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II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA

MEDIEVAL E MODERNA
(UFG-UEG-PUC-GO):

MUNDOS IBÉRICOS EM DEBATE

CADERNO DE RESUMOS – 2016


II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA
MEDIEVAL E MODERNA

(UFG/UEG/PUC-GO):

MUNDOS IBÉRICOS EM DEBATE

Dias 08, 09 e 10 de Junho de 2016

CADERNO DE RESUMOS

Goiânia, Goiás
Junho 2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

O conteúdo dos resumos é de inteira responsabilidade dos autores. Os textos foram extraídos
dos trabalhos submetidos sem que tenha havido alterações realizadas pelos organizadores desta
publicação.

MELO, Wdson C. F. de; NASCIMENTO, Renata Cristina de


S; SOUZA, Armênia Maria de. & Organizadores. Caderno de
Resumos do II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA
MEDIEVAL E MODERNA (UFG-UEG-PUC-GO): MUNDOS
IBÉRICOS EM DEBATE Goiás: Goiânia - UFG/PUC-Goiás, 2016.

ISSN- 2359-0068
II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MEDIEVAL E
MODERNA (UFG-UEG-PUC-GO):

MUNDOS IBÉRICOS EM DEBATE

Organização Geral Comissão de apoio:

Dr.ª Armênia Maria de Souza Ms. Hugo David Gonçalves (UFG)


(UFG/Sapientia: Grupo de Estudos em
Idade Média e Moderna) Ms. Maicon da Silva Camargo (UFG)

Dr.ª Renata Cristina Nascimento Augusthus Luiz de Souza


(UFG/UEG/Puc-Go) Barbosa(UFG)

Grupo de Estudos em Idade Média e Flávio Justino Rosa (UFG)


Moderna (UFG/Sapientia)
Hugo Rincon Azevedo (UFG)
Grupo de Estudos e Pesquisas do
Medievo (GEPEM-PUC-GO) Nezivânia Xavier Freitas (UFG)

Láisson Menezes (UFG)

Comissão organizadora: Ms. Mayra Rúbia Garcia (UEG)

Ana Flávia Crispim Lima (PUC- Go)


Ms. Cleusa Teixeira (UFG)
Célia Maria dos Santos Barbosa (PUC-
Ms. Johnny Taliateli do Couto (UFG) Go)
Ms. Simone Cristina Schmaltz (PUC-
David Sancho do Nascimento (PUC-
Go)
Go)
Ms. Ivan Vieira Neto (PUC-Go)
Thainá Vieira Alves (PUC-Go)
Dr. Bruno Tadeu Salles (UEG)

Dr. Eduardo Quadros (PUC-Go/UEG)


Comissão Científica:
Dr. Guilherme Queiroz de Souza (UEG)
Dr.ª Raquel Machado Campos (UFG)
Dr. Ademir Luiz da Silva (UEG)
Dr. José Antônio de C.R. de Souza
Dra. Maria Dailza da C. Fagundes (UFG/Universidade do Porto)
(UEG)
Drª. Aline Dias da Silveira (UFSC)
Dr.ª Maria Helena da Cruz Coelho Ms. Murilo Borges Silva (UFG)
(Universidade de Coimbra)
Dr.ª Ana Teresa Marques Gonçalves
Dr. Marlon Jeison Salomon (UFG) (UFG)

Dr.ª Teresinha Maria Duarte (UFG) Dr.ª Marcella Lopes Guimarães (UFPR)

Dr. Flávio Ferreira Paes Filho (UFMT) Dr.ª Mônica Martins da Silva (UFSC)

Dr. Fernando Lobo (UEG)

Dr. Eduardo José Reinato (PUC-Go) Caderno de Resumos:


Dr. Dirceu Marchini Neto (Faculdades Wdson Cesar Freire de Melo (PUC-
Aphonsiano) Go); Dr.ª Renata Cristina Nascimento
(UFG/UEG/PUC-Go); Dr.ª Armênia
Dr. Gilberto Cézar de Noronha (UFU) Maria de Souza (UFG/Sapientia: Grupo
de Estudos em Idade Média e Moderna)
Dr. José Carlos Gimenez (UEM) & Organizadores.
Dr.ª Ivoni Richter Reimer (PUC-Go)

REALIZAÇÃO:
APRESENTAÇÃO

O conhecimento histórico, inserido nas profundas mudanças que redimensionaram e


redimensionam sua função, tem passado a incorporar um amplo debate sobre o ofício do
historiador, reafirmando a contínua necessidade de reflexão. Para tanto, se faz
necessário, a inclusão de novos espaços, acadêmicos ou não, que possibilitem a
discussão sobre as práticas e métodos que caracterizam os campos de pesquisa e
produção da História. Os Cursos de Graduação em História de três importantes
instituições de ensino do Estado de Goiás (UEG- UFG- PUC-GO), em parceria com o
Programa de Mestrado em História da PUC-GO e o Programa de Pós- Graduação em
História da Universidade Federal de Goiás (UFG), promovem, para tanto seu II
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MEDIEVAL E MODERNA (UFG-
UEG-PUC-GO): MUNDOS IBÉRICOS EM DEBATE. Este irá ocorrer entre os dias
08, 09 e 10 de junho de 2016 na cidade de Goiânia-Goiás, na tentativa de participar e
colaborar com o debate que envolve a construção do saber histórico produzido sobre o
medievo e a era moderna.

Objetivos:

1- Reunir pesquisadores, professores, alunos e demais interessados no estudo da


História medieval e moderna, propiciando-lhes um fórum de debates e um espaço de
intercâmbio de ideias e experiências de caráter multidisciplinar.

2- Contribuir para a formação de novas gerações de historiadores, buscando também


motivar o interesse da comunidade e do estado como um todo pelo ambiente acadêmico.

3- Aproximar os estudantes dos cursos de História da UEG, UFG e PUC- Go dos


demais pesquisadores e estudantes de história de outros estados brasileiros.

4- Ampliar as discussões sobre a importância e o ofício do Historiador.

Comissão Organizadora
SUMÁRIO

PROGRAMAÇÃO................................................................................................1

RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS E MESAS REDONDAS................................5

Mesa I – Poder e Política na Idade Média.......................................................5

Mesa II - Imagens, religiosidades e arte no mundo ibérico...............................7

Mesa III- O período Colonial em perspectiva..................................................9

Mesa IV- A Península Ibérica em questão.....................................................10

Mesa V - Discursos e historicidade no Medievo.............................................11

MESAS TEMÁTICAS E RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES – 08/06/2016........14

Mesa 1 - História e Narrativas......................................................................14

Mesa 2 - Gênero e religiosidades..................................................................17

Mesa 3 - Expansão marítima e relações de poder............................................20

Mesa 4 - Imaginário, Heresias e Misticismo...................................................23

Mesa 5 - Discursos e História Antiga............................................................25

Mesa 6 - Arte e representações.....................................................................28

Mesa 7 - Guerras e Cruzadas........................................................................31

Mesa 8 - História de Portugal e do Novo Mundo............................................33

Mesa 9 - Historiografia, Judaísmo e Inquisição..............................................36

Mesa 10 - História do Corpo, da Morte e das Doenças....................................39

Mesa 11 – Discursos e Relações de Poder.....................................................42

MESAS TEMÁTICAS E RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES – 09/06/2016.......45

Mesa 1 - Religião e História Franciscana......................................................45

Mesa 2 - Historiografia e Relações de Poder.................................................48

Mesa 3 - Biografia e Historiografia..............................................................51


Mesa 4 - Antiguidade Tardia, Memória e Teoria da História...........................54

Mesa 5 - Educação, Literatura e Representações............................................57

Mesa 6 - Poder Político e Idade Média.........................................................60

Mesa 7 - Minorias, Casamento e Modernidade..............................................63

Mesa 8 - Monacato, Religião e Práticas Políticas...........................................66

Mesa 9 - Cultura e Poder............................................................................69

Mesa 10 - Arte, Narrativas e Saberes............................................................71

APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS – Dia 10/06/2016..............................................75


1

PROGRAMAÇÃO

Dia 08/06/2016

Local - Faculdade de História - Campus Samambaia- UFG


(Goiânia)

9:00h - Abertura

10:00h - Conferência de abertura – Dr. Carlos Barros (Universidade de


Compostela)

Coordenação: Dr.ª Armênia Maria de Souza (UFG)

14:30h - Mesa I - Poder e Política na Idade Média

Dr.ª Paula Pinto Costa (Universidade do Porto)

Dr.ª Armênia Maria de Souza (UFG)

Dr.ª Maria Filomena Coelho (UNB)

Coordenação – Dr.ª Libertad Borges Bittencourt (UFG)

16:30h - 18:30h - Comunicações

19: 00h - Conferência II - Dr.ª Andréa Doré (UFPR)

Coordenação: Dr.ª Renata Cristina Nascimento (UFG/PUC-Go)


2

Dia 09/06/2016

Local - Escola de Formação de Professores - PUC-Go (Goiânia)

9:00h - 11:30h - Mesa II - Imagens, religiosidades e arte no mundo ibérico

Dr.ª Flávia Galli (UNIFESP)

Dr.ª Renata Cristina Nascimento (UFG/UEG/PUC-Go)

Dr. Bruno Tadeu Salles (UEG)

Dr.ª Adriana Vidotte (UFG)

Coordenação- Ms. Simone Cristina Schmaltz (PUC-Go)

14:30h - Mesa III - O período Colonial em perspectiva

Dr.ª Cristina de Cássia Pereira Morais (UFG)

Dr. Fernando Lobo (UEG)

Dr.ª Maria Lemke (UFG)

Dr. Alberto Zapatero (UFG)

Coordenação – Dr. Eduardo Quadros (PUC-Go/UEG)

16:30h - 18:30h - Comunicações

19: 00h - Mesa IV- A Península Ibérica em questão

Dr.ª Leila Rodrigues (UFRJ)

Dr.ª Fátima Regina Fernandes (UFPR)

Dr. Saul Antonio Gomes (FL-Universidade de Coimbra)

Coordenação:- Dr. Eduardo Reinato (PUC- Go)


3

10/06/2016
Local - Faculdade de História - Campus Samambaia- UFG (Goiânia)

14: 30h - Mesa V- Discursos e historicidade no Medievo

Dr.ª Dulce O. A. dos Santos (UFG)

Dr.ª Terezinha Oliveira (UEM-PR)

Dr.ª Maria Eurydice de B. Ribeiro (UNB)

Coordenação - Dr. Gilberto Cézar de Noronha (UFU)

17:00h - Apresentação de painéis - Alunos de graduação e bolsistas de iniciação


científica

19:00h - Conferência de Encerramento - Drª Maria Fernanda Bicalho (UFF)

Coordenação - Dr. Marlon Jeison Salomon (UFG)


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II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA


MEDIEVAL E MODERNA (UFG-UEG-PUC-GO):
MUNDOS IBÉRICOS EM DEBATE
5

RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS E MESAS REDONDAS

Dia 08/06/2016

Local - Faculdade de História - Campus Samambaia - UFG (Goiânia)

(Conferência de Abertura):

DR. CARLOS BARROS (UNIVERSIDADE DE COMPOSTELA)

Título: “A identidade galego-portuguesa na Idade Media”

Resumo: No cadro da formación na longa duración de nacionalidades medievales na


Península Ibérica e Europa, ímonos a referir á constitución concreta dunha identidade
galego-portuguesa baseada nunha xeografía, sociedade e cultura diferenciadas no
Noroeste peninsular. Identidade compartida que continúa logo, malia a escisión do
condado portucalense no século XII (parte do Reino suevo de Galicia desde o ano 411)
ata a formación dos Estados modernos e imperiais de Castela e Portugal a finais do
século XV. Proceso nacionalitario paradoxal de carácter máis social e lingüístico que
político que deixou fonda pegada na historia posmedieval de Galicia, Portugal e Brasil.

Mesa I - Poder e Política na Idade Média

Coordenação: Dr.ª Libertad Borges Bittencourt (UFG)

DR.ª PAULA PINTO COSTA (UNIVERSIDADE DO PORTO)

Título: Infantes e Reis como administradores das Ordens Militares: uma estratégia
governativa

Resumo: As Ordens Militares constituíram desde as suas origens instituições que


atraíram a atenção da monarquia portuguesa. Tratavam-se de organizações que
6

integravam a estrutura da Igreja, que tinham uma dimensão supra-nacional e que tinham
definido objetivos fundacionais relevantes e inovadores no seu tempo. Todos estes
fatores contribuíram para o seu prestígio e motivaram, tanto a coroa, como as pessoas a
título particular, a doar património a estas instituições. O processo de senhorialização
associado a esta acumulação de bens territoriais fez das Ordens Militares instituições
muito importantes no Portugal medieval e nos primórdios da modernidade. A forte
implantação que alcançaram em Portugal tornou estas Ordens permeáveis aos mais
diversos interesses sociais, circunstâncias que lhes conferiram uma atuação política
crescente. Face às caraterísticas enunciadas, a coroa percebeu que teria de estabelecer
um plano de controlo que as visasse. Esta opção evidenciou-se sobretudo a partir da
segunda metade do século XIII e teve os momentos-chave nos reinados de D. Dinis
(1279-1325), de D. João I (1385-1433), de D. Manuel (1495-1521) e de D. João III
(1521-1557). Neste longo processo, infantes e reis converteram-se em administradores
das Ordens Militares, dado que o controlo destas instituições era um dos elementos
cruciais da estratégia governativa do reino.

DR.ª ARMÊNIA MARIA DE SOUZA (UFG)

Título: Afonso IV e Clemente VI: Uma análise da hierocracia pontifícia aplicada à


questão das Ilhas Afortunadas (Séc. XIV)

Resumo: A partir de Inocêncio III (1198-1216), as bases para a hierocracia


estabelecidas por muitos de seus antecessores se firmaram. O papa deixava de ser a
figura representativa de Pedro (vigário de Cristo) e passava a deter a função de minister
Christi. Para os hierocratas, esta autoridade foi delegada ao ocupante da cátedra
pontifícia não só pelo direito natural, mas também pelo direito canônico. A partir deste
ponto de vista, o braço secular devia agir sob os desígnios da Ordem clerical. O papa,
enquanto detentor do poder espiritual e temporal passava a exercer um papel divino e
humano e, por isso, qualquer falta sua seria julgada apenas na esfera divina, redimindo-
o de qualquer satisfação ao poder temporal. Este foi o discurso pelo qual o papa
Clemente VI justificou a criação do principado das Ilhas Afortunadas ou Canárias e a
sua consequente doação em feudo a D. Luis de La Cerda, em prejuízo ao Reino de
Portugal durante o reinado de D. Afonso IV, que reivindicava aquele território como
pertencente a Coroa desde as primeiras investidas feitas ali por seu pai, D. Dinis.

DR.ª MARIA FILOMENA COELHO (UNB)

TÍTULO: Juristas em ação: o ato de "dizer o direito" no cenário político (Portugal,


séculos XII-XIII)

Resumo: Pelos conteúdos que se depreendem, quer do texto das normas, quer das
narrativas que registram as disputas jurisdicionais, verifica-se uma variedade de
argumentos ancorada em referências que misturam, num mesmo patamar, valores
religiosos, familiares, políticos, tradições e crenças de diferentes tipos, mostrando a
complexidade cultural que alimentava a atuação dos juristas e que, finalmente, são a
fonte de legitimidade da norma e dos argumentos escolhidos. No embate entre
jurisdições, o próprio discurso é redimensionado e transformado pela experiência, sem
obedecer àquilo que hoje se imaginaria ‘adequado’ a um embate ideológico entre poder
7

espiritual e temporal. Os conflitos eram fruto de disputas entre grupos com diversas
composições, mas redimensionados politicamente por meio da linguagem do confronto
jurisdicional. Os especialistas nessa linguagem eram os juristas e, tal como o atesta a
história que atravessa os reinados de Sancho I, Afonso II e Sancho II, sua atuação tinha
uma eficácia que operava num cenário muito mais amplo do que o de outros atores.
Neste sentido, a cultura jurídica/política de Bolonha que esses atores compartilhavam
fundamenta-se na mediação entre a norma e os fatos, no ato da iurisdictio, que se opera
no tempo e no lugar em que se corrigem as injustiças e se restaura a equidade.

Palavras-chave: Iurisdictio; Direito/justiça medieval; Portugal Medieval.

(Conferência II):

DR.ª ANDRÉA DORÉ (UFPR)

Título: Utopias ibéricas e escalas de observação

Resumo: A escala é um elemento contido nos mapas e que passa a ser essencial, mesmo
que não ainda não se generalize, na cartografia do Renascimento. Seu uso, porém, está
presente mesmo quando não explicitado pelo cartógrafo. A redução do objeto –
independentemente da escala adotada – serve à sua inteligibilidade. A partir do
desenvolvimento dessas considerações, que fundamentam o trabalho tanto do produtor
de mapas quanto do historiador, analisam-se as utopias cristãs ibéricas. São
privilegiados levantamentos cartográficos e relatórios produzidos durante a União
Ibérica que serviram aos reis espanhóis como fontes de informação sobre os domínios
portugueses na Índia e no Brasil. Mais do que dados sobre a produção agrícola ou
extrativista de cada região, ou de suas condições de defesa, esses documentos
expressam os anseios de implantação de sociedades católicas fora da Europa, destacam
a necessidade de purificar as novas terras de seus habitantes indóceis ou de convertê-los
e fixam as promessas resultantes da crença em um lugar a construir.

Dia 09/06/2016

Local - Escola de Formação de Professores- PUC-Go (Goiânia)

Mesa II- Imagens, religiosidades e arte no mundo ibérico

Coordenação- Ms. Simone Cristina Schmaltz (PUC-Go)


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DR.ª FLÁVIA GALLI (UNIFESP)

Título: As Tapeçarias de Pastrana: imagem de poder e glória de Afonso V

Resumo: No final do século XV, Afonso V comissionou quatro tapeçarias, conhecidas


como Tapeçarias de Pastrana, com o intuito de demonstrar seu poder durante o
processo de expansão ultramarina portuguesa. Elaboradas em Flandres, celebravam a
vitória do monarca luso na tomada das cidades magrebinas de Arzila e Tanger. Para
além de se constituírem como um impressionante elemento de construção de memória e
de propaganda política, os panos de armar engrandeciam a figura de seu comitente.

DR.ª RENATA CRISTINA DE S. NASCIMENTO (UFG/UEG/PUC/NEMED)

Título: Relíquias de Prestígio: “Da Vera Cruz ao Sudário de Oviedo”

Resumo: As relíquias são realidades materiais às quais se atribuem qualidades


sobrenaturais, taumatúrgicas. São elementos simbólicos que possuem grande
significado, valor e sentido próprio. Os crentes transferiam para estes objetos qualidades
especiais, mágicas, funcionando como intermediários entre o mundo natural e o
sobrenatural. A redistribuição de relíquias no seio da cristandade era algo comum.
Quando os fiéis partiam em peregrinação, visando atingir um lugar onde Deus agiria por
meio destes santos objetos, acreditavam em sua autenticidade, e buscavam neles uma
forma de aproximação com algo maior, que iria livrá-los de doenças e do mal. A partir
do século XII os lugares onde eram venerados restos dos corpos dos apóstolos, ou
objetos relacionados à vida de Cristo adquiriram ainda mais prestígio. Na capital do
Principado das Astúrias se venera, desde a época medieval, um sudário que segundo a
tradição foi colocado sobre o rosto de Cristo após seu martírio e crucificação. O Sudário
de Oviedo trouxe enorme prestígio a esta cidade e ao Principado, contribuindo para sua
fama de santidade.

Palavras-chave: Relíquias- Santidade- Sudário de Oviedo.

DR. BRUNO TADEU SALLES (UEG)

Título: As aristocracias galega e provençal: perspectivas historiográficas sobre a


experiência do acordo na Baixa Idade Média

Resumo: A pesquisa sobre as parentelas aristocráticas baixo medievais têm mobilizado


significativos esforços das historiografias espanhola e francesa. Podemos mencionar
estudos como os de Eduardo Pardo de Gevara y Valdés (2000), na Galícia, e de Thierry
Pécout (2000), na Provença, apontam possibilidades para se considerar as
especificidades das elites regionais. Propomos, nesta comunicação, identificar algumas
das propostas de temas e abordagens que esses expoentes historiográficos têm
apresentado nos últimos anos. Dessa forma, poderemos identificar algumas coordenadas
9

metodológicas profícuas para o estudo de determinadas expressões dos equilíbrios


senhoriais na Baixa Idade Média.

Palavras-Chave: Aristocracia, Provença, Galícia, Historiografia, Idade Média.

Mesa III- O período Colonial em perspectiva

Coordenação – Dr. Eduardo Quadros (PUC-Go/UEG)

DR.ª CRISTINA DE CÁSSIA PEREIRA MORAES (UFG)

Título: As ordens sociais no sertão dos guayazes: uma analise na perspectiva dos
domínios ultramarinos no setecentos

Resumo: A presente comunicação visa apresentar as três ordens sociais no sertão dos
Guayazes no período moderno, a saber: a nobreza, o clero e o povo na perspectiva dos
domínios ultramarinos e; para exemplificar de modo empírico nosso trabalho, uma
pequena analise sobre a ‘nobreza da terra’, os párocos e os povos na Capitania de Goiás
no século XVIII. Para isso, nossa apresentação se estruturará em dois momentos:
primeiramente, a análise do conceito de nobreza no período medieval e,
simultaneamente, tentar-se-á compreender, na modernidade, as transformações
ocorridas no seio da nobreza. Num segundo momento, e para exemplificar nosso
trabalho, o presente estudo ocupar-se-á em mostrar as três ordens na Capitania de Goiás
na perspectiva dos domínios ultramarinos. Desse modo, identificar a possibilidade da
criação de um grupo de nobres, párocos e habitantes típicos nos domínios ultramarinos
e a dinâmica resultante do processo de colonização. Por conseguinte, o estatuto da
nobreza portuguesa e seus reflexos nas áreas de mineração que rompeu com o estigma
de nascidos fora do Reino e criou uma nobreza civil de privilégios por serviços
prestados no sertão de Goiás, foi erguida, portanto, em novas bases sociais em fins do
século XVIII e início do século XIX.

DR. FERNANDO LOBO (UEG)

Título: As distâncias geográficas e o tempo dos homens: repensando a ideia de


"isolamento" na história e historiografia do cerrado brasileiro

Resumo: Este estudo faz referências à história dos desdobramentos ligados ao processo
de independência política do Brasil e suas repercussões em Goiás, partindo do princípio
de que a ideia de isolamento assumiu uma condição de verdade incontestável na
produção historiográfica, norteando e definindo de forma inadequada a imagem de uma
sociedade complexa, como é o caso de Goiás. Por meio de uma leitura do movimento da
independência, sugerimos a adoção de uma perspectiva que permita perceber o cerrado
10

como lugar que experimenta uma dinâmica e temporalidade muito particulares,


permitindo-nos considerar outro aspecto proporcionado pelas contingências
apresentadas pelas distâncias: a existência de uma temporalidade específica que
condiciona os acontecimentos, produzindo intervalos de espera que definem o ritmo das
ações e das decisões políticas. Não havia, portanto, isolamento. Ao contrário,
preferimos enxergar a predominância de conexões consistentes que cimentavam
verdadeiros vínculos associando, por sua vez, de forma inexorável, o cerrado às demais
regiões do império. Além disso, através do aprendizado e da assimilação dos atributos
que caracterizavam uma cultura política específica, Goiás estava atado ao campo
político do mundo português. Veremos, então, a utilização de um mesmo vocabulário
nascido dos princípios liberais da Revolução do Porto de 1820, a constituição de uma
esfera pública de convivência social comum a todas as localidades e uma mesma crise
de autoridade espalhada por toda a América portuguesa.

Palavras-chave: Cerrado Brasileiro. Temporalidade. Historiografia. Isolamento.

DR.ª MARIA LEMKE (UFG)

Título: Famílias mestiças nos sertões dos Guayazes: o compadrio entre a “casa
grande” e a “senzala”

Resumo: A história da América portuguesa alcançou um novo patamar com a


descoberta do ouro. Homens voláteis e violentos, pouco afeitos a valores familiares
teriam tomados as brenhas do sertão das Minas Gerais, Mato Grosso e, posteriormente,
Goiás. Aquele contexto de fluidez de homens, mulheres, valores e hierarquias, era
constituído, também, sobre complexas formações familiares num contexto marcado por
altos índices de mobilidade social (ascendente ou descendente) e pela mestiçagem. A
par disso, a presente comunicação aborda como as relações de compadrio entre senhores
e seus escravos e/ou ex-escravos contribuíram para criar e recriar complexas hierarquias
sociais, reciprocidades desiguais, fortalecendo, desta forma, a instituição da escravidão
na capitania dos Guayazes.

