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Lógica de Primeira Ordem

GERLON TAVARES ARAÚJO


KAIRO HÚDSON ALVARENGA TAVARES
LUÍSA SANTOS DE CARVALHO
NATTAN DA SILVA LOBATO

UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ


Sistemas de informação (SI2018) – Trabalho de Graduação
27/08/2018

RESUMO

Este trabalho aborda brevemente os conceitos básicos de Lógica Proposicional


e de Primeira Ordem, destacando suas principais características objetivando
expor suas primordiais diferenças através de citações e exemplos individuais.

Palavras-chave: Lógica; Características; Diferenças.

1 INTRODUÇÃO
O presente artigo objetivou-se em apresentar desde a Lógica
Proposicional, onde era permitido trabalhar somente com uma classe
considerada restrita a argumentos, como também, não era possível obter a
representação entre duas entidades, até a mesma passar para a Lógica de
Primeira Ordem, cuja sua linguagem considera o interior das proposições,
trazendo a existência de variáveis, funções, constantes e relações em sua
estrutura, deixando de ser um todo.
Foi exposto também, a linguagem proposicional, representando
proposições simples usando um alfabeto composto por conjunto de símbolos
como por exemplo os operadores lógicos: ˄, ˅, ¬, →. Através da tabela-verdade
mencionou-se a semântica atribuindo seus símbolos proposicionais e sua
tautologia, contradição e fórmulas equivalentes. Diferenças entre a lógica de
proposicional e de primeira ordem foram enfatizadas, através de citações e
tabela comparativa, assim como foram expressos sistemas dedutivos e método
axiomático por meio de figuras explicativas. Explicou-se o método tableaux em
citações que remetem a formaliza-lo como um extensão para lógica de primeira
ordem. Dessa forma, sua semântica foi introduzida com exemplos interpretando
os tipos de variáveis e predicados, assim, sintetizando como a lógica de primeira
ordem é bastante expressiva e menos complexa no conhecimento comum.
2 LINGUAGEM DA LÓGICA PROPOSICIONAL
“A linguagem proposicional é uma linguagem formal cujo objetivo é
representar trechos de um discurso de forma precisa e sem ambiguidade”.
(Benevides, 2015, p. 6). Para formar proposições com maior grau de
complexidade, baseado em proposições relativamente simples, serão utilizados
os seguintes operadores:

Tabela 1 - Operadores.

Fonte: Benevides (2015, p. 6)

Consoante Benevides (2015, p. 7), um alfabeto proposicional é constituído por


três conjuntos de símbolos:

• Conectivos (operadores lógicos): ˄, ˅, ¬, →;

• Símbolos auxiliares (e);

• Símbolos proposicionais: letras maiúsculas (A, B, ..., Z);

Outrossim, para ele, o conceito de fórmula bem formada em lógica proposicional


é definido pelas subsequentes condições:

• Qualquer símbolo proposicional é uma fórmula;

• Se α e β são fórmulas, então (α ˄ β), (α ˅ β), ¬ α, (α→β) também o são;

Exemplos de fórmulas bem formadas:

((A → B (B→ ¬A)) → (A ˅ B))

(A → (B ˄ C))

2.1 SEMÂNTICA DA LÓGICA PROPOSICIONAL


“A semântica da lógica proposicional consiste em atribuir significados às
fórmulas da linguagem”. (Benevides, 2015, p. 9), isto é feito através da atribuição
de valor verdade (V- verdadeiro, F- falso). O valor verdade de uma fórmula deriva
exclusivamente dos valores verdade atribuídos aos seus símbolos
proposicionais.

Tabela- Verdade:
Tabela 2- Conjunção Tabela 3- Disjunção Tabela 4- Negação Tabela
5- Implicação

Fonte: Benevides (2015, p. 10)

2.2 TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO, FÓRMULAS EQUIVALENTES


Tautologias são fórmulas nas quais todas as linhas da tabela verdade
serão verdadeiras, independente dos valores atribuídos aos seus símbolos
proposicionais. Contradições são fórmulas nas quais todas as linhas da Tabela
Verdade serão falsas, independentemente do valor atribuído aos seus símbolos
proposicionais. Fórmulas equivalentes são aquelas nas quais a Tabela Verdade
coincide de linha a linha.

