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Avaliação: Será feita através de três provas e uma prova substitutiva que substituirá uma
das notas de forma a maximizar a média.
Bibliografia:
Introdução 1
Capı́tulo 3. Variedades 47
iii
Introdução
ei : R3 → R3 i = 1, 2, 3
tais que, para cada ponto p, (e1 (p), e2 (p), e3 (p)) seja uma base do R3 . A terna (e1 , e2 , e3 ) é
chamada um referencial movel no R3 .
Seja (θp1 , θp2 , θp3 ) a base dual, isto é
Se v ∈ R3 , então
v = θp1 (v)e1 (p) + θp2 (v)e2 (p) + θp3 (v)e3 (p)
Assim, para cada p ∈ R3 , (θp1 (v), θp2 (v), θp3 (v)) são as coordenadas de v na base
(e1 (p), e2 (p), e3 (p)).
Diferenciando os campos ei : R3 → R3 temos
(dei )p = ωi1 (p)e1 (p) + ωi2 (p)e2 (p) + ωi3 (p)e3 (p)
Desta forma, obtemos uma matriz de 1-formas (ωji (p)) para cada p ∈ R3 . Estas são chamadas
de formas de conexão relativas ao referencial (e1 , e2 , e3 ).
Suponhamos, agora, que para cada p, (e1 (p), e2 (p), e3 (p)) seja ortonormal (isto é, que
hei (p), ej (p)i = δij ). Então, para v ∈ R3 ,
1
INTRODUÇÃO 2
hu, vip = θp1 (u)θp1 (v) + θp2 (u)θp2 (v) + θp3 (u)θp3 (v)
ou abreviadamente
h , ip = (θp1 )2 + (θp2 )2 + (θp3 )2
Diferenciando hei (p), ej (p)i = δij obtemos
dXp = (dX 1 )p e1 (p) + (dX 2 )p e2 (p) + (dX 3 )p e3 (p) + Xp1 (de1 )p + Xp2 (de2 )p + Xp3 (de3 )p
Para estes, as formas de conexão são nulas (isto é, ωji = 0). Dizemos então que o referencial é
paralelo.
Num referencial paralelo, a diferencial do campo X é a fórmula familiar
Temos que
de1 = ((− sin θ)dθ, (cos θ)dθ, 0) = dθe2
de2 = ((− cos θ)dθ, (− sin θ)dθ, 0) = −dθe1
de3 = 0
Considere agora uma superfı́cie S ⊂ R3 e um referencial ortonormal (e1 , e2 , e3 ) tal que e1 (p)
e e2 (p) são tangentes a S no ponto p. Claramente, e3 (p) é um vetor normal a S no ponto p.
Observe que se o referencial é paralelo, então a superfı́cie S é um plano. Assim, para a
geometria, é necessário trabalhar com referenciais não paralelos, ou seja, com campos ei (p) que
variam com p.
Se Tp S é o plano tangente a S no ponto p, então
v ∈ Tp S ⇔ θp3 (v) = 0
(θp1 )2 + (θp2 )2
Toda a geometria de S está contida nas formas (θ1 , θ2 ) e nas formas (ω12 , ω13 , ω23 ) obtidas
diferenciando o referencial “adaptado” a S:
de1 =
ω12 e2 + ω13 e3
de2 = ω21 e1 + ω23 e3
ω31 e1 + ω32 e2
de3 =
INTRODUÇÃO 4
ω13 ω23 0
Seja X um campo de vetores tal que X(p) ∈ Tp S para todo p ∈ S. Então
Diferenciando, obtemos
dXp (v) = (dX1 )p (v)e1 (p) + (dX2 )p (v)e2 (p) + X 1 (p)(de1 )p (v) + X 2 (p)(de2 )p (v)
dXp (v) = (dX1 )p (v)e1 (p) + (dX2 )p (v)e2 (p) + (ω12 )p (v)(−X 2 (p)e1 (p) + X 1 (p)e2 (p)) +
+ ((ω13 )p (v)X 1 (p) + (ω23 )p (v)X 2 (p))e3 (p)
Em geral, vemos que dXp (v) não é tangente a S no ponto p. A componente tangencial de
dXp (v) é chamada a derivada covariante de X em p e é denotada por ∇p X. Assim,
(∇X)p (v) = (dX1 )p (v)e1 (p) + (dX2 )p (v)e2 (p) + (ω12 )p (v)(−X 2 (p)e1 (p) + X 1 (p)e2 (p))
Portanto, (∇X)p (v) pode ser calculada a partir da forma ω = ω12 = −ω21 , a qual é denominada
a forma de conexão de S.
É comum denotar a derivada covariante de X em p na direção v por (∇v X)p . Assim,
Isto é análogo a
∂f
dfp (v) = (p)
∂v
(∇X)p (v) tem duas componentes, a saber
é ortogonal ao vetor
X(p) = X 1 (p)e1 (p) + X 2 (p)e2 (p)
Assim, R = ωp (v)X(p)⊥ e, portanto, ω é a velocidade de rotação do referencial no ponto p
na direção v. Em particular, se tomarmos X(p) = e1 (p) ou X(p) = e2 (p), obtemos
(
(∇e1 )p (v) = ωp (v)e2 (v)
(∇e2 )p (v) = −ωp (v)e1 (p)
Abreviadamente, !
0 −ω
∇(e1 , e2 ) = (e1 , e2 )
ω 0
ou ainda
∇e = eω
ω é a velocidade angular do referencial e = (e1 , e2 ) sobre a superfı́cie.
A partir da derivada covariante, definimos paralelismo e geodésicas:
• um campo X é paralelo se ∇X = 0;
• uma curva c : I → S é uma geodésica se ∇ċ ċ = 0.
Se designarmos por Ap (v) = −(de3 )p (v), então Ap : Tp S → Tp S é uma aplicação linear. Por
exemplo, se S é um plano, então e3 (p) = n é constante. Logo, Ap (v) = −(de3 )p (v) = 0.
Se S é a esfera de raio R, então
p p
e3 (p) = =
||p|| R
Segue que (de3 )p (v) = v/R e, portanto,
v
Ap (v) = −
R
Como veremos, a aplicação linear Ap : Tp S → Tp S é simétrica, isto é,
e
Ap (v) = ω13 (v)e1 (p) + ω23 (v)e2 (p)
temos
b(u, v) = ω13 (u)θ1 (v) + ω23 (u)θ2 (v)
A primeira forma fundamental é o produto interno
Kp = det Ap = λ1 · λ2
dω = KdA
Como dω só depende da primeira forma fundamental, assim como dA, segue que K também só
depende da primeira forma fundamental. Isto foi provado primeiramente por Gauss e deu origem
ao que hoje conhecemos como Geometria Diferencial.
Por outro lado, a curvatura média é um invariante extrı́nseco da superfı́cie S. Por
exemplo, um pedaço de um plano e de um cilindro são isométricos e, portanto, suas curvaturas
INTRODUÇÃO 7
gaussianas são nulas, mas suas curvaturas médias são diferentes. Para o plano, Ap = 0. Logo,
Kp = det Ap = 0 e Hp = (tr Ap )/2 = 0. Para o cilindo, Ap tem valores próprios λ1 = 0 e λ2 6= 0.
Logo, Kp = λ1 · λ2 = 0 e Hp = (λ1 + λ2 )/2 = λ2 /2 6= 0.
CAPı́TULO 1
Formas diferenciais
O objetivo deste capı́tulo é definir formas diferenciais num espaço vetorial real de dimensão
finita.
1. Formas lineares
No que segue V é um espaço vetorial real de dimensão finita n e (e1 , e2 , . . . , en ) uma base de
V . O espaço dual de V será denotado por V ∗ . Este é formado das funções lineares ω : V → R
que serão chamadas de formas lineares sobre V ou simplesmente formas lineares. Se v ∈ V seja
xi (v) a i-ésima coordenada de v na base (e1 , e2 , . . . , en ). Então
n
X
v= xi (v)ei
i=1
(x1 , x2 , . . . xn ) ∗
constitui uma base de V chamada de base dual da base (e1 , e2 , . . . , en ). Note
∗
que se ω ∈ V então
n
X
ω= ω(ei )xi
i=1
A aplicação ϕ : V → Rn dada por ϕ(v) = (x1 (v), x2 (v), . . . xn (v)) constitui um sistema de
coordenadas linear sobre V.
Se ω 6= 0, então ker ω é o plano normal ao vetor (a, b, c) que passa pela origem. Reciprocamente,
se S é um subespaço de R3 cuja dimensão é 2, então existe ω ∈ (R3 )∗ tal que ker ω = S. O
conjunto
S 0 = {ω ∈ (R3 )∗ : ker ω ⊃ S}
8
2. PERMUTAÇÕES 9
2. Permutações
Denotaremos por Sn o grupo das permutações (isto é, bijeções) do conjunto In = {1, . . . , n}.
