas políticos, entre outros), economia política, política comparada, relações
48
internacionais, estudos sobre políticas públicas, geopolítica, entre outros. (DUVERGER, 1966)
9
As obras As Ciências Políticas, de Daniel Lerner e Harold D. Lasswell, e O Processo
Governamental, de David B. Truman, foram um marco nos estudos das políticas públicas,
constituindo-se em uma área disciplinar específica. (SECCHI, 2010)
49
10
Allison escreveu em 1971 o livro “Essence of Decision: Explicando a Crise dos Mísseis
Cubanos”, explicando o processo de tomada de decisão do governo dos EUA na crise dos mísseis
em Cuba com a ex-URSS. Contudo, esta obra foi reeditada e ampliada em 1999 com a
disponibilidade de novos arquivos daquele momento histórico, tendo o cientista político Phillip Zelikow
chamado a compor a 2ª Ed. O nome “essência da decisão” tem origem em um discurso de John F.
Kennedy, no qual ele teria dito a frase: "A essência da decisão final permanece impenetrável ao
observador, muitas vezes, de fato, ao próprio decisor", a qual resume a ideia central da obra dos
autores citados.
11
Satisficing é uma forma de tomada de decisão, desenvolvida por Herbert A. Simon, em 1956, a
qual significa que os decisores buscam alternativas até alcançarem linhas de ação satisfatórias ao
problema analisado, de forma que ele possa ser resolvido, sendo uma ferramenta cognitiva por
excelência, sem que se espere pela solução ótima ou melhor decisão. (ALLISON e ZELIKOW, 1999)
52
existência, como um contrato, por exemplo, além de estar sujeito a proteção legal,
ao direito de propriedade individual, ter uma data de criação e ter uma data de
término ou passível de eliminação. (REILLY, 1996)
Assim, Reilly (1996) apresenta uma forma de categorização destes ativos
intangíveis em 8 partes: a) o cliente, b) a tecnologia, c) o processamento de dados,
d) os contratos, e) o capital humano, f) a localização, g) o marketing e h) o goodwill,
que é valor do negócio se ele continuar no tempo. Mas, além destes, ele propõe a
existência de mais dois ativos intangíveis, separados dos demais, os quais
denominou de capital intelectual, são eles: a) criativo, englobando os direitos
autorais, software específicos, entre outros, e b) inovação, envolvendo as patentes,
as fórmulas específicas de uma empresa, entre outros.
Na economia industrial, as empresas criavam valor a partir
de ativos tangíveis, mediante a transformação de matérias-primas
em produtos acabados. Um estudo do Brookings Institute, de 1982,
mostrou que o valor contábil dos ativos tangíveis representavam 62%
do valor de mercado das organizações industriais. Dez anos mais
tarde, o índice caiu para 38%. E estudos recentes estimam que, em
fins do Século XX, o valor contábil dos ativos tangíveis correspondia
a apenas 10 a 15% do valor de mercado das empresas. Sem dúvida,
as oportunidades para a criação de valor estão mitigando da gestão
de ativos tangíveis para a gestão de estratégia baseadas no
conhecimento, que exploram os ativos intangíveis da organização
relacionamento com os clientes, produtos e serviços inovadores,
tecnologia da informação e banco de dados, além de capacidades,
habilidades e motivação dos empregados. (KAPLAN; NORTON,
2000, p. 12)
Ativos Intangíveis
Estrutura Externa Estrutura Interna Competência dos
Funcionários
- Relacionamento com - Organização - Experiência
clientes - Estrutura Jurídica - Educação
- Relacionamento com - Sistema manuais
fornecedores - Administração
- Marcas - Pesquisa e
Desenvolvimento
- Software
- Atitudes
Tabela 2 - Ativos intangíveis
Fonte: Sveiby, 1998, p. 12
14
Tabela Nr 3 – Evolução Histórico-Militar
12
Blitzkrieg significa guerra-relâmpago, sendo utilizada pelas Forças Nazistas como uma doutrina militar, a
qual consistia em utilizar forças blindadas para realizarem ataques rápidos e de surpresa, provocando o efeito-
surpresa no inimigo, além da sua desorganização e desmoralização, tendo como grande mentor, o general Erich
von Manstein. (PAGET, 1951)
13
O conceito de revolução neste momento está em oposição ao conceito de evolução. Aqui, revolução
significa uma ruptura com modelos antigos. Evolução significa um crescimento linear baseado em princípios e
fatores naturais.
14
O autor cita que as épocas histórico-militares foram inspiradas no livro “L’influence de l’armament sur
l’histoire” e os modelos da sociedade foram inspiradas no livro “O Processo Histórico”.
59
15
UNITED STATES SOUTH COMMAND (Comando Sul dos Estados Unidos da América) – É comando
militar dos EUA que possui como área de atuação toda a América Latina. Artigo intitulado “ Our Mission.”
Disponível em <http://www.southcom.mil/AppsSC/pages/ourMission.php> Acesso em: 17 maio 2014.
61
Neste contexto, Creveld (1998) adverte que, com o fim da guerra fria,
eclodiram outros tipos de conflitos, tribais, étnicos, religiosos e civis em vários
continentes do globo, principalmente na África e Ásia. Assim, as guerras
convencionais e a ameaça nuclear seriam suplantadas pelas guerras de baixa
intensidade, devido ao surgimento de unidades políticas dispersas, sendo difícil
combatê-las, pois não concentram forças, recursos e demais necessidades, apesar
de terem grande poder de destruição em suas mãos.
62
4. A PRESENÇA TANGÍVEL
17
No livro “O Soldado e o Estado”, o autor norte-americano Samuel P. Huntington escreve sobre
as relações entre civis e militares, concluindo sobre o papel do Estado nos planos interno e externo.
Cabe ressaltar que esta obra analisa a sociedade dos EUA, mas os conceitos exarados pelo autor
são válidas, em grande parte, para sociedades com culturas semelhantes, como no caso a brasileira.
66
18
Identidade significa que apesar das diferenças entre as nações, o que deve ser ressaltado é o
há de igual, de positivo entre os países analisados.
19
Professor Thales de Castro é professor de Relações Internacionais e Diplomata, tendo seu
trabalho foco nas relações de poder, sobressaindo sua visão realista da realidade. (Nota do Autor)
68
20
O Realismo é uma das Escolas das Relações Internacionais, a qual, em resumo, busca
entender o mundo como realmente é, tendo como principal representante Hans Morgenthau, com seu
famoso livro “Política entre as Nações”.
21
O Professor Claude Raffestin é professor de Geografia Humana, tendo seu trabalho foco na
construção da territorialidade, com uso de teorias de Foucault, sobressaindo sua visão construtivista
da realidade. (Nota do Autor)
22
O Construtivismo é uma das Escolas das Relações Internacionais, sendo considerada uma
terceira geração de debates, a qual, em resumo, busca entender o mundo como uma construção
social, sendo, portanto, multidisciplinar, tendo como principal representante Alexander Wendt, com
seu famoso livro “O Problema Estrutura-Agente na Teoria das Relções Internationals”.
69
Já, quanto à defesa, define-a como “um ato ou conjunto de atos realizados
para obter ou resguardar as condições que proporcionam a sensação de
Segurança”, concluindo que “segurança é uma sensação, ao passo que defesa é
ação”. (BRASIL, 2009, p. 66)
Assim, a segurança não se restringe apenas à garantia de
liberdade, de propriedade, de locomoção e de proteção contra o crime, mas,
também, de outras necessidades básicas do indivíduo e da coletividade
para atingir o referido bem-estar, como saúde, educação, moradia,
alimentação, emprego, lazer, respeito e outros valores. Extrapolando-se
para o nível das organizações, comunidades e Estados, pode-se inferir o
quanto o conceito de segurança coletiva, regional ou continental pode ter de
subjetivo e complexo, pois envolve todos os campos do poder. A busca de
segurança é aspiração legítima de todas as nações e abrange todas as
formas de conter ameaças, seja em relação ao indivíduo, aos grupos sociais
ou aos interesses nacionais. (SILVEIRA, 2004, p. 157)
Por isso, com o fim da Guerra Fria, novos conceitos começaram a fazer parte
da política hodierna, como a ampliação do conceito de segurança, mudando o
contexto tradicional de defesa territorial para a segurança do homem, da população,
23
European Security in 1990s – Challenges and Perspectives – United Nations Institute for
Disarmament Research – UNIDIR. (SILVEIRA, 2004)
72
de forma que as coletividades seriam afetadas por cinco fatores principais: político,
militar, econômicos, societais e ambientais.
A segurança militar se refere à intenção das capacidades armadas
ofensivas e defensivas dos Estados, e percepções que os Estados têm
sobre as intenções dos demais. A segurança política se refere a
estabilidade organizacional dos Estados, dos sistemas de governo e das
ideologias que lhes proporcionam legitimidade. A segurança econômica se
refere ao acesso a recursos, financiamento e mercados necessários para
manter níveis aceitáveis de bem-estar e poder naval. A segurança da
sociedade se refere à sustentabilidade dentro de condições aceitáveis da
evolução, dos padrões tradicionais de língua, cultura e religião e identidade
nacional e costumes. A segurança ambiental se refere à manutenção da
biosfera e global como sistema essencial de sustentabilidade da qual
dependem todas as atividades humanas. (BUZAN, 1991, p. 18-20)
24
Este conceito está no Relatório sobre Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das
Nações Unidas (PNUD), no texto “Novas dimensões da segurança humana” (PNUD, 1994, p. 39)
25
Novas Ameaças foi um termo cunhado por Mary Kaldor, a qual defende que a guerra clássica de
Clausewitz, como “o emprego de meios militares para derrotar outro Estado”, não mais se aplica aos conflitos
atuais, sustentando que os Estados já não são os principais atores na guerra, tendo sido substituídos por “grupos
identificados em termos de filiação étnica, religiosa ou tribal” e que essas forças raramente se engajam em
batalhas decisivas. (SCHUURMAN, 2010, p. 48)
73
Para Alsina (2009, p. 179) “o perfil atual deve ser mantido até 2020”, mas “as
forças armadas continuarão a ser importante”, pois a “competição entre Estados não
será eliminada e, por conseguinte, os usos indiretos de força”.
Então, como a PND (BRASIL, 2013a) destaca as áreas de interesse
estratégico do Brasil, as quais estão no Atlântico Sul, na América do Sul, na África
(costa ocidental) e a Antártica, sendo a Amazônia brasileira e o Atlântico Sul, as
áreas prioritárias para a defesa, cresce de importância as Forças Armadas estarem
preparadas para estas realidades.
