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MEDIEVAL E MODERNA
(UFG-UEG-PUC-GO):
(UFG/UEG/PUC-GO):
CADERNO DE RESUMOS
Goiânia, Goiás
Junho 2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
O conteúdo dos resumos é de inteira responsabilidade dos autores. Os textos foram extraídos
dos trabalhos submetidos sem que tenha havido alterações realizadas pelos organizadores desta
publicação.
ISSN- 2359-0068
II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MEDIEVAL E
MODERNA (UFG-UEG-PUC-GO):
Dr.ª Teresinha Maria Duarte (UFG) Dr.ª Marcella Lopes Guimarães (UFPR)
Dr. Flávio Ferreira Paes Filho (UFMT) Dr.ª Mônica Martins da Silva (UFSC)
REALIZAÇÃO:
APRESENTAÇÃO
Objetivos:
Comissão Organizadora
SUMÁRIO
PROGRAMAÇÃO................................................................................................1
PROGRAMAÇÃO
Dia 08/06/2016
9:00h - Abertura
Dia 09/06/2016
10/06/2016
Local - Faculdade de História - Campus Samambaia- UFG (Goiânia)
Dia 08/06/2016
(Conferência de Abertura):
Título: Infantes e Reis como administradores das Ordens Militares: uma estratégia
governativa
integravam a estrutura da Igreja, que tinham uma dimensão supra-nacional e que tinham
definido objetivos fundacionais relevantes e inovadores no seu tempo. Todos estes
fatores contribuíram para o seu prestígio e motivaram, tanto a coroa, como as pessoas a
título particular, a doar património a estas instituições. O processo de senhorialização
associado a esta acumulação de bens territoriais fez das Ordens Militares instituições
muito importantes no Portugal medieval e nos primórdios da modernidade. A forte
implantação que alcançaram em Portugal tornou estas Ordens permeáveis aos mais
diversos interesses sociais, circunstâncias que lhes conferiram uma atuação política
crescente. Face às caraterísticas enunciadas, a coroa percebeu que teria de estabelecer
um plano de controlo que as visasse. Esta opção evidenciou-se sobretudo a partir da
segunda metade do século XIII e teve os momentos-chave nos reinados de D. Dinis
(1279-1325), de D. João I (1385-1433), de D. Manuel (1495-1521) e de D. João III
(1521-1557). Neste longo processo, infantes e reis converteram-se em administradores
das Ordens Militares, dado que o controlo destas instituições era um dos elementos
cruciais da estratégia governativa do reino.
Resumo: Pelos conteúdos que se depreendem, quer do texto das normas, quer das
narrativas que registram as disputas jurisdicionais, verifica-se uma variedade de
argumentos ancorada em referências que misturam, num mesmo patamar, valores
religiosos, familiares, políticos, tradições e crenças de diferentes tipos, mostrando a
complexidade cultural que alimentava a atuação dos juristas e que, finalmente, são a
fonte de legitimidade da norma e dos argumentos escolhidos. No embate entre
jurisdições, o próprio discurso é redimensionado e transformado pela experiência, sem
obedecer àquilo que hoje se imaginaria ‘adequado’ a um embate ideológico entre poder
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espiritual e temporal. Os conflitos eram fruto de disputas entre grupos com diversas
composições, mas redimensionados politicamente por meio da linguagem do confronto
jurisdicional. Os especialistas nessa linguagem eram os juristas e, tal como o atesta a
história que atravessa os reinados de Sancho I, Afonso II e Sancho II, sua atuação tinha
uma eficácia que operava num cenário muito mais amplo do que o de outros atores.
Neste sentido, a cultura jurídica/política de Bolonha que esses atores compartilhavam
fundamenta-se na mediação entre a norma e os fatos, no ato da iurisdictio, que se opera
no tempo e no lugar em que se corrigem as injustiças e se restaura a equidade.
(Conferência II):
Resumo: A escala é um elemento contido nos mapas e que passa a ser essencial, mesmo
que não ainda não se generalize, na cartografia do Renascimento. Seu uso, porém, está
presente mesmo quando não explicitado pelo cartógrafo. A redução do objeto –
independentemente da escala adotada – serve à sua inteligibilidade. A partir do
desenvolvimento dessas considerações, que fundamentam o trabalho tanto do produtor
de mapas quanto do historiador, analisam-se as utopias cristãs ibéricas. São
privilegiados levantamentos cartográficos e relatórios produzidos durante a União
Ibérica que serviram aos reis espanhóis como fontes de informação sobre os domínios
portugueses na Índia e no Brasil. Mais do que dados sobre a produção agrícola ou
extrativista de cada região, ou de suas condições de defesa, esses documentos
expressam os anseios de implantação de sociedades católicas fora da Europa, destacam
a necessidade de purificar as novas terras de seus habitantes indóceis ou de convertê-los
e fixam as promessas resultantes da crença em um lugar a construir.
Dia 09/06/2016
Título: As ordens sociais no sertão dos guayazes: uma analise na perspectiva dos
domínios ultramarinos no setecentos
Resumo: A presente comunicação visa apresentar as três ordens sociais no sertão dos
Guayazes no período moderno, a saber: a nobreza, o clero e o povo na perspectiva dos
domínios ultramarinos e; para exemplificar de modo empírico nosso trabalho, uma
pequena analise sobre a ‘nobreza da terra’, os párocos e os povos na Capitania de Goiás
no século XVIII. Para isso, nossa apresentação se estruturará em dois momentos:
primeiramente, a análise do conceito de nobreza no período medieval e,
simultaneamente, tentar-se-á compreender, na modernidade, as transformações
ocorridas no seio da nobreza. Num segundo momento, e para exemplificar nosso
trabalho, o presente estudo ocupar-se-á em mostrar as três ordens na Capitania de Goiás
na perspectiva dos domínios ultramarinos. Desse modo, identificar a possibilidade da
criação de um grupo de nobres, párocos e habitantes típicos nos domínios ultramarinos
e a dinâmica resultante do processo de colonização. Por conseguinte, o estatuto da
nobreza portuguesa e seus reflexos nas áreas de mineração que rompeu com o estigma
de nascidos fora do Reino e criou uma nobreza civil de privilégios por serviços
prestados no sertão de Goiás, foi erguida, portanto, em novas bases sociais em fins do
século XVIII e início do século XIX.
