Professional Documents
Culture Documents
1 – INSTRUÇÃO E TRABALHO
“(...)Ou, em suma, se não se pode falar de uma pedagogia marxiana, será que
não se pode, pelo memos, falar de umma dimensão” p. 38.
“No parágrafo 18 dos seus Princípios (cf. Marx; Engels, 1948c, p.276-80)2, Engels,
após ter afirmado, em resposta a uma indagação sobre o provável desenvolvimento
1
Ver nota de roda pé nº 2, p... 199.
2
Ver nota de roda pé nº 3 p. 199.
da revolução comunista, que o pirimeiro passo seria a instauração de uma
constituição democrática, imediatas destinadas diretamente a atacar a propriedade
privada a garantir a existência do propriedade privada e a garantir a existência do
pproletariado, relaciona, como a oitava dessas medidas, a seguinte:
(...) É claro que, aqui, estão indicados dois momentos do processo educativo: o
que se inicia logo qua as crianças podem prescindir dos cuidados maternos e, em
seguida, aquele que está associado ao trabalho. (p. 40).
“Esta ‘grande idéia fundamental’ – como dirá Lênin – da união com o ensino do
trablho produtivo, já parte integrande de um ensino comunista, posto em destaque
desde o deflagrar da revolução (que, se não facilitou a difusão do Manifesto, acabou
por fazer do espectro comunista uma vitalíssima realidade do mundo moderno), seria,,
desde então, um ponto definitivo da pedagogia marxista.” (p.47).
“(...) Assim, su discurso atinge, pela primeira vez, uma autêntica e pessoal
definição do conteúdo pedagógico do ensino socialista:
“(...) quando Marx, numa outra famosa página de O Capital, defende a hipótese
de um ‘reino da liberdade’ e, portanto, do livre desenvolvimeto cultura e espiritual dos
indivíduos fora do trabalho, ele tenha se ‘esquecido’ do seu conceito originário da
liberdade inserida no trabalho e tenha cometido um crime de ‘lesa-filosofia e de leso-
socialismo.” (p. 53).
2 – O QUE É O TRABALHO?
Abolir o trabalho, isto é, a atividade humana como tem sido até hoje. (p. 63).
“Com intensão polemica, mas também – cremos – com verdade, temos, desde
o início, destacado o carater negativo do trabalho. Mas, como já vimos, justamente
porque é a forma histórica da atividade humana, o trabalho nada mais é que uma
forma ou existência contraditória que, se excetuamos suas determinações imediatas e
contingentes, pressupõe essa mesma atividade vital ou afirmação de si mesmo
(Selbstbetaetigung) que, exatamente se produs como trabalho, mas sem a qual a
própria vida não subsistiria (o que é a vida, senão atividade? , perguntava-se Marx nos
Manuscritos de 1844) (Marx, 1952, p. 229) (...) Mas é necessário observar que não é
tanto essa pesquisa histórica ou pré-histórico-naturalista que Marx baseia a sua
concepção da atividade humana como manifestação de si mesmo, e se postula, no
nível histórico atual, a possível recuperação.” (p. 65).
4
Nota de rodapé nº 18. Ver p. 203.
“O que nos interessa infatizar é qu, initerruptamente, desde 1844-1846 a 1857
e 1867, ano da publicação do primeiro volume de O Capital e, progressivamente, até
os ultimos anos de revisão dos volumes destinados a aparecer postumamente,
trabalho dividido e manifestação pessoal, trabalho negativo ou miséria absoluta e
trabalho positivo e ou possibilidade universal de riqueza...” (p. 69).
“(...) veja primeiramente que foi ele 5, e mais do que todos os outros, quem
compreendeu o carater não natural, mas histórico, desse trabalho negativo, que
denunciou a “infâmia” e se desempenhou em suprimi-la.” (p. 70).
“(...) A união entre ensino e trabalho, que ele não inventa, mas já encontrada
pregada e praticada por pedagogos e reformadores sociais e até atualizada na própria
fábrica, revela-se, portanto, parte de um processo de recuperação (Zuruecknahme) da
integralidade do homem, comprometida pela divisão do trabalho e da sociedade, mas
cujo próprio desenvolvimento das forças produtivas, que são forças materiais e
intelectuais, domínio do homem sobre a natureza, permite e até exige, a restituição. E,
acima de tudo, isso significa uma recolocação do processo educativo no processo de
trabalho, num processo de trabalho – a fábrica moderna – por sua natureza total,
5
Marx.
