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RESUMO
A presente pesquisa tem por objetivo verificar como a escola de ensino fundamental
tem organizado seu espaço escolar para atender as crianças de 6 anos, como
também, compreender de que forma esse espaço contribuí com o processo de ensino
e aprendizagem. Para atingir o proposto foi realizada uma pesquisa qualitativa. Os
instrumentos utilizados para levantar dados foram à observação do espaço escolar e o
Diário de Campo. A pesquisa teve como campo, uma sala de aula pública do 1º ano
do Ensino Fundamental pertencente ao município de Londrina. Como conclusão foi
construída um “Projeto sala de aula Sketchup” para o 1º ano do Ensino Fundamental,
como uma das possiblidades de resignificar os espaços educativos, a fim de possam
acolherem e integrar o seu mais novo aluno.
INTRODUÇÃO
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adequado para atender as crianças de seis anos? Como as escolas do ensino
fundamental tem organizado seu espaço físico para atender as crianças de
seis anos? A adequação ou não do espaço físico escolar contribui ou
atrapalha o processo de ensino e aprendizagem?
Na tentativa de buscar respostas para estas perguntas o
presente trabalho tem por objetivo “verificar como a escola de ensino
fundamental tem organizado seu espaço escolar para atender as crianças de 6
anos, como também, compreender de que forma esse espaço contribuí com o
processo de ensino e aprendizagem”.
Para cumprir com o objetivo proposto alguns caminhos foram
necessários tais como: Buscar referencia teórica que fundamente a discussão
sobre a organização do espaço no primeiro ano do ensino fundamental de
nove anos; Observar uma sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental
municipal do Município de Londrina; A funcionalidade desse espaço na
promoção do processo ensino aprendizagem; Propor sugestões para a
organização do espaço que visam atenda a adequadamente a criança do
primeiro ano ensino fundamentais.
Vale dizer que o interesse por esta temática surgiu a partir
da integração de conhecimentos adquiridas na graduação em Design de
Interiores e na graduação em Pedagogia, ao perceber que Design de
Interiores e Educação podem juntas contribuir com a formação de cidadãos.
Durante os estágios desenvolvidos nos espaços escolares
sempre observei atentamente a maneira como as escolas se organizavam e a
pobreza com que utilizavam os materiais decorativos. Assim, pude refletir e
pensar no quanto as crianças do primeiro ano do ensino fundamental estava
perdendo na interação com a linguagem de imagem, com a troca de
experiências sensoriais sociais e como a escola utilizava inadequadamente
esses espaços, principalmente quando não reconhecem o sentido e o
significado da organização dos espaços educativos para o processo de ensino
e aprendizagem. Diante de tudo isso é que fui instigada a escrever sobre o
assunto.
Acredito que este trabalho traga um alerta a todos os
professores que trabalham com as crianças de seis anos matriculadas no
primeiro ano do Ensino Fundamental, uma vez que, problematiza o espaço da
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sala de aula, como um espaço organizado para a acessibilidade do saber e do
conhecer curioso da criança, rico em possibilidades autônomas para a escolha
e o manuseio de materiais diversos que, proporciona maior interação da
criança com a sua cultura e amplia as interações sociais entre as crianças e
entre elas e os adultos. Tudo isso com o objetivo de favorecer o processo de
ensino e aprendizagem construído e organizado no espaço da sala de aula.
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fisicamente para acolher a criança e integrá-la a este ambiente que também é
seu, dando a mesma o sentimento de pertencimento. Assim, o que
normalmente acontece é que os alunos são apresentados a uma estrutura
física escolar de padrão nacional, a qual se espera que todas as crianças se
adaptem, sem levar em consideração as suas individualidades.
Por outro lado, na tentativa de ressignificar esta prática
Galardini e Giovannini (2002) defende a ideia de que os espaços escolares são
grandes parceiros no processo de ensino e aprendizagem, ao afirmarem que,
[...] A qualidade e a organização do espaço e do tempo dentro
do cenário educacional podem estimular a investigação,
incentivar o desenvolvimento das capacidades de cada criança,
ajudar a manter a concentração, fazê-la sentir-se parte
integrante do ambiente e dar-lhe uma sensação de bem-estar
(p. 118).
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principalmente um processo particular de construção de novos conhecimentos.
Para tanto é necessário que “experiências que estimulem à criatividade, a
experimentação, a imaginação, e desenvolvam as distintas linguagens
expressivas e possibilitem a interação com outras pessoas” (BARBOSA;
HORN, 2001, p. 68).
