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Legislação Tributária

Auditor Fiscal da RFB

AULA 00
IPI – Parte 1

Professores

Piero Albuquerque e Rodrigo Pizão

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Legislação Tributária
Auditor Fiscal da RFB
AULA 00 | IPI – Parte 1
Prof. Piero Albuquerque e Rodrigo Pizão

Introdução

Olá futuros auditores fiscais da Receita Federal do Brasil!


Aqui são os Profs. Piero Albuquerque e Rodrigo Pizão. A partir de agora,
estamos juntos na preparação da disciplina legislação tributária para o
concurso da Receita Federal.
Nosso curso começa com o estudo do importantíssimo Imposto sobre Produtos
Industrializados.
Iremos discorrer sobre os tópicos do edital com foco total no histórico de
questões da ESAF.
Vocês perceberão, ao longo do curso, que nossa intenção é a de prepará-los
com o máximo de eficiência, precisamos fazer mais com menos de modo a
conseguirmos atingir o objetivo de esgotar o edital no menor prazo possível
com o máximo de conhecimento adquirido.
Esperamos que gostem do curso!
Força e Honra!

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Iconografia
Iremos agora mostrar alguns ícones gráficos que irão ilustrar a nossa apostila,
no sentido de acompanhar o nosso assunto. Esses iconográficos irão aparecer
sempre para demonstrar as seguintes ideias:

CAI NA PROVA DESPENCA NA PROVA

ESQUEMATIZOU ACORDE

PEGADINHA ESSA CONFUNDE

LISTA DE QUESTÕES COMPLEMENTO DO ALUNO

ATENÇÃO INTERVALO

QUESTÕES COMENTADAS GABARITO

Com isso, desta forma, fica bem mais fácil para você usuário poder
acompanhar e entender aquilo que o professor deseja lhe passar. Basta notar
alguns desses ícones para saber aquilo que virá em seguida, em sua apostila.
Boa Leitura!

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Sumário
1 APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES ....................................................................... 5

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CURSO ......................................................................... 6

3 CRONOGRAMA ...................................................................................................... 7

4 CONTEÚDO ABORDADO NESTA AULA ......................................................................10

5 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS SOBRE O IPI .................................................................11

6 REVISÃO SUCINTA ACERCA DE DIREITO TRIBUTÁRIO RELACIONADO AO IPI ...............12

7 O IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ................................................25


7.1 Incidência ....................................................................................................25
7.2 Industrialização. Conceito ..............................................................................26
7.3 Características e modalidades de industrialização .............................................26
7.4 Exclusões ....................................................................................................29
7.5 Classificação de Produtos ...............................................................................33

8 ANOTAÇÕES ........................................................................................................45
8.1 Acompanhamento do Aluno ............................................................................45

9 QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................46


9.1 Questões de Concursos: ................................................................................46

10 LISTA DE GABARITO .............................................................................................60


10.1 Respostas Finais ...........................................................................................60

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1 Apresentação dos Professores

Prezados alunos, é um grande prazer podermos nos dirigir a vocês na


condição de professores de tão relevante disciplina no concurso para auditor
fiscal da RFB.
Alguns anos atrás (mais ou menos 4 anos) estávamos na mesma
condição de vocês, estudando arduamente para concorrer a uma vaga em um
dos concursos mais exigentes do serviço público brasileiro.
No intuito de não nos alongarmos muito em nossa apresentação, iremos
expor nossos curriculum para que, desse modo, vocês comecem a nos
conhecer melhor.
Eu sou Piero Albuquerque, graduado em Administração e, atualmente,
cursando faculdade de Direito. Atuo como Auditor Fiscal da Receita Federal do
Brasil (aprovado no concurso de 2014).
Atuei também como Sargento de carreira do Exército Brasileiro e como
Técnico do Ministério Público da União, tendo sido aprovado, ainda, nos
concursos da Polícia Rodoviária federal e Técnico Judiciário da Justiça Federal
da 4ª Região.
Eu sou Rodrigo Pizão, graduado em Ciências Contábeis e também
cursando faculdade de Direito. Atuo como Auditor Fiscal da Receita Federal do
Brasil (aprovado no concurso de 2014).
Fui aprovado também nos concursos do Banco do Brasil (BB), Polícia
Federal e Receita Federal, tendo atuado no BB e como Analista-Tributário da
Receita Federal do Brasil.

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2 Considerações sobre o curso

Prezados, todos sabemos que o edital de auditor da RFB é gigantesco!


São nada menos que 19 disciplinas a serem estudadas e a maioria delas com
uma grande quantidade de conteúdo!
Qual o nosso objetivo com este curso? Pretendemos elaborar um curso
de legislação tributária que atenda de forma plena o conteúdo previsto no
edital, nem mais nem menos que isso.
E o que queremos dizer com isso? Bem, primeiramente é importante
ressaltar que algumas disciplinas possuem pré-requisitos. “Mas o que é isso
professor?”. Vale dizer que algumas disciplinas devem ser precedidas do
estudo de outra disciplina para que o estudo possa realmente ser efetivo, e
legislação tributária é uma delas!
Ora, para que possamos estudar legislação tributária é muito necessário
que estudemos, antes dela, direito tributário! De que adianta o aluno ter a
intenção de mergulhar no estudo de tributos em espécie, e de forma muito
profunda como é o caso do IR e do IPI neste curso, sem antes ter estudado
tópicos tão importantes de direito tributário como, por exemplo, limitações ao
poder de tributar e princípios de direito tributário?
Desta forma, saibam que este curso será elaborado presumindo-se que o
aluno já tem conhecimento em direito tributário.
E sabe qual a vantagem disso? Um material mais objetivo, mais enxuto,
que não ficará repetindo itens do conteúdo de direito tributário, tudo no intuito
de oferecer ao aluno algo que ele consiga estudar no menor prazo possível e
ao mesmo tempo com total atendimento daquilo que é pedido no edital!
Será este um curso “direto na veia”!
Vale dizer, teremos foco total no histórico de questões da ESAF e
tomaremos esse histórico como base em nossos estudos!

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3 Cronograma
Seguindo o estilo “direto na veia”, segue o cronograma de nosso curso:

AULA CONTEÚDO DATA

2. Imposto sobre Produtos


Industrializados. 2.2. Incidência.
Aula 0 2.3. Industrialização. Conceito.
2.4. Características e 20/01/2018
(demonstrativa) modalidades de industrialização.
2.5. Exclusões.2.21.
Classificação de produtos.
2.16. Redução e majoração do
imposto. 2.6 contribuintes 2.7.
Aula 1 Responsáveis. 2.8.
10/02/2018
Estabelecimentos Industriais e
equiparados. 2.9. Domicílio.
Fato Gerador
2.10. Base de cálculo. 2.11.
Valor tributável. 2.12. Créditos.
2.13. Não Tributados. 2.14.
Aula 2 Suspensão. 2.15. Isenção. 2.17.
02/03/2018
Período de apuração. 2.18.
Apuração do imposto. 2.20.
Crédito presumido. 2.23.
Lançamento.2.24. Recolhimento.
2.1. Bens de capital. 2.19. IPI na
importação. 2.22. Regimes
fiscais.

2.25. Rotulagem e marcação de


Aula 3 produtos. 2.26. Selos de
22/03/2018
controle. 2.27. Obrigações dos
transportadores, adquirentes e
depositários de produtos. 2.28.
Registro Especial. 2.29. Cigarros.
2.30. Bebidas. 2.31. Produtos
industrializados por encomenda.
1. Imposto sobre a Renda e
Proventos de Qualquer Natureza.
1.1. Critérios orientadores.
Aula 4 1.1.1. Renda e Proventos. 12/04/2018
Conceito. 1.1.2. Disponibilidade
Econômica ou jurídica. 1.1.3.
Acréscimo patrimonial.
Aula 5 1.2. Tributação das pessoas 02/05/2018
físicas. 1.2.7. Contribuintes

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1.2.8. Responsáveis. 1.2.9.
Domicílio Fiscal.
1.2.1. Incidência. 1.2.2.
Aula 6 Rendimento. 12.3. Rendimento
22/05/2018
Tributável. 1.2.4. Rendimentos
isentos ou não tributáveis.
1.2.5. Tributação exclusiva.
1.2.6. Deduções. 1.2.10. Base
de cálculo. 1.2.11. Alíquotas.
1.2.12. Lançamento. 1.2.13.
Cálculo do tributo. 1.2.14.
Aula 7 Sistema de bases correntes. 12/06/2018
1.2.15. Período de apuração.
1.2.16. Recolhimento mensal
obrigatório (carnê-leão). 1.2.17.
Recolhimento Complementar.
1.2.18. Tributação Definitiva.
1.3. Tributação das pessoas
jurídicas.1.3.1. Incidência.1.3.2.
Contribuintes. 1.3.3.
Responsáveis. 1.3.4. Domicílio
Fiscal. 1.3.5. Base de cálculo.
1.3.6. Receitas e rendimentos.
1.3.11. Lucro real. 1.3.20.
Aula 8 Sociedades cooperativas. 1.3.21. 02/07/2018
Isenções e reduções. 1.3.22.
Imunidades. 1.3.25. Período de
apuração. 1.3.26. Regime de
caixa e regime de competência.
1.3.27. Alíquotas e adicional.
1.3.28. Lançamento.

1.3.7.Omissão de receita.1.3.9.
Despesas dedutíveis e
indedutíveis. 1.3.10.
Remuneração de
Aula 9 administradores. 1.3.12. Lucro
22/07/2018
presumido. 1.3.13. Lucro
arbitrado. 1.3.18. Gratificações e
participações nos lucros. 1.3.17.
Reorganizações societárias.
1.3.30. Livros Fiscais.
1.3.16. Investimentos em
sociedades coligadas e
Aula 10
controladas avaliados pelo 12/08/2018
método do patrimônio líquido.
1.3.8. Ganhos de capital. 1.3.29.

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Planejamento tributário. 1.3.19.
Atividade rural.
1.3.14. Lucros, rendimentos e
ganhos de capital obtidos no
Aula 11 exterior.1.3.15. Preço de
02/09/2018
transferência 1.3.23. Tributação
na fonte. 1.3.24. Tributação das
operações financeiras.
Aula 12 Resumo e Simulado 22/09/2018

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4 Conteúdo abordado nesta aula

Em todas as aulas, ao expor qual conteúdo abordado, sempre nos


utilizaremos dos itens do edital com a numeração do tópico, tendo como
objetivo dar a certeza ao aluno de que o edital está sendo integralmente
atendido:

2. Imposto sobre Produtos Industrializados. 2.2. Incidência. 2.3.


Industrialização. Conceito. 2.4. Características e modalidades de
industrialização. 2.5. Exclusões. 2.21. Classificação de produtos.

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5 Considerações básicas sobre o IPI

Galera, em rápidas linhas, podemos afirmar que o IPI é um tributo cuja


competência para instituição pertence à União (competência privativa, art.
153, IV, da CF/88) e que é utilizado com finalidade extrafiscal e não
meramente arrecadatória (embora seja ele um dos tributos que mais arrecada
no âmbito da União). Isso, pois, devido às suas particularidades
(principalmente por ser um imposto indireto), tem a incidência do IPI um
grande poder de influência no comportamento dos consumidores, estimulando
ou desestimulando o consumo.

“Ah, mas por qual motivo o IPI tem esse poder de influência?”.

Pelo simples fato de que, por ser um imposto indireto, não incide ele somente
sobre as etapas de produção industrial, mas também no consumo! Ou seja,
ele é incorporado ao custo dos produtos em todas as suas etapas. Essa
incidência em todas as etapas de produção e consumo tem o efeito de ser
notada quase que de forma imediata pelos agentes envolvidos na cadeia
produtiva e, desse modo, fazer com que eles respondam aos estímulos
desejados pelo governo.

Por fim, cumpre destacar que nosso estudo será fortemente baseado no RIPI
(regulamento do imposto sobre produtos industrializados), o Decreto
7.212/2010, que nada mais é do que uma consolidação de toda legislação
relacionada ao imposto objeto de nosso estudo.