6
Referindo-se ao homem que, ao criar-se como tal, cria também a sociedade humana.
plena e dinâmica. Falar do vínculo ensino-trabalho fora dessa colocação significa ficar
nas palavras e não compreender absolutamente a posição marxiana: significa
confundi-la com as várias didáticas honestamente imaginadas pelos pedagogos
voluntoriosos, mas que nada têm a ver com a tentativa marxiana de interpretar o
processo real e as contradições que incessamente o solicitam.” (p. 81).
__________________
3 – O HOMEM ONILATERAL
“Mas, em geram, Engels observa que o ensino transmitido nas escolas criadas
pelas burguesias aos operários – em resumo, pelas classes dominantes às classes
subalternas – ao fazê-los perder toda a sua “disponibilidade” original, levava-os a uma
autêntica e verdadeira atrofia moral e desolação intelectual; e, mais tarde,
acrescentará que os operários ingleses são hoomens quando começam a rebelar-se,
mas são animais quando se adaptam a situação existente. (Engels, 1955ª, p. 139)” (p.
87).
__________________
“(...) A fábrica (Marx fala amiúde disso) 7 não permitia qualquer formação para o
trabalho, do tipo artesanal; destruídas as escolas artesanais, exigia das crianças
apenas um trabalho sem aquisições técnicas e culturais, sem perspectiva de
progresso.” (p. 105).
“O ponto de vista de Marx aprenta-se como claro e atual até hoje. A concepção
daqueles que, por estatolaria ou por estatofobia – pouco importa – não sabem
conhecer um ensino estatal senão um ensino controlado pelo governo, ele responde
7
Nota de rodapé nº 45. Ver p. 207.
com a óbvia, mas tão esquecida observação de que Estado e governo são duas
coisas diversas, e que ensino pode ser estatal sem estar sobre o controle do governo. ”
(p. 110).
“(...) Portanto, Marx não improvisa, aqui, uma tese “liberal”, sua posição é
totalmente coerente com sua concepção de socialismo. E, aliás, era uma tese que já
expressara em outra ocasião, em seus escritos do final de maio de 1871, sobre a
Comuna de Paris, nos quais tinha exaltado as medidas da comuna referentes ao
ensino:
Objetividade do ensino
“Marx diz algo muito diferente. Ainda em relação ao Programa de Gotha, ele
não projeta, certamente, a passagem de um Estado burguês a um Estado proletário,
mas sim a passagem de uma sociedade capitalista a uma sociedade comunista e,
apenas durante a esta passagem, um Estado transitório que não poderá ser senão
uma ditadura revolucionária do proletariado.” (p. 113).
“(...) O papel da escola se configura-se, pois, para ele, sobretudo, como uma
integração à fabrica, do mesmo modo como a aprendizagem dos ofícios era uma
integração a oficina artesanal.” (p. 115).
“Não pode haverr, portanto, para Marx, uma ciência natural e uma ciência do
homem separadas, porque a relação do homem com a natureza firma-se na indústria,
isto é, na sua atividade vital, produtiva (ou melhor, na atividade produtora da vida) e
esta é, ao mesmo tempo uma história natural e uma história humana. Não pode haver,
portanto, uma interrupção entre o homem e a natureza.” (p. 120).
__________________
“Até aqui nos limitamos a definir um posto de partida para uma investigação
necessáriamente sumária, mas, tanto quanto possível, com o máximo rigor, sobre os
fundamentos de uma possível pegagogia existente na obra marxiana; chegou, agora,
o momento de tentar inserí-la na história das instituições educativas e nas teorias
pedagógicas, o que permitirá inclusive, verificar as enventuais contribuições que daí
possam vir a problemática pedagógica atual.” (p. 125).
“É fato sabido que a escola, qualquer que seja o aspecto e conteúdo que
assuma, permanece o lugar da formação das jovens gerações pertencentes a classe
dominante, e qua as classes subalternas a ignoram.” (p. 129).
“Na realidade, pode se dizer que a base e, portanto, a matriz indireta das teses
pedagógicas modernas, por outro lado, é a mesma, a saber, a realidade da Revolução
Industrial, com as profundas transformações que determinou em todos os níveis da
vida social.” (p. 134).
__________________
“A nós, por outro lado, não interessa destacar todos os possíveis pontos de
acordo ou dependência do pensamento de Gramsci em relação aos de Marx sobre
questões educativas; interessa-nos, apenas diferenciar se existe e quanto existe de
coincidência substancial com os temas centrais e típicos das demais pedagogias, sem
perder de vista as formas específicas de Gramsci ao compor seu pensamento.” (p.
143).
“Mas essa relação ensino e trabalho é posta por Gramsci sob duas
perspectivas: a primeira conforme já vimos, como elemento unitário do ensino em seus
níveis iniciais; a segunda, como elemento distinto e profissional, nos níveis ulteriores
da escola.” (p. 146).
Referência da obra:
__________________
COMENTÁRIOS