DR. ALBERTO BAENA ZAPATERO (UFG)

Título: A difícil inclusão das vice-rainhas nos estudos sobre as cortes americanas

Resumo: A palestra pretende refletir sobre a importância de estudar as vice-rainhas na


corte novohispana durante os séculos XVI e XVII. Se existem ainda grandes lacunas de
conhecimento nos temas relacionados com o exercício do poder em América, muito
maior são os vazios relacionados como papel público desempenhado pelas vice-rainhas.
Relegadas tradicionalmente destes estudos por considerar-se este âmbito da vida social
e política como um espaço exclusivo dos varões, a sua participação tem sido reduzida à
condição de meras companheiras passivas dos seus esposos. No entanto, uma nova
leitura das tradicionais fontes históricas, e a inclusão de outras, poderá proporcionar um
panorama mais completo da sua função e da sua relevância social e política.
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Mesa IV- A Península Ibérica em questão

Coordenação: Dr. Eduardo Reinato (PUC- Go)

DR.ª LEILA RODRIGUES DA SILVA (UFRJ)

Título: Os suevos na Península Hispânica e o processo de cristianização

Resumo: Os suevos chegaram à Península Hispânica em princípios do século V. A


despeito dos conflitos registrados, após as primeiras décadas do assentamento na região,
verificou-se a fusão com as populações locais. Tendo penetrado em território do antigo
Império Romano como pagãos, concomitantemente ao estabelecimento de um reino no
noroeste peninsular, iniciaram um longo movimento de identificação com o
cristianismo. Este movimento, que culminou com a conversão dos monarcas suevos, em
meados do século VI, esteve diretamente associado ao estreitamento das relações entre
as autoridades políticas e eclesiásticas locais, favorecendo, por um lado, a legitimação
da Monarquia e, por outro, a reorganização da instituição eclesiástica. Pretendemos
aqui, à luz da historiografia e da documentação produzida no período, debater aspectos
desse processo, com destaque para a atuação do episcopado local.

DR.ª FÁTIMA REGINA FERNANDES (UFPR)

Título: De Inês de Castro a Leonor Teles, papéis femininos em análise na Península


ibérica medieval

Resumo: O estudo das aias na Corte régia portuguesa leva-nos a mergulhar num
universo restrito, mas pleno de interações pessoais e familiares, onde observamos
trajetórias de individualidades fortemente entrelaçadas entre si. As duas mulheres em
análise tem comum o fato de exercerem a mesma função, aias de Infantas que convivem
junto e mesmo na Corte regia portuguesa o que lhes proporciona condições de ascensão
sócio-política de grande expressão. Ambas relacionam-se com os reis portugueses,
ainda que em condições e com resultados distintos. Cabe a nós, assim, neste trabalho
analisar as potencialidades e riscos implicados nestes papéis que acabam por
desempenhar na tardo-medievalidade portuguesa a partir de uma metodologia
prosopografica aplicada a documentação chancelar e as Crônicas de Fernão Lopes.
Descortinaremos um perfil ativo de profunda transcendência política nos dois casos e
buscaremos apontar o sentido e objetivos dos ecos e das representações de que serão
objeto no século XVI.

Dia 10/06/2016

Local - Faculdade de História - Campus Samambaia - UFG (Goiânia)


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Mesa V - Discursos e historicidade no Medievo

Coordenação - Dr. Gilberto Cézar de Noronha (UFU)

DR.ª TEREZINHA OLIVEIRA (UEM-PR)

Título: Diálogos do Infante D. Pedro com os Clássicos Medievais

Resumo: O objetivo desta exposição é refletir sobre diálogos que o Infante D. Pedro
[1392-1449] trava com autores da Antiguidade e da Idade Média na obra Virtuosa
Benfeitoria. Por meio desses diálogos, o Infante se propõe a aconselhar seu irmão, D.
Duarte, com vistas a torná-lo um governante virtuoso. De acordo com as palavras do
autor, é preciso ‘tirar proveitoso’ dos autores do passado para que, com seus exemplos e
conselhos, os erros do passado não sejam cometidos no presente. No conjunto da obra, o
infante aconselha seu irmão de que modo um governante virtuoso deve se relacionar
com todos os seus súditos, desde os mais humildes até os nobres. No limiar entre um
Portugal medieval e um Estado se preparando para a modernidade, D. Pedro recupera as
lições de Aristóteles, Sêneca, Santo Agostinho, Tomás de Aquino, para evidenciar que o
rei precisa agir com prudência, força e virtude, pois, somente possuindo estas
características, poderá conduzir os súditos e as instituições com vistas ao ‘bem comum’.
Assim, nosso propósito é indicar que sua obra espelha o quão relevante era para o
Infante D. Pedro o conhecimento da história para que o governante conduzisse o reino
português às mudanças que a época exigia.

Palavras-clave: Infante. D. Pedro, Governante, Escolástica, Bem Comum.

DR.ª MARIA EURYDICE DE B. RIBEIRO (UNB)

Título: A estética das formas na Idade Média. A historiografia e a construção do


discurso do clero

Resumo: Foi no século XIX, na Alemanha, que a história da arte ganhou autonomia
tornando-se uma disciplina universitária independente. No século XX, uma obra
pioneira, intitulada, Estudos de Estética Medieval, de Edgar de Bruyne (Bruges, 1946)
procurou lançar as primeiras luzes sobre o que seria “estética medieval”. A palavra e o
conceito de estética não existiam na idade média. Ambos surgiram no século XIX, na
Alemanha. Logo, a palavra estética aplicada a idade média, constitui um anacronismo.
Bruyne todavia, defendeu que existia no medievo algo próximo da estética, uma espécie
de ciência do belo, buscando fundamentar a sua tese na teologia, retorica e obras
literárias medievais. A tese de Bruyne tem sido repetida pela maioria dos medievalistas
que tratam das imagens do medievo. Todavia, na crítica que faz a Bruyne, Jean With,
ressalta que nos discursos analisados pelo historiador, é possível detectar que a
concepção do belo foi adaptada a doutrina de cada um dos teólogos analisados. Tal
conclusão permite constatar a inexistência de tradição em um pensamento estético para
13

os medievais. Segundo With, até mesmo a consulta do extenso catálogo de Schlosser,


relativo a publicação das fontes próprias a história da arte, permite concluir, que a idade
média não produziu um discurso sobre a arte. O esclarecimento de tais questões
encontram-se ao meu ver, na própria nomenclatura – História da Arte Medieval – que
traz na sua própria concepção o anacronismo constituído pela expressão “arte
medieval”.

(Conferência de Encerramento):

DR.ª MARIA FERNANDA BICALHO (UFF)

Título: “O sítio que se eleger para a fundação da dita vila...”: O papel dos oficiais
régios na urbanização do Brasil, século XVIII

Resumo: Esta conferência tem como objeto a análise da ocupação do território, da


expansão das fronteiras, da delimitação de jurisdições e da criação de vilas naquilo que
viria a se constituir nos domínios portugueses na América. Propõe-se a discutir o papel
dos oficiais da monarquia, tanto no reino, quanto no ultramar, envolvidos nesse
processo. Em constante movimento – às voltas com correições, residências e devassas –
sobretudo os ouvidores, representantes da justiça régia, tornaram-se exímios
conhecedores dos sertões, assim como das populações sob sua jurisdição. Tomando
notas, redigindo relatórios, descrevendo caminhos, esboçando riscos, sistematizando
informações, foram grandes protagonistas na implantação das novas vilas no Brasil do
século XVIII.
14

MESAS TEMÁTICAS E RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

Dia 08/06/2016 - 16:30h - 18:30h

Local - Faculdade de História (UFG)

Mesa 1 - História e Narrativas

Coordenação: André Araújo de Oliveira (UFMT)

AUTOR (A): LETÍCIA RUOSO WEHMUTH

Filiação Institucional: Universidade Federal do Paraná

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: Conquista normanda da Inglaterra por William, o


Conquistador na crônica de William de Malmesbury (1035 a 1128)

Resumo: A Normandia, ducado criado pelo rei franco Carlos, o simples no século X
para acabar com as frequentes invasões nórdicas, se mostra rapidamente como uma
região muito importante nos próximos séculos considerando transformações políticas,
sociais e culturais. Em 1066 o até então duque normando William, conquista a
Inglaterra, suas pretensões surgiram de seu longínquo parentesco com o até então rei
Edward e algumas promessas decorrentes da falta de um herdeiro legítimo ao trono, mas
William afirma seu direito depois de vencer a Batalha de Hastings, contra Harold que
era a aposta anglo-saxã. A conquista vai determinar uma série de impactos posteriores,
o monge William de Malmesbury dedica parte de sua obra Chronicle of the Kings of
England concluída em 1128, a conquista, o governo de William e a maneira como a
dinastia normanda modificou o trono inglês. O trabalho se propõe a demonstrar os
perfis e argumentos construídos por William de Malmesbury em sua crônica e a força
que esse tipo de discurso teve na Idade Média, assim como o contexto que a motivou, o
século XII que apresenta problemas em relação a sucessão do trono depois da morte do
único filho legítimo de Henry II, filho de William.

Palavras-chave: Normandia; conquista da Inglaterra; batalha de Hastings; crônica.


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AUTOR (A): ANDRÉ ARAÚJO DE OLIVEIRA

Filiação Institucional: PPGHIS – UFMT

Titulação: Doutorando

Título da comunicação: O episcopado islandês, uma análise das biskupasögur (Séc.


XI-XIV)

Resumo: O processo de povoamento da Islândia é resultado da diáspora noruguesa


iniciada com o reinado de Haroldo Cabelo Belo, datado do século IX. Esses novos
habitantes da ilha, iriam manter seus costumes pré-cristãos até o avanço lento e
gradativo do cristianismo culminou na cristianização oficial em 999 pela Alþing. O
primeiro bispado islandês foi criado em Skálholt em 1052 pelo bispo Ísleifr Gizurarson,
sendo seguido pelo segundo bispado islandês em Hólar em 1106. A atividade episcopal
dessas duas dioceses islandesas está registrado nas sagas de bispos, biskupasögur,
conjunto documental que descreve a vida dos bispos islandeses no contexto de
construção da identidade cristã islandesa, em paralelo que apresenta os conflitos
causados pelas novas dinâmicas de poder da ilha. Temos com o intuito dessa
comunicação, fazer uma exposição apresentando como ocorreu a projeção do poder da
Igreja, resultando em uma conjuntura no qual a mesma teria condições de contestar o
tradicional poder local dos goðar.

Palavras-chave: Cristianização, Bispos, Islândia.

AUTOR (A): MARIA DO CARMO PARENTE SANTOS

Filiação Institucional: Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Titulação: Professora Associada de História Antiga e medieval

Título da comunicação: Identidade, alteridade: a representação de cristãos e


sarracenos na narrativa de Jiménez de Rada

Resumo: A Batalha conhecida como Las Navas de Tolosa travada entre cristãos e
muçulmanos em 1212 representou o estabelecimento da hegemonia cristã na Península,
que desde o século VIII fora invadida pelos seguidores do Islã. O mais minucioso relato
sobre o confronto que pôs um fim a presença almóada na região foi escrito por Rodrigo
Jiménez de Rada, bispo da cidade de Toledo, que faz seu relato na condição de
testemunha ocular, uma vez que estava no campo de batalha ao lado de Afonso VIII,
monarca castelhano. No nosso trabalho analisaremos as representações criadas por este
autor em seu relato, uma vez que acreditamos que estas foram integradas ao imaginário
ibérico, cujo conhecimento nos ajuda a entender o ethos dos povos peninsulares.

Palavras-chave: sarracenos ideologia cristianismo.

AUTOR (A): CLARICE MACHADO AGUIAR


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Filiação Institucional: Universidade de Brasília (UnB)

Titulação: Mestranda

Título da comunicação: Selado a Sangue: O Pacto com o diabo nas narrativas de


milagres (Castela e Itália, século XIII)

Resumo: O Fausto de Goethe é uma das obras mais importantes da literatura moderna,
muitos literatos consideram-na um dos enunciados da modernidade. A questão do pacto
com o diabo não é uma invenção de Goethe, é um acontecimento recorrente nas
narrativas medievais, a estrutura do pacto presente na obra é muito semelhante a relatos
produzidos durante a Idade Média. A literatura de milagres é riquíssima e comporta
diversos casos de pactos demoníacos, sendo o caso de Teóphilo o mais famoso. Nosso
objetivo é utilizar milagres encontrados na Legenda Áurea de Jacopo de Varraze, nas
Cantigas de Santa Maria de Alfonso X e no Los Milagres de Nuestra Senõra de Gonzalo
de Berceo para compreender a estrutura do pacto com o diabo presente nas narrativas
produzidas durante a Idade Média. Não pretendemos contestar a importância de Fausto,
mas mostrar que a estrutura apresentada é uma herança do medievo, tampouco nos
propomos a estudar a obra de Goethe. Nosso objetivo é refletir sobre a lógica do pacto
medieval tomando como ponto de partida algumas particularidades que foram
consideradas invenções modernas.

Palavras-chave: Idade Média, Milagres, Diabo, Pacto.

AUTOR (A): ANNY BARCELOS MAZIOLI

Filiação Institucional: Mestrado em andamento no Programa de Pós-Graduação em


História das Relações Políticas da Universidade Federal do Espírito Santo

Titulação: Graduada, Mestrado em andamento

Título da comunicação: As Confissões em perspectiva: uma análise das relações de


poder inerentes à prática confessional no Baixo-medievo

Resumo: Segundo Jérome Baschet em seu livro A civilização feudal, a partir do


Concílio de Latrão, a Igreja acumula mais uma função na vida dos fiéis: a de
“dispersora do perdão divino”. No Concílio de Latrão foi instituída a confissão auricular
obrigatória como sacramento, o que estabelece um reforço do poder institucional da
Igreja, através do fenômeno da culpa, da construção de mais um temerário instrumento
de controle e da atribuição a si mesma do poder de oferecer o perdão dos pecados. De
acordo com Michel Foucault, o confessor não é simplesmente um interlocutor, mas a
instância que requer a confissão, visto que impõe-na, avalia-a e intervém para julgar,
punir, perdoar, consolar e reconciliar, estabelecendo um lugar de poder diante do
confessando que se torna ele mesmo o sujeito do enunciado. Esse trabalho pretende
analisar como essas relações de poder inerentes à confissão se desenvolvem e
17

acontecem ao longo do baixo-medievo. E, para tanto, apresentaremos um histórico da


prática confessional, uma analise das relações de poder inerentes a essa prática, além da
análise dos discursos presentes nos manuais de confissão, por meio do Livro das
confissões de Martin Pérez, e da formação deste gênero literário no período do baixo-
medievo.

Palavras-chave: Confissões, Poder, discurso, Prática, indivíduo.

Mesa 2 - Gênero e religiosidades

Coordenação: Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva (UFRJ)

AUTOR (A): FELIPE PARISOTO

Filiação Institucional: Faculdade Cenecista de Osório (Osório, RS)

Titulação: Mestre em História da Idade Média – Espaços, Poderes, Quotidianos


(Universidade de Coimbra, Portugal). Doutorando em Estudos Medievais (Universidade
de Santiago de Compostela, Espanha)

Título da comunicação: A Política Diplomática de Isabel de Portugal na Guerra dos


100 Anos: Mulher e Poder no século XV

Resumo: A partir das motivações que levaram ao casamento de Isabel de Avis e


Lencastre com Filipe III da Borgonha, a comunicação buscará mostrar o poder dos laços
familiares e das habilidades da duquesa na preservação da Borgonha, assim como sua
responsabilidade na resolução de conflitos e no rumo tomado pela Guerra dos 100 anos
entre França e Inglaterra. Ainda, temos como objetivo evidenciar o protagonismo
feminino português na Idade Média, dentro de uma política de valorização da História
das Mulheres Medievais.

Palavras-chave: Portugal; Borgonha; Guerra dos 100 anos; Diplomacia medieval;


História das Mulheres.

AUTOR (A): ANDRÉIA CRISTINA LOPES FRAZÃO DA SILVA

Filiação Institucional: UFRJ

Titulação: Doutora em História Social

Título da comunicação: Construções de gênero na Legenda Beati Petri Gundisalvi


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Resumo: A Legenda Beati Petri Gundisalvi (LBPG) narra a trajetória e milagres de um


frade pregador que viveu no século XIII na Península Ibérica, Pedro González, também
conhecido como São Telmo. Esta obra foi escrita em latim e em prosa e transmitida por
um único manuscrito medieval, o códice 1 do Arquivo Capitular da Diocese de Tui-
Vigo. Poucos autores se dedicaram a estudar de forma sistemática este texto, ainda que
ele figure na Bibliotheca hagiographica latina antiquæ et mediæ ætatis sob o número
2216. Neste sentido, questões relacionadas à autoria, datação e promoção da escrita
desta legenda continuam em aberto. Especificamente no campo historiográfico, os raros
estudos existentes exploram, sobretudo, o caráter hagiográfico deste material,
vinculando-o à história do culto ao frade dominicano. Em nossa comunicação,
propomos uma leitura crítica da Legenda Beati Petri Gundisalvi que permita discutir as
construções de gênero circulantes na Galiza no século XIII, sem ignorar o caráter
hagiográfico deste escrito e sua estreita vinculação com a veneração a São Telmo. Para
tanto, parto da definição proposta por Joan Scott. Assim, interpreto gênero como
construção histórico-social da diferença sexual, que compõe as subjetividades, as
instituições, os símbolos e as normas, pois é a forma básica, primeira, elementar de
dotar de significado as relações de poder.

Palavras-chave: Legenda Beati Petri Gundisalvi; gênero; História.

AUTOR (A): LIDIANE ALVES DE SOUZA

Filiação Institucional: Universidade Federal De Goiás (doutorado-cursando)

Titulação: Mestrado

Título da comunicação: Saúde e enfermidade das mulheres na medicina medieval:


reflexões acerca do Lilio de Medicina de Bernardo de Gordonio (séc. XIV)

Resumo: No medievo latino as concepções e os conhecimentos médicos que diziam


respeito à saúde das mulheres e, por conseguinte, os procedimentos de caráter
terapêutico e prático destinados a cuidar e a curar suas enfermidades não constituíam
escritos médicos especializados. Desta forma, os conhecimentos relativos aos chamados
assuntos médicos femininos (menstruação, gravidez, aborto, parto, aleitamento,
problemas relativos os útero e as mamas) encontravam-se disseminados em obras
médicas gerais, na maior parte manuais, enciclopédias e receituários. Disto posto, o
presente trabalho intenta investigar a forma como a saúde das mulheres, seus problemas
e afecções foram explicados e tratados pela medicina medieval. Para tanto, analisaremos
os paradigmas da saúde feminina no manual de medicina denominado Lilio de
Medicina, do físico e mestre Bernardo de Gordonio (?-1318). Produzido no interior da
escolástica médica, na Escola de Medicina de Montpellier, o Lilio apresenta um
conjunto de capítulos que versam sobre as enfermidades femininas, problemas do útero,
menstruação e parto.

Palavras-chave: saúde, enfermidade, mulheres, medicina medieval.


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AUTOR (A): CRISTIANE SOUSA SANTOS

Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-GO

Titulação: Mestranda em História

Título da comunicação: A Caminho de Santiago: O itinerário francês na Historia


Compostelana e no Liber Sancti Jacobi

Resumo: “A Europa fez-se peregrinando a Compostela1”2, a célebre frase associada a


Goethe, a nosso ver exprime a força e a importância que o mito jacobeu 3 alcançou no
medievo ocidental em razão da peregrinação para o túmulo com as relíquias, que
segundo a tradição, pertencem ao apóstolo São Tiago, o Maior. Inúmeras narrativas se
dedicaram a tratar sobre o mito e peregrinação de Compostela na Idade Média desde a
revelatio dos restos mortais de Tiago no século IX. Dentre estas as que mais se
destacaram, foram o Liber Sancti Jacobi e a Historia Compostelana. Nos livros
presentes no Liber Sancti Jacobi ou Códex Calixtinus, consta o Guia do Peregrino,
documento que se dedica a instruir os peregrinos durante o caminho até Santiago de
Compostela, e também atua como um guia destes na cidade. A Historia Compostelana
por sua vez, se ocupa a versar sobre o bispado de D. Diego Gelmírez e a catedral
compostelana. Intentamos nessa comunicação, tratar sobre as representações que cada
dessas fontes trazem em relação ao caminho de Santiago e a construção do itinerário
francês, a mais expressiva rota jacobeia.

Palavras-chave: São Tiago, peregrinações, Santiago de Compostela.

AUTOR (A): LAILA LUA PISSINATI

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo

Titulação: Graduanda do 7º período de História

Título da comunicação: Os olhares sobre o corpo feminino da Antiguidade Clássica


à Medicina Escolástica

Resumo: Acreditamos que os olhares sobre o corpo feminino ao longo da História


contribuíram para a Misoginia, uma vez que ele foi posto como inferior, legitimando
assim o controle da mulher e preservando a dominação masculina. A Medicina
Medieval carrega consigo os traços das visões sobre o corpo feminino dos Antigos, da

1
Embora a frase seja atribuída ao escritor alemão Johan Wolfgang Goethe (1749 – 1832), não é possível
encontrar a sua fonte exata fonte. Contudo, concebemos esta frase ilustrativa em relação aos diversos
caminhos que foram sendo abertos no medievo em razão da peregrinação ao túmulo apostólico de
Santiago.
2
Apud CASCO, Virginia Videira. Temática Jacobéia no Teatro do Barroco: La Romera de Santiago – de
Tirso de Molina. Programa de Pós-Graduação em Literaturas Hispânicas da Universidade Federal
Fluminense. Dissertação de Mestrado, 2010.
3
3 Mito jacobeu: mito de São Tiago.
20

influência dos Árabes, dos temores da Igreja e das superstições do imaginário medieval.
Dessa forma, essa comunicação pretende traçar um panorama histórico das mais
influenciadoras visões sobre o corpo feminino, desde a Antiguidade Clássica, chegando
à Escolástica, pois nosso objetivo aqui é entender o processo histórico que moldou a
Medicina Escolástica sobre o corpo e a saúde da mulher. Para isso, serão analisados os
postulados Aristotélicos e Galênicos, comentando a influência árabe, a medicina
praticada no medievo e mosteiros até chegar à medicina erudita dos séculos XII e XIII.

Palavras-chave: Medicina; escolástica; corpo feminino.

Mesa 3 - Expansão marítima e relações de poder

Coordenação: Alan Ricardo Duarte Pereira (UFG)

AUTOR (A): MAIARA MUNIZ

Filiação Institucional: Universidade Nova de Lisboa/Universidade Federal do Tocantins


Português

Título da comunicação: O Antigo Norte de Goiás nas correspondências ao Conselho


Ultramarino

Resumo: O Antigo Norte Goiano ganhou espaço nos estudos historiográficos em


virtude da renovação dos estudos em História propostas pela Escola dos Annales e,
neste estudo, encontra-se com as produções acerca da vida colonial brasileira, que
revisam pontos antes dados como certos: na atualidade, considera-se que a Coroa
Portuguesa nem sempre teve controle absoluto sobre suas possessões, apesar de toda a
organização político-administrativa das colônias, espelhada naquela realizada em
Portugal. Propõe-se analisar a governança lusa nos longínquos arraiais do norte da
Capitania de Goiás, em meados do século XVIII, por meio da correspondência enviada
pelos oficiais régios ao rei e ao Conselho Ultramarino, percebendo a obediência ou a
desobediência às normas de el rey, bem como as consequências das ordens reais no
desenvolvimento destes arraiais.

Palavras-chave: Goiás Colonial, Administração Portuguesa, Império Português.

AUTOR (A): ALAN RICARDO DUARTE PEREIRA

Filiação Institucional: UFG

Titulação: Mestre em História pela UFG. Doutorando em História pela UFG


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Título: A nobreza portuguesa no contexto da expansão ultramarina: considerações


a partir da trajetória social da família Cunha Meneses (séculos XVII-XVIII)

Resumo: Satirizados nos versos decassílabos brancos do ouvidor de Vila de Rica,


Tomás Antônio Gonzaga, em Minas Gerais no século XVIII, os indivíduos da família
Cunha Meneses – sobretudo Luís da Cunha Meneses, o Fanfarrão Minésio – tornaram-
se ícones de um governo insolente e despótico nos domínios ultramarinos. No entanto,
enquanto se enaltece, de um lado, as informações contidas na narrativa gonzaguiana, de
outro, pouco se sabe sobre as origens sociais dos membros desta família em Portugal.
Em decorrência disso, o presente trabalho tem como objetivo primordial lançar-se no
encalço da família Cunha Meneses entre os séculos XVII e XVIII. Desse modo, o ponto
de partida circunscreve-se na análise das linhas de sucessão dos primogênitos –
especialmente os filhos varões –, as alianças matrimoniais, os vetores de estratificação,
os serviços prestados ao rei, os títulos e privilégios. Observamos que o núcleo central da
dinâmica familiar estava localizado num aspecto específico: a reprodução social e/ou
biológica. Como pano de fundo, é possível identificar as características da nobreza
portuguesa no contexto do Antigo Regime e da expansão ultramarina.

Palavras-chave: Família. Império português. Nobreza. Antigo Regime português.

AUTOR (ES): LARISSA WARZOCHA FERNANDES CRUVINEL; POLIENE SOARES DOS


SANTOS BICALHO; RENATA ROCHA RIBEIRO

Filiação Institucional: Universidade Federal De Goiás (UFG); Universidade Estadual


De Goiás (UEG); Universidade Federal De Goiás (UFG)

Titulação: Doutora em Letras e Linguística (UFG); Doutora em História Social (UnB);


Doutora em Letras e Linguística (UFG)

Título da comunicação: A Família Real Portuguesa no Brasil: olhares


contemporâneos a partir do romance Era no tempo do Rei, de Ruy Castro

Resumo: A obra Era no tempo do rei: um romance da chegada da Corte (2007), de Ruy
Castro, retoma o controvertido momento histórico brasileiro da vinda da Família Real
para o Brasil, em 1810, integrando fatos históricos e ficção. Do ponto de vista ficcional,
a narrativa descreve as aventuras de D. Pedro e de Leonardinho, célebre personagem do
romance Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel Antônio de Almeida,
pelas ruas do Rio de Janeiro no começo do século XIX. Do ponto de vista histórico, o
romance retoma fontes desse período que apresentavam a Família Real com um tom
caricatural, além de buscar preencher as lacunas deixadas pela historiografia
tradicional/oficial com minúcias da vida privada das personalidades históricas; lacunas
estas que a historiografia mais recente tem se encarregado de suprir, a partir das
reflexões da história da vida privada, da história da família, da história das
mentalidades, entre outras. Nesse sentido, o romance de Castro problematiza, a partir da
representação literária, os impasses vividos nesse contexto histórico, além de lançar
22

luzes sobre como os estudos contemporâneos sobre fatos históricos brasileiros podem
ser enriquecidos pelo imbricamento entre história e literatura.