No entanto, mais complexa se torna a discussão sobre a
organização do espaço físico escolar, quando voltamos nosso olhar para o
Ensino Fundamental, principalmente aquele relacionado ao 1º ano, cujos
alunos possuem apenas seis anos de idade, pois, entendemos que o espaço
que se destina ao ensino fundamental deva ser preparado e pensado para as
crianças de seis a dez anos respeitando as suas especificidades.
Mas, infelizmente, as escolas brasileiras do Ensino
Fundamental são organizadas fisicamente para crianças que não crescem,
pois, o tamanho da carteira das crianças com seis anos é o mesmo para as
crianças de dez anos que já são pré-adolescentes. São organizadas para
crianças consideradas adulto em miniatura, por que a sua estrutura física
desconsidera a presença do Parque, e os Jogos e as Brincadeiras tem seu
tempo cada vez mais reduzido ou quase nulo.
A importância do mobiliário e suas influências na aprendizagem
quando se pensa em espaço e como o utiliza-lo e de como esse espaço se dá,
primeiro por que esse espaço gera autonomia na criança, elas têm que saber
onde procurar os materiais que necessita e saber onde eles estão dispostos, e
assim poder otimizar o tempo das atividades, o tempo tem que ser gasto com
atividades e diversão.
Esse espaço também tem que ser organizado de acordo com a
identidade de grupo de alunos, assim quando se entra em uma sala, e a partir
das coisas e materiais que estão expostos, pode se identificar o que o grupo
esta aprendendo, e com essa exposição as crianças podem expor suas
criações e assim valorizam suas próprias produções e também as dos colegas
o que influencia muito no processo aprendizagem das crianças
A delimitação do espaço da sala de aula por áreas ou cantos
permite a desconcentração da figura do adulto e uma maior autonomia por
parte das crianças. O espaço e o tempo são elementos pedagógicos
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importantes que precisam ser pensados e organizados para a participação
ativa das crianças.
Como afirma Ana Lúcia Goulart
[...] Um espaço e o modo como é organizado resulta sempre
das idéias, das opções, dos saberes das pessoas que nele
habitam. Portanto, o espaço de um serviço voltado para as
crianças traduz a cultura da infância, a imagem da crianças,
dos adultos que a organizaram; é uma poderosa mensagem do
projeto educativo concebido para aquele grupo de crianças.
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Antes de projetas um ambiente ou um espaço, trago esse
discussão para caracterizar e definir o conceito de espaço e ambiente.
Pensar o espaço é, portanto, compreender as questões físico-
materiais como os elementos de cor, texturas, piso, altura de janelas, altura das
maçanetas das portas, os móveis, a louça do banheiro (torneira, cuba, vaso
sanitário, porta toalhas, entre outros), a dimensão métrica das salas,
corredores, refeitórios, banheiros, hall de entrada; a interligação entre estes
espaços; o desenho arquitetônico e suas formas.
Essas dimensões estão implicadas, segundo os autores, no
trabalho pedagógico dos professores e na aprendizagem e no desenvolvimento
das crianças.
[...] O espaço acaba tornando-se uma condição básica para
poder levar adiante muitos dos outros aspectos-chave. As
aulas convencionais com espaços indiferenciados são cenários
empobrecidos e tornam impossível (ou dificultam seriamente)
uma dinâmica de trabalho baseada na autonomia e na atenção
individual de cada criança (ZABALZA, 1998, p. 50).
CAMINHO METODOLÓGICO
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uma Escola Municipal localizada na zona Oeste de Londrina, Paraná.
Participaram desta pesquisa 25 alunos, com idade cronológica de seis anos e
uma Professora. Após a análise dos dados coletados fizemos uma discussão
que será apresentada a seguir.
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para abrir novas salas de aula foi desativada e seus armários foram
distribuídos entre as salas já existentes.
Se olharmos mais atentamente é possível verificar que junto a
este amontoado de armários, existem também prateleiras que diminuem ainda
mais o espaço da sala e consequentemente ocupam as paredes, deixando
praticamente nula a possibilidade de serem usadas as paredes para a
exposição dos trabalhos dos alunos.
Sabemos que todo espaço escolar organizado para as crianças
deve propor desafios cognitivos, sociais, emocionais e motores que farão o
aluno a avançar no seu processo de humanização, uma vez que, este espaço
contenha objetos que relatem a sua cultura, o seu meio social, a sua identidade
e suas aprendizagens. Assim, toda sala de aula precisa ter visivelmente
marcas da identidade de seus alunos, expressas em diferentes produções
expostas nas paredes que indicam quem são eles; o que estão aprendendo;
além destas exposições valorizarem as produções dos alunos, os ensina a
respeitar uns aos outros em diferentes formas de aprender.
Horn (2004, p. 28):
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abertos e acessíveis as crianças, para que elas possam lá permanecer e
utiliza-los.”