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6 Revisão sucinta acerca de direito tributário


relacionado ao IPI
Como afirmei mais acima, não iremos ficar aqui estudando de forma
aprofundada tópicos pertencentes a direito tributário, pois iremos presumir
que todos vocês ao menos já iniciaram os estudos nessa matéria e não há
motivos para perdermos tempo com páginas e mais páginas de algo já
estudado em outra disciplina (quando eu estudava ficava “pulando” essas
partes repetidas, estou aqui a me utilizar de minha experiência como
concurseiro ao adotar esta postura).

Entretanto, irei apresentar breves considerações acerca de alguns princípios e


dispositivos da CF/88 e do CTN que se aplicam ao IPI.

Antes, vale lembrar, que o poder constituinte estabeleceu limites ao poder de


tributar que se concretizam por meio de princípios e imunidades, e o IPI
não foge à essa regra (mas é claro que você, que já estudou direito tributário,
já está “careca” de saber disso😉).

Princípios constitucionais relacionados ao IPI:

Legalidade Tributária

O art. 150, I, da CF/88 veda a instituição ou aumento de tributos sem a edição


de lei. No que diz respeito à INSTITUIÇÃO do IPI é necessária lei instituidora
do imposto e não existe exceção a esta regra.
Já no que diz respeito à redução ou majoração das alíquotas o IPI
constitui exceção constitucionalmente prevista para que essas alterações
sejam feitas pelo Poder Executivo por meio de decreto do Presidente da
República desde que atendidos os limites e condições definidos em lei (CF, art.
153, § 1º).

Não custa lembrar que não se deve fazer confusão entre ALÍQUOTA e BASE
DE CÁLCULO, somente a alteração das alíquotas é exceção à legalidade, a
definição da base de cálculo obedece normalmente a esse princípio.

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Anterioridade

O art. 150, III, b, da CF/88, veda a cobrança de tributos no mesmo


exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou.

Entretanto, o poder constituinte criou uma exceção no caso do IPI(§ 1º,


do art. 150, da CF/88), e, por esse motivo, pode o IPI ser instituído ou
majorado com exigência no mesmo exercício financeiro da publicação do ato
normativo (destacando que no caso de majoração pode ser feito por meio de
decreto) que o instituiu ou majorou.

Sabemos que à lei complementar compete estabelecer as normas gerais em


matéria tributária(art. 146, III, a, da CF/88), e a LC que faz isso em nosso
sistema tributário é o Código Tributário Nacional.

E por que estou dizendo isso? Porque cabe aqui uma observação acerca de um
fato curioso: ainda que o IPI já “exista” (já foi instituído), pode ocorrer a
situação de que a lei instituidora não tenha previsto a incidência do imposto
em todos os fatos geradores possíveis. Logo, existe a possibilidade de que
seja instituído novo fato gerador para o IPI

E agora eis o motivo pelo qual citei o CTN mais acima: essa nova previsão de
incidência pode ser feita, mas com observância do que prescreve o CTN, e,
nesta situação, teremos uma instituição do imposto que poderá ser cobrada no
mesmo exercício da publicação da lei (exceção à anterioridade).

Seletividade

A CF/88, em seu art. 153, § 3º, I, preceitua que “o IPI deve ser seletivo,
em função da essencialidade do produto”.

E o que isso representa? Qual a finalidade desse princípio?

A finalidade é fazer com que o legislador, ao prever as hipóteses de incidência,


faça com que:

PRODUTOS SUPÉRFLUOS--------------INCIDÊNCIA MAIS ACENTUADA


PRODUTOS ESSENCIAIS------------ INCIDÊNCIA MENOS ACENTUADA

O espírito do princípio nos traz a ideia de que quem adquire uma maior
quantidade de produtos supérfluos seriam as pessoas com mais renda e
estaremos, portanto, prevendo a incidência com observação à capacidade
contributiva.

Mas não é só isso, já que a essencialidade também prescreve que produtos


nocivos ou que se queira dificultar a comercialização também podem ter uma
incidência mais acentuada, o exemplo mais clássico disso é o cigarro.

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Noventena

O IPI não constitui exceção a essa regra, devendo respeitar o prazo de 90 dias
para cobranças de imposto instituído ou majorado, tanto no caso de
majoração por lei como por decreto.

Obviamente, e tendo em vista que o objetivo é a proteção do contribuinte


contra a interferência que a carga tributária promove sobre suas finanças, não
é demais lembrar que quando da redução das alíquotas os efeitos são
imediatos, não havendo que se falar em noventena.

Não Cumulatividade

Vamos tentar simplificar o entendimento deste princípio: A CF/88 estabelece


que o IPI deve ser não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas operações anteriores (tudo para evitar
uma “reação em cadeia” ou “efeito cascata” na cobrança do imposto).

Digno de nota é que na lei instituidora do IPI, a Lei 4.502/1964, esse princípio
já existia, bem como no CTN, em que também já havia previsão da não
cumulatividade no caso do IPI.

Vamos tentar simplificar isso por meio de um exemplo:

Vamos supor que fabricante venda para o atacadista por R$1.000,00, que o
atacadista venda para o varejista por R$2.000,00 e que, por fim, o varejista
venda ao consumidor por R$3.000,00.

INCIDÊNCIA CUMULATIVA

FABRICANTE ATACADO VAREJO


PREÇO VENDA: PREÇO VENDA: 2.000,00 PREÇO VENDA: 3.000,00
1.000,00
TRIBUTO TRIBUTO TRIBUTO 3%1.000,00:
3%1.000,00: 30,00 3%1.000,00: 30,00 30,00 CONSUMIDOR
PAGOU
3%1.000,00: 30,00 3%1.000,00: 30,00 3.180,00
________________
3% 2.000,00=60,00
3%1.000,00: 30,00
________________
3% 3.000,00=90,00
TOTAL TRIBUTO: R$ 30,00 + R$ 60,00 + R$ 90,00 = R$180,00

DEVO

Como nada do que foi recolhido nas etapas anteriores foi compensado, o total
efetivamente recolhido de IPI foi o valor de R$ 180,00.

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Vejamos diferença em termos de ônus financeiro que é suportado pelo
consumidor final com a aplicação da sistemática da não cumulatividade:

INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA

FABRICANTE ATACADO VAREJO


PREÇO VENDA: PREÇO VENDA: PREÇO VENDA: 3.000,00
1.000,00 2.000,00
TRIBUTO TRIBUTO TRIBUTO
3%1.000,00: 30,00 3%2.000,00: 60,00 3%3.000,00: 90,00 CONSUMIDOR
- (dedução) - (dedução) PAGOU
3%1.000,00: 30,00 3%2.000,00: 60,00 3.090,00
________________ ________________
30,00 30,00
TOTAL TRIBUTO: R$ 30,00+ R$ 30,00+ R$ 30,00= R$ 90,00

CIDÊNCIA ALÍQUOTA PREÇO DE VENDA IMPOSTO


EVIDO
Na prática, observa-se que o consumidor paga um valor de imposto que seria
pago caso houvesse incidência somente na última etapa, já que R$ 3.000,00 x
3% = 90,00!!!

E como se faz o controle dessa sistemática toda? Quando a empresa compra


produtos tributados pelo IPI ela faz, em livro fiscal, o registro desse IPI como
crédito e quando realiza venda de produtos industrializados ela registra o
respectivo débito e ao efetuar a apuração do imposto é só comparar
créditos e débitos e caso o saldo seja a maior para os débitos então efetua o
recolhimento do valor, já no caso de termos um saldo a maior para os créditos
a legislação autoriza que se transfira esse valor para que seja utilizado em
outro ou outros períodos, é o que nos diz o parágrafo único, Art.49 do CTN: “O
saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-
se para o período ou períodos seguintes”.

ATENÇÃO

-A partir do que foi verificado por meio do exemplo acima, fica fácil concluir
que quem assume o encargo financeiro do IPI incidente sobre a cadeia
produtiva é o consumidor final;

- Pode-se observar, ainda, que o IPI, na condição de tributo indireto, faz com
que quem suporte o ônus financeiro do tributo (contribuinte de fato) seja
pessoa distinta da que recolhe o imposto(contribuinte de direito);

- Fiquem tranquilos, pois discorreremos mais acerca dessa sistemática de


débitos e créditos no momento oportuno.

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Outros princípios constitucionais aplicáveis ao IPI

• Uniformidade Geográfica;
• Irretroatividade;
• Não confisco;
• Isonomia.

Conforme já dito, neste curso, os professores irão presumir que os alunos já


têm conhecimento, ao menos básico, em direito tributário, por esse motivo
não iremos expor conteúdo relativo a estes princípios.

Imunidades Tributárias relativas ao IPI

Você, como excelente aluno(a) que é em direito tributário, obviamente já


conhece o conceito de “imunidade”.

Por isso, iremos, neste tópico, discorrer acerca das imunidades tributárias que
se aplicam ao IPI.

Nunca é demais relembrar uma coisa muito importante: quem ESTABELECE


imunidades é a Constituição Federal, o que o Art. 18 do RIPI faz é nada além
de consolidar os dispositivos da CF/88 que versam sobre as imunidades
aplicáveis ao IPI.

Outra questão interessante é sobre a classificação das imunidades como


subjetivas (conferidas tendo em vista a natureza jurídica decorrente de
determinadas pessoas), objetivas (confere proteção a bens, fatos ou situações
e mistas (concedidas por aspectos objetivos subjetivos).

Diante disto, fica fácil concluir que são as imunidades tratadas pelo Art. 18 do
RIPI classificadas, todas, como OBJETIVAS.

Vamos à leitura do referido Art. 18 do RIPI (o próprio regulamento indica em


cada caso qual o dispositivo da CF/88 dá fundamento a cada situação de
imunidade nele elencada):

“DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE 2010.

Regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação e


administração do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI.

TÍTULO IV

DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 18. São imunes da incidência do imposto:

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I - os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão (Constituição Federal, art. 150, inciso VI, alínea “d”);

II - os produtos industrializados destinados ao


exterior (Constituição Federal, art. 153, § 3º, inciso III);

III - o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou


instrumento cambial (Constituição Federal, art. 153, § 5º); e

IV - a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e


minerais do País (Constituição Federal, art. 155, § 3o).”

Vamos, pela relevância do tema no estudo do imposto, aprofundar um pouco,


mas sem perder a objetividade, as situações elencadas no Art. 18 do RIPI:

I - os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua


impressão (Constituição Federal, art. 150, inciso VI, alínea “d”);

Esta situação, bem como no inciso IV do Art. 18 do RIPI, trata de uma


imunidade ABSOLUTA, ou seja, não está ela vinculada a qualquer condição!
Mas atenção! Isso não se aplica ao PAPEL que tem uma condição específica,
que é a sua destinação à impressão de livros, jornais e periódicos, e caso seja
dada destinação diversa ao papel incidirá normalmente o imposto, cessando
imediatamente a imunidade!

Por conseguinte, pode-se afirmar, com base no Art. 36, inciso VIII do RIPI,
que não é aplicável a imunidade do papel, e considera-se ocorrido o fato
gerador, quando ele for destinado a qualquer pessoa que não seja empresa
jornalística, editora ou estabelecimento distribuidor de papel:

“Art. 36. Considera-se ocorrido o fato gerador:

VIII - no início do consumo ou da utilização do papel destinado


à impressão de livros, jornais e periódicos, em finalidade
diferente da que lhe é prevista na imunidade de que trata
o inciso I do art. 18, ou na saída do fabricante, do importador ou
de seus estabelecimentos distribuidores, para pessoas que não
sejam empresas jornalísticas ou editoras (Lei no 9.532, de
1997, art. 40);”

Por último, digno de destaque que o § 1º, do art. 18 do RIPI, preceitua que:

“A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá estabelecer


obrigações acessórias específicas a serem observadas pelas
firmas ou estabelecimentos que realizarem operações com o papel
referido no inciso I, bem como para a comprovação a que se
refere o § 2o, inclusive quanto ao trânsito, dentro do território
nacional, do produto a ser exportado

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Com base nesse dispositivo a Receita Federal editou a IN RFB 976/2009
estabelecendo que deve ser efetuado REGISTRO ESPECIAL bem como
apresentação de declaração específica (DIF-Papel Imune1) por parte de
estabelecimentos que operem transações com papel que se destine à
impressão de livros, jornais e periódicos.