Considere a função polinomial em n variáveis
Y
φ(x1 , . . . , xn ) = (xi − xj )
1≤i<j≤n
Observe que
σφ = σ φ
onde σ ∈ {−1, 1}. O número σ é denominado o sinal da permutação σ.
Note que : Sn → {−1, 1} é um homomorfismo de grupos. O núcleo de é denomindo grupo
alternado e é denotado por An . Note que An um subgrupo normal de Sn .
3. Aplicações multilineares
ϕ(v1 , . . . , vi , . . . , vj , . . . , vk ) = −ϕ(v1 , . . . , vj , . . . , vi , . . . , vk )
conjunto das k-formas de V , munido da soma e da multiplicação por escalar usuais de funções, é
um espaço vetorial. O espaço das funções k-lineares simétricas de V será designado por S k (V ∗ ).
Proposição 1.10. Se ϕ : V k → R é uma k-forma e v1 , . . . , vk ∈ V linearmentes dependentes,
então ϕ(v1 , . . . , vk ) = 0.
Demonstração. Um dos vetores é combinação linear dos demais, por exemplo
vk = α1 v1 + . . . + αk−1 vk−1 .
η(u, v) = det(a, u, v)
onde
a1 x1 (u) x1 (v)
det(a, u, v) = det a2 x2 (u) x2 (v)
a3 x3 (u) x3 (v)
V2
então η ∈ (V ∗ ). Veremos adiante que estas esgotam todas as possibilidades de 2-formas
no R3 .
4. PRODUTO EXTERIOR DE 1-FORMAS 12
Proposição 1.13.
(1) ω 1 ∧ . . . ∧ ω k é uma k-forma de V ;
(2) ω σ(1) ∧ . . . ∧ ω σ(k) = σ · ω 1 ∧ . . . ∧ ω k , qualquer que seja σ ∈ Sk ;
(3) se {ω 1 , . . . , ω k } é l.d. então ω 1 ∧ . . . ∧ ω k = 0;
(4) se {ω 1 , . . . , ω k } é l.i. então ω 1 ∧ . . . ∧ ω k 6= 0.
Demonstração. Os três primeiros itens seguem do fato que as formas ωi são lineares e das
proriedades da função determinante.
Se {ω 1 , . . . , ω k } é l.i. então existem ω k+1 , . . . , ω n ∈ V ∗ tais que {ω 1 , . . . , ω k , ω k+1 , . . . , ω n } é
uma base de V ∗ . Seja {v1 , . . . , vn } a base de V da qual {ω 1 , . . . , ω n } é dual. Temos que
introduzindo algumas definições para facilitar a escrita. Dada uma sequência (i1 , . . . , ik ), onde
0 ≤ ij ≤ n abreviaremos colocando I = (i1 , . . . , ik ) e ω I = ω i1 ∧ . . . ∧ ω ik . Consideremos também
o conjunto Cn,k das sequências tais que (0 ≤ i1 ≤ i2 ≤ . . . , ≤ ik ≤ n). O número de elementos
de Cn,k é nk .
calculando em (e1 , e2 ) concluı́mos que a12 = 0. Da mesma forma, concluı́mos que a13 = a23 = 0.
Seja ω ∈ 2 (V ∗ ). Então
V
ω(v1 , v2 ) = ω(e1 , e2 )x1 (v1 )x2 (v2 ) + ω(e2 , e1 )x2 (v1 )x1 (v2 )+
ω(e1 , e3 )x1 (v1 )x3 (v2 ) + ω(e3 , e1 )x3 (v1 )x1 (v2 )+
ω(e2 , e3 )x2 (v1 )x3 (v2 ) + ω(e3 , e2 )x3 (v1 )x2 (v2 )
Assim
ω(v1 , v2 ) = ω(e1 , e2 )(x1 (v1 )x2 (v2 ) − x2 (v1 )x1 (v2 ))+
ω(e1 , e3 )(x1 (v1 )x3 (v2 ) − x3 (v1 )x1 (v2 ))+
ω(e2 , e3 )(x2 (v1 )x3 (v2 ) − x3 (v1 )x2 (v2 ))
pois ω é alternada. Logo,
5. Produto exterior
Vk Vr
Sejam ω ∈ (V ∗ ) e η ∈ (V ∗ ).
O produto exterior de ω por η é a função ω ∧ η : V k+r → R dada por
1 X
(ω ∧ η)(v1 , . . . , vk+r ) = σ ω(vσ(1) , . . . , vσ(k) )η(vσ(k+1) , . . . , vσ(k+r) )
k!r!
σ∈Sk+r
Observação 1.16. Se Sr,k = {σ ∈ Sk+r : σ(1) < . . . < σ(k) e σ(k + 1) < . . . < σ(k + r)}
então X
(ω ∧ η)(v1 , . . . , vk+r ) = σ ω(vσ(1) , . . . , vσ(k) )η(vσ(k+1) , . . . , vσ(k+r) )
σ∈Sk,r
(1) ω ∧ η ∈ k+r (V ∗ );
V
(2) (ω + η) ∧ ϕ = (ω ∧ ϕ) + (η ∧ ϕ);
(3) η ∧ ω = (−1)kr ω ∧ η;
5. PRODUTO EXTERIOR 14
Demonstração.
1 P
(ω ∧ η)(vτ (1) , . . . , vτ (k+r) ) = k!r! σ∈Sk+r τ ϕ ω(vϕ(1) , . . . , vϕ(k) )η(vϕ(k+1) , . . . , vϕ(k+r) )
= τ (ω ∧ η)(v1 , . . . , vk+r )
o que demonstra a primeira parte.
(2) A demonstração é uma consequência da distributividade dos números reais.
(3) Considere a permutação
!
1 ... r r + 1 ... r + k
τ=
k + 1 ... k + r 1 ... k
Observe que τ = (−1)kr . Logo,
1 P
(ω ∧ η)(v1 , . . . , vk+r ) = σ ω(vσ(1) , . . . , vσ(k) )η(vσ(k+1) , . . . , vσ(k+r) )
k!r!
1 Pσ∈Sk+r
= σ η(vσ(k+1) , . . . , vσ(k+r) )ω(vσ(1) , . . . , vσ(k) )
k!r!
1 Pσ∈Sk+r
= k!r! σ∈Sk+r σ η(vσ(τ (1)) , . . . , vσ(τ (r)) )ω(vσ(τ (r+1)) , . . . , vσ(τ (r+k)) )
(ω 1 ∧ ω 2 ∧ ω 3 )(v1 , v2 , v3 ) = ω 1 (v1 )(ω 2 ∧ ω 3 )(v2 , v3 ) − ω 1 (v2 )(ω 2 ∧ ω 3 )(v1 , v3 ) + ω 1 (v3 )(ω 1 ∧ ω 3 )(v2 , v3 )
= ω 1 ∧ (ω 2 ∧ ω 3 )(v1 , v2 , v3 )
= (ω ∧ η)(v1 , v2 , v3 )
6. IMAGEM INVERSA DE k-FORMAS 15
Demonstração. Exercı́cio.
Na prática, aplicar T ∗ significa fazer uma mudança de variáveis numa k-forma. Mais
precisamente, fixemos uma base (e1 , . . . , en ) de V e seja (x1 , . . . , xn ) a base dual. Se
X
ω= ω(ei1 , . . . , eik )xi1 ∧ xi2 . . . ∧ xik
I∈Cn,k
e
ω = x1 ∧ x2 + x2 ∧ x3 + x3 ∧ x1
onde (x1 , x2 , x3 ) denota a base de (R3 )∗ dual da base canônica do R3 .
x = 2u − v
y = u+v
z = u + 3v
Temos que
T ∗ ω = T ∗ (x1 ∧ x2 + x2 ∧ x3 + x3 ∧ x1 )
= T ∗ (x1 ∧ x2 ) + T ∗ (x2 ∧ x3 ) + T ∗ (x3 ∧ x1 )
= T ∗ x1 ∧ T ∗ x2 + T ∗ x2 ∧ T ∗ x3 + T ∗ x3 ∧ T ∗ x1
Se w = (w1 , w2 ) ∈ R2 , então
T ∗ x1 (w) = x1 (T (w)) = 2w1 − w2
T ∗ x2 (w) = x2 (T (w)) = w1 + w2
T ∗ x3 (w) = x3 (T (w)) = w1 + 3w2
Denotando por (x, y) a base de (R2 )∗ dual da base canônica do R2 , obtemos
T ∗ x1 = 2x − y
T ∗ x2 = x + y
T ∗ x3 = x + 3y
Portanto
T ∗ ω = (2x − y) ∧ (x + y) + (x + y) ∧ (x + 3y) + (x + 3y) ∧ (2x − y)
= −2x ∧ y
Vk
7. O espaço (V )
onde ω ∈ V ∗ passa a fazer sentido. Isto justifica denotar o espaço k ((V ∗ )∗ ) por k (V ) e
V V
escrever
(v1 ∧ . . . ∧ vk )(ω 1 , . . . , ω k ) = det(vi (ω j )) = det(ω j (vi )).
