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ESTRUTURAS DE

CONCRETO ARMADO II
2 – Detalhamento da armadura longitudinal ao longo
da viga
INTRODUÇÃO
Uma vez detalhada a armadura longitudinal nas
seções transversais mais solicitadas de uma viga de
concreto armado, e conhecido o diagrama de
momentos fletores, é possível obter o
desenvolvimento da armadura ao longo de toda a
viga.
De nada adianta calcular com rigor a seção
transversal da armadura e detalhá-la de maneira
equivocada.
QUANTIDADE DE ARMADURA
LONGITUDINAL AO LONGO DA VIGA
Seja a viga dada na figura a seguir, com o respectivo
diagrama de momentos fletores, supondo que sejam
necessárias sete barras de 12,5 mm para resistir ao
momento atuante na seção do apoio B.
Ao observar o diagrama, percebe-se que essas barras
negativas seriam necessárias apenas no trecho B.
Como os momentos decrescem, em módulo, à
medida que se caminha do apoio central para
qualquer um dos apoios laterais, deduz-se que em
uma seção intermediária S a quantidade de aço
necessária é inferior a essas sete barras.

Dessa maneira, posso fazer cortes nas barras de


modo a economizar a quantidade de aço na viga.
Um segundo raciocício consiste em admitir que
exista linearidade entre momento fletor e a
armadura de aço requerida em uma determinada
seção.
A relação entre essas duas variáveis deve estar de
acordo com a expressão para determinação da área
de aço de uma peça submetida a flexão:
Essa variação não é linear, pois o braço de alavanca
z também varia com Md. Entretanto, a favor da
segurança, essa relação pode ser tomada como
linear, desde que sempre se fixe como referência o
momento fletor maior.
Há, também, questões práticas que devem ser
consideradas, como a necessidade de que um
número mínimo de barras seja levado até os apoios
extremos para ancorar as bielas de concreto, e
também a necessidade de empregar, pelo menos,
quarto barras trabalhando como “porta estribos”.
ANCORAGEM POR ADERÊNCIA DA
ARMADURA LONGITUDINAL
Ao definir os pontos de interrupção das barras, em
função da distribuição dos momentos fletores
solicitantes de cálculo, há necessidade de transferir
para o concreto as tensões a que elas estão
submetidas;
Para isso, as barras devem ser providas de um
comprimento adicional. A essa transferência dá-se o
nome de ancoragem, e o comprimento adicional é
chamado de comprimento de ancoragem reto ou
básico (lb).
Consideram-se dois tipos básicos de ancoragem:

1. Por aderência entre aço e concreto: quando os


esforços são ancorados por meio de um
comprimento reto ou com grande raio de
curvatura, seguido ou não de gancho;

2. Por meio de dispositivos mecânicos: quando os


esforços são transmitidos ao concreto por meio
de dispositivos mecânicos acoplados à barra.
Aderência entre concreto e aço

Aderência é o fenômeno que permite o


funcionamento do concreto armado como material
estrutural.

A aderência faz com que os dois materiais, concreto


e aço, de resistências diferentes, tenham a mesma
deformação e trabalhem juntos, de modo que os
esforços resistidos por uma barra de aço sejam
transmitidos para o concreto e vice-versa.
De acordo com Leonhardt e Monning (1977), a
aderência é composta de três parcelas:

1. Adesão: de natureza físico-química, com forças


capilares na interface entre os dois materiais; o
efeito é de uma colagem provocada pela nata de
cimento na superfície do aço;
2. Atrito: é a força que ocorre na superfície de
contato entre os dois materiais, e se manifesta
quando há tendência ao deslocamento relativo
entre as barras de aço e o concreto, impedindo-o;
3. Engrenamento: resistência mecânica ao
arrancamento devida à conformação superficial
das barras;
Regiões favoráveis ou desfavoráveis quanto à aderência
A NBR 6118:2014 considera em boa situação quanto à
aderência os trechos das barras que estejam em uma
das seguintes posições:
a) Com inclinação maior que 45° sobre a horizontal;
b) Horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre
a horizontal, desde que:
• localizados no máximo 30 cm acima da face inferior do
elemento ou da junta de concretagem mais próxima,
para elementos estruturais com h < 60 cm;
• localizados no mínimo 30 cm abaixo da face superior
do elementos ou da junta de concretagem mais
próxima, para elementos estruturais com h >= 60 cm.
Os trechos das barras situados em outras posições
devem ser considerados em má situação quanto à
aderência, bem como quando forem utilizadas
fôrmas deslizantes.
Valores das resistências de aderência
A resistência de aderência de cálculo (tensão última
de aderência) entre armadura passive e o concreto
deve ser determinada pela seguinte expressão:
Ancoragem das barras
As barras tracionadas podem ser ancoradas com um
comprimento retilíneo ou com grande raio de
curvatura em sua extremidade. A ancoragem deve se
dar:
a) obrigatoriamente com gancho para barras lisas;
b) sem grancho nas que tenham alternância de
solicitação (tração e compressão);
c) com ou sem gancho nos demais casos, não sendo
recomendado o gancho para barras com Φ > 32
mm ou para feixes de barras.
As barras comprimidas só poderão ser ancoradas
sem grancho.
Comprimento básico de ancoragem (lb)

A norma define como comprimento reto de


ancoragem básico (lb) aquele necessário para
ancorar a força limite As.fyd em uma barra de
diâmetro Φ, da armadura passiva, admitindo, ao
longo desse comprimento, tensão de aderência
uniforme e igual a fbd.
Esse comprimento básico de ancoragem (lb), de
acordo com a norma, deve ser maior que 25 Φ (Φ é
o diâmetro da barra).
Comprimento necessário de ancoragem (lb,nec)
Em situações em que a armadura existente
(detalhada) em um determinado elemento é maior
que a necessária calculada, o comprimento de
ancoragem necessário (lb,nec) pode ser reduzido,
sendo calculado por:

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