75
Neste contexto, o poder militar, como parte integrante do poder nacional, pode
ser definido como uma “manifestação, de natureza preponderantemente militar, do
conjunto dos homens e dos meios de que a Nação dispõe que, atuando em
conformidade com a vontade nacional e sob a direção do Estado”, tendo como
principais componentes o “Poder Naval, o Poder Militar Terrestre e o Poder Militar
Aeroespacial” (BRASIL, 2007, p. 16).
O Poder Naval é a parte integrante do Poder Marítimo capacitada a atuar
militarmente no mar Poder Naval, devendo cumprir as seguintes tarefas básicas: a)
controlar áreas marítimas; b) negar o uso do mar ao inimigo; c) projetar poder sobre
terra; e d) contribuir para a dissuasão. O Poder Militar Terrestre é a parte integrante
do Poder Terrestre capacitada a atuar militarmente em terra, devendo cumprir as
seguintes missões: a) operações básicas ofensivas e defensivas; b) operações
complementares; e c) operações com características especiais. O Poder Militar
Aeroespacial é a parte integrante do Poder Aeroespacial que compreende a Força
Aérea, suas bases e suas estruturas de C2, logísticas e administrativas, devendo
dispor de capacidade para cumprir as seguintes operações: a) aeroestratégicas; b)
de defesa aeroespacial; c) aerotáticas; e d) especiais. (Op. Cit, p. 16-17)
77
26
A Escola Inglesa estabelece quatro tipos de sociedades interestatais: a Política de Poder, a
Coexistência, a Cooperação e a Convergência. (HURREL, 2000)
27
Comunidade Pluralista de Segurança significa que é uma região que não resolve mais seus
conflitos pelo uso da força, pois alcançou um sentido de comunidade. (DEUTSCH, 1969)
28
Uma zona de paz envolve uma estabilidade maior, uma estabilidade internacional, mas no-war
zone existe somente uma região com ausência de conflitos armados.
79
Formação de Estados
Diplomacia Bilateral, Multilateral e Diplomacia Embaixadas, OEA,
Presidencial UNASUL, Reuniões de
Chefes/as de Estado e de
Governo da UNASUL
(etc.)
Igualdade dos Direitos Humanos Pacto de São José da
Povos Costa Rica etc.
Nacionalismo Soberania Popular, Democracia Declaração de Santiago
(1995), Declaração de
Georgetown (2010) etc.
Segurança Medidas de Construção de Pacto de Bogotá, a
Coletiva Confiança (CBMs), Resolução Convenção de
Pacífica de Conflitos etc. Transparência
da OEA, Declaração de
Bariloche de 2009
(UNASUL)
Mercado Liberalismo Comercial e Financeiro Aliança entre Mercosul e
CAN
Tabela 6: Estrutura da Sociedade Internacional Sul-Americana
Autor: FIGUEIREDO, 2012
29
Figura 10 - Distribuição dos Grandes Comandos Aéreos
De acordo com o Livro Branco de Defesa (2012), o poder militar é gerido pelo
Ministério da Defesa, tendo no Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
(EMCFA) o órgão de assessoramento e responsável pelo emprego conjunto das
29
Grandes Comandos Aéreos – a presente divisão em Comandos Aéreos, constante, inclusive,
da revisão do Livro Branco de Defesa, de 2016, em análise no congresso até a presente data, está
em processo de mudança pela Força Aérea Brasileira, mas que nada vem a afetar o desenrolar desta
Tese.
83
30
COMANDO E CONTROLE – Ciência e arte que trata do funcionamento de uma cadeia de
comando. Nesta concepção, envolve, basicamente, três componentes: a autoridade legitimamente
investida, apoiada por uma organização; a sistemática de um processo decisório que permite a
formulação de ordens, estabelece o fluxo de informações e assegura mecanismos destinados à
garantia do cumprimento pleno das ordens; e a estrutura, incluindo pessoal, equipamento, doutrina e
tecnologia necessários para a autoridade acompanhar o desenvolvimento das operações. (BRASIL,
2008)
31
CONSCIÊNCIA SITUACIONAL - Percepção precisa dos fatores e condições que afetam a
execução da tarefa durante um período determinado de tempo, permitindo ou proporcionando ao seu
decisor, estar ciente do que se passa ao seu redor e assim ter condições de focar o pensamento à
frente do objetivo. É a perfeita sintonia entre a situação percebida e a situação real. (BRASIL, 2008)
32
Operações Conjuntas caracterizam-se pelo “emprego dos meios ponderáveis de mais de uma
Força Singular, sob um comando único, constituem a evolução natural na forma de utilização da
Expressão Militar do Poder Nacional. A integração das forças navais e aéreas na Era do
Conhecimento é condição capital para o êxito, desde a fase de geração de capacidades conjuntas até
o emprego em operações”. (BRASIL, 2014, p. 7-4)
84
Assim, Silveira (2004, p. 180) ressalta que nas ações de GLO nas regiões
fronteiriças, faz-se necessário definir quais os delitos transfronteiriços a serem
combatidos, pois nem todos atos praticados exigem a atuação das forças Armadas,
por não comprometerem a ordem pública ou a segurança nacional.
As Op GLO caracterizam-se como Operações de Não-Guerra, pois apesar de
empregar parcela das Forças Armadas, em âmbito interno e não externo, o uso da
força militar é usada de forma limitada e episódica. (BRASIL, 2014c, p. 17)
Além disso, a Lei No. 97 especifica que a atuação das forças Armadas, por
meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira, no mar e nas águas
interiores, contra delitos transfronteiriços, isoladamente ou em cooperação com
órgãos do poder Executivo, é uma atribuição subsidiária. (BRASIL, 20014c, p. 17)
A articulação do Poder Militar na Amazônia proporciona uma ocupação e
distribuição territorial sobre a mesma, que contribui para entender a Presença
Tangível, como parte integrante da política interna, da política de defesa,
absorvendo-se os conceitos exarados nesta seção, de forma a possibilitar uma
86
33
Nesta seção, será feita uma abordagem sobre as obras de Meira Mattos, devido a amplitude e
diversificação, além de sua contribuição para as Ciências Militares e Políticas, ampliando o conceito
de Geopolítica, parte importante desta Tese.
87
34
Parte expressiva desta seção faz parte do Artigo “AS AMEAÇAS DA AMAZÔNIA VERDE E
AMAZÔNIA AZUL: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL?”, apresentado na ENABED 2014, em Brasília - DF,
por este doutorando. E, atualmente, está em processo de admissão na Revista da Escola de Guerra
Naval.
92
Desta forma, Paiva (2012) lembra que é importante fazer uma distinção entre
problema e ameaça, que que a ESG (2009) chama de risco e ameaça. O problema
ou risco é algo que afeta a segurança e a defesa, mas a nação possui ferramentas
para neutralizá-lo ou mantê-lo em níveis sustentáveis. Contudo, um problema ou
risco pode se transformar em ameaça, se não for enfrentado com vontade política,
quando o país não tem mais condições de neutralizá-lo ou tem dúvidas sobre sua
capacidade em fazê-lo.
Paiva (2012, p. 35) nos alerta que o eixo de poder, caracterizado pelo EUA,
União Europeia, China e Japão, são capazes de “defender o patrimônio e respaldar
as decisões do Estado quando este projeta poder político-militar para satisfazer
interesses em qualquer parte do mundo”.
Em um choque de interesses com potencial para gerar conflito,
crise ou guerra, ao fazer a análise do evento, deve-se, com relação aos
atores principais:
1. identificar aspirações, interesses, objetivos e estratégias
afetados e se são importantes ou vitais;
2. analisar o poder nacional (político, econômico, científico-
tecnológico e militar):
• identificando fortalezas e vulnerabilidades;
• avaliando a vontade nacional (a relação Estado – sociedade
e o histórico nacional);
• identificando as alianças em vigor e as possíveis; e
• concluindo sobre a liberdade de ação de cada ator. (PAIVA,
2012, p. 37)
96
América do Sul com países da região ou com potências alienígenas”. (PAIVA, 2012,
p. 33-34)
De forma didática, Côrtes (2006) divide os possíveis problemas na fronteira
brasileira, passíveis de acontecer, como sendo uma reivindicação jurídica,
implicações de reivindicações de terceiros, pressões para adoção de legislação
interna ou assinatura de acordos lesivos ao interesse nacional, ameaça militar,
ameaça armada de movimentos subversivos, atividades ilícitas, porosidade
decorrente de intensa atividade econômica e vazios demográficos.
Na Amazônia Azul, o poder naval, por sua mobilidade, flexibilidade e alcance
geográfico permite a projeção sobre a massa continental, penetrando nos rios e em
especial na bacia amazônica, contribuindo para integrar o território e dissuadir
futuras pretensões estrangeiras em solo brasileiro. (VIDIGAL et al, 2006, p. 269-270)
Assim, as ameaças à Amazônia Azul estão relacionadas as principais
vulnerabilidades desta região, sendo, portanto a dependência do tráfego marítimo, a
extensão da nossa ZEE, a importância do petróleo e gás natural, a concentração
brasileira no litoral, a concentração dos principais parques indústrias próximos do
litoral. (VIDIGAL et al, 2006, p. 262-263)
A figura 14 ilustra muitas dessas preocupações, reforçando a ideia que as
principais ameaças estão relacionadas com a Amazônia Azul do que a Amazônia
Verde, sendo para esta, mais problemas do que ameaças, podendo ser reforçadas
com a questão da “Guerra da Lagosta”, na qual navios de guerra brasileiro, fazendo
uma demonstração de força, a fim desestimular a pesca da lagosta, nas águas
jurisdicionais brasileiras, por navios de pesca franceses, escoltados por navios de
guerra franceses. (BRAGA, 2004, p. 163)
Novos temas — ou novas formas de abordar temas tradicionais —
passaram a influir no ambiente internacional deste século. As implicações
para a proteção da soberania, ligadas ao problema mundial das drogas e
delitos conexos, a proteção da biodiversidade, a biopirataria, a defesa
cibernética, as tensões decorrentes da crescente escassez de recursos, os
desastres naturais, ilícitos transnacionais, atos terroristas e grupos armados
à margem da lei explicitam a crescente transversalidade dos temas de
segurança e de defesa.[...] proteção contra ataques cibernéticos. (BRASIL,
2012, p. 28 e 69)
A figura 14, segundo PAIVA (2012) mostra que a região conhecida como
amazônia ocidental, possui mais problemas que ameaças. Contudo, a percepção
deste autor está na possibilidade de uma ação militar por parte da OTAN, tendo
como base a Guiana Francesa, com ações a partir de Roraima ou na foz do
amazonas.
99
Desta forma, a END advoga a causa de que a presença será compensada pela
mobilidade das forças em presença, sem, contudo, especificar os detalhes do que é
a presença e o que é a mobilidade.