Resumo: Este estudo faz referências à história dos desdobramentos ligados ao processo
de independência política do Brasil e suas repercussões em Goiás, partindo do princípio
de que a ideia de isolamento assumiu uma condição de verdade incontestável na
produção historiográfica, norteando e definindo de forma inadequada a imagem de uma
sociedade complexa, como é o caso de Goiás. Por meio de uma leitura do movimento da
independência, sugerimos a adoção de uma perspectiva que permita perceber o cerrado
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Título: Famílias mestiças nos sertões dos Guayazes: o compadrio entre a “casa
grande” e a “senzala”
Título: A difícil inclusão das vice-rainhas nos estudos sobre as cortes americanas
Resumo: O estudo das aias na Corte régia portuguesa leva-nos a mergulhar num
universo restrito, mas pleno de interações pessoais e familiares, onde observamos
trajetórias de individualidades fortemente entrelaçadas entre si. As duas mulheres em
análise tem comum o fato de exercerem a mesma função, aias de Infantas que convivem
junto e mesmo na Corte regia portuguesa o que lhes proporciona condições de ascensão
sócio-política de grande expressão. Ambas relacionam-se com os reis portugueses,
ainda que em condições e com resultados distintos. Cabe a nós, assim, neste trabalho
analisar as potencialidades e riscos implicados nestes papéis que acabam por
desempenhar na tardo-medievalidade portuguesa a partir de uma metodologia
prosopografica aplicada a documentação chancelar e as Crônicas de Fernão Lopes.
Descortinaremos um perfil ativo de profunda transcendência política nos dois casos e
buscaremos apontar o sentido e objetivos dos ecos e das representações de que serão
objeto no século XVI.
Dia 10/06/2016
Resumo: O objetivo desta exposição é refletir sobre diálogos que o Infante D. Pedro
[1392-1449] trava com autores da Antiguidade e da Idade Média na obra Virtuosa
Benfeitoria. Por meio desses diálogos, o Infante se propõe a aconselhar seu irmão, D.
Duarte, com vistas a torná-lo um governante virtuoso. De acordo com as palavras do
autor, é preciso ‘tirar proveitoso’ dos autores do passado para que, com seus exemplos e
conselhos, os erros do passado não sejam cometidos no presente. No conjunto da obra, o
infante aconselha seu irmão de que modo um governante virtuoso deve se relacionar
com todos os seus súditos, desde os mais humildes até os nobres. No limiar entre um
Portugal medieval e um Estado se preparando para a modernidade, D. Pedro recupera as
lições de Aristóteles, Sêneca, Santo Agostinho, Tomás de Aquino, para evidenciar que o
rei precisa agir com prudência, força e virtude, pois, somente possuindo estas
características, poderá conduzir os súditos e as instituições com vistas ao ‘bem comum’.
Assim, nosso propósito é indicar que sua obra espelha o quão relevante era para o
Infante D. Pedro o conhecimento da história para que o governante conduzisse o reino
português às mudanças que a época exigia.
Resumo: Foi no século XIX, na Alemanha, que a história da arte ganhou autonomia
tornando-se uma disciplina universitária independente. No século XX, uma obra
pioneira, intitulada, Estudos de Estética Medieval, de Edgar de Bruyne (Bruges, 1946)
procurou lançar as primeiras luzes sobre o que seria “estética medieval”. A palavra e o
conceito de estética não existiam na idade média. Ambos surgiram no século XIX, na
Alemanha. Logo, a palavra estética aplicada a idade média, constitui um anacronismo.
Bruyne todavia, defendeu que existia no medievo algo próximo da estética, uma espécie
de ciência do belo, buscando fundamentar a sua tese na teologia, retorica e obras
literárias medievais. A tese de Bruyne tem sido repetida pela maioria dos medievalistas
que tratam das imagens do medievo. Todavia, na crítica que faz a Bruyne, Jean With,
ressalta que nos discursos analisados pelo historiador, é possível detectar que a
concepção do belo foi adaptada a doutrina de cada um dos teólogos analisados. Tal
conclusão permite constatar a inexistência de tradição em um pensamento estético para
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(Conferência de Encerramento):
Título: “O sítio que se eleger para a fundação da dita vila...”: O papel dos oficiais
régios na urbanização do Brasil, século XVIII
Titulação: Graduanda
Resumo: A Normandia, ducado criado pelo rei franco Carlos, o simples no século X
para acabar com as frequentes invasões nórdicas, se mostra rapidamente como uma
região muito importante nos próximos séculos considerando transformações políticas,
sociais e culturais. Em 1066 o até então duque normando William, conquista a
Inglaterra, suas pretensões surgiram de seu longínquo parentesco com o até então rei
Edward e algumas promessas decorrentes da falta de um herdeiro legítimo ao trono, mas
William afirma seu direito depois de vencer a Batalha de Hastings, contra Harold que
era a aposta anglo-saxã. A conquista vai determinar uma série de impactos posteriores,
o monge William de Malmesbury dedica parte de sua obra Chronicle of the Kings of
England concluída em 1128, a conquista, o governo de William e a maneira como a
dinastia normanda modificou o trono inglês. O trabalho se propõe a demonstrar os
perfis e argumentos construídos por William de Malmesbury em sua crônica e a força
que esse tipo de discurso teve na Idade Média, assim como o contexto que a motivou, o
século XII que apresenta problemas em relação a sucessão do trono depois da morte do
único filho legítimo de Henry II, filho de William.
Titulação: Doutorando
Resumo: A Batalha conhecida como Las Navas de Tolosa travada entre cristãos e
muçulmanos em 1212 representou o estabelecimento da hegemonia cristã na Península,
que desde o século VIII fora invadida pelos seguidores do Islã. O mais minucioso relato
sobre o confronto que pôs um fim a presença almóada na região foi escrito por Rodrigo
Jiménez de Rada, bispo da cidade de Toledo, que faz seu relato na condição de
testemunha ocular, uma vez que estava no campo de batalha ao lado de Afonso VIII,
monarca castelhano. No nosso trabalho analisaremos as representações criadas por este
autor em seu relato, uma vez que acreditamos que estas foram integradas ao imaginário
ibérico, cujo conhecimento nos ajuda a entender o ethos dos povos peninsulares.