Palavras-chave: Literatura. História. Família Real Portuguesa.

AUTOR (A): PEDRO HENRIQUE PEREIRA

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás

Título da comunicação: Relíquias Da Cristandade em Ásia e o Culto a São Francisco


Xavier (Séc. XVI)

Resumo: A Expansão Marítima Ibérica buscou, além de territórios para Portugal, a


possiblidade de levar a fé cristã para aquela região. Com o financiamento da coroa e de
particulares, os portugueses partiram com destino a Ásia. Os interesses destas
expedições já estavam presentes no imaginário europeu séculos antes, devido a
narrativas de antigos viajantes, como Marco Polo. O papado visando expandir os limites
da igreja ordenou que muitos clérigos acompanhassem os portugueses em suas
expedições, e a cada território descoberto, tinham a responsabilidade de evangelizar o
povo. Desta maneira, o missionário jesuíta Francisco Xavier que mais tarde se tornaria
santo, viajou com destino à Índia. O santo nasceu no início do século XVI no Reino de
Navarra e é responsável pela evangelização de inúmeras pessoas na China, Índia e
Japão, também é aclamado por ser um dos missionários que mais propagou a fé cristã.

Palavras-chave: Expansão, Missões, Oriente.

AUTOR (A): JOSÉ ANTÔNIO DE SOUSA

Filiação Institucional: Universidade Federal de Sergipe / IFBA

Titulação: Mestrando em História

Título da comunicação: A urbanização no Alto Sertão da Bahia no século XVIII: Os


núcleos urbanos e as estratégias de ordenamento territorial para o além-mar
Resumo: A urbanização no Alto Sertão da Bahia no século XVIII ocorrida tardiamente
em relação a outras regiões está inserida num contexto histórico marcado por eventos
internacionais que alertam o governo português para uma sistematização política e
administrativa. A historiografia da urbanização, arquitetura e cartografia em fins da era
colonial, atestam um ordenamento urbano-territorial estabelecido na América
Portuguesa conforme: (Delson, 1979); (Teixeira, 2011); (Raminelli, 2012). Identificar
esses aspectos nos sertões de cima da Bahia, e seguindo a direção dos estudos efetuados
em outras partes dos sertões de Goiás, Mato Grosso e costa litorânea, áreas bem
estudadas, (Reis Filho, 1968); (Flexor, 1996); (Smith,1969) é cobrir lacunas. A escassez
de roteiros de viajantes, cartografia e desenhos urbanos que sinalize o planejamento
espacial é um complicador. As cartas régias presentes na documentação ultramarina são
23

fundamentais. O objetivo desta pesquisa é identificar e dar visibilidade aos agentes e as


dinâmicas coloniais, os elementos determinantes da forma urbana e arquitetônica de
Santíssimo Sacramento das Minas do Rio de Contas, N. Senhora do Livramento das
Minas do Rio de Contas, Santo Antônio da Jacobina, Santo Antônio do Urubu de Cima
e São Francisco C. Barra do Rio Grande, importantes núcleos coloniais que formam
uma rede urbana e guardam uma história da urbanização dos sertões da Bahia, do ouro,
do gado e da imensidão de suas terras.

Palavras-chave: Urbanização, núcleos urbanos e Alto Sertão da Bahia.

Mesa 4 - Imaginário, Heresias e Misticismo

Coordenação: Germano Miguel Favaro Esteves (UNESP)

AUTOR (A): BRENO TELES PEREIRA

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Acusações contra Jesus Cristo no Discurso Verdadeiro


Contra os Cristãos, de Celso (II – III d.C.)

Resumo: A partir de meados do II séc. d.C., alguns locais no Império Romano


presenciaram perseguições - iniciadas primeiramente por cidadãos romanos - que
resultaram em levas de execuções e martírios de cristãos. Com uma doutrina ainda em
construção, mesclando teorias filosóficas greco-romanas e traços de originalidade cristã,
o cristianismo se encontrava em processo de expansão, inclusive em meio às várias
escolas filosóficas que se concentravam principalmente em Roma e Alexandria. Em
provável resposta a isso, Celso escreve a obra Discurso Verdadeiro Contra os Cristãos,
tratando de várias querelas que incluem a falta de originalidade do cristianismo, a
quebra de raízes com o judaísmo e, alvo de nossa exposição, propomos expor neste
trabalho algumas acusações que examinam o nascimento de Jesus Cristo, sua
ressurreição, seus milagres, dentre outros fatores.

Palavras-chave: Celso; Jesus Cristo; Império Romano; Cristianismo.

AUTOR (A): GERMANO MIGUEL FAVARO ESTEVES

Filiação Institucional: Pós Doutorando FCL UNESP/Assis; Bolsista PNPD Capes

Titulação: Doutor
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Título da comunicação: Considerações acerca do imaginário ligado ao mal no


Prognosticum Futuri Saeculi, de Julião de Toledo (642-690 d.C.)

Resumo: Julião de Toledo (642-690 d.C.), cuja vida e escritos influenciaram de maneira
considerável tanto a teologia do reino visigodo quanto a cristandade ocidental, nascido
na cidade de Toledo e nomeado bispo da sede toledana em 672 d.C., é tido até hoje
como um dos últimos grandes bispos da Hispânia Visigoda. Considerado um de seus
mais importantes trabalhos, o Prognosticum Futuri Saeculi (Prognóstico dos séculos
futuros), escrito em 688 d.C., é uma obra dividida em três livros, voltada para fins
teológicos e pastorais que busca reproduzir certa doutrina em escatologia e que usa
todos os meios, incluindo a retórica como arte ou método de persuasão, para difundir as
verdades relacionadas com realidades escatológicas, conforme ensinadas pelos Pais da
Igreja e pelo magistério pastoral dos bispos do século VII. Nosso objetivo é analisar as
passagens referentes ao Mal, com foco na figura a quem este é devido, o diabo e seus
seguidores, pois vemos nessa obra uma fonte privilegiada para o estudo do imaginário,
as representações maléficas e os lugares do além.

Palavras-chave: Julião de Toledo, Imaginário, Mal, Hispânia Visigoda.

AUTOR (A): SARA RAQUEL RODRIGUES DE ARAUJO

Filiação Institucional: Centro Universitário de Brasília

Titulação: Graduada

Título da comunicação: A Mística Feminina Medieval e a Educação dos Corpos em


Santa Catarina de Sena

Resumo: Essa comunicação pretende apresentar um pouco do universo de regras e


valores apresentado por Santa Catarina de Sena (1347 - 1380) nas epístolas destinadas a
algumas nobres da Península Itálica do século XIV. Para essa autora, a vida dessas
mulheres deveria ser um constante exercício de despojamento onde a meta é chegar a
um estágio em que a alma e Deus se tornam uma unidade. Por meio da análise dos
conselhos que se referem à relação entre a corporeidade e a salvação, pretende-se
conhecer o caminho proposto pela mística senense para que suas interlocutoras
alcancem a vida eterna e, a partir daí, entender qual o comportamento esperado dessas
nobres que carregavam consigo a responsabilidade de serem exemplo para todas as
outras mulheres que ocupassem estamentos sociais inferiores.

Palavras-chave: Catarina de Sena. Escrita Feminina Medieval. Comportamento


Feminino. Mística Feminina Medieval.

AUTOR (A): MICHELE DE ARAÚJO

Filiação Institucional: PPGHIS/UnB


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Titulação: Mestrado

Título da comunicação: De armatura fidelium: a virtude da fortaleza e a preparação


espiritual para a guerra contra os hereges

Resumo: A presente comunicação visa promover uma reflexão, à luz da nova história
política, sobre o significado e os sentidos empregados por Alonso de Espina com
relação à virtude da “fortaleza”, em sua obra Fortalitium Fidei, e como esta se relaciona,
diretamente, ao combate promovido contra os hereges. Para tanto nos basearemos,
sobretudo, na primeira consideração do Livro I que trata da armadura espiritual de todos
os fiéis e da preparação destes para a guerra contra os hereges.

Palavras-chave: Virtude da fortaleza; Heresia; Política.

AUTOR (A): PABLO GATT ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA

Filiação Institucional: Faculdade Saberes – ES

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Os pecados como desvios de conduta: o discurso católico


contra as práticas sexuais, segundo Tomás de Aquino

Resumo: Assim como a instituição do casamento, o corpo na Idade Média estava


perpetuado por uma mentalidade negativa, intensificada por membros do cristianismo
primitivo e também posteriormente pela Igreja Católica medieval, única instituição
hierarquizada do período, que depreciou em todos os aspectos quaisquer assuntos
relacionados ao corpo e, principalmente, ao corpo da mulher. O combate às heresias era
uma das atividades presentes no cotidiano da Igreja Católica Medieval, as heresias não
eram prejudiciais apenas para a Igreja e sim para toda a sociedade civil, pois culminava
na não salvação do indivíduo e na contaminação da comunidade, segundo Tomás de
Aquino em sua obra Summa Theologica. O combate às heresias, garantia a ordem
social. Vale ressaltar que o discurso propagado pela Igreja estava envolvido na ideia do
fim do mundo, esperando-se uma conduta correta por parte de todos, para que se
configurasse o reino de Cristo na terra.

Palavras-chave: Idade Média; Igreja Católica Medieval; Sexualidade; Pecados.

Mesa 5 - Discursos e História Antiga

Coordenação: Nathália Queiroz Mariano Cruz (UFG)


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AUTOR (A): TAMIRES DE CARVALHO JUSTINO

Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Titulação: Graduada

Título da comunicação: Fé e autoridade: as disputas religiosas de Santo Atanásio na


Alexandria do séc. IV

Resumo: Os vestígios de reconhecimento do passado podem ser encontrados de


diversas formas no curso da História. Para obter uma visão mais compreensível do
período chamado de Antiguidade Tardia, utilizamos fontes escritas no intuito de
compreender o contexto político-religioso do séc. IV EC. Para tanto, importa-nos a
figura de Santo Atanásio, Bispo de Alexandria e uma importante personagem no jogo
político daquele período, que logrou obter vantagens pela referência à figura de Santo
Antônio do Deserto, primeiro entre os eremitas e precursor do monasticismo. Por sua
popularidade, Antônio servirá aos propósitos de Atanásio de Alexandria e suas
percepções espiritualistas serão envolvidas nas disputas ideológicas entre a doutrina
ortodoxa e a doutrina ariana. Objetivamos nesta comunicação apontar os artifícios de
Santo Atanásio na defesa da unidade do Cristianismo.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia; religião; monasticismo.

AUTOR (A): NATHÁLIA QUEIROZ MARIANO CRUZ

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás

Titulação: Doutoranda

Título da comunicação: Escatologia e mensagem profética nos Manuscritos do Mar


Morto

Resumo: Desde que o tema da escatologia passou a ter amplo espaço de debate nos
Manuscritos do Mar Morto, tem-se promovido diferentes análises comparativas entre
essa documentação e os demais textos do judaísmo pré 70 e do cristianismo primitivo.
Boa parte dos pergaminhos encontrados na Caverna 4Q reforçaram a intenção
escatológica de alguns preceitos bíblicos, não sem exibir, entretanto, uma escatologia
multifacetada e de teor profético. Assim, de modo que nos parece mais oportuno
reservar o devido espaço que o tema da escatologia tem nos manuscritos do Mar Morto,
nos propomos ao debate sobre a crença no pós-morte e a mensagem profética na
biblioteca de Qumran. Temáticas que, longe de se concretizarem uma particularidade a
essa comunidade judaica, oferecem, antes, um caminho acessível para identificarmos as
nuances literárias rabínicas que foram predominantes ao final do séc. I e.c.

Palavras-chave: Escatologia; Biblioteca de Qumran; Manuscritos do Mar Morto.

AUTOR (A): IVAN VIEIRA NETO


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Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Titulação: Mestre

Título da comunicação: A Vita Pythagorica: as perspectivas de Porfírio de Tiro e


Jâmblico de Cálcis

Resumo: Porfírio de Tiro e Jâmblico de Cálcis foram mestre e discípulo, se pudermos


crer nas afirmações dos seus sucessores. Contudo, nem sempre sua relação foi muito
amigável: Porfírio é o autor da Carta a Anebo, encaminhada a um alumnus do seu ex-
discípulo, questionando os métodos da Escola Neoplatônica Siríaca, dirigida por
Jâmblico, autor da obra De Mysteriis Ægyptiorum — sua resposta à carta enviada pelo
antigo mestre. Tanto Porfírio quanto Jâmblico escreveram biografias do legendário
filósofo grego Pitágoras. As obras apresentam especificidades e revelam as intenções
dos autores. Propomos nesta comunicação explorar as diferenças entre duas correntes
neoplatônicas que disputavam espaço num mundo em transformação, ante a ameaça do
cristianismo.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia; Neoplatonismo; Vida de Pitágoras.

AUTOR (A): MARCELO GUSTAVO COSTA DE BRITO

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás (UEG-Formosa)

Titulação: Doutor

Título da comunicação: Hybris e heroicidade no mundo homérico

Resumo: No plano das mentalidades, chama atenção a mudança nas significações


atribuídas à figura do herói no mundo homérico. A hybris que, de acordo com Vernant,
caracterizava o ethos aristocrático naquele período, sofreu ressignificações ao longo das
narrativas da Ilíada e da Odisseia. Procuro apontar como a hybris deixa de ser o impulso
vital capaz de transformar um simples mortal em um herói para sempre lembrado –
como no caso de Aquiles – passando a ser, com Odisseu, uma ofensa contra os deuses e
a razão dos obstáculos por eles colocados para o retorno do “solerte guerreiro” à Ítaca e
à sua família. Com Odisseu, procuro sustentar, já existe uma primeira desconfiança em
relação à hybris, desconfiança que iria, nos séculos seguintes, consolidar-se na nova
estrutura da pólis em que a glória (kléos) não deve mais pertencer ao indivíduo, mas a
cidade.

Palavras-chave: Herói, Hybris, Homero, Aquiles, Odisseu.

AUTOR (A): TÚLIO CARLOS BORGES SILVA

Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Titulação: Graduando
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Título da comunicação: Mito e Civilidade na Grécia Antiga: a narrativa heracleana


e a transcendência do mito civilizacional

Resumo: A mitologia grega é repleta de grandes heróis e semideuses. E como exemplo


de herói, destacamos a figura de Héracles: sem dúvidas, o maior e mais notório herói da
Mitologia grega. Buscaremos no mito heracleano as características civilizacionais,
presentes desde as descrições dos seus grandes feitos heroicos às famosas tragédias,
igualmente referenciadas na sua rememoração pela sua descendência na Ilíada. Héracles
foi um herói cultural. Destacaremos sua importância como patrocinador das cidades
(especialmente aquelas localizadas na região do Peloponeso), as quais ele, através das
aniquilações dos monstros e dos livramentos das ameaças tiranas e injustas, submete
finalmente à civilidade helênica. Fornecendo o exemplo de homem grego, Héracles é a
própria “grecidade”.

Palavras-chave: Mitologia; Héracles; grecidade.

Mesa 6 - Arte e representações

Coordenação: Carmen Lícia Palazzo (UniCeub)

AUTOR (A): HELENA MACEDO RIBAS

Filiação Institucional: UFPR/NEMED

Titulação: Mestrado – cursando

Título da comunicação: Potatores Exquisiti: A lírica tabernária dos Goliardos


representada no Carmina Burana – séculos XII-XIII

Resumo: Ao longo do período conhecido como Idade Média vemos uma serie de
manifestações culturais que tomam forma nos diferentes ambientes medievais, em
especial a cidade e a corte. No ambiente efervescente da cidade, o surgimento das
primeiras universidades atrai toda uma sorte de estudantes, e um grupo em especial, os
Goliardos, chamam a atenção por serem clérigos estudantes, que vagam entre os
maiores centros urbanos da Cristandade e levam uma vida boêmia e alegre, cantando
canções sobre suas experiências de vida, que mais tarde foram cristalizadas no
manuscrito hoje conhecido como Carmina Burana, datado do século XIII. Este trabalho
irá focar na “lírica goliárdica” presente no Carmina Burana, em especial a lírica
tabernária, (uma vez que o vinho é apenas um dos temas abordados nas canções)
traçando suas especificidades e tentando perceber a dinâmica de vida desses estudantes
boêmios e sua percepção da sociedade que os cercava através de suas canções.
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Palavras-chave: Goliardos; Carmina Burana; Poesia Medieval.

AUTOR (A): CARMEN LÍCIA PALAZZO

Filiação Institucional: UniCeub, Brasília

Titulação: Doutora

Título da comunicação: O imaginário dos jardins do Paraíso na Alhambra de


Granada

Resumo: Desde o ano de 711, com a queda do reino ibérico visigodo, a Espanha passou
a ser um território liderado, em grande parte, pelos muçulmanos. A história da Espanha
islâmica é complexa, mas, na presente comunicação, destacamos o estudo da Alhambra
de Granada. Em 1232 Mohammad ibn Yusuf ibn Nasr foi proclamado sultão em Arjona
como Mohammad I e em maio de 1237 tomou Granada dos berberes Almohadas,
convertendo-a em capital do seu sultanato. Monumento emblemático do período
Násrida, a cidadela ou “fortaleza vermelha” – al Qal’ ah al-Hamra – conhecida no
Ocidente como Alhambra, atravessou os séculos mantendo sua aura de fascínio. Nosso
estudo privilegia o imaginário do que é conhecido como Paraíso nas culturas do Oriente
Médio, incluindo o período persa pré-islâmico e zoroastrista e estendendo-se até o
Corão, com seus reflexos nos jardins e na arquitetura da Alhambra e de seus palácios.

Palavras-chave: Al Andalus – Alhambra – Jardins do Paraíso.

AUTOR (A): DIANINA RAQUEL SILVA RABELO

Filiação Institucional: Instituto Federal de Goiás

Titulação: Mestre

Título da comunicação: A pedra na literatura medieval: os lapidários

Resumo: A pedra é objeto de preocupação e utilização do homem desde época muito


remota, em função do papel que esta desempenhou desde a pré-história na fabricação de
elementos importantes, como ferramentas de trabalho, armas defensivas. A pedra foi
também amplamente utilizada no âmbito da indústria, da metalurgia, da cerâmica, na
fabricação de corantes e pinturas, como objeto precioso em ornamentação (ourivesaria e
joalheria). Proponho, nesta comunicação, uma reflexão sobre a pedra, elemento
constituinte da terra, na literatura medieval. Sob o nome de pedra, na Idade Média
entendiam todo corpo sólido que se encontra na terra, pelos quais os lapidários não só
mencionam as pedras preciosas e as comuns, mas também os metais, cristalizações, sais
e petrificações. Os textos literários, pretensamente científicos e mineralógicos, que se
dedicaram à catalogação, classificação e descrição das propriedades e virtudes das
pedras na Idade Média são denominados lapidários.
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Palavras-chave: pedra, lapidário, literatura.

AUTOR (A): MAURÍCIO RESENDE SANT’ANA DE OLIVEIRA

Filiação Institucional: UEG- CCSEH

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Representações de Maria Madalena: Arte e Narrativa

Resumo: Meu objetivo inicial é discutir as representações de Maria Madalena usando


como referência as passagens bíblicas em que essa personagem foi citada. Também
tenho a intenção de fazer uma análise de quem seria essa mulher no evangelho apócrifo,
escrito provavelmente no século II. Uma mulher como Madalena é um enigma, pois os
escritos sobre a mesma teriam como base as afirmações dos Evangelhos Canônicos e
livros apócrifos. Ela é considerada santa na ortodoxia cristã. Esta personagem foi a
mulher na qual Jesus expulsou sete demônios, como citado no Evangelho de S. Lucas.

Palavras-chave: Bíblia, Maria Madalena, Apócrifos.

AUTOR (A): MARIA LUIZA ZANATTA DE SOUZA

Filiação Institucional: Pós-doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em História da


Arte da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (UNIFESP)

Titulação: arquiteta com Mestrado e Doutorado em História e Teoria da Arquitetura e


do Urbanismo – pela FAU USP

Título da comunicação: Considerações sobre “A ceia do Senhor”, miniatura


atribuída a Francisco de Holanda, (MNBA- R.J.)

Resumo: Francisco de Holanda (D’Ollanda) nasceu na cidade de Lisboa, em 1517,


conforme refere na sua obra Da Pintura Antiga (1549) e falece na mesma cidade em
19/07/1584. Filho de importante iluminador régio, desenhista e retratista Antonio d’
Ollanda (1480-1557), oriundo do Norte da Europa que se instala em Portugal c. 1510,
sendo responsável por incessante produção artística, sob o mecenato do Infante D. Luís
e de outros membros da corte portuguesa. Com 20 anos de idade, após ser iniciado nas
artes por seu pai, Francisco de Holanda obtém uma bolsa de estudos e se dirige à Itália
(Roma) onde irá contatar os grandes nomes da arte renascentista. Esta viagem lhe
permitirá adquirir uma solida formação artística, em contato com os novos paradigmas
artísticos da época. Em seu retorno a Portugal, Holanda trabalhará intensamente até a
morte de D. João III (1557), tendo viajado pelo país e atuado como conselheiro régio,
sempre disposto servir o Reino. Suas reflexões sobre a Arte podem ser observadas em
seus variados escritos ou até mesmo em pequenos exemplares artísticos, como este
encontrado no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
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Palavras-chave: Francisco de Holanda, Museu Nacional de Belas Artes-RJ, miniatura.

Mesa 7 - Guerras e Cruzadas

Coordenação: Guilherme Queiroz de Souza (UEG)

AUTOR (A): THIAGO BROTTO NATÁRIO

Filiação Institucional: UFPR/NEMED

Titulação: Graduando em História

Título da comunicação: A Gesta Normannorum e a legitimação da linha de sucessão


normanda no século X

Resumo: A Gesta Normannorum seu de moribus et actis primorum Normannie ducum,


escrita por Dudo de St-Quentin entre o final do século X e começo do XI, foi
encomendada por Ricardo I (942 d.C. - 996 d.C.), duque da Normandia, alguns anos
antes de sua morte. A Gesta Normannorum se encaixa na prática medieval da escrita de
crônicas sobre famílias governantes, fenômeno que pode ser observado em vários outros
contextos ao longo do período. O objetivo muito claro de Ricardo I ao contratar um
cônego franco para a escrita de uma história de sua família era a consolidação desta
como governante do recém-estabelecido ducado da Normandia. Cedido ao viking Rollo
em um acordo com Carlos, o Simples em 911, as regiões no entorno da cidade de Rouen
foram ao longo do século X sendo expandidas e consolidadas como um ducado
independente. Porém, sendo uma linha sucessória muito recente de governantes,
Ricardo I era apenas o terceiro desta, era necessário um estabelecimento mais firme e
inquestionável destes como legítimos governantes. É neste viés que podemos analisar a
Gesta Normannorum e suas estratégias de legitimação de uma linha sucessória de
governantes, os patrocinadores de tal obra.

Palavras-chave: Normandia; legitimação; crônica.

AUTOR (A): GUILHERME QUEIROZ DE SOUZA

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás

Titulação: Doutor

Título da comunicação: Em busca da Hereditas Christi e do Lignum Crucis: o ideal


de cruzada no romance Eracle de Gautier d’Arras
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Resumo: Esta comunicação tece algumas considerações sobre o ideal de cruzada


presente no romance Eracle, composto pelo clérigo francês de Gautier d’Arras entre
1159 e 1184. Nessa obra octossilábica tripartite (6570 versos), o autor se apropriou da
história do basileus Heráclio (c. 575-641), particularmente em relação à retomada da
relíquia da Santa Cruz e de Jerusalém das mãos dos persas sassânidas. Como sintetizou
o historiador inglês Steven Runciman, Heráclio era visto na época feudal como o
“primeiro dos cruzados”, algo natural para alguém que havia recuperado a Hereditas
Christi (a Terra Santa) e o Lignum Crucis (a Santa Cruz). Com efeito, Gautier vivia em
um período de intenso fervor religioso, entre a Segunda e a Terceira Cruzada (1147-
1192), campanhas militares que influenciaram profundamente sua área de atuação
literária. O espírito das Cruzadas, movimento de intensa orientação escatológica, estava
enraizado no imaginário do Ocidente medieval, com reflexos no léxico do romance
Eracle, como veremos em nossa pesquisa.

Palavras-chave: Gautier d’Arras; Eracle; Cruzadas.

AUTOR (A): DIRCEU MARCHINI NETO

Filiação Institucional: Instituto Aphonsiano de Ensino Superior (IAESup)

Título da comunicação: O imaginário da Batalha do Salado e a presença de ideais


cruzadísticos na Península Ibérica

Resumo: Esta comunicação apresenta uma análise do imaginário criado acerca da


Batalha do Salado a partir dos anos 80 do século XIV em Portugal. Naquele momento,
já se acreditava que um pedaço da cruz de Cristo, o Santo Lenho, fora transportado até o
campo de batalha a pedido de D. Afonso IV (rei de Portugal) e que a relíquia teria
motivado e colaborado para a vitória cristã no confronto contra os mouros. O
responsável direto pelo transporte da relíquia ao campo de batalha foi o Prior da Ordem
do Hospital em Portugal, Álvaro Gonçalves Pereira, que a mandou colocar numa cruz
de grande haste para que a visibilidade fosse garantida. Como consequência disso, tanto
a Ordem do Hospital como a família Pereira ganharam imenso prestígio em Portugal,
sendo reconhecidas como elite guerreira peninsular. Entretanto, percebe-se que tal
simbolismo do Santo Lenho não surgiu em Portugal, mas em 1099, quando os cruzados
conquistaram a cidade de Jerusalém, ocasião em que a relíquia apareceu e fora levada
para a Igreja do Santo Sepulcro, ficando sob a guarda da Ordem do Templo, que a
exibia nas batalhas. Diante disso, é notável uma projeção dos ideais cruzadísticos do
próprio Oriente Latino na Península Ibérica.