O LBDN (BRASIL, 2012) ressalta que o SISFRON e o SISGAAZ permitirão
manter o monitoramento e o controle efetivos sobre as fronteiras terrestres e a
porção jurisdicional do mar sob controle nacional.
Além disso, ressalta, também, a necessidade de mobilidade para as Operações
Conjuntas, havendo vários projetos das 3 Forças, visando adequar-se a esta nova
realidade, inclusive o Projeto Mobilidade Estratégica do Exército Brasileiro, cuja
finalidade é aperfeiçoar a interoperabilidade do EB com as demais Forças.
O Exército Brasileiro caracteriza-se por seu emprego ser flexível, adaptável,
modular, elástico e sustentável (FAMES35), devendo atuar de forma letal, como
pronta resposta a seu acionamento pelos órgãos competentes. Para isso, deverá
possuir mobilidade estratégica36 e tática37, as quais são “os fundamentos para a
rápida concentração ou dispersão, a manobra e a projeção de forças”. (BRASIL,
2014b, p. 3-10)
Assim, o Manual EB20-MF-10.101 (BRASIL, 2014b) traz como características
para fazer frente a evolução dos conflitos atuais que a Força Terrestre, entre outras,
seja dotada de estruturas operacionais racionalizadas (combate, apoio ao combate e
apoio logístico), centralizando os meios, de forma a privilegiar a mobilidade.
Para a Projeção da Força Terrestre em um determinado lugar, são exigidos
características semelhantes como a mobilidade e flexibilidades estratégicas,
35
FAMES é um acrônimo adotado pelo Exército para designar suas principais características de
atuação: flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade. (BRASIL, 2014,
p. 3-10)
36
Mobilidade estratégica é “entendida como a aptidão para se chegar rapidamente à região em
conflito”. (BRASIL, 2013b, p. 3)
37
Mobilidade tática é “entendida como a aptidão para se mover dentro daquela região”. (BRASIL,
2013b, p. 3)
105
Amazonas possuía apenas cerca de 300 homens baseados por lá. (FRANCHI,
2013)
38
Brigada é uma Grande Unidade do Exército, que possui todas as funções de combate.
108
39
Palestra proferida na ECEME pelo chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia
(CMA) no dia 14 Agosto 2013.
109
40
VIGILÂNCIA - Ato realizado no sentido de detectar, registrar e informar, com os meios
disponíveis, qualquer anormalidade ocorrida no setor de observação. (BRASIL, 2008)
111
41
As missões dos Tiros-de-Guerra estão expressas na Portaria nº 001, de 2 de janeiro de 2002.
(GONZALES, 2008)
114
Estas missões devem ser atendidas de forma a conciliar a atividade militar com
o trabalho e o estudo dos alistados, ficando o jovem, portanto, cerca de duas horas
por dia nas atividades da caserna e o restante na sua vida normal na sua cidade.
(GONZALES, 2008)
A presença da Marinha do Brasil na Amazônia data de 1729 com a criação da
Casa das Canoas, em Belém, passando a ser, também, a primeira base naval na
região. Contudo, só em 1868 seria criada a Flotilha do Amazonas (FlotAm), sendo o
marco oficial do Marinha na Amazônia. (FRANCHI, 2013)
Contudo, a Marinha também tem um crescimento lento na região, fazendo-se
presente com suas embarcações, que possuem sua atuação limitada às calhas dos
principais rios e ao uso dos Batalhões de Operações Ribeirinhas. (MARQUES, 2007,
p. 154)
As embarcações da Marinha na Amazônia são navios de patrulha fluvial, de
apoio a operações logísticas, navios-hospitais e outros ligados à
salvaguarda da navegação, tais como os navios balizadores responsáveis
pela manutenção das hidrovias, além de embarcações de menor porte,
como lanchas operacionais. (FRANCHI, 2013)
115
Da figura Nr 22, observa-se que a Marinha também divide sua área de atuação
semelhante ao EB, sendo, na verdade, anterior à divisão do EB, com o 4º Distrito
Naval (4 DN) sediado em Belém-PA, sendo responsável pelos Estados do Pará,
Amapá, Maranhão e Ceará. O 9º Distrito Naval (9 DN) sediado em Manaus-AM,
sendo responsável pelos Estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia.
A FAB possui controle de todo espaço aéreo nacional, por meio dos Centro
Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA), conforme
figura 23, cujas principais funções são a vigilância patrimonial da Amazônia e do
espaço aéreo nacional; o provimento de informações para os órgãos
governamentais; e a orientação dos vetores responsáveis pela interceptação de
aeronaves desconhecidas ou consideradas hostis sobre a região. (FRANCHI, 2013)
Para cumprir sua função, foi necessária a modernização e construção de
uma série de radares e outros equipamentos. Concluído em 2005, o sistema
passou a operar de forma integrada ! mais de três dezenas de Órgãos
Remotos operados pelo Destacamento de Controle do Espaço Aéreo
(DTCEA), distribuídos por toda a região. [...] esses destacamentos são
geralmente operados por pequenos contingentes da Aeronáutica, alojados
em uma vila militar instalada junto a Pelotões de Fronteira do Exército ou
nas cidades, e responsáveis por operar os equipamentos de radares.
(FRANCHI, 2013)
5 A PRESENÇA INTANGÍVEL
Por isso, nos esclarece o Livro Branco de Defesa (BRASIL, 2012) que o
Centro Gestor e Operacional do sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) é o
órgão central, subordinado ao Ministério da Defesa, que coordena e gerencia as
atividades do SIPAM, sendo, também, um sistema C4IVR (sistemas de Comando,
42
Ciclo OODA, refere-se a teoria de Boyd, o qual afirmava que um eficiente sistema de
Comando e Controle segue o ciclo Observa, Orienta, Decide e Atua. (Barbosa, 2014, p. 75)
123
Figura Nr 26 - Área de cobertura dos radares de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTA) no Brasil
Fonte: FRANCHI, 2013
43
RECONHECIMENTO – Operação cujo propósito é obter informações referentes às atividades
e meios do inimigo ou coletar informações de caráter geográfico, hidrográfico, meteorológico e
eletrônico, referentes à área provável de operações. (BRASIL, 2008)
124
C2
Apoio à
Decisão
Logística
44
GUERRA CENTRADA EM REDES - Guerra que reúne em rede os mais diversos elementos
das forças armadas de um país, permitindo-lhe administrar diversas tarefas que vão desde a coleta
até a distribuição de informações críticas entre esses muitos elementos. Outorga-lhe maior
capacidade de combate ao ligar em rede os elementos de sensoriamento, de combate e de comando.
(BRASIL, 2008)
127
Subsistemas do SISFRON
SENSORES DECISORES ATUADORES
SENSORIAMENTO
ENTO APOIO À DECISÃO
SÃO APOIO À ATUAÇÃO
SIMULAÇÃO E CAPACITAÇÃO
LOGÍSTICA
SEGURANÇA
RA DA INFORMAÇÃO
45
FUSÃO DE DADOS - consiste no processamento e na combinação de dados e informações
heterogêneas (vídeos e imagens, dados geoespaciais, linguagens escrita e verbal, dentre outros) de
múltiplas origens – tanto de sensores como de elementos de processamento – para alcançar maior
precisão e abrangência no planejamento e monitoramento das operações. (BRASIL, 2014b)
130
46
SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul) foi concebido para ser um sistema
de monitoramento e controle relacionado ao conceito internacional de segurança marítima e para
proteção do litoral brasileiro. (BRASIL, 2016, p. 60)
47
Foi publicado na Folha de São Paulo, em 26 de fevereiro de 2004, um artigo sobre este
assunto, conforme entrevista no site, a seguir:
http://www.record.com.br/autor_entrevista.asp?id_autor= 4714&id_entrevista=145.
131
5.2 CIBERNÉTICO48
48
Parte expressiva desta seção foi publicado no Artigo “O SPIN-IN NA INDÚSTRIA DE DEFESA
BRASILEIRA VOLTADA PARA O SETOR CIBERNÉTICO”, na Revista da ESG, Vol 29, Nr 58, Jan -
Jun 2014, em coautoria entre este doutorando e o Mestre Sandro Silva Cordeiro.
135
49
Conjunto de pessoas, empresas, equipamentos e interconexões dos sistemas de informação e
das informações que por eles trafegam (MANDARINO JR, 2010, p.67).
50
Hacker: pessoa que possui grande facilidade de análise, assimilação e compreensão,
aplicados ao trabalho com um computador. Ele sabe perfeitamente que nenhum sistema é
completamente livre de falhas, e sabe onde procurá-las utilizando técnicas das mais variadas
(OLIVEIRA, 2006, p. 26).
136
51
Sistema Tático de Comunicações é o conjunto harmônico e homogêneo de meios de
comunicações empregados por tropas em operações, utilizando-se de pessoal e material orgânicos.
Destina-se a apoiar as necessidades de comando e controle, dos elementos subordinados e em
apoio, com comunicações rápidas e eficazes (BRASIL, 1997, p. 4-16).
138
52
Tecnologia de uso dual refere-se àquela que é desenvolvida e aplicada, simultaneamente, pelos setores
militar e civil do mercado. Desse modo, o aspecto dual da tecnologia pode ser visto como algo a ser promovido e
perseguido na pesquisa e no desenvolvimento das inovações, por atender a dois aspectos importantes – permitir a
manutenção de uma boa base tecnológica de defesa, ainda que de forma restrita pelos limitados orçamentos
disponíveis, e melhorar a competitividade econômica do país como um todo, por meio de uma alocação mais
eficiente dos fundos de P&D (KULVE e SMIT, 2003).
140
O primeiro passo dado pelo país para o estímulo à formação de uma base
científica da indústria de material destinado à Defesa Cibernética foi a criação do
Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), por meio das Portarias Cmt Exército nº 666
e 667, de 4 de agosto de 2010, publicadas no Boletim do Exército n° 31, de 6 de
agosto de 2010. Elas estabeleceram as bases para a ativação do Núcleo do Centro
de Defesa Cibernética, tendo como um de seus encargos, fornecer as bases para a
sustentação do Iceberg definido por AMARANTE, ou seja, discutir a geração,
manutenção e transmissão do conhecimento sobre Defesa Cibernética. Em 20 de
setembro de 2012, o Decreto Presidencial nº 7.809, efetivamente incluiu, na
Estrutura Regimental do Comando do Exército, o Centro de Defesa Cibernética.
Como resultado de discussões e debates no âmbito da Defesa Cibernética,
atualmente existe um projeto de criação da Escola Nacional de Defesa Cibernética
(ENaDCiber) com a missão de ser uma Instituição de Ensino com o foco em
capacitar profissionais para exercerem funções específicas na manutenção da
defesa cibernética, contribuindo com a segurança cibernética. Tal ação irá reforçar
ainda mais a base do Iceberg.
