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AULA 01: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMONIO (ARTS. 155, 157, 158, 159, 163, 168,171 e 180). SUMARIO 1 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMONIO .. 1a Do furto waa Furto... 1.2 Do roubo e da extorsao 1.24 ROUDO «.sssseesee 1.24.1 Roubo majorado... . 124.2 Roubo qualificado pelo resultado «1... . 1.2.2 Resumo das alteracées trazidas pela Lei 13.654/18. 1.2.3 Extorsao .. 1.2.4 Extorsdo mediante sequestro...... 1.3 Dodano 1.3.1 Dano 1.4 Da apropriacao indébita 14d Apropriacdo indébita... 1.5 Doestelionato e outras fraudes . 15.1 Estelionato...... eres ernest 1.5.2 Estelionato previder 1.6 Da receptagao 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES RESUMO. EXERCICIOS PARA PRATICAR EXERCICIOS COMENTADOS.. GABARITO io auaw 014, meus amigos! Hoje vamos estudar os crimes contra o Patriménio. Na verdade, veremos apenas os crimes exigidos pelo edital (crimes dos arts. 155, 157, 158, 159, 163, 168, 171 e 180 do CP). Nossa aula ja esta atualizada de acordo com a Lei 13.654/18, que alterou significativamente os crimes de furto e roubo (principalmente este). Bons estudos! 1de76 1_DOS CRIMES CONTRA O PATRIMONIO 1.1 Do furto 1.1.1 Furto O bem juridico tutelado no crime de furto € APENAS 0 patriménio, ou seja, 0 furto é um crime que lesa apenas um bem juridico. Entretanto, a Doutrina @ PACIFICA ao entender que no se tutela apenas a propriedade, mas qualquer forma de dominacSo sobre a coisa (propriedade, posse e detencio legitimas)!. Esta previsto no art. 155 do CP: Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mével: Pena - reclusdo, de um a quatro anos, e multa. § 1° - A pena aumenta-se de um terco, se o crime é praticado durante 0 repouso noturno. § 20 - Se o criminoso é primério, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusio pela de detengao, diminui-la de um a dois tercos, ou aplicar somente a pena de multa. § 3° - Equipara-se 4 coisa mével a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econémico. § 49 A pena é de reclusao de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 1- com destruicS0 ou rompimento de obstéculo 4 subtracao da coisa; II - com abuso de confianga, ou mediante fraude, escalada ou destreza; IIT - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 40-4 A pena é de reclusio de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato anélogo que cause perigo comum. (Incluido pela Lei n° 13.654, de 2018) § 50- Apena é de reclusao de trés a oito anos, se a subtracao for de veiculo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (incluido pela Lei n° 9.426, de 1996) § 60 A pena é de reclusao de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtracio for de semovente domesticével de producdo, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtracéo. (ncluido pela Lei n° 13.330, de 2016) § 7° A pena é de reclusio de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtragio for de substancias explosivas ou de acessdrios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricacéo, montagem ou emprego. (Incluido pela Lei n° 13.654, de 2018) SUJEITO ATIVO | Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. + PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume 2. 5° edicio. Ed. Revista dos Tribunais. S80, Paulo, 2006, p. 393. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 70 edicao. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 233 2 de 76 SUJEITO PASSIVO ‘Aquele que teve a coisa subtraida. (conduta) TIPO OBJETIVO) A conduta prevista é a de subtrair, PARA SI OU PARA OUTREM, coisa alheia mével. O conceito de “mével” aqui é “tudo aquilo que pode ser movido de um lugar para outro” sem perda de suas caracteristicas ou funcionalidades”. A coisa subtraida ndo pode ser de propriedade do infrator, caso contrario, no ha furto, podendo haver, se for 0 caso, EXERCICIO ARBITRARIO DAS PROPRIAS RAZOES (art. 345 do CP). Este é um crime comum e genérico. Nada impede que, em determinadas circunstancias, a subtracao de coisa movel alheia configure outro crime, como ocorre, por exemplo, quando um funciondrio puiblico, no exercicio de suas fungdes, subtrai bem da administracéo ptiblico, hipotese na qual teremos um PECULATO-FURTO (art. 312, §1° do CP). A maioria da Doutrina entende que a coisa nao precisa ter valor econémico significative (embora a auséncia de valor significativo possa gerar a atipicidade da conduta por auséncia de lesividade). CUIDADO! O cadaver pode ser objeto do furto, desde que pertenca a alguém (ex.: Cadéver pertencente a uma faculdade de medicina). TIPO SUBJETIVO Dolo. Nao se admite na forma culposa. O agente deverd possuir o dnimo, a intenggo de SE APODERAR DA COISA furtada. Essa intengdo é chamada de animus rem sibi habendi.’ Nao havendo essa intengio, sendo a intencao somente a de usar a coisa e logo apés devolvé-la, teremos © que se chama de FURTO DE USO, que NAO E CRIME’. Se o agente pratica o crime para saciar a fome (furto famélico), a Jurisprudéncia reconhece a excludente de ilicitude do estado de necessidade (art. 24 do CP), podendo, a depender das circunsténcias, caracterizar atipicidade por reconhecimento do principio da insignificancia. TENTATIVA CONSUMACAO E| 0 momento da consumacéo do delito é muito discutido na Doutrina, havendo quatro correntes. O que vocés devem saber é que o STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o crime se consuma quando o agente passa a ter © poder sobre a coisa, ainda que por um curto espaco de tempo, ainda que nao tenha tido a posse mansa e ? PRADO, Lulz Regis. Op. Cit., p. 396 > CUNHA, Rogério Sanches. Op. Clt., p. 236/237 10s do furto de uso: a) intencio, desde 0 inicio, de devolver a coisa; b) a coisa no pode ser 0 com 0 uso); ¢) restituigao & vitima logo apés o uso. 3 de 76

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