II - os produtos industrializados destinados ao exterior (Constituição


Federal, art. 153, § 3º, inciso III);

Produtos industrializados destinados ao exterior são imunes ao imposto, essa


imunidade visa a promover o incremento da participação brasileira no
comércio exterior com a promoção de entrada de divisas no país e com a
melhora do saldo de nossa balança comercial.

Com o objetivo de que se assegure o atendimento ao requisito ditado por essa


imunidade (destinação ao exterior) faz-se necessária a atuação do controle
aduaneiro de exportação por meio de comprovação do cumprimento de
obrigações acessórias específicas (ressalte-se que há formas de se controlar
inclusive o trânsito desses produtos dentro do território nacional, tudo com o
fim de que, conforme já dito, seja garantido o cumprimento da exigência
estabelecida).

Interessante notar que existem situações em que, ainda que não ocorra a
efetiva saída do território nacional de produtos industrializados destinados ao
exterior, são consideradas REALIZADAS as operações de exportação.

Vejamos os dispositivos normativos que fixam essas situações:

Art. 19. A exportação de produtos nacionais sem que tenha


ocorrido sua saída do território nacional somente será
admitida, produzindo todos os efeitos fiscais e cambiais, quando o
pagamento for efetivado em moeda estrangeira de livre
conversibilidade2e a venda for realizada para (Lei no 9.826, de
23 de agosto de 1999, art. 6o, e Lei no 10.637, de 2002, art. 50):

I - empresa sediada no exterior, para ser utilizado


exclusivamente nas atividades de pesquisa ou lavra de
jazidas de petróleo e de gás natural, conforme definidas na Lei

1
Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune – (DIF-Papel Imune)
2
Com a publicação da Lei 12.024/2010 não há mais a exigência de que seja em moeda estrangeira, vejamos:

“Art. 8o O caput do art. 6o da Lei no 9.826, de 23 de agosto de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 6o A exportação de produtos nacionais sem que tenha ocorrido sua saída do território brasileiro somente será
admitida, produzindo todos os efeitos fiscais e cambiais, quando o pagamento for efetivado em moeda nacional ou
estrangeira de livre conversibilidade e a venda for realizada para:”

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no 9.478, de 1997, ainda que a utilização se faça por terceiro
sediado no País;

II - empresa sediada no exterior, para ser totalmente


incorporado a produto final exportado para o Brasil; e

III - órgão ou entidade de governo estrangeiro ou organismo


internacional de que o Brasil seja membro, para ser
entregue, no País, à ordem do comprador.

O §3º do art.19 do RIPI elenca outros casos protegidos pela imunidade e que
dizem respeito a operações de exportação para empresa sediada no
exterior:

“I - totalmente incorporado a bem que se encontre no


País, de propriedade do comprador estrangeiro, inclusive
em regime de admissão temporária sob a responsabilidade
de terceiro;

II - entregue a órgão da administração direta, autárquica


ou fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, em cumprimento de contrato
decorrente de licitação internacional;

III - entregue, em consignação, a empresa nacional


autorizada a operar o regime de Loja Franca;

IV - entregue, no País, a subsidiária ou coligada, para


distribuição sob a forma de brinde a fornecedores e
clientes;

V - entregue a terceiro, no País, em substituição de


produto anteriormente exportado e que tenha se
mostrado, após o despacho aduaneiro de importação,
defeituoso ou imprestável para o fim a que se destinava;

VI - entregue, no País, a missão diplomática, repartição


consular de caráter permanente ou organismo
internacional de que o Brasil seja membro, ou a seu
integrante, estrangeiro; e

VII - entregue, no País, para ser incorporado a plataforma


destinada à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e gás
natural em construção ou conversão contratada por
empresa sediada no exterior, ou a seus módulos.”

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Vamos simplificar essas situações, vejam que os 7 incisos dizem respeito a
exportação: A) para empresas sediadas no exterior de B) produtos que
se encontram no país e C) sem a efetiva saída dos produtos para o
exterior (irei eliminar essas 3 características do texto da norma com o fim de
enxugá-lo e tornar mais fácil a memorização):

I - incorporado a bem de comprador estrangeiro;

Entregue:

II - a órgão público brasileiro em licitação internacional;

III - em consignação, à empresa nacional de Loja Franca;

IV - a subsidiária ou coligada, para brinde a fornecedores/clientes;

V - a terceiro, em substituição de produto defeituoso ou imprestável;

VI - a missão diplomática, consulado ou organismo internacional de que o


Brasil seja membro, ou a seu integrante, estrangeiro; e

VII - para incorporação a plataforma (em construção ou conversão) de


pesquisa e lavra de petróleo e gás natural.

Por último, observemos o que preceitua o RIPI em art. 19, § 2º, destacando
que esse dispositivo se aplica tanto ao caput do art. 19 quanto ao seu § 3º (ou
seja, a todos os casos listados acima):

§ 2o Nas operações de exportação de que trata o caput,


com pagamento a prazo ou a prestação, os efeitos
fiscais e cambiais, quando reconhecidos pela legislação
vigente, serão produzidos no momento da contratação,
sob condição resolutória, aperfeiçoando-se pelo
recebimento integral em moeda de livre
conversibilidade (Lei no 10.833, de 2003, art. 61).

O que o dispositivo quer dizer, em rápidas e objetivas palavras é que: essas


operações são consideradas exportação desde quando realizadas, e
quando efetivado o pagamento, confirmada está a exportação, caso
contrário, essas operações não serão consideradas exportação (obviamente
essa desconsideração se dará desde o momento de sua realização).

III - o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou


instrumento cambial (Constituição Federal, art. 153, § 5º);

Sobre esta hipótese não trouxe o RIPI qualquer disposição específica,


entretanto, é interessante ressaltar a distinção entre ouro mercadoria e
ouro ativo financeiro ou instrumento cambial.

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Exemplo de ouro mercadoria: aquele utilizado como matéria prima na
produção de joias (como um colar), aqui não há imunidade

Definição de ouro ativo financeiro ou instrumento cambial: quando


definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial somente incide o
IOF, havendo imunidade sobre todos os demais impostos (inclusive o IPI),
segue o dispositivo da Lei nº 7.7766/89:

“Art. 1º O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto


ou refinado, quando destinado ao mercado financeiro
ou à execução da política cambial do País, em
operações realizadas com a interveniência de instituições
integrantes do Sistema Financeiro Nacional, na forma e
condições autorizadas pelo Banco Central do Brasil, será
desde a extração, inclusive, considerado ativo
financeiro ou instrumento cambial.”

IV - a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais


do País (Constituição Federal, art. 155, § 3o).

Trata-se de imunidade absoluta, a que foi conferida pela CF/88, à energia


elétrica, aos derivados do petróleo, aos combustíveis e aos minerais do País
(sobre estes produtos incide tão somente II, ICMS e IE).

Atentem para o fato de que o PETRÓLEO BRUTO não está abrangido pela
imunidade, e nem seria necessário já que não se enquadra como produto
industrializado.

O RIPI, em seu art. 18, § 3º, define, para efeitos de imunidade o que são
derivados do petróleo, define, portanto, o alcance da imunidade:

§ 3o Para fins do disposto no inciso IV, entende-se como


derivados do petróleo os produtos decorrentes da
transformação do petróleo, por meio de conjunto de
processos genericamente denominado refino ou
refinação, classificados quimicamente como
hidrocarbonetos

Preliminarmente, cumpre destacar que o IPI, consoante o art. 46 do CTN,


incide sobre a importação de produtos industrializados (IPI-Importação):

“Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre


produtos industrializados tem como fato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência


estrangeira;”

O art. 150, VI, alíneas “a”, “b” e “c”, da CF/88 conferiu imunidade a algumas
pessoas (imunidade subjetiva):

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.

Essa imunidade subjetiva (pois é relativa a sujeitos, pessoas) não acoberta a


incidência do IPI, por não ser este um imposto que incida nem sobre
patrimônio, nem sobre renda, nem sobre serviço.

Mas veja bem, isso é aplicável quando falamos de aquisição de produtos por
essas pessoas no mercado interno ok?

Quando as imunidades subjetivas envolvem aquisição de produtos por meio de


operação de importação, temos que analisar mais a fundo, e fazendo distinção
entre as alíneas “a”, “b” e “c” para, ao final, concluirmos que não incide IPI-
Importação sobre essas operações.

Essa afirmação tem fundamento em precedente do STF, do TRF-4, em


entendimento da administração tributária por meio de ADI/SRF (Ato
Declaratório Interpretativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil) e de
solução de consulta da COSIT (coordenação geral de tributação da Receita
Federal) bem como em Parecer PGFN/CAT nº 2.137, de 30 de setembro de
2010.

Vamos expor esses dispositivos relacionando-os à cada alínea do art. 150, VI,
visto que para cada alínea se aplica cada um dos entendimentos acima
citados.

Alínea “a” (União, Estados, Distrito Federal e Municípios):

No caso da “imunidade recíproca”, conforme entendimento consolidado por


meio do ADI/SRF nº20/2002, temos que não é exigível II e IPI em operações
de importações realizadas por União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
bem como por suas autarquias e fundações por eles instituídas e mantidas
desde que haja vinculação dos bens às suas finalidades essenciais ou delas
decorrentes.
(Fonte:http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=
5682&visao=anotado);

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Alínea “b”(templos de qualquer culto):

A Solução de Consulta nº 109 - Cosit de 22 de abril de 2014 , em sua ementa


diz que “a importação direta de equipamentos de audiovisual, promovida pelo
ente religioso, para transmissão de cultos devocionais pela internet, não se
sujeita à incidência do IPI vinculado à importação, vez que, neste caso, o
importador se apresenta como contribuinte de direito, não havendo que se
falar em repercussão tributária, tendo em vista a citada imunidade religiosa,
preconizada pela Constituição”.
(Fonte:http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/SolucoesConsult
aCosit/2014/SCCosit1092014.pdf).

A Procuradoria da Fazenda Nacional editou parecer com o seguinte conteúdo:


“Imunidade. Templos de qualquer culto. Art. 150, VI, “b”, da Carta
Constitucional. Importação de pedras para construção do templo. Afastado o
Imposto de Importação por estar a edificação do local de culto inserida no
âmago da referida norma imunizante. Apreciação da matéria à luz da
jurisprudência consolidada do STF.”.
(Fonte: http://livred.info/parecer-pgfncatn-21372010.html)

Alínea “c” (partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades


sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos):

Aqui o STF possui precedentes que afirmam que a imunidade do art.150, VI,
c, da CF/88, abrange o II e o IPI incidentes sobre os bens a serem utilizados
na prestação de seus serviços específicos (RE 243.807 e AI 378.454 AgR)

Com base em tudo que foi afirmado, e nas manifestações tanto do Poder
Judiciário como da Administração Tributária, podemos concluir que a
imunidade recíproca, a imunidade religiosa e a imunidade de partidos
políticos, entidades sindicais e instituições de educação e assistência
social aplica-se ao IPI-Importação quando importam mercadorias do
exterior.

Notem que, nesta situação, na do IPI-Importação, temos que contribuinte de


fato e contribuinte de direito se confundem, fazendo com que a pessoa que
consome o produto, e que arca com o ônus financeiro do IPI, seja a mesma
pessoa que tem a obrigação de recolher o imposto (diferente no caso de
aquisições de produtos industrializados no mercado interno em que
contribuinte de fato e de direito são pessoas distintas), e é esse um dos
argumentos utilizados na defesa da imunidade ora em questão (entre outros).