A Portaria nº 3.405-MD, de 21 de dezembro de 2012, publicada no Boletim do
Exército n° 52, de 28 de dezembro de 2012, atribuiu ao CDCiber, a responsabilidade
pela coordenação e integração das atividades de defesa cibernética, no âmbito do
143
outros. Este projeto é conhecido como Amazônia conectada e está sob a coordenação
do EB.
Apesar da visão militar ser mais Realista do que Idealista, encontra na Escola
de Copenhague54 algumas ferramentas interessantes, as quais podem fornecer
novas abordagens para o setor de segurança do Estado e dos indivíduos, sendo
divididas em política, societal, militar, econômica e ambiental. A segurança, portanto,
54
Escola de Copenhagen, os Construtivistas, surge como uma terceira via na tradicional
discussão nas Relações Internacionais entre os Realistas e Idealistas.
148
negativa, como uma falha em lidar com certos assuntos como sendo integrantes da
política normal”. (BUZAN et al., 1998)
Quando um Estado securitiza fortemente um tema, destacando de várias
formas a legitimidade de sua soberania, esta dinâmica promove o aumento da
insegurança do seu vizinho. Este dilema gera a necessidade da real adoção de tal
agenda de relações exteriores, a fim de não escalonar uma crise equivocadamente.
Assim, o conceito de securitização envolve a ideia de que não existe um
conceito de segurança internacional único, pois a ameaça varia dentro de cada
sociedade, conforme os discursos são construídos, passando a ser aceitos por seus
integrantes. Um determinado assunto deve ficar no âmbito da política normal,
promovendo, de maneira geral, a dessecuritização dos assuntos de preocupação
nacional. (BUZAN et al, 1998, p. 29).
Buzan et al (1998) explica que existem três unidades diferentes para entender
a segurança: os objetos de referência, os atores securitizadores e os atores
funcionais.
Os objetos de referência são as unidades com legitimidade para lutar por sua
sobrevivência, pois não possuem ameaças reais; por isso, o Estado e a Nação são
os mais comuns, sendo este ligado à identidade e aquele à soberania. Os atores
securitizadores são unidades ligadas ao processo de securitização, tendo como
função eleger as ameaças, securitizando um tema ao declarar um objeto como
ameaça existencial. (BUZAN et al, 1998)
Em geral, os atores securitizadores são líderes políticos,
burocratas, representantes governamentais e porta-vozes de grupos de
pressão. Eles podem falar em nome do objeto referente, em caso de serem
representantes do Estado - como costuma ocorrer nos setores militar e
político. Em outros casos, em que o objeto referente não corresponde ao
Estado, é possível fazer a distinção analítica entre objeto referente e ator
securitizador. (DUQUE, 2008, p. 483)
55
A leitura das tabelas do SIPS em questão não devem ser pelo somatório das respostas até
chegar em 100%, pois cada respondente pode responder mais de uma pergunta por vez.
153
Com relação a tabela 13, percebe-se que a maior percepção de ameaça militar
estrangeira vem dos Estados Unidos com 37,1%, seguida da Argentina com 15,6%.
Contudo, a região Centro-Oeste é que mais percebe os estados Unidos como
ameaça com 43,7%, seguida da região Norte com 40,9%.
Estes dados mostram a necessidade de criar uma mentalidade de defesa a
nível nacional, baseada em dados reais, nas ameaças possíveis e latentes. Por isso,
apesar deste tema estar em segundo plano, alguns setores do Estado vem
buscando a criação de órgãos e a aprovação de documentos atinentes a pasta, para
desenvolver este tema, tais como:
- a criação do Ministério da Defesa em 1999;
- a criação da Associação Brasileira dos Estudos de Defesa (ABED) em 2005;
- a aprovação da Política de Defesa Nacional (PDN) em 2005, aperfeiçoada
para Política Nacional de defesa (2008);
- a elaboração da Estratégia Nacional de Defesa em 2008, aperfeiçoada em
2012;
- a aprovação do Livro Branco de Defesa em 2012; entre outros.
Outra iniciativa, é o apoio da Assessoria Parlamentar (ASPAR/MD), que
acrescida das assessorias parlamentares das três Forças, exercem um apoio
cerrado junto ao Poder Legislativo, levando o pleito do setor militar aos decisores da
política nacional. (BRASIL, 2012)
Assim, a cultura de defesa e seu correlato desenvolvimento de uma
mentalidade de defesa precisa ser aperfeiçoado em âmbito nacional,
proporcionando criar um sentimento de defesa dos interesses nacionais, da defesa
dos recursos materiais e naturais, dissuadindo qualquer tentativa externa de
intervenção no território nacional, levando-se em consideração, entre outros
assuntos, as fronteiras metafísicas, os conceitos de securitização e
dessecuritização, o que pode levar os tomadores de decisão a equívocos, pois ao
admitir premissas ou entendimentos nocivos à Nação, sem que percebam tal
violação, poderá influir negativamente na adoção de políticas para Amazônia e, por
conseguinte, para o Brasil.
156
6. REFERENCIAL METODOLÓGICO
“As pesquisas podem ser divididas quanto aos fins e quanto aos meios”
(Vergara, 2003). Por isso, quanto aos meios, a pesquisa será bibliográfica,
documental e de campo. Será bibliográfica e documental, pois servirá para prover o
suporte teórico necessário para o estudo da estratégia da presença percebido pelo
Estado Brasileiro. Uma criteriosa seleção será realizada em livros, revistas, teses,
dissertações, artigos científicos, documentos, manuais. As pesquisas serão
realizadas em bibliotecas militares e civis, em livros adquiridos no comércio e pela
rede mundial de computadores. Será de campo, porque serão realizadas pesquisas
de campo de forma a perscrutar e entender a problemática do projeto em
andamento.
No tocante aos fins, esta pesquisa será descritiva, metodológica e aplicada.
Será descritiva, pois permitirá descrever as características dos principais fatores
envolvidos no processo, de forma a estabelecer uma Estratégia da Presença. Será
metodológica, pois além da captação da realidade entre as variáveis, permitirá
mostrar o caminho para se chegar a uma Estratégia da Presença eficaz. Finalmente,
será aplicada, pois seus resultados serão factíveis de serem aplicados na região
amazônica.
161
56
Triangulação pode ser entendida como uma combinação de abordagens, feitas pelo
esquisador, utilizando a análise de narrativa, de discurso, de fonética, até mesmo de estatísticas,
gráficos e números. (DENZIN E LINCON, 2006, p. 20)
163
Após a fase qualitativa, será iniciada a fase quantitativa, com o pré-teste, o qual
utilizará as variáveis da fase anterior para montar um questionário com perguntas
fechadas. Depois, será aplicado aos integrantes contidos na amostra. Este
questionário será validado por especialistas na área, a fim de comprovar sua
confiabilidade por meio da validação facial, também conhecido como validação
aparente (FREITAS et al, 2000). Este questionário utilizará uma pesquisa de Survey
por meio de questionários estruturados com escala Likert, constituída de cinco
alternativas de resposta para as perguntas fechadas, o qual será realizado de forma
presencial.
Estes questionários de pré-teste serão realizados com os militares da amostra
(oficiais do curso de Altos Estudos Militares e alunos da ESG) e especialistas no
asunto, a fim de verificar a consistência interna dos construtos elencados e sua
variância por meio do Alfa de Cronbach, a qual deve ser superior a 0,7 para ser um
constructo excelente e abrangente. (HAIR et al., 2005)
Após esta resolução, os quesitos foram analisados com o objetivo de verificar
se todas as perguntas foram respondidas adequadamente e também se houve
qualquer inadequação do questionário, enquanto instrumento de coleta de dados.
Além disso, será realizada uma rápida entrevista com um militar do CPEAEx e com
um aluno da ESG, que responderam ao questionário de pré-teste, com a finalidade
de se levantar as dificuldades encontradas e a existência, ou não, de termos
confusos e que pudessem vir a gerar interpretações outras.
Posteriormente, após análise dos constructos e a sua consistência, serão
aplicados, com parcela dos universos elencados, os novos questionários, sob a
forma de pesquisa Survey com escala de Likert estruturada, com base na
Modelagem de Equações Estruturais, a fim de determinar a pertinência e a relação
com a Estratégia da Presença, objeto final desta pesquisa, chegando a uma fórmula
que a defina.
164
relação entre as mesmas, até chegar a uma fórmula que expresse esta correlação
entre as variáveis.
57
Nesta fase, antes do início das entrevistas, explicavam-se os objetivos e a metodologia da
pesquisa, reforçando a forma de análise de dados a ser empregada, o tratamento das discrepâncias
entre o dado informado e o obtido na pesquisa, solicitando-se, quando fosse o caso, uma evidência
da afirmativa apresentada pelo entrevistado.
167
- O(a) senhor(a) pode discorrer sobre a Presença Militar das Forças Armadas
na região amazônica?
- Quais foram ou são os aspectos favoráveis ou positivos desse
processo?
- Quais foram ou são os aspectos desfavoráveis ou negativos desse
processo?
58
Ponto de saturação – Número de entrevistas suficientes para compreender o assunto
pesquisado, sendo, também, o momento em que se identifica padrões, práticas, sistemas
classificatórios, pois as respostas se repetem, não sendo necessário novas entrevistas. (Dauster,
1999, p.2)
59
Os entrevistados, os especialistas no tema em questão foram numerados de E1 a E20, tendo
seus nomes preservados, por uma questão de sigilo e análise das ideias e não das personalidades.
171
Subcategoria
a b c d e
E1 X X X X X
E2 X X X X X
E3 X X X X X
E4 X X X
E5 X X X X X
E6 X X X X
E7 X X X X
E8 X X X
E9 X X X X
E10 X X X X
E11 X X X X X
E12 X X X X
E13 X X
E14 X X X X
E15 X X X X
E16 X X X X X
E17 X X X
E18 X X X X
E19 X X X X X
E20 X X X X X
Quadro 13 – Vinculação positiva das respostas com as subcategorias da categoria Presença Tangível
Fonte: Autor
Neste contexto, a Força Aérea, por definição, possui seus meios centralizados
pelo comando, mas dispersos em unidades aéreas, as quais proporcionam a
flexibilidade necessária e a dispersão devida dos meios orgânicos.
A Marinha, por sua vez, não necessita de diversas bases instaladas pela
Amazônia, mas de meios navais aptos a durar na ação de combate, no mar ou em
águas fluviais, quando se façam necessárias, tendo algumas bases de
reabastecimento para prolongar e prover o apoio logístico devido, reforçando as
ideias de Vidigal (2006).