Palavras-chave: Batalha do Salado; Ordem do Hospital; Portugal; Memória; Santo


Lenho.

AUTOR (A): BRUNO ALVES MACHADO

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí


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Titulação: Graduando do 7º semestre do curso de História

Título da comunicação: Os Hospitalários em Portugal: Fontes e Historiografia

Resumo: O objetivo desta pesquisa é apresentar uma discussão historiográfica sobre a


presença dos hospitalários na Península Ibérica, desde o início da reconquista e sua
relação com o poder régio.

Palavras-chave: Ordem militar, Hospitalários, Reconquista, Península Ibérica,


Portugal.

AUTOR (A): CAMILA APARECIDA DE SOUZA

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás – Campus Morrinhos/GO

Titulação: Graduanda em Licenciatura em História

Título da comunicação: História e Representações de Joana D’Arc: Um Estudo de


Caso

Resumo: Buscando conhecer e compreender os processos ao qual Joana D’Arc fora


submetida durante anos tanto em vida quanto após a sua morte, pretende-se promover
novas reflexões sobre o presente objeto de nosso estudo, além de colaborar para uma
produção historiográfica em português visto que a quantidade considerável de material
referente à Joana D’Arc se encontra em francês. Trabalhar as suas representações e,
através dela alargar o olhar sobre a situação da mulher no século XV, faz parte de nossa
pesquisa. Descobrir através das pesquisas realizadas a importância de tal personagem na
sociedade em que estava envolvida, a França, suas motivações e posteriores
sofrimentos, nos possibilita a compreender melhor toda uma sociedade, além de
processos políticos e eclesiásticos. Tratamos aqui de um único objeto que nos permite
analisar a si próprio como também através do mesmo, amplas vertentes de uma
sociedade marcada por disputas políticas e de poder, e sem deixar de lado, a presença
clara do misticismo e da ideologia promulgada pela igreja, instituição significativa nas
tomadas de decisões no século XV.

Palavras-chave: cultura, poder, política, religiosidade.

Mesa 8 - História de Portugal e do Novo Mundo

Coordenação: Marcus Baccega (UFMA)


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AUTOR: ANA FLÁVIA CRISPIM LIMA

Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Titulação: Graduação em andamento.

Título da comunicação: Primeira viagem de Vasco da Gama às Índias

Resumo: Com a queda dos bens produzidos na zona rural no século XV, o mercado
interno europeu passava por sérias complicações econômicas. Para evitar gastos com
negociações de mercadorias vindas do Oriente, os europeus passaram a procurar rotas
alternativas para encontrar o caminho até as Índias. Esta pesquisa reúne algumas
reflexões acerca da primeira expedição de Vasco da Gama, durante o reinado do rei
Manuel I de Portugal, onde chega à Calicute em 1498. Especificamente, apresentaremos
uma análise do “Diário de Viagem de Vasco da Gama”, que foi escrito por Álvaro
Velho que estava a bordo da navegação. Este feito foi importante pois Portugal
conseguiu criar uma nova rota comercial para comprar especiarias diretamente nas
Índias. Com isso, a burguesia e a coroa passaram a obter lucros expressivos, quebrando
o monopólio comandado até então pelas cidades italianas de Gênova e Veneza.

Palavras-chave: Expansão Marítima; Vasco da Gama; Álvaro Velho.

AUTOR (A): MARCUS BACCEGA

Filiação Institucional: Professor Doutor Adjunto A-1 na UFMA

Titulação: Doutor em História Social pela USP, com estágio de pesquisa pós-doutoral
na Université de Paris-1 (Panthéon Sorbonne)

Título da comunicação: Cavaleiros no Novo Mundo: os jesuítas e a conquista da


América Portuguesa

Resumo: Esta comunicação pretende rediscutir, a partir de uma (re)leitura


historiográfica dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (1534), a herança
medieval do Continente Brasil e os índices históricos de sua feudalização. Pretende-se
evidenciar, para tanto, como a Companhia de Jesus teceu uma auto-representação
enquanto Militia Christi (a “Igreja militante” dos soldados de Cristo, que se
comprometem com o voto de obediência pessoal ao Papa sob o lema perinde ac
acadaver), considerando-se vocacionada a uma cruzada de expansão da fé católica e seu
projeto civilizatório, propulsionado pelas monarquias ibéricas. Com tal aporte, é intuito
desta breve fala ensejar o debate sobre a conquista e colonização das regiões
meridionais do Continente Americano enquanto uma segunda, e mais sofisticada,
expansão feudal, momento fundante da construção de uma economia-mundo capitalista.

Palavras-chave: Militia Christi, Cavalaria, Jesuítas, Conquista da América.

AUTOR (A): ALEX FAVERZANI DA LUZ


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Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-


RS)

Titulação: Doutorando

Título da comunicação: A política de incentivo às manufaturas têxteis em Portugal


século XVII: dos discursos de Duarte Ribeiro de Macedo à gestão do 3º Conde da
Ericeira

Resumo: Esta comunicação elenca os primeiros passos da política econômica


portuguesa em prol do fomento manufatureiro têxtil em fins do século XVII. A partir
dos discursos do embaixador português em Paris, Duarte Ribeiro de Macedo, datados a
partir de 1675; da gestão da política econômica promovida pelo vedor da Fazenda, Dom
Luís de Meneses, o 3º Conde da Ericeira (1675-1690); do registro das cartas trocadas
entre os mesmos e demais fontes manuscritas; bem como do suporte da historiografia
luso-brasileira, pretende-se evidenciar o contexto histórico desta prática administrativa
portuguesa, contemplando aspectos como a instalação de manufaturas e/ou fábricas no
Reino; a promulgação de medidas legais por meio de Pragmáticas; a adoção de técnicas
estrangeiras para o fabrico; a necessidade de mão de obra qualificada; a captação de
recursos financeiros; etc. Nesta perspectiva, a pesquisa se propõe a mapear a condução
da política econômica manufatureira portuguesa durante a segunda metade do século
XVII e a viragem para o XVIII, de modo a analisar as medidas adotadas, bem como o
desfeche de todo o processo.

Palavras-chave: Portugal século XVII; política econômica; setor manufatureiro.

AUTOR (A): JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás (UFG)

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: A construção do éthos aristocrático no cerimonial da


Academia Real das Ciências de Lisboa (1810-1815)

Resumo: O trabalho tem por objetivo refletir a construção de um modelo de


comportamento nas cerimônias públicas da Academia Real das Ciências de Lisboa,
durante o período de ausência da Corte, transferida para o Rio de Janeiro em 1808. As
transformações geradas pela crise política pós-invasão francesa foram sentidas dentro da
Academia de forma heterogênea, na medida em que houve sócios que aderiram à
dominação francesa e outros contrários. A Academia Real, instituição que possuía
estreita ligação ao poder régio, e pouco afeita às ideias radicais, viu-se na tarefa de zelar
pelo sistema político que a mantivera e sob a qual foi criada. Assim, ao enfrentar as
situações políticas gerais, coube a Academia definir sua postura oficial e tomar sua
posição que afirmasse o seu papel junto da elite letrada fiel à família de Bragança. Os
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Elogios históricos e os Discursos históricos, recitados nas cerimônias anuais da


agremiação, se tornam fontes ricas nas analises sobre a construção de um modelo de
exemplo a ser seguido em meio às situações políticas instáveis. Neste sentido, o saber
retórico e o discurso histórico ganham sentidos na escrita de um discurso acadêmico
coerente com as expectativas da monarquia.

Palavras-chave: Academia Real, Invasões francesas, Discurso histórico.

AUTOR (A): NEZIVÂNIA XAVIER FREITAS

Filiação Institucional: Mestranda PPGH-UFG

Titulação: Licenciada em História

Título da comunicação: Convento da Madre de Deus de Lisboa: memória e


santidade feminina em Portugal (Séc. XVII)

Resumo: O ideal de santidade nos relatos da crônica Notícia da Fundação do Convento


da Madre de Deus de Xábregas está imbricado com a construção memorialística da
história do Convento no ato de rememorar, ou para Catroga (2009), re-presentificar as
primeiras freiras durante os ritos das celebrações natalinas. As relações entre história e
memória são representações do passado e delineadoras de imaginários que atuam na
definição de identidades sociais e, na perspectiva aqui abordada, investigaremos a
construção da identidade do Madre de Deus fundamentada na santidade e na origem
mística da comunidade. A compreensão de tal relação é fundamental para a produção do
conhecimento histórico acerca do objeto em questão, dado que história e memória são
formas da consciência humana lidar com o passado e, para as coletinas de Xábregas,
elaborar modelos de virtude para o presente e registrar vestígios para a posteridade.

Palavras-chave: Convento da Madre de Deus, memória, santidade.

Mesa 9 - Historiografia, Judaísmo e Inquisição

Coordenação: João Alberto da Costa Pinto (UFG)

AUTOR (A): LUDMILA NOEME SANTOS PORTELA

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Titulação: Mestre (doutoranda)

Título da comunicação: Entre a tolerância e o estigma: a condição dos judeus em


Castela sob a legislação de Afonso X (Séc. XIII)
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Resumo: O presente trabalho tem por objetivo examinar os documentos jurídicos


promulgados pelo rei Afonso X de Castela no século XIII, problematizando seus
aspectos políticos, sociais e econômicos no que se refere ao trato das comunidades
judaicas que viviam no reino. Pretendemos compreender as características discursivas
de estigmatização religiosa e tolerância jurídica existentes nos documentos, bem como
analisar as consequências da aplicação destes mecanismos jurídicos aos judeus no que
se refere a sua relação com os cristãos do reino. Para tal fim, utilizaremos as fontes
legislativas Espéculo, Fuero Real e Siete Partidas, bem como as crônicas narrativas
escritas no período e textos teológicos que se referem às construções cristãs medievais
sobre o judaísmo. Adotaremos como referencial teórico uma abordagem de História
Política combinada a conceitos desenvolvidos pela História Social, especialmente
representação, identidade, diferença, estigmatização e tolerância. Como metodologia,
utilizaremos as proposições da Análise do Discurso e a concepção de discurso político.

Palavras-chave: Afonso X; Castela; Judeus; Estigmatização; Tolerância.

AUTOR (A): JOÃO ALBERTO DA COSTA PINTO

Filiação Institucional: Professor na Faculdade de História da UFG

Titulação: Doutor em História

Título da comunicação: Uriel da Costa (1585-1640): A religião e a filosofia de um


judeu herético na Comunidade Sefardita de Amsterdã

Resumo: Apresento nesta comunicação uma breve descrição analítica da autobiografia


– Uma Vida Humana (Exemplar Humanae Vitae) de Uriel da Costa (1585-1640), um
judeu marrano português nascido na cidade do Porto que se radicou em Amsterdã (em
1615) após fuga da Santa Inquisição Portuguesa. Uriel da Costa escreveu esse texto um
pouco antes de se suicidar (em 1640) e nele encontramos uma descrição autobiográfica
da sua trajetória intelectual (no Porto e em Amsterdã) e da sua radical oposição
heterodoxa às institucionalidades político-religiosas da Comunidade Sefardita
(portuguesa) de Amsterdã. Com a descrição do documento tentaremos compreender os
sentidos historiográficos da derrota da luta política de Uriel da Costa contra os
sefarditas (suicidou-se por causa das duríssimas sanções punitivas [heréns] que essa
comunidade lhe havia imposto por vários anos), assim como apresentarmos uma breve
nota historiográfica sobre a caracterização das origens do pensamento radical moderno:
o materialismo iluminista, que, em Amsterdã (a cidade mais liberal da Europa no Século
17), se viu anunciado antecipatoriamente e de modo contundente com as intervenções
político-intelectuais de Uriel da Costa e de Bento de Espinosa (1632-1677).

Palavras-chave: Uriel da Costa; Bento de Espinosa; Sefarditas de Amsterdã; judaísmo.

AUTOR (A): KARLA CONSTANCIO DE SOUZA


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Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo/ PPGHIS

Titulação: Mestranda

Título da comunicação: Pureza e martírio: considerações sobre a ritualística do


Kidush Hashem

Resumo: Tencionamos neste trabalho apresentar algumas considerações acerca do


surgimento de novas práticas no martirológio judaico medieval, como resultado de
fortes influências religiosas cristãs no judaísmo, gestadas durante séculos de
convivência cotidiana, que levaram a confluências culturais mútuas entre ambos povos.
Destacaremos principalmente a ritualística judaica sacrificial do Kidush Hashem e as
noções de pureza em torno deste, partindo da abordagem teórica de Mary Douglas
(1991) sobre as questões de pureza e sagrado. Pontuaremos seus precedentes na história
e na lei judaicas, bem como as normas do ritual em si, descritas através dos séculos
pelos halachistas e adaptadas pelos judeus ashkenazim durante os morticínios da
Primeira Cruzada (séc. XI), quando massacres antijudaicos foram provocados pela turba
de cristãos e cruzados nas principais cidades renanas do Sacro Império Romano-
Germânico. Incitados por discursos inflamados contra os infiéis e deicidas judeus que
andavam livremente entre os cristãos, proferidos por monges pregadores itinerantes, os
cruzados pressionaram judeus para que escolhessem entre a conversão ao cristianismo
ou a morte, desencadeando, desta forma, uma reação de auto sacrifícios coletivos por
parte dos judeus.

Palavras-chave: Kidush Hahem; ritual; sacrifício; martírio; Cruzadas; Germânia;


Ashkenaz.

AUTOR (A): VINICIUS CORREIA AMARAL

Filiação Institucional: Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: Poderes e Tradições: Vestígios da Inquisição em Goiás do


Século XVIII

Resumo: A Inquisição em Goiás ainda é uma temática ainda muito pouco trabalhada
pela historiografia goiana, a sua incidência no Planalto Central é pouco conhecida.
Partindo portanto do trabalho de Luiz Mott, temos como objetivo, buscar vestígios da
atuação do Tribunal do Santo Ofício em Goiás. Buscaremos também compreender
como se instaurou a Inquisição, como está se organizava, assim como todo o trâmite
legal da Inquisição com todas as etapas do processo, desde a acusação até a sentença. A
Inquisição só vai incidir sobre Goiás no período do ouro, e não por coincidência, o
primeiro caso até então descoberto de um processo em Goiás se dá exatamente no
mesmo ano em que, se é fundada a primeira Vila, a Vila Boa de Goiás, portanto
39

buscaremos apresentar também um pequeno histórico dos processos de modificação e


estruturação que passa essa região, pensando na mudança de Arraial para Vila, como
apresentado por Fernando Lobo Lemes, num processo de imposição do poder real,
regulador.

Palavras-chave: Inquisição. Cristão-Novo. Goiás Colonial. Judaísmo.

AUTOR (A): JOYCE BARBOSA BRITO

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás Regional Catalão

Titulação: Graduanda em História

Título da comunicação: Os rituais católicos da Contra Reforma segundo o Concílio


de Trento

Resumo: De acordo com Mariza Peirano (2003, pg. 9): O ritual é um sistema cultural de
comunicação simbólica. Ele é constituído de sequências ordenadas e padronizadas de
palavras e atos, em geral expressos por múltiplos meios. Sobre os rituais da Igreja
Católica Romana, como, quando e em que circunstâncias os mesmos se formaram?
Nesta pesquisa, verificou-se, a partir da análise do documento Concílio de Trento que,
com o intuito de responder às objeções doutrinárias, formuladas por Martinho Lutero
(1483-1546), aquele Concílio estabeleceu a doutrina dos sete (7) sacramentos.
Verificou-se, outrossim, que ao formular esta doutrina, o Concílio definiu o momento,
na vida dos adeptos do catolicismo, de oficializar os ritos inerentes a cada sacramento.
Desde então, estes sacramentos tiveram, para tais pessoas e tais comunidades, o efeito
daquilo que os antropólogos chamam de ritos de passagem, como o batismo, a crisma, a
penitência, a comunhão, o matrimônio, a ordem, a extrema-unção, “ritos estes
relacionados às mudanças mais significativas pelas quais passamos em nossas vidas:
nascimento, entrada na vida adulta, casamento, morte.” (RODOLFO, 2994,9-10).

Palavras-chave: Igreja Católica, Concílio de Trento e Rituais.

Mesa 10 - História do Corpo, da Morte e das Doenças

Coordenação: Roseli Martins Tristão Maciel (UEG)

AUTOR (A): HUGO RINCON AZEVEDO

Filiação Institucional: PPGH - Universidade Federal de Goiás

Titulação: Mestrando
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Título da comunicação: Morte e Poder: as cerimônias e os monumentos fúnebres


como recurso de propaganda da Dinastia de Avis (Séc. XV)

Resumo: O reinado de D. João I (1385 - 1433) foi marcado por uma intensa
centralização política e por diversas práticas de propaganda envolvendo a autoridade
régia visando legitimar a nova dinastia, inclusive as realizadas por seu sucessor, D.
Duarte (1433 - 1438). Dentre os elementos de reforço do poder régio, os mais
significantes utilizados pelos monarcas de Avis relacionavam-se ao culto a memória e a
morte do Rei. A Casa de Avis apropriou-se de diversas ritualizações, celebrações e
cerimônias fúnebres visando idealizar a memória de seu Rei fundador e de seus
descendentes, tendo como expoente o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, um grande
monumento à memória da Batalha de Aljubarrota (1385), e que ao receber os corpos da
Rainha Dona Filipa de Lencastre (1416) e posteriormente do Rei D. João I (1433),
tornou-se o Panteão Régio da dinastia avisina, mais do que uma "memória em pedra",
representava também o maior símbolo de poder do monarca e sua linhagem. Nossa
proposta nessa comunicação é problematizar a utilização da morte régia em Portugal na
primeira metade de quatrocentos como recurso essencial na construção simbólica da
nova dinastia.

Palavras-chave: Morte; Poder; Dinastia de Avis.

AUTOR (A): ROSELI MARTINS TRISTÃO MACIEL

Filiação Institucional: UEG/CCSEH

Titulação: Doutor

Título da comunicação: A Lepra na Antiguidade e Idade Média

Resumo: O trabalho é parte de nossa pesquisa de doutorado, trata-se de uma análise


sobre o processo histórico da enfermidade lepra, desde a Antiguidade até a Idade Média.
O objetivo é identificar como o medo milenar do contágio, fortalecido pelos estigmas,
acarretou um impacto profundo na vida das várias sociedades humanas do Oriente e do
Ocidente. Pretende-se, ainda, demonstrar que as interpretações dadas a essa doença por
religiões de matrizes, judaica e cristã tornaram-se institucionalizadas, gerando fortes
representações negativas e preconceituosas que lhes são atribuídas. Para lançar luz à
história da lepra e para tornar compreensível o medo e as interpretações preconceituosas
lançadas aos indivíduos acometidos por ela, o aporte é buscado nas ciências
econômicas, especificamente, no institucionalismo histórico, abordagem que tem como
premissa básica a ênfase sobre a influência das instituições sobre o comportamento das
sociedades, além de considerar a contingência histórica de toda e qualquer instituição
(NORTH, 1994; 2000) e (HODGSON, 2004; 2006; 2009).

Palavras-chave: Lepra; Antiguidade; Idade Média.


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AUTOR (A): TAYNAH AMARAL MARTINS

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: Entre o pecado e a exclusão: o simbolismo da lepra no


medievo e na Bíblia

Resumo: Durante o período medieval, a Igreja Católica, ao tornar-se soberana instrui


seus fiéis sobre como deveriam viver e portar-se. Um verdadeiro manual de fé e culto, o
qual além de reger a vida dos cristãos, ainda estigmatizava como errantes aqueles que
não o seguisse. Entre as chamadas minorias errantes, está o grupo dos doentes, aqui
especificamente, os leprosos. Estes seriam alvos do castigo divino devido à sua essência
pecaminosa, dando ênfase ao pecado da lascívia. As deformidades de sua pele
externavam a podridão de sua alma. Assim sendo, a Igreja, sobretudo a partir do século
XIII, atua de maneira perseguidora e excludente a fim de contê-los. Aos doentes é
determinado que sejam segregados da comunidade sã e que lhes sejam negados direitos,
proteção legais e propriedades. As raízes dessa prática de exclusão são encontradas em
textos bíblicos, interpretados unicamente por clérigos cristãos durante o medievo.
Assim sendo, buscaremos analisar essas influências e como a lepra era percebida no
período bíblico, juntamente com suas práticas simbólicas e seus significados.

Palavras-chave: lepra, segregação, Igreja Católica, Bíblia.

AUTOR (A): MARTA DE CARVALHO SILVEIRA

Filiação Institucional: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Titulação: Doutora em História Social

Título da comunicação: Um panorama das penalidades corporais: uma leitura


comparativa do Fuero Real e do Fuero Juzgo

Resumo: O século XIII castelhano foi marcado pela pluralidade jurídica oriunda das
demandas de ocupação territorial gerada pela retomada das terras peninsulares antes
controladas pelos muçulmanos. Numa tentativa de romper com esta pluralidade e de
fortalecer a centralidade política foram utilizados, na corte de Afonso X, dois códigos
jurídicos: o Fuero Juzgo e o Fuero Real. O primeiro código representa uma releitura da
antiga lei dos visigodos: o Liber Iudiciorum, feita a mando de Fernando III que
intentava utilizar esta peça da tradição jurídica peninsular para diminuir a influência das
forças locais sobre a aplicação e a feitura da lei. A segunda obra legislativa, composta
no reinado de Afonso X, pretendia reforçar a política centralista inaugurada na corte
fernandina. Em ambos os códigos as penalidades corporais encontraram-se presentes,
sendo utilizadas para demonstrar a submissão necessária do corpo do súdito às
demandas do corpo político, representado pelo poder monárquico. Promover uma
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análise comparativa entre esses dois códigos buscando entender como cada um deles
contribuiu para um projeto de legitimação e de reforço da autoridade monárquica sobre
as forças nobiliárquicas do reino é o nosso objetivo neste trabalho.

Palavras-chave: Corpo – Direito – Lei – Monarquia – Castela – fueros.

AUTOR (A): MILENA DE OLIVEIRA FERREIRA

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espirito Santo

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: Escola de Salerno: a medicina nos séculos XI e XII a partir


das obras de Trotula

Resumo: Os tratados de Trotula são uma coleção de aconselhamentos médicos a acerca


do feminino. Em sua própria maneira, são testemunhos notáveis de uma verdadeira
explosão no pensamento médico que ocorreu no sul da Itália nos séculos XI e XII.
Trotula lecionava na Escola de Salerno que, surgida no século X, atingiu o seu apogeu
no século seguinte, um dos poucos contrapontos laicos em termos de medicina na
Europa cristã desta época. A precocidade do desenvolvimento médico laico da Escola
de Salerno poderia ser explicada ela proximidade – e contatos – com o mundo
muçulmano, já que este estivera presente na vizinha Sicília entre os séculos IX e XI. É
discutível a forma da participação das mulheres nesta escola, se como médicas e
estudantes de medicina ou simplesmente como auxiliares, o que nos faz questionar a
condição de Trotula. Em síntese, o objetivo desta comunicação é aprofundar-se no
estudo de determinados aspectos da medicina feminina no período proposto, tendo em
vista o ambiente intelectual e prático formado no sul da Itália, mais especificamente em
Salerno. Por medicina feminina entende-se, neste estudo, a medicina voltada para a
saúde das mulheres, esta por sua vez refere-se à ginecologia, ao parto e aos assuntos
relacionados. Além disso, visa compreender as concepções de uma das mais famosas
médicas da época acerca do corpo feminino.

Palavras-chave: Escola de Salerno, Trotula, Medicina, Corpo.

Mesa 11 – Discursos e Relações de Poder

Coordenação - Marcelo Rodrigues dos Reis (UEG)

AUTOR (ES): ANA PAULA FLORISBELO DA SILVA/ DRA. LILIAN MARTA GRISOLIO

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão


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Titulação: Graduanda/ Doutora

Título da comunicação: Absolutismo Espanhol: unificação, conflito e separatismo

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar o resultado parcial da


pesquisa em andamento no Curso de História da Universidade Federal de Catalão na
Regional Catalão sobre o absolutismo espanhol e a consequente questão separatista. A
pesquisa busca analisar a identificação do Futbol Club Barcelona com o nacionalismo
catalão durante a ditadura franquista (1939-1975), para tal partimos da questão de como
ocorre o processo de unificação da Espanha e de formação das monarquias nacionais.
Como referencial teórico, utilizamos a obra Linhagens do Estado Absolutista, de Perry
Anderson, que contribui com uma leitura sobre a concepção da formação dos Estados
Absolutistas, bem como as transformações ocorridas nas relações de produção e
transição para o capitalismo. Nesse estudo, priorizamos perceber o processo de
construção do Estado Espanhol, suas especificidades e incongruências de um Estado
altamente aristocrático e combatente dos valores burgueses, ao mesmo tempo em que
possuía uma máquina do estado racional e moderna.

Palavras-chave: Absolutismo, Estado, Monarquia, Unificação, Espanha.