Tabela 6- Tautologia Tabela 7- Contradição

Tabela 8- Equivalentes
Fonte: Benevides (2015, p, 16)

3 A LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM OU DE PREDICADOS


Lógica de primeira ordem (LPO), expressamente conhecida também
como cálculo de predicados de primeira ordem (CPPO), é um sistema
considerado lógico e filosófico de raciocínio, onde usa uma linguagem
representativa forte que faz diferenciar-se da lógica proposicional. Ela formaliza
grande parte da matemática e é capaz de representar na forma mais simples o
conhecimento comum.
De acordo com Russell e Norvig (2004), conforme citado por Tasinaffo
(2008): “A linguagem da lógica de primeira ordem é elaborada em torno de
objetos e relações”. Assim, afirmam os autores sobre a elaboração da linguagem
de primeira ordem utilizando meios mais satisfatórios e tornando ela uma lógica
menos complexa que a proposicional. Segundo Tasinaffo (2008):

“A principal diferença entre lógica proposicional e a lógica de primeira


ordem reside no compromisso ontológico (o que elas pressupõem
sobre a natureza da realidade) feito por cada linguagem. Na lógica
proposicional pressupõe-se que existem fatos que são válidos ou não
válidos no mundo. A lógica de primeira ordem considera que o mundo
consiste em objetos com certas relações entre eles que são ou não
válidas. Por outro lado, o compromisso epistemológico reflete os
estados possíveis de conhecimento que ela permite a respeito de cada
fato.” (TASINAFFO, 2008)

O exposto do autor diz respeito as linguagens que cada tipo de lógica


usa e sua diferença, em que uma tem seus fatos e outra objetos com relações
entre si, obtendo resultados válidos ou não.

Tabela 8 – Diferenças relevantes entre proposições e predicados.

Fonte: Tasinaffo (2008)


A tabela faz um resumo comparativo utilizando para isso a linguagem,
compromisso ontológico e compromisso epistemológico das proposições e
predicados.
3.1 LINGUAGEM DA LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM
A linguagem de primeira ordem trabalha utilizando o alfabeto somado as
regras gramaticais. O seu alfabeto é composto por símbolos lógicos como afirma
Benevides (2015, p. 62):

Conectivos lógicos: ∧, ∨, →, ↔, ¬, ∀, ∃; 2. Símbolos auxiliares: (


e ); 3. Conjunto enumerável de variáveis: V = {v1, v2, ...}; 4.
Conjunto enumerável de constantes: C = {c1, c2...}; 5. Conjunto
enumerável de símbolos de função: F = {f1, f2, ...}; 6. Conjunto
enumerável de símbolos predicativos (Predicados): P = {P1, P2,
...}. A cada símbolo predicativo está associado um número inteiro
n > 0, chamado aridade. (BENEVIDES, 2015, p. 62)

3.2 SISTEMAS DEDUTIVOS


Os sistemas dedutivos na lógica de primeira ordem são compostos por
uma variável “x” que está livre em uma fórmula “α” em se somente se, como
mostra a figura 1:

Figura 1 – condição de x em uma fórmula α.

Fonte: Benevides (2015, p. 67)

3.3 MÉTODO AXIOMÁTICO


No método axiomático os seus conectivos ∧, ∨, →, ¬ podem ser
definidos pelos mesmos axiomas da Lógica Proposicional. As figuras 4, 5, 6, 7 e
8 expressam os tipos de Axiomas Lógicos:

Figura 4 – Implicação. Figura 5 – Conjunção.


Figura 6 – Disjunção. Figura 7 – Negação.

Figura 8 - Quantificador Universal.

Fonte: Benevides (2015, p. 74-75)

4 TABLEAUX
O termo tableaux analíticos foi introduzido por Raymond M. Smullyan em
1968. Encontramos em Fitting (1999, p. 7) um histórico detalhado sobre o
surgimento desse método, no qual o sistema de tableaux de Smullyan é
apontado como uma variante dos tableaux semânticos de Zbigniew Lis (1960),
que por sua vez desenvolve os trabalhos de E. W. Beth (1959).
Segundo Carbonera (2002): “O sistema tableaux semânticos está
associado operam implicitamente pautados pela normalização de uma fórmula
lógica na forma de uma disjunção de cláusulas conjuntivas”. Onde, sendo uma
fórmula lógica f, f=FND ↔ f= uma disjunção de uma ou mais conjunções de um
ou mais literais. Mas isto não significa que fórmulas não normalizadas não
possam ser provadas pelos sistemas tableaux. As fórmulas são convertidas
implicitamente a FND utilizando equivalências lógicas (como as leis de De
Morgan).
Segundo Carbonera (2002): “O sistema de tableaux para lógica de
primeira ordem pode ser compreendido como uma extensão do
sistema para lógica proposicional”.
Esta extensão, necessária para tratar as quantificações, se apresenta na forma
de duas novas regras de expansão. Para lidar com a lógica de primeira ordem,
existem duas abordagens de tableaux: sem unificação e com unificação.
Na lógica de primeira ordem não usamos nome para os objetos e sim
variáveis que irão identificar as pessoas ou objetos que estaremos
mencionando na frase, por isso ela não é adequada para representar objetos.
Essa inadequação é exposta pela afirmação de Ruuz (2003):