[...] muitos países da região não tem a mesma preocupação que
nós temos sobre as vulnerabilidade e ameaças sobre a Amazônia. [...] o
Brasil descobriu a pouco tempo a Amazônia, não era uma preocupação
60
nacional.
[...] as organizações na faixa de fronteira, como batalhões,
companhias especias e até mesmo pelotões, ou qualquer outra forma, está
61
configurando a estratégia da presença.
60
Depoimento do Embaixador Camilo Côrtes, que tem mais de 30 anos de serviços
diplomáticos, juitos deles dedicados a Amazõnia e a defesa dos interesses brasileiros, sendo
professor convidado em várias escolas militares, destacando-se a ECEME, ECEMAR e EGN, além da
ESG.
61
Depoimento do General Franklimberg, que, atualmente, é Secretário da FUNAI, e que tem
muitos anos de serviço na Amazônia, tendo inclusive, comandado a 1ª Brigada de Infantaria de Selva
em Boa Vista-Roraima.
175
Subcategoria b (Contenção)
176
62
Depoimento do Tenente-Coronel Pastor, que atualmente é assessor de história militar do
Comando Militar da Amazônia, e tem mais de 20 anos de serviços na Amazônia, tendo exercido
diversos cargos na região, em várias localidades.
177
Desta forma, confirmou-se a questão de estudo b), desta fase, que afirma
que a Presença Tangível na Amazônia pode ser entendida como o desdobramento
de tropas, as quais visam demarcar o território, garantindo a soberania na fronteira.
63
chefe do DGP e do Cmt do EB. (Acréscimo/explicação deste
Doutorando)
A afirmação de que uma unidade militar não está voltada para o combate, não
agrada seus comandantes e seus integrantes, o que de certa forma corrobora com a
baixa aceitação deste critério pelos entrevistados. Contudo, segundo Alsina (2009),
o Brasil, como potência regional periférica, adota uma postura de busca da paz, sem
buscar posições hegemônicas, o que reforça as ideias desta subcategoria.
Para a Força Aérea, estas OM não possuem emprego, pois suas unidades
são enxutas e voltadas para a atividade-fim, o combate aéreo.
A Marinha segue a mesma direção da Força Aérea no que tange a Marinha
de Guerra e seus meios navais. Contudo, os Fuzileiros Navais, parte integrante da
Marinha de Guerra, possuem a capacidade de emprego em GLO, mas devido a seu
pequeno efetivo, ficam concentrados em algumas partes do território nacional, mas
podem ser desdobrados em outras áreas, conforme necessidade.
Assim, ressalta-se a necessidade de uma resposta das forças Armadas as
novas demandas de segurança e defesa, conforme as ideias do “dilema estratégico“
(MANWARING, 2011), a fim de enfrentar os desafios da nova geopoliítica, conforme
alerta Becker (2005), a qual envolve a ação de diversos agentes sociais,
organizações não-governamentais, entre outras, acerca das decisões estatais,
constituindo-se uma parte complexa e um desafio atual.
A Força Terrestre é a que possui maior aderência, com por exemplo a 16ª
Brigada de Infantaria de Selva de Tefé-AM, além de outras unidades e grandes
unidades espalhadas na Amazônia ocidental e oriental, reforçando as ideias de
Paiva (2012), o qual advoga que esta Unidades ou Grande Unidades teriam uma
maior vocação para as missões subsidiárias do que para missões de defesa externa.
Deve-se ter cuidado para não entender esta subcategoria como uma
onipresença do território nacional, conforme adverte Kuhlmann (2001), apesar de
hoje, as Forças Armadas serem a principal instituição gevernamental presente em
toda a Amazônia, o que acaba gerando uma hipertrofia da presença militar,
conforme afirma Alves (2003).
63
Depoimento do General-de-Brigada Novais, que atualmente é o Comandante da Academia
Militar das Agulhas Negaras (AMAN), e exerceu diversos cargos durante sua carreira, inclusive
Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Porto Velho-Rondônia.
180
64
Praça – Termo genérico para designar o grupo de militares constituídos eplos sargentos de
todas as graduações e subtenentes.
182
65
Depoimento do General-de-Brigada Novais, que atualmente é o Comandante da Academia
Militar das Agulhas Negaras (AMAN), e exerceu diversos cargos durante sua carreira, inclusive
Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Porto Velho-Rondônia.
183
Desta forma, confirmou-se a questão de estudo e), desta fase, que afirma
que a Presença Tangível, também, pode ser medida pelo dedobramento de tropas
dispersas na Amazônia, visando o desenvolvimento nacional, sendo muito
característico da engenharia militar.
Por fim, confirmou-se a primeira questão de estudo, a partir das respostas
obtidas e da triangulação de conteúdo, com as seguintes subcategorias: a.
Contraparte da Mobilidade; b. Contenção; c. Ocupação Territorial; d.
Distribuição Territorial e e. Desenvolvimento Nacional.
Subcategorias
a b c
E1 X X
E2 X X X
E3 X X X
E4 X X
E5 X X X
E6 X X X
E7 X X X
E8 X X
E9 X X X
E10 X X
E11 X X X
E12 X X X
E13 X X
E14 X X
E15 X X X
E16 X X X
E17 X X X
E18 X X X
E19 X X X
E20 X X X
Quadro 20 – Vinculação positiva das respostas com as subcategorias da categoria Presença
Intangível
Fonte: Autor
Subcategoria a (Monitoramento)
187
67
Depoimento do Coronel Palaia, integrante do Ministério da Defesa, e que exerceu diversas
funções no âmbito da Amazônia, exerceu a função do Comandante do Centro de Instrução do Guerra
na Selva, de Sub-Chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia, entre outras
funções de relevo.
188
Para enfrentar esta nova realidade, para esta guerra de quarta geração,
segundo Pinheiro (2006), enfrentando, segundo Azevedo e Mota (2012), uma nova
dimensão, a dimensão intangível, englobando a dimensão tecnológica e a não-
tecnológica, as estruturas de redes, os sistemas de comando e controle e o próprio
pensamento do oponente, os sistemas em análise contribuem e favorecem o
controle e entendimento do espaço amazônico analisado.
Desta forma, com base nas entrevistas, foi possível enumerar os possíveis
indicadores desta subcategoria, tendo em vista que os entrevistados são
especialistas no assunto abordado.
Desta forma, confirmou-se a questão de estudo a), desta fase, que afirma
que a Presença Intangível na Amazônia pode ser medida pelos processos de
monitoramento como SIVAM, SISFRON e SISGAAZ.
Subcategoria b. (Cibernético)
Por isso, segundo Nye (2012) o poder dos Estados está se tornando cada vez
mais difuso, deixando margem para novos atores, organizações e indivíduos. No
que tange a Amazônia este problema cresce, pois há a presença de diversas
organizações não-governamentais em aquele ambiente, parando os sistemas vitais
do oponente.
68
Depoimento do General-de-Divisão Carvalho, chefe do Centro de Defesa Cibernética do
Exército Brasileiro, e que exerceu diversas funções no âmbito das Comunicações nacionais, como
Chefe de Comando e Controle do Ministério da Defesa, entre outras funções de relevo.
191
Desta forma, confirmou-se a questão de estudo b), desta fase, que afirma
que a Presença Intangível na Amazônia pode ser medida pelo ambiente cibernético
existente na região amazônica.
Subcategoria c. (Metafísico)
69
Depoimento da Doutora Selma, Major do EB, integrante da 7ª Subchefia do Estado-Maior do
Exército, e que exerceu diversas funções no âmbito do EB e Acadêmicas, como professora da
Instituito Meira Mattos da ECEME, de outras universidades, entre outras funções de relevo.
70
Depoimento do General Franklimberg, que, atualmente, é Secretário da FUNAI, e que tem
muitos anos de serviço na Amazônia, tendo inclusive, comandado a 1ª Brigada de Infantaria de Selva
em Boa Vista-Roraima.
195
Amazônia.
Desta forma, confirmou-se a questão de estudo c), desta fase, que afirma
que a Presença Intangível na Amazônia pode ser medida pelo ambiente metafísico,
como a realização de cursos e estágios de sobre o assunto defesa para a
sociedade, entre outros, criando-se uma mentalidade de defesa.
Por fim, confirmou-se a segunda questão de estudo, a partir das respostas
obtidas e da triangulação de conteúdo, com as seguintes subcategorias: a.
Monitoramento; b. Cibernético; c. Mentalidade de Defesa.
7.2.1 Pré-Teste
71
Survey é um método de pesquisa de levantamento de opinião pública, de mercado e, atualmente, em
pesquisas sociais, de forma a descrever ou explicar variáveis de uma população, a partir da análise estatística de
uma amostra.
72
Escala Likert é a escala mais usada em pesquisas de opinião. Por intermédio dela, os entrevistados
especificam seu nível de concordância com uma afirmação, com base em cinco níveis de respostas, apesar de
que alguns pesquisadores preferem usar sete ou mesmo nove níveis. Ela tem seu nome devido à publicação de
um relatório explicando seu uso por Rensis Likert.
198
sobre a Amazônia.
Assim, para uma população de cerca de 420 (quatrocentos e vinte) alunos das
Escolas de Altos Estudos Militares das três Forças Armadas (Marinha, Exército e
Aeronáutica) e da Escola Superior de Guerra, compostos por civis e militares das
três Forças com conhecimento sobre o assunto Amazônia, devido a sua importância
e ênfase dada nestes cursos, além da vivência de seus integrantes na Amazônia. A
amostra foi selecionada seguindo o método de amostragem probabilística por
conglomerados73, garantindo uma margem de erro de 5%, com um nível de
confiança de 95%.
Assim, a amostra foi de 203 respondentes, do Curso de Política e Estratégia e
Alta Administração do Exército (CPEAEx) da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ECEME) e do Curso de Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) da
Escola Superior de Guerra (ESG), composta por alunos do CPEAEX 2013 (46
respondentes), CPEAEx 2014 (43 respondentes) e do CAEPE 2013 (54
respondentes) e CAEPE 2014 (58 respondentes). Os questionários foram aplicados
no mês de novembro de 2013 e 2014, por meio de um corte-transversal74,
atendendo ao critério da acessibilidade.
O tratamento dos dados seguiu o método quantitativo, usando o software
SPSS 16.0 como ferramenta de processamento, de forma a auxiliar a Análise
Fatorial inicial, o que garante dados estatisticamente confiáveis.
As limitações do presente estudo estão na seleção da amostra, já que somente
alunos do CPEAEX e do CAEPE foram ouvidos, o que pode prejudicar os
resultados, levando a generalizações. Contudo, fica a proposta a futuros
pesquisadores de aplicação do questionário empregado como subsidío para outros
institutos de pesquisa e inovação, a fim de ampliar as referidas generalizações.
73
Amostragem Probabilística por Conglomerados ocorre quando uma população é dividida
fisicamente em conglomerados, em grupos característicos. Depois, selecionam-se aleatoriamente os
conglomerados ou grupos que farão parte da amostra, ao passo que todos os elementos dos
conglomerados selecionados serão amostrados.
74
Corte transversal significa que a coleta de dados ocorreu em um único momento.
204
Ressalta-se, ainda, que os resultados são baseados nas opiniões pessoais dos
entrevistados e não possuem caráter conclusivo sobre o assunto.
As hipóteses da investigação foram as seguintes:
- H1: a teoria da Presença Tangível pode ser aplicada à Estratégia da
Presença Militar na Amazônia.
- H2: a teoria da Presença Intangível pode ser aplicada à Estratégia da
Presença Militar na Amazônia.
75
O Alfa de Cronbach é um tipo de medida diagnóstica do coeficiente de confiabilidade que avalia a
consistência da escala inteira, sendo o mais usado para tal tarefa. (HAIR, 2005, p. 112)
205
neste constructo eram suficientes para explicá-lo, com base na pesquisa realizada
na ECEME e ESG. Conforme orienta HAIR et. al. (2005), os valores desejáveis são
os acima de 0,7 sendo que, os abaixo de 0,5, invalidam a pesquisa. O valor
encontrado foi de 0,812 e, portanto, acima do recomendado. Desta forma,
confirmou-se a possibilidade de explicar o constructo por meio das perguntas feitas
na pesquisa de opinião apresentada aos respondentes, o que confirma,
estatisticamente, a hipótese Hat da investigação.
Após a verificação da confiabilidade interna do constructo, foi realizada uma
Análise Fatorial, com o intuito de se verificar a situação da contraparte da mobilidade
em relação a Presença Tangível, com base em algumas variáveis apresentadas
pelos especialistas e consolidadas neste trabalho pela análise de conteúdo,
encontrando-se, como resultado, apenas um fator englobando 5 (cinco) dentre as
11 (onze) variáveis iniciais, com uma capacidade de explicação de 51,724 % da
variância total.
Factor
1
QNA .789
CME .713
CDA .800
QEA .661
NOO .615
Tabela 16 – Fator e variáveis (Contraparte da mobilidade)
Fonte: Autor
Initial Extraction
Factor
1
QEP .525
PVD .564
CCF .576
IER .699
ROV .697
NAC .723
Tabela 19 – Fator e variáveis (Contenção)
Fonte: Autor
Initial Extraction
QEP .263 .338
PVD .259 .333
CCF .242 .306
IER .359 .478
NAC .353 .478
Tabela 20 – Matriz de Comunalidades (Contenção)
Fonte: Autor
209
Factor
1
QME .528
ROG .647
QOI .741
Tabela 22 – Fator e variáveis (Ocupação Territorial)
Fonte: Autor
Initial Extraction
211
Initial Extraction
QME .184 .279
ROG .257 .418
QOI .289 .549
Tabela 23 – Matriz de Comunalidades (Ocupação Territorial)
Fonte: Autor
Factor
1
QAF .693
DCM .889
SPP .705
Tabela 25 – Fator e variáveis (Distribuição Territorial)
Fonte: Autor
Initial Extraction
Factor
1
QDN .542
PPN .686
CLE .817
NCO .661
Tabela 28 – Fator e variáveis (Desenvolvimento Nacional)
Fonte: Autor
Initial Extraction
QDN .291 .294
PPN .362 .471
CLE .477 .668
NCO .408 .437
Tabela 29 – Matriz de Comunalidades (Desenvolvimento Nacional)
Fonte: Autor
Fonte: Autor
76
Unidimensionalidade é a “característica de um conjunto de indicadores que tem apenas um
traço inerente ou conceito em comum”. (HAIR et al, 2005, p. 470)
77
A Análise de Componentes Principais do inglês Principal Components Analysis (PCA) é um dos
métodos empregados pelo SPSS para realizar a análise fatorial, tendo como objetivo contribuir para a
compreensão da unidimensionalidade dos construtos. (HAIR, 2005)
78
O Alfa de Cronbach é um tipo de medida diagnóstica do coeficiente de confiabilidade que avalia a
consistência da escala inteira, sendo o mais usado para tal tarefa. (HAIR, 2005, p. 112)
219
Factor
1
QDN .608
NCO .563
CCF .615
CPF .494
ROV .679
NAC .640
QGL .496
QME .640
NOG .517
QOI .584
NCS .529
Tabela 32 – Fator e variáveis (Análise global Presença Tangível)
Fonte: Autor
Initial Extraction
QDN .387 .369
NCO .395 .317
CCF .381 .378
CPF .271 .244
ROV .444 .461
NAC .437 .410
QGL .239 .247
QME .411 .410
NOG .334 .267
QOI .348 .341
NCS .360 .280
Tabela 33 – Matriz de Comunalidades (Análise global Presença Tangível)
Fonte: Autor
220
Factor
1
QSF .863
CMP .854
IPS .857
QAC .871
CRA .890
TRS .867
NAD .600
QCC .735
Tabela 36 – Fator e variáveis (Monitoramento)
Fonte: Autor
Initial Extraction
QSF .754 .746
CMP .762 .730
IPS .728 .735
QAC .738 .759
CRA .767 .792
TRS .729 .752
NAD .420 .361
225
Initial Extraction
QCC .542 .541
Tabela 37 – Matriz de Comunalidades (Monitoramento)
Fonte: Autor
Factor
1
IBS .697
CTR .786
ODC .802
NCD .835
NST .737
GSC .596
NCC .820
NEC .851
TRP .851
CMR .834
GFS .726
Tabela 39 – Fator e variáveis (Cibernético)
Fonte: Autor
227
Initial Extraction
IBS .548 .485
CTR .641 .618
ODC .701 .643
NCD .747 .698
NST .639 .543
GSC .442 .355
NCC .684 .672
NEC .753 .723
TRP .782 .725
CMR .715 .695
GFS .550 .528
Tabela 40 – Matriz de Comunalidades (Cibernético)
Fonte: Autor
228
Factor
1
CSG .686
QPU .742
QVP .740
QAA .725
PAP .778
FPT .832
APO .592
QSE .786
QMV .754
QCE .776
NUC .717
Tabela 42 – Fator e variáveis (Mentalidade de Defesa)
Fonte: Autor
230
Initial Extraction
CSG .530 .471
QPU .618 .551
QVP .586 .548
QAA .536 .526
PAP .720 .605
FPT .743 .692
APO .415 .351
QSE .649 .618
QMV .594 .569
QCE .617 .602
NUC .570 .514
Tabela 43 – Matriz de Comunalidades (Mentalidade de Defesa)
Fonte: Autor
231
quanto ao nível de importância das Forças Armadas (ppf), como os fatores de maior
concordância dos respondentes sobre o assunto pesquisado.
Então, como conclusão da análise de cada subcategoria, a Presença
Intangível continuaria com 3 subcategorias (MONITORAMENTO),
(CIBERNÉTICO) e (MENTALIDADE DE DEFESA), mas, somente, com 30
variáveis das 39 variáveis iniciais, confirmando a Hipótese H2 desta fase,
conforme se segue:
79
Unidimensionalidade é a “característica de um conjunto de indicadores que tem apenas um traço inerente
ou conceito em comum”. (HAIR et al, 2005, p. 470)
80
A Análise de Componentes Principais, do inglês Principal Components Analysis (PCA), é um dos
métodos empregados pelo SPSS para realizar a análise fatorial, tendo como objetivo contribuir para a
compreensão da unidimensionalidade dos construtos. (HAIR, 2005)
235
Factor
1 2
CSG .730
81
O Alfa de Cronbach é um tipo de medida diagnóstica do coeficiente de confiabilidade que avalia a
consistência da escala inteira, sendo o mais usado para tal tarefa. (HAIR, 2005, p. 112)
236
Factor
QPU .725
QAA .734
FPT .781
QMV .748
NUC .766
CRA .752
QCC .761
IBS .701
NST .630
CMR .724
EPE .656
EVD .793
PPF .553
Tabela 46 – Fator e variáveis (Análise global Presença Intangível)
Fonte: Autor
Initial Extraction
Initial Extraction
IBS .539 .495
NST .486 .420
CMR .558 .545
EPE .395 .491
EVD .412 .676
PPF .408 .334
Tabela 47 – Matriz de Comunalidades (Análise global Presença Intangível)
Fonte: Autor
Cabe ressaltar que as variáveis (cra), (qcc), (ibs), (nst) (cmr), (csg), (qpu),
(qaa), (fpt), (qmv) e (nuc), desta análise global, também se repetem na análise por
subcategorias, mostrando sua relevância e importância neste construto.
Assim, pela análise global da Presença Intangível, chegou-se a 02 (dois)
fatores, sendo o fator 1, denominado “mentalidade de defesa dos sistemas de
C2“, com 12 variáveis, e o fator 2, denominado “vazio de poder“, com somente 02
variáveis, totalizando 14 variáveis das 39 variáveis iniciais, pertencentes as 3
subcategorias: (MONITORAMENTO), (CIBERNÉTICO) e (MENTALIDADE DE
DEFESA), confirmando a Hipótese H2 desta fase, após o processo de purificação,
conforme se segue:
A fim de dar prosseguimento a análise fatorial inicial, realizada com SPSS 16.0,
buscou-se a Modelagem de Equações Estruturais (MEE82), sendo realizada uma
pesquisa de campo, por intermédio de um questionário estruturado do tipo Survey
com cinco níveis de resposta na escala Likert, contendo duas partes, sendo a
primeira voltada para o entendimento da Presença Tangível de forma a favorecer a
compreensão da estratégia militar de ocupação da amazônia. Em sua segunda
parte, o questionário apresentou o questionamento aos respondentes sobre a
Presença Intangível, de forma a contribuir para a compreensão da estratégia da
presença na amazônia, conforme Apêndice E (Questionário quantitativo para
análise fatorial confirmatória para Militares Brasileiros (Marinha, Exército e
Aeronáutica), do Quadro de Estado-Maior, servindo na Amazônia e
Acadêmicos (Brasileiros e Estrangeiros) que tenham experiência na
Amazônia).
82
“a MEE tem uma origem histórica híbrida e aplicada a resolução de problemas práticos de testagem de
modelos complexos, com múltiplas variáveis simultâneas e traços latentes.” (Pilati e Laros, 2007, p. 206)
241
83
O software AMOS (Analysis of Moment Structures) 22.0 pertence ao pacote estatístico do software de
análise estatística em ciências sócias (SPSS), sendo indicado para fazer a modelagem em equações estruturais e
testar modelos.
84
Amostragem Probabilística por Conglomerados ocorre quando uma população é dividida fisicamente em
conglomerados, em grupos característicos. Depois, selecionam-se aleatoriamente os conglomerados ou grupos
que farão parte da amostra, ao passo que todos os elementos dos conglomerados selecionados serão amostrados.
242
85
Corte transversal significa que a coleta de dados ocorreu em um único momento.
86
Os dados omissos devem estar entre 5% e 10% de um item específico, devendo haver aleatoriedade na
omissão. Se ocorrer um grande número de omissões sobre um único item, pode significar que o item em questão
não perfeitamente organizado. (KLINE, 1998)
87
A normalidade é analisada com base na assimetria e em curtose. A Assimetria positiva possui valores
abaixo da média e assimetria negativa possui valores acima da média. Curtose positiva possui valores
concentrados na média e curtose negativa possui muitos casos fora da média. (KLINE, 1998)
88
A multicolinearidade quando possui valores acima de 0,85 para as correlações e R2 acima de 0,90 são
redundantes. (KLINE, 1998)
89
A homoscedasticidade mede os resíduos padronizados com a variável dependente padronizada. (HAIR et
al, 2005)
90
A linearidade implica em prever mudança com unidade constante da variável dependente em relação a
uma mudança com unidade constante da variável independente. (HAIR et al, 2005)
243
Após o uso do SPSS 16.0, para a análise fatorial exploratória, foi empregado
o AMOS 22 para a Modelagem de Equações Estruturais, buscando uma análise
fatorial confirmatória (AFC), usando o seguinte modelo conceitual como base, no
Estágio 1, sendo as variáveis latentes PTA (construto Presença Tangível) e a PIA
(construto Presença Intangível) e variáveis observadas a PAM (grupo de variáveis
Proteção da Amazônia), a MDS (grupo de variáveis Mentalidade de Defesa sobre os
Sistemas de Comando e Controle) e o VPO (grupo de variáveis Vazio de Poder),
conforme a figura 34:
91
A Confiabilidade Composta mede a consistência interna de cada construto, sendo 0,70 um
valor comumente aceito para validação. (HAIR et al, 2005)
92
A Variância Média Extraída mede a quantidade total de variância dos indicadores explicada
pela variável latente, sendo recomendado valores acima 0,50. (HAIR et al, 2005)
93
A Validade Discriminante envolve a comparação das correlações entre os construtors do
modelo e com um modelo teórico. (HAIR et al, 2005)
246
Além dos índices da Tabela 50, também, foram verificados alguns parâmetros
de validação, constantes da Tabela 51. Esses parâmetros são úteis tanto para
análise do modelo em si, considerando a pertinência de cada variável componente
dos construtos, como para verificar se a amostra selecionada é adequada.
Efeito Estimativa
PIA 1,043
evd 0,500
epe 0,531
ppf 0,918
nuc 0,977
qmv 0,548
fpt 0,794
qaa 0,775
qpu 0,998
csg 1,026
cmr 0,795
nst 0,882
ibs 1,043
qcc 1,008
cra 0,912
Tabela 56 - Estimativa do Efeito de PTA nas variáveis de PIA.
252
Fonte: Autor
evd epe ppf nuc qmv fpt qaa qpu csg cmr nst ibs qcc cra
ncs 0,365 0,336 0,359 0,283 0,204 0,336 0,276 0,285 0,371 0,211 0,275 0,274 0,367 0,270
nco 0,253 0,271 0,421 0,362 0,200 0,389 0,369 0,472 0,572 0,308 0,423 0,470 0,585 0,465
qdn 0,270 0,252 0,381 0,412 0,304 0,383 0,365 0,380 0,395 0,446 0,344 0,467 0,463 0,362
qoi 0,214 0,186 0,285 0,360 0,354 0,411 0,355 0,441 0,515 0,413 0,484 0,451 0,465 0,478
nog 0,094 0,170 0,302 0,260 0,139 0,235 0,176 0,311 0,360 0,272 0,365 0,328 0,397 0,392
qme 0,165 0,233 0,350 0,417 0,320 0,336 0,343 0,368 0,387 0,350 0,324 0,416 0,416 0,389
qgl 0,203 0,118 0,297 0,302 0,176 0,264 0,295 0,250 0,242 0,277 0,239 0,264 0,300 0,213
nac 0,285 0,243 0,391 0,338 0,178 0,324 0,308 0,329 0,352 0,290 0,347 0,334 0,341 0,357
rov 0,376 0,296 0,401 0,397 0,181 0,291 0,332 0,358 0,392 0,343 0,346 0,383 0,421 0,366
cpf 0,235 0,285 0,288 0,278 0,200 0,304 0,222 0,285 0,202 0,309 0,337 0,287 0,242 0,272
ccf 0,161 0,149 0,344 0,399 0,186 0,329 0,367 0,368 0,373 0,363 0,448 0,444 0,485 0,436
Tabela 57 - Correlação entre variáveis observadas de PTA e PIA.
Fonte: Autor
253
Incialmente, cabe destacar que a estatística inferencial inicial feita com SPSS
16.0, demonstrou que os dois construtos desta pesquisa “Presença Tangível” e
“Presença Intangível” foram confirmadas pelos testes de confiabilidade interna, no
qual o Alfa de Cronbach foi de 0,825 e 0,920, respectivamente, portanto, acima do
recomendado. Assim, é possível afirmar que as variáveis de cada construto são
suficientes para explicar cada um deles.
A confirmação da confiabilidade dos construtos PTA e PIA reforçam a visão
de Marion (2005), onde os ativos podem ser divididos em tangível e intangível.
Contudo, Paulino (2009) corrobora esta ideia ao afirmar que existe uma dimensão
255
intangível dos conflitos, além da dimensão material conhecida, o qual está de acordo
com LBDN, que, também, reconhece esta divisão de atuação militar.
A Presença Tangível (PTA) com apenas um fator - proteção da amazônia
(pam), englobou 11 (onze) variáveis, com uma capacidade de explicação de
33,840% da variância total, sendo que três variáveis destacaram-se como mais
importantes: resultado das operações de vigilância de fronteira (rov); número de
áreas cegas dos projetos SIVAM, SISFRON e SisGAAz (nac) e quantidade de
missões eventuais provindas do EB, MD e PR (qme) com valores de 0,679; 0,640 e
0,640, respectivamente.
O resultado das operações de vigilância de fronteira reforçam a necessidade
de ter meios no local para prover a segurança e a defesa do território amazônico ou
meios de deslocamento para chegar ao local desejado em tempo oportuno,
reforçando a dialética sobre a presença e a mobilidade, conforme observa-se na
END (2012), quando afirma que a presença está relacionado com o controle e a
mobilidade das forças disponíveis.
O número de áreas cegas dos projetos SIVAM, SISFRON e SisGAAz gera um
descontrole do território, reforçando a necessidade e dispor de meios que favoreçam
o desdobramento de OM na região como os Pelotões Especiais de Fronteira, o que
em muitas regiões, conforme Kuhlmann (2001), é a única presença do Estado.
A quantidade de missões eventuais provindas do Exército Brasileiro, do
Ministério da Defesa e da Presidência da República, a fim de resolverem problemas
na amazônia, reforçam a necessidade de desdobramento de forças para atender tais
fins, dispondo o Exército de dois Comandos Militares de Área, o CMA e o CMN; a
Marinha de dois Distritos Navais, o 4º DN e o 9º DN e a Força Aérea com o
CINDACTA IV, de acordo com Franchi (2013).
Pela Matriz de Comunalidades, destacaram-se como as mais representativas,
as variáveis (rov), (nac) e a quantidade de penetrantes fluviais, aéreas e terrestre
(ccf).
Por isso, o resultado das operações de vigilância de fronteira, o número de
áreas cegas dos projetos SIVAM, SISFRON e SisGAAz e a quantidade de
penetrantes fluviais, aéreas e terrestre, destacam-se como as mais representativas
para explicar a variância total, corroborando com as ideias de Paiva (2012) e Vidigal
256
tecnologia da informação, bem como a visão de Barbosa e Gomes (2002), que veem
na capacitação e pesquisa e desenvolvimento, um aumento da dimensão intangível.
Assim, ao usar a Modelagem de Equações Estruturais, buscou-se
processar os dados com relação ao modelo considerado. A partir desta análise
preliminar, pode-se analisar se de fato havia a influência de PTA em PIA, que é a
hipótese H3 desta investigação.
Inicialmente, os construtos PTA e PIA foram analisados, buscando-se avaliar
sua confiabilidade e a sua validade para a análise da Estratégia da Presença,
obtendo valores elevados para a Confiabilidade Composta, Variância Média
Extraída e Validade Discrimante, o que confirma as buscas iniciais, chegando-se a
PTA e a PIA, sem subgrupos, somente com as variáveis diretamente ligadas a seus
construtos latentes. No caso de PIA, apesar de na análise fatorial inicial com SPSS
dar duas siubcategorias, a MEE concentrou-as em uma somente, confirmando a
unidemensionalidade deste construto latente.
Desta forma, existe uma forte influência da Presença Tangível (PTA) sobre a
Presença Intangível (PIA), porque possui um CR de 10,707 e o Peso na regressão
de 0,862, o CMIN/DF foi de 3,511, os resíduos padronizados foram bastante
inferiores a 2,58; e o menor CR encontrado foi de 6,498, excedendo a expectativa
inicial da pesquisa, confirmando a pertinência do modelo elaborado pelo autor e a
hipótese H3, pois existe uma influência da Presença Tangível sobre a Presença
Intangível.
O Modelo teve um ajuste parcimonioso, pois o NFI foi de 0,756, o CFI foi de
0,811, o IFI encontrado foi de 0,813, o RFI foi de 0,733, e o AIC foi de 1064,134,
mostrando um forte ajustamento ao modelo proposto.
O processamento dos dados, no AMOS, permite ir além da confirmação
estatística da hipótese, sendo possível determinar a relevância das variáveis em
cada construto, além da influência destas no outro construto. Para isso, é preciso
observar os CR obtidos e os pesos da regressão constante em cada relação
considerada.
No construto Presença Tangível (PTA), destacam-se as seguintes variáveis
como de maior importância, nesta ordem, a quantidade de organizações militares
da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica voltadas para o
desenvolvimento nacional (qdn), o controle das penetrantes que adentram ao País e
259
8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
8.1 CONCLUSÕES
8.2 RECOMENDAÇÕES
9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BUZAN, Barry. People, States and Fear: An Agenda for Security Studies in the
Post-Cold War Era. Londres: Wheatsheaf, 1991.
_______ et alli, Security: a new framework for analysis. London: Lynne Rienner
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Twenty-First Century. Cambridge: Polity Press, 2004.
CASTRO, Thales de. Teoria das Relações Internacionais. Brasília: FUNAG, 2012.
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Rio Branco/Ministério das Relações Exteriores, 1971.
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Manual de ciência política. Madrid: Tecnos, 2008.
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2005. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142005000200008&script=sci_arttext
FREY, Klaus (Coord.); CEPIK, Marco; VAZ, José Carlos; EISENBERG, José;
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GUIMARÃES, Márcio Azevedo. A Política de Defesa do Brasil e o Conselho de
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OLIVEIRA, Wilson José de. Dossiê Hacker. Universo dos Livros, 2006.
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WALKER, Richard. Is there a servise economy? Revista science and Society. Vol
49, no. 1, p. 40-84. 1985.
10. APÊNDICES
B. Qual a importância das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea) para a Amazônia?
C. O(a) senhor(a) pode discorrer sobre a Presença Militar das Forças Armadas na região
amazônica?
1. Quais foram ou são os aspectos favoráveis ou positivos desse processo?
2. Quais foram ou são os aspectos desfavoráveis ou negativos desse processo?
D. O(a) senhor(a) acredita que a Presença Militar na Amazônia possa ser dividida em PRESENÇA
TANGÍVEL ou MATERIAL (presença física de organizações militares) e PRESENÇA INTANGÍVEL
ou IMATERIAL (outras formas de presença como virtuais, monitoramento, entre outras)?
F. Sobre a PRESENÇA TANGÍVEL, o(a) senhor(a) pode discorrer como seria a forma de medi-las?
1. Como medir a presença como contraparte da mobilidade? (Por Ex.: Quantidade de
organizações militares operacionais da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica;
283
Quantidade de Navios, Aeródromos e Força de Ação Rápida regionais que poderiam apoiar a
dissuasão extra-regional na Amazônia; Possibilidades de invasões ao território nacional; entre outras)
2. Como medir a presença como contenção? (Por Ex.: quantidade de PEF existentes;
Quantidade de rios penetrantes na Amazônia; Principais regiões de vazios demográficos na fronteira;
entre outras)
3. Como medir a presença como ocupação territorial? (Por Ex.: quantidade de
organizações militares operacionais da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica
voltadas para missões de GLO e missões subsidiárias; Principais regiões da Amazônia com graves
problemas sociais e políticos que exigem a presença de organizações militares; entre outras)
4. Como medir a presença como distribuição territorial? (Por Ex.: quantidade de Tiros-de-
guerra na Amazônia; Quantidade de Municípios amazônicos distantes do poder central estadual sem
a presença de tropas; entre outras)
5. Como medir a presença como desenvolvimento nacional? (Por Ex.: Quantidade de
organizações militares da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica voltadas para o
desenvolvimento nacional; Quantidade de trabalhos realizados por esta organizações; entre outras)
H. Sobre a PRESENÇA INTANGÍVEL, o(a) senhor(a) pode discorrer como seria a forma de medi-las?
1. Como medir a presença como monitoramento? (Por Ex.: Quantidade de sensores na
fronteira e no interior da região amazônica dentro dos projetos SIVAM, SISFRON E SisGAAz;
capacidade de monitoramento dos projetos SIVAM, SISFRON E SisGAAz; entre outras)
2. Como medir a presença cibernética? (Por Ex.: Quantidade de backbones (eixos centrais
de dados) na região amazônica; Capacidade das redes de dados estaduais; Existência de
organizações militares na Amazônia voltadas para defesa cibernética; entre outras)
3. Como medir a presença mentalidade de defesa? (Por Ex.: Quantidade de civis com curso
da Escola Superior de Guerra; Quantidade de participações de universitários no projeto Rondon;
Quantidade de visitas de parlamentares à região amazônica; entre outras)
I. O senhor possui outras informações que possam contribuir para a pesquisa em pauta?
284
285
B. Qual a importância das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea) para a Amazônia?
C. O(a) senhor(a) pode discorrer sobre a Presença Militar das Forças Armadas na região
amazônica?
1. Quais foram ou são os aspectos favoráveis ou positivos desse processo?
2. Quais foram ou são os aspectos desfavoráveis ou negativos desse processo?
D. O(a) senhor(a) acredita que a Presença Militar na Amazônia possa ser dividida em PRESENÇA
TANGÍVEL ou MATERIAL (presença física de organizações militares) e PRESENÇA INTANGÍVEL
ou IMATERIAL (outras formas de presença como virtuais, monitoramento, entre outras)?
F. Sobre a PRESENÇA TANGÍVEL, o(a) senhor(a) pode discorrer como seria a forma de medi-las?
1. Como medir a presença como contraparte da mobilidade? (Por Ex.: Quantidade de
organizações militares operacionais da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica;
Quantidade de Navios, Aeródromos e Força de Ação Rápida regionais que poderiam apoiar a
dissuasão extra-regional na Amazônia; Possibilidades de invasões ao território nacional; entre outras)
286
2. Como medir a presença como contenção? (Por Ex.: quantidade de PEF existentes;
Quantidade de rios penetrantes na Amazônia; Principais regiões de vazios demográficos na fronteira;
entre outras)
3. Como medir a presença como ocupação territorial? (Por Ex.: quantidade de
organizações militares operacionais da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica
voltadas para missões de GLO e missões subsidiárias; Principais regiões da Amazônia com graves
problemas sociais e políticos que exigem a presença de organizações militares; entre outras)
4. Como medir a presença como distribuição territorial? (Por Ex.: quantidade de Tiros-de-
guerra na Amazônia; Quantidade de Municípios amazônicos distantes do poder central estadual sem
a presença de tropas; entre outras)
5. Como medir a presença como desenvolvimento nacional? (Por Ex.: Quantidade de
organizações militares da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica voltadas para o
desenvolvimento nacional; Quantidade de trabalhos realizados por esta organizações; entre outras)
H. Sobre a PRESENÇA INTANGÍVEL, o senhor pode discorrer como seria a forma de medi-las?
1. Como medir a presença como monitoramento? (Por Ex.: Quantidade de sensores na
fronteira e no interior da região amazônica dentro dos projetos SIVAM, SISFRON E SisGAAz;
capacidade de monitoramento dos projetos SIVAM, SISFRON E SisGAAz; entre outras)
2. Como medir a presença cibernética? (Por Ex.: Quantidade de backbones (eixos centrais
de dados) na região amazônica; Capacidade das redes de dados estaduais; Existência de
organizações militares na Amazônia voltadas para defesa cibernética; entre outras)
3. Como medir a presença mentalidade de defesa? (Por Ex.: Quantidade de civis com curso
da Escola Superior de Guerra; Quantidade de participações de universitários no projeto Rondon;
Quantidade de visitas de parlamentares à região amazônica; entre outras)
I. O senhor possui outras informações que possam contribuir para a pesquisa em pauta?
287
Agradecemos a sua participação nessa pesquisa. A sua ajuda é muito importante, pois a
sua opinião é a parte fundamental dessa investigação. Muito Obrigado por seu tempo e
atenção!
A resposta de cada item varia de 1 a 5, sendo o 1 (discordo totalmente), 2 (discordo), 3
(não concordo nem discordo), 4 (concordo parcialmente) e o 5 (concordo totalmente). Marque
um X no número de sua escolha na coluna Resposta.
Indicadores Resposta
1) A quantidade de organizações militares, vocacionadas para o combate
operacionais da Marinha, Exército e Aeronáutica na região amazônica favorecem 1-2-3-4-5
a soberania sobre a mesma.
2) A quantidade de Navios, Aeródromos e Forças de Ação Rápida regionais que
poderiam apoiar a dissuasão extra-regional na Amazônia favorecem a soberania 1-2-3-4-5
sobre a mesma.
3) As possibilidades de invasões ao território nacional favorecem a soberania
1-2-3-4-5
sobre a Amazônia.
4) As tropas operacionais sem encargos administrativo favorecem a soberania
1-2-3-4-5
sobre a Amazônia.
5) A capacidade de mobilidade estratégica e tática aérea, naval e terrestre
1-2-3-4-5
favorece a soberania sobre a Amazônia.
6) A quantidade de unidades militares completas, com todos os elementos de
combate favorecem a soberania sobre a Amazônia. 1-2-3-4-5
Agradecemos a sua participação nessa pesquisa. A sua ajuda é muito importante, pois a
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Indicadores Resposta
1) A quantidade de sensores na fronteira e no interior da região amazônica dentro
dos projetos SIVAM, SISFRON E SisGAAz favorecem a soberania sobre a 1-2-3-4-5
Amazônia.
2) A capacidade de monitoramento dos projetos SIVAM, SISFRON e SisGAAz
1-2-3-4-5
favorecem a soberania sobre a Amazônia.
3) A integração entre os projetos SIVAM, SISFRON e SisGAAz favorecem a
1-2-3-4-5
soberania sobre a Amazônia.
4) A quantidade e área de cobertura dos satélites e radares favorecem a soberania
1-2-3-4-5
sobre a Amazônia.
5) A capacidade de reação dos atuadores favorece a soberania sobre a Amazônia. 1-2-3-4-5
6) O tempo de resposta dos sistemas SIVAM, SISFRON e SisGAAz a um ilícito
1-2-3-4-5
na região favorece a soberania sobre a Amazônia.
7) O número de apreensões e detecções favorecem a soberania sobre a Amazônia. 1-2-3-4-5
8) A quantidade de centros de Comando e Controle nas OM de fronteira
1-2-3-4-5
favorecem a soberania sobre a Amazônia.
9) A infraestrutura de backbones (eixos centrais de dados), satelitais e fibra ótica
1-2-3-4-5
na região amazônica favorece a soberania sobre a mesma.
10) A capacidade de tráfego nas redes de dados estaduais favorece a soberania
1-2-3-4-5
sobre a Amazônia.
11) A existência de organizações militares na Amazônia voltadas para defesa
1-2-3-4-5
cibernética favorece a soberania sobre a mesma.
12) O nível de controle de dados das redes favorece a soberania sobre a
1-2-3-4-5
Amazônia.
13) O nível de segurança na transmissão de dados (contra ataques, tentativas,
1-2-3-4-5
invasões e infecções) favorece a soberania sobre a Amazônia.
291
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sua opinião é a parte fundamental dessa investigação. Muito Obrigado por seu tempo e
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(não concordo nem discordo), 4 (concordo parcialmente) e o 5 (concordo totalmente). Marque
um X no número de sua escolha na coluna Resposta.
Indicadores Resposta
1) O controle das penetrantes que adentram ao País e pontos de confluência
fluviais no interior do País favorecem a soberania sobre a Amazônia. 1-2-3-4-5