AUTOR (A): MARCELO RODRIGUES DOS REIS

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás

Titulação: Doutor

Título da comunicação: Isabel de Aragão, aspectos biográficos de uma Rainha Santa

Resumo: Nascida em Zaragoza, na Espanha, em 1270, e morta em Estremoz, Portugal,


no ano de 1336, Isabel de Aragão se tornou uma das mais prestigiosas personagens do
mundo ibérico medieval. Em junho de 1282, a infanta aragonesa se casou com Dom
Dinis de Portugal, soberano da Casa Real de Aragão, de quem se tornou rainha
consorte. Assim, ela passa a acompanhar o Rei “Trovador” e viver sob a égide da
realeza até se tornar viúva, em 1325, quando decide se recolher em Coimbra e iniciar
sua vida religiosa. Nesse percurso, são atribuídos a Dona Isabel uma série de
prodigiosos milagres, entre eles a cura de enfermos, além da prática sistemática da
caridade. Por tudo isso, ficou conhecida como a Rainha Santa, padroeira de Coimbra
(Portugal), e foram concedidas a ela as maiores dignidades espirituais da Igreja católica,
isto é, o reconhecimento de bem-aventurada (beatificação), em 1516, e santa
(canonização), em 1625. Minha comunicação quer detalhar ainda mais os aspectos
biográficos dessa rica personagem tendo como fonte a primeira hagiografia medieval a
ela dedicada, o “Livro que fala da boa vida que fez a Rainha de Portugal, Dona Isabel, e
seus bons feitos e milagres em sua vida, e depois da morte”.

Palavras-chave: Isabel de Aragão, hagiografia medieval, realeza, religiosidade.

AUTOR (A): PEDRO HENRIQUE DE SOUZA ANTUNES


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Filiação Institucional: Faculdade de História - UFG

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Os mendicantes na Universidade de Paris: São Boaventura


de Bagnoregio e o debate sobre a pobreza evangélica

Resumo: Desenrolou-se no século XIII um dos debates mais acalorados da


Universidade de Paris. Travado entre os mestres seculares e os religiosos mendicantes, a
causa mais imediata do conflito jaz no fato de que muitos dos que passaram a lecionar
na instituição eram membros da ordem religiosa fundada por São Francisco de Assis, ou
era parte do legado de São Domingos de Gusmão - ambos mendicantes. Frente à
notoriedade conquistada pelos religiosos mendicantes, os mestres seculares passaram a
questionar a autoridade docente dos frades, alegando, dentre os vários argumentos
apresentados, que a pobreza não poderia ser indício de perfeição evangélica. Neste
ambiente de divergências, foi notável a ação de São Boaventura de Bagnoregio, à época
professor na universidade parisiense, o qual saiu em defesa das ordens mendicantes,
chegando a compor uma importante obra de apologética ao pauperismo como ideal de
perfeição: a Apologia dos Pobres (Apologia Pauperum). Sobre a participação do Doutor
Seráfico nas discussões sobre a pobreza evangélica e sobre os argumentos dos quais
lançou mão é que pretendemos discorrer neste trabalho.

Palavras-chave: Franciscanismo; São Boaventura; Mendicância; Pobreza Evangélica.

AUTOR (A): ANDRÉ COSTA ACIOLE DA SILVA

Filiação Institucional: IFG – Campus Goiânia

Titulação: Doutor

Título da comunicação: A dieta alimentar dos enfermos em uma instituição


hospitalar tardo-medieval

Resumo: O objetivo desta comunicação é apresentar como se ordenava a dieta alimentar


e o que compunha essa mesma dieta ofertada aos enfermos do Hospital de Nossa
Senhora do Pópulo, localizado nas Caldas da Rainha. Pretendemos também apresentar o
papel da dieta alimentar na terapia desta instituição hospitalar uma vez que, durante o
período medieval e moderno, a alimentação, na verdade a má alimentação, foi
considerada uma geradora de doenças em potencial. O discurso acerca dos alimentos e
das bebidas era o componente mais largamente trabalhado e com mais potencialidade de
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ser internalizada dentro daquilo que era difundido pelos regimentos de saúde medievais
e modernos. Assim, conhecer a dieta alimentar dos enfermos nos permite compreender
como o ato de comer e beber fazia parte da terapia dos hospitais tardo-medievais e, em
especial, da instituição em destaque neste trabalho. Por fim permite perceber a longa
duração dos princípios da medicina escolástica com base na teoria hipocrático-galênica
dos humores e que dedicou sua atenção à alimentação por considerá-la essencial para a
manutenção da saúde.

Palavras-chave: Medicina, Idade Média, Dieta, Enfermos, Caldas da Rainha.

Dia 09/06/2016 - 16:30h - 18:30h

Local - Escola de Formação de Professores (PUC-Go)

Mesa 1 - Religião e História Franciscana

Coordenação: Victor Mariano Camacho (UFRJ)

AUTOR (A): MIRIAM LOURDES IMPELLIZIERI SILVA

Filiação Institucional: UERJ

Titulação: Mestre em História Antiga e Medieval

Título da comunicação: A Vida Recém-Encontrada de São Francisco

Resumo: Em janeiro de 2015, a comunidade franciscana e os franciscanistas vibraram


com o anúncio da descoberta, feita por Jacques Dalarun, de um manuscrito franciscano
do século XIII, contendo uma nova “Vida” de São Francisco, cuja autoria foi
imediatamente atribuída a Tomas de Celano. Poucos meses depois, saía a primeira
edição do texto latino em versão francesa, pelas Sources franciscaines , e agora, temos o
anúncio da primeira edição em italiano pela Biblioteca Francescana. Tratar-se-ia de uma
“Vida” do santo assisense, escrita para os frades durante a década de 1230-1240, ainda
no generalato de Frei Elias, a pedido deste último, confirmando uma tese de Dalarun, de
2007, acerca da existência de um texto intermediário, então perdido, entre as Vidas 1 e
2, ambas de autoria de Tomas de Celano. Além de uma atualização da Vita prima, que
seria seu modelo, a Vida encontrada apresenta 33 novos milagres póstumos, e vários
episódios inéditos que não constam das outras legendas do santo. Entre estes, os mais
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interessantes dizem respeito à pobreza e a relação de Francisco com este última, questão
que iremos desenvolver nesta comunicação.

Palavras-chave: Franciscanismo – Santidade Medieval - Pobreza – Legenda


Franciscana.

AUTOR (A): VICTOR MARIANO CAMACHO

Filiação Institucional: Programa de Pós-Graduação em História Comparada – UFRJ

Titulação: Doutorando

Título da comunicação: A política anti-herética do papado e a canonização de


Antônio de Lisboa/Pádua

Resumo: Neste trabalho, vinculado a pesquisa em desenvolvimento no curso de


doutorado em História Comparada da UFRJ, objetivamos analisar as possíveis
influências do discurso anti-herético promovido pela Cúria Romana na canonização de
Antônio de Lisboa/Pádua, o primeiro religioso sacerdote vinculado à Ordem dos Frades
Menores a ser inscrito no cânon dos santos. A partir da análise da bula Cum Dicat
Dominus, documento emitido pelo Papa Gregório IX em 1232, que oficializa o culto ao
lisboeta e dialogando com historiografia já produzida sobre o tema, pretendemos
discorrer sobre o reconhecimento pontifício da santidade do frade ibérico. Desejamos
também, discutir o papel político desta canonização em um contexto de crescente
repressão à heresia promovida pela Instituição Eclesiástica e que contou com o auxílio
da atividade pastoral das ordens mendicantes ao longo do século XIII.

Palavras-chave: heresia, papado, canonização, ordens mendicantes.

AUTOR (A): CRISTIANO MARTINS DE OLIVEIRA

Filiação Institucional: UEG- Campus Uruaçu

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Retórica e Hagiografia Franciscana: A atuação da Ordem


dos Frades Menores na cidade de Assis (1207-1226)

Resumo: A presente comunicação tem como objetivo analisar a atuação da Ordem dos
Frades Menores durante o século XIII em Assis, cidade localizada na península itálica;
adotamos como objeto de pesquisa o uso da hagiografia na construção da retórica
franciscana. Desta feita, esse estudo tem como foco a metodologia aplicada aos
discursos religiosos adotados pela Ordem dos irmãos minoritas, sendo assim,
discutiremos a importância da junção entre retórica e hagiografia para a cristandade
durante o período da baixa Idade Media. Outro ponto importante abordado nesse
trabalho é a atuação dos biógrafos de São Francisco de Assis dentre estes Tomás de
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Celano que se destaca como o primeiro a escrever oficialmente sobre a vida do santo, a
obra do biografo sobre São Francisco será o aporte para destacarmos o arcabouço do
discurso religioso no medievo e suas peculiaridades no que se refere a eloquência dos
frades franciscanos.

Palavras-chave: hagiografia, retórica, minoritas.

AUTOR (A): FERNANDA AMÉLIA LEAL BORGES DUARTE

Filiação institucional: Professora da rede publica educacional do Estado de Mato Grosso


do Sul

Titulação: Mestre em História

Título da comunicação: A pobreza Franciscana e as narrativas hagiográficas

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo de apresentar uma breve análise sobre o
discurso da pobreza absoluta narrada nas hagiografias franciscanas no contexto do
século XIII. Os textos hagiográficos que se propõem analisar o discurso são: Primeira
Vida de Tomás de Celano (1229), Legenda dos Três Companheiros (1246) e Legenda
Maior de São Boaventura (1266), todas escritas por frades franciscanos. Para tanto,
compreendemos as hagiografias como produções da memória do cristianismo, pois os
autores tinham o objetivo de demonstrar o universo sagrado dos santos abordando
algumas características, como a virtude e o martírio. As narrativas hagiográficas
produzidas durante o século XIII buscam apresentar as vidas dos santos na imagem de
Cristo, baseando o pensamento e a prática dos santos nos ensinamentos do evangelho.

Palavras-chave: Hagiografia, pobreza e memória.

AUTOR (A): CAROLINA AKIE OCHIAI SEIXAS LIMA

Filiação Institucional: Universidade Federal de Mato Grosso

Titulação: Doutoranda em História – PPGHIS/UFMT

Título da comunicação: Estabelecimentos eclesiásticos e patronato régio nos reinos


de Leão e Castela (1037-1065)

Resumo: Nesta comunicação, pretendo demonstrar o papel da Igreja na Península


Ibérica do séc. XI. Para tal, apresento um recorte da minha pesquisa de doutorado na
qual tenho como objeto de pesquisa o códice de Fernando I e D. Sancha (1047),
intitulado Commentarium in Apocalipsin do Beato de Liébana. Gostaria de pontuar
algumas questões que nos levaram a pesquisar sobre o papel da Igreja Cristã, na
Península Ibérica do século XI e também sobre o interesse da realeza na Igreja – quem
precisava de quem nesse contexto. Aqui, vale lembrar o domínio que Fernando I e D.
Sancha tinham sobre monastérios e igrejas, através de grandes donativos e incentivos à
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construção e implementação de novos mosteiros e ‘infantazgos’ na Espanha, além de


financiarem a arte. Lembramos que havia todo um contexto que cercou a inserção de
Fernando I e D. Sancha no reinado de Leão e Castela e também do contexto político e
social dos quais não poderíamos nos furtar. Nesse sentido, trataremos da complexa rede
em que se entrelaçavam reinado e igreja.

Palavras-chave: Igreja, Península Ibérica, século XI.

Mesa 2 - Historiografia e Relações de Poder

Coordenação: Leandro Duarte Rust (UFMT)

AUTOR (A): MAGDA RITA RIBEIRO DE ALMEIDA DUARTE

Filiação Institucional: IFTM / PPGHIS – UnB

Titulação: Doutoranda

Título da comunicação: Inocêncio III (1216-2016): Oito Séculos na História, Uma


Vida Após a Morte

Resumo: Em 16 de julho de 1216, portanto, há 800 anos, morria o Papa Inocêncio III,
considerado por muitos o auge da monarquia pontifícia no Medievo. Depois de sua
morte, sua história de vida foi contada e recontada, seus documentos, visitados e
revisitados. Nos últimos quase dois séculos de historiografia do papado medieval, em
sua significativa maioria, as pesquisas baseadas, principalmente, na voz do pontífice,
concluem que ele reivindicava não só prerrogativas sobre assuntos espirituais, mas
também sobre a esfera temporal. Inocêncio integra a lista dos grandes papas da história
e recebe, além disso, entre outros adjetivos, o e grande jurista. Este artigo pretende
oferecer três perspectivas de análise do Papado de Inocêncio III, em suas afinidades e
divergências. A primeira relacionada ao aspecto pastoral e espiritual, que toma como
ponto de partida o título de Vigário de Cristo adotado pelo papa. A segunda incide sobre
a análise daquele governo que destaca a reivindicação pontifícia do poder temporal e de
sua sobreposição às “majestades temporais”. Por fim, o terceiro ponto de vista aponta
para a possibilidade de analisar o papado de Inocêncio III por meio de uma chave
política baseada em modelo explicativo divergente daquele centralizador e estatista, o
que permite refletir criticamente sobre o significado e a eficácia de expressões
amplamente usadas para caracterizar esse pontificado: soberania suprema e plenitude de
poder.
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Palavras-chave: Papa Inocêncio III, Historiografia do Papado, plenitude de poder


negociada.

AUTOR (A): LEANDRO DUARTE RUST

Filiação Institucional: Universidade Federal de Mato Grosso

Titulação: Pós-Doutor em História

Título da comunicação: “Nas veias não lhes corria o sangue, mas corrupção e
luxúria em estado líquido”: a historiografia e o nepotismo Bórgia (1455-1503)
como mito político.

Resumo: Muitos historiadores sustentam a conclusão: a ascensão da família Bórgia ao


papado teria sido o mais sombrio capítulo vivido pela Igreja católica ao longo de quase
dois milênios de existência. Quando a família valenciana se apoderou do lugar deixado
por Pedro, em 1455, a já turbulenta política pontifícia passou a encarar o abismo. Com
Calixto III, a linhagem se infiltrou na cúpula eclesiástica, passando a exercer uma
influência que teria crescido como um câncer voraz: expandindo-se desordenadamente e
devorando leis, tradições, cânones, mandamentos. Décadas depois, quando o sobrinho
recebeu a tiara papal com o nome de Alexandre VI, a defesa dos interesses de sangue
teria se tornado a verdadeira religião praticada pela voz apostólica. Tendo povoado a
Cúria com filhos, amantes e parentes, o pontífice teria transformado a Santa Sé em uma
província das ambições e dos conflitos vividos pelos familiares. Barganhas
matrimoniais, corrupção patrimonial, desejos desgovernados por vanglória,
assassinatos, orgias: tudo florescendo a partir da mesma semente maldita, o nepotismo.
Eis o tema desta comunicação. Proporemos as linhas gerais de uma releitura do papel
desempenhado pelo nepotismo na política praticada pelos Bórgia à luz do conceito de
“mitos políticos”.

Palavras-chave: Nepotismos; Bórgia; Mitos Políticos.

AUTOR (A): NABIO VANUTT DA SILVA

Filiação Institucional: UEG-Câmpus Goiás

Titulação: Ensino Superior Completo em Geografia-Graduando em Historia

Título da comunicação: A concepção da doutrina reformista da Igreja Medieval a


partir de Arnaldo de Vilanova (século XIV)

Resumo: O objetivo dessa comunicação pautou em analisar a doutrina reformista para o


catalão Arnaldo de Vilanova (1232-1316) usando como fonte Super Facto Adventus
Antechrist/Confissió de Barcelona (1305). O autor em estudo teve formação médica,
atuando nas cortes régias de Aragão, Pedro III (1276-1285), Afonso III ( 1285-1291) e
Jaime II (1291-1327) , além das cortes pontifícias de Bonifácio VIII ( 1294-1303),
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Bento XI ( 1303-1304) e Clemente V ( 1305-1314). A metodologia empregada para o


estudo fora a análise de discurso da obra, dialogando com Nachman Falbel (1977) e
outros historiadores para compreender a fonte. A obra composta por Arnaldo tratou de
um discurso perante o rei Jaime II que defendeu suas ideias de reformulação da
estrutura da Igreja Medieval, rebatendo os teólogos da Universidade de Sorbonne,
principalmente, os dominicanos que acusavam suas ideias de heréticas. Assim, a fonte
em estudo refletiu uma influência de leituras do autor de Jaoquim de Fiore (1312-1202)
e dos livros bíblicos de Daniel, Apocalipse como sustentáculo para criticar a hierarquia
do clero, desejava uma Igreja espiritual no lugar daquele que considerava material.

Palavras-chave: Arnaldo de Vilanova. Doutrina reformista. Igreja Medieval.

AUTOR (A): JULIAN ABASCAL SGUIZZARDI BILBAO

Filiação Institucional: Departamento de História Social da Universidade de São Paulo


(USP)

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: Pensar a Comunidade Política na Monarquia Católica


Hispânica: O Caso de Biscaia

Resumo: A pesquisa de Mestrado – em andamento – estuda, do ponto de vista histórico,


um fenômeno de fidalguia coletiva instituído na aurora do século XVI na região de
Biscaia, inserida na Monarquia Católica Hispânica do Rei Habsburgo Carlos V. A
fidalguia era compreendida como um privilégio que deveria ser chancelado pelo
monarca, de maneira que a emergência de uma nobreza coletiva territorial para uma
população dialoga com as relações de governo tramadas pelo rei com as localidades que
formavam suas possessões. Desse modo, investigamos como a aliança de Fernando de
Aragão e Isabel de Castela, somados à circulação de determinadas práticas sociais e
religiosas, contribuíram para a construção de um estilo de governo que proporcionasse a
coordenação de territorialidades muito distintas em seus costumes, ordenações jurídicas
e cultura política. Partindo de nosso estudo de caso, é possível debater questões relativas
à formação de uma comunidade política, muitas vezes caracterizada como um Estado
Moderno, legada aos monarcas Habsburgos. Para tanto, traçamos um debate com os
principais operadores conceituais que formam a imagem historiográfica deste momento
histórico: Monarquia Absolutista (Maravall), Sistema Polissinódico (Vicens Vives) e
Monarquia Compósita (Elliott).

Palavras-chave: Biscaia, Monarquia Católica, Nobreza, Governo, Estado Moderno,


Estudos Bascos.

AUTOR (A): ANDRÉ LUIS DE CASTRO ALBUQUERQUE

Filiação Institucional: Universidade Nove de Julho


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Titulação: Mestre

Título da comunicação: A Conflitiva Situação Político-Religiosa Espanhola Durante


o Século XVI: Santa Teresa de Jesus (1515-1582)

Resumo: Esta pesquisa da minha tese de doutorado tem como objetivo investigar os
caminhos políticos-religiosos adotados por Santa Teresa de Jesus para realizar a
Reforma do Carmelo Descalço feminino realizado por ela no ano de 1562 na cidade de
seu nascimento Ávila reino de Espanha. Para compreender a questão da Reforma
Religiosa empreendida por Teresa no século XVI, é necessário vislumbrar o sentido
político que nasce com o conceito da Reforma Religiosa e por consequência a nova
configuração social de Castela que surgirá através das discussões nos diversos concílios
romanos empreendidos pelos papas que disputavam com as monarquias pelo poder
cristão de seus reinos.

Palavras-chave: Teresa de Jesus, Política, Felipe II, Roma.

Mesa 3 - Biografia e Historiografia

Coordenação: Antônio Luiz de Souza (PUC-Go)

AUTOR (A): BRUNO OMAR DE SOUZA

Filiação Institucional: PUC-Rio

Titulação: Mestre em História e Doutorando em História Social da Cultura.

Título da comunicação: A Máquina de Fazer Portugueses. História, Metáfora e


Verdade Nos Séculos XV E XVI

Resumo: A comunicação analisa os usos da técnica dos lugares-comuns e metáforas na


composição das crônicas portuguesas dos séculos XV e XVI. Argumenta-se que a
cultura historiográfica do período percorreu o conflito entre os usos retóricos de efeitos
persuasivos sobre o público e a inscrição da verdade, segundo a concepção cristã-
medieval da história sem ornatos. Percorreremos, nesta comunicação, a problemática
em torno da linguagem, enunciada por Fernão Lopes (1380?-1460), cronista e
guardador-mor da Torre do Tombo de Lisboa, autor da Crónica Del Rey d. Joham I.
Nela, o cronista desafia o senso comum dos procedimentos de veridicção da história
para incorporar um novo sentido ao movimento de ruptura da ordem legal e
institucional ocorrida durante a Revolução de Avis, no Trecento português. O assunto
desta comunicação faz parte de um estudo de doutoramento mais amplo, cujo objetivo
52

tem sido investigar a trajetória da retórica no discurso histórico moderno, entre fins do
século XIV e meados do século XVII.

Palavras-chave: Retórica – História – Verdade – Metáfora – Fernão Lopes.

AUTOR (ES): ISABELLA NOGUEIRA; ANTÔNIO LUIZ DE SOUZA

Filiação Institucional: UFG; PUC-GO

Titulação: Mestranda; Mestre

Título da comunicação: O Homem e a Biografia no Período Renascentista

Resumo: O enfraquecimento do pensamento religioso levou a uma divisão da história


sagrada, daquela humana e natural por volta do século XVII. No entanto, esse
enfraquecimento já vinha tomando forças antes mesmo deste período. No
Renascimento, por via dos humanistas, o homem se tornou a medida de todas as coisas,
dono de seu corpo e de suas ações. Burckhardt afirma que no Renascimento ocorreu
“um desabrochar do indivíduo” esse desabrochar é possível percebê-lo tanto na pintura,
como na escultura, no teatro e até mesmo na literatura. Houve uma busca do interior, o
que deu oportunidade, a um novo olhar para a vida do homem. Nesse momento de
transição, ainda, não havia uma ruptura entre o sagrado e o humano, a fé e a razão ou o
Estado e Deus, se buscava, ao contrário, diferentes posições sobre estes conceitos.
Todas essas buscas eram registradas através das artes. Pensando as artes como um
campo que abrange várias linguagens, queremos aqui falar, em especial, da ascensão
das biografias, que traziam em sua composição o passado, o presente e o futuro. O que
nos possibilita perceber a relação do início do culto ao individualismo a proliferação das
escritas biográficas, gênero hoje tão discutido nas universidades.

Palavras-chave: Renascimento; Biografia; Homem.

AUTOR (A): ARIANE PEREIRA DA SILVA

Filiação Institucional: Universidade Estadual De Goiás (UEG)

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: A História no Futuro: A Representação dos Personagens


Arthurianos em Camelot 3000

Resumo: O primeiro texto Arthuriano distribuído em larga escala na Europa foi escrito
por um historiador chamado Geoffrey de Monmouth, em 1137. Tal obra tinha como
título “História dos Reis da Britânia”. Neste livro Artur é apresentado como
descendente direto de Enéias, aparecendo como um imponente guerreiro. Temos como
principal fonte de pesquisa neste trabalho o HQ Camelot 3000, escrito por Mike W.
Barr e ilustrado por Brian Bolland, publicado originalmente do ano de 1982 até 1984,
53

que retrata em seu interior uma importante “reformulação” da conhecida história


Arthuriana, apresentando aos seus leitores um conteúdo futurista, que de certa forma
nos representa também uma “continuação” dos antigos escritos acerca de Arthur.
Contudo apresentaremos nesta pesquisa além de tais considerações acerca de Arthur, a
importância do uso da imagem como fonte de pesquisa. Camelot 3000 nos traz uma
imagem abrangente do tema em questão, retratando em seu interior uma abordagem de
um tema lenda, o grandioso Arthur, que ressurge em um HQ futurista para concretizar
uma antiga profecia: Salvar sua amada Inglaterra.

Palavras-chave: Rei Arthur – Camelot 3000 – História Futurista.

AUTOR (A): LÁISSON MENEZES LUIZ

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás

Titulação: Mestrando em História

Título da comunicação: Um Vestígio Da Idade Média No Brasil: Estudo


Codicológico de um Livro de Horas do Século XIV

Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise codicológica de um livro
de horas do século XIV, localizado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Inicialmente buscaremos compreender o que é um livro de horas, para que serve, a
quem se destinava e quais as suas principais características. Através da codicologia,
ciência tida como auxiliar da História, buscamos analisar as principais características do
manuscrito em questão, o enquadrando tanto espacial quanto temporal e os seus
elementos culturais. Fizemos uma descrição física do códice, não analisamos o seu
conteúdo escrito, algo que será feito em outro trabalho, pois tal analise nos exige um
conhecimento mais aprofundado em outros ramos do saber, como a Paleografia e o
Latim. Por isso, o nosso intuito é através da análise física e sobretudo da análise das
iluminuras, demonstrar a riqueza e as principais características de um livro de horas.
Sendo assim, colocamos as seguintes indagações: A quem se destinava um livro de
horas? Como que se utilizava tal obra? Quais os principais elementos e características
deste códice? Como este documento veio parar nas terras brasileiras?

Palavras-chave: Codicologia, Livro de horas, Iluminuras.

AUTOR (A): LILIAN MARTA GRISOLIO

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão

Titulação: Doutora em História

Título da comunicação: Aproximações e Distanciamentos: Questões Teóricas Sobre


o Renascimento e a Reforma Protestante
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Resumo: Esta comunicação analisa dois movimentos históricos fundamentais durante a


Modernidade: o Renascimento e a Reforma. Estes movimentos se enquadram na teia de
eventos ocorridos entre os séculos XV e XVII, e representam, dentre outras ações de
transição, tentativas de superação de uma dada condição histórica. Assim, a Idade
Média e a Era Moderna encontram-se entrelaçadas com um longo processo histórico de
profundas transformações sociais, culturais, religiosas e políticas. Destacamos aqui
nesse estudo, através de uma análise crítica, as aproximações e distanciamentos que nos
ajudam a entender as relações existentes entre os dois movimentos e compreender como
ambos formam um quadro plural e multifacetado, que na interação com os mais
diversos aspectos da Modernidade, contribuem para uma compreensão mais
aprofundada sobre o período.

Palavras-chave: Reforma, Renascimento, Modernidade, Transformações e


Permanências.