Para aprofundar o tema sugiro que leiam as manifestações enviadas por meio
de “link” nos itens acima explanados, lá vocês encontrarão todos os
argumentos utilizados e em documentos relativamente pequenos, por esse
motivo optei por não os reproduzir aqui, já temos bastante material para
imprimir não é mesmo? 😉

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CAI NA PROVA

E o que a ESAF já explorou nesse tema? Vejamos uma questão do ISS-RJ de


2010:

(ESAF/ISS-RJ/2010)

A imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens


realizadas por municípios, quando o ente público for o importador dobem
(identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’).

A questão está correta, e vejam a fundamentação utilizada pela banca entre


parênteses!

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7 O Imposto sobre Produtos Industrializados

7.1 Incidência

Item 2.2 do edital

Vejamos o que diz o art. 2º do RIPI:

“Art. 2o O imposto incide sobre produtos


industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas
as especificações constantes da Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI (Lei
no 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1 o, e Decreto-
Lei no 34, de 18 de novembro de 1966, art. 1o).

Parágrafo único. O campo de incidência do imposto


abrange todos os produtos com alíquota, ainda que
zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições
contidas nas respectivas notas complementares,
excluídos aqueles a que corresponde a notação “NT”
(não tributado) (Lei no 10.451, de 10 de maio de 2002,
art.6º).”

A que conclusões podemos chegar?

- O campo de incidência do IPI (que é definido pela tabela de incidência do


IPI-TIPI) abrange produtos industrializados, sejam eles nacionais ou
estrangeiros e essa incidência alcança todos os produtos com alíquota, ainda
que zero;

- Estão FORA do campo de incidência do IPI os produtos com notação “NT”


bem como os produtos que resultem de operações excluídas do conceito
de industrialização.

Sobre operações expressamente excluídas do conceito de industrialização não


se confunda pelo fato de que pode haver alguns produtos com essa exclusão
na TIPI associados a alíquotas, ainda assim eles estarão fora do campo de
incidência ok?

Cumpre destacar que a isenção (forma de exclusão do crédito tributário) não


tem o condão de afastar determinado produto do campo de incidência do IPI,
ainda que determinado produto seja isento de IPI continua dentro de seu
campo de incidência.

Por fim, cabe um esclarecimento: a TIPI, curiosamente, contém produtos não


tributados em sua lista pelo simples fato de que a NCM (nomenclatura comum
do Mercosul) constitui a base da TIPI. “Mas porque é assim?”, é assim por
conta de determinação prevista em decreto, a TIPI deve tomar a NCM como
base, ok?

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7.2 Industrialização. Conceito


Item 2.3 do edital

O IPI, imposto de competência da União, incide sobre produtos


industrializados, conforme disposto no art. 46 do Código Tributário Nacional
(CTN). Mas o que vem a ser industrialização? O parágrafo único do art. 46 do
CTN nos apresenta a seguinte definição: “considera-se industrializado o
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo”.

No mesmo sentido, o art. 3º do RIPI (Regulamento do IPI – Decreto nº


7.212/2010) informa que “Produto industrializado é o resultante de qualquer
operação definida neste Regulamento como industrialização, mesmo
incompleta, parcial ou intermediária”.

Por fim, o art. 4º do RIPI nos fornece o conceito de industrialização. Assim,


industrialização é qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou
o aperfeiçoe para consumo.

7.3 Características e modalidades de industrialização


Item 2.4 do edital

Repetindo e complementando o informado no item anterior, o art. 4º do RIPI


caracteriza como industrialização qualquer operação que modifique a
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do
produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como: transformação;
beneficiamento; montagem; acondicionamento ou reacondicionamento;
renovação ou recondicionamento.

Assim, o caput do art. 4º do RIPI nos apresenta a definição de


“industrialização”, qual seja: qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou
o aperfeiçoe para consumo.

Já os incisos I a V do art. 4º do RIPI apresentam algumas operações


enquadradas na definição de “industrialização”, ou seja, operações que são
consideradas como “industrialização”, ou, de outra forma, modalidades de
industrialização: transformação; beneficiamento; montagem;
acondicionamento ou reacondicionamento; renovação ou recondicionamento.

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ATENÇÃO

De acordo com o parágrafo único do art. 4º do RIPI, para caracterizar a


operação como industrialização, são irrelevantes o processo utilizado para
obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou
equipamentos empregados. Dessa forma, o produto é considerado
industrializado caso resulte de operação que modifique a sua natureza, o seu
funcionamento, o seu acabamento, a sua apresentação ou a sua finalidade, ou
o aperfeiçoe para consumo, não importando o processo utilizado para a sua
obtenção nem a localização e condições das instalações ou equipamentos
empregados.

Passemos agora à definição de cada modalidade de industrialização que consta


no art. 4º do RIPI.

7.3.1 Transformação
Transformação é a operação que, exercida sobre matérias-primas ou produtos
intermediários, importe na obtenção de espécie nova.

Na transformação, surge uma espécie nova de produto, diferente da matéria-


prima ou produto intermediário utilizados na operação. Por exemplo, a
matéria-prima madeira se transforma em uma mesa.

7.3.2. Beneficiamento
Beneficiamento é definido como a operação que importe em modificar,
aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a
utilização, o acabamento ou a aparência do produto.

Na operação de beneficiamento, o produto original é modificado, aperfeiçoado


ou, de qualquer forma, tem alterado o seu funcionamento, a sua utilização, o
seu acabamento ou a sua aparência. Não surge uma espécie nova de produto.
Por exemplo, o arredondamento das bordas de uma mesa de mármore, que
inicialmente possuía o formato retangular, de forma a alterar a aparência do
produto, que continua o mesmo (mesa de mármore).

ATENÇÃO

A mera colocação ou substituição de embalagem é considerada operação de


acondicionamento ou reacondicionamento, e não operação de beneficiamento.

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7.3.3. Montagem
Montagem é a operação de industrialização que consiste na reunião de
produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou
unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal.

Na montagem, a reunião de produtos, peças ou partes tem como resultado um


novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação
fiscal. Ou seja, os produtos reunidos, bem como as peças ou partes, perdem a
sua individualidade, resultando em um novo produto ou unidade autônoma.
Por exemplo, as rodas, carroceria, bancos etc que, reunidas, resultam em um
automóvel.

O assunto “classificação fiscal” de produtos será abordado mais a frente.

7.3.4. Acondicionamento ou reacondicionamento


Operação de industrialização que importa em alterar a apresentação do
produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da
original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao
transporte da mercadoria.

A operação de acondicionamento seria então a alteração da apresentação do


produto, pela colocação de embalagem. Por exemplo, o engarrafamento de
bebidas, a fim de atender o consumidor final.

Já a operação de reacondicionamento seria a substituição da embalagem


original do produto. Por exemplo, o feijão comprado em embalagens de 100
Kg, sendo reacondicionado em embalagens de 1 Kg para atender o
consumidor final.

Caso a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria,


tal fato não se enquadrará na operação de industrialização de
acondicionamento ou reacondicionamento.

ATENÇÃO

Importante diferenciar os tipos de acondicionamento:

1) Acondicionamento para transporte: a embalagem colocada se destina


apenas ao transporte da mercadoria. Não se considera operação de
industrialização. Por exemplo: vários pacotes do biscoito “XPTO” são
colocados em uma caixa de papelão para serem transportados do
fornecedor até os estabelecimentos comerciais que vendem o
produto;

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2) Acondicionamento para apresentação: a embalagem colocada não se
destina apenas ao transporte da mercadoria. Considera-se operação
de industrialização. Por exemplo: os pacotes (embalagens) que
acondicionam o biscoito “XPTO”, destinados ao consumidor final.

Em atenção ao §1º do art. 6º do RIPI, para que seja enquadrado como “para
transporte”, o acondicionamento deverá atender, cumulativamente, às
seguintes condições:

➢ ser feito em caixas, caixotes, engradados, barricas, latas, tambores,


sacos, embrulhos e semelhantes, sem acabamento e rotulagem de função
promocional e que não objetive valorizar o produto em razão da qualidade do
material nele empregado, da perfeição do seu acabamento ou da sua utilidade
adicional; e

➢ ter capacidade acima de vinte quilos ou superior àquela em que o


produto é comumente vendido, no varejo, aos consumidores.

Ademais, os casos em que a natureza do acondicionamento e as


características do rótulo atendam, apenas, a exigências técnicas ou outras
constantes de leis e de atos administrativos, não são considerados como
embalagem de apresentação, na forma §2º do art. 6º do RIPI.

7.3.5. Renovação ou recondicionamento


Operação de industrialização que, exercida sobre produto usado ou parte
remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou
restaure o produto para utilização. Por exemplo, a renovação ou
restauração de determinada máquina que não estava funcionando, com a
substituição de peças desgastadas.

7.4 Exclusões

Item 2.5 do edital

O art. 5º do RIPI nos apresenta algumas operações que foram excluídas da


definição de “industrialização”. Dessa forma, tais operações não estão sujeitas
à incidência do IPI, tendo em vista que não são consideradas operações de
industrialização pela norma. Portanto, nesses casos, não há que se falar em
contribuinte do IPI ou estabelecimento industrial.

Assim, não se considera industrialização:

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I - o preparo de produtos alimentares, não acondicionados em
embalagem de apresentação:

a) na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias,


confeitarias, padarias, quitandas e semelhantes, desde que os
produtos se destinem a venda direta a consumidor; ou

b) em cozinhas industriais, quando destinados a venda direta a


pessoas jurídicas e a outras entidades, para consumo de seus
funcionários, empregados ou dirigentes;

Note que os produtos alimentares não podem ser acondicionados em


embalagem de apresentação. Além disso, o produto deve ser destinado à
venda direta a consumidor (alínea “a”) ou a venda direta a pessoas jurídicas e
a outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados ou
dirigentes (alínea “b”).

II - o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por


meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e
estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor;

Trata-se do chamado post mix, aquelas máquinas de refrigerantes que são


encontradas em restaurantes fast food, como no Mcdonald’s, Burguer King
etc. Aqui novamente a venda deve ser direta a consumidor.

III - a confecção ou preparo de produto de artesanato;

Produto de artesanato é o proveniente de trabalho manual realizado


por pessoa natural, nas seguintes condições:

a) quando o trabalho não contar com o auxílio ou a participação de


terceiros assalariados; e

b) quando o produto for vendido a consumidor, diretamente ou por


intermédio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido.

IV - a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou


usuário, em oficina ou na residência do confeccionador;

A encomenda deve ser realizada diretamente pelo consumidor ou


usuário, em oficina ou na residência do confeccionador.

Para fins desse inciso, o RIPI conceitua como oficina o estabelecimento


que empregar, no máximo, cinco operários e, quando utilizar força motriz, não
dispuser de potência superior a cinco quilowatts.

V - o preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou


usuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, em
qualquer caso, seja preponderante o trabalho profissional;

Novamente deve ocorrer encomenda direta do consumidor ou usuário.

Aqui, diferente do inciso I (preparo de produtos alimentares), o produto não é


especificado, podendo abranger qualquer produto, desde que seja
preponderante o trabalho profissional.

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O conceito de oficina, extraído do RIPI, é o mencionado no inciso anterior. O
conceito de trabalho preponderante também é extraído do RIPI:

a) oficina é o estabelecimento que empregar, no máximo, cinco operários e,


quando utilizar força motriz não dispuser de potência superior a cinco
quilowatts; e

b) trabalho preponderante é o que contribuir no preparo do produto, para


formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimo com sessenta por
cento.

VI - a manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor, de


medicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica;

A venda de medicamentos oficinais e magistrais, manipulados em


farmácia, deve ser direta a consumidor e mediante receita médica.

VII - a moagem de café torrado, realizada por estabelecimento


comercial varejista como atividade acessória;

A moagem de café torrado deve ser realizada por estabelecimento comercial


varejista. A moagem de café torrado não pode ser a atividade principal do
estabelecimento comercial varejista, pois neste caso seria considerada
operação de industrialização.

