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Anuário das

Testemunhas de Jeová
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2016
SUM ÁRIO

ANUÁRIO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ DE 2016 / INDON ÉSIA


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Texto do ano para 2016 2


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Anuário das
Carta do Corpo Governante 4
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Testemunhas de Jeová
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8

2016
Destaques do ano passado
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Pregação e ensino no mundo inteiro 44


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Indonésia 80
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Cem anos atrás — 1916 172


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Totais gerais 176


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yb16-T
151228
yb16-T
˘ 2016 ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT DE BÍBLIAS E TRATADOS
SOCIETY OF PENNSYLVANIA Cesário Lange, SP, Brasil
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA
Edição de janeiro de 2016
DE BÍBLIAS E TRATADOS
Todos os direitos reservados Esta publicação não é vendida. Ela faz
Anuário das Testemunhas de parte de uma obra educativa bíblica,
Jeová de 2016 mundial, mantida por donativos.
Editoras 2016 Yearbook of Jehovah’s Witnesses
Portuguese (Brazilian Edition) (yb16-T)
WATCHTOWER BIBLE AND TRACT
SOCIETY OF NEW YORK, INC. Made in Brazil
Wallkill, NY, U.S.A. Impresso no Brasil
˘ 2016 ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT DE BÍBLIAS E TRATADOS
SOCIETY OF PENNSYLVANIA
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA
DE BÍBLIAS E TRATADOS
Cesário Lange, SP, Brasil
Edição de outubro de 2015
Meus alvos espirituais para 2016
Todos os direitos reservados Esta publicação não é vendida. Ela faz
Anuário das Testemunhas de parte de uma obra educativa bíblica, ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Jeová de 2016 mundial, mantida por donativos.


Leitura e estudo da Bíblia
Editoras 2016 Yearbook of Jehovah’s Witnesses
Portuguese (Brazilian Edition) (yb16-T)
WATCHTOWER BIBLE AND TRACT
SOCIETY OF NEW YORK, INC. Made in Brazil
Wallkill, NY, U.S.A. Impresso no Brasil ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pregação e ensino

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Qualidades cristãs

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Este livro pertence a

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Anuário das
Testemunhas de Jeová
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2016 Com o relatório do


ano de serviço de 2015
T E X TO D O A N O PA R A 2 016

“Que o seu amor fraternal


continue.”
Hebreus 13:1
“Muitos . . . odiarão uns aos outros. . . . O amor da maio-
ria esfriará.” (Mat. 24:10, 12) Com essas palavras, Jesus
predisse como seriam as pessoas antes da destruição
de Jerusalém em 70 EC. Elas seriam reconhecidas pela
sua falta de amor. Em contraste com isso, os discípulos
de Cristo seriam identificados pelo amor que mostravam.

2 ANUÁRIO DE 2016
(João 13:35) As palavras de Paulo, registradas em Hebreus
13:1, devem ter encorajado muito os cristãos hebreus em
Jerusalém. Paulo disse que eles estavam demonstrando
amor fraternal e os incentivou a continuar a fazer isso.
Hoje, estamos perto da destruição do inteiro mundo de
Satanás. Assim como nossos irmãos no primeiro século,
vivemos entre pessoas que amam o dinheiro, os prazeres
e a si mesmas, mas praticamente não têm amor por Deus
e pelo próximo. (2 Tim. 3:1-4) No entanto, em toda a Terra,
as Testemunhas de Jeová mostram profundo amor entre
si. Vamos louvar a Jeová, a personificação do amor, por
continuarmos a mostrar amor fraternal!

ANUÁRIO DE 2016 3
Carta do
Corpo Governante
Queridos irmãos e irmãs:
Com humildade, o profeta Isaías reconheceu que
tudo de bom que acontecia com o reino de Judá se
devia às bênçãos de Jeová. Ele disse em Isaías 26:12:
“Ó Jeová, . . . és tu quem realizas tudo que fazemos.”
E, quando paramos para pensar em tudo o que conse-
guimos fazer no último ano de serviço, temos que
concordar com Isaías. Jeová está mesmo fazendo
“coisas maravilhosas que nunca foram feitas” antes!
(Êxo. 34:10) Pense um pouco em algumas das bên-
çãos que Jeová nos deu no ano que passou.
O jw.org, nosso site oficial, está sendo uma ferra-
menta maravilhosa. Ele está disponível em mais de
600 idiomas e contém publicações que podem ser li-
das e baixadas em mais de 750 línguas. Será que o site
está ajudando pessoas sinceras a encontrar a verdade?
Veja só: um casal estava muito decepcionado com as
religiões por causa de toda a hipocrisia que tinham
visto nelas. Eles começaram a procurar orientação es-
piritual e descobriram o nosso site. O casal começou a
acessar regularmente o jw.org para ler artigos e ver ví-
deos. Eles até baixaram o livreto Examine as Escrituras
Diariamente e passaram a ler o texto diário com seus
dois filhos adolescentes. Na verdade, era isso o que
eles estavam fazendo na manhã em que as Testemu-

4 ANUÁRIO DE 2016
nhas de Jeová bateram em sua porta. Os irmãos desco-
briram que a família já havia feito muitas mudanças,
tudo por causa do que tinham aprendido do site. Eles
tinham removido as tatuagens e piercings, se livrado de
imagens religiosas, parado de participar de celebrações
antibíblicas e não assistiam mais a filmes impróprios
— e tudo isso antes mesmo de falarem com uma Teste-
munha de Jeová! Até a época da produção deste Anuá-
rio, o casal e um de seus filhos já haviam se tornado
publicadores. O casal planeja se batizar em breve.
Uma novidade fantástica foi o JW Broadcasting. E
muitos irmãos já nos escreveram para dizer o quanto
gostam da TV JW. No momento, o programa mensal
está disponível em mais de 70 idiomas e mais estão a
caminho! Muitos irmãos aproveitam a Noite de Ado-
ração em Família para assistir à TV JW. Como certo
irmão disse: “Apesar de a organização de Jeová estar
maior do que nunca, a gente se sente mais próximo
da sede mundial.”
Para o povo de Jeová, um dos pontos altos de cada
ano são os congressos. E o do ano de serviço de 2015
não ficou para trás! O congresso teve 42 vídeos e
apresentações de imagens, além de seis programas
musicais muito bonitos que tocavam no início de
cada sessão. Um irmão que já serve a Jeová por mui-
tos anos comentou: “Parecia que ninguém na assis-
tência queria levantar durante o programa. Eles não
queriam perder nada.” Uma missionária falou sobre
o congresso: “Os vídeos fizeram a verdade e o Reino
ficarem mais reais para mim.”

CARTA DO CORPO GOVERNANTE 5


Outra bênção de Jeová para nós no ano passado fo-
ram os novos cânticos. Um casal escreveu: “Para nós,
cada cântico novo era como um abraço de Jeová. Eles
iluminaram nossos momentos mais sombrios.” Os
congressos nos lembraram da dedicação da orquestra
Watchtower e do coral. Esses irmãos fazem seu traba-
lho com amor para nos ajudar a louvar ainda mais a
Jeová.
O testemunho público com os carrinhos também
é uma bênção de Jeová. Graças ao testemunho públi-
co, algumas pessoas que vivem em apartamentos ou
em condomínios fechados estão ouvindo a verdade
pela primeira vez, e algumas Testemunhas de Jeová
inativas estão recebendo ajuda. Como sua congrega-
ção está se saindo nessa modalidade de pregação? Em
janeiro de 2015, um homem na Coreia do Sul parou
em um carrinho de publicações e disse que ultima-
mente estava tendo muitas perguntas sobre Deus e a
Bíblia. Ele aceitou um estudo. Em fevereiro, ele assis-
tiu à sua primeira reunião. Em março, parou de fu-
mar. Em abril, visitou o Betel da Coreia do Sul, e ele
continua progredindo cada vez mais. Esse é apenas
um de muitos relatos que estamos recebendo aqui na
sede mundial.
Muitos que antes serviam ativamente a Deus preci-
sam voltar para os braços de Jeová. Oramos para que
as informações do congresso os ajudem a fazer isso
antes que seja tarde demais. Incentivamos todos vo-
cês a imitar a Jeová e receber com muito amor e cari-
nho a esses que voltam. — Eze. 34:16.

6 ANUÁRIO DE 2016
Incentivamos todos
vocês a imitar a
Jeová e receber
com muito amor
e carinho a esses
que voltam

Sem dúvida, Jeová abençoou muito seu povo nesse


último ano de serviço. O que mais nos aguarda? Te-
mos de esperar para ver. Mas, enquanto isso, tenham
certeza de que nós, do Corpo Governante, os amamos
muito e sempre oramos por vocês.

Desejamos tudo de bom para vocês!


Seus irmãos,
Corpo Governante das Testemunhas de Jeová
CARTA DO CORPO GOVERNANTE 7
Destaques do
ano passado
AO DESCREVER o que Deus iria fazer por meio
do seu Reino, Isaías 9:7 diz: “O zelo de Jeová
dos exércitos fará isso.” E, quando o Rei desse
Reino, Jesus Cristo, esteve na Terra, ele mostrou
que também tinha grande zelo pela adoração
verdadeira. (João 2:17) Os relatos a seguir
mostram como as Testemunhas de Jeová no
mundo todo imitam o zelo de Jeová e Jesus,
fazendo o seu máximo para ajudar as pessoas
a sentir o amor de seu Pai celestial.

El Salvador: Congresso regional de 2015

8 ANUÁRIO DE 2016
Bolívia: Futuro escritório remoto de tradução do aimará, em El Alto

DESTAQUES 9
“Nós amamos tanto
o JW Broadcasting!”
EM 6 de outubro de 2014, foi lançado como teste o JW
Broadcasting, um canal de televisão via internet.1 Ini-
cialmente, o programa estava disponível apenas em in-
glês, mas, em agosto de 2015, o canal já podia ser visto
em mais de 70 idiomas. Isso tornou possível que mais
irmãos assistissem a esses programas edificantes. Pes-
soas no mundo todo disseram o quanto gostaram des-
sa novidade empolgante. Mas como foi o trabalho de
montar e preparar o estúdio do JW Broadcasting?
O primeiro passo era achar um local adequado. O lo-
cal escolhido fica na sede mundial das Testemunhas
1 O JW Broadcasting pode ser acessado em tv.jw.org.

10 ANUÁRIO DE 2016
de Jeová em Brooklyn, Nova York, na rua Columbia
Heights, 30. Em apenas uma semana, a área foi esva-
ziada, e o Departamento de Manutenção começou a
preparar o local para montar um estúdio de televisão.
Enquanto isso, a equipe de engenharia projetou um ce-
nário que refletisse dignidade, mas com um visual mo-
derno. Muitos irmãos e irmãs nos Estados Unidos tra-
balharam dia e noite para projetar o estúdio e para
planejar como construí-lo em pouco tempo. Um proje-
to de pesquisa como esse levaria meses, mas os irmãos
fizeram isso em questão de dias. Depois, o Departamen-
to de Compras começou a fazer o pedido de centenas de
itens.
O estúdio precisou de quilômetros de cabos e fios, e
os irmãos trabalharam para garantir que todos os equi-
pamentos funcionassem bem. Nesse meio-tempo, a or-
questra gravou o tema de abertura nos estúdios em
Patterson, aproveitando a ajuda de irmãos e irmãs de
vários países que já estavam lá para uma sessão de gra-
vação. Em preparação para o primeiro programa, ro-
teiros foram escritos, encenações foram preparadas e
as equipes de áudio e vídeo em Brooklyn, Patterson e
Wallkill e em países ao redor do mundo correram com
a produção de vídeos. Quando o estúdio ficou pronto e
todos os equipamentos foram instalados, começou a
preparação do conteúdo para os primeiros meses do JW
Broadcasting.
Quando perguntamos a um profissional da área
quanto tempo geralmente se leva para montar um estú-
dio desse tamanho, ele disse que seria em torno de um
ano e meio. Mas, graças aos esforços de nossos irmãos,
tudo foi feito em apenas dois meses!

DESTAQUES 11
O estúdio do JW Broadcasting
em Brooklyn, Nova York
13
Os resultados têm sido animadores! Quando um pro-
grama mensal entra no ar, geralmente na primeira se-
gunda-feira do mês, ele é visto mais de dois milhões
de vezes durante aquele mês. Juntos, os vídeos do JW
Broadcasting têm mais de dez milhões de visualizações
por mês.
O que o povo de Jeová está achando dessa nova ferra-
menta espiritual? Veja apenas algumas das muitas car-
tas de agradecimento que recebemos:
“Esta noite, tive um dos momentos mais felizes da
minha vida! Não tenho palavras para dizer como mi-
nha esposa e eu nos sen-
timos felizes de assis-
“Os programas me tir ao programa de maio
ajudaram a ficar mais de 2015 da TV JW. Foi
perto da organização um dos melhores pre-
de Jeová e do Corpo sentes que Jeová já me
Governante. Eu sei deu. Queremos agra-
que faço parte de uma decer ao Corpo Gover-
família cheia de amor.” nante e a todos que tra-
— Quênia balharam tanto para
produzir esse site mara-
vilhoso.” — Indonésia.
“Antes, muitos irmãos nunca tinham ouvido um dis-
curso de um membro do Corpo Governante. Agora, nós
não apenas os ouvimos, mas podemos vê-los também.
Nunca nos sentimos tão perto do Corpo Governante e
de nossos irmãos no mundo todo.” — Quênia.
“Como o meu marido não é Testemunha de Jeová, é
difícil fazer a adoração em família com meus dois filhos
adolescentes. É por isso que, para mim, o JW Broad-
casting é muito precioso. Eu me sinto parte da organiza-

14 ANUÁRIO DE 2016
ção, e os vídeos dão aos meus filhos e a mim o encoraja-
mento que tanto precisamos. É realmente uma bênção
de Jeová.” — Grã-Bretanha.
“Nós amamos tanto o JW Broadcasting! E ter o pro-
grama em outros idiomas foi uma resposta a nossas ora-
ções. É muito encorajador quando vemos os irmãos fa-
larem da adoração a Jeová com tanta alegria, bondade e
felicidade. Desde que esse canal de TV foi lançado, nós
nos sentimos mais do que nunca parte dessa organiza-
ção maravilhosa e incrível.” — República Tcheca.
“Ouvir os membros do Corpo Governante na minha
língua me deixou ainda mais perto de Jeová.” — Brasil.
“Sirvo a Jeová há 16 anos, e a última vez que senti
a alegria que senti hoje foi quando me batizei. Mui-
to obrigada, meus queridos irmãos, pelo JW Broad-
casting.” — Brasil.
Tudo isso só foi possível com a ajuda de Jeová. Temos
certeza de que o JW Broadcasting continuará sendo
uma fonte de alimento espiritual para nossos irmãos no
mundo todo, e ajudará a trazer mais glória e louvor a
nosso Deus, Jeová.

DESTAQUES 15
Acelerando a construção
de Salões do Reino
É EMOCIONANTE ver que Jeová está acelerando o
crescimento da adoração verdadeira no mundo todo!
(Isa. 60:22) Por causa disso, ainda há muita necessida-
de de Salões do Reino. No mundo inteiro, mais de
13 mil salões precisam ser construídos ou passar por
grandes reformas.
Para acelerar esse trabalho da forma mais econômi-
ca possível, o Corpo Governante fez mudanças em vá-
rios de nossos departamentos de construção. Na sede
mundial, em Brooklyn, Nova York, fica o recém-criado
Departamento Mundial de Projeto/Constru ç ão
(WDC). Ele é responsável por estabelecer quais proje-

16 ANUÁRIO DE 2016
tos têm prioridade e por acelerar a construção e refor-
ma no mundo todo. Há também os Departamentos
Regionais de Projeto/Construção (RDC), que ficam
nas sedes da África do Sul, da Australásia, dos Estados
Unidos e da Europa Central. Eles coordenam os proje-
tos de suas respectivas regiões e se concentram em
construir Salões do Reino de modo rápido e econômi-
co. Os RDCs também treinam as sedes de sua região
para cuidar das instalações relacionadas com a adora-
ção verdadeira dentro do seu território. E em cada sede
há um Departamento Local de Projeto/Construção
(LDC), que coordena a construção e a manutenção de
Salões do Reino e Salões de Assembleia.
Em janeiro de 2015, foi realizada uma reunião com
todos os anci ãos dos Estados Unidos. A reuni ão,
transmitida por vídeo, explicou os novos procedi-
mentos para o planejamento, a construção e a manu-
tenção dos Salões do Reino. A reunião explicou o se-
guinte:
Construção: De acordo com a região, serão esco-
lhidos projetos e materiais padronizados, e eles es-
tarão de acordo com as orientações fornecidas pela
Comissão Editora do Corpo Governante. Os salões
construídos serão de fácil manutenção e duráveis, e
ainda serão bonitos e de baixo custo.
Manutenção: Em cada congregação, volunt ários
serão treinados para cuidar do Salão do Reino, pro-
longando assim sua vida útil.
Sem dúvida, construir Salões do Reino e fazer sua
manutenção é um trabalho imenso. Mas, com os es-
forços do povo de Deus, o trabalho será mais rápido
e os donativos, mais bem usados.

DESTAQUES 17
Como está indo a
obra em Warwick?
A CONSTRU Ç ÃO da nova sede
mundial em Warwick, Nova York,
est á avançando muito bem. Isso
certamente é uma prova do apoio
de Jeová.
Anthony Morris disse que irmãos
do mundo inteiro serão bem-vin-
dos para visitar Warwick depois que
a obra tiver terminado.

Entrada principal da nova sede mundial


em Warwick, Nova York

18 ANUÁRIO DE 2016
DESTAQUES 19
Método eficaz de alcançar
mais pessoas
A PREGAÇÃO de casa em casa continua a ser o principal
método de pregação das Testemunhas de Jeová. Mas o
uso de belas mesas e carrinhos de publicações está sen-
do um bom método de pregar as boas novas do Reino
de Deus. (Mat. 24:14) Publicadores estão usando estan-
des, mesas e quiosques para falar com as pessoas em
áreas públicas. Além disso, 250 mil carrinhos foram en-
viados a congregações no mundo todo. Qual tem sido o
resultado?
Em 2014, o testemunho público especial em regiões
metropolitanas começou em Dar es Salaam, Tanzânia.
Desde então, quase 700 pessoas pediram um estudo bí-

20 ANUÁRIO DE 2016
Tanzânia: Pessoas mostram interesse nos carrinhos
de publicações em Dar es Salaam.

blico. Muitos interessados têm assistido às reuniões e es-


tão se achegando a Deus. Em um ano, mais de 250 mil
publicações foram distribuídas por meio dos carrinhos
a pessoas de dentro e de fora da África.
Nas Ilhas Salomão, onde menos de 2 mil publicado-
res pregam num vasto território com mais de 300 ilhas,
o testemunho público especial em regiões metropolita-
nas se tornou um método importante de espalhar as se-
mentes da verdade. Em Honiara, a capital, os irmãos
distribuíram mais de 104 mil revistas e mais de 23.600
brochuras, muitas delas a pessoas de ilhas e povoados
isolados onde não há Testemunhas de Jeová. Em apenas
uma tarde, os irmãos distribuíram 400 livros O Que a
Bíblia Realmente Ensina?, e 60 pessoas pediram um es-
tudo bíblico.
Certo dia bem cedo, Michael e Linda, pioneiros regu-
lares, colocaram um estande de publicações na beira de
uma praia na ilha Margarita, Venezuela. Um homem
chamado Aníbal se aproximou do estande e pegou um
livro Bíblia Ensina. Ele contou que sete anos atrás seu
pai tinha morrido naquela praia, e que desde então sua
mãe tinha depressão. Na semana seguinte, Aníbal vol-
tou e disse a Michael e Linda que naquele dia era o ani-
versário da morte do seu pai. Ele pegou o celular, tele-
fonou para sua mãe e pediu a Michael que dissesse
algumas palavras de consolo para ela. Desde então, ela
telefonou várias vezes para Michael e Linda, e eles liam
para ela textos bíblicos consoladores. Em uma mensa-
gem de texto, a mãe de Aníbal escreveu: “Hoje estou me

DESTAQUES 21
sentindo muito melhor, porque vocês me consolaram e
ajudaram a aumentar minha fé.”
Nos Estados Unidos, o testemunho público especial
em regiões metropolitanas é realizado em 127 locais de
14 cidades. De setembro de 2014 a abril de 2015, 8.445
estudos bíblicos foram iniciados! Essa forma de teste-
munho também tem ajudado a muitos que se afastaram
a voltar para a adoração verdadeira. Veja o que aconte-
ceu em Los Angeles, Califórnia. Um homem chamado
Terry ficou olhando para a mesa de publicações. Com
isso, um casal de Testemunhas de Jeová perguntou se
ele já tinha lido nossas publicações. Terry explicou que
era batizado, mas que estava inativo havia uns quatro
anos. O casal considerou com ele Ezequiel 34:11, onde
Jeová diz: “Eu mesmo vou procurar as minhas ovelhas e
cuidar delas.” Eles também lhe falaram do site e do
JW Broadcasting. Na manhã seguinte, Terry enviou um
e-mail para o irmão, contando que um pouco antes de
ver a mesa de publicações ele havia implorado a Deus
que lhe perdoasse por não estar assistindo às reuniões.
Ele também tinha pedido ajuda para se achegar a Jeová.
Terry disse: “Foi aí que você me cumprimentou. Você
leu aquele texto encorajador e me deu as informações
que eu precisava para voltar para Jeová. Foi uma respos-
ta à minha oração.”
Em Adis-Abeba, Etiópia, o testemunho público espe-
cial em regiões metropolitanas é feito em quatro locais.
Em três meses, os irmãos distribuíram 37.275 publica-
ções, e 629 pessoas pediram para ser visitadas. Entre as
várias pessoas que aceitaram o Bíblia Ensina estava um
senhor que começou a ler o livro na mesma hora. Em-
bora tivesse estudado em um seminário religioso no

22 ANUÁRIO DE 2016
passado, ele tinha perguntas sobre Jesus e o Reino de
Deus. Por isso, no dia seguinte ele voltou ao estande
para descobrir a resposta a suas perguntas. No próximo
dia, ele concordou em estudar a Bíblia e, naquele fim de
semana, foi à sua primeira reunião. Hoje ele frequenta
as reuniões e está progredindo.

Etiópia: Carrinho de publicações em amárico, em Adis-Abeba

DESTAQUES 23
No México, um homem judeu foi a um estande de
publicações e perguntou aos dois irmãos se eles tinham
alguma publicação que falasse sobre a morte. Os irmãos
explicaram que a revista que falava sobre a morte tinha
acabado, mas que eles tinham uma que falava sobre o
futuro. Agarrando o braço do irmão, o homem disse:
“Eu não quero saber sobre o futuro. Tudo o que quero é
me matar.” Daí começou a chorar. Os irmãos pergunta-
ram por que ele se sentia assim, e o homem respondeu
em meio a lágrimas: “Perdi meu filho recentemente.”
Eles lhe mostraram o capítulo 7 do livro Bíblia Ensina.
Leram os dois primeiros parágrafos, debaixo do subtítu-
lo “Quando morre um ente querido”, e o final do capí-
tulo, onde há uma explicação da esperança para os
mortos. Emocionado, o homem agarrou o braço do ir-
mão novamente e perguntou: “Isso é verdade mesmo?”
Os irmãos garantiram a ele que Jeová com certeza vai
cumprir essa promessa. O homem perguntou: “O que
tenho de fazer para ver meu filho de novo?” Eles com-
binaram de visitar o homem em sua casa. Ao chegarem,
lá estava ele, esperando ansiosamente para começar o
estudo.
Um superintendente viajante que ajudou a organizar
o testemunho público especial em Nova York disse:
“Jeová tem abençoado muito esse programa! Além de
ser um método muito eficaz de alcançar dezenas de mi-
lhares de pessoas, o testemunho público está ajudando
muitos inativos e desassociados, ‘ovelhas perdidas’, a
voltar para o rebanho.” — Eze. 34:15, 16.

24 ANUÁRIO DE 2016
A luz não para de clarear
OS VERDADEIROS adoradores reconhecem que Jeová é
a Fonte de luz espiritual e por isso oram muito para que
a ‘luz e a verdade’ de Deus os guie. (Sal. 43:3) Enquanto
o mundo está em profunda escuridão espiritual, o Deus
verdadeiro continua a iluminar seu povo. Como resul-
tado, o caminho deles “é como a brilhante luz da ma-
nhã, que clareia mais e mais”. (Pro. 4:18) A crescente luz
espiritual de Jeová continua a iluminar nossa organiza-
ção, nossos ensinos e nosso modo de agir. Quais são al-
gumas de nossas crenças que foram esclarecidas nos úl-
timos anos?

2012
“Todos esses reinos”
— Dan. 2:44
w12 15/6 p. 17

“Um rei de aparência


feroz” causa ruína
— Dan. 8:23, 24
w12 15/6 p. 16

Mordecai e Ester ‘repartem o despojo’ — Gên. 49:27


w12 1/1 p. 29

Os dedos dos pés


da estátua do sonho
de Nabucodonosor
— Dan. 2:41-43
w12 15/6 p. 16 Surgimento da sétima
potência mundial
w12 15/6 pp. 15, 19

DESTAQUES 25
2013
“Escravo fiel e prudente” — Mat. 24:45-47 w13 15/7 pp. 8, 20-25

“Escravo mau” — Mat. 24:48-51 w13 15/7 p. 24

Ungidos levados para o céu antes do Armagedom w13 15/7 p. 5

‘O assírio invade a nossa terra’ — Miq. 5:5 w13 15/11 p. 20

Escolhidos são reunidos — Mat. 24:31; Mar. 13:27 w13 15/7 p. 5

Grande tribulação w13 15/7 pp. 3-8

Ilustração do trigo e do joio — Mat. 13:24-30 w13 15/7 pp. 13-14

A chegada e a
vinda de Jesus
— Mat. caps. 24 e 25
w13 15/7 pp. 7-8, 24

Jesus inspeciona o templo


espiritual de 1914-1919
— Mal. 3:1-4
w13 15/7 pp. 11-12 Significado do nome Jeová
Tradução do Novo Mundo p. 1799

26 ANUÁRIO DE 2016
2014
Designação de anciãos e servos ministeriais w14 15/11 pp. 28-29

Base para os judeus do primeiro século estarem w14 15/2 pp. 26-27;
“em expectativa” do Messias — Luc. 3:15 w14 15/6 p. 22

Duração da purificação do templo espiritual — Mal. 3:1-4 w14 15/11 p. 30

Casamento na ressurreição — Luc. 20:34-36 w14 15/8 pp. 29-30

“Sólido alicerce de Deus” — 2 Tim. 2:19


w14 15/7 pp. 8-9, 13

Duas testemunhas — Apo. cap. 11 w14 15/11 p. 30

2015
Gogue de Magogue — Eze. caps. 38 e 39 w15 15/5 pp. 29-30

Quando irmã cobre a cabeça ao dirigir estudo bíblico w15 15/2 p. 30

Ilustração
dos talentos
— Mat. 25:14-30
w15 15/3 pp. 20-24

Ilustração das Tipos e antítipos


dez virgens
— Mat. 25:1-13 w15 15/3 pp. 9-11,
17-18; w15 15/6 p. 32
w15 15/3 pp. 13-16

DESTAQUES 27
Dedicações de sedes
“ESTOU transbordando de alegria”, disse uma irmã du-
rante a dedicação da sede em Madagascar, no sába-
do, 24 de janeiro de 2015. Ela e outros 583 convida-
dos ficaram emocionados de ver o novo prédio de 19
apartamentos, o refeitório ampliado e a cozinha refor-
mada. Os departamentos de Serviço, Financeiro e Pro-
jeto/Construção ganharam mais espaço. Além disso, o
Áudio e Vídeo e a Língua de Sinais ganharam novos es-
túdios, e foi iniciada a transcrição para o braile. Após
um resumo da história da obra em Madagascar, os ir-
mãos ouviram o discurso de dedicação feito por Mark
Sanderson, do Corpo Governante.
O povo de Jeová em Jacarta, Indonésia, respirou ali-

28 ANUÁRIO DE 2016
viado quando as águas de uma enchente baixaram a
tempo para a dedicação da nova localização da sede,
em 14 de fevereiro de 2015. A sede ocupa um andar in-
teiro de um prédio de 42 andares e mais 12 andares de
um prédio de apartamentos ali perto. Alguns departa-
mentos de Betel ficam em prédios menores próximos.
Anthony Morris, do Corpo Governante, fez o discurso
de dedicação, e no dia seguinte 15.257 estiveram pre-
sentes num estádio de futebol para ouvir seu discur-
so “Persevere em fazer o bem”. O programa também
foi transmitido para 11.189 pessoas que assistiram ao
evento em outros 41 locais. Essa foi a maior reunião
das Testemunhas de Jeová na Indonésia. Ronald Jacka,
um dos primeiros missionários enviados à Indonésia,
disse: “Quando cheguei em 1951, havia só 26 publica-
dores no país. Mas hoje, mais de 26 mil pessoas estão
assistindo a essa reunião. Jeová está mesmo abençoan-
do seu povo na Indonésia.”

Novo prédio residencial de 19 apartamentos da sede em Madagascar


Tradução do Novo Mundo
em mais idiomas
ATÉ 31 de agosto de 2015, a Tradução do Novo Mundo já
estava traduzida, inteira ou em parte, em 129 idiomas.
A Bíblia também está disponível no jw.org em 129 lín-
guas, incluindo sete línguas de sinais. Estas são as edi-
ções que foram lançadas no ano de serviço de 2015:

LANÇADA EM LUGAR IDIOMA EDIÇÃO


5 de setembro de 2014 Malásia Malaio Escrituras Gregas1

6 de setembro de 2014 Coreia do Sul Coreano Edição revisada

19 de setembro de 2014 Geórgia Azerbaijano Bíblia completa

26 de setembro de 2014 Cazaquistão Cazaque Bíblia completa

10 de outubro de 2014 Gana Ga Escrituras Gregas1

14 de novembro de 2014 Filipinas Hiligaino Bíblia completa

12 de dezembro de 2014 Nigéria Isoko Escrituras Gregas1

13 de dezembro de 2014 Etiópia Amárico Bíblia completa

19 de dezembro de 2014 Fiji Fijiano Bíblia completa

26 de dezembro de 2014 México Tzotzil Escrituras Gregas1

29 de dezembro de 2014 Gana Eve Bíblia completa

Português
22 de março de 2015 Brasil Edição revisada
(brasileiro)

9 de maio de 2015 Zâmbia Luvale Bíblia completa

17 de julho de 2015 Haiti Crioulo haitiano Bíblia completa

28 de agosto de 2015 Quênia Quicuio Escrituras Gregas1

28 de agosto de 2015 Congo, Rep. Dem. do Congo Bíblia completa

1 Primeira vez que uma parte da Tradução do Novo Mundo é lançada nesse idioma.

30 ANUÁRIO DE 2016
Rússia: Pregando as boas novas em Moscou

Casos jurídicos
Registro legal
As Testemunhas de Jeová não dependem de um registro legal
para realizar suas atividades religiosas. Mas o registro nos
permite adquirir ou alugar locais para as reuniões e importar
nossas publicações bíblicas.
˙ Em 2004, os tribunais da Rússia dissolveram a entidade
jurídica usada pelas Testemunhas de Jeová em Moscou. Por
isso, os irmãos em Moscou começaram a enfrentar cada vez
mais oposição. Eles eram perseguidos pela polícia, atacados
enquanto participavam na pregação e perdiam seus locais de
reunião quando os proprietários do imóvel cancelavam os con-
tratos de aluguel. Em 2010, a Corte Europeia dos Direitos Hu-
manos (CEDH) declarou que a Rússia tinha violado os direi-
tos das Testemunhas de Jeová em Moscou e ordenou que o

DESTAQUES 31
registro legal delas fosse restaurado. Felizmente, em 27 de
maio de 2015, o Departamento de Moscou do Ministério da
Justiça da Federação Russa registrou uma nova associação ju-
rídica para as Testemunhas de Jeová em Moscou.

Impostos
As entidades jurídicas que usamos no mundo todo geralmen-
te são isentas de impostos, assim como acontece com a maio-
ria das organizações religiosas e de caridade. Mas às vezes
os governos se recusam a nos conceder isenção de impostos.
˙ Na Suécia, as autoridades afirmam que Betel é uma em-
presa comercial que “contrata” betelitas, e não uma comuni-
dade religiosa de ministros de tempo integral especial. O Es-
tado cobrou de Betel e de betelitas dezenas de milhares de
euros em impostos trabalhistas. Para resolver esse problema,
as Testemunhas de Jeová na Suécia entraram com ações em
tribunais locais e abriram seis processos na CEDH.

Neutralidade e serviço militar


As Testemunhas de Jeová levam a sério a ordem da Bíblia
de ‘transformar as suas espadas em arados’ e não ‘aprender
mais a guerra’. (Isa. 2:4) Elas mantêm sua neutralidade ape-
sar de alguns governos não oferecerem serviço civil alterna-
tivo.
˙ As leis atuais da Coreia do Sul não permitem a recusa de
prestar serviço militar por causa de consciência. Nos últimos
60 anos, mais de 18 mil homens Testemunhas de Jeová fo-
ram presos por não servir ao exército. Praticamente todos os
irmãos no país têm um amigo ou um parente que já foi preso.
Em 2004 e 2011, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul
disse que essas prisões não violavam a constituição. Mas, em
julho de 2015, o tribunal fez uma audiência pública para ana-
lisar novamente essa questão, que já dura tanto tempo. As
Testemunhas de Jeová do mundo todo oram para que ela seja

32 ANUÁRIO DE 2016
resolvida e que os jovens irmãos na Coreia do Sul não preci-
sem mais ser presos por causa de sua fé.
˙ Três irmãos na Eritreia já estão presos há 22 anos por
não prestarem serviço militar. Paulos Eyassu, Negede Tekle-
mariam e Isaac Mogos nunca foram formalmente acusados
nem tiveram a chance de se defender num tribunal. Eles e
mais de 50 irmãos e irmãs continuam fiéis, apesar de trata-
mento cruel e das péssimas condições da prisão. Temos cer-
teza de que Jeová ‘ouve o suspiro’ dos que estão presos por
causa de sua fé e irá agir em favor deles. — Sal. 79:11.
˙ Em agosto de 2014, durante a mobilização na Ucrânia,
Vitaliy Shalaiko foi convocado para o serviço militar. Por causa
de sua consciência, ele recusou, mas disse que estava dispos-
to a realizar serviço civil alternativo. A promotoria acusou o ir-
mão Vitaliy de evasão ao serviço militar durante a mobilização,
mas tanto o tribunal de primeira instância como o de apela-
ção o declararam inocente. O tribunal de apelação concluiu
que a segurança do país não justifica restringir direitos garan-
tidos. Afirmou também que “o direito à objeção de consciência
não pode ser negado por causa dos interesses da segurança

Ucrânia: Vitaliy Shalaiko gosta de participar na pregação


nacional”. A promotoria apelou novamente. Em 23 de junho
de 2015, o Supremo Tribunal Ucraniano Especializado em Ca-
sos Civis e Criminais manteve a decisão dos tribunais meno-
res. Com isso o tribunal estabeleceu que o direito à objeção
de consciência e ao serviço alternativo é válido mesmo duran-
te uma emergência nacional.
Sobre o resultado positivo do caso, o irmão Vitaliy diz: “As
palavras de Jeremias 1:19 me deram força. Eu estava prepa-
rado para qualquer resultado; o mais importante era continuar
fiel a Jeová. Eu tinha certeza de que ele nunca me abandona-
ria e me daria forças para continuar fiel. Mas o resultado foi
melhor do que eu esperava. Os três tribunais me inocentaram.
E, durante todas as audiências, eu senti o apoio dos irmãos.
Nunca me senti sozinho.”

Neutralidade e cerimônias patrióticas


Outro grande desafio para os cristãos é se manterem neu-
tros em cerimônias patrióticas. Em especial os jovens podem
se sentir pressionados a comprometer sua lealdade a Jeová
quando autoridades escolares tentam obrigá-los a cantar o
hino nacional ou a saudar a bandeira.
˙ Em Karongi, um distrito de Ruanda, autoridades escola-
res acusaram vários alunos Testemunhas de Jeová de desres-
peitar o hino nacional porque eles não quiseram cantá-lo. Os
alunos foram expulsos da escola e até presos. Em 28 de no-
vembro de 2014, o tribunal intermediário de Karongi inocen-
tou os estudantes e disse que não cantar o hino não era um ato
de desrespeito. Em outros países da África, como Camarões,
Guiné Equatorial, Malauí e República Democrática do Congo,
jovens Testemunhas de Jeová estão enfrentando o mesmo pro-
blema e alguns também foram expulsos da escola. Nossos ir-
mãos nesses países estão fazendo todo o possível para in-
formar o governo e as autoridades escolares sobre a posição
neutra das Testemunhas de Jeová.

34 ANUÁRIO DE 2016
Honduras: Mirna Paz e Bessy Serrano finalmente conseguiram
seus diplomas

˙ Em dezembro de 2013, uma escola pública em Lepaera,


Honduras, se negou a dar o diploma de conclusão do ensino
médio a duas alunas Testemunhas de Jeová porque elas não
quiseram cantar o hino nacional e jurar lealdade à bandeira.
Para resolver isso, dois advogados Testemunhas de Jeová se
encontraram com um representante do Ministério da Educa-
ção. Eles lhe mostraram decisões de tribunais de outros paí-
ses que apoiam a posição de alunos Testemunhas de Jeová.
O representante foi gentil e concordou em permitir que as alu-
nas e seus pais apresentassem os fatos por escrito ao diretor
da Secretaria de Educação de Honduras. O diretor examinou
o assunto e emitiu uma ordem em 29 de julho de 2014, decla-
rando que a educação “deve estar disponível a [todos na] so-
ciedade sem discriminação de qualquer natureza”. Com isso,
ordenou que as irmãs recebessem seus diplomas.

Discriminação por parte do governo


Em todo o mundo, as Testemunhas de Jeová obedecem à or-
dem de Jesus de pregar as boas novas do Reino, de se reunir
para adoração e de estudar a Palavra de Deus regularmente.
Nós também levamos a sério a ordem da Bíblia de ensinar as

DESTAQUES 35
leis de Jeová para nossos filhos e de nos ‘abster de sangue’.
(Atos 15:20; Deut. 6:5-7) Mas às vezes enfrentamos proble-
mas quando autoridades não entendem nossa posição nes-
ses assuntos.
˙ Na Flórida, EUA, uma mãe que não é Testemunha de
Jeová recebeu de um tribunal o direito de ser a única respon-
sável de dar educação religiosa a seus três filhos. O pai, que
é nosso irmão, foi proibido de dar aos filhos qualquer instru-
ção religiosa que entrasse em conflito com a fé católica. O pai
apelou da decisão, e em 18 de agosto de 2014 o tribunal de
apelação reverteu a decisão. A corte baseou sua decisão em
precedentes legais bem estabelecidos. Ela decidiu que o pai
ou a mãe que não tem a guarda dos filhos tem o direito de en-
siná-los suas crenças religiosas, desde que “não haja provas
claras e definitivas de que as atividades religiosas em ques-
tão prejudicarão a criança”. A corte acrescentou ainda que
“restrições” nesse sentido têm sido “revertidas vez após vez”.
A decisão dá a essas crianças o direito de receber a boa ins-
trução e orientação de Jeová Deus sem nenhuma restrição.
Elas estão frequentando as reuniões e progredindo. O pai dis-
se: “Essa situação está realmente me refinando. Passei por
muitos testes de fé ultimamente, mas Jeová está me ajudan-
do a ficar firme. Quando escolhi servir a Jeová, eu sabia que
a perseguição era inevitável.”
˙ Efigenia Semente, mãe de três filhos na Namíbia, enfren-
tou um grande teste de lealdade. Por causa de complicações
durante o parto de seu terceiro filho, os médicos quiseram lhe
dar uma transfusão de sangue. Alguns da equipe médica e os
parentes de Efigenia, que não são Testemunhas de Jeová, con-
seguiram uma ordem judicial para obrigá-la a receber a trans-
fusão. Mas Efigenia, de modo firme, não deixou que isso acon-
tecesse. Ela tomou medidas jurídicas para defender seu direito
de escolher o próprio tratamento de saúde. Em 24 de junho de
2015, o Supremo Tribunal da Namíbia decidiu a favor de Efige-

36 ANUÁRIO DE 2016
Namíbia: Efigenia Semente com seus três filhos

nia e declarou que “escolher o que pode e o que não pode ser
feito com o próprio corpo . . . é um direito humano intransferí-
vel”. Ao pensar na situação difícil que passou, Efigenia disse:
“Eu senti o apoio de Jeová como nunca antes. É tão bom fazer
parte dessa fraternidade! Jeová realmente cuida de nós.”
˙ As Testemunhas de Jeová na Suíça fazem o testemunho
público nas ruas das grandes cidades. Mas a prefeitura de
Genebra emitiu uma lei proibindo o uso de “mostruários que
direta ou indiretamente divulguem informações de natureza
religiosa em áreas públicas”. As Testemunhas de Jeová entra-
ram com um recurso nos tribunais e enfatizaram que proibir a
divulgação de informações religiosas usando mostruários é
uma “infração grave da liberdade de religião e opinião”. O tri-
bunal concordou. Agora as Testemunhas de Jeová e a prefei-
tura definiram os locais e os horários em que os mostruários
podem ser usados.
˙ O governo do Azerbaijão está tentando cada vez mais
acabar com as atividades religiosas das Testemunhas de
Jeová. O Ministério de Segurança Nacional regularmente

DESTAQUES 37
Canadá: Povoado inuíte de Kangirsuk, no norte de Quebec

interroga os irmãos. O ministério também faz buscas em ca-


sas de Testemunhas de Jeová procurando publicações religio-
sas importadas não autorizadas pelo Estado. Em fevereiro de
2015, o Ministério de Segurança Nacional prendeu Irina Zak-
harchenko e Valida Jabrayilova só porque elas compartilha-
vam ensinos bíblicos com outras pessoas. A prisão dessas ir-
mãs causou repercussão em vários países. Embora fiquemos
tristes em saber desses maus-tratos, ficamos muito felizes em
ver que os publicadores no Azerbaijão continuam zelosos e co-
rajosos em pregar as “boas novas do Reino”. — Mat. 24:14.
˙ Autoridades na Rússia continuam a interferir nas ativida-
des das Testemunhas de Jeová. Até o momento, 80 de nossas
publicações foram classificadas como “extremistas” pela Fe-
deração Russa. Isso significa que distribuir ou ter exempla-
res de qualquer uma dessas publicações “extremistas”, como
Meu Livro de Histórias Bíblicas, é ilegal. Além disso, em de-
zembro de 2014, a Suprema Corte da Federação Russa tam-
bém classificou nosso site jw.org como “extremista”. Prove-
dores de internet em toda a Rússia bloquearam o acesso ao
jw.org, e promover o site é considerado crime. Desde março
de 2015, oficiais de alfândega não deixam mais nenhuma pu-
blicação das Testemunhas de Jeová entrar no país, nem mes-
mo Bíblias e outras publicações que os tribunais já tinham
examinado e classificado como não extremistas.
Na cidade de Taganrog, o processo contra 16 publicadores
pelo “crime” de organizar reuniões religiosas e assistir a elas
continua em andamento. Na cidade de Samara, as autorida-
des conseguiram uma ordem judicial para dissolver nossa en-
tidade jurídica sob a acusação de “extremismo”. Apesar des-
ses muitos desafios, nossos irmãos e irmãs na Rússia estão
determinados a dar “a Deus o que é de Deus” e a não desis-
tir diante dessa oposição. — Mat. 22:21.

38 ANUÁRIO DE 2016
Breves relatos
do mundo inteiro
Alcançando as partes mais distantes do Canadá
Para ajudar mais pessoas no Canadá, o vídeo Por Que
Estudar a Bíblia? foi traduzido para oito idiomas nati-
vos. Em Nunavik, extremo norte de Quebec, os irmãos
usaram o vídeo no idioma inuktitut numa campanha
de dez dias, em outubro de 2014. Eles mostraram o ví-
deo em quase todas as casas de 14 comunidades, o que
representa uma população de mais de 12 mil pessoas.
O gerente ficou impressionado
Em setembro de 2014, o congresso internacional de
Seul foi realizado no estádio Sangam, na Coreia do Sul.

DESTAQUES 39
Coreia do Sul: Congresso internacional de 2014 em Seul

Mais de 56 mil pessoas assistiram ao congresso. O ge-


rente do estádio gostou muito de ver a boa conduta e
a cooperação dos irmãos durante o evento. Ele disse:
“Todo mundo era muito educado. Fiquei impressiona-
do de ver que eles limparam o estádio melhor do que os
profissionais que contratamos para isso. Quem dera
que nossos profissionais trabalhassem do mesmo jei-
to. Se vamos servir a Deus corretamente, devemos ser
como as Testemunhas de Jeová.”
Jeová deu o treinamento necessário
Em maio de 2012, o governo da Suécia rejeitou o pe-
dido das Testemunhas de Jeová de ter os mesmos bene-
fícios financeiros concedidos a outras religiões. Com a

40 ANUÁRIO DE 2016
aprovação do Corpo Governante, apelamos da decisão
no Supremo Tribunal Administrativo do país.
O tribunal resolveu fazer uma audiência antes de che-
gar a uma decisão. Irmãos de vários países se reuniram
para ensaiar como responder às perguntas que pode-
riam ser feitas durante a audiência. A sessão de ensaio
aconteceu num Salão do Reino de Estocolmo.
Durante o ensaio, a campainha do salão tocou. Eram
duas meninas, uma de 13 e outra de 14 anos. Elas se
apresentaram e disseram que estavam fazendo uma pes-
quisa sobre as Testemunhas de Jeová. O irmão que as
atendeu se lembra: “Minha vontade era dizer para elas
voltarem outro dia, porque estávamos ocupados e não
tínhamos tempo para aquilo.”
Mesmo assim, ele decidiu atendê-las. As meninas fize-
ram muitas perguntas, algumas bem específicas, sobre
questões sociais e eleições. Quando as meninas foram
embora, o irmão contou aos outros as perguntas que
elas tinham feito e como ele as havia respondido.
No dia seguinte, durante a audiência, os irmãos fica-
ram surpresos porque o tribunal fez muitas das mesmas
perguntas das meninas. Um dos irmãos disse: “Eu tinha
tudo para estar bem nervoso; afinal estava diante dos
advogados mais importantes do país. Mas estava bem
calmo, porque percebi que Jeová tinha dado no dia an-
terior o treinamento que precisávamos.”
O tribunal decidiu a nosso favor, e agora o caso está
nas mãos do governo.
O saco de arroz de Ken
Ken, de 6 anos, mora no Haiti. Quando soube que
iriam construir um novo Salão do Reino para sua con-
gregação, ele ficou muito feliz. Então decidiu fazer uma

DESTAQUES 41
caixa de donativos secreta e a escondeu em seu quarto.
Toda vez que seus pais lhe davam dinheiro para a esco-
la, ele o colocava na caixa. Fez isso até o dia em que o
grupo de construção do Salão do Reino chegou para tra-
balhar na obra. O menino deu a eles sua caixa secreta;
o dinheiro que tinha lá era suficiente para comprar um
saco grande de arroz. Por muitos dias, o “arroz do Ken”
foi servido no canteiro de obras durante o almoço.
Ordens do general
Durante grande parte do ano passado, era necessá-
rio obter permissão para entrar em regiões de Serra
Leoa que estavam em isolamento por causa do surto de
ebola. Por exemplo, para entrar nessas regiões, os su-
perintendentes de circuito precisavam obter crachás e
autorizações para veículos. O mesmo acontecia com
transportadoras, que traziam publicações e correspon-
dências, e com irmãos da comissão de ajuda humanitá-
ria, que precisavam trazer alvejante, termômetros in-
fravermelhos e alimentos. Por incrível que pareça, a
documentação necessária era sempre providenciada.
Veja um caso interessante, que fortaleceu a fé dos ir-
mãos. Os irmãos enviaram um formulário pedindo 34
crachás e 11 autorizações para veículos, mas, para con-
seguir a aprovação, eles teriam de falar com um general
do exército. No dia de pegar os crachás e as autoriza-
ções, dois irmãos da sede se encontraram com o gene-
ral. Mas ninguém conseguia encontrar o formulário.
Pediram aos irmãos que eles mesmos procurassem o
formulário no meio de uma pilha que estava ali perto,
mas eles não encontraram. Naquele momento, o gene-
ral disse à sua secretária que ele estava fechando o escri-
tório e não daria mais nenhuma autorização nas próxi-

42 ANUÁRIO DE 2016
mas duas semanas. Os irmãos oraram fervorosamente
em silêncio a Jeová. Então o general olhou para os ir-
mãos e perguntou: “Quantos crachás e autorizações vo-
cês precisam?” Quando os irmãos disseram o número,
ele levantou da cadeira e gritou: “Tudo isso? É muito!”
Os irmãos explicaram a natureza de nosso trabalho.
Explicaram também como nossa organização estava
ajudando a lidar com a epidemia de ebola ao enviar
suprimentos de ajuda humanitária. O general parou,
olhou para sua secretária e disse: “Dê a eles tudo o que
precisam.”

Guiné e Serra Leoa: Medidas de higienização foram adotadas


em todos os Salões do Reino

DESTAQUES 43
Mundo
_____________________________________________________________ _____________________________________________________________
PAÍSES TOTAL DE HORAS
DEDICADAS À PREGAÇÃO
240
_____________________________________________________________ 1.933.473.727
AUGE DE PUBLICADORES _____________________________________________________________
ESTUDOS BÍBLICOS
8.220.105
9.708.968

44
Pregação e ensino
no mundo inteiro
Cabo Verde
África
Testemunho na moto
___________________________________________________ Um meio de transporte bem
PAÍSES popular no sul de Benin é o mo-
58 totáxi, que lá é chamado de zem.
___________________________________________________ O irmão Désiré é pioneiro au-
POPULAÇÃO
xiliar e instalou um tocador de
1.082.464.150 música em sua moto. Ele colo-
___________________________________________________ cou duas caixas de som viradas
PUBLICADORES
para o banco do passageiro. Du-
1.453.694
rante a viagem, Désiré deixa to-
___________________________________________________
ESTUDOS BÍBLICOS cando o áudio das publicações e
3.688.959 das peças teatrais bíblicas. Não
demora muito e o passageiro

46 ANUÁRIO DE 2016
Burundi: Nolla deu revistas A Sentinela aos homens
que tinham pedido carvão

está prestando bastante atenção ao que está tocando.


Muitos ficam tão envolvidos que, quando chega a hora
de descer da moto, não querem ir embora antes de ter-
minar a gravação. Désiré conta: “É claro que para mim
seria melhor que eles pagassem e fossem embora; assim
eu poderia encontrar outro passageiro. Mas eu sei que
deixar essas pessoas ouvirem as boas novas é mais im-
portante que dinheiro. O lado bom é que eu consigo
deixar muitas publicações.”
Pequena, mas persistente
Nolla tem seis anos e ainda não está na escola. Ela
mora com sua família na região montanhosa de Burun-
di. Um dia, sua família estava cozinhando em um pe-
queno fogão a carvão, e Nolla estava de olho no fogo
para que ele não se apagasse. Daí, dois homens que es-
tavam trabalhando na casa ao lado pediram alguns car-
vões acesos, e Nolla deixou que eles pegassem. Pouco
depois, Nolla passou pelos dois homens e viu que eles
tinham usado os carvões para acender um cigarro. Ela
ficou tão incomodada com isso que disse: “Se eu sou-
besse que vocês queriam acender um cigarro, eu não ti-
nha dado o carvão.” Então, a menina lembrou que ti-
nha visto no Salão do Reino uma revista com a foto de
um cigarro na capa. Ela correu até o salão e pegou dois
exemplares de A Sentinela de 1.° de junho de 2014, que
falava sobre o fumo. Nolla voltou e deu as revistas aos
homens, insistindo que eles lessem naquela hora. De-
pois, ela encontrou os homens outra vez e entregou o
convite do congresso para eles. Impressionados com a

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 47


persistência daquela menininha, eles assistiram a
dois dias do congresso. Durante o intervalo, Nol-
la viu os homens e os convidou para comerem
junto com sua família. Os homens gostaram tan-
to do que viram e ouviram no congresso que
aceitaram estudar a Bíblia.
Pregando em prisões
Anciãos na Libéria estão levando a mensagem
do Reino a várias prisões do governo. Yves, pio-
neiro especial que serve na capital, Monróvia,
conta: “Em março, três presos se tornaram publi-
cadores não batizados. Com isso, o número de
publicadores na Penitenciária Central de Monró-
via subiu para seis.” E como esses publicadores
pregam? Yves explica: “Eles têm uma saída de
campo toda quarta e sábado. Daí, podem ir de
cela em cela, compartilhando a esperança da Bí-
blia com os outros presos.” Muitos prisioneiros
agora têm o seu próprio estudo da Bíblia e assis-
tem às reuniões realizadas na prisão. Em certa
ocasião, um representante da sede fez um discur-
so público para 79 detentos. Em outras seis pri-
sões, são realizadas classes de estudo da Bíblia, e
dá para ver mudanças positivas nos prisioneiros.
“Precisamos urgentemente de ajuda”
Foram feitos muitos esforços para ajudar co-
munidades isoladas a assistir à Celebração. Veja o
caso do povo san. Esse povo, também chama-
do de bosquímanos, foram os primeiros habi-
tantes do sul da África. Eram nômades, ou seja,
não tinham habitação fixa e viviam mudando de

48 ANUÁRIO DE 2016
Benin: Désiré usa um tocador de música para pregar as boas novas
aos passageiros de seu mototáxi

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 49


lugar. Levavam uma vida simples e sobreviviam da caça
e da coleta de alimentos. Para a Celebração de 2015,
Glenn, pioneiro especial que serve no norte da Namí-
bia, providenciou que a Celebração fosse realizada nes-
se povoado isolado, a 270 quilômetros ao leste da cida-
de de Rundu. Foi a segunda vez que a Celebração foi
feita ali. Nas duas vezes, as Testemunhas de Jeová con-
seguiram autorização para usar de graça a sala do tribu-
nal do povoado. Apesar de ter chovido muito antes e
durante a Celebração, 232 pessoas estiveram presentes.
O idioma falado no povoado é o khwe, conhecido por
seus muitos sons de estalo. O discurso foi traduzido do
inglês para o khwe. Como não existe Bíblia nesse idio-
ma, o orador projetou na parede slides coloridos para
explicar versículos bíblicos, como Isaías 35:5, 6. Glenn
tem muitos estudantes da Bíblia na região que estão
progredindo. Ele diz: “Já faz uns dois anos que venho
aqui uma vez por mês. Eu fico acampado por alguns
dias. O progresso é um pouco lento por causa do idioma
e da distância. Nós precisamos urgentemente de ajuda.
Quando fui falar com o comitê do povoado sobre os
preparativos para a Celebração, um dos membros me
disse que eles gostariam muito que construíssemos ali
um salão. Ele até disse que o comitê arranjaria um ter-
reno e faria a construção, pagando todas as despesas!
Tudo o que nós teríamos que fazer era conseguir um
‘pastor’ ou, pelo menos, treinar um deles para ser o
pastor.”

50 ANUÁRIO DE 2016
Namíbia: Duas publicadoras pregam as boas novas a uma mulher himba

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 51


As Américas
Um estudo à luz de velas
___________________________________________________ Trabalhando num território
PAÍSES isolado no Brasil, um casal de
57 pioneiros especiais ficou sabendo
___________________________________________________ de Valdira, uma mulher que tinha
POPULAÇÃO
estudado a Bíblia 13 anos antes.
982.501.976 Para encontrá-la, o casal viajou
___________________________________________________
por estradas poeirentas e atra-
PUBLICADORES
vessou pontes bem precárias. Ela
4.102.272
queria muito retomar o estudo,
___________________________________________________
ESTUDOS BÍBLICOS mas, como morava numa região
4.345.532 isolada do país, seu estudo foi um
tanto diferente. Valdira tinha um

52 ANUÁRIO DE 2016
Brasil: Valdira estudando pelo telefone celular à luz de velas

telefone celular, mas o único lugar em que o sinal pegava


bem era num pasto que ficava longe da sua casa. Além
disso, ela só podia estudar depois das 9 horas da noite.
Imagine a cena: uma mulher com um celular na mão,
sentada sozinha no meio de um pasto, estudando a Bíblia
à luz de velas!
No fim de semana, Valdira escuta a reunião pelo telefo-
ne. Todo domingo, ela vai ao pasto com a Bíblia, a revista
Sentinela e o cancioneiro para ouvir a reunião. E se cho-
ver? Ela leva um guarda-chuva!
Em março, Valdira viajou quase cem quilômetros até o
Salão do Reino. Ela foi assistir à reunião especial do lança-
mento da Tradução do Novo Mundo revisada em portu-
guês. Valdira ficou muito feliz de receber um exemplar da
nova Bíblia. Quando as pessoas a elogiam por todo o seu
esforço em estudar a Bíblia, ela diz: “Nem é tão difícil as-
sim!”
“Eu sabia que um dia vocês viriam”
Os yukpas são um povo indígena que vive na Colôm-
bia. Quando Frank, um pioneiro especial, planejou visi-
tar uma das comunidades yukpas, falaram para ele tomar
cuidado com o chefe local, John Jairo. John já havia ex-
pulsado da comunidade vários grupos evangélicos que
queriam pregar lá. Em uma ocasião, John descobriu que
um pastor evangélico estava coletando dízimos na comu-
nidade e pôs o pastor para correr, disparando tiros para
o ar.
Frank se lembra: “Adivinhe quem foi a primeira pessoa
que nos ouviu na comunidade? Uma das filhas de John!
Mostramos o livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?, e

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 53


ela disse: ‘É dessa religião que eu quero ser!’ Daí, saiu cor-
rendo para contar ao pai dela que estávamos ali. Imedia-
tamente, John mandou nos chamar. E lá fomos nós, com
um frio na barriga. Antes que a gente abrisse a boca, ele
disse: ‘Eu sei que a religião verdadeira é a de vocês. Oito
anos atrás, achei num depósito de lixo esse livro que vo-
cês deram à minha filha. Li o livro todo e desde então es-
tou esperando vocês. Eu sabia que um dia vocês viriam.
Quero que ensinem a Bíblia para mim, minha família e
toda a comunidade. Estamos de portas abertas para vo-
cês.’
“Quando ouvimos aquilo, nossos olhos se encheram
de lágrimas. A comunidade toda se reuniu para nos ouvir,

Colômbia: Frank,
pioneiro especial,
dirigindo um estudo
para um grupo yukpa

54
enquanto John traduzia para o idioma deles. Na hora de
ir embora, ele nos emprestou um burrinho para carregar
a nossa bagagem. Agora dirigimos 47 estudos bíblicos
com 120 pessoas de diferentes comunidades yukpas, in-
cluindo John e sua filha.”
Um opositor muda de atitude
José, do Equador, era um católico fervoroso. Ele conta:
“Eu simplesmente odiava as Testemunhas de Jeová. Eu as
persegui por dez anos: organizava turbas, as agredia e as
acusava de roubo. E, quando elas eram levadas para a de-
legacia, eu fazia questão de fechar o cadeado da cela.
Uma vez, nós destruímos o carro de uma Testemunha de
Jeová. Em outra, jogamos a moto de uma delas de um pe-
nhasco.
“Em 2010, peguei gripe suína. Por ordens do médico,
tive que sair dos Andes e ir morar por um tempo no lito-
ral, onde o clima é mais quente. Fui para a pequena fa-
zenda de um parente e acabei ficando lá sozinho. Como
eu não tinha ninguém para conversar, estava desesperado
para falar com qualquer pessoa. Um dia, chegou uma vi-
sita. Não é que as Testemunhas de Jeová foram até a fa-
zenda? Por pura falta de opção, comecei a conversar com
elas. Fiquei impressionado de ver como elas sabem usar a
Bíblia. Só de curiosidade, aceitei um estudo. Seis meses
depois, assisti à minha primeira reunião. Fui tratado com
tanto amor e bondade que comecei a me perguntar: ‘Será
que eles são os verdadeiros servos de Deus?’ Continuei
progredindo e me batizei em abril de 2014.
“Eu me sentia culpado por ter perseguido as Testemu-
nhas de Jeová. Mas Jeová me deu uma oportunidade de,
até certo ponto, consertar as coisas. Numa assembleia em
4 de outubro de 2014, fui entrevistado sobre a época em
que eu era opositor. Uma das perguntas foi: ‘Se tivesse a
chance de pedir perdão para alguém que você perseguiu,
quem seria?’ Sem pensar duas vezes, respondi que seria
um irmão chamado Edmundo, mas eu nem fazia ideia de
como encontrá-lo. Mal sabia eu que o superintendente de
circuito tinha combinado com Edmundo, e que ele esta-
va atrás do palco. Edmundo e eu nos abraçamos e chora-
mos, e a assistência não conseguiu conter as lágrimas.”
Sua oração foi atendida
Sob o sol forte do meio-dia, um grupo de irmãs em As-
sunção, Paraguai, terminou todo o território que tinha
para pregar. Mas decidiram esticar um pouco mais e visi-

56 ANUÁRIO DE 2016
tar algumas casas ali perto. Uma irmã até disse: “Quem
sabe uma pessoa esteja orando agora?” Numa casa, uma
mulher cumprimentou as irmãs com um sorriso e per-
guntou se elas eram Testemunhas de Jeová. A mulher ex-
plicou que fazia um mês que tinha se mudado da Bolívia
para o Paraguai por causa do trabalho. Ela estudava a Bí-
blia antes de se mudar, mas quando chegou ao Paraguai
nenhum dos vizinhos sabia dizer onde encontrar as Tes-
temunhas de Jeová. Então, a mulher orou: “Por favor,
Jeová, faça suas Testemunhas me encontrarem.” E bem
naquele dia as irmãs a visitaram. A mulher voltou a estu-
dar a Bíblia.

Paraguai: Uma mulher perguntou se elas eram Testemunhas de Jeová

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 57


Ásia e
Oriente Médio
___________________________________________________ Cem horas pelos
PAÍSES cem anos
49 Em um país da Ásia, uma mo-
___________________________________________________ delo e atriz de televisão famo-
POPULAÇÃO
sa aceitou um estudo da Bíblia.
4.409.131.383 Ela logo começou a aplicar o
___________________________________________________ que aprendia e se livrou de to-
PUBLICADORES
dos os seus livros sobre ocultis-
718.716
mo e ídolos budistas.
___________________________________________________
ESTUDOS BÍBLICOS Uma das amigas dela pratica-
766.364 mente implorou: “Por que você
não para seu estudo só por três

58 ANUÁRIO DE 2016
Israel: Pregando as boas novas com um tablet

anos e se concentra na sua carreira? Depois você volta


a estudar.”
A mulher respondeu: “Eu já esperei 24 anos para en-
contrar Jeová. Por que eu esperaria mais três anos para
aprender sobre ele?”
Bem na semana em que a mulher ia fazer sua primei-
ra parte na Escola do Ministério Teocrático, um estú-
dio de cinema entrou em contato com ela. Eles ofere-
ceram um contrato de quatro anos que pagaria muito
bem, desde que ela aceitasse fazer qualquer papel. Mas
a mulher recusou. Em maio de 2014, ela se tornou pu-
blicadora não batizada. Depois, decidiu que faria cem
horas de campo em agosto. Por que cem horas? Ela dis-
se: “É para comemorar os cem anos do reinado de Je-
sus: para cada ano do reinado, vou fazer uma hora de
campo!” E ela conseguiu. Em janeiro de 2015, ela foi
batizada e agora é pioneira auxiliar.
Aproveitando a noite na prisão
No Sri Lanka, quatro irmãs viajaram de ônibus para
pregar em um território não designado onde há mui-
tos budistas. No segundo dia de pregação, as irmãs fo-
ram confrontadas por um monge e um motorista de
táxi. Logo, um grupo de 30 pessoas furiosas cercou as
irmãs. A polícia chegou, levou as irmãs para a delega-
cia e as prendeu, embora elas não tivessem sido acusa-
das de nada. Elas foram obrigadas a passar a noite na
cadeia ao lado de criminosos. Apesar de terem de ouvir
muitas agressões verbais e conversa suja, o fato de esta-
rem ali lhes deu a oportunidade de dar testemunho.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 59


Sri Lanka: Quatro irmãs viajaram de ônibus para pregar
em um território não designado

Uma das irmãs disse: “Eu fiquei presa com assassinos,


mas pude lhes falar da verdade. Eles estranharam por
eu estar ali e fizeram muitas perguntas sobre nossas
crenças. Uma pessoa até me perguntou: ‘Por que você
está tão feliz?’ ”
O Supremo Tribunal do Sri Lanka aceitou julgar nos-
so processo contra a polícia por violação dos direitos
fundamentais. A polícia vai ser julgada por prender
pessoas sem uma acusação válida. O caso ainda está
pendente.
Saúde fraca, fé forte
Michiko, uma pioneira no Japão, dirigia um estudo
em língua de sinais para uma idosa em um hospital, e
perguntou à equipe médica se havia outros pacientes
com quem ela pudesse conversar. Michiko conheceu
Kazumi, que ouvia, mas não falava. Muitos anos antes,
aos 23 anos, Kazumi sofreu um acidente de carro que
a deixou presa a uma cama. Ela não consegue engo-
lir alimentos, nem mesmo beber água. Kazumi tinha
muitas perguntas e aceitou na hora um estudo da Bí-
blia.
Durante o estudo, Michiko fazia a pergunta e Kazu-
mi apontava a resposta no parágrafo ou a escrevia.
Quando Kazumi conseguiu um telefone celular, Mi-
chiko passou a considerar o texto diário com ela toda
manhã. Embora a saúde de Kazumi ficasse cada vez
mais fraca, sua espiritualidade se fortalecia, e ela disse
que queria ser uma Testemunha de Jeová. Depois de

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 61


Japão: Kazumi escreve cartas positivas e animadoras

estudar por 13 anos, Kazumi se tornou uma publicado-


ra não batizada aos 61 anos de idade.
Como Kazumi não pode sair da cama, a congregação
transmite o áudio de todas as reuniões e assembleias
para ela. E irmãs na congregação leem durante as reu-
niões os comentários que Kazumi prepara.
Kazumi escreve cartas positivas e animadoras feitas
especialmente para cada estudante da Bíblia que assis-
te às reuniões. Ela dá testemunho aos funcionários do
hospital e às pessoas que a visitam. Kazumi costuma
dizer: “Se estudar a Bíblia, você será feliz.”
Um monge aprende a verdade
Em um país do sudeste da Ásia, uma irmã foi ao of-
talmologista e lá encontrou um monge. Ela pergun-

62 ANUÁRIO DE 2016
tou: “Gostaria de viver para sempre com saúde perfei-
ta em um lugar bonito?” Os dois começaram a ter uma
conversa animada, e a irmã deu a ele a brochura Escu-
te a Deus. O monge passou para a irmã seu número de
telefone, e ela deu o número para um irmão da congre-
gação. Pouco depois, o irmão telefonou para o monge
e o convidou para assistir ao discurso especial. Ele foi e
gostou muito de toda a reunião, principalmente dos
cânticos. E ficou muito impressionado de ter sido tão
bem recebido por todos.
O monge perguntou se as Testemunhas de Jeová ti-
nham universidades religiosas ou seminários. O irmão
explicou que nós ensinamos a Bíblia para as pessoas
em cursos individuais e se ofereceu para estudar com
ele. Na semana seguinte, o monge já tinha preparado
todo o capítulo 1 do livro O Que a Bíblia Realmente En-
sina?. Ele continