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Técnica pode aumentar a eficácia no combate a uma superbactéria que ataca o intestino
https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/12/19/interna_gerais,925711/ufmg-cria-
banco-de-fezes-e-ja-pode-realizar-transplante-fecal.shtml
Uma técnica desenvolvida pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) pode aumentar a eficácia no combate a uma superbactéria que ataca o intestino
humano. O procedimento, chamado transplante fecal, consiste na transferência de microbiota
(antes chamada flora intestinal) de pessoas saudáveis para pacientes com quadro grave de
diarreia provocado pela bactéria Clostridium difficile, de tratamento complexo.
Uma das medidas foi a criação pelo Hospital das Clínicas da UFMG de um banco para
armazenamento do material fornecido por doadores. Segundo o professor, o hospital adotou
critérios internacionais para a escolha desses doadores.
"É feito um pente fino, com exames para detecção de vírus, vermes e doenças como hepatite",
afirma Coelho. Conforme o professor, de um total de 30 candidatos a doador, quatro foram
autorizados a fornecer o material. Ainda não há pacientes com tratamento indicado para o uso
do procedimento em Minas. "Assim que esse paciente surgir estamos preparados para fazer o
transplante", diz o professor.
O procedimento é como uma colonoscopia convencional, mas com a infusão do material, que
fica armazenado em freezers, em temperatura de 80 graus negativos, e tem que ser utilizado
dentro de seis meses. Após o prazo, os doadores são chamados para renovação e são
submetidos a novos testes. Segundo o professor, com os equipamentos utilizados no
procedimento o transplante pode ser realizado pela equipe do Hospital das Clínicas da UFMG em
qualquer parte do País.
A Clostridium difficile vem se tornando a principal causa de diarreia em ambiente hospitalar. "De
20% a 30% da doença de pacientes internados em hospitais é provocada por essa bactéria",
afirma Coelho. A principal característica da Clostridium difficile, e que a faz ser considerada uma
superbactéria, é que, quando um antibiótico é ministrado, se transforma em esporo, que não faz
mal ao organismo. Com isso, a medicação não faz efeito.