8. Álgebra exterior
uma operação também designada por ∧ e onde convencionamos que 0 (V ∗ ) = R. Com estas
V
V ∗
operações (V ) torna-se uma álgebra associativa denominada álgebra exterior sobre V.
9. Orientação
então as bases positivas são aquelas em que a n-forma ∆ é positiva. Assim, fixar uma orientação
é equivalente a fixar uma n-forma não nula em V .
Proposição 1.20. Existe uma única ∆ ∈ n (V ∗ ) tal que ∆(e1 , . . . , en ) = 1 qualquer que
V
A unicidade segue do fato que uma n-forma fica determinada por seu valor numa base de
V.
Vol(v1 , v2 , . . . , vn ) = |∆(v1 , v2 , . . . , vn )|
P j
Fixada uma base ortonormal (e1 , . . . , en ) e escrevendo vi = vi ej então ∆(v1 , v2 , . . . , vn ) =
j j t j
det[vi ]. Como [vi ] [vi ] = [hvi , vj i] deduzimos que
Vol(v1 , v2 , . . . , vn )2 = det[hvi , vj i]
Vol(v1 , v2 , . . . , vk )2 = det[hvi , vj i]
Recordemos que num espaço com produto interno temos um isomorfismo natural entre V e
∗
V que a cada a ∈ V associa a 1-forma ωa definida por ωa (v) = ha, vi.
Seja (a1 , . . . , an−1 ) ∈ V n−1 . Considere a forma linear ω : V → R dada por
qualquer que seja v ∈ V , onde ∆ é dada pela Proposição 1.20. Sabemos que existe um único
vetor a ∈ V tal que ω(v) = ωa ou seja, tal que
Observemos que estamos usando a notação a1 ∧ . . . ∧ an−1 com dois sentidos diferentes a
saber para designar o produto vetorial definido acima e também o produto exterior dos vetores
(a1 , . . . , an−1 ) ∈ V n−1 . Justificaremos isto mais adiante mostrando que o produto vetorial
permite identificar o espaço n−1 (V ) com V .
V
10. ESPAÇOS COM PRODUTO INTERNO 19
obtido mediante a omissão da i-ésima linha de A, onde aji denota a j-ésima coordenada
de ai na base ortonormal positiva (ei );
(4) a1 ∧ . . . ∧ an−1 = 0 se, e somente se, (ai ) é l.d.;
(5) Se (ai ) é l.i então (a1 , . . . , an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 ) é uma base positiva de V .
(6) ||a1 ∧ . . . ∧ an−1 || = Vol(a1 , . . . , an−1 ), onde Vol(a1 , . . . , an−1 ) denota a volume do
paralelepı́pedo gerado pelos vetores a1 , . . . , an−1 de V .
Demonstração.
(1) Segue do fato que ∆ é alternada.
(2) ha1 ∧ . . . ∧ an−1 , ai i = ∆(a1 , . . . ai , . . . an−1 , ai ) = 0.
(3) Basta desenvolver o determinante abaixo pela última coluna:
a11 . . . a1n−1 v1
. . .. ..
det A = . ..
. . .
an1 . . . ann−1 vn
(4) Os vetores (ai ) é l.d. se e somente se todos os menores Ai são nulos.
(5) Como
∆(a1 , . . . , an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 ) = ha1 ∧ . . . ∧ an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 i > 0 então
(a1 , . . . , an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 ) é uma base positiva.
(6) Como acima temos que ∆(a1 , . . . , an−1 , a1 ∧. . .∧an−1 )2 = ha1 ∧. . .∧an−1 , a1 ∧. . .∧an−1 i2 .
Por outro lado temos ∆(a1 , . . . , an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 )2 é igual a
ha1 , a1 i . . . ha1 , an−1 i 0
ha2 , a1 i . . . ha2 , an−1 i 0
det .. .. .. ..
. . . .
0 ... 0 ha1 ∧ . . . ∧ an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 i
11. ÁLGEBRA VETORIAL CLÁSSICA 20
ou seja
ha1 ∧ . . . ∧ an−1 , a1 ∧ . . . ∧ an−1 i = det[hai , aj ]
e, portanto,
||a1 ∧ . . . ∧ an−1 || = Vol(a1 , . . . , an−1 ).
Nesta seção assumimos que V é um espaço vetorial real de dimensão 3 orientado e munido
de um produto interno h , i.
O espaço dual V ∗ identifica-se com V através do isomorfismo:
V → V∗
a 7→ ωa
onde ωa é a forma linear
ωa (v) = ha, vi
O espaço das 2-formas também identifica-se com V através do isomorfismo:
V2
V → (V ∗ )
a 7→ ηa
onde ηa é a 2-forma linear
ηa (v1 , v2 ) = ∆(a, v1 , v2 )
Da definição do produto vetorial temos
ηa (v1 , v2 ) = ha, v1 ∧ v2 i
Finalmente podemos identificar as 3-formas com os números reais através da aplicação:
V3
R → (V ∗ )
a 7→ a∆
Sejam u1 , u2 ∈ V . Se ω1 (v) = hu1 , vi e ω2 (v) = hu2 , vi, então (ω1 ∧ ω2 )(v1 , v2 ) coincide com
o determinante de Gramm:
11. ÁLGEBRA VETORIAL CLÁSSICA 21
!
hu1 , v1 i hu1 , v2 i
(ω1 ∧ ω2 )(v1 , v2 ) = det
hu2 , v1 i hu2 , v2 i
Fixados u1 , u2 ∈ V , obtemos a 2-forma
!
hu1 , v1 i hu1 , v2 i
η(v1 , v2 ) = det
hu2 , v1 i hu2 , v2 i
Do isomorfismo acima existe um vetor a ∈ V tal que
!
hu1 , v1 i hu1 , v2 i
ha, v1 ∧ v2 i = ∆(a, v1 , v2 ) = det
hu2 , v1 i hu2 , v2 i
Assim para cada par u1 , u2 associamos um vetor a = Φ(u1 , u2 ). É facil constatar que Φ é
uma aplicação bilinear alternada:
V ×V → V
(u1 , u2 ) 7→ Φ(u1 , u2 )
X
(ω1 ∧ ω2 )(v1 , v2 ) = xI (u1 , u2 )xI (v1 , v2 )
I∈C3,2
No nosso caso temos
Como consequência do exemplo anterior a diferencial de uma função tem a seguinte expressão:
12. FORMAS DIFERENCIAIS 23
P ∂f i
i=1,...,n ∂xi (p)x (v) =
P ∂f i
i=1,...,n ∂xi (p)dxp (v)
Abreviadamente:
X ∂f i
df = dx
∂xi
i=1,...,n
Mais geralmente se V, W são espaços vetoriais de dimensão finita, U ⊂ V aberto e F : U → W
diferenciável, a diferencial de F em p é dada por
F (p + tv) − F (p)
dFp (v) = lim
t→0 t
Se (w1 , . . . , wm ) é uma base de W então F (p) = j=1,...,m f j (p)wj e sua diferencial em p é
P
X X ∂f j
dFp (v) = (p)dxip (v) wj
∂xi
j=1,...,m i=1,...,n
ou na forma abreviada:
X X ∂f j
dF = dxi wj
∂xi
j=1,...,m i=1,...,n
A matriz
∂f j
J(p) = (p)
∂xi
é chamada de matriz jacobiana de F no ponto p. Um caso de particular importância para nós é
quando o espaço vetorial W é o espaço dual V ∗ ou mais geralmente W = k (V ∗ ).
V
Definição 1.25. Uma k-forma diferencial num aberto U ∈ V é uma aplicação diferenciável
k
^
ω:U → (V ∗ )
Fixada uma base x1 , . . . , xn de V ∗ lembrando que dxip = xi e que (dxIp )I∈Cn,k = (xI )I∈Cn,k
constitui uma base de k (V ∗ ) então
V
X
ω(p) = aI (p)dxIp
I∈Cn,k
ω : Rn → (Rn )∗
X
ωp = ai (p)dxip
i=1,...,n
∂f
Rn i
P
Em particular se f : → R então a diferencial de f é uma 1-forma df = i=1,...,n ∂xi dx onde
∂f i
ai (p) = ∂xi dx .