É o que ocorre, por exemplo, em algumas cafeterias, que moem o café torrado
para servir o famoso “cafezinho” aos clientes.

VIII - a operação efetuada fora do estabelecimento industrial,


consistente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:

a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e


semelhantes, e suas coberturas);

b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de


refrigeração, estações e centrais telefônicas ou outros sistemas de
telecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distribuição
de energia elétrica e semelhantes; ou

c) fixação de unidades ou complexos industriais ao solo;

Para não ser considerada operação de industrialização, a operação deve ser


efetuada fora do estabelecimento industrial. Além disso, o disposto neste
inciso não exclui a incidência do IPI sobre os produtos, partes ou peças
utilizados nas operações nele referidas.

IX - a montagem de óculos, mediante receita médica;

Refere-se apenas à montagem de óculos e mediante receita médica.

X - o acondicionamento de produtos classificados nos Capítulos 16 a


22 da TIPI, adquiridos de terceiros, em embalagens confeccionadas
sob a forma de cestas de natal e semelhantes;

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Refere-se ao acondicionamento em embalagens confeccionadas sob a forma
de cestas de natal e semelhantes dos seguintes produtos da TIPI (capítulos 16
a 22), desde que adquiridos de terceiros:

16 Preparações de carne, de peixes ou de crustáceos, de moluscos ou de


outros invertebrados aquáticos.

17 Açúcares e produtos de confeitaria.

18 Cacau e suas preparações.

19 Preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou leite; produtos


de pastelaria.

20 Preparações de produtos hortícolas, fruta ou de outras partes de plantas.

21 Preparações alimentícias diversas.

22 Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres.

Para simplificar, são produtos das indústrias alimentares, bebidas, líquidos


alcoólicos e vinagres.

XI - o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos


usados, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa
executora ou quando essas operações sejam executadas por
encomenda de terceiros não estabelecidos com o comércio de tais
produtos, bem como o preparo, pelo consertador, restaurador ou
recondicionador, de partes ou peças empregadas exclusiva e
especificamente naquelas operações;

Note que o conserto, a restauração e o recondicionamento, geralmente,


enquadram-se em operação de industrialização (Renovação ou
Recondicionamento). Contudo, a norma informar que não se considera
industrialização o conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos
usados, nos casos em que se destinem ao uso da própria empresa executora
ou quando essas operações sejam executadas por encomenda de terceiros não
estabelecidos com o comércio de tais produtos.

XII - o reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive


mediante substituição de partes e peças, quando a operação for
executada gratuitamente, ainda que por concessionários ou
representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante;

Refere-se ao reparo de produtos com defeito de fabricação, desde que a


operação seja executada gratuitamente, em virtude de garantia dada pelo
fabricante.

XIII - a restauração de sacos usados, executada por processo


rudimentar, ainda que com emprego de máquinas de costura;

A restauração, geralmente, é considerada operação de industrialização


(Renovação ou Recondicionamento). No entanto, novamente a norma informa

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que não se considera industrialização a restauração de sacos usados, desde
que a execução do trabalho seja por processo rudimentar.

XIV - a mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos,


sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em
estabelecimento comercial varejista, efetuada por máquina
automática ou manual, desde que fabricante e varejista não sejam
empresas interdependentes, controladora, controlada ou coligadas;

Para não ser considerada operação de industrialização, a operação deve ser


realizada em estabelecimento comercial varejista e o fabricante e varejista
não podem ser empresas interdependentes, controladora, controlada ou
coligadas.

CAI NA PROVA

O assunto foi tema de prova (Esaf/Concurso Auditor-Fiscal da


RFB/2012): A mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos,
sob encomenda do consumidor ou usuário, realizada em estabelecimento
comercial varejista, efetuada por máquina automática ou manual, não se
caracteriza como industrialização, desde que fabricante e varejista não sejam
empresas interdependentes, controladora, controlada ou coligadas. Questão
Correta, com a cobrança literal do conteúdo do inciso XIV do art. 5º do RIPI.

XV - a operação de que resultem os produtos relacionados na


Subposição 2401.20 da TIPI, quando exercida por produtor rural
pessoa física;

Trata-se do produto “Tabaco total ou parcialmente destalado”. Assim, não é


considerada operação de industrialização, a operação de que resultem os
produtos “Tabaco total ou parcialmente destalado”, desde que exercida por
produtor rural pessoa física.

INTERVALO

Ufa! Hora de uma pausa para o café. Ô “assuntinho” cansativo...

7.5 Classificação de Produtos


Item 2.21 do edital

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Falando nesse primeiro momento de uma forma bem simples, a classificação
de produtos seria a “cara-crachá” do produto, a identificação do produto por
meio de um número, um código, com base no Sistema Harmonizado de
Designação e de Codificação de Mercadorias (SH) ou na Nomenclatura Comum
do Mercosul (NCM).

O SH é um sistema utilizado internacionalmente, com o objetivo de padronizar


a classificação de produtos nas operações de comércio exterior. A ideia é,
novamente de forma bem simplista, que, por exemplo, o produto “LEITE E
CREME DE LEITE (NATA*), NÃO CONCENTRADOS NEM ADICIONADOS DE
AÇÚCAR OU DE OUTROS EDULCORANTES - Com um teor, em peso, de
matérias gordas, não superior a 1%” seja classificado internacionalmente no
código 0401.10. Assim, cada produto tem um código, “um endereço”, para
classificação no Sistema Harmonizado.

No Brasil, utilizamos a NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL) para a


classificação dos produtos nas operações de comércio exterior. A NCM é
baseada no SH. E na TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre Produto
Industrializados) a classificação de produtos é realizada em conformidade com
a NCM.

Vamos compreender melhor o que é o SH, a NCM e a TIPI.

7.5.1. SH – Sistema Harmonizado


O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias(SH) é
um sistema internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma
estrutura de códigos e respectivas descrições.

Os códigos do SH são formados por seis dígitos. Isso permite que sejam
atendidas as especificidades dos produtos, em um ordenamento numérico
lógico, crescente e de acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.

O Sistema Harmonizado (SH) abrange:

➢ Nomenclatura – Ao todo são 21 seções (Seção I a XXI), composta por


99 capítulos. Há, ainda, Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os
capítulos são divididos em posições e subposições. Dos 99 capítulos, 96 são
utilizados, tendo em vista que o capítulo 77 foi reservado para uma eventual
utilização futura e os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais
pelas Partes Contratantes.

➢ Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado –


Estabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na
Nomenclatura. Em uma linguagem mais simples, essas regras servem para
que sejam atribuídos os códigos corretos a cada produto, ou seja, que as
mercadorias sejam corretamente classificadas;

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➢ Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) – Fornecem
esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, ajudando na correta
classificação dos produtos.

Vamos exemplificar para ficar mais claro:

A Seção I do SH versa sobre “Animais Vivos e Produtos do Reino Animal” e é


composta por 5 (cinco) capítulos:

Seção I

ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL

Capítulos:

1 Animais vivos

2 Carnes e miudezas, comestíveis

3 Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos

4 Leite e laticínios; ovos de aves; mel natural; produtos comestíveis de


origem animal, não especificados nem compreendidos em outros Capítulos

5 Outros produtos de origem animal, não especificados nem compreendidos


em outros Capítulos

O código numérico do SH possui 6 dígitos. Pelos dois primeiros dígitos do


código é possível identificar o capítulo. Os quatro primeiros dígitos identificam
a posição. Já a subposição é identificada pelos seis dígitos. É possível, ainda,
mais um desdobramento, criando-se uma subposição de segundo nível.

Lembrando, os capítulos são divididos em posições e subposições.

Tomemos agora parte do Capítulo 1 – Animais Vivos como exemplo:

01.01 ANIMAIS VIVOS DAS ESPÉCIES CAVALAR, ASININA E MUAR

0101.10 -Reprodutores de raça pura

0101.90 -Outros

01.02 ANIMAIS VIVOS DA ESPÉCIE BOVINA

0102.10 -Reprodutores de raça pura

0102.90 -Outros

Esmiuçando mais um pouco, temos, por exemplo: código 0101.10 –


Reprodutores de raça pura.

0101.10
CAPÍTULO 01:Animais vivos

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0101.10
POSIÇÃO 0101: ANIMAIS VIVOS DAS ESPÉCIES CAVALAR, ASININA E MUAR

0101.10
SUBPOSIÇÃO 0101.10: ANIMAIS VIVOS DAS ESPÉCIES CAVALAR, ASININA E
2.21.2. NCM – Nomenclatura
MUAR>Reprodutores de raça pura Comum do Mercosul

7.5.2. NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul


A NCM, adotada pelos países do Mercosul para classificação de mercadorias,
tem por base o SH. A diferença básica entre o SH e a NCM é que enquanto o
código SH é composto por 6 dígitos, o código NCM é composto por 8 dígitos.

Detalhando melhor, os códigos NCM são compostos por oito dígitos, sendo os
seis primeiros idênticos ao Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo
são desdobramentos no âmbito do Mercosul, permitindo um melhor
detalhamento da mercadoria. Esse sétimo e oitavo dígitos são chamados de
item e subitem.

Então temos:

Código NCM = Código SH + XX (7º e 8º dígitos)

Voltemos ao mesmo exemplo citado no tópico anterior (SH), parte do Capítulo


1 – Animais Vivos, agora utilizando a tabela de códigos NCM:

01.01 Animais vivos das espécies cavalar, asinina e muar.

0101.10 -Reprodutores de raça pura O SH vai até aqui.


0101.10.10 Cavalos
NCM: adição de dois dígitos (7º e 8º dígitos).
0101.10.90 Outros

0101.90 -Outros

0101.90.10 Cavalos

0101.90.90 Outros

Agora comparem os exemplos do SH e NCM (parte do Capítulo 1 – Animais


Vivos). Perceberam a diferença? Isso mesmo, como comentado anteriormente,
o código NCM apresenta um nível de detalhamento maior do produto. Assim, o
código NCM repete o código SH (6 primeiros dígitos), acrescentando-lhe 2
dígitos, que permitem identificar melhor a mercadoria.

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7.5.3. TIPI – Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados


A TIPI é uma tabela bem extensa, baseada no SH e assemelhando-se à NCM,
na qual constam os códigos para a classificação dos produtos, acompanhados
das respectivas alíquotas do IPI que incidem sobre esses mesmos produtos.

Nada como um exemplo para ficar mais claro. Novamente vamos utilizar parte
do Capítulo 1 – Animais Vivos, agora na TIPI:

ALÍQUOTA
NCM DESCRIÇÃO
(%)
01.01 Cavalos, asininos e muares, vivos.
0101.2 - Cavalos: NT
0101.21.00 -- Reprodutores de raça pura NT
0101.29.00 -- Outros NT
0101.30.00 - Asininos NT
0101.90.00 - Outros NT

Perceberam como a TIPI se assemelha à NCM?

Em relação à alíquota, os produtos do exemplo citado não são tributados pelo


IPI, por isso a notação NT (Não Tributado).

7.5.4. RIPI
No RIPI, os artigos que tratam sobre a classificação de produtos são os
transcritos abaixo:

DA CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS

Art. 15. Os produtos estão distribuídos na TIPI por Seções, Capítulos,


Subcapítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens.

Art. 16. Far-se-á a classificação de conformidade com as Regras Gerais para


Interpretação - RGI, Regras Gerais Complementares - RGC e Notas
Complementares - NC, todas da Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM,
integrantes do seu texto.

Art. 17. As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de


Codificação de Mercadorias - NESH, do Conselho de Cooperação Aduaneira na
versão luso-brasileira, efetuada pelo Grupo Binacional Brasil/Portugal, e suas
alterações aprovadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, constituem
elementos subsidiários de caráter fundamental para a correta interpretação do
conteúdo das Posições e Subposições, bem como das Notas de Seção,
Capítulo, Posições e de Subposições da Nomenclatura do Sistema
Harmonizado.