Titulação: Mestranda
Resumo: O Fausto de Goethe é uma das obras mais importantes da literatura moderna,
muitos literatos consideram-na um dos enunciados da modernidade. A questão do pacto
com o diabo não é uma invenção de Goethe, é um acontecimento recorrente nas
narrativas medievais, a estrutura do pacto presente na obra é muito semelhante a relatos
produzidos durante a Idade Média. A literatura de milagres é riquíssima e comporta
diversos casos de pactos demoníacos, sendo o caso de Teóphilo o mais famoso. Nosso
objetivo é utilizar milagres encontrados na Legenda Áurea de Jacopo de Varraze, nas
Cantigas de Santa Maria de Alfonso X e no Los Milagres de Nuestra Senõra de Gonzalo
de Berceo para compreender a estrutura do pacto com o diabo presente nas narrativas
produzidas durante a Idade Média. Não pretendemos contestar a importância de Fausto,
mas mostrar que a estrutura apresentada é uma herança do medievo, tampouco nos
propomos a estudar a obra de Goethe. Nosso objetivo é refletir sobre a lógica do pacto
medieval tomando como ponto de partida algumas particularidades que foram
consideradas invenções modernas.
Titulação: Mestrado
1
Embora a frase seja atribuída ao escritor alemão Johan Wolfgang Goethe (1749 – 1832), não é possível
encontrar a sua fonte exata fonte. Contudo, concebemos esta frase ilustrativa em relação aos diversos
caminhos que foram sendo abertos no medievo em razão da peregrinação ao túmulo apostólico de
Santiago.
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Apud CASCO, Virginia Videira. Temática Jacobéia no Teatro do Barroco: La Romera de Santiago – de
Tirso de Molina. Programa de Pós-Graduação em Literaturas Hispânicas da Universidade Federal
Fluminense. Dissertação de Mestrado, 2010.
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3 Mito jacobeu: mito de São Tiago.
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influência dos Árabes, dos temores da Igreja e das superstições do imaginário medieval.
Dessa forma, essa comunicação pretende traçar um panorama histórico das mais
influenciadoras visões sobre o corpo feminino, desde a Antiguidade Clássica, chegando
à Escolástica, pois nosso objetivo aqui é entender o processo histórico que moldou a
Medicina Escolástica sobre o corpo e a saúde da mulher. Para isso, serão analisados os
postulados Aristotélicos e Galênicos, comentando a influência árabe, a medicina
praticada no medievo e mosteiros até chegar à medicina erudita dos séculos XII e XIII.
Resumo: A obra Era no tempo do rei: um romance da chegada da Corte (2007), de Ruy
Castro, retoma o controvertido momento histórico brasileiro da vinda da Família Real
para o Brasil, em 1810, integrando fatos históricos e ficção. Do ponto de vista ficcional,
a narrativa descreve as aventuras de D. Pedro e de Leonardinho, célebre personagem do
romance Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel Antônio de Almeida,
pelas ruas do Rio de Janeiro no começo do século XIX. Do ponto de vista histórico, o
romance retoma fontes desse período que apresentavam a Família Real com um tom
caricatural, além de buscar preencher as lacunas deixadas pela historiografia
tradicional/oficial com minúcias da vida privada das personalidades históricas; lacunas
estas que a historiografia mais recente tem se encarregado de suprir, a partir das
reflexões da história da vida privada, da história da família, da história das
mentalidades, entre outras. Nesse sentido, o romance de Castro problematiza, a partir da
representação literária, os impasses vividos nesse contexto histórico, além de lançar
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luzes sobre como os estudos contemporâneos sobre fatos históricos brasileiros podem
ser enriquecidos pelo imbricamento entre história e literatura.
Titulação: Graduando
Titulação: Doutor
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Resumo: Julião de Toledo (642-690 d.C.), cuja vida e escritos influenciaram de maneira
considerável tanto a teologia do reino visigodo quanto a cristandade ocidental, nascido
na cidade de Toledo e nomeado bispo da sede toledana em 672 d.C., é tido até hoje
como um dos últimos grandes bispos da Hispânia Visigoda. Considerado um de seus
mais importantes trabalhos, o Prognosticum Futuri Saeculi (Prognóstico dos séculos
futuros), escrito em 688 d.C., é uma obra dividida em três livros, voltada para fins
teológicos e pastorais que busca reproduzir certa doutrina em escatologia e que usa
todos os meios, incluindo a retórica como arte ou método de persuasão, para difundir as
verdades relacionadas com realidades escatológicas, conforme ensinadas pelos Pais da
Igreja e pelo magistério pastoral dos bispos do século VII. Nosso objetivo é analisar as
passagens referentes ao Mal, com foco na figura a quem este é devido, o diabo e seus
seguidores, pois vemos nessa obra uma fonte privilegiada para o estudo do imaginário,
as representações maléficas e os lugares do além.
Titulação: Graduada
Titulação: Mestrado
Resumo: A presente comunicação visa promover uma reflexão, à luz da nova história
política, sobre o significado e os sentidos empregados por Alonso de Espina com
relação à virtude da “fortaleza”, em sua obra Fortalitium Fidei, e como esta se relaciona,
diretamente, ao combate promovido contra os hereges. Para tanto nos basearemos,
sobretudo, na primeira consideração do Livro I que trata da armadura espiritual de todos
os fiéis e da preparação destes para a guerra contra os hereges.
Titulação: Graduando
Titulação: Graduada
Titulação: Doutoranda
Resumo: Desde que o tema da escatologia passou a ter amplo espaço de debate nos
Manuscritos do Mar Morto, tem-se promovido diferentes análises comparativas entre
essa documentação e os demais textos do judaísmo pré 70 e do cristianismo primitivo.
Boa parte dos pergaminhos encontrados na Caverna 4Q reforçaram a intenção
escatológica de alguns preceitos bíblicos, não sem exibir, entretanto, uma escatologia
multifacetada e de teor profético. Assim, de modo que nos parece mais oportuno
reservar o devido espaço que o tema da escatologia tem nos manuscritos do Mar Morto,
nos propomos ao debate sobre a crença no pós-morte e a mensagem profética na
biblioteca de Qumran. Temáticas que, longe de se concretizarem uma particularidade a
essa comunidade judaica, oferecem, antes, um caminho acessível para identificarmos as
nuances literárias rabínicas que foram predominantes ao final do séc. I e.c.
Titulação: Mestre
Titulação: Doutor
Titulação: Graduando
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Resumo: Ao longo do período conhecido como Idade Média vemos uma serie de
manifestações culturais que tomam forma nos diferentes ambientes medievais, em
especial a cidade e a corte. No ambiente efervescente da cidade, o surgimento das
primeiras universidades atrai toda uma sorte de estudantes, e um grupo em especial, os
Goliardos, chamam a atenção por serem clérigos estudantes, que vagam entre os
maiores centros urbanos da Cristandade e levam uma vida boêmia e alegre, cantando
canções sobre suas experiências de vida, que mais tarde foram cristalizadas no
manuscrito hoje conhecido como Carmina Burana, datado do século XIII. Este trabalho
irá focar na “lírica goliárdica” presente no Carmina Burana, em especial a lírica
tabernária, (uma vez que o vinho é apenas um dos temas abordados nas canções)
traçando suas especificidades e tentando perceber a dinâmica de vida desses estudantes
boêmios e sua percepção da sociedade que os cercava através de suas canções.