Mesa 4 - Antiguidade Tardia, Memória e Teoria da História

Coordenação: Paulo Duarte Silva (UFRJ)

AUTOR (A): FERNANDO DIVINO TEODORO MOURA

Filiação Institucional: Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal


de Goiás

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: Os Usos da Memória em Hilário de Poitiers: Identidade


Cristã e Legitimidade Imperial na Antiguidade Tardia

Resumo: Nesse artigo, tempos por finalidade discutir alguns aspectos referentes à
afirmação da autoridade imperial na Antiguidade Tardia. Para tanto, nosso trabalho
analisará o processo de legitimação do poder imperial e os problemas das identidades de
grupos cristãs no contexto dos debates do Concílio de Niceia. Centralizaremos nossa
análise na atuação político-eclesiástica do Bispo Hilário de Poiteirs em dois pontos
principais, como ele refuta seu maior concorrente, o Presbítero Arius no fito de
estabelecer uma proposta político-religiosa de aproximação entre Igreja cristã e Império
Romano.

Palavras-chave: Memória, identidade, legitimidade.

AUTOR (A): PAULO DUARTE SILVA


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Filiação Institucional: Professor Adjunto UFRJ

Titulação: Doutor (PPGHC-UFRJ)

Título da comunicação: Revisitando fronteiras historiográficas: considerações sobre


a noção de Antiguidade Tardia

Resumo: Associada tradicionalmente à desarticulação e capitulação do Império


Romano Ocidental no século V, a passagem da Antiguidade ao Medievo se tornou o
cerne de intensas discussões historiográficas, sobretudo a partir do século XVIII. Com
frequência, ao tomar o Império Romano como referência civilizacional, o debate acerca
das motivações e desdobramentos avaliava tal passagem pelo prisma de ‘crise’ e
‘ruptura’, igualmente paradigmáticas aos ditames políticos e culturais do Ocidente. De
fins do século XIX em diante, em particular no pós-1945, ganhou força a noção de
Antiguidade Tardia. Além de apresentar uma proposta cronológica que contesta a
consagrada divisão entre a Antiguidade e as ‘trevas’ da Alta Idade Média, tal noção
encerra um profícuo campo de estudos, comumente associado aos estudos sobre cultura
e religião, por regra pautado na ênfase aos elementos de transição e continuidade. Nossa
proposta é, ao apresentar a trajetória de constituição deste campo, discutir as
potencialidades e limitações referentes à Antiguidade Tardia, demarcando a
contribuição dos pesquisadores brasileiros neste debate.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia – Alta Idade Média – Historiografia.

AUTOR (A): JOANA SCHERRER CARNIEL

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: “As representações do diabo no contexto judaico: Uma


análise comparada do antigo e novo testamento”.

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo analisar a figura judaica do Diabo no
Antigo Testamento e compará-la com a visão já cristã Novo Testamento, verificando a
mudança de percepção sobre o maligno. O mal na bíblia é um elemento complexo e
instigante, e por isso atrai tanto quem é religioso quanto quem não é. São muitas figuras
malignas que, a partir do choque com outras culturas e interpretações diversas do texto,
se transformaram em uma só no cristianismo: o Diabo. Ressaltando assim que a
personificação do mal é um fenômeno desenvolvido a partir do cristianismo e teve seu
ápice no medievo. A religiosidade hebraica, principalmente anterior ao exílio
babilônico, não acreditava em um princípio maligno, era estritamente monoteísta e
Iaveh um deus tribal, sendo que o maior obstáculo nesse momento era consolidar um
monoteísmo frente ao envolvente politeísmo que os circundava. Foi principalmente o
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contato pós-exílio que nutriu nos hebreus uma percepção do mal que não possuíam
ainda, e o texto bíblico reflete este fenômeno.

Palavras-chave: Diabo; Judaísmo; Cristianismo; Mal; Velho Testamento.

AUTOR (A): MYCHELLE OLIVEIRA COELHO

Filiação Institucional: Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de Goiás

Titulação: Bacharel em Relações Internacionais (PUC-GO), acadêmica em Licenciatura


de História (IFG)

Título da comunicação: Uma pequena argumentação contrária à teoria weberiana:


o homem moderno (in)formado pelos guias de bem viver ibero-lusos dos anos 1700

Resumo: Esta comunicação tem como objetivo partir de uma problematização da teoria
social de Max Weber e o conceito de “indivíduo” por ele construído. Para o sociólogo,
tal indivíduo concebe seu modo de agir abstendo-se do meio social. De tal forma a
modernidade fora composta, de indivíduos que praticavam “ações sociais” guiados
somente por seus interesses próprios. Tencionando quebrar com essa corrente
sociológica a seguinte comunicação apoderar-se-á dos códigos de conduta que
circulavam nos países ibéricos modernos durante os anos 1700. Os mesmos serão
analisados partindo da visão adotada por Durkheim e Marcel Mauss os quais enfatizam
a soberania significativa da sociedade sobre o indivíduo. Partindo dessa concepção irá
ser estudado como esses materiais destilam sua influência, por das normas de etiqueta
sobre as pessoas modernas, uma vez que só por meio delas alcançava-se o sucesso e o
reconhecimento desejados.

Palavras-chave: Individualidade, sociedade, guias de bem viver, século XVI.

AUTOR (A): ANA LUÍSA PEREIRA LOURENÇO

Filiação Institucional: PPGHIS – UnB

Titulação: Mestranda

Título da comunicação: D. João II: entre a história e a historiografia

Resumo: O presente trabalho propõe a realização de um estudo sobre D. João II de


Portugal (1481-1495), com ênfase na construção da sua imagem como Príncipe Perfeito
e na forma como a historiografia o apresenta: precursor do Estado Moderno português.
Tal imagem se baseia na classificação de suas políticas, identificadas com a
centralização e o fortalecimento do poder monárquico. A base documental que sustenta
o projeto é formada pelas crônicas de Rui de Pina e Garcia de Resende sobre o período
joanino, bem como pelos documentos da chancelaria régia e o Livro de Apontamentos
de Álvaro Lopes Chaves. Ao entrecruzar a historiografia e as fontes primárias, pretende-
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se entender as lógicas que presidiram a construção dessa imagem de D. João II e


explicar as práticas e lógicas políticas do governo joanino (1481-1495), tendo como
base o olhar da Nova História Política e o entendimento da Idade Média como uma
sociedade corporativa. Nesse sentido, este projeto propõe um exercício de interpretação
das fontes mais aberto às lógicas do próprio passado para compreendê-lo sob um novo
olhar.

Palavras-chave: Idade Média. Política. Príncipe Perfeito.

Mesa 5 - Educação, Literatura e Representações

Coordenação: Diane Valdez (UFG- FE)

AUTOR (A): VICTOR REIS CHAVES ALVIM

Filiação Institucional: Universidade Federal do Paraná – Pós-Graduação em História /


NEMED

Titulação: Mestrando em História (linha de pesquisa Cultura e Poder)

Título da comunicação: Diferenças nas Representações em Perceval ou o Conto do


Graal e Peredur ab Evrawc

Resumo: As semelhanças e diferenças entre o romance arturiano Perceval ou o Conto


do Graal, de Chrétien de Troyes, e Peredur ab Evrawc (Peredur filho de Evrawc), de
autor(es) anônimo(s) galês do século XII, são importantes para entendermos
permanências de topos gerais na mentalidade medieval. São também indicativas daquilo
que permanece, subterraneamente, no imaginário de forma metamorfoseada na
produção cultural. No conto francês há um tom mais polido, cortês e marcadamente
cristão; já no conto galês anônimo há um tom mais belicoso e com toques pagãos.
Portanto, se faz imperiosa a comparação entre os dois contos para que tenhamos maior
domínio tanto das modificações quanto das continuações de temas na Idade Média
central, no que tange à literatura arturiana. É a esta análise comparativa, então, que
proponho. Para tanto lanço mão de uma versão em francês moderno d'O Conto do Graal
e uma tradução para o inglês moderno de Peredur ab Evrawc. Do ponto de vista
metodológico, faço uma análise semiótica das imagens criadas nos contos, em suas
características gerais e representações de ideais e que, por meio do tom geral da obra,
dão pistas do estado de espírito do(s) autor (es) e, de certo modo, da sociedade que os
produziram.

Palavras-chave: Graal, Literatura Medieval, Chrétien de Troyes, mitologia comparada.


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AUTOR (A): DIANE VALDEZ

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás (PPGE-FE)

Titulação: Doutora

Título da comunicação: Entre livros e minas: professores régios na Capitania de


Goiás

Resumo: A implantação de Aulas Régias na Capitania de Goiás, na segunda metade do


século XVIII, atendeu as particularidades de um espaço que se constituía em torno da
exploração de minérios e de outras demandas provindas do reino português. Entre a
resistência dos povos indígenas, o trabalho duro dos escravos africanos, e o lucro,
resultante da truculência dos chamados 'colonizadores', a Capitania se fazia sem os
haveres totais de seus lucros, que em sua maioria serviam para abastecer cofres distantes
das terras de suas minas. Neste cenário, que parecia tomado pela binômio
exploração/lucro, circulavam intelectuais que integravam a proposta pombalina das
Aulas Régias, proposição de instrução que substituía a política educacional da
Companhia de Jesus, ordem que foi expulsa do Brasil em 1759. Identificar esses
intelectuais, religiosos ou laicos, que exerceram a profissão do magistério no período
setecentista é um dos objetivos do Dicionário de Educadores Goianos que está sendo
elaborado. Apresentarei aqui, Bartolomeu Antônio Cordovil, escritor, poeta, professor
de Gramática Latina, um dos intelectuais deste movimento.

Palavras-chave: Estado Moderno; Capitania de Goiás; Aulas Régias; Intelectuais.

AUTOR (A): JOÃO VICTOR NUNES LEITE

Filiação Institucional: Aluno PPGE/UFG

Titulação: Graduado em História

Título da comunicação: Capitania de Goiás: Aulas Régias e padres-mestres


ilustrados

Resumo: Inserida na dinâmica econômica e política decididamente no primeiro quartel


do século XVIII, Goiás irá compor as regiões que concentraram a produção de minérios
no Brasil, inaugurando um momento que trará, entre outros fenômenos, uma crescente e
forte urbanização da Capitania de Goiás. Nos marcos deste processo e num quadro de
alterações políticas, econômicas e, sobretudo, de visões de mundo engendrados no outro
lado do Atlântico, gesta-se uma aceleração no tempo histórico no Reino Português que,
a partir da década de 1750, reconfigura a sociedade lusitana. A ilustração portuguesa
integra esta profunda alteração social, conferindo um substrato fundamental que marca
o período pombalino e as suas reformas empreendidas na instrução pública. Neste
sentido, observa-se a instituição das primeiras Aulas Régias em Goiás no final da
década de 1780, tendo em muitas destas aulas, a presença de padres na atividade da
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instrução. Assim, a presente comunicação terá como objetivo apresentar dois padres-
mestres, José Barbosa de Brito e Domingos da Mota Teixeira, no interior de uma
análise sobre a instrução em Goiás no período Setecentista.

Palavras-chave: Ilustração; Instrução; Colônia.

AUTOR (A): GEORGE LEONARDO SEABRA COELHO

Filiação Institucional: Professor Universidade Federal de Goiás

Titulação: Doutor

Título da comunicação: Restauração de mapas do Brasil colonial e o estudo das


rotas auríferas em Goiás

Resumo: O objetivo desta comunicação será discutir a importância da preservação e


restauração digital de documentos cartográfico para a pesquisa histórica sobre a
América portuguesa. Em um primeiro momento, apresentaremos a restauração realizada
em um mapa do século XVIII através da ferramenta digital Photoshop e, como esse
recurso, ou seja, a transformação de um suporte material em mídia digital pode tornar
esses documentos cartográficos acessíveis para a pesquisa, tanto no âmbito da disciplina
de História acadêmica, quanto no âmbito da disciplina da História escolar. Em um
segundo momento, demonstraremos como a leitura de mapas é importante para o estudo
das rotas auríferas do Império português em Goiás no final do século dezoito. Neste
sentido, o assunto tratado nesta comunicação busca incluir novas abordagens heurísticas
que possibilitem a discussão sobre as práticas e métodos que caracterizam os campos de
pesquisa e produção da História relacionada à América portuguesa, assim como, de seu
ensino.

Palavras-chave: cartografia, mídia digital, restauração.

AUTOR (A): MAURICIO RIBEIRO DAMACENO

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás – Campus Cora Coralina

Titulação: Graduando em História

Título da comunicação: A Medicina e os Procedimentos Cirúrgicos na Obra A


Rurgia de Henri de Mondeville (Montpellier, Século XIV)

Resumo: Na Idade Média, o ofício dos cirurgiões relacionava-se à parte prática da


medicina e era um trabalho manual que envolvia o tratamento de feridas, fraturas e
luxações. Assim, eram convocados para integrar as campanhas militares, pois eram
necessários para cuidar dos feridos nos campos de batalha. A fonte em análise é a obra
A Cirurgia, composta entre 1306 e 1320 pelo cirurgião e mestre Henri de Mondeville
(1260-1321), que se formou em Medicina na Universidade de Montpellier e se
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especializou em cirurgia em Bolonha, chegando a atuar como cirurgião do rei francês


Filipe, o Belo (1285 – 1314). Assim, a proposta deste trabalho é analisar esse escrito por
uma dupla perspectiva: abordar os diferentes métodos terapêuticos defendidos pelo
autor para o tratamento dos ferimentos de batalhas e compreender as inovações
propostas por Mondeville, comparando-as com as técnicas defendidas pelas autoridades
das matrizes antigas e árabes como Galeno e Avicena.

Palavras-chave: Henri de Mondeville, Cirurgia, Terapêutica, Idade Média.

Mesa 6 - Poder Político e Idade Média

Coordenação: Johnny Taliateli do Couto (UFG)

AUTOR (A): INGRID ALVES PEREIRA

Filiação Institucional: Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: O Monarca e o Povo do Livro no Reinado de Afonso X

Resumo: A comunicação terá por objetivo analisar a situação dos judeus no contexto da
Idade Média, enfocando para a relação de Afonso X com os judeus durante o período da
Reconquista cristã aos territórios antes dominados pelos árabes, particularmente o
século XIII. A participação judaica na Reconquista ao final do século XI e ao longo do
século XII se derivou do declive do poder muçulmano e o colapso dos reinos islâmicos,
logo os judeus e outras minorias eram necessários no processo de povoamento das terras
reconquistadas pelos reis cristãos, por isso a princípio eram tolerados e até mesmo
requisitados pelos reis, sendo eles figuras importantes na reestruturação dos reinos
hispânicos católicos com seus novos espaços. Afonso X destaca-se como um rei ibérico
que em seu reinado concedeu amplos privilégios às minorias como judeus e mudejares.
No entanto, a convivência entre a população católica e as demais minorias era
regulamentada por uma jurisdição que limitava o contato entre as populações
sobressaltando dessa forma uma posição de inferioridades às minorias.

Palavras-chave: judeus, Afonso X, Reconquista, Península Ibérica, Siete Partidas.

AUTOR (A): JOHNNY TALIATELI DO COUTO

Filiação Institucional: PPGH/UFG

Titulação: Doutorando
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Título da comunicação: Quem foi Durão Forjaz? Redes de poder no reinado de


Sancho II (1223-1248)

Resumo: Sancho II foi destituído pelo Papa Inocêncio IV em 1245, após uma série de
contendas com eclesiásticos e o próprio papado. A questão é que um monarca não
governava sozinho, como detentor desse poder público, ele precisava se cercar de
homens que lhe ajudassem na boa administração do reino. Neste sentido, um importante
órgão de governo era a chancelaria, e o responsável pela mesma, tinha papel de grande
destaque nos assuntos da monarquia. Durante um bom tempo, quem esteve à frente da
chancelaria, foi Mestre Vicente, bem conhecido por estar presente em articulações
políticas desde o reinado de Afonso II (1211-1223). Foi provavelmente no ano de 1236,
que abandonou ou foi dispensado do ofício de chanceler, tendo assumido o posto, pouco
depois, Durão Forjaz. Para alguns pesquisadores, foi o período de desorganização da
chancelaria de Sancho II, o que explica a ausência de documentação expedida durante
os últimos anos de governo do rei português. Sendo assim, quem era Durão Forjaz?
Podemos dizer que ele era menos capaz para exercer o ofício? Ao nomeá-lo, quais eram
as redes de solidariedade que Sancho estava angariando? Tal postura agravou os
problemas de seu reinado que culminaram em sua deposição? Com este trabalho,
buscamos entender mais de uma figura mal conhecida, participante ativo de um período
de turbulência na monarquia portuguesa.

Palavras-chave: Sancho II; Durão Forjaz; Portugal; Chancelaria.

AUTOR (A): JOSÉ VITOR DE LUCENA CANABRAVA

Filiação Institucional: Programa de Estudos Medievais (PEM) da Universidade de


Brasília

Titulação: Graduando

Título da comunicação: Controle da Floresta Real, da conquista normanda à Magna


Carta

Resumo: Após a conquista da Inglaterra (séc. XI), os normandos implantaram nas ilhas
um costume jurídico que traziam do continente: o de instituir como florestas régias,
grandes porções de território, que eram submetidas exclusivamente à autoridade régia e
reguladas por um corpus específico de leis (Forest Laws), destinado a proteger os
animais e seu habitat, apreciados no esporte da caça pela aristocracia. O primeiro rei
normando da Inglaterra, William, o Conquistador, foi o responsável pela criação desse
ato, o que lhe rendeu a fama de amar mais os animais de caça do que os próprios filhos,
evidenciando a estranheza dos novos súditos com relação ao conceito de floresta real
em terras inglesas. Com o passar do tempo, tais leis foram sendo flexibilizadas e
atenuadas, até a promulgação da Carta das Florestas (Charter of Forests), no ano de
1225, na qual se constata uma diminuição drástica da extensão do território ocupado
pelas florestas reais, uma vez que, nessa época, aproximadamente um terço da Inglaterra
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era protegido pelas leis florestais, a exemplo da totalidade do condado de Essex. Esta
comunicação é o resultado parcial da elaboração de uma monografia de conclusão de
curso, na qual se pretendem estudar as principais questões que envolvem as mudanças
ocorridas, entre 1086 e 1225, na política real em relação às florestas sob seu domínio.

Palavras-chave: Floresta; Magna Carta; Inglaterra; Medieval; Normandos; Floresta


Real.

AUTOR (A): LUIZ AUGUSTO OLIVEIRA RIBEIRO

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Maringá

Titulação: Mestrando em História (UEM)

Título da comunicação: A Crônica de Alfonso X como Fonte para o Estudo das


Relações Entre o Rei e a Nobreza em Castela no Século XIII

Resumo: As crônicas medievais têm despertado o interesse de vários historiadores,


além de estudiosos de diversas áreas do conhecimento como letras, artes, filosofia e
educação. Em relação à Idade Média, as crônicas constituem uma tipologia documental
que possibilita ao pesquisador investigar os mais variados aspectos desse período
histórico. Elegemos como fonte de pesquisa a Crônica de Alfonso X, escrita por volta
de 1344, a mando do Rei Alfonso XI (1312 – 1350), bisneto de Alfonso X, o Sábio.
Utilizar-se deste gênero literário como fonte histórica, exige do pesquisador um olhar
atento acerca do contexto e circunstâncias que levaram à elaboração do documento – no
caso, o reinado de Alfonso XI – e, a partir desta reflexão, pensar o documento como
fonte para o estudo do reinado de Alfonso X. Buscaremos analisar a relação entre o
monarca e a nobreza castelhano-leonesa, especificamente, as motivações que levaram à
revolta nobiliária de 1272/1273.

Palavras-chave: Crônica; Alfonso X; Nobreza.

AUTOR (A): MARCOS VINÍCIUS MARINHO FERNANDES

Filiação Institucional: Universidade de Brasília – UnB

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: Ayuntamiento de reyes: uma análise em torno do


matrimônio de Juana e Felipe, reis de Castela (séculos XV-XVI)

Resumo: O matrimônio de Juana, filha dos Reis Católicos, com Felipe, filho do Sacro-
Imperador, em fins do século XV, representava a aliança entre ambos os potentados. O
matrimônio servia como uma importante arma no jogo político, cuja celebração
motivada por interesses comuns de Estado era abertamente conhecida. Entretanto, Juana
e Felipe tiveram intermináveis problemas em seu relacionamento, frequentemente
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motivados pelos ciúmes dela. A instabilidade emocional de Juana, que assumiu depois
um caráter de transtorno mental, ainda discutido entre os estudiosos, foi
instrumentalizada por Felipe, por Fernando, e ainda por Carlos, seu filho, como razão
para afastá-la do governo. Nos séculos XIX e XX, além de uma ampla discussão
historiográfica sobre a loucura de Juana, houve também uma reapropriação romântica
da história do casal. Nesta comunicação, pretendo analisar como o matrimônio de Juana
e Felipe foi apresentado nos documentos de sua própria época, revelando por vezes
contrastes com a historiografia posterior.

Palavras-chave: Juana, a Louca; Felipe, el Hermoso; Matrimônio; Política.

Mesa 7 - Minorias, Casamento e Modernidade

Coordenação: Gilberto Cézar de Noronha (UFU)

AUTOR (A): YOHANNA LIMA JAPIASSU AMARO

Filiação Institucional: Universidade de Brasília

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: “Alianças Matrimoniais Políticas na Baixa Idade Média”

Resumo: Este estudo insere-se no projeto “Alianças Matrimoniais Políticas na Baixa


Idade Média”, cujo principal objetivo é compreender de que forma os casamentos
concertados no âmbito da realeza e da alta nobreza europeias funcionam em termos
políticos. De forma concreta, apresenta-se uma proposta de pesquisa sobre as alianças
matrimoniais que tiveram por protagonista aquela que viria a ser a rainha Isabel, a
Católica. Os séculos XV e XVI foram um período de grandes mudanças na Europa
Ocidental que afetaram a sociedade, refletindo-se na economia, na política e na cultura.
Em termos políticos, a historiografia é praticamente unânime em reconhecer que o
estado monárquico sofreu profundas transformações que levariam ao estado moderno
absolutista. As novas circunstâncias trazem para o plano político um acirramento de
disputas pelo poder, e é nessa conjuntura que este estudo se insere, mais
especificamente, em Castela, no período da transição do reinado de Enrique IV para o
de Isabel, a Católica.

Palavras-chave: matrimônio; sociedade; política; Isabel de Castela; Enrique IV;


alianças matrimoniais.

AUTOR (A): GILBERTO CÉZAR DE NORONHA


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Filiação Institucional: Universidade Federal de Uberlândia

Titulação: Doutorado em História Social

Título da comunicação: Ciganos em Portugal: composições modernas (1462- 1562)

Resumo: A comunicação tem como objetivo apresentar os resultados preliminares de


investigação sobre as formas de representação do cigano na cultura ocidental moderna.
Pretende analisar especificamente registros escritos da presença dos ciganos nos
mundos ibéricos, desde os séculos XV/XVI, procurando compreender não apenas o
movimento de entrada dos ciganos no reino português, bem como a sua situação sócio-
cultural na conformação de sua presença no Reino de Portugal (cujos indícios remetem
ao quatrocentos). Além de explorar uma temática periférica das discussões sobre a
formação cultural e étnica do povo português, a compreensão de tais processos sócio-
políticos possibilita identificar aspectos importantes da vinda dos ciganos para o Brasil.
Notadamente aquelas transferências motivadas pelas políticas de expulsão e condenação
às galés, implementadas pelos reis portugueses, desde o século XVI cujas leis, cartas,
alvarás, e atas registram não apenas conflitos culturais, mas também determinadas
estratégia de povoamento e colonização das colônias d’além mar.

Palavras-chave: Ciganos, Portugal, Brasil, Cultura Moderna.

AUTOR (A): CLEUSA TEIXEIRA DE SOUSA

Filiação Institucional: UFG- FH

Titulação: Doutoranda UFG

Título da comunicação: D. Manuel I e a convocação do conselho régio: expulsão dos


judeus de Portugal (1496-1497)

Resumo: D. Manuel não se atreveu a resolver a questão relativa à permanência ou


expulsão dos judeus em Portugal sozinho. Convocou o conselho régio para discutir o
assunto, sabe-se que as opiniões de seus membros divergiram-se, formando dois campos
opostos: uns eram a favor da permanência dos judeus, enquanto outros pediam sua saída
do reino. Levando em conta esse contexto dúbio relativo à presença dos judeus em
Portugal, objetiva-se analisar os argumentos utilizados por cada um dos grupos na
tentativa de refletir sobre as motivações e expectativas de cada um deles acerca da
expulsão judaica do reino.

Palavras-chave: Judeus, D. Manuel I, Portugal.

AUTOR (A): MIRJA MYRCEA DENNISSE CHURQUINA CORRO

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás

Titulação: Graduada em Licenciatura Plena em História


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Título da comunicação: As Alianças Matrimônias Entre Castela e Aragão Durante o


Reinado de Maria de Molina (Século XIV)

Resumo: A trajetória política da rainha Maria de Molina (1260-1321), esposa de


Sancho IV (1258-1295) de Castela, é permeada pela detenção do poder durante a
menoridade do seu filho Fernando IV (1285-1312) e a de seu neto Afonso XI (1311-
1350). No seu reinado, além de enfrentar os problemas gerados pela ilegitimidade de
seu casamento e a disputa pelo trono, houve também os conflitos fronteiriços com os
reinos de Aragão e Portugal. Nesse contexto, permeado por enfrentamentos e momentos
de paz, a rainha, sofrendo ataques dos reinos vizinhos e sem o apoio papal, recorreu a
várias medidas, entre elas as alianças políticas por intermédio dos casamentos de seu
filho e sua neta com os infantes (as) aragoneses. Assim, a proposta desta comunicação é
analisar a política matrimonial entre os reinos de Castela e Aragão por intermédio do
estudo da correspondência oficial entre Maria de Molina e o rei Jaime II de Aragão
(1291-1327) que nos fornece informações a respeito dos comportamentos dos infantes e
o processo de negociação dos matrimônios. Nesse sentido, selecionamos as cartas que
tratam da organização do casamento do seu filho Pedro de Castela com Maria de
Aragão e também o de sua neta Leonor de Castela com o infante Jaime de Aragão.