No projeto as paredes estão livres para que a professora
possa expor as produções dos alunos, o que antes com as paredes cheias de
armários não ocorria.
Segundo Ceppi e Zini(2013 p51) “O espaço deve ser
organizado de maneira eficiente para arquivamentos da documentação dos
trabalhos e projetos realizados pelas crianças.”
Foto – 03: Sala de Aula
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crianças tinham uma necessidade enorme de escrever na lousa, de interagir
com o que a professora escrevia, e de ter a percepção de que a lousa não era
restrita apenas a professora. Mas, uma das impossibilidades era o fato de não
alcançarem, então no projeto busquei colocar um quadro que ocupasse
praticamente toda a parede tanto de largura quanto de altura, o que torna mais
acessível aos alunos, e o alfabeto em cima da lousa é grande e pode ser
visualizado tranquilamente e sem dificuldade, e as crianças terão uma copia
desse alfabeto para que ele possa ser manuseado.
Sobre este aspecto Ceppi e Zini(2013 p46) dizem que “O
ambiente escolar deve er passível de receber manipulações e transformações
tanto de adultos como de crianças, e deve estar aberto para diferentes usos.”
Foto – 05: Sala de Aula
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Deste modo Cippi e Zini(2013 p61) afirmam que ”A quantidade
de luz natural é uma das características mais importantes da iluminação de
interiores. Concordando com o autor é que sugerimos a persiana nas janelas,
uma vez que elas não tiraram a iluminação natural da sala, e esta iluminação
fez com a crianças pudessem ter a percepção de tempo. Ceppi e Zini(2013
p61)” É importante que as crianças sintam se em harmonia com o ambiente do
lado de fora da escola e que elas estejam cientes das mudanças que ocorrem.”
Foto-07:projeto sala de aula Sketchup.
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alternativa barata e que da muito certo, pois todas DVD, livros e jogos podem
ser organizados de maneira que as crianças tenham acesso.
No canto esquerdo uma fita métrica gigante instiga as crianças a
quer saber quanto elas cresceram, o que possibilita a interação com a
matemática de uma maneira divertida, e do lado uma pequena biblioteca, onde
a professora poderá colocar em destaque os livros novos ou mais lidos, e em
baixo organizar o restante.
Uma bancada azul, entre a mini biblioteca e a televisão foi
projetada para que as crianças pudessem ter essa sensação de mudança de
ambiente, e que também possibilita um lugar para os jogos ou ate mesmo para
a leitura de um livro. Segundo Ceppi e Zini(2013 p46)”Transformabilidade a
curto prazo pode ser obtida através de divisórias, mobília, painéis”.
O ambiente possibilita inúmeras sensações, como na área
projetada para a televisão, um tapete e milhares de travesseiros bem macio,
em forma de nuvem para a criança poder deitar e se sentir confortável, a
prateira de caixa de frutas, deixa os DVDs e jogos acessíveis às crianças.
E as cores usadas sem exageros, assim as paredes ficaram
na cor branca para deixar o ambiente mais claro, iluminado, e as cores ficaram
no mobiliário para assim compor um ambiente mais agradável e apropriado
para as crianças.
Segundo Ceppi e Zini(2013 p)” O cenário cromático deve ser
rico, envolvendo todas as variantes de identidade das cores sem, contudo criar
um efeito “cacofônico”;em vez disso um resultado equilibrado, que crie
harmonia.”
Considerações Finais
Concluo essa pesquisa, respondendo algumas inquietações
que trouxe no inicio nesse trabalho, e fica assim a certeza de que ainda se tem
muito a ser pesquisado sobre esse assunto.
O espaço físico da escola do ensino fundamental hoje, não é adequado para as
crianças de seis anos, essa preocupação de adequar o ambiente para a
criança que acabou de sair da educação infantil, ficou como um segundo plano
nas escolas ou ate mesmo nunca existiu.
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Na maioria das escolas o espaço da sala de aula é usado por
crianças de idades diferentes em turnos diferentes, o que faz com que as salas
acabem não tendo a possibilidade de variação no mobiliário, e também faz com
as salas tenham um grande acumulo matérias e mobília desnecessária.
E por fim, a escola deve garantir a qualidade de
ensino para os alunos, oportunizando um bom espaço, que possa promover a
autonomia à criatividade e que desperte os sentidos para diferentes linguagens
nos anos inicias.
REFERÊNCIAS
ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia. A Educação Infantil e o Ensino
Fundamental de Nove anos. In: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia
(Orgs.). Quem tem medo de ensinar na educação infantil? Em defesa do ato
de ensinar. Campinas, SP: Alínea, 2007. p. 37-50.
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MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São
Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
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