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Titulação: Doutora
Resumo: Desde o ano de 711, com a queda do reino ibérico visigodo, a Espanha passou
a ser um território liderado, em grande parte, pelos muçulmanos. A história da Espanha
islâmica é complexa, mas, na presente comunicação, destacamos o estudo da Alhambra
de Granada. Em 1232 Mohammad ibn Yusuf ibn Nasr foi proclamado sultão em Arjona
como Mohammad I e em maio de 1237 tomou Granada dos berberes Almohadas,
convertendo-a em capital do seu sultanato. Monumento emblemático do período
Násrida, a cidadela ou “fortaleza vermelha” – al Qal’ ah al-Hamra – conhecida no
Ocidente como Alhambra, atravessou os séculos mantendo sua aura de fascínio. Nosso
estudo privilegia o imaginário do que é conhecido como Paraíso nas culturas do Oriente
Médio, incluindo o período persa pré-islâmico e zoroastrista e estendendo-se até o
Corão, com seus reflexos nos jardins e na arquitetura da Alhambra e de seus palácios.
Titulação: Mestre
Titulação: Graduando
Titulação: Doutor
Resumo: Com a queda dos bens produzidos na zona rural no século XV, o mercado
interno europeu passava por sérias complicações econômicas. Para evitar gastos com
negociações de mercadorias vindas do Oriente, os europeus passaram a procurar rotas
alternativas para encontrar o caminho até as Índias. Esta pesquisa reúne algumas
reflexões acerca da primeira expedição de Vasco da Gama, durante o reinado do rei
Manuel I de Portugal, onde chega à Calicute em 1498. Especificamente, apresentaremos
uma análise do “Diário de Viagem de Vasco da Gama”, que foi escrito por Álvaro
Velho que estava a bordo da navegação. Este feito foi importante pois Portugal
conseguiu criar uma nova rota comercial para comprar especiarias diretamente nas
Índias. Com isso, a burguesia e a coroa passaram a obter lucros expressivos, quebrando
o monopólio comandado até então pelas cidades italianas de Gênova e Veneza.
Titulação: Doutor em História Social pela USP, com estágio de pesquisa pós-doutoral
na Université de Paris-1 (Panthéon Sorbonne)
Titulação: Doutorando
Titulação: Mestrando
Titulação: Mestranda
Titulação: Mestrando
Resumo: A Inquisição em Goiás ainda é uma temática ainda muito pouco trabalhada
pela historiografia goiana, a sua incidência no Planalto Central é pouco conhecida.
Partindo portanto do trabalho de Luiz Mott, temos como objetivo, buscar vestígios da
atuação do Tribunal do Santo Ofício em Goiás. Buscaremos também compreender
como se instaurou a Inquisição, como está se organizava, assim como todo o trâmite
legal da Inquisição com todas as etapas do processo, desde a acusação até a sentença. A
Inquisição só vai incidir sobre Goiás no período do ouro, e não por coincidência, o
primeiro caso até então descoberto de um processo em Goiás se dá exatamente no
mesmo ano em que, se é fundada a primeira Vila, a Vila Boa de Goiás, portanto
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Resumo: De acordo com Mariza Peirano (2003, pg. 9): O ritual é um sistema cultural de
comunicação simbólica. Ele é constituído de sequências ordenadas e padronizadas de
palavras e atos, em geral expressos por múltiplos meios. Sobre os rituais da Igreja
Católica Romana, como, quando e em que circunstâncias os mesmos se formaram?
Nesta pesquisa, verificou-se, a partir da análise do documento Concílio de Trento que,
com o intuito de responder às objeções doutrinárias, formuladas por Martinho Lutero
(1483-1546), aquele Concílio estabeleceu a doutrina dos sete (7) sacramentos.
Verificou-se, outrossim, que ao formular esta doutrina, o Concílio definiu o momento,
na vida dos adeptos do catolicismo, de oficializar os ritos inerentes a cada sacramento.
Desde então, estes sacramentos tiveram, para tais pessoas e tais comunidades, o efeito
daquilo que os antropólogos chamam de ritos de passagem, como o batismo, a crisma, a
penitência, a comunhão, o matrimônio, a ordem, a extrema-unção, “ritos estes
relacionados às mudanças mais significativas pelas quais passamos em nossas vidas:
nascimento, entrada na vida adulta, casamento, morte.” (RODOLFO, 2994,9-10).
Titulação: Mestrando
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Resumo: O reinado de D. João I (1385 - 1433) foi marcado por uma intensa
centralização política e por diversas práticas de propaganda envolvendo a autoridade
régia visando legitimar a nova dinastia, inclusive as realizadas por seu sucessor, D.
Duarte (1433 - 1438). Dentre os elementos de reforço do poder régio, os mais
significantes utilizados pelos monarcas de Avis relacionavam-se ao culto a memória e a
morte do Rei. A Casa de Avis apropriou-se de diversas ritualizações, celebrações e
cerimônias fúnebres visando idealizar a memória de seu Rei fundador e de seus
descendentes, tendo como expoente o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, um grande
monumento à memória da Batalha de Aljubarrota (1385), e que ao receber os corpos da
Rainha Dona Filipa de Lencastre (1416) e posteriormente do Rei D. João I (1433),
tornou-se o Panteão Régio da dinastia avisina, mais do que uma "memória em pedra",
representava também o maior símbolo de poder do monarca e sua linhagem. Nossa
proposta nessa comunicação é problematizar a utilização da morte régia em Portugal na
primeira metade de quatrocentos como recurso essencial na construção simbólica da
nova dinastia.