A partir de agora suporemos que todas as funções consideradas tenham pelo menos derivadas
segunda contı́nuas e a diferencial de f em p será denotada por fp0 ao invés de dfp . Em breve
ficará claro porque fizemos esta mudança de notação.
As operações de soma, produto por escalar e produto exterior das formas lineares induzem
as correspondentes operações nas formas diferenciais. Assim, por exemplo
(ω ∧ η)p = ωp ∧ ηp
Definição 1.28. O conjunto das k-formas diferenciais sobre U será designado por E k (U ).
então
∂f i
f ∗ (ω) = j
P P
i=1,...,n ai ( j=1,...,m ∂y j dy )
∂f i
f ∗ (ω) = j
P
i,j ai ∂y j dy
Como consequência para calcularmos f ∗ (ω) basta substituirmos dxi na expressão de ω por
∂f i
df i = j=1,...,m ∂y j
P
j dy .
A seguir vamos definir a operação mais importante nas formas diferenciais, a diferencial
exterior. Comecemos com as 1-formas. Se f : Rn → R é diferenciável então a sua diferencial
f 0 : Rn → (Rn )∗ é uma 1-forma sobre o Rn (lembre que mudamos a notação!). A diferencial
desta função num ponto p ∈ Rn é a função linear
(f 0 )0p : Rn → (Rn )∗
Em coordenadas temos:
X X ∂2f
fp00 (u, v) = ( (p)uj v i )
∂xj ∂xi
i=1,...,n j=1,...,n
∂2f ∂2f
O teorema de Schwarz diz que esta forma bilinear é simétrica ou seja ∂xj ∂xi
(p) = ∂xi ∂xj
(p).
2
A matriz H = ( ∂x∂j ∂x
f
i (p)) é uma matriz simétrica chamada de matriz hessiana de f no ponto
ωp0 : Rn → (Rn )∗
Assim se existir uma função f tal que ω = df esta forma precisa ser simétrica:
ou seja
Φ0x (v) = ωf (x) (f 0 (v))(g(x)) + ωf (x) (g 0 (v))
12. FORMAS DIFERENCIAIS 27
Demonstração. Pelo lema anterior e pela regra de Leibniz a diferencial de f é dada por
Z 1
0 0
fx (v) = (ωtx (tv)(x) + ωtx (v))dt
0
Z 1
fx0 (v) = 0
(tωtx (v)(x) + ωtx (v))dt
0
Por hipótese dω = 0. Desta forma
0 0
dωtx (v, x) = ωtx (v, x) − ωtx (x, v) = 0
ou seja:
0 0
ωtx (v, x) = ωtx (x, v)
Substituindo na expressão acima teremos
Z 1
0 0
fx (v) = (tωtx (x)(v) + ωtx (v))dt
0
Z 1
fx0 (v) = 0
(tωtx (x) + ωtx )(v)dt
0
Z 1
d
fx0 (v) = ( (tω(tx))(v)dt
0 dt
fx0 (v) = (tωtx )(v)|10 = ωx )(v)
A seguir vamos estender a diferencial exterior para formas de grau maior que 1.
ou de forma equivalente
k+1
X
dωx (v1 , . . . , vk+1 ) = (−1)i−1 ωx0 (vi )(v1 , . . . , vbi , . . . , v(k+1) )
i=1
12. FORMAS DIFERENCIAIS 28
Em coordenadas teremos: X
ω= aI dxI
I∈Cnk
X
ωx0 (v) = (daI )x (v)dxIx
I∈Cnk
X X
dωx (v1 , . . . , vk+1 ) = σ (daI )x (vσ(1) )dxIx (vσ(2) , . . . , vσ(k+1) )
I∈Cnk σ∈S1k
X
dωx (v1 , . . . , vk+1 ) = ((daI )x ∧ dxIx )((v1 , . . . , vk+1 )
I∈Cnk
ou seja X
dω = ((daI ) ∧ dxI
I∈Cnk
então X
f ∗ (ω) = f ∗ (aI )f ∗ (dxI )
I∈Cnk
X
d(f ∗ (ω)) = d(f ∗ (aI )) ∧ f ∗ (dxI )
I∈Cnk
X
d(f ∗ (ω)) = (f ∗ (daI )) ∧ f ∗ (dxI )
I∈Cnk
X
d(f ∗ (ω)) = f ∗ (daI ∧ dxI )
I∈Cnk
d(f (ω)) = f ∗ (dω)
∗
12. FORMAS DIFERENCIAIS 30
Demonstração.
k
X
dηx (v1 , . . . , vk ) = (−1)i−1 ηx0 (vi )(v1 , . . . , vbi , . . . , vk )
i=1
Z 1
ηx0 (vi )(v1 , . . . , vbi , . . . , vk ) = 0
(ωtx (tvi )(x, tv1 , . . . , tc
vi , . . . , tvk ) + ωtx (vi , tv1 , . . . , tc
vi , . . . , tvk ))dt
0
Substituindo teremos:
k
X Z 1
0
dηx (v1 , . . . , vk ) = (−1)i−1 (ωtx (tvi )(x, tv1 , . . . , tc
vi , . . . , tvk ) + ωtx (vi , tv1 , . . . , tc
vi , . . . , tvk ))dt
i=1 0
H k (U ) = B k (U )/Z k (U )
Exemplo 1.42. (cohomologia de R)
E 0 (R) = {f : R → R : f é diferenciavel}
Z 1 (R) = E 1 (R)
Assim temos (
H 0 (R) = R
H 1 (R) = {0}
S
Exemplo 1.43. Seja U ⊂ R um conjunto aberto. Então U = j∈A Ij , reunião disjunta de
intervalos Ij . Então teremos: (
H 0 (U ) = RA
H 1 (U ) = {0}
13. COHOMOLOGIA DE DE RHAN 32
H 0 (U ) = RA
Consideremos o caso geral onde ω = a(r, θ)dr + b(r, θ)dθ é uma forma fechada.
∂b ∂a
Então temos − = 0.
∂r ∂θ
Seja Z 2π
1
k= b(1, θ)dθ
2π 0
e Z θ Z r
f (r, θ) = (b(1, θ) − k)dθ + a(r, θ)dr
0 1
Como acima verifica-se que f esta bem definida no R2 − {0} e temos
∂f
= a(r, θ)
∂r
∂f R r ∂a
= (b(θ) − k) + 1 ∂θ dr
∂θ
Usando o fato que ω é fechada vem
∂f R r ∂b
= (b(1, θ) − k) + 1 ∂r dr
∂θ
∂f
= (b(1, θ) − k) + b(r, θ) − b(1, θ)
∂θ
∂f
= b(r, θ) − k
∂θ
Disto podemos concluir que
ω = df + kdθ
ω + Z 1 (R2 − {0}) = kdθ + Z 1 (R2 − {0})
14. ANÁLISE VETORIAL CLÁSSICA 34
mostrando que
H 1 (R2 − {0}) = R
Como R2 −{0} é conexo temos que H 0 (R2 −{0}). Se η = a(r, θ)dr ∧dθ e f (r, θ) = a(r, θ)dr
R
X : U → R3
X(p) = a1 e1 + a2 e2 + a3 e3
Seja Γ(U ) o conjunto dos campos definidos em U . Com as operações habituais Γ(U ) torna-se
um espaço vetorial sôbre R e um módulo sôbre o anel E 0 (U ) das funções diferenciáveis definidas
em U . Considere a seguir as formas duais dx1 , dx2 , dx3 . Uma 1-forma ω ∈ E 1 (U ) decompõe-se
As 2-formas η ∈ E 2 (U ) decompõe-se
e a 2-forma
(ηX )p (u, v) = ∆(X(p), u, v)
Para cada f ∈ E 0 (U ) defina
∆f = f ∆
As aplicações (
Γ(U ) → E 1 (U )
X 7→ ωX
(
Γ(U ) → E 2 (U )
X 7→ ηX
(
E 0 (U ) → E 3 (U )
X 7→ ∆f
são isomorfismos de espaços vetoriais e de módulos.
ω∇f = df
ηrot(X) = dωX
∆div(X) = dηX
4f = div(∇f )
14. ANÁLISE VETORIAL CLÁSSICA 36
ωX ∧ ωY = ηX∧Y
Considere a 3-forma
ωX ∧ η Y
Como ωX ∧ ∆ = 0 fazendo a contração na direção Y temos:
iY ωX ∧ ∆ − ωX ∧ iY ∆ = 0
ou seja
ωX ∧ ηY = hX, Y i∆
Diferenciando
ω∇f = df
temos
dω∇f = 0
de onde concluimos que
rot(∇f ) = 0
De forma semelhante diferenciando
∆div(rot(X)) = dηrot(X)
obtemos
div(rot(X) = 0
Consideremos a seguir o elemento de área 4 no plano R2 . Para cada u ∈ R2 seja Ju o único
vetor tal que
hJu, vi = 4(u, v)
como hJu, ui = 0 temos que hJu, Jui2 = hu, uihJu, Jui. De onde concluimos que hJu, Jui =
hu, ui. Da fórmula de polarização temos que:
Também
hJu, vi = 4(u, v) = − 4 (v, u) = −hJv, ui
Finalmente,
hJ 2 u, vi = −hJu, Jvi = −hu, vi
De onde concluimos que
J 2 = −I
O operador J nada mais é que a estrutura complexa usual do plano. Em coordenadas
J(x, y) = −(y, x).