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Tendo em vista os artigos acima, verifica-se que a classificação dos produtos
na TIPI deverá estar em conformidade com as Regras Gerais para
Interpretação - RGI, Regras Gerais Complementares - RGC e Notas
Complementares - NC, todas da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM.

Além disso, as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de


Codificação de Mercadorias – NESH constituem elementos subsidiários de
caráter fundamental para a correta interpretação do conteúdo das Posições e
Subposições.

Dito isso, precisamos conhecer então as RGI, RGC, NC e NESH para a correta
classificação dos produtos.

Mas antes, sugiro pausa para um café, pois o assunto que virá é bastante
teórico...

INTERVALO

Cafezinho tomado? Então vamos lá...

7.5.5. REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO - RGI


A classificação das mercadorias na Nomenclatura rege-se pelas seguintes
regras (total de 6 regras):

• PRIMEIRA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 1: Os títulos


das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os
efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das
Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos
das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes.

Destrinchando a RGI 1:
➢ Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor
indicativo, ou seja, não determinam a classificação do produto. Assim, os
títulos apenas “indicam” que o produto pode (e não “deve”) ser classificado na
Seção “X”, no Capítulo “Y” ou no Subcapítulo “Z”;
➢ Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos
das posições e das Notas de Seção e de Capítulo.Dessa forma, a
classificação é determinada pelos textos das posições, ou seja, a descrição que
consta junto aos quatro primeiros dígitos (posição) do código SH, como no
exemplo da posição 0101 (01.01 ANIMAIS VIVOS DAS ESPÉCIES CAVALAR,
ASININA E MUAR). Além do texto das posições, a classificação é determinada

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também pelas Notas de Seção e de Capítulo, que são explicações acerca dos
produtos classificados em determinada Seção e determinado capítulo.
➢ ...e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas
posições e Notas, pelas Regras seguintes. É um gancho para introduzir as
regras seguintes. Assim, as regras seguintes (segunda a sexta regras) podem
também ser utilizadas para a correta classificação dos produtos, desde que
não contrariem os textos das posições e Notas.

• SEGUNDA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 2: a segunda


regra geral de interpretação foi dividida em duas partes (“a” e “b”).

✓ RGI 2. a): Qualquer referência a um artigo em determinada posição


abrange esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente,
no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo
ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como tal
considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se
apresente desmontado ou por montar.

Destrinchando a RGI 2. a):


➢ Se houver referência a um produto em determinada posição, essa
posição abrangerá também o produto, ainda que incompleto ou inacabado,
desde que este apresente as características essenciais do produto completo ou
acabado. Por exemplo, um “automóvel de passageiros com motor de pistão
não superior a 1.000cm3” será classificado na posição SH 8703.21. O mesmo
automóvel, mas sem as rodas, será classificado na mesma posição, pois
apresenta as características essenciais de um automóvel completo.
➢ Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, mesmo que se
apresente desmontado ou por montar. No exemplo anterior, mesmo que o
automóvel esteja desmontado ou por montar, será classificado na posição
8703.21.

✓ RGI 2. b): Qualquer referência a uma matéria em determinada posição


diz respeito a essa matéria, quer em estado puro, quer misturada ou
associada a outras matérias. Da mesma forma, qualquer referência a obras de
uma matéria determinada abrange as obras constituídas inteira ou
parcialmente dessa matéria. A classificação destes produtos misturados ou
artigos compostos efetua-se conforme os princípios enunciados na Regra 3.

Destrinchando a RGI 2. b):A regra 2. b) se limita a afirmar que a referência


a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer em
estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias. E que qualquer

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referência a obras de uma matéria determinada abrange as obras constituídas
inteira ou parcialmente dessa matéria. Seria o caso, por exemplo, de uma
obra de arte em bronze e prata. Para a correta classificação nesses casos,
deve-se partir para a terceira regra geral de interpretação.

• TERCEIRA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 3: a terceira


regra geral de interpretação foi dividida em três partes (“a”, “b” e “c”).

Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais


posições por aplicação da Regra 2-"b" ou por qualquer outra razão, a
classificação deve efetuar-se da forma seguinte:

✓ RGI 3. a): A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas.


Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas
uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um
artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos
acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerar-se, em
relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que
uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria.

Destrinchando a RGI 3. a):

➢ A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Assim, na


obra de arte em bronze e prata, caso exista, por exemplo, uma posição mais
específica (mais detalhada) na posição relativa ao cobre, mencionando
também o outro elemento (prata), a obra de arte será classificada nessa
posição;
➢ Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a
apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de
um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos
acondicionados para venda a retalho, tais posições serão consideradas
igualmente específicas. E Deve-se partir para a RGI 3. b) para a correta
classificação.

✓ RGI 3. b): Os produtos misturados, as obras compostas de matérias


diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias
apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja
classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3-"a", classificam-
se pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando
for possível realizar esta determinação.

Destrinchando a RGI 3. b):Agora ficou mais fácil classificar os produtos


misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela

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reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos
acondicionados para venda a retalho, quando não se possa aplicar a Regra 3-
"a". A classificação se dará pela matéria ou artigo que lhes confira a
característica essencial, quando for possível realizar esta determinação.

✓ RGI 3. c): Nos casos em que as Regras 3-"a" e 3-"b" não permitam
efetuar a classificação, a mercadoria classifica-se na posição situada em último
lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem
em consideração.

Destrinchando a RGI 3. c):Ante à impossibilidade de efetuar a classificação


pelas Regras 3-"a" e 3-"b", a mercadoria deve ser classificada na posição
situada em último lugar na ordem numérica, dentre as que possam ser
tomadas em consideração.

• QUARTA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 4: As


mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das Regras acima
enunciadas classificam-se na posição correspondente aos artigos mais
semelhantes.

Destrinchando a RGI 4:Caso a classificação não possa ser efetuada com a


observância das regras anteriores, o produto deverá ser classificado na
posição correspondente aos produtos mais semelhantes. Por exemplo, um
novo produto, não previsto na codificação do SH.

• QUINTA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 5: a quinta regra


geral de interpretação foi dividida em duas partes (“a” e “b”).

✓ RGI 5. a): Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos


musicais, para armas, para instrumentos de desenho, para jóias e
receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para conterem um artigo
determinado ou um sortido, e suscetíveis de um uso prolongado, quando
apresentados com os artigos a que se destinam, classificam-se com estes
últimos, desde que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta
Regra, todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a
sua característica essencial.

Destrinchando a RGI 5. a):Os estojos para as mercadorias em questão,


quando apresentados com estas mercadorias, classificam-se juntamente com
as próprias mercadorias a que se referem, como se fosse uma coisa só, desde
que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos e suscetíveis de um
uso prolongado. Por exemplo, o estojo que acompanha a máquina fotográfica
“X” classifica-se juntamente com a máquina fotográfica “X” na posição relativa
à máquina fotográfica do SH, e não na posição relativa a um estojo qualquer.

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No entanto, atentar que esta regra não se aplica no caso dos estojos
conferirem ao conjunto a sua característica essencial.

✓ RGI 5. b): Sem prejuízo do disposto na Regra 5-"a", as embalagens


contendo mercadorias classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo
normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposição
não é obrigatória quando as embalagens sejam claramente suscetíveis de
utilização repetida.

Destrinchando a RGI 5. b):Praticamente repetição do conceito utilizado na


RGI 5. a), com a menção de embalagens, em vez de estojos. Interessante
notar que na RGI 5. b) não há obrigatoriedade de adoção da regra quando as
embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização repetida.

• SEXTA REGRA GERAL DE INTERPRETAÇÃO – RGI 6:

A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é


determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas
de Subposição respectivas, assim como, "mutatis mutandis", pelas Regras
precedentes, entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do
mesmo nível. Para os fins da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo
são também aplicáveis, salvo disposições em contrário.

Destrinchando a RGI 6:O que a RGI 6 quer dizer é que, definida a posição
na qual será classificado o produto pelas RGI 1 a 5, o processo é reiniciado,
caso haja subposições, a fim de que o produto seja corretamente classificado
na subposição. Isso quer dizer que as Regras Gerais de Interpretação
anteriores (RGI 1 a 5) devem ser observadas para classificação do produto a
nível de subposição, caso exista.

Cansativo, né? Eu sei disso, mas respire fundo que ainda não acabamos essa
parte! Ainda temos que falar das Regras Gerais Complementares – RGC, das
Notas Complementares – NC e das Notas Explicativas do Sistema
Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias – NESH.

Vamos lá...

7.5.6. REGRAS GERAIS COMPLEMENTARES – RGC


Como o próprio nome diz, as Regras Gerais Complementares complementam
as Regras Gerais de Interpretação e servem para que a classificação dos
produtos na NCM seja realizada corretamente também em relação ao item e
subitem (7º e 8º dígitos).

São duas Regras Gerais Complementares:

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• REGRA GERAL COMPLEMENTAR Nº 1 – RGC-1: As Regras Gerais para
Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis, para
determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro
deste último, o subitem correspondente, entendendo-se que apenas são
comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível.

Destrinchando a RGC-1:Quase repetição da RGI 6, mas em relação ao item


e subitem (verificar o “Destrinchando a RGI 6”). Dessa forma, determinada a
posição ou subposição, deve-se aplicar as Regras Gerais para Interpretação
(RGI) para a classificação a nível de item e subitem.

• REGRA GERAL COMPLEMENTAR Nº 2 – RGC-2: As embalagens que


contenham mercadorias e que sejam claramente suscetíveis de utilização
repetida, mencionadas na Regra 5 b), seguirão seu próprio regime de
classificação sempre que estejam submetidas aos regimes aduaneiros
especiais de admissão temporária ou de exportação temporária. Caso
contrário, seguirão o regime de classificação das mercadorias.

Destrinchando a RGC-2:Lembram da RGI 5. b)? Vou transcrevê-la de novo:


“Sem prejuízo do disposto na Regra 5-"a", as embalagens contendo
mercadorias classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo
normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta
disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam claramente
suscetíveis de utilização repetida”. Em relação às embalagens que sejam
claramente suscetíveis de utilização repetida, a RGI 5. b) diz que não há
obrigatoriedade de classificá-las juntamente com as mercadorias. Contudo, a
RGC-2 informa que para fins de NCM, caso as embalagens contenham
mercadorias e, essas embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização
repetida, mencionadas na Regra 5 b), seguirão seu próprio regime de
classificação sempre que estejam submetidas aos regimes aduaneiros
especiais de admissão temporária ou de exportação temporária. Caso
contrário, seguirão o regime de classificação das mercadorias. Assim, caso a
embalagem esteja submetida aos regimes aduaneiros especiais de admissão
temporária ou de exportação temporária, deverá ser classificada na NCM
relativa à embalagem e não na NCM relativa à mercadoria que contém. Em
outros casos, diferentes dos regimes aduaneiros especiais de admissão
temporária ou de exportação temporária, a embalagem seguirá o regime de
classificação da mercadoria que contém.

7.5.7. NOTAS COMPLEMENTARES – NC E NOTAS EXPLICATIVAS DO SISTEMA


HARMONIZADO de DESIGNAÇÃO E DE CODIFICAÇÃO DE MERCADORIAS – NESH
As notas fornecem esclarecimentos, explicações mais detalhadas, ajudando na
correta interpretação para a classificação dos produtos.

As NCs estão relacionadas com as RGCs – Regras Gerais Complementares,


auxiliando na correta classificação dos produtos a nível de item e subitem (7º
e 8º dígitos).

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Já as NESHs auxiliam na correta classificação dos produtos a nível de posição
(4 primeiros dígitos), com esclarecimentos e explicações mais detalhadas
sobre os produtos de cada posição. Importante ressaltar que a NESH tem
apenas valor subsidiário, com o objetivo de auxiliar na classificação dos
produtos. Dessa forma, para a correta classificação, devemos sempre observar
as RGIs e as RGCs.