Titulação: Doutor
Titulação: Graduanda
Resumo: O século XIII castelhano foi marcado pela pluralidade jurídica oriunda das
demandas de ocupação territorial gerada pela retomada das terras peninsulares antes
controladas pelos muçulmanos. Numa tentativa de romper com esta pluralidade e de
fortalecer a centralidade política foram utilizados, na corte de Afonso X, dois códigos
jurídicos: o Fuero Juzgo e o Fuero Real. O primeiro código representa uma releitura da
antiga lei dos visigodos: o Liber Iudiciorum, feita a mando de Fernando III que
intentava utilizar esta peça da tradição jurídica peninsular para diminuir a influência das
forças locais sobre a aplicação e a feitura da lei. A segunda obra legislativa, composta
no reinado de Afonso X, pretendia reforçar a política centralista inaugurada na corte
fernandina. Em ambos os códigos as penalidades corporais encontraram-se presentes,
sendo utilizadas para demonstrar a submissão necessária do corpo do súdito às
demandas do corpo político, representado pelo poder monárquico. Promover uma
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análise comparativa entre esses dois códigos buscando entender como cada um deles
contribuiu para um projeto de legitimação e de reforço da autoridade monárquica sobre
as forças nobiliárquicas do reino é o nosso objetivo neste trabalho.
Titulação: Graduanda
AUTOR (ES): ANA PAULA FLORISBELO DA SILVA/ DRA. LILIAN MARTA GRISOLIO
Titulação: Doutor
Titulação: Graduando
Titulação: Doutor
ser internalizada dentro daquilo que era difundido pelos regimentos de saúde medievais
e modernos. Assim, conhecer a dieta alimentar dos enfermos nos permite compreender
como o ato de comer e beber fazia parte da terapia dos hospitais tardo-medievais e, em
especial, da instituição em destaque neste trabalho. Por fim permite perceber a longa
duração dos princípios da medicina escolástica com base na teoria hipocrático-galênica
dos humores e que dedicou sua atenção à alimentação por considerá-la essencial para a
manutenção da saúde.
interessantes dizem respeito à pobreza e a relação de Francisco com este última, questão
que iremos desenvolver nesta comunicação.
Titulação: Doutorando
Titulação: Graduando
Resumo: A presente comunicação tem como objetivo analisar a atuação da Ordem dos
Frades Menores durante o século XIII em Assis, cidade localizada na península itálica;
adotamos como objeto de pesquisa o uso da hagiografia na construção da retórica
franciscana. Desta feita, esse estudo tem como foco a metodologia aplicada aos
discursos religiosos adotados pela Ordem dos irmãos minoritas, sendo assim,
discutiremos a importância da junção entre retórica e hagiografia para a cristandade
durante o período da baixa Idade Media. Outro ponto importante abordado nesse
trabalho é a atuação dos biógrafos de São Francisco de Assis dentre estes Tomás de
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Celano que se destaca como o primeiro a escrever oficialmente sobre a vida do santo, a
obra do biografo sobre São Francisco será o aporte para destacarmos o arcabouço do
discurso religioso no medievo e suas peculiaridades no que se refere a eloquência dos
frades franciscanos.
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo de apresentar uma breve análise sobre o
discurso da pobreza absoluta narrada nas hagiografias franciscanas no contexto do
século XIII. Os textos hagiográficos que se propõem analisar o discurso são: Primeira
Vida de Tomás de Celano (1229), Legenda dos Três Companheiros (1246) e Legenda
Maior de São Boaventura (1266), todas escritas por frades franciscanos. Para tanto,
compreendemos as hagiografias como produções da memória do cristianismo, pois os
autores tinham o objetivo de demonstrar o universo sagrado dos santos abordando
algumas características, como a virtude e o martírio. As narrativas hagiográficas
produzidas durante o século XIII buscam apresentar as vidas dos santos na imagem de
Cristo, baseando o pensamento e a prática dos santos nos ensinamentos do evangelho.
Titulação: Doutoranda
Resumo: Em 16 de julho de 1216, portanto, há 800 anos, morria o Papa Inocêncio III,
considerado por muitos o auge da monarquia pontifícia no Medievo. Depois de sua
morte, sua história de vida foi contada e recontada, seus documentos, visitados e
revisitados. Nos últimos quase dois séculos de historiografia do papado medieval, em
sua significativa maioria, as pesquisas baseadas, principalmente, na voz do pontífice,
concluem que ele reivindicava não só prerrogativas sobre assuntos espirituais, mas
também sobre a esfera temporal. Inocêncio integra a lista dos grandes papas da história
e recebe, além disso, entre outros adjetivos, o e grande jurista. Este artigo pretende
oferecer três perspectivas de análise do Papado de Inocêncio III, em suas afinidades e
divergências. A primeira relacionada ao aspecto pastoral e espiritual, que toma como
ponto de partida o título de Vigário de Cristo adotado pelo papa. A segunda incide sobre
a análise daquele governo que destaca a reivindicação pontifícia do poder temporal e de
sua sobreposição às “majestades temporais”. Por fim, o terceiro ponto de vista aponta
para a possibilidade de analisar o papado de Inocêncio III por meio de uma chave
política baseada em modelo explicativo divergente daquele centralizador e estatista, o
que permite refletir criticamente sobre o significado e a eficácia de expressões
amplamente usadas para caracterizar esse pontificado: soberania suprema e plenitude de
poder.
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Título da comunicação: “Nas veias não lhes corria o sangue, mas corrupção e
luxúria em estado líquido”: a historiografia e o nepotismo Bórgia (1455-1503)
como mito político.
Titulação: Mestrando
Titulação: Mestre
Resumo: Esta pesquisa da minha tese de doutorado tem como objetivo investigar os
caminhos políticos-religiosos adotados por Santa Teresa de Jesus para realizar a
Reforma do Carmelo Descalço feminino realizado por ela no ano de 1562 na cidade de
seu nascimento Ávila reino de Espanha. Para compreender a questão da Reforma
Religiosa empreendida por Teresa no século XVI, é necessário vislumbrar o sentido
político que nasce com o conceito da Reforma Religiosa e por consequência a nova
configuração social de Castela que surgirá através das discussões nos diversos concílios
romanos empreendidos pelos papas que disputavam com as monarquias pelo poder
cristão de seus reinos.
tem sido investigar a trajetória da retórica no discurso histórico moderno, entre fins do
século XIV e meados do século XVII.
Titulação: Graduanda
Resumo: O primeiro texto Arthuriano distribuído em larga escala na Europa foi escrito
por um historiador chamado Geoffrey de Monmouth, em 1137. Tal obra tinha como
título “História dos Reis da Britânia”. Neste livro Artur é apresentado como
descendente direto de Enéias, aparecendo como um imponente guerreiro. Temos como
principal fonte de pesquisa neste trabalho o HQ Camelot 3000, escrito por Mike W.