Como antes para cada X ∈ Γ(U ) onde U é um aberto do plano seja
Demonstração.
(1)
(ηX )p (u) = 4(X(p), u) = hJX(p), ui = (ωJX )p (u)
(2)
!
hX, ui hX, vi
(ωX ∧ ωY )(u, v) = det = 4(X, Y ) 4 (u, v) = hJX, Y i 4 (u, v)
hY, ui hY, vi
(3)
ωX ∧ ηY = ωX ∧ ωJY = hJX, JY i 4 = hX, Y i 4
(4)
ηX ∧ ηY = ωJX ∧ ωJY = hJ 2 X, JY i 4 = hJX, Y i 4
CAPı́TULO 2
∂(y 1 . . . y n ) ∂y i
= det g 0 (x) = det
∂(x1 . . . xn ) ∂xj
e a fórmula de mudança de variáveis escreve-se como
∂(y 1 . . . y n ) 1
Z Z
1 n 1 n 1 1 n n 1 n dx . . . dxn
f (y , . . . , y )dy . . . dy = f (y (x , . . . , x ), . . . , y (x , . . . , x ))
1 . . . xn )
g(D) D ∂(x
Exemplo 2.1. Considere uma aplicação afim do Rn g : Rn → Rn dada por g(x) = T (x) + b
onde T é linear e b ∈ Rn . Então det g 0 (x) = det T e temos:
Z Z
1 n
f (y)dy . . . dy = |detT | f (T (x) + b)dx1 . . . dxn
T (D)+b D
Em coordenadas
n
X
i
y = aij xj + bi
j=1
Z Z Xn n
X
f (y)dy 1 . . . dy n = |det(aij )| f( a1j xj + b1 , . . . , anj xj + bn )dx1 . . . dxn
T (D)+b D j=1 j=1
38
1. INTEGRAL DE FORMAS SOBRE CADEIAS 39
Definição 2.2. Z Z
ω= f (y)dy 1 . . . dy n
D D
Sendo g como acima temos que
c : I k → Rn
c = α1 c1 + α2 c2 + . . . + αm cm
A seguir queremos definir o que entendemos por bordo ou fronteira de uma cadeia.
Começaremos descrevendo as faces de um cubo.
1. INTEGRAL DE FORMAS SOBRE CADEIAS 40
onde j = 1, . . . , k e = 0, 1. Assim
k−1
p ∈ F(j,) ⇐⇒ p ∈ I k e xj (p) =
k−1
Observe que o vetor ej da base canônica é ortogonal à face F(j,) . O vetor normal à face
k−1
F(j,0) que aponta para fora do cubo I k é −ej . Já aquele que aponta para fora e normal à face
k−1 k−1
F(j,1) é ej . Sendo Nj, o vetor normal à face F(j,) então
N(j,) = (−1)(+1) ej
k−1
Orientamos as faces F(j,) escolhendo vetores tangentes (f1 , . . . , fk−1 ) à face de maneira que
(N(j,) , f1 , . . . , fk−1 ) seja uma base positiva do Rk isto é
Agora
k k
dσ(j,) (e1 ) = e1 . . . dσ(j,) (ej−1 ) = ej−1
k k
dσ(j,) (ej ) = ej+1 . . . dσ(j,) (ek−1 ) = ek
k
Segue que dσ(j,) leva a orientação canônica do Rk na orientação fixada da face se (−1)j+ = 1 e
inverte caso contrário.
1. INTEGRAL DE FORMAS SOBRE CADEIAS 41
j=1 =0,1
Exemplo 2.7.
(1) ∂I 2 = σ(1,1)
2 2
− σ(1,0) 2
+ σ(2,0) 2
− σ(2,1)
(2) ∂I 3 = σ(1,1)
3 3
− σ(1,0) 3
+ σ(2,0) 3
− σ(2,1) 3
+ σ(3,1) 3
− σ(3,0)
j=1 =0,1
∂ 2 c = ∂(∂c) = 0
i=1 δ=0,1
Portanto,
k
X X
∂(∂c) = (−1)i+δ ∂(c ◦ σ(i,δ)
k
)
i=1 δ=0,1
Agora,
k−1
X X
k k−1
∂(c ◦ σ(i,δ) )= (−1)j+ (c ◦ σ(i,δ)
k
) ◦ σ(j,)
j=1 =0,1
Assim
k
X X k−1
X X
k−1
∂(∂c) = (−1)i+δ (−1)j+ c ◦ σ(i,δ)
k
◦ σ(j,)
i=1 δ=0,1 j=1 =0,1
Se i ≤ j temos
2. TEOREMA DE STOKES 42
X X X
k−1 k−1
∂(∂c) = (−1)i+j++δ c ◦ σ(i,δ)
k
◦ σ(j,) + (−1)i+j++δ+1 c ◦ σ(j+1,δ)
k
◦ σ(i,)
1≤i<j≤k−1 δ=0,1 =0,1
Observe que o termo que corresponde a i = k está contemplado na segunda parte fazendo
j = i = k + 1.
X X X
k−1 k−1
∂(∂c) = (−1)i+j++δ c ◦ σ(j+1,)
k
◦ σ(i,δ) + (−1)i+j++δ+1 c ◦ σ(j+1,δ)
k
◦ σ(i,)
1≤i<j≤k−1 δ=0,1 =0,1
Desenvolvendo a soma:
2. Teorema de Stokes
f (c(1)) − f (c(0))
dfp (v) = lim
∆x→0 ∆x
f (∂c∆x )
dfp (v) = lim
∆x→0 ∆x
Consideremos agora uma 1-forma ω ∈ E 1 (U ) e um 2-caminho c : I 2 → U dado por
Proposição 2.10. Z
1
dωp (v1 , v2 ) = lim ω
∆x→0 ∆x1 · ∆x2 ∂c∆x
j=1 =0,1
Para simplificar a notação coloquemos
2
c1 = c ◦ σ(2,0)
2
c2 = c ◦ σ(1,1)
2
c3 = c ◦ σ(2,1)
2
c4 = c ◦ σ(1,0)
de forma que
∂c = c1 − c3 + c2 − c4
onde
c1 (t1 ) = p + t1 ∆x1 v1
c2 (t2 ) = p + ∆x1 v1 + t2 ∆x2 v2
c3 (t1 ) = p + t1 ∆x1 v1 + ∆x2 v2
c4 (t2 ) = p + t2 ∆x2 v2
Então temos: Z Z Z Z Z
ω = ω− ω+ ω− ω
∂c∆x ∂c1 ∂c3 ∂c2 ∂c4
Z 1 Z 1
= (c∗1 ω − c∗3 ω) + (c∗2 ω − c∗4 ω)
0 0
2. TEOREMA DE STOKES 44
Z Z 1
ω = (ωp+t1 ∆x1 v1 (∆x1 v1 ) − ωp+t1 ∆x1 v1 +∆x2 v2 (∆x1 v1 ))dt1
∂c∆x Z0 1
+ (ωp+∆x1 v1 +t2 ∆x2 v2 (∆x2 v2 ) − ωp+t2 ∆x2 v2 (∆x2 v2 ))dt2
0
Z Z 1
1 1
lim ω = lim (ωp − ωp+∆x2 v2 )(v1 )dt1
∆x→0 ∆x1 · ∆x2 ∂c∆x ∆x2 →0 ∆x2 0
Z 1
1
+ lim (ωp+∆x1 v1 − ωp )(v2 )dt2
∆x1 →0 ∆x1 0
de onde concluı́mos que
Z
1
lim ω = −ωp0 (v2 , v1 ) + ωp0 (v1 , v2 ) = dωp (v1 , v2 )
∆x→0 ∆x1 · ∆x2 ∂c∆x
Em geral temos:
então Z
1
dωp (v1 , . . . , vk+1 ) = lim
∆x ∆x1 , . . . , ∆xk+1 ∂c∆x
e Z Z Z
k+1 ∗
(−1)j+ (−1)j+
P P
ω = ω = (c ◦ σ(j,) ) ω
k+1
∂c c◦σ(j,) Ik
Z Z
k+1 ∗ ∗
(−1)j+ (−1)j+ (c∗ ω)
P P
= (σ(j,) ) (c ω) =
k k+1
I σ(j,)
∗
R
= ∂I k+1 (c ω)
Portanto basta demonstrar que se ω ∈ E k (I k+1 ) então
Z Z
dω = ω
I k+1 ∂I k+1
Para fixarmos as idéias suporemos k = 1. O caso geral é semelhante.
