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8 – Tratamento de efluentes líquidos

8.1-Introdução

Ex.: Efluente doméstico

Esgoto Bruto Efluente Seguro


N N
Patogênicos Patogênicos

MO MO

P P

COMO REMOVER?
O quê remover? Quanto remover?
Custo de implantação
ETE Custo de operação
Eficiência desejada

4. Tanque de aeracao
1. Grade
5. Decantador
2. Caixa de areia
6. Saída do efluente final
3. Decantador
7. Reatores anaeróbios
5.3.1 – Processos de tratamento

• Processos Físicos
• Processos Químicos
• Processos Biológicos
a) Processos físicos
Envolvem processos físicos (interceptação e sedimentação) na remoção do poluente

• Utilizados para: • Unidades de tratamento:


– Remoção de sólidos grosseiros – Grades de limpeza manual ou
mecanizada
– Remoção de sólidos sedimentáveis
– Peneiras estáticas, vibratórias ou
– Remoção de sólidos flutuantes rotativas
– Remoção da umidade do lodo – Caixas de areia simples ou aeradas
– Homogeneização e equalização de – Tanques de retenção de materiais
efluentes flutuantes
– Diluição de águas residuária – Decantadores
– Flotadores a ar dissolvidos
– Leitos de secagem de lodo
– Filtros prensa e a vácuo
– Centrífugas
– Filtros de areia
– Adsorção em carvão ativada
b) Processos químicos

• Utilizam produtos químicos para: • Unidades de tratamento:


– Aumentar eficiência de remoção de – Coagulação-floculação
um elemento ou substância
– Precipitação química
– Modificar seu estado ou estrutura ou
– Oxidação
– Alterar suas características químicas
– Cloração
– Neutralização ou correção do pH
c) Processos biológicos
Dependem da ação de microrganismos aeróbios ou anaeróbios na
remoção/transformação do poluente

• Unidades de tratamento:
– Lodos ativados e suas variações
– Filtros biológicos anaeróbios ou aeróbios
– Lagoas aeradas
– Lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias
– Digestores anaeróbios de fluxo ascendente
c.1 – Microrganismos – Matéria e organismo

• Classificação e Estrutura Celular


– Monera/protista  diferenciação celular inexiste
– Vegetal/animal  diferenciação celular elevada, contendo células,
tecidos, órgãos e aparelhos
• Matéria e energia

Fontes: Luminosa e química CO2 e MO N, P, etc

ENERGIA CARBONO NUTRIENTES

Necessidades:
c.2 - Classificação dos microrganismos quanto a respiração

• Classificação dos microrganismos quanto a respiração


– Aeróbios estritos: utilizam oxigênio
– Facultativos: utilizam oxigênio e depois o nitrato
– Anaeróbios: utilizam o sulfato e o dióxido de carbono
• As formas preferenciais são:
PRODUÇÃO DE
1. Aeróbia / O2 C6H12O6 + 6O2 > 6C02 + 6H2O LODO MAIOR
2. Anóxica / NO3- 2NO3- -N + 2H+ > N2 + 2,5O2 + H20
(denitrificação)

3. Anaeróbia / SO42- CH3COOH + SO42- + 2H+ > H2S + 2H2O +2CO2


(dessulfatação)

4. Anaeróbia / CO2 Hidrogenotrófica 4H2 + CO2 > CH4 + 2H2O


(metanogênese)
Acetotrófica CH3C00H > CH4 + CO2
c.3 - Crescimento dos microrganismos

• Disperso Tdh > Tgc


– formação de flocos que ficam suspensos na água
– Floco: composto aglutinado numa estrutura.
Composição: MO, material inerte e
microrganismos, havendo gradiente de OD no
interior do floco. Este formado, a MO suspensa é
removida via sedimentação
– Ex.: Lagoas de Estabilização e os Lodos Ativados
• Aderido
– fixação sobre um meio suporte, formando
biofilme Tdh < Tgc
– fixação de microrganismos em suporte sólido ou
suspenso  o biofilme viabiliza retenção de
elevada concentração de biomassa por
considerável período de tempo
– Ex.: Filtro Biológico, Biodisco, Biofiltro Aerado, Tdh, tempo de
detenção hidráulica,
Filtro Anaeróbio e o Tgc, tempo de
geração celular
8.3 - Classificação dos sistemas de tratamento

• Englobam um ou mais processos descritos


• Classificados em função do tipo de material
removido e da eficiência de remoção

– Tratamento preliminar
– Tratamento primário
– Tratamento secundário
– Tratamento terciário
– Tratamento de lodos
– Tratamento físico-químico
Tratamento Finalidade Unidades de tratamento

Preliminar Remoção de sólidos grosseiros Grades, peneiras, caixas de areia,


caixas de retenção de óleos e graxas
Primário Remoção de resíduos finos em Tanques de flotação, decantadores,
suspensão nos efluentes fossas sépticas
Secundário Reduzir teor de matéria Lodos ativados, filtros biológicos,
orgânica lagoas aeradas, lagoas de estabilização,
digestor anaeróbio de fluxo ascendente
e sistemas de disposição no solo, etc
Terciário Remoção de substâncias não Lagoas de maturação, ozonização,
eliminadas nos tratamentos radiações ultravioletas, filtros de carvão
anteriores, como nutrientes, ativo e precipitação química em alguns
microrganismos patogênicos, casos
cor, etc
Lodos Desidratação ou adequação Leitos de secagem, centrífugas, filtros
para disposição final prensa, filtros a vácuo, prensas
desaguadoras, digestão anaeróbica ou
aeróbica, incineração, disposição no
solo
Físico- Remoção de sólidos de todos Coagulação,/floculação, precipitação
químicos os tipos e alteração das química, oxidação e neutralização
características físico-químicas
a) Exemplos