7.5.8. Algumas considerações


i) Vale ressaltar que na TIPI existe uma Regra Geral Complementar específica,
qual seja: As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se
aplicarão, mutatis mutandis, para determinar, no âmbito de cada código,
quando for o caso, o "Ex" aplicável, entendendo-se que apenas são
comparáveis "Ex" de um mesmo código.

Esse “Ex” (Exceção) nada mais é do que um desdobramento “adicional”, além


do item e subitem. É uma espécie de detalhamento mais específico de
determinado produto.

ii) Caso haja alterações na NCM pela Camex – Câmara de Comércio Exterior,
fica a Secretaria da Receita Federal do Brasil autorizada a adequar aTIPI,
sempre que não implicar alteração de alíquota, conforme o art. 4º do
Decreto 8.950/2016.

CAI NA PROVA

Esaf/Concurso Auditor-Fiscal da RFB/2012: A Secretaria da Receita


Federal do Brasil (RFB) é autorizada a adequar a Tabela de Incidência do
Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), em decorrência de alterações
promovidas na Nomenclatura Comum do Mercosul(NCM) pela Câmara de
Comércio Exterior (CAMEX), caso as alterações promovidas pela CAMEX
impliquem necessidade de adequação de alíquotas na TIPI pela RFB.

Questão incorreta, pois a RFB está autorizada a adequar a TIPI, mas desde
que não implique alteração (adequação) de alíquota.

Bom pessoal, encerramos aqui a parte teórica dessa aula! Agora, vamos
praticar.

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8 Anotações
8.1 Acompanhamento do Aluno

COMPLEMENTO DO ALUNO

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9 Questões Comentadas
9.1 Questões de Concursos:

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ESAF/ Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil – 2012) Avalie


os itens a seguir e assinale a opção correta.
I. Para fins da incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados,a
industrialização é caracterizada como qualquer operação que modifique a
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade
do produto.

II. O aperfeiçoamento para consumo é considerado como industrialização,


para fins da incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados,
dependendo do processo utilizado para obtenção do produto e da
localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.

III. A alteração da apresentação do produto pela colocação de embalagem,


ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem
colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria, é caracterizado
como industrialização para fins da incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados.

a) Somente o item I está correto.

b) O item I e o item II estão corretos.

c) Os itens I, II e III estão corretos.

d) Os itens II e III estão corretos.

e) Os itens I e III estão corretos.

Comentários:

I. Correto: o art. 4º do RIPI nos fornece o conceito de industrialização.


Assim, industrialização é qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto,
ou o aperfeiçoe para consumo. O item I não apresenta o conceito completo
do caput art. 4º do RIPI, mas não podemos considerar a afirmação
incorreta por estar incompleta.

II. Incorreto: De acordo com o parágrafo único do art. 4º do RIPI, para


caracterizar a operação como industrialização, são irrelevanteso

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processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições
das instalações ou equipamentos empregados. Dessa forma, o produto é
considerado industrializado caso resulte de operação que modifique a sua
natureza, o seu funcionamento, o seu acabamento, a sua apresentação ou
a sua finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, não importando o
processo utilizado para a sua obtenção nem a localização e condições das
instalações ou equipamentos empregados.

III. Correto: De acordo com o inciso IV do art. 4º do RIPI:


Acondicionamento ou reacondicionamento é operação de industrialização
que importa em alterar a apresentação do produto, pela colocação
da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo
quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da
mercadoria.

Resposta: Letra E

2. (ESAF/ Técnico da Receita Federal - 2000) Não se considera


industrialização a operação:
a) definida como tal, mas que esteja incompleta, ou seja, parcial ou
intermediária.

b) que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe


na obtenção de espécie nova.

c) que apenas modifique, aperfeiçoe ou altere o funcionamento, a


utilização, acabamento ou a aparência do produto.

d) que altere a apresentação do produto, pela colocação da embalagem,


quando esta se destine apenas ao transporte da mercadoria.

e) que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte


um novo produto ou unidade autônoma, sob a mesma classificação fiscal.

Comentários:

A. Considera-se industrialização, tendo em vista que o art. 3º do RIPI


(Regulamento do IPI – Decreto nº 7.212/2010) informa que “Produto
industrializado é o resultante de qualquer operação definida neste
Regulamento como industrialização, mesmo incompleta, parcial ou
intermediária”.

B. Considera-se industrialização, tendo em vista tratar-se da operação de


industrialização “transformação”: Transformação é a operação que,
exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na
obtenção de espécie nova.

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C. Considera-se industrialização, tendo em vista tratar-se da operação de
industrialização “beneficiamento”: Beneficiamento é definido como a
operação que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer
forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a
aparência do produto.

D. De fato, NÃO SE CONSIDERA industrialização, tendo em vista o inciso


IV do art. 4º do RIPI: Acondicionamento ou reacondicionamento é
operação de industrialização que importa em alterar a apresentação do
produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da
original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao
transporte da mercadoria.

E. Considera-se industrialização, tendo em vista tratar-se da operação de


industrialização “montagem”: Montagem é a operação de industrialização
que consiste na reunião de produtos, peças ou partes e de que
resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a
mesma classificação fiscal.

Resposta: Letra D

3. (ESAF/ Técnico do Tesouro Nacional - 1998) Caracteriza-se produto


industrializado:
a) produto do reino vegetal, in natura.

b) produto alimentar preparado em estabelecimento comercial, exposto à


venda, não acondicionado em embalagem de apresentação.

c) produto isento do imposto e que tenha sido parcialmente


industrializado.

d) óculos montados mediante receita médica.

e) água mineral natural.

Comentários:

A. Produto in natura é aquele que não se submeteu a qualquer processo


de industrialização.

B. Trata-se de hipótese de exclusão do conceito de industrialização, de


acordo com o art. 5º, inciso I, do RIPI: não se considera
industrialização: I - o preparo de produtos alimentares, não
acondicionados em embalagem de apresentação:a) na residência do
preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias,

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padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se
destinem a venda direta a consumidor;

C. De fato, considera-se produto industrializado o produto isento do


imposto e que tenha sido parcialmente industrializado, tendo em vista os
art. 2º, parágrafo único, 3º e 8º do RIPI:

Art. 2º

Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os


produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas
as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos
aqueles a que corresponde a notação “NT” (não tributado).

Art. 3º Produto industrializado é o resultante de qualquer operação


definida neste Regulamento como industrialização, mesmo incompleta,
parcial ou intermediária.

Art. 8o Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações


referidas no art. 4o, de que resulte produto tributado, ainda que de
alíquota zero ou isento.

D. Trata-se de hipótese de exclusão do conceito de industrialização, de


acordo com o art. 5º, inciso IX, do RIPI: IX - a montagem de óculos,
mediante receita médica.

E. Água mineral natural não se caracteriza como produto industrializado.


Contudo, se a água mineral natural fosse submetida a operação de
acondicionamento, pelo engarrafamento em uma garrafa plástica
(colocação de embalagem), por exemplo, estaríamos diante de um
produto industrializado.

Resposta: Letra C

4. (ESAF/ Auditor-Fiscal da RFB - 2012) Sobre o Imposto sobre Produtos


Industrializados (IPI), julgue os itens abaixo, classificando-os como
corretos (C) ou errados (E):
A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)é autorizada a adequar a
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
(TIPI),em decorrência de alterações promovidas na Nomeclatura
Comum do Mercosul (NCM) pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX),
caso as alterações promovidas pela CAMEX impliquem necessidade de
adequação de alíquotas na TIPI pela RFB.

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Comentário. Questão já comentada em aula. ARFB está autorizada a
adequar a TIPI, mas desde que não implique alteração (adequação)
de alíquota,conforme o art. 4º do Decreto 8.950/2016.

Resposta: Errado

5. (ESAF/ Auditor-Fiscal da RFB - 2012) Sobre o Imposto sobre Produtos


Industrializados (IPI), julgue os itens abaixo, classificando-os como
corretos (C) ou errados (E):
De acordo com as regras gerais para interpretação de classificação de
produtos na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados (TIPI), a classificação de um produto, quando
misturado ou composto de mais de uma matéria, efetuar-se-á,
alternadamente, por uma das seguintes regras: a) na posição em que
tiver descrição mais específica; b) na posição da matéria ou artigo que
lhe conferir caráter essencial; c) na posição que der lugar a aplicação da
alíquota mais elevada; d) na posição situada em último lugar na ordem
numérica, entre as suscetíveis de validamente se tomarem em
consideração.

Comentário. Para resolver a questão devemos recorrer às Regras


Gerais de Interpretação 2 e 3. A RGI 2. b) informa que “a classificação
destes produtos misturados ou artigos compostos efetua-se conforme os
princípios enunciados na Regra 3.” Já a RGI 3 diz o seguinte:

“Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais


posições por aplicação da Regra 2-"b" ou por qualquer outra razão, a
classificação deve efetuar-se da forma seguinte:”
“RGI 3. a): A posição mais específica prevalece sobre as mais
genéricas.”

RESPONDE À ALÍNEA “A” DA QUESTÃO.

“RGI 3. b): Os produtos misturados, as obras compostas de matérias


diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as
mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a
retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra
3-"a", classificam-se pela matéria ou artigo que lhes confira a
característica essencial, quando for possível realizar esta determinação.”
RESPONDE À ALÍNEA “B” DA QUESTÃO.

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“RGI 3. c): Nos casos em que as Regras 3-"a" e 3-"b" não
permitam efetuar a classificação, a mercadoria classifica-se na posição
situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de
validamente se tomarem em consideração.”

RESPONDE À ALÍNEA “D” DA QUESTÃO.

Não há previsão nas RGIs para a afirmação que consta na alínea “c” da
questão. Logo, alternativa incorreta.

Resposta: Errado

6. (ESAF/ Auditor-Fiscal da RFB - 2012) Sobre o Imposto sobre Produtos


Industrializados (IPI), julgue os itens abaixo, classificando-os como
corretos (C) ou errados (E):
As Notas Complementares (NC) da Tabela de Incidência do Imposto
sobre Produtos Industrializados (TIPI), nesta incluídas por Decreto do
Executivo, constituem elementos subsidiários de caráter fundamental
para a correta interpretação do conteúdo das Posições e Subposições da
classificação dos produtos,mas não constituem instrumento hábil para
interferir na tributação prevista na TIPI.

Comentário. As NCs estão relacionadas com as RGCs – Regras Gerais


Complementares, auxiliando na correta classificação dos produtos a
nível de item e subitem (7º e 8º dígitos), e não a nível de posição e
subposição.

Resposta: Errado

7. (Esaf/Concurso Auditor-Fiscal da RFB/2012): A mistura de tintas entre


si, ou com concentrados de pigmentos, sob encomenda do consumidor
ou usuário, realizada em estabelecimento comercial varejista, efetuada
por máquina automática ou manual, não se caracteriza como
industrialização, desde que fabricante e varejista não sejam empresas
interdependentes, controladora, controlada ou coligadas.

Comentário: Cobrança literal do conteúdo do inciso XIV do art. 5º do


RIPI:não se considera industrialização a mistura de tintas entre si,
ou com concentrados de pigmentos,sob encomenda do consumidor ou
usuário, realizada em estabelecimento comercial varejista, efetuada por

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máquina automática ou manual, desde que fabricante e varejista não
sejam empresas interdependentes, controladora, controlada ou
coligadas

Resposta: Certo

8. (Questão Inédita) Considera-se industrialização a manipulação em


farmácia, para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e
magistrais, mediante receita médica.

Comentário: Cobrança literal do conteúdo do inciso VI do art. 5º do


RIPI: não se considera industrialização a manipulação em farmácia,
para venda direta a consumidor, de medicamentos oficinais e
magistrais, mediante receita médica.

Resposta: Errado

9. (Questão Inédita) As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de


Designação e de Codificação de Mercadorias - NESH constituem
elementos principais de caráter fundamental para a correta
interpretação do conteúdo das Posições e Subposições, bem como das
Notas de Seção, Capítulo, Posições e de Subposições da Nomenclatura
do Sistema Harmonizado.