Da proposição 2.10 temos que:
Z
1
dωp (e1 , e2 ) = lim ω
∆x,∆y→0 ∆x.∆y ∂R
Em virtude da orientação as integrais de linha sôbre os lados que são comuns a dois retângulos
da partição cancelam-se e temos:
XZ Z
ω= ω
∂Rij ∂I 2
2. TEOREMA DE STOKES 46
Segue que
Z
X
dωpij (e 1 , e2 )∆x i .∆y j − ω ≤
i,j ∂I 2
(1) Mostre que as funções coordenadas (xi ) relativas a uma base (ei ) de um espaço vetorial
V de dimensão n formam uma base de V ∗ .
ω: V → V∗
a 7→ ωa
é um isomorfismo.
Y
(σφ)(X1 , X2 , . . . , Xn ) = (Xσ(i) − Xσ(j) )
i<j
1
(a) ϕ é alternada se, e só se,
ϕ(v1 , . . . , vi , . . . , vj , . . . , vk ) = −ϕ(v1 , . . . , vj , . . . , vi , . . . , vk );
ϕ(v1 , . . . , vi , . . . , vj , . . . , vk ) = ϕ(v1 , . . . , vj , . . . , vi , . . . , vk ).
(7) Sejam ∆ a função determinante usual do R3 , (x1 , x2 , x3 ) a base dual da base canônica,
a = (1, 1, 1) e b = (1, −1, 1).
(a) Se ω = y 1 + y 2 calcule T ∗ ω.
(b) Se η = y 1 ∧ y 2 + y 2 ∧ y 3 + y 3 ∧ y 1 calcule T ∗ η.
(c) Se ∆ = y 1 ∧ y 2 ∧ y 3 calcule T ∗ ∆.
(a) Se ω = y 1 + y 2 calcule T ∗ ω.
(b) Se η = y 1 ∧ y 2 + y 2 ∧ y 3 + y 3 ∧ y 1 calcule T ∗ η.
(c) Se ∆ = y 1 ∧ y 2 ∧ y 3 calcule T ∗ ∆.
2
(13) Seja T : R → R3 dada por T (x) = (y 1 , y 2 , y 3 ) onde y 1 = ax, y 2 = bx e y 3 = cx.
(a) Se ω = y 1 + y 2 calcule T ∗ ω.
(b) Se η = y 1 ∧ y 2 + y 2 ∧ y 3 + y 3 ∧ y 1 calcule T ∗ η.
(c) Se ∆ = y 1 ∧ y 2 ∧ y 3 calcule T ∗ ∆.
V2
(14) Seja b ∈ ((R3 )∗ ). Mostre que existe uma aplicação linear T : R3 → R tal que
b(u, v) = T (u ∧ v), onde u ∧ v é o produto vetorial usual.
(15) Seja ∆ uma função determinante sobre um espaço vetorial V de dimensão n (isto é,
0 6= ∆ ∈ n (V ∗ )). Mostre que se W é um espaço vetorial e ϕ : V n → W é n-linear
V
(16) Seja ∆ uma função determinante sobre um espaço vetorial V de dimensão n. Escolha
uma base (ei ) de V tal que ∆(e1 , . . . , en ) = 1. Mostre que existe uma única função
determinante ∆∗ sobre V ∗ tal que ∆∗ (x1 , . . . , xn ) = 1, onde (xi ) é a base dual de (ei )
e que ∆∗ não depende da escolha desta base.
Vk Vk
(17) Mostre que se ω ∈ (V ∗ ), então existe uma única ω̄ : (V ) → R linear tal que
ω(v1 , . . . , vn ) = ω̄(v1 ∧ . . . ∧ vn ). Mostre também que a aplicação
Vk Vk
(V ∗ ) → (V )∗
ω 7→ ω̄
é um isomorfismo.
Vk
(18) Se ω ∈ (V ∗ ), defina a contração de ω na direção a ∈ V por
3
(a) Mostre que toda k-forma linear em R3 é decomponı́vel.
(b) Mostre que x1 ∧ x2 + x3 ∧ x4 é uma 2-forma indecomponı́vel do R4 .
Vn
(20) Seja ∆ ∈ (V ∗ ) uma função determinante.
Vn−1
(a) Mostre que a aplicação ϕ : V → (V ∗ ) definida por
ϕa = ϕ(a) = ia (∆)
é um isomorfismo.
(b) Mostre que ϕa (v1 , . . . , vn−1 ) = (−1)n+1 · ωa (v1 ∧ . . . ∧ vn−1 ).
(x+a1 )∧(x+a2 )∧. . .∧(x+an−1 ) = x∧a2 ∧. . .∧an−1 +a1 ∧x∧. . .∧an−1 +. . .+a1 ∧. . . an−2 ∧x
+a1 ∧ a2 ∧ . . . ∧ an−1
(26) Sejam (ei ) a base canônica do R4 e (xi ) sua base dual. Sejam também v1 = (1, 0, 0, 0),
v2 = (1, 1, 0, 0), v3 = (1, 1, 1, 0) e v4 = (1, 1, 1, 1).
4
(27) Considere no R3 a função determinante usual ∆ e, para cada a ∈ R3 , sejam ωa ∈ (R3 )∗
e ϕa ∈ 2 (R3 )∗ definidas nos exercı́cios (3) e (20), respectivamente. Mostre que:
V
(a) ωa ∧ ωb = ϕa∧b .
(b) ωa ∧ ϕb = ha, bi∆.
(28) Mostre que o quadrado da área de um paralelogramo determinado por dois vetores no
R3 é igual à soma do quadrado das áreas dos paralelogramos projetados nos tres planos
coordenados.
5
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Lista 2 – 02/09/2013
(a) iX ◦ iX = 0
(b) iX (ω1 ∧ ω2 ) = iX (ω1 ) ∧ ω2 + (−1)k ω1 ∧ iX (ω2 ) onde ω 1 ∈ E k (Rn )
Note que, em particular temos iX (f ω) = i(f X) ω = f iX ω, onde f ∈ E 0 (Rn )
(6) O laplaciano de uma função f ∈ E 0 (Rn ) é definido por ∆f = div(∇f ). Mostre que
P ∂2f
∆f = .
∂x2i
(7) Mostre que:
1
(b) ∆(f g) = 2h∇f, ∇gi + f ∆g + g∆f
(c) rot(f X) = ∇f ∧ X + f rot(X)
(8) Se F é um campo que tem direção constante, mostre que rot(F ) é ortogonal a F .
(9) Seja S uma superfı́cie fechada orientada pela normal exterior n que limita um sólido
Ω. Se f, g são funções diferenciáveis definidas num aberto que contém Ω, mostre que
valem as Identidades de Green:
RR ∂f RRR
(a) S ∂n dA = Ω 4f dV
RR ∂g RRR
(b) S f
∂n
dA = Ω (f 4g + h∇f, ∇gi) dV
RR ∂g ∂f RRR
(c) S (f − g ) dA = Ω (f 4g − g4f ) dV
∂n ∂n
(10) Mostre que o problema de Dirichlet 4u = f em Ω , u = g em ∂Ω admite no máximo
uma solução.
(14) Seja T : Rn → Rn uma aplicação linear tal que hT (u), T (v)i = λhu, vi onde λ > 0. Se
U é um subconjunto Jordan mensurável do Rn mostre que vol(T (U )) = λn vol(U ).
(15) Seja ω ∈ E 1 (U ) onde U ∈ (Rn ) é um aberto estrelado com repeito a origem. Dizemos
que ω é homogênea de grau r (r natural) se para todo t > 0 tem-se que ωtx = tr ωx
0
(a) Mostre que ωx (x) = rωx .
(b) Use a primitiva do Lema de Poincaré para mostrar que se ω é fechada então
f (x) = ωx (x)/(r + 1) é uma primitiva de ω.
(16) Verifique se as formas abaixo são homogêneas e fechadas. Determine uma primitiva
caso exista.
2
(a) ω1 = yzdx + zxdy + xydz
yzdx + zxdy + xydz
(b) ω2 = p
x2 + y 2 + z 2
(17) Considere as formas
−ydx + xdy
ω=
rα
p
onde α ∈ R e r = x2 + y 2 . Para quais α a forma ω é homogenea e fechada.
