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11/09/2018 Federação do Guanais – Wikipédia, a enciclopédia livre

Federação do Guanais
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Federação do Guanais (também chamada Revolta do
Guanais ou Revolução Federalista[1]) foi uma revolução
nativista ocorrida na Bahia, no ano de 1832, nas vilas de São
Félix e Cachoeira, com pequena recidiva em 1833,
constituindo-se um dos germes que provocaram a revolta
maior de 1837, conhecida por Sabinada.[2]

Índice
Raízes do Movimento
Uma breve República
O sentimento republicano
Cronologia Forte de São Marcelo, onde Guanais Mineiro
levantou a bandeira da revolta após sublevar a
Referências
guarnição.

Raízes do Movimento
Existia na Bahia um sólido desejo autonomista e republicano, presentes ainda no século XVIII, com a Conjuração
Baiana. A partir deste movimento inicial, o ideário voltou a eclodir em revoltas e serviu de mote para congregar o povo
da Bahia na luta pela Independência que, no Estado, iniciou-se antes mesmo da proclamação oficial, em 1822, e
terminando somente a 2 de julho de 1823.[2]

A situação do Brasil, após a sua emancipação, continuava indefinida, com várias correntes de ideais almejando
maiores transformações, agravadas sobretudo pela solução encontrada com a abdicação de D. Pedro I em favor de seu
filho, ainda menor.[3]

No Recôncavo Baiano fervilhavam os conciliábulos, as associações de cunho secreto projetavam levantes e revoltas,
que a Corte combatia através da promoção de eventuais líderes a postos no interior remoto. Em Salvador o nativismo
provocara agitações em 1831 nos meses de abril, maio, agosto e outubro com a ideia de deportação dos portugueses e
evidenciando o espírito federalista.[4]

Durante a Regência Trina Permanente, vários movimentos revoltosos e revolucionários ocorreram (Classificados, na
historiografia, sob o título genérico de “movimentos nativistas”), e um deles veio finalmente a eclodir na Bahia, em
1832.

Uma breve República


A partir da Vila de São Félix, no Recôncavo Baiano, Bernardo Miguel Guanais Mineiro chefiou um violento
movimento federalista que, em fevereiro de 1832, chegou a estabelecer um governo provisório.[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o_do_Guanais 1/3
11/09/2018 Federação do Guanais – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nove anos depois da Guerra de Independência da Bahia, as ideias


republicanas e emancipacionistas que motivaram o povo baiano à luta fizeram
os revolucionários acreditarem que era a hora de mudar o regime, então
conturbado pela indefinição de como seria o Governo, ausente o Imperador.[2]

Apesar do apoio que receberam por parte dos proprietários, ainda tomados
pelo forte sentimento federalista, suas forças não puderam fazer frente à
resistência do poder constituído.
Representação da bandeira
federalista, erguida no Forte do
A reação do governo foi capitaneada pelo Visconde de Pirajá. Após três dias de
Mar.
lutas, os revoltosos se rendem e seu chefe, Guanais Mineiro, é mandado preso
para o Forte do Mar – verdadeiro bastião de forma circular erguido numa ilha
artificial para a defesa do porto de Salvador.[4]

Em 26 de abril de 1833, Guanais Mineiro consegue sublevar a fortificação onde estava confinado e, dali, bombardeia
Salvador[2] Erguem uma bandeira de três palas: branca, azul e branca e exigem, sem sucesso, a negociação.[5]

Este último levante foi o “canto do cisne” do chefe revolucionário Guanais Mineiro que, dali, foi mandado para o
sertão baiano onde, longe das inflamações da capital, encerrou seus dias, deixando grande descendência.

O sentimento republicano
Apesar do fracasso desta iniciativa, os ideais republicanos continuariam vivos no povo baiano. Eclodiu, novamente,
com a Sabinada e veio a ganhar corpo no final do 2º Reinado, sob os auspícios de líderes baianos como Rui Barbosa,
Cezar Zama e muitos outros, até eclodir finalmente na Proclamação de 1889.[2]

Cronologia
As principais datas dos eventos protagonizados por Guanais Mineiro:[6]

28 de outubro de 1831, no Campo Grande;


24 de fevereiro de 1832, na Vila de Cachoeira;
Março de 1832, em Cachoeira e São Félix;
26 e 27 de abril de 1833, no Forte do Mar, em Salvador.

Referências
1. No primeiro caso, vide Aquino, pág. 481; no segundo, Dias Tavares, pág. 261.
2. Luís Henrique Dias Tavares (2006). História da Bahia. [S.l.]: Edufba/Edusp 10ª ed. pp. 261–267. ISBN 85-232-
0239-0
3. Joaquim Silva. J. B. Damasco Penna (1967). História do Brasil. [S.l.]: Companhia Editora Nacional. 227 páginas
4. A. Souto Maior (1968). História do Brasil. [S.l.]: Companhia Editora Nacional. 290 páginas
5. Rubim Santos Leão de Aquino (1999). Sociedade brasileira: uma história (http://books.google.com.br/books?id=X
AgA5-L3P2kC&pg=PA478&dq=rusga+%22mato+grosso%22+1834&hl=pt-br&ei=75_STMTiN8P88AbDhd2nDw&s
a=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCoQ6AEwAA#v=onepage&q=rusga%20%22mato%20gross
o%22%201834&f=false). [S.l.]: Editora Record. pp. 480 e seg. ISBN 850105674X, 9788501056740
6. Hernâni Donato (1996). Dicionário das batalhas brasileiras (http://books.google.com.br/books?id=xeyuqtq3ImUC&
pg=PA112&lpg=PA112&dq=setembrada+maranhao&source=bl&ots=HbZ_dqS1eT&sig=8yXnYQr-NrSll73jXbnrfGa
BFfc&hl=pt-BR&ei=wSV2Tf-UFIyjtgfmm8iTBg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CFQQ6AEwC
Q#v=onepage&q&f=false). Volume 17 de Biblioteca "Estudos brasileiros" 2 ed. [S.l.]: IBRASA. p. 112. ISBN
9788534800341 ISBN 8534800340. Consultado em 1 de março de 2011.

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