Palavras-chave: Casamento, Maria de Molina, Castela, Aragão.

AUTOR (A): POLIENE SOARES DOS SANTOS BICALHO

Filiação Institucional: Universidade Estadual De Goiás (UEG)

Titulação: Doutora em História Social

Título da comunicação: Arte Plumária Indígena, Rituais e Festas no Brasil


Oitocentista

Resumo: Quando os portugueses se aportaram por estas terras, muitíssimo povoadas


pelos indígenas, supostamente em 1500, um dos motivos de maior admiração dos
ilustres “descobridores” foi o fato de os mesmos andarem nus, o que se devia, em
grande parte, ao clima tropical das praias então paradisíacas do litoral brasileiro. Neste
sentido, o debruçar sobre o tema das vestimentas indígenas, a partir do conhecimento e
análise da arte plumária indígena e de sua relação com os rituais e festas no século XIX,
de antemão, evidencia que a linha que separa a roupa da pintura, do adorno, do adereço
e das plumagens é muito tênue. Vestir-se para o indígena dos primórdios da
colonização, de acordo com a concepção que tem o homem moderno, ocidental e
europeu do ato vestir, era algo inimaginável. Ao contrário, eles se “travestiam” de
adereços e adornos com finalidades diversas: ritualísticas; proteção; magia; cura;
embelezamento; para as festas etc.; e é sobre esta temática que versa este artigo.

Palavras-chave: Arte plumária indígena. Rituais. Festas.


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Mesa 8 - Monacato, Religião e Práticas Políticas

Coordenação: Alécio Nunes Fernandes (UNB)

AUTOR (A): THALLES BRAGA REZENDE LINS DA SILVA

Filiação Institucional: PPGHC – UFRJ

Titulação: Doutorando

Título da comunicação: Um estudo inicial sobre a demonização nos Milagros de


Nuestra Señora, de Gonzalo de Berceo

Resumo: Este trabalho é um estudo inicial sobre a demonização nas representações


medievais castelhanas do século XIII constantes na hagiografia Milagros de Nuestra
Señora, de Gonzalo de Berceo. As análises apresentadas tratam-se de um recorte das
considerações parciais da minha pesquisa de doutorado em História Comparada, que
teve início este ano (2016), no âmbito do PPGHC e do PEM da UFRJ. Nas Ciências
Sociais e Políticas, demonização é um conceito que significa negar integralmente que
Outrem possua quaisquer qualidades morais valendo-se da associação, seja de que tipo
for, deste Outrem com entidades sobrenaturais diabólicas. A demonização pode ter
efeitos de intensidades variadas, começando pela segregação e pela hostilidade aos
demonizados, chegando até às perseguições generalizadas ou aos genocídios. Interesses
religiosos e morais podem ser motivos comuns de demonização, contudo é frequente
que ganhos econômicos ou disputas políticas também sejam. A hagiografia selecionada
neste recorte permite explorar muitas destas possibilidades nesta apresentação.

Palavras-chave: demonização; hagiografia; Castela.

AUTOR (A): ALÉCIO NUNES FERNANDES

Filiação Institucional: Universidade de Brasília – UnB. Faculdade Projeção-DF

Titulação: Mestre em História Social (UnB). Doutorado em andamento em História


Política (UnB)

Título da comunicação: A justiça do Tribunal: estudo sobre a relação entre norma e


práxis inquisitorial do Santo Ofício português. O processo do padre Frutuoso
Álvares

Resumo: A escolha do tipo de fontes a serem analisadas pelo estudioso tende a ser
definidora dos resultados alcançados na pesquisa histórica. Não raro, o trabalho dos
67

historiadores que tratam do tema “Inquisição portuguesa” se aproxima, em alguma


medida, do ofício do inquisidor: suas sentenças são formuladas a partir de processos
inquisitoriais. Mas, ao contrário dos juízes do Tribunal, parte dos historiadores não vê
qualquer importância na legislação inquisitorial, reduzindo-a, grosso modo, a um
discurso que legitimava a dominação, desqualificando com um argumento de uma linha
a necessidade de se compreender as normas que orientavam as práticas de justiça do
Santo Ofício português. Em sentido diverso, o presente trabalho parte da premissa de
que, para fazerem sentido, os processos devem ser lidos dentro de seus contextos
linguísticos e históricos. A base empírica que orientará o presente estudo é dupla: 1) o
processo do Padre Frutuoso Álvares, sodomita confesso e reincidente, o primeiro
confitente a se apresentar ao inquisidor-visitador Heitor Furtado, na 1ª Visitação do
Santo Ofício ao Brasil; e 2) o Regimento de 1552. Com base em tais fontes primárias,
pretende-se analisar a relação entre norma e práxis inquisitorial. O objetivo é
compreender como eram construídas as sentenças do Tribunal, como a ideia de justiça
era pensada e vivida pelos inquisidores.

Palavras-chave: Cultura jurídica luso-cristã. Inquisição portuguesa. 1ª Visitação do


Santo Ofício ao Brasil.

AUTOR (A): MAYRA RÚBIA GARCIA

Filiação Institucional: UFG / UEG

Titulação: Doutoranda

Título da comunicação: Enclausuras portuguesas no medievo

Resumo: A vida monástica feminina portuguesa sempre esteve permeada de uma visão
do senso comum de que foram subordinadas totalmente ao universo masculino da Igreja
Católica. Alguns estudos feitos pela historiografia recente têm diferentemente uma nova
perspectiva do comportamento das monjas no medievo. Subordinadas, mas não
anônimas elas desempenharam um papel aquém daquilo que estão acostumadas a serem
consideradas. Através de estudos e de uma análise que ainda se encontra em construção
sobre a atuação das religiosas enclausuradas dos principais mosteiros e conventos no
medievo português, dar-se-á para perceber alguns aspectos inovadores acerca desse
universo conventual. A composição, o ambiente intelectual e de assistência dessas
religiosas apresentam aspectos em comum que as fortalecem enquanto influenciadoras
de seu contexto.

Palavras-chaves: enclausuras, medievo, Portugal.

AUTOR (A): HEVERTON RODRIGUES DE OLIVEIRA

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – UFG

Titulação: Mestrando
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Título da comunicação: O monacato no noroeste peninsular: São Frutuoso e São


Rosendo

Resumo: O monarquismo é um fenômeno, de certo modo, universal nas grandes


religiões, tais como: Cristianismo, Hinduísmo, Budismo, Islamismo e Judaísmo. Este
fenômeno corresponde a uma motivação do ser humano para o transcendente e lhe
imprime uma dinâmica de ascese e autodomínio dos instintos naturais. O monarquismo
cristão abrange uma realidade social e espiritual, que a partir do modelo Jesus Cristo, os
fiéis são chamados a seguirem e imitarem, tendo como principal motivação o convite
realizado pelo Mestre: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua
cruz cada dia e siga-me" (Lc. 9,23). O fenômeno monástico alcançou a Península
Ibérica no século IV, onde foi acolhido com fervor pelos cristãos peninsulares. No
território peninsular o monarquismo desenvolveu uma série de características que o
marcou profundamente, diferenciando-o das outras formas monacais do Ocidente. O
monacato no noroeste peninsular, sobretudo na região da Galiza, atrai nossa atenção
neste trabalho, no qual abordaremos o modelo monástico adotada por São Frutuoso e
São Rosendo, figuras importantes para a compreensão do modelo monástico adotado
pelas comunidades da Península Ibérica.

Palavras-chave: Monacato, São Frutuoso, São Rosendo, Península Ibérica.

AUTOR (ES): ANDRÉ ROCHA CORDEIRO E SOLANGE RAMOS DE ANDRADE


(ORIENTADORA)

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Maringá – UEM

Titulação: Mestrando

Título da comunicação: “As excelências da Ave Maria: as estratégias da Igreja


Católica para o incentivo da oração à Virgem Maria (Portugal – Século XVI)”

Resumo: A prática do orar e realizar preces são formas de contato com o sagrado que se
mostram presentes no cristianismo desde o seu surgimento, de modo que o próprio
fundador se utilizava de tais práticas para se relacionar/aproximar com “Deus Pai”.
Múltiplas preces e orações foram compostas ao longo dos séculos, pautando-se em
trechos bíblicos, questões dogmáticas, revelações sagradas e inspirações divinas. Dentre
as orações que a Igreja Católica Apostólica Romana “compôs”, a Ave Maria é aquela
que remete diretamente à mãe de Cristo. Dessa forma, nossa proposta consiste em
analisar os recursos utilizados por Nicolau Dias (1525? – 1596), em sua obra intitulada
Livro do Rosário de Nossa Senhora (1573), para incentivar seu leitor à prática da
oração, especialmente a Ave Maria, em um contexto na quais as devoções à Virgem
eram símbolos do ser católico. Desse modo, operacionalizamos os conceitos de
“estratégia” (CERTEAU, 1994) e “linguagem autorizada” (BOURDIEU, 1998;
CERTEAU, 2006), pois consideramos que Nicolau Dias é um porta-voz de uma
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instituição religiosa que busca manter-se enquanto tal e para tanto se utiliza das
devoções à Virgem Maria enquanto mecanismos para se legitimar.

Palavras-chave: Nicolau Dias; Portugal, Igreja Católica; Devoção Mariana; Ave


Maria.

Mesa 9 - Cultura e Poder

Coordenação: Francisco de Paula Souza de Mendonça Júnior (UFSM)

AUTOR (A): ERICK MESSIAS COSTA OTTO GOMES

Filiação Institucional: Faculdade de História - UFG/Goiânia

Titulação: Doutorando

Título da comunicação: Patronato e amicitia no século I a.C.: uma leitura da obra de


Horácio

Resumo: Nesta comunicação faremos um debate historiográfico a respeito das relações


de patronato e amicitia estabelecidas com Horácio e seus patronos, Mecenas e Augusto,
além de analisarmos, na obra horaciana, a forma como o autor define essas relações, em
que destacaremos suas similaridades e diferenças. Para tanto, realizaremos um
mapeamento dos termos referentes às relações de patronato e amicitia, tais como
patronus, cliens, amicus, officium, beneficium, meritum e gratia. Nossa hipótese é a de
que o poeta estabeleceu uma relação de amizade com Mecenas e, por meio deste,
aproximou-se de Augusto, construindo com o Princeps uma relação de patronato, a qual
possibilitou um convívio mais íntimo de Horácio no contexto da domus imperial.

Palavras-chave: Patronato. Amicitia. Horácio. Augusto. Mecenas.

AUTOR (A): FRANCISCO DE PAULA SOUZA DE MENDONÇA JÚNIOR

Filiação Institucional: Professor da UFSM/Codiretor do Centro de Estudios sobre el


Esoterismo Occidental de la UNASUR

Titulação: Doutor em História e Culturas Políticas/UFMG

Título da comunicação: A eloquência de um soberano mudo: um olhar sobre o


secretário renascentista

Resumo: A presente comunicação discutirá o surgimento da professione de secretário


no cenário político-cultural dos séculos XV e XVI na Europa. O ofício de secretário
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surgia e se consolidava num ambiente no qual crescia o volume de documentação


escrita e a burocratização das ações do princeps, criando a necessidade da atuação desse
indivíduo que possuía um vasto repertório de conhecimento, que englobava a retórica e
mesmo as técnicas de comunicação secreta, tudo isso empregado a serviço dos
interesses da ação principesca. Conforme discutiremos, a proximidade do príncipe, e,
por consequência, de sua intimidade, permitia ao secretário uma posição privilegiada.
Ainda que não lhe fosse atribuída formalmente a capacidade de atuação no primeiro
plano da política, dado que sua função oficial seria apenas redigir as cartas e cuidar do
arquivo do seu senhor, a sua intimidade com o segredo do princeps lhe permitia realizar
sua agenda pessoal com mais sucesso que aqueles aos quais se confiava a possibilidade
de intervir nos destinos dos homens e dos reinos. Portando, discutiremos os meios pelos
quais buscou se dotar de eloquência estes "soberanos mudos".

Palavras-chave: Segredo, Secretário, Política, Renascimento.

AUTOR (A): SUIANY BUENO SILVA

Filiação Institucional: Faculdade de História - UFG/Goiânia

Titulação: Doutoranda

Título da comunicação: Composição de Ab Vrbe Condita: Uma Leitura dos


Testemunhos dos Escoliastas

Resumo: Nosso intuito com essa comunicação é discutir sobre os horizontes de


composição da obra liviana, em especial sobre seu estilo, tema e organização dos
episódios e, a partir desta compreensão, estabelecer uma leitura da ressonância de Ab
Vrbe Condita no medievo, por meio do trabalho dos copistas. Logo, consideramos que
discutir sobre esses testemunhos é, antes de tudo, reconhecer a própria historicidade do
texto latino, uma vez que este chega até nós a partir de diversas interferências críticas,
advindas das evidências dos manuscritos com os testemunhos os quais intentaram
reconstruir a melhor leitura sobre Ab Vrbe Condita.

Palavras-chave: Composição; Evidência codicológica; Testemunhos.

AUTOR (A): WENDEL DE SOUZA BORGES

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão

Titulação: Mestrando - Programa de Pós-Graduação em História – Mestrado


Profissional

Título da comunicação: Relações interpessoais e a representação social da


discriminação no Trovadorismo galego português
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Resumo: O objetivo do presente estudo é uma abordagem histórica das relações


interpessoais entre os séculos XII e XIV, com ênfase na discriminação social e sua
inserção no discurso do Trovadorismo galego português. De modo a investigar como a
distinção das figuras do trovador, do segrel e do jogral representava socialmente as
relações de poder que caracterizam a Idade Média. No intuito de alcançar resultados foi
realizada a análise de cantigas satíricas presentes nos cancioneiros da Ajuda e da
Biblioteca Nacional, em acordo com os conceitos de representação social e história
cultural. Embora a pesquisa continue em andamento, possíveis conclusões são
perceptíveis: a relação de poder existente no cenário medieval e motivo de discórdia
entre as classes, encontrava enlevo entre os artistas da época que, corroborando práticas
sociais vigentes e politicamente incorretas, segundo os padrões atuais, provocavam o
riso, eram influenciados e influenciavam a sociedade na qual estavam inseridos.

Palavras-chave: Representação social – Discriminação – Trovadorismo.

AUTOR (A): SAMUEL TOLENTINO DA SILVA

Filiação Institucional: Acadêmico do curso de História pela Universidade Estadual de


Goiás- Campus Goiás. Bolsista PBIC-UEG

Titulação: Graduando no Curso de História

Título da comunicação: O Papel do Médico e a Preservação da Saúde do Sultão Al-


Afdal: o Regimento de Saúde De Maimônides (Séc. XII)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a concepção de Maimônides a


respeito da atuação dos médicos no exercício da Medicina e identificar os preceitos
destinados à conservação da saúde do sultão Al-Afdal (1169-1225). O Regimento de
saúde, obra em análise, é de autoria do físico judeu Moisés Ben Maimón, conhecido no
Ocidente como Maimônides (1135-1204) e foi composta a pedido de Al-Afdal que
padecia de problemas estomacais (constipação do ventre e indigestão) e necessitava de
conselhos sobre como manter a saúde e evitar as complicações de suas enfermidades.
Além disso, ele sofria crises de melancolia, caracterizado por um conjunto de
sentimentos como tristeza, apatia, abatimento, desespero, angústia e exaustão. O
Regimen em análise está estruturado em quatro partes. Nosso foco de estudo é o
primeiro capítulo em que o autor apresenta discussões a respeito da medicina e o
terceiro direcionado especificamente as necessidades do sultão. Nesses escritos, os
físicos expunham os modos de comportamento que os pacientes deveriam seguir para
curar suas enfermidades e até mesmo evita-la ou amenizar os seus sintomas.

Palavras-chave: Al-Afdal. Medicina. Maimônides. Saúde.

Mesa 10 - Arte, Narrativas e Saberes


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Coordenação: Maria Dailza da Conceição Fagundes (UEG)

AUTOR (A): BRENDA YASMIN DEGGER

Filiação Institucional: Graduanda em História pela Universidade Federal do Paraná


(GRR 20148487); participante do Núcleo de Estudos Mediterrâneos (NEMED)

Titulação: Graduanda

Título da comunicação: O Itinerarium Cambriae (1191) de Geraldo de Barri e as


conexões entre Gales, a Corte inglesa e as Cruzadas

Resumo: O fim do século XII no Ocidente Latino é permeado por mobilizações no


sentido de reaver a Terra Santa que havia sido tomada do domínio cristão pelas forças
mulçumanas em 1187. Dentre a imposição de tributos para a arrecadação de recursos
que financiem as viagens e o armamento dos cavaleiros, um artifício para angariar a
adesão de cruzados era a pregação desta nos territórios cristãos. Henrique II na
Inglaterra não é uma exceção e em 1188 ele envia o Arcebispo de Canterbury, Balduíno,
acompanhado de Geraldo de Barri em pregação no território de Gales. Um relato desta
viagem será escrito por Geraldo em 1191, denominado Itinerarium Cambriae e consiste,
para além da descrição da viagem, em uma narrativa de geografias, milagres e costumes
locais que engloba elementos de história eclesiástica, política e autobiografia. O
presente trabalho possui como intuito relacionar o contexto político e intelectual do fim
do século XII com a narrativa do Itinerarium Cambriae, especialmente no que concerne
ao local, geográfico e institucional, de escrita de Geraldo de Barri, bem como perceber
os reflexos destes contextos na obra em questão e compreender os posicionamentos do
autor em relação à sua narrativa.

Palavras-chave: Idade Média; Relato de Viagem, Cruzadas, Pregação.

AUTOR (A): MARIA DAILZA DA CONCEIÇÃO FAGUNDES

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás – Campus Goiás

Titulação: Doutorado

Título da comunicação: Universidades e a Produção dos Saberes Médicos: A


Formação dos Físicos nos Escritos da Escolástica Médica (Montpellier – Século
XIII)

Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar as articulações entre o saber fornecido
pelo ensino universitário e a formação dos físicos medievais. Por essa perspectiva,
selecionamos dois escritos da escolástica médica, frutos da atividade docente: o
Tractatus de Intentione Medicorum (1290) do físico Arnaldo de Vilanova (1240-1311) e
73

o Tractatus de crisi et de diebus creticis (1295) de Bernardo de Gordônio (1258 – 1318).


Estes intelectuais, enquanto homens de seu tempo, foram educados no galenismo árabe
medieval e, além do ofício médico, atuaram no ensino, exercendo o papel de mestre na
Faculdade de Medicina, em Montpellier, nos séculos XIII e XIV e contribuíram para a
difusão das obras das autoridades antigas e árabes, graças ao trabalho de tradução e
comentários e, ao utilizá-las como embasamento em seus escritos médicos. Assim, o
discurso, a prática e principalmente suas obras foram marcadamente influenciadas pelo
currículo e pela estrutura de ensino presentes nesta instituição. Ao analisar esses
escritos, propõe-se investigar a concepção dos dois mestres e homens de saber, acerca
de saúde e doença, e identificar o processo de formação e também a transmissão do
saber médico adquirido pelo ensino acadêmico e também pela experiência (practica
medica) de seus autores no exercício da medicina.

Palavras-chave: Medicina. Universidade. Arnaldo de Vilanova. Bernardo de Gordônio.

AUTOR (A): LARISSA LACÉ SOUSA

Filiação Institucional: Universidade Estadual de Goiás - Campus Goiás e PBIC-UEG

Título da comunicação: Saúde e Doenças na Idade Média: Os Cuidados com os


Recém-Nascidos no Tratado das Crianças do Físico Bernardo de Ordônio
(Montpellier – Século XIV)

Resumo: A proposta desta pesquisa é analisar o discurso médico acerca da saúde


infantil na Idade Média. A fonte, objeto de nossa análise, é o Tratado das Crianças,
composto no início do século XIV, pelo físico e mestre da Universidade de Montpellier,
Bernardo de Gordônio (1258-1318). Nesse escrito, estruturado em 28 capítulos, o autor
lista as doenças mais comuns durante a infância, indicando os respectivos tratamentos e
também conselhos para evitá-las e, assim, conservar a saúde. Deste modo, os primeiros
capítulos da obra são destinados às discussões sobre o parto, o corte do cordão
umbilical, a limpeza do bebê, o sono e a alimentação. Nesse sentido, para saber como
essa temática era explicada pela medicina universitária medieval, propõe-se investigar
os preceitos médicos destinados aos primeiros cuidados com os recém-nascidos,
compreendendo assim, as medidas necessárias para mantê-los saudáveis.

Palavras-chave: Saúde. Crianças. Medicina. Idade Média.

AUTOR (A): BRUNO ERCOLE

Filiação Institucional: UFPR/ NEMED

Titulação: Graduando em História

Título da comunicação: A iluminura como narrativa: o exemplo do Bestiário


Medieval
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Resumo: Durante o período compreendido entre os séculos XII e XIII observa-se, no


Ocidente Latino, um grande número de transformações, como as Cruzadas, a Reforma
Gregoriana, o surgimento das Universidades e o Renascimento do século XII. Neste
âmbito, há o desenvolvimento de um tipo específico de códice medieval, conhecido
como Bestiário. Apresentando curtas descrições acerca de animais, tanto reais quanto
imaginários, seguidos de uma lição moralizante, o Bestiário é considerado um dos mais
abundantes exemplos de obra do período medieval, devido ao grande número de
manuscritos preservados. Classificados em diversas categorias, há as versões
conhecidas como Bestiário Latino, obras luxuosas e ricamente ilustradas, provenientes
da Inglaterra. Com base nessa documentação, pretende-se analisar as iluminuras
presentes nessas obras e que são classificadas como narrativas, ou seja, que contam uma
história, que pode ou não estar expressa no texto, refletindo sobre a sua validade para
estas obras e também sobre uma de suas funções, supostamente didática, tendo em vista
que a arte na Idade Média apresentava também esse caráter pragmático.

Palavras-chave: Bestiário; Iluminura; Arte Medieval.

AUTOR (A): ELAINE SILVA ARÃO

Filiação Institucional: Universidade Federal de Goiás – Faculdade de História

Titulação: Mestre

Título da comunicação: A Influência Normanda na Língua e na Cultura Inglesas a


partir de 1066

Resumo: 1066 foi um marco na história e na língua inglesas, porque nele iniciou-se a
Conquista Normanda da Inglaterra, período em que os franceses do Ducado da
Normandia, além de outros, comandados por Guilherme I, William I - o Conquistador,
ou, ainda, o Bastardo, invadiram, conquistaram e dirigiram a Inglaterra por mais de 300
anos. Durante esse período, houve mudanças rápidas e surpreendentes em vários
aspectos da vida inglesa, como na titularidade da propriedade, na administração política,
na arquitetura, na cultura, nas artes, na religião, dentre outras. A língua francesa chegou
com os invasores, assim como os seus hábitos e crenças. É possível percebermos essa
influencia na vida e na cultura inglesas, ao analisarmos aspectos do cotidiano de seu
povo, bem como vocábulos usados comumente em sua língua, em todas as partes do
mundo em que ela é usada, até nos dias atuais. Nessa comunicação, faremos um
repertório de alguns desses vocábulos, destacando os aspectos históricos e culturais que
a eles deram origem, mediante o uso imposto do francês normando na sociedade inglesa
durante a Conquista Normanda da Inglaterra.

Palavras-chave: Conquista Normanda da Inglaterra. Língua Inglesa.


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APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS

Dia 10/06/2016 – 17 horas

Local – Faculdade de História (UFG)

AUTOR (A): ALEX DA SILVA CORRÊA (PUC-GO)

Título: Relações de poder entre monarquia e papado (século XIII)

Resumo: Esta pesquisa discute as relações de poder existentes entre Monarquia e


Papado. Os atritos entre o Rei Felipe IV (1285 – 1314) da França, e, o cardeal Benedito
Caetani, Bonifácio VIII (1294 – 1303), que pretendia a universalidade do poder. Os
discursos que foram construídos serviram como instrumentos de legitimação de poder
tanto para a supremacia papal, quanto para a supremacia real. O contexto político era
complexo, pois desde 1294 havia uma desarmonia entre o rei Felipe IV com Eduardo I
(1272 – 1307) da Inglaterra, no que se refere aos territórios da Gasconha, com isso
houve uma grande necessidade de cobrança de impostos sobre o clero, que se defendia
argumentando que houve por parte do rei uma clara violação do Concílio de Latrão
(1215) que permitia tais cobranças a não ser com permissão da Santa Sé. Bonifácio VIII
defendia a Hierocracia, teoria política que representava a supremacia do poder espiritual
sobre o poder temporal.

AUTOR (A): ANA MARIA DE SOUZA E SILVA (UEG)

Título: A presença da cultura dos Kalungas nas festas populares de Monte Alegre
de Goiás

Resumo: O Quilombo Kalunga localiza-se nos municípios de Monte Alegre, Cavalcante


e Teresina de Goiás. Foi reconhecido como Sítio Histórico e Patrimônio Cultural
Brasileiro em 1991. Sua população viveu isolada por cerca de 190 anos, estando hoje
relativamente em contato com pessoas que moram em regiões próximas, seja através de
escolas, turismo ou uniões matrimoniais. A cultura afrodescendente dos quilombolas
influencia festas como a de Nossa Senhora do Rosário, que ocorre todo mês de julho
desde 1738 na cidade goiana de Monte Alegre. Seja através das danças, das
representações de trabalho ou da cultura material, os Kalungas fazem parte das tradições
católicas da cidade. A sussa e os congos são compostos em sua maioria por negros que
vivem no Quilombo, que utilizam de roupas e instrumentos de percussão específicos
para suas apresentações artísticas. O cortejo da festa possui representação de escravas,
que muitas vezes estão auxiliando os reis. A riqueza da corte opõe-se a representação da
vida escrava dos negros.
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Palavras-chave: Cultura Afrodescendente; Festas Populares; Tradição.

AUTOR (A): BIANKA RODRIGUES DE OLIVEIRA (PUC-GO)

Título: Comenius: a educação religiosa como base na escolarização

Resumo: O objetivo do trabalho é fazer uma breve análise sobre: A educação religiosa
no século XVI e XVII, começo da Europa Renascentista. Devido à educação ter passado
por algumas mudanças, que são: a abertura de escolas, a matriz curricular, a didática
magna, entre outras, que na atualidade são vistas como utópicas. Um dos principais
responsáveis dessa questão de “reforma” educacional foi Juan Amós Comenius (1592-
1670), considerado o “pai da pedagogia”. Segundo a autora Maria Amélia a religião era
uma das principais vertentes educacional, mas qual seria a principal contribuição da
educação religiosa na construção do indivíduo? Para Comenius, a construção
pedagógica tem a sua base na fé e nos estudos das Escrituras, a partir da Reforma
Protestante. O aprendizado deveria ser alcançado por todos e diante desse desafio, ele se
torna o precursor no movimento histórico da escolarização. A fé em Comenius era o
principal meio de alcançar a Salvação eterna e por meio do saber poderia ser alcançada
a democratização social, a possibilidade de todos poderem aprender de forma
igualitária.

Palavras-chave: educação, religião e salvação.

AUTOR (A): CLEIDIANE GONÇALVES FRANÇA (UFG)

Título: Mulheres na imprensa Jataiense: um olhar sobre a velhice feminina

Resumo: Este estudo procura analisar o processo de disciplinamento e normatização


sobre o corpo feminino velho, na imprensa Jataiense. Especificamente, analisamos
artigo publicado nas páginas do jornal O Picapau, no ano de 1922, em Jataí. Por meio
dessa publicação é possível discutirmos representações construídas sobre o corpo
feminino, neste caso, de uma mulher velha. Utilizamos a produção bibliográfica sobre
os estudos de gênero e história das mulheres para embasar nossas discussões. Desse
modo, intentamos demonstrar, como os discursos presentes na fonte analisada
desempenharam um papel educativo e de controle sobre o corpo e a velhice feminina.

Palavras-chave: gênero; mulheres; velhice; imprensa.

AUTOR (A): DAVID SANCHO DO NASCIMENTO (PUC-GO)

Título: Viagens de Ibn Battuta: narrativas de um mundo desconhecido

Resumo: Os relatos de viagem são fontes ricas de informações de um mundo


desconhecido, que é desvendado através das narrativas dos viajantes medievais. Estes,
por sua vez viajavam atrás de aventuras e desejo infindável de descobrir e ver algo
jamais visto antes. Nesse ponto destaca-se o viajante árabe Ibn Battuta (século XIV).
Temos o objetivo de analisar sua “Rihla”, que é o gênero árabe de descrições de
viagens. Narrado por Battuta e transcrito por Ibn Juzayy, numa grande aventura contada
77

com detalhes, sua narrativa nos leva a tentar desvendar, em seus relatos a maneira usada
de persuasão para formar o imaginário de seu interlocutor, suas contribuições e
aproximações com a cultura islâmica, destacando a influência do fantástico nesta Rihla.

Palavras-chave: Ibn Battuta, viajante, narrativa, Idade Média

AUTOR (ES): DAYANA ALVES GOMES LUSTOSA (UEG); RITA CASTORINA GONÇALVES
GUNDIM LEMES (UEG)

Título: Biografia e História: Inácio de Loyola e a expansão do catolicismo

Resumo: O presente trabalho pretende discutir alguns aspectos biográficos da vida e


obra filosófica do religioso basco Inácio de Loyola (1491 a 1556). Nessa perceptiva, a
proposta pretende analisar a vida do presbítero e fundador da Companhia de Jesus
(1540), que revele interações com sua praxe politica, filosófica, educacional e religiosa
(o voto de pobreza, castidade e obediência absoluta, que foram fatores importantíssimos
para sua canonização). Em relação aos fatos narrados na Autobiografia nota-se uma
grande diversidade. Nosso objetivo é ressaltar a importância histórica desta fonte para
conhecer o âmbito de elaboração da Contra- Reforma e o contexto que propiciou a
beatificação e futura canonização de Loyola, promovendo meios de expansão da fé
católica.

Palavras-chave: Jesuítas – Biografia – Inácio de Loyola.

AUTOR (A): FABRÍCIO PEREIRA FELICIANO (PUC-GO)

Título: A contribuição da crítica pós-colonial para a desconstrução do mito da


democracia racial no Brasil

Resumo: Quando se lê o titulo do presente projeto “A contribuição da critica pós-


colonial para a desconstrução do mito da democracia racial no Brasil” surge uma
pergunta: Porque estudar pós-colonialismo? Qual a relação possível entre esta área do
conhecimento e a critica ao mito da democracia racial? O interesse em pesquisar sobre
pós-colonialismo e democracia racial surgiu durante as diversas aulas na graduação do
curso de história na qual tive a oportunidade de cursar disciplinas como, Historia da
conquista e colonização da América, Historia da formação dos Estados Nacionais na
América independente e Imperialismo e Descolonização. Soma-se a isto, o fato de ter
contato com obras cujo foco era o pós-colonialismo. Obras como: Peles Negras e
Máscaras Brancas (1952), Condenados da Terra (1961) e Orientalismo (1978), sendo os
dois primeiros de Frantz Fanon e o terceiro de Edward Said. Como participante de um
grupo de estudos sobre crítica pós-colonial denominado GEPPECC (Grupo de Estudos e
Pesquisas em Pós-Colonialismo e Crítica Cultural) coordenado pelo Professor ME.
Cleiton Ricardo das Neves, tive um impulso ainda maior para pesquisar sobre o tema.
Democracia racial é um termo utilizado para descrever as relações raciais no Brasil.
Este termo tenta de alguma forma justificar que o Brasil não sofreu com o racismo e
também com a discriminação racial. Para os que concordam com este ponto de vista
poder-se-ia explicar como democracia racial o fato dos brasileiros não demonstrarem
aspectos racistas em sua história, ou algum tipo de preconceito em suas relações. E que
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fatos como a maioria das pessoas negras/índias pertencerem às classes pobres não
tiveram nenhuma relação com racismo e sim com fatores sociais, oportunidades.

Palavras-chave: Pós-Colonialismo, Racismo, Colonização.

AUTOR (A): FELIPE PARISOTO (FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO - RS)

Título: Um banquete moderno: análise do ensino da História no campo das


múltiplas inteligências

Resumo: A atividade “Um banquete Moderno” foi realizada com o 2° ano do Ensino
Médio do Colégio Marquês de Herval (Osório, RS) na disciplina de História. De forma
a aliar os conteúdos do segundo trimestre com o desenvolvimento das múltiplas
inteligências, teoria elaborada e desenvolvida por Howard Gardner, propomos a
seguinte atividade: um grande banquete com festa, dança, gastronomia, teatro e música,
ricamente decorado e livre para interpretações e reinterpretações. Em termos
metodológicos, os passos foram os seguintes: Criação do Espaço: ornamentos; O
Banquete; A Festa. Apresentamos a proposta e possibilitamos aos alunos um momento
para refletirem onde estariam mais bem inseridos. Buscamos valorizar, deste modo, as
capacidades individuais. Dois pontos apenas seriam comuns entre os alunos: o tema
(modernidade) e a confecção de vestimenta. O estudo tem como objetivo observar como
uma prática em História possibilita o desenvolvimento da inteligência espacial,
cinestésica, interpessoal e musical, buscando ainda valorizar o ensino com pesquisa,
prática deveras valorizada dentro dos paradigmas contemporâneos da educação.

Palavras-chave: História Moderna; Ensino da História; Metodologia; Múltiplas


Inteligências; Ensino e Pesquisa.

AUTOR (A): FRANCIELLY PEREIRA MENEZES (UFG)

Título: A Cristianização do Espaço: As relíquias de São Vicente em Lisboa (Século


XII)

Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade discutir a utilização das relíquias, como
veículo político enfatizando sua importância na cristianização da Cidade de Lisboa. Para
tanto escolhemos as relíquias de São Vicente, por seu valor simbólico para a história
portuguesa e sua utilidade enquanto fator de povoamento em uma região reconquistada
aos mouros no século XII. Vicente foi diácono em Saragoça, no período de inúmeros
decretos dos imperadores emitidos nos anos de 303 e 304, para perseguir e reprimir
cultos cristãos por toda a região. Daciano aplicava esses decretos, e realizou a captura
de Vicente, o qual se negou a abjurar, sendo transferido para Valência. Ele passou por
inúmeras torturas, falecendo em 22 de janeiro do ano de 304. Após sua morte seu corpo
foi atirado ao mar, porém, segundo sua hagiografia as ondas o devolveram a terra. Seu
corpo foi recolhido e sepultado por fiéis fora dos muros da cidade de Valência, neste
lugar foi construída uma Basílica dedicada á ele. A partir disso, inicia-se a transladação
de relíquias do Santo Vicente por muitos locais, impulsionando seu culto.

Palavras-chave: São Vicente, Relíquias, Cristianização.


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AUTOR (A): ISABELLA BONAVENTURA DE OLIVEIRA (USP)

Título: O caso da Escola de Farmácia e Odontologia de São Paulo por um viés de


gênero

Resumo: Esta pesquisa de mestrado tem como objetivo discutir as estratégias


empreendidas por grupos de farmacêuticos e dentistas paulistas a fim de estabelecerem
um espaço de atuação separado da medicina, no contexto da primeira república. Esta
pesquisa, ao analisar o processo de institucionalização da farmácia e odontologia em
São Paulo, deseja atentar às controvérsias que permearam esse momento político, assim
como, rastrear de que maneira tais grupos buscaram estabelecer alianças. Nesse sentido,
é possível citar a fundação de sociedades científicas: a Sociedade Farmacêutica Paulista
(1895) e a Sociedade Odontológica Paulista (1903), bem como, a publicação de
periódicos específicos. Destaca-se que tais profissões mostraram-se permeáveis à
presença de mulheres, sobretudo após a criação da Escola de Farmácia no ano de 1898
em São Paulo. Desta forma, através dos discursos veiculados pelos periódicos oficiais
da Sociedade Farmacêutica Paulista e da Sociedade Odontológica Paulista, almeja-se
analisar esse processo de estabelecimento de alianças e fronteiras (quem estaria
autorizado a falar e atuar?) através de uma perspectiva corporificada e de gênero.

Palavras-chave: Gênero, Escola de Farmácia e Odontologia, História das Ciências.

AUTOR (A): ISUARA SOARES SANTANA DE OLIVEIRA (UEG)

Título: A História e a Interpretação dos Adornos Karajá

Resumo: O trabalho desenvolvido é uma proposta de análise da história dos adornos da


etnia Karajá. Sendo que o mesmo trata das condições históricas e teóricas no sentido de
pensar seus usos e significados, o processo de produção e os usos do mesmo. Além de
procurar entender as relações destes adornos com a cosmologia Karajá. O povo iny
como se autodenominam os Karajá são habitantes seculares da região do Brasil central e
reside ás margens do rio Araguaia, que se estende da atual cidade de Aruanã (foz do rio
vermelho) e a atual cidade de Araguacema (antigo presídio de Santa Maria).
Subdividem-se em três grupos: Xambioá, Javaé e Karajá de Aruanã. Na época do
descobrimento os colonizadores portugueses os encontraram; os trajes e adornos eram
usados geralmente em ritos e comemorações, como o são até hoje em diversas etnias;
Portanto, o uso de adornos está relacionado com a natureza de seus ritos e festas. Serão
demonstrados os adornos corporais usados entre os povos Karajá, tais como os
ornamentos em forma de leque sobre a cabeça masculina e feminina, analisando assim
sua importância como referência para o próprio grupo social, sua localização no espaço
onde se organizam as relações entre pessoas e grupos de uma mesma sociedade.

Palavras-chave: História – Adornos – Ritos.

AUTOR (ES): JACKELINE SANTOS CARNEIRO; MELLISSA GABRILLA VAZ SPINELLI (UEG)

Título: A lepra (hanseníase) na obra de ficção “Tristão e Isolda”


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Resumo: A proposta do trabalho deriva de uma parte do projeto de pesquisa intitulado:


“A lepra (hanseníase) na literatura de ficção”, do qual participamos como pesquisadoras
de iniciação científica do programa PIBIC/UEG. O projeto tem como objetivo
investigar a forma como esta doença milenar tem sido representada na literatura
ficcional ao longo dos séculos. Dentre as obras selecionadas pela pesquisa destaca-se o
livro Tristão e Isolda o qual revela vários aspectos da lepra (hanseníase) no período
medieval.

Palavras-chave: lepra (hanseníase); literatura de ficção; Tristão e Isolda.

AUTOR (A): JOAQUIM HENRIQUE DA SILVEIRA (PUC-GO)

Título: A ascensão do partido nazista pela propaganda ideológica e o cinema de


Leni Riefenstahl

Resumo: Após a derrota na Primeira Grande Guerra, a Alemanha se encontrava com


sérios problemas políticos, econômicos e culturais, impulsionados pelo Tratado de
Versalhes e a fraca relação com os países mais desenvolvidos e de importância
internacional. Nesse contexto identificamos o desenvolvimento do Partido Nacional
Socialista dos Trabalhadores Alemães – NSDAP – o qual, munido de influências
ideológicas do Fascismo Italiano e da cultura greco-romana, não só fortalece a ideia de
nacionalismo como cria uma propaganda ideológica com o discurso de salvação do
povo alemão. Campanha que foi fundamentada nos ideais de desigualdade entre o
“Novo Homem Alemão” e os que - segundo os líderes do partido - impulsionaram a
perda da guerra, de tal forma a desenvolver um poder de manipulação e a idealização do
Totalitarismo; além, da propagação de desinformação em massa, via as ferramentas de
persuasão e a criação memorial do Cinema de Leni Riefenstahl. A pesquisa e o estudo
da ascensão do Partido Nazista através da Propaganda e o Cinema alemão, entre 1919 e
1939, é proposta a partir de um diálogo da história com as linguagens da comunicação
social e por uma via metodológica alinhada aos pressupostos da Nova História Cultural,
já que tem sua importância no recorte temático, de período e nas mídias, os quais são,
ainda hoje, pouco pesquisados e estudados na historiografia contemporânea.

Palavras-chave: Partido, Propaganda, Nazista, Cinema, Leni Riefenstahl

AUTOR (A): JULIANO SOARES DE OLIVEIRA (PUC-GO)

Título: A Imagem Sacra do Divino Pai Eterno na cidade de Trindade

Resumo: Este trabalho trata-se de relatar a imagem sacra do Divino Pai Eterno de
Trindade, levando em conta o crescimento do cristianismo no Brasil e em Goiás,
tratando de seus aspectos históricos, trazendo suas vertentes no período medieval, desde
o crescimento do cristianismo neste período ate os dias atuais. Trazendo os principais
modos do cristianismo atual, suas singularidades, no uso das imagens sacras com mais
ênfase na imagem do Divino Pai Eterno (Santíssima Trindade). O fundamento inicial do
cristianismo no período medieval poderá ser tratado na busca de conciliar o tema na
discussão do assunto!
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Palavras-chave: Sacralização. Divino Pai Eterno. Cristianismo.

AUTOR (A): LAYLA MARIA DE AGUIAR (UEG)

Título: Eusébio de Cesaréia e as imagens de Constantino

Resumo: La vita Constantini possui um caráter marcante por ter sido escrita em um
período contemporâneo ao imperador (século IV), todavia esse documento é muitas
considerado um elogio a Constantino. Como bispo, Eusébio de Cesaréia descreve
Constantino como um homem santo, estando isento de qualquer maldade, e o julga
como enviado do próprio deus. Em seu discurso ele o caracteriza claramente como uma
dádiva divina aos cristãos. Nosso objetivo é apresentar uma análise crítica, envolvendo
principalmente o contexto histórico vivido pelo autor. Essa imagem construída por
Eusébio irá servir de inspiração para as representações futuras do imperador. Como o
principal escritor da biografia de Constantino, sua obra possui uma enorme importância
para se perceber as relações entre o mundo romano e a ascensão do cristianismo.

Palavras-chave: Constantino- Representações- Cristianismo.

AUTOR (A): LEANDRO SILVA ONOFRE JÚNIOR (UFG)

Título: Sangue e Fé: A presença da Vera Cruz na Batalha do Salado

Resumo: Ente os dias 28 e 30 de outubro de 1340, na Península Ibérica, hostes cristãs e


muçulmanas se enfrentaram numa batalha de grande importância histórica e política,
que resultou na vitória dos cristãos castelhanos e portugueses sobre os muçulmanos. A
Batalha do Salado ocorreu após o rei de Fez e de Marrocos aliarem-se com o Emir de
Granada, no intuito da recuperação de territórios cristãos na Península Ibérica. Os dois
reinos ibéricos se uniram para combater um inimigo em comum, os muçulmanos.
Entretanto, o Conselho Cristão decidiu dividir suas forças de combate, ficando o rei
português encarregado de combater os granadinos e o rei castelhano os benimerines.
Durante a batalha entre portugueses e granadinos, tanto a Ordem do Hospital e seu Prior
Álvaro Gonçalves Pereira, quanto a Cruz de Marmelar tiveram importância ímpar na
vitória dos cristãos portugueses sobre os muçulmanos. As ações do Prior da Ordem do
Hospital, relatada no Livro de Linhagens, enfatiza o ideal cruzadístico da batalha
comandada pelo mesmo contra os infiéis na Península Ibérica, além de exaltar o
discurso encorajador proferido pelo próprio Prior onde, segundo o relato, teria tido mais
sucesso que do próprio rei. A Ordem militar de São João de Jerusalém tornou-se então a
guardiã do Santo Lenho, que se preserva ainda hoje na igreja de Vera Cruz de
Marmelar. A Comenda da Vera Cruz de Marmelar, tornou-se então, veículo importante
da presença Hospitalária na região.

Palavras-chave: Batalha do Salado, Ordem do Hospital, Santo Lenho.

AUTOR: LEONARDO CALIXTO DUARTE GUIMARÃES (UEG)

Título: A Expansão Marítima portuguesa: de Ceuta a Tânger (Séc. XV)


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Resumo: A política expansionista portuguesa tem por marco o ano de 1415 com a
conquista de Ceuta no período de reinado de D. João I, que buscava ampliar sua
influência perante a Cristandade. Assim, ficou decidido que aconteceria o assalto a uma
cidade muçulmana, sendo que desde seu início o estabelecimento dos portugueses em
África foi realizado sob o signo de Cruzada. A expedição foi um sucesso, e auxiliou os
portugueses no controle do estreito de Gibraltar e na conquista de outras praças norte
africanas. Com a morte de D. João I em 1433, seu filho D. Duarte assume o trono,
dando continuidade no projeto expansionista em África. Tânger foi à cidade da segunda
expedição, mas diferentemente de Ceuta, os portugueses fracassaram por uma série de
fatores. A derrota causou o cárcere de D. Fernando, irmão do rei, que foi considerado
mártir da expedição, adquirindo o titulo de Infante Santo. Tânger veio a ser conquistada
em 1471 sob o reinado de D. Afonso V, filho de D. Duarte.

Palavras-chave: Expansão marítima – Crônicas – Guerra Santa.

AUTOR (A): LUAN FREDERICO PAIVA DA SILVA (PUC-GO)

Título: Hagiografia e História: a construção discursiva do “Martyrium et gesta


infantis domini Fernandi”

Resumo: Sob a influência do papa, o rei D. Duarte apoia a iniciativa de tomada de


Tânger para garantir a segurança de Ceuta. Uma empreitada cristã liderada por
D.Henrique e D. Fernando parte de Lisboa no dia 22 de agosto levando cerca decinco
dias para chegar até Ceuta, onde se dividem em dois grupos, chegando a Tânger em 13
de setembro. Depois de 37 dias de combate os cristãos foram derrotados pelos
muçulmanos, e foram obrigados a acatar as exigências feitas por Sallah ben Sallah, onde
foi decidido que os cristãos poderiam voltar a Portugal. Esta experiência desastrosa foi
redimensionada através de dois discursos de santidade elaborados após a morte de D.
Fernando. Estes são caracterizados como narrativas hagiográficas. Dentre estes, nossa
proposta é a discussão do “Martyrium et gesta infantis domini Fernandi”, uma biografia
latina, enviada a Roma na tentativa de beatificar o infante, transformando o enredo do
martírio em discurso de santidade.

Palavras-chave: Hagiografia; D. Fernando; Tânger.

AUTOR (A): LÍGIA VIEIRA DE ALMEIDA (UEG)

Título: Antônio de Santana Galvão: o primeiro santo brasileiro

Resumo: Os féis não se contentam apenas em participar da liturgia da Igreja, mas


necessitam exteriorizar sua fé, por meio de diversas práticas votivas. Nesse contexto de
manifestação de fé popular vamos discutir o caso da devoção a São Frei Galvão,
canonizado em 2007. Nossa intenção é mostrar o que foi esse fenômeno na Igreja do
Brasil. Frade de Guaratinguetá no interior de São Paulo, em sua vida enquanto
missionário caminhou no meio dos pobres. Foi ele idealizador e construtor do Mosteiro
da Luz. Frei Galvão é considerado o primeiro santo do Brasil.

AUTOR (A): MURILLO MEDEIROS DE GODOI (UEG)


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Título: A sacralização da cidade de Trindade: a construção do Santuário Novo


1943/ 1994

Resumo: Sacralização é o que pode ser venerado, englobando a ação de sacralizar, de


tornar-se sagrado. Segundo a tradição, o povoado de Barro Preto teria surgido por volta
de 1840. Naquele ano, Constantino Rosa e Ana Xavier, ao roçarem um pasto ao lado do
córrego Barro Preto, teriam encontrado um medalhão de barro. A primeira capela,
coberta de folhas de buriti, foi construída pelos habitantes em 1843. A história de
Trindade se completa com a chegada dos padres Redentoristas a Goiás, em 1894, vindos
da Alemanha. No ano de 1912 foi inaugurado o Santuário do Divino Pai Eterno, em
estilo barroco, hoje Matriz de Trindade (Santuário Velho). E com o lançamento da
pedra fundamental em 1943 pelo então arcebispo de Goiás, Dom Emanuel Gomes,
juntamente com os missionários redentoristas, foram dadas os inícios da construção do
novo santuário. Partindo desse aspecto, pretendo demostrar nesse trabalho como a
Cidade de Trindade se sacralizou, e como se deu a construção do “Santuário Novo”.
Analisando as representatividade dos vitrais no “Santuário Novo” para os devotos e
demostrando as expressões da fé na festa do Divino Pai Eterno e seus espaços de
ocupação.

Palavras-chave: Sacralização, Religiosidade e Festa.

AUTOR (A): RAQUEL ALICE DA SILVA SOUSA (UEG)

Título: Fernando de Azevedo e a cultura brasileira

Resumo: Publicado em 1943 o livro “A Cultura Brasileira” de Fernando de Azevedo


representa uma análise da evolução cultural no Brasil em mais de 400 anos de história.
Nessa pesquisa pretendo destacar a cultura artística, que abrange a música, arquitetura,
pintura e escultura. Todas essas expressões culturais contribuíram para a construção da
identidade brasileira. Fernando de Azevedo foi educador e sociólogo, preocupado com a
educação do país redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, publicado em
1932, em plena Era Vargas. Em A Cultura Brasileira Fernando de Azevedo volta a
acentuar os problemas no ensino, enfatizando o papel cultural na constituição dos
pilares, tanto educacionais quanto artísticos, sociais e econômicos, da sociedade
brasileira.

Palavras-chave: Cultura- Era Vargas- Educação.

AUTOR (A): THAINÁ VIEIRA ALVES (PUC-GO)

Título: A trajetória da construção do herói Simón Bolívar

Resumo: Simón de La Santissima Trinidad Bolívar Y Palacios nasceu em Caracas a 24


de julho de 1783. Foi o precursor de tantas lutas pela conquista da independência da
América Latina. Durante toda a sua trajetória em busca da libertação e da emancipação,
Bolívar tornou-se um homem de guerra e de grande habilidade política, liderou o
movimento de liberação do Norte, propôs a criação de um governo unificado entre
Venezuela e Nova Granada (Grã-Colômbia), tentou estabelecer uma República na
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Venezuela além da grande influência e participação no processo de independência de


outros países como Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. Simón Bolívar terminou seus
dias desprezado por seus inimigos e exilado de seu próprio país. Contudo, após sua
morte, sua imagem foi restaurada e ele obteve prestígio de dimensões quase mitológicas
desde como salvou a América e se tornou o “Libertador”.

Palavras-chave: Herói; Simón Bolívar; imaginário; descolonização; América Latina.


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CADERNO DE RESUMOS DO II SEMINÁRIO


INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MEDIEVAL E
MODERNA (UFG-UEG-PUC-GO): MUNDOS
IBÉRICOS EM DEBATE – REALIZADO NOS DIAS
08, 09 E 10 DE JUNHO, 2016.

GOIÁS, GOIÂNIA - 2016

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