Comentário: Cobrança literal do art. 17 do RIPI: As Notas Explicativas


do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de
Mercadorias - NESH, do Conselho de Cooperação Aduaneira na versão
luso-brasileira, efetuada pelo Grupo Binacional Brasil/Portugal, e suas
alterações aprovadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
constituem elementos subsidiários de caráter fundamental para a
correta interpretação do conteúdo das Posições e Subposições, bem
como das Notas de Seção, Capítulo, Posições e de Subposições da
Nomenclatura do Sistema Harmonizado.

Resposta: Errado

10. (Questão Inédita) Tendo por base as Regras Gerais para Interpretação
do Sistema Harmonizado, julgue o item a seguir:

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A primeira regra geral de interpretação informa que para os efeitos
legais, a classificação é determinada pelos títulos das Seções, Capítulos
e Subcapítulos e, desde que não sejam contrárias aos títulos das
referidas Seções, Capítulos e Subcapítulos, pelas Regras seguintes.

Comentário: Na realidade, conforme a primeira regra geral de


interpretação, para os efeitos legais, a classificação é determinada
pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e,
desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e
Notas, pelas Regras seguintes.Os títulos das Seções, Capítulos e
Subcapítulos têm apenas valor indicativo.

Resposta: Errado

11. (ESAF/PFN/1998) Inexiste vedação constitucional à incidência do


Imposto sobre Produtos Industrializados, nas operações relativas a:

a) derivados de petróleo.
b) cinescópios.
c) minerais do País.
d) combustíveis.
e) energia elétrica.

Comentário: A CF/88 em seu art. 155, § 3º, preceitua que,nenhum outro


imposto incidirá sobre energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País, EXCETO (ou seja,
PODE incidir) II,IE e ICMS.

Resposta: B

12. (ESAF/Auditor RFB/2005) O Imposto sobre Produtos


Industrializados (IPI), de competência da União:

a) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo


contribuinte do imposto, mediante ato do Poder Executivo.
b) poderá incidir sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
c) poderá ser seletivo, em função da essencialidade do produto.
d) constitui exceção ao princípio da legalidade, eis que é facultado ao
Poder Executivo, atendidas as condições e os limites da lei, alterar suas
alíquotas.
e) poderá ser não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação com o montante cobrado nas anteriores.

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Comentário:

A: Opa! A CF/88 diz que o IPI terá reduzido seu impacto sobre a aquisição
de bens de capital pelo contribuinte do imposto na forma da lei, e não
por meio de ato do Executivo.

B: Opa! Vimos que produtos industrializados destinados ao exterior é caso


de imunidade!

C: Nada de “deve”, mas sim “pode” ser seletivo, não há obrigatoriedade.

D: “é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites


estabelecidos em lei,alterar as alíquotas do IPI” (§ 1º, do art. 153, da
CF/88).

E: No que diz respeito à não cumulatividade a CF/88 estabelece que o IPI


“deve” ser não cumulativo (obrigatoriamente).

Letra D é a correta

13. (ESAF/Auditor RFB/2005) O campo de incidência do Imposto sobre


Produtos Industrializados abrange:

a) todos os produtos relacionados na TIPI.


b) todos os produtos relacionados na TIPI, com alíquota, mesmo os com
alíquota zero.
c) todos os produtos, exceto aqueles a que corresponde a notação “Zero”.
d) todos os produtos com alíquota.
e) todos os produtos, mesmo os com alíquota zero ou com a notação NT,
ainda que não relacionados na TIPI.

Comentário: o campo de incidência do IPI abrange todos os produtos


com alíquota,ainda que zero, relacionados na TIPI (Exceto os com notação
“NT”bem como os produtos que resultem de operações excluídas do
conceito de industrialização).

Alternativa B é a correta

14. (ESAF/Técnico RFB/2003) O IPI, de acordo com a Constituição


Federal, deve atender a dois princípios:

a) não-cumulatividade e progressividade, em função de o produto ser


considerado supérfluo.
b) diferenciação de alíquotas, em função dos títulos dos capítulos e
posição, e a não-cumulatividade.
c) não-cumulatividade e superficialidade.
d) seletividade, em função da essencialidade do produto, e a
cumulatividade.

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e) seletividade, em função da essencialidade do produto, e a não-
cumulatividade.

Comentário: Essa é fácil: o IPI deve atender ao princípio da seletividade


e ao princípio da não-cumulatividade (art. 153, § 3º, I e II, da CF/88).

Letra E é o gabarito

15. (ESAF/Auditor RFB/2002) Assinale a resposta correta:

(i) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos


industrializados estrangeiros?

(ii) O campo de incidência do IPI abrange os produtos com alíquota zero?

a) (i) Sim, porque para efeito de IPI não há distinção em relação à


procedência dos bens. (ii) Não, porque alíquota zero equivale à ausência
de alíquota.
b) (i) Sim, porque se o produto é industrializado esse imposto substitui o
de importação. (ii) Sim, porque alíquota zero não impede que o produto
siga o regime geral do imposto.
c) (i) Sim. A lei assim o diz. (ii) Sim, porque a lei determina que seu
campo de incidência abrange todos os produtos com alíquota.
d) (i) Não, porque haveria bis in idem, já que sobre eles incide o imposto
de importação. (ii) Sim, porque o campo de incidência desse imposto
abrange todos os produtos industrializados.
e) (i) Não, porque o IPI não é um tributo aduaneiro. (ii) Não, porque o
campo de incidência advém da Constituição e esta não previu a hipótese.

Comentário:

I: o IPI incide sobre produtos estrangeiros (caput do art. 2º do RIPI).

Correta

Item II: campo de incidência do IPI abrange todos os produtos com


alíquota, ainda que zero (parágrafo único do art. 2º do Decreto
7.212/2010).

Correto.

Letra C é a correta

16. (ESAF/ISS-Natal/2001) Indique, nas opções abaixo, o imposto que


deverá, obrigatoriamente, ter as características de seletividade, em
função da essencialidade e de não-cumulatividade.

a) Imposto sobre a renda e proventos.


b) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.

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c) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
d) Imposto sobre produtos industrializados.
e) Imposto sobre transmissão causa mortis e doação.

Comentário: O IPI deve observar ambos os princípios, seletividade e não


cumulatividade (art. 153, § 3º, CF/88).

D é a correta

17. (ESAF/Técnico RFB/2002) Constituição Federal, artigo 153, § 3º - O


imposto previsto no inciso IV:(Imposto Sobre Produtos Industrializados)

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;


II - ...................................

Em face do enunciado, assinale a opção correta.

a) Seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas


diferenciais por espécies de mercadorias. Trata-se de dispositivo
programático endereçado ao legislador ordinário, recomendando-lhe que
estabeleça as alíquotas em razão inversa da imprescindibilidade das
mercadorias de consumo generalizado. Quanto mais sejam elas
necessárias à alimentação, ao vestuário,à moradia, ao tratamento médico
e higiênico das classes mais numerosas,tanto menores devem ser.
b) Seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas
diferenciais por espécies de mercadorias. Trata-se de dispositivo
programático endereçado ao legislador ordinário, recomendando-lhe que
estabeleça as alíquotas em razão direta da imprescindibilidade das
mercadorias de consumo generalizado. Quanto menos sejam elas
necessárias à alimentação, ao vestuário, à moradia,ao tratamento médico
e higiênico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser.
c) Seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas
homogêneas por espécies de mercadorias. Trata-se de dispositivo
programático endereçado ao legislador ordinário, recomendando-lhe que
estabeleça as alíquotas em razão direta da imprescindibilidade das
mercadorias de consumo supérfluo.Quanto mais sejam elas necessárias à
alimentação, ao estuário, à moradia, ao tratamento médico e higiênico das
classes mais numerosas, tanto maiores devem ser.
d) Seletividade quer dizer não-discriminação ou sistema de alíquotas
homogêneas por espécies de mercadorias. Trata-se de dispositivo
programático endereçado ao legislador ordinário, recomendando-lhe que
estabeleça as alíquotas em razão inversa da imprescindibilidade das
mercadorias de consumo generalizado. Quanto mais sejam elas
necessárias à alimentação, ao vestuário, à moradia, ao tratamento médico
e higiênico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser.
e) Seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas
diferenciais por espécies de mercadorias. Trata-se de dispositivo
programático endereçado ao legislador constitucional, recomendando-lhe
que estabeleça as alíquotas em razão inversa da imprescindibilidade das
mercadorias de consumo supérfluo. Quanto mais sejam elas necessárias à

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alimentação, ao vestuário, à moradia,ao tratamento médico e higiênico
das classes menos numerosas, tanto menores devem ser.

Comentário:

PRODUTOS SUPÉRFLUOS--------------INCIDÊNCIA MAIS ACENTUADA


PRODUTOS ESSENCIAIS------------ INCIDÊNCIA MENOS ACENTUADA

A seletividade confere alíquotas distintas com base na essencialidade


(eliminamos as alternativas C e D).

Esse preceito constitucional é destinado ao legislador ordinário e não ao


legislador constitucional como afirma a alternativa E.

Na letra B é exatamente o oposto (conforme esquema acima).

Correta: A

18. (ESAF/Técnico RFB/2002-2) A notação NT (não-tributado) aposta


diante do código TIPI, constante da Tabela de Incidência do IPI, implica
considerar-se que o produto está:

a) imune.
b) isento.
c) sujeito a pauta de valores.
d) fora do campo de incidência.
e) sujeito à tributação pelo preço da operação.

Comentário: Estão FORA do campo de incidência do IPI os produtos com


notação “NT” (parágrafo único do art. 2º do RIPI) bem como os produtos
que resultem de operações excluídas do conceito de
industrialização.

Correta: D

19. (ESAF/ATRFB/2009) “A redução do Imposto sobre Produtos


Industrializados − IPI para geladeiras,fogões, máquinas de lavar e
tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31,
foi prorrogada por mais três meses. A partir de10 de novembro entra em
vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com
base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação
do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro.O
anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido
Mantega.“Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem
menos energia”,explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010.
Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de

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15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida,
mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com
menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter
uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.”(Extraído
do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009).

Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto


sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem,
aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a
notícia mencionada destacou.

a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas


produtos de acordo com o seu grau de essencialidade.
b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da
capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as
diversas categorias de geladeiras existentes no mercado.
c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder
Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas
alíquotas.
d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as
incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um
produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da
múltipla
tributação da mesma base econômica.
e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas
diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da
indústria e, consequentemente, dos consumidores.

Comentário: Aqui se relata a aplicação da extrafiscalidade. o objetivo do


governo aqui é promover o aumento da demanda por produtos que
consomem menos energia.

Correta: Letra E.

20. (ESAF/Auditor RFB/2014) São imunes da incidência do Imposto


sobre Produtos Industrializados, exceto:

a) o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento


cambial.
b) os livros, jornais e periódicos e o papel destinado à sua impressão.
c) os produtos industrializados destinados ao exterior.
d) as aeronaves de uso militar vendidas à União.
e) a energia elétrica, derivados do petróleo, combustíveis e minerais do
País.

Comentário:

A: art. 18, III, do RIPI


B: art. 18, I, do RIPI
C: art. 18, II, do RIPI
D: Aqui o que há é isenção prevista no RIPI, art. 54,VI e não imunidade!

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E: art. 18, IV, do RIPI.

Gabarito: D

E aqui terminamos nossa Aula 00.


Na próxima aula seguiremos com o assunto IPI.

Forte abraço!
Prof. Piero Albuquerque e Rodrigo Pizão

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10 Lista de Gabarito
10.1 Respostas Finais

GABARITO

1. Letra E 2. Letra D
3. Letra C 4. Errado
5. Errado 6. Errado
7. Certo 8. Errado
9. Errado 10. Errado
11. Letra B 12. Letra D
13. Letra B 14. Letra E
15. Letra C 16. Letra D
17. Letra A 18. Letra D
19. Letra E 20. Letra D

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