Fonte: apud Von Sperling, 1996


Fonte: apud Von Sperling, 1996
Fonte: apud Von Sperling, 1996
http://www.elke-hartleib.de/abwasserreinigung.htm
1. Rechen 4. Belebungsbecken
2. Sandfang 5. Nachklärbecken
3. Vorklärbecken 6. Ablauf der Kläranlage
7. Faulturm
b) Comparação da eficiência entre os sistemas
(esgoto doméstico)
Sistemas de tratamento Eficiência na remoção (%)
DBO N P Coliformes
Tratamento preliminar 0-5 ~0 ~0 ~0
Tratamento primário 35-40 10-25 10-20 30-40
Lagoa facultativa 70-85 30-50 20-60 60-99
Lagoa anaeróbia – lagoa facultativa 70-90 30-50 20-60 60-99,9
Lagoa aerada facultativa 70-90 30-50 20-60 60-96
Lagoa era. Mist. Completa – lagoa decant. 70-90 30-50 20-60 60-99
Lodos ativados convencional 85-93 30-40* 30-45* 60-90
Lodos ativados (aeração prolongada) 93-98 15-30* 10-20* 65-90
Lodos ativados (fluxo intermitente) 85-95 30-40* 30-45* 60-90
Filtro biológico (baixa carga) 85-93 30-40* 30-45* 60-90
Filtro biológico (alta carga) 80-90 30-40* 30-45* 60-90
Biodiscos 85-93 30-40* 30-45* 60-90
Reator anaeróbio de manta de lodo 60-80 10-25 10-20 60-90
Fossa séptica – filtro anaeróbio 70-90 10-25 10-20 60-90
Infiltração lenta 94-99 65-95 75-99 >99
Infiltração rápida 86-98 10-80 30-99 >99

Fonte: apud Von Sperling, 1996


Redução
Sistemas de tratamento DBO Sólidos em Bactérias
suspensão
Crivos finos 5-10 5-20 10-20
Cloração de esgoto bruto ou decantado 15-30 - 90-95
Decantadores 25-40 40-70 25-75
Floculadores 40-50 50-70 -
Tanques de precipitação química 50-85 70-90 40-80
Filtros biológicos de alta capacidade 65-90 65-92 70-90
Filtros biológicos de baixa capacidade 80-95 70-92 90-95
Lodos ativados de alta capacidade 50-75 80 70-90
Lodos ativados convencionais 85-95 85-95 90-98
Filtros intermitentes de areia 90-95 85-95 95-98
Cloração de efluentes depurados - - 98-99
biologicamente
c) Comparação de custos entre sistemas
(esgoto doméstico)
Sistemas de tratamento Requisitos Custos de Tempo de Lodo a ser
implant. detenção tratado
Área Potência
(US$/hab) hidráulica (m3/hab.an
(m2/hab) (W/hab)
(d) o)
Tratamento preliminar <0,001 ~0 2-8 - -
Tratamento primário 0,03-0,05 ~0 20-30 0,1-0,5 0,6-13
Lagoa facultativa 2-5 ~0 10-30 15-30 -
Lagoa anaeróbia – lagoa facultativa 1,5-3,5 ~0 10-25 12-24 -
Lagoa aerada facultativa 0,25-0,5 1,0-1,7 10-25 5-10 -
Lagoa era. Mist. Completa – lagoa decant. 0,2-0,5 1,0-1,7 10-25 4-7 -
Lodos ativados convencional 0,2-0,3 1,5-2,8 60-120 0,4-0,6 1,1-1,5
Lodos ativados (aeração prolongada) 0,25-0,35 2,5-4,0 40-80 0,8-1,2 0,7-1,2
Lodos ativados (fluxo intermitente) 0,2-0,3 1,5-4,0 50-80 0,4-1,2 0,7-1,5
Filtro biológico (baixa carga) 0,5-0,7 0,2-0,6 50-90 NA 0,4-0,6
Filtro biológico (alta carga) 0,3-0,45 0,5-1,0 40-70 NA 1,1-1,5
Biodiscos 0,15-0,25 0,7-1,6 70-120 0,2-0,3 0,7-1,0
Reator anaeróbio de manta de lodo 0,05-0,10 ~0 20-40 0,3-0,5 0,07-0,1
Fossa séptica – filtro anaeróbio 0,2-0,4 ~0 30-80 1,0-2,0 0,07-0,1
Infiltração lenta 10-50 ~0 10-20 NA -
Infiltração rápida 1-6 ~0 5-15 NA -

Fonte: apud Von Sperling, 1996


d) Aspectos importantes na seleção de sistema de tratamento
de esgotos

• Eficiência (desejada ou exigida por legislação)


• Confiabilidade
• Disposição do lodo
• Requisitos de área
• Impactos ambientais
• Custos de operação
• Custos de implantação
• Sustentabilidade
• Simplicidade
e) Principais ETEs em Curitiba
Referências
• Von Sperling, M. 1996. Introducão à qualidade das águas e ao
tratamento de esgotos. Belo Horizonte: Departamento de
Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG.
• Philippi Jr., A. et al. 2004. Curso de Gestão Ambiental. Barueri-SP:
Manole. (Coleção Ambiental; 1)
• Imhoff, K. & Imhoff, K. 1986. Manual de tratamento de águas
residuárias. São Paulo: Ed Edgard Blücher Ltda.
• Santos, Daniel. 2009. Caderno de Saneamento Ambiental. Cap.4 –
Sistemas de Esgotamento Sanitário
• Tsutiya & Sobrinho. 1999. Coleta e transporte de esgoto.
• NBR9648 - Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário
• NBR9649 – Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário
• EPUSP:
http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=28&link_uc=disciplina

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