(18) As coordenadas esféricas no espaço são dadas pela aplicação c(r, θ, ϕ) = (x, y, z) onde
x = r cos θ sin ϕ
y = r sin θ sin ϕ
z = r cos ϕ
(19) Coordenadas cilı́ndricas no R3 são dadas pela aplicação c(r, θ, z) = (x, y, z) onde
(
x = r cos θ
sendo r > 0 e 0 < θ < 2π
y = r sin θ
3
(f) A expressão em coordenadas cilı́ndricas de uma função diferenciavel f : U → R
onde U ⊂ R3 é aberto é a função f ◦ c. É usual escrever f (r, θ, z) = (f ◦ c)(r, θ, z).
A diferencial de f em coordenadas cilı́ndricas é dada por
∂f ∂f ∂f
df = dr + dθ + dz
∂r ∂θ ∂z
ou
∂f ∂f ∂f
df = dr + dθ + dz
∂er ∂eθ ∂ez
Dê a expressão em coordenadas cilı́ndricas de f e de sua diferencial nos seguintes
casos:
p
i. f (x, y, z) = x2 + y 2 + z
xy + yz + zx
ii. f (x, y, z) = p
x2 + y 2
(g) Encontre as expressões do gradiente de f , do rotacional de f e do divergente de
f em coordenadas cilı́ndricas.
LX : E k (U ) → E k (U )
por
LX = d ◦ iX + iX ◦ d
k
X
LX (ω) = df (X)dxi1 ∧ dxi2 ∧ . . . dxik + f dxi1 ∧ . . . ∧ dX ij ∧ . . . dxik
j=1
4
(b) Se η = adx1 ∧ dx2 ∧ . . . ∧ dxk então
isto é LI é bijetora se e só se a equação a derivadas parciais dfx (x) + kf (x) = a(x)
tem soluçao única.
(c) Comecemos analisando o caso unidimensional (n = 1). Tomando k = 1, temos que
LI : E 1 (R) → E 1 (R) e LI (f (x)dx) = (xf 0 (x) + f (x))dx. Mostre que a equação
Rx
xf 0 (x) + f (x) = a(x) tem como solução xf (x) = 0 a(u)du. Faça a mudança de
R1
variável u = xt e deduza que f (x) = 0 a(xt)dt.
(d) Consideremos agora o caso n-dimensional e k ≥ 1. Na equação dfx (x) + kf (x) =
R1
a(x) substitua x por tx e multiplique por tk−1 . Mostre que f (x) = 0 tk−1 a(tx)dt
é a única solução da equação acima. Conclua que LI é um isomorfismo.
(e) Se K = iI ◦ L−1 k n
I : E (R ) → E
k−1 (Rn ) mostre que d ◦ K + K ◦ d = Id. Desta
(Ic)(s, t) = sc(t)
5
(c) Divida a expressão acima por ∆x e tome o limite com ∆x tendendo a 0 para
concluir que Z 1
ωx (v) − dfx (v) = ηtx (x, tv)dt
0
R1
onde f (x) = 0 ωsx (x)ds. Assim se definirmos ω por
Z 1
ωx (v) = ηtx (x, tv)dt
0
6
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Lista 3 - 24/10/2013
(a) Se ω é uma 1-forma sôbre S, mostre que existe um ponto p ∈ S tal que dωp = 0.
(b) Conclua que η não é exata e portanto H 2 (S) 6= {0}.
(3) Uma ação (ou operação) de um grupo G sôbre uma variedade M é uma aplicação
µ : G × M → M tal que as aplicações µg : M → M definidas por µg (p) = µ(g, p) são
diferenciaveis e verificam as seguintes propriedades:
(a) µg ◦ µh = µgh
(b) µe = I (e identidade do grupo)
i. Mostre que µg−1 = µ−1
g e portanto µg é um difeomorfismo.
ii. Se G está munido da topologia discreta então µ é continua.
(i) é diferenciável e
1
(ii) todo x ∈ M admite uma vizinhança aberta V tal que p−1 (V ) =
S
Ṽi , onde os Ṽi
são abertos dois a dois disjuntos e p : Ṽi → V é um difeomorfismo.
(6) Considere a aplicação e : R → S 1 ⊂ R2 dada por e(θ) = eiθ = (cos θ, sin θ). Se
c : [a, b] → S 1 é suave por partes e θ0 é tal que e(θ0 ) = c(a), mostre que existe uma
única função diferenciável θ : [a, b] → R com as seguintes propriedades:
(a) θ(a) = θ0
(b) c(t) = (cos θ(t), sin θ(t))
(7) (a) Considere uma ação descontinua de G sobre M . Defina a relação de equivalência:
ii. Sendo Φ o atlas de M defina Φ e como a coleção das aplicações ϕ ◦ (π|V )−1
onde ϕ ∈ Φ e Dom(ϕ) = V é uma vizinhança fundamental. Mostre que Φ e
define um atlas sobre M/G.
(b) Prove que M/G é orientável se e só se M é orientável as aplicações µg preservam
a orientação de M .
(c) O grupo Z opera no R2 pela ação n·(x, y) = (x+n, y). Mostre que R2 /Z = S 1 ×R.
(d) O grupo Z opera no R2 pela ação n · (x, y) = (x + n, (−1n )y). Mostre que R2 /Z =
faixa de Moebius infinita.
(e) O grupo Z2 opera no R3 pela ação 1 · p = p, (−1) · p = −p. Note que a isotropia
na origem é todo o grupo e portanto a ação não é descontinua mas a restrição
da ação a R3 − {0} o é. Seja S ⊂ R3 − {0} uma superfı́cie simétrica em relação
2
a origem, isto é invariante pela ação. Então Z2 opera descontinuamente em S e
podemos considerar a superfı́cie S/Z2 . Vejamos alguns casos:
i. Mostre que S 2 /Z2 = P 2 (R).
ii. Se S = {(x, y, z) : x2 + y 2 = 1 , |z| < 1} é o cilindro então S/Z2 é a faixa de
Moebius.
iii. Se S é o toro obtido girando a circunferência (x − 2)2 + z 2 = 1 , y = 0 em
torno do eixo z então S/Z2 é a garrafa de Klein.
(a) Dado um ponto p = (x, y, z) ∈ H, seja (u, v, 0) o ponto onde a reta que passa
por p e pelo ponto (0, 0, −1) encontra o plano xy. Defina a função ϕ por
ϕ(u, v) = (x, y, z). Verifique que o domı́nio de ϕ é o disco unitário aberto e
determine em coordenadas a função ϕ(u, v) = (x, y, z).
(b) Considere o espaço R3 munido da métrica de Lorentz g(u, u) = dx(u)2 + dy(u)2 −
dz(u)2 . Calcule h = ϕ∗ g.
(c) A inversão no circulo de centro O e raio R é a transformação σ que a cada ponto P
−−→
do plano diferente de O associa o ponto Q na semireta OP tal que OP · OQ = R2 .
Determine a expressão de σ num sistema de coordenadas com origem no ponto
O.
(d) Sejam C o cı́rculo x2 + y 2 ≤ 4 e σ a inversão neste cı́rculo. Mostre que a imagem
do cı́rculo x2 + (y − 1)2 ≤ 1 é o semiplano y ≥ 2 e calcule σ ∗ h onde h é a métrica
encontrada no item b transladada para o cı́rculo x2 + (y − 1)2 ≤ 1.
(e) Mostre que a equação de uma circunfêrencia ou de uma reta em coordenadas
complexa é azz + bz + bz + c = 0 onde a, c ∈ R e a inversão σ na circunfêrencia
unitária é dada por σ(z) = z1 . Utilize isto para mostrar que a imagem de uma
circunfêrencia ou uma reta por σ é uma circunfêrencia ou uma reta.
(9) Seja S n (r) a esfera de raio r no Rn+1 , N = (0, 0, . . . , 1) e S = (0, 0, . . . , −1) o polo
norte e o polo sul respectivamente.
3
(10) Generalize para P n (R) a estrutura de variedade dada em coordenadas não homogeneas
análogo ao P 2 (R).
(a) Projete o bordo do cubo I 3 sôbre a esfera S 2 para obter uma triangulação e
conclua que χ(S 2 ) = 2.
(b) Determine uma triangulação do toro T 2 = S 1 × S 1 e calcule χ(T 2 ).
4
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Lista 4 - 08/10/2013
(4) Mostre que as isometrias do R3 são dadas por f (x) = A(x) + b onde A ∈ O(3) e b ∈ R3 .
(5) Mostre que as isometrias do R2 são dadas por f (x) = A(x) + b onde A ∈ O(2) e b ∈ R2 .
(6) Mostre que as isometrias da esfera S 2 (R) são obtidas restringindo as isometrias
A ∈ O(3) do R3 à esfera S 2 (R).
1
(7) Seja D2 o disco de Poincaré com a métrica
4
g= (dx2 + dy 2 ).
(1 − x2 − y 2 )2
4
g= (dzdz̄).