A linguagem da lógica proposicional não é adequada para representar


relações entre objetos. Por exemplo, se fôssemos usar uma linguagem
proposicional para representar "João é pai de Maria e José é pai de
João" usaríamos duas letras sentenciais diferentes para expressar
ideias semelhantes (por exemplo, P para simbolizar "João é pai de
Maria " e Q para simbolizar "José é pai de João”) e não estaríamos
captando com esta representação o fato de que as duas frases falam
sobre a mesma relação de parentesco entre João e Maria e entre José
e João. (RUUZ, 2003)

5 SEMÂNTICA
Segundo Benevides (2015), a semântica da lógica de primeira ordem
tem como objetivo atribuir significados às fórmulas da linguagem e uma fórmula
só tem significado quando uma interpretação é dada a seus símbolos não
lógicos, ou seja, pode-se dizer que a fórmula é Verdadeira ou Falsa apenas após
interpretarmos esses símbolos.
Para realizarmos essa interpretação, primeiro precisamos saber qual o
universo em que as variáveis estão quantificando (números inteiros, números
reais, pessoas, etc.), depois, precisamos interpretar os predicados, funções e
constantes. Exemplifica Benevides (2015):

Exemplo: ∀x(Q(x) → P(x))

 Universo: pessoas
 Predicados: Q: é funcionário da UFRJ. P: é funcionário público.

Interpretação A:

U = {João, José, Pedro}


Q = {<João>, <José>}
P = {<João>, <José>, <Pedro>}

Interpretação B:

U= {João, José, Pedro}


Q = {<João>, <José>}
P = {<José>, <Pedro>}

Nos 2 exemplos de interpretações, a fórmula é verdadeira na interpretação A e


falsa na interpretação B.

6 CONCLUSÃO

A conclusão deve apresentar o posicionamento sintetizado da


argumentação desenvolvida no corpo do trabalho. Apresenta-se uma análise
sobre o trabalho desenvolvido, informando resultados e reflexões sobre o
Estágio, área de concentração. Também poderá ser relatada uma opinião
pessoal sobre a experiência que acaba de realizar, apresentando
recomendações e sugestões referentes ao aperfeiçoamento de futuros
trabalhos.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES, Mário. Apostila de Lógica. 2015, 110 p. Universidade Federal do


Rio de Janeiro - UFRJ, 2015.

TASINAFFO, Paulo. UM BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DA


LÓGICA MATEMÁTICA E O SURGIMENTO DA TEORIA DA COMPUTAÇÃO,
2008. Anais do 14º Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA –
XIV ENCITA / 2008 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos,
SP, Brasil, Outubro, 20 a 23, 2008.

NORVIG, Peter; RUSSELL. Inteligência artificial: Tradução da 3ª Edição,


2014, 1056 p. Elsevier Brasil, 2014. Disponível em
<https://books.google.com.br/books?id=BsNeAwAAQBAJ&hl=ptBR&source=gb
s_navlinks_s> Acesso em: 22 de agosto de 2018.

SMULLYAN, Raymond. Lógica de primeira ordem, 2009, 208 p. Editora Unesp,


2009. Disponível em
<http://editoraunesp.com.br/catalogo/9788571395206,logica-de-primeira-
ordem> Acesso em: 23 de agosto de 2018.

GOLZIO, Ana. FORMALIZANDO A NOÇÃO DE 'POUCOS' VIA TABLEAUX,


2012, p. 149-160. São Paulo: Centro de Estudos de Pragmatismo, Programa de
Estudos Pós-Graduados em Filosofia Pontifícia, Universidade Católica de São
Paulo, Vol. 9, nº. 2, julho-dezembro, 2012. Disponível em
<https://www.researchgate.net/publication/271212159_Formalizando_a_nocao
_de_'poucos'_via_tableaux> Acesso em: 23 de agosto de 2018.

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