Barr e ilustrado por Brian Bolland, publicado originalmente do ano de 1982 até 1984,
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Resumo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise codicológica de um livro
de horas do século XIV, localizado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Inicialmente buscaremos compreender o que é um livro de horas, para que serve, a
quem se destinava e quais as suas principais características. Através da codicologia,
ciência tida como auxiliar da História, buscamos analisar as principais características do
manuscrito em questão, o enquadrando tanto espacial quanto temporal e os seus
elementos culturais. Fizemos uma descrição física do códice, não analisamos o seu
conteúdo escrito, algo que será feito em outro trabalho, pois tal analise nos exige um
conhecimento mais aprofundado em outros ramos do saber, como a Paleografia e o
Latim. Por isso, o nosso intuito é através da análise física e sobretudo da análise das
iluminuras, demonstrar a riqueza e as principais características de um livro de horas.
Sendo assim, colocamos as seguintes indagações: A quem se destinava um livro de
horas? Como que se utilizava tal obra? Quais os principais elementos e características
deste códice? Como este documento veio parar nas terras brasileiras?
Titulação: Mestrando
Resumo: Nesse artigo, tempos por finalidade discutir alguns aspectos referentes à
afirmação da autoridade imperial na Antiguidade Tardia. Para tanto, nosso trabalho
analisará o processo de legitimação do poder imperial e os problemas das identidades de
grupos cristãs no contexto dos debates do Concílio de Niceia. Centralizaremos nossa
análise na atuação político-eclesiástica do Bispo Hilário de Poiteirs em dois pontos
principais, como ele refuta seu maior concorrente, o Presbítero Arius no fito de
estabelecer uma proposta político-religiosa de aproximação entre Igreja cristã e Império
Romano.
Titulação: Graduanda
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo analisar a figura judaica do Diabo no
Antigo Testamento e compará-la com a visão já cristã Novo Testamento, verificando a
mudança de percepção sobre o maligno. O mal na bíblia é um elemento complexo e
instigante, e por isso atrai tanto quem é religioso quanto quem não é. São muitas figuras
malignas que, a partir do choque com outras culturas e interpretações diversas do texto,
se transformaram em uma só no cristianismo: o Diabo. Ressaltando assim que a
personificação do mal é um fenômeno desenvolvido a partir do cristianismo e teve seu
ápice no medievo. A religiosidade hebraica, principalmente anterior ao exílio
babilônico, não acreditava em um princípio maligno, era estritamente monoteísta e
Iaveh um deus tribal, sendo que o maior obstáculo nesse momento era consolidar um
monoteísmo frente ao envolvente politeísmo que os circundava. Foi principalmente o
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contato pós-exílio que nutriu nos hebreus uma percepção do mal que não possuíam
ainda, e o texto bíblico reflete este fenômeno.
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo partir de uma problematização da teoria
social de Max Weber e o conceito de “indivíduo” por ele construído. Para o sociólogo,
tal indivíduo concebe seu modo de agir abstendo-se do meio social. De tal forma a
modernidade fora composta, de indivíduos que praticavam “ações sociais” guiados
somente por seus interesses próprios. Tencionando quebrar com essa corrente
sociológica a seguinte comunicação apoderar-se-á dos códigos de conduta que
circulavam nos países ibéricos modernos durante os anos 1700. Os mesmos serão
analisados partindo da visão adotada por Durkheim e Marcel Mauss os quais enfatizam
a soberania significativa da sociedade sobre o indivíduo. Partindo dessa concepção irá
ser estudado como esses materiais destilam sua influência, por das normas de etiqueta
sobre as pessoas modernas, uma vez que só por meio delas alcançava-se o sucesso e o
reconhecimento desejados.
Titulação: Mestranda
Titulação: Doutora
instrução. Assim, a presente comunicação terá como objetivo apresentar dois padres-
mestres, José Barbosa de Brito e Domingos da Mota Teixeira, no interior de uma
análise sobre a instrução em Goiás no período Setecentista.
Titulação: Doutor
Titulação: Graduanda
Resumo: A comunicação terá por objetivo analisar a situação dos judeus no contexto da
Idade Média, enfocando para a relação de Afonso X com os judeus durante o período da
Reconquista cristã aos territórios antes dominados pelos árabes, particularmente o
século XIII. A participação judaica na Reconquista ao final do século XI e ao longo do
século XII se derivou do declive do poder muçulmano e o colapso dos reinos islâmicos,
logo os judeus e outras minorias eram necessários no processo de povoamento das terras
reconquistadas pelos reis cristãos, por isso a princípio eram tolerados e até mesmo
requisitados pelos reis, sendo eles figuras importantes na reestruturação dos reinos
hispânicos católicos com seus novos espaços. Afonso X destaca-se como um rei ibérico
que em seu reinado concedeu amplos privilégios às minorias como judeus e mudejares.
No entanto, a convivência entre a população católica e as demais minorias era
regulamentada por uma jurisdição que limitava o contato entre as populações
sobressaltando dessa forma uma posição de inferioridades às minorias.
Titulação: Doutorando
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Resumo: Sancho II foi destituído pelo Papa Inocêncio IV em 1245, após uma série de
contendas com eclesiásticos e o próprio papado. A questão é que um monarca não
governava sozinho, como detentor desse poder público, ele precisava se cercar de
homens que lhe ajudassem na boa administração do reino. Neste sentido, um importante
órgão de governo era a chancelaria, e o responsável pela mesma, tinha papel de grande
destaque nos assuntos da monarquia. Durante um bom tempo, quem esteve à frente da
chancelaria, foi Mestre Vicente, bem conhecido por estar presente em articulações
políticas desde o reinado de Afonso II (1211-1223). Foi provavelmente no ano de 1236,
que abandonou ou foi dispensado do ofício de chanceler, tendo assumido o posto, pouco
depois, Durão Forjaz. Para alguns pesquisadores, foi o período de desorganização da
chancelaria de Sancho II, o que explica a ausência de documentação expedida durante
os últimos anos de governo do rei português. Sendo assim, quem era Durão Forjaz?
Podemos dizer que ele era menos capaz para exercer o ofício? Ao nomeá-lo, quais eram
as redes de solidariedade que Sancho estava angariando? Tal postura agravou os
problemas de seu reinado que culminaram em sua deposição? Com este trabalho,
buscamos entender mais de uma figura mal conhecida, participante ativo de um período
de turbulência na monarquia portuguesa.