(1 − z z̄)2
(b) Mostre que a inversão na circunferência com centro no ponto (a, 0) ortogonal ao
az̄ − 1
bordo do cı́rculo D2 é dada por σ(z) = . Mostre também que σ é uma
z̄ − a
isometria do disco. (Note que |a| > 1).
(c) Substituindo a por 1/a, uma inversão numa circunferência com centro no eixo x
z̄ − a
é dada por σa (z) = onde |a| < 1. Observe que para a = 0 temos a reflexão
az̄ − 1
no eixo y. (1/a = ∞). Mostre que
z+c
σb ◦ σa =
cz + 1
b−a
onde c = .
1 − ab
z+c z+e a+b
(d) Defina τc (z) = para |c| < 1. Mostre que τc ◦ τd = onde e = .
cz + 1 ez + 1 1 + ab
(e) Defina no intervalo I = ] − 1, 1[ a operação
a+b
a∗b= .
1 + ab
z+c
f (z) = eiθ
cz + 1
onde θ ∈ R e c ∈ D2 .
2
(8) Mostre que o grupo de isometrias do hiperboloide H é o subgrupo G ⊂ O(2, 1) que
fixa H 2 .
3
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Lista 5 - 05/11/2013
(1) (a) Ortonormalize os campos coordenados esféricos para obter um referencial móvel
no aberto U = {(θ, ϕ, r) : θ ∈ R, ϕ ∈ ]0, π[, r > 0} e, a seguir, determine o
referencial dual e as formas de conexão.
(b) Restrinja o referencial esférico à esfera S 2 (r) para obter um referencial móvel
sobre ela. Escreva, neste referencial, a métrica e a segunda forma fundamental e
calcule as curvaturas principais, média e gaussiana.
(2) Mostre que um referencial móvel definido num aberto de uma superfı́cie S ⊂ R3 pode
ser estendido localmente para um referencial do R3 .
(3) Se g1 e g2 são métricas sobre uma superfı́cie S, mostre que ag1 + bg2 onde a, b > 0
também é uma métrica sobre S.
(4) Seja f (θ, ϕ) = (eiθ , eiϕ ) parametrizando o toro T 2 ⊂ R4 . Mostre que a métrica induzida
é dada por g = dθ2 + dϕ2 e calcule sua curvatura.
(6) Seja ∆ o elemento de área de uma superficie S orientada. Para cada u ∈ T S seja J(u)
o único vetor tal que
hJu, vi = ∆(u, v)
(a) Mostre que: Ju = 0 então u = 0, Ju ⊥ u, hJu, Jvi = hu, vi, hJu, vi = −hu, Jvi
e J 2 = −I. No plano J nada mais é a multiplicação por i. Na esfera J induz a
estrutura complexa da esfera de Riemann.
(b) Lembrando que ωX (u) = hX, ui e ηX (u) = ∆(X, u) mostre que: ηX = ωJX ,
ωX ∧ ωY = hJX, Y i∆, , ωX ∧ ηY = hX, Y i∆, ηX ∧ ηY = hJX, Y i∆.
g = du2 + u2 dv 2
1
Mostre que K = 0 e determine coordenadas (x, y) tal que g = dx2 +dy 2 . Voce consegue
identificar esta situação com uma mudança de coordenadas conhecida?
df1
= kg f2 + kn f3
ds
df2
= −kg f1 + τg f3
ds
df3
= −kn f1 − τg f2
ds
δc0
Conclua que = kg f2 = kg · J(c0 ) e, portanto, c é uma geodésica se e só se
ds
kg = 0.
(c) Fixe um referencial móvel (e1 , e2 , e3 ) onde e3 = f3 e seja ϕ a função angular tal
dϕ
que c0 = f1 = cos ϕe1 + sin ϕe2 . Mostre que kg = ds − ω(c0 ) onde ω é a forma de
conexão associada ao referencial móvel.
dci
(d) Escolha ci uma curva integral de ei (isto é, tal que ds (s) = ei (c(s)) para i = 1, 2)
e seja kgi a curvatura geodésica de ci . Mostre que:
dϕ
kg = + cos ϕkg1 + sin ϕkg2 (fórmula de Liouville)
ds
(9) Seja M uma superfı́cie riemanniana e G um grupo de isometrias de M operando
descontinuamente em M . Considere a métrica em S = M/G tal que a projeção
π : M → S = M/G seja uma isometria local. Mostre que se c : I → M é uma
geodésica então γ = π ◦ c é uma geodésica de S.
(10) Mostre que as geodésicas da esfera são os grandes cı́rculos e descreva as geodésicas do
plano projetivo P2 (R).
2
(11) Seja f uma isometria de uma superfı́cie S e p ∈ S. Se f (p) = p e dfp = Id use o fato
que f leva geodésicas em geodésicas para mostrar que f = Id.
(12) Seja S uma superfı́cie riemanniana que admite um sistema de coordenadas (x, y) tal
que a métrica é dada por
g = Edx2 + Gdy 2
√ ! √ !
1 ( G)x ( E)y
K=− √ + √
EG E G
x y
(13) Sejam S uma superfı́cie riemanniana orientada e Φ o seu atlas. Seja Φω o sub-atlas
formado das cartas ϕ(p) = (x(p), y(p)) tais que a métrica exprime-se na forma
(15) Seja S uma superfı́cie riemanniana compacta, conexa e orientável. Mostre que:
(16) Seja S uma superfı́cie riemanniana orientada com curvatura K ≤ 0. Mostre que duas
geodésicas c1 e c2 que partem de um ponto p ∈ S não podem se encontrar num outro
ponto q de S de forma que elas limitem uma região cujo bordo é constituı́do por elas.
3
que P é um polı́gono geodésico se seu bordo é constituı́do por segmentos de geodésicas.
Mostre que se α1 , α2 , . . . , αn são os ângulos internos do polı́gono, então
X Z
αi = (n − 2)π + KdA
P
(18) Seja S uma superfı́cie orientada, conexa e compacta. Se existe sobre S um campo de
vetores que nunca se anula, então χ(S) = 0.
(19) Mostre que as geodésicas do disco de Poincaré (veja lista anterior) são dadas pelos
arcos das circunferências ortogonais ao bordo, os quais estão no interior do disco.
(20) Se T é um triângulo geodésico no disco de Poincaré, então A(T ) = π − Σαi onde A(T )
é a área e αi são os ângulos internos do triângulo.
4
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Prova 1 – 17/09/2013
g = λ2 (du2 + dv 2 ).
x = sen ϕ cos θ
y = sen ϕ sen θ
z = cos ϕ
x = cos θ
y = sen θ
z = z
3. Mostre que:
1
MAT0336 - Geometria Diferencial II
Prova 2 - 23/10/2012
(1) Se ω é uma forma exata e η é uma forma fechada ambas sobre uma variedade M ,
mostre que ω ∧ η é exata.
R
(2) Calcule cω onde
xdy ∧ dz + ydz ∧ dx + zdx ∧ dy
ω=
x+y+z
e c(s, t) = (s(1 − t), 1 − s, st) definida no retângulo 0 ≤ s, t ≤ 1.
(a) Se ω é uma 1-forma sobre S, mostre que existe um ponto p ∈ S tal que dωp = 0.
(b) Conclua que η não é exata e portanto H 2 (S) 6= {0}.
(c) Dê um exemplo para mostrar que a compacidade é essencial.
4
g= (dx2 + dy 2 ).
(1 − x2 − y 2 )2
(a) Mostre que se M/G está orientada por uma n-forma ω, então ω̃ = π ∗ (ω) determina
uma orientação em M e (µg )∗ (ω̃) = ω̃ onde µg (x) = gx.
(b) Mostre que o plano projetivo P 2 (R) e a faixa de Moebius não são orientáveis.
(3) Se S uma superfı́cie compacta orientável que admite um campo de vetores globalmente
definido que nunca se anula, então χ(S) = 0.
(4) Seja r(x) > 0 uma função diferenciável definida no intervalo ]a, b[. Considere a métrica
g = dx2 + (r(x)dy)2
(1) Mostre que não existe uma superfı́cie S ⊂ R3 homeomorfa ao toro T 2 que tenha
curvatura gaussiana K ≥ 0.
∂2f ∂2f
1
4f = 2 + .
λ ∂x2 ∂y 2
(3) (Superfı́cies de Liouville) Seja S uma superfı́cie que admite coordenadas locais tal que
a métrica tenha a seguinte expressão:
g = (a(x) + b(y))(dx2 + dy 2 )
(4) Sejam X e Y campos unitários ao longo de uma curva c : [a, b] → S e seja α : [a, b] → R
o ângulo orientado de X a Y . Mostre que
δY δX dα
− = .
dt dt dt