Titulação: Graduando
Resumo: Após a conquista da Inglaterra (séc. XI), os normandos implantaram nas ilhas
um costume jurídico que traziam do continente: o de instituir como florestas régias,
grandes porções de território, que eram submetidas exclusivamente à autoridade régia e
reguladas por um corpus específico de leis (Forest Laws), destinado a proteger os
animais e seu habitat, apreciados no esporte da caça pela aristocracia. O primeiro rei
normando da Inglaterra, William, o Conquistador, foi o responsável pela criação desse
ato, o que lhe rendeu a fama de amar mais os animais de caça do que os próprios filhos,
evidenciando a estranheza dos novos súditos com relação ao conceito de floresta real
em terras inglesas. Com o passar do tempo, tais leis foram sendo flexibilizadas e
atenuadas, até a promulgação da Carta das Florestas (Charter of Forests), no ano de
1225, na qual se constata uma diminuição drástica da extensão do território ocupado
pelas florestas reais, uma vez que, nessa época, aproximadamente um terço da Inglaterra
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era protegido pelas leis florestais, a exemplo da totalidade do condado de Essex. Esta
comunicação é o resultado parcial da elaboração de uma monografia de conclusão de
curso, na qual se pretendem estudar as principais questões que envolvem as mudanças
ocorridas, entre 1086 e 1225, na política real em relação às florestas sob seu domínio.
Titulação: Mestrando
Resumo: O matrimônio de Juana, filha dos Reis Católicos, com Felipe, filho do Sacro-
Imperador, em fins do século XV, representava a aliança entre ambos os potentados. O
matrimônio servia como uma importante arma no jogo político, cuja celebração
motivada por interesses comuns de Estado era abertamente conhecida. Entretanto, Juana
e Felipe tiveram intermináveis problemas em seu relacionamento, frequentemente
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motivados pelos ciúmes dela. A instabilidade emocional de Juana, que assumiu depois
um caráter de transtorno mental, ainda discutido entre os estudiosos, foi
instrumentalizada por Felipe, por Fernando, e ainda por Carlos, seu filho, como razão
para afastá-la do governo. Nos séculos XIX e XX, além de uma ampla discussão
historiográfica sobre a loucura de Juana, houve também uma reapropriação romântica
da história do casal. Nesta comunicação, pretendo analisar como o matrimônio de Juana
e Felipe foi apresentado nos documentos de sua própria época, revelando por vezes
contrastes com a historiografia posterior.
Titulação: Graduanda
Titulação: Doutorando
Resumo: A escolha do tipo de fontes a serem analisadas pelo estudioso tende a ser
definidora dos resultados alcançados na pesquisa histórica. Não raro, o trabalho dos
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Titulação: Doutoranda
Resumo: A vida monástica feminina portuguesa sempre esteve permeada de uma visão
do senso comum de que foram subordinadas totalmente ao universo masculino da Igreja
Católica. Alguns estudos feitos pela historiografia recente têm diferentemente uma nova
perspectiva do comportamento das monjas no medievo. Subordinadas, mas não
anônimas elas desempenharam um papel aquém daquilo que estão acostumadas a serem
consideradas. Através de estudos e de uma análise que ainda se encontra em construção
sobre a atuação das religiosas enclausuradas dos principais mosteiros e conventos no
medievo português, dar-se-á para perceber alguns aspectos inovadores acerca desse
universo conventual. A composição, o ambiente intelectual e de assistência dessas
religiosas apresentam aspectos em comum que as fortalecem enquanto influenciadoras
de seu contexto.
Titulação: Mestrando
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Titulação: Mestrando
Resumo: A prática do orar e realizar preces são formas de contato com o sagrado que se
mostram presentes no cristianismo desde o seu surgimento, de modo que o próprio
fundador se utilizava de tais práticas para se relacionar/aproximar com “Deus Pai”.
Múltiplas preces e orações foram compostas ao longo dos séculos, pautando-se em
trechos bíblicos, questões dogmáticas, revelações sagradas e inspirações divinas. Dentre
as orações que a Igreja Católica Apostólica Romana “compôs”, a Ave Maria é aquela
que remete diretamente à mãe de Cristo. Dessa forma, nossa proposta consiste em
analisar os recursos utilizados por Nicolau Dias (1525? – 1596), em sua obra intitulada
Livro do Rosário de Nossa Senhora (1573), para incentivar seu leitor à prática da
oração, especialmente a Ave Maria, em um contexto na quais as devoções à Virgem
eram símbolos do ser católico. Desse modo, operacionalizamos os conceitos de
“estratégia” (CERTEAU, 1994) e “linguagem autorizada” (BOURDIEU, 1998;
CERTEAU, 2006), pois consideramos que Nicolau Dias é um porta-voz de uma
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instituição religiosa que busca manter-se enquanto tal e para tanto se utiliza das
devoções à Virgem Maria enquanto mecanismos para se legitimar.
Titulação: Doutorando
Titulação: Doutoranda
Titulação: Graduanda
Titulação: Doutorado
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo analisar as articulações entre o saber fornecido
pelo ensino universitário e a formação dos físicos medievais. Por essa perspectiva,
selecionamos dois escritos da escolástica médica, frutos da atividade docente: o
Tractatus de Intentione Medicorum (1290) do físico Arnaldo de Vilanova (1240-1311) e
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Titulação: Mestre
Resumo: 1066 foi um marco na história e na língua inglesas, porque nele iniciou-se a
Conquista Normanda da Inglaterra, período em que os franceses do Ducado da
Normandia, além de outros, comandados por Guilherme I, William I - o Conquistador,
ou, ainda, o Bastardo, invadiram, conquistaram e dirigiram a Inglaterra por mais de 300
anos. Durante esse período, houve mudanças rápidas e surpreendentes em vários
aspectos da vida inglesa, como na titularidade da propriedade, na administração política,
na arquitetura, na cultura, nas artes, na religião, dentre outras. A língua francesa chegou
com os invasores, assim como os seus hábitos e crenças. É possível percebermos essa
influencia na vida e na cultura inglesas, ao analisarmos aspectos do cotidiano de seu
povo, bem como vocábulos usados comumente em sua língua, em todas as partes do
mundo em que ela é usada, até nos dias atuais. Nessa comunicação, faremos um
repertório de alguns desses vocábulos, destacando os aspectos históricos e culturais que
a eles deram origem, mediante o uso imposto do francês normando na sociedade inglesa
durante a Conquista Normanda da Inglaterra.
APRESENTAÇÃO DE PAINÉIS
Título: A presença da cultura dos Kalungas nas festas populares de Monte Alegre
de Goiás
Resumo: O objetivo do trabalho é fazer uma breve análise sobre: A educação religiosa
no século XVI e XVII, começo da Europa Renascentista. Devido à educação ter passado
por algumas mudanças, que são: a abertura de escolas, a matriz curricular, a didática
magna, entre outras, que na atualidade são vistas como utópicas. Um dos principais
responsáveis dessa questão de “reforma” educacional foi Juan Amós Comenius (1592-
1670), considerado o “pai da pedagogia”. Segundo a autora Maria Amélia a religião era
uma das principais vertentes educacional, mas qual seria a principal contribuição da
educação religiosa na construção do indivíduo? Para Comenius, a construção
pedagógica tem a sua base na fé e nos estudos das Escrituras, a partir da Reforma
Protestante. O aprendizado deveria ser alcançado por todos e diante desse desafio, ele se
torna o precursor no movimento histórico da escolarização. A fé em Comenius era o
principal meio de alcançar a Salvação eterna e por meio do saber poderia ser alcançada
a democratização social, a possibilidade de todos poderem aprender de forma
igualitária.
com detalhes, sua narrativa nos leva a tentar desvendar, em seus relatos a maneira usada
de persuasão para formar o imaginário de seu interlocutor, suas contribuições e
aproximações com a cultura islâmica, destacando a influência do fantástico nesta Rihla.
AUTOR (ES): DAYANA ALVES GOMES LUSTOSA (UEG); RITA CASTORINA GONÇALVES
GUNDIM LEMES (UEG)
fatos como a maioria das pessoas negras/índias pertencerem às classes pobres não
tiveram nenhuma relação com racismo e sim com fatores sociais, oportunidades.
Resumo: A atividade “Um banquete Moderno” foi realizada com o 2° ano do Ensino
Médio do Colégio Marquês de Herval (Osório, RS) na disciplina de História. De forma
a aliar os conteúdos do segundo trimestre com o desenvolvimento das múltiplas
inteligências, teoria elaborada e desenvolvida por Howard Gardner, propomos a
seguinte atividade: um grande banquete com festa, dança, gastronomia, teatro e música,
ricamente decorado e livre para interpretações e reinterpretações. Em termos
metodológicos, os passos foram os seguintes: Criação do Espaço: ornamentos; O
Banquete; A Festa. Apresentamos a proposta e possibilitamos aos alunos um momento
para refletirem onde estariam mais bem inseridos. Buscamos valorizar, deste modo, as
capacidades individuais. Dois pontos apenas seriam comuns entre os alunos: o tema
(modernidade) e a confecção de vestimenta. O estudo tem como objetivo observar como
uma prática em História possibilita o desenvolvimento da inteligência espacial,
cinestésica, interpessoal e musical, buscando ainda valorizar o ensino com pesquisa,
prática deveras valorizada dentro dos paradigmas contemporâneos da educação.
Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade discutir a utilização das relíquias, como
veículo político enfatizando sua importância na cristianização da Cidade de Lisboa. Para
tanto escolhemos as relíquias de São Vicente, por seu valor simbólico para a história
portuguesa e sua utilidade enquanto fator de povoamento em uma região reconquistada
aos mouros no século XII. Vicente foi diácono em Saragoça, no período de inúmeros
decretos dos imperadores emitidos nos anos de 303 e 304, para perseguir e reprimir
cultos cristãos por toda a região. Daciano aplicava esses decretos, e realizou a captura
de Vicente, o qual se negou a abjurar, sendo transferido para Valência. Ele passou por
inúmeras torturas, falecendo em 22 de janeiro do ano de 304. Após sua morte seu corpo
foi atirado ao mar, porém, segundo sua hagiografia as ondas o devolveram a terra. Seu
corpo foi recolhido e sepultado por fiéis fora dos muros da cidade de Valência, neste
lugar foi construída uma Basílica dedicada á ele. A partir disso, inicia-se a transladação
de relíquias do Santo Vicente por muitos locais, impulsionando seu culto.
AUTOR (ES): JACKELINE SANTOS CARNEIRO; MELLISSA GABRILLA VAZ SPINELLI (UEG)
Resumo: Este trabalho trata-se de relatar a imagem sacra do Divino Pai Eterno de
Trindade, levando em conta o crescimento do cristianismo no Brasil e em Goiás,
tratando de seus aspectos históricos, trazendo suas vertentes no período medieval, desde
o crescimento do cristianismo neste período ate os dias atuais. Trazendo os principais
modos do cristianismo atual, suas singularidades, no uso das imagens sacras com mais
ênfase na imagem do Divino Pai Eterno (Santíssima Trindade). O fundamento inicial do
cristianismo no período medieval poderá ser tratado na busca de conciliar o tema na
discussão do assunto!
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Resumo: La vita Constantini possui um caráter marcante por ter sido escrita em um
período contemporâneo ao imperador (século IV), todavia esse documento é muitas
considerado um elogio a Constantino. Como bispo, Eusébio de Cesaréia descreve
Constantino como um homem santo, estando isento de qualquer maldade, e o julga
como enviado do próprio deus. Em seu discurso ele o caracteriza claramente como uma
dádiva divina aos cristãos. Nosso objetivo é apresentar uma análise crítica, envolvendo
principalmente o contexto histórico vivido pelo autor. Essa imagem construída por
Eusébio irá servir de inspiração para as representações futuras do imperador. Como o
principal escritor da biografia de Constantino, sua obra possui uma enorme importância
para se perceber as relações entre o mundo romano e a ascensão do cristianismo.
Resumo: A política expansionista portuguesa tem por marco o ano de 1415 com a
conquista de Ceuta no período de reinado de D. João I, que buscava ampliar sua
influência perante a Cristandade. Assim, ficou decidido que aconteceria o assalto a uma
cidade muçulmana, sendo que desde seu início o estabelecimento dos portugueses em
África foi realizado sob o signo de Cruzada. A expedição foi um sucesso, e auxiliou os
portugueses no controle do estreito de Gibraltar e na conquista de outras praças norte
africanas. Com a morte de D. João I em 1433, seu filho D. Duarte assume o trono,
dando continuidade no projeto expansionista em África. Tânger foi à cidade da segunda
expedição, mas diferentemente de Ceuta, os portugueses fracassaram por uma série de
fatores. A derrota causou o cárcere de D. Fernando, irmão do rei, que foi considerado
mártir da expedição, adquirindo o titulo de Infante Santo. Tânger veio a ser conquistada
em 1471 sob o reinado de D. Afonso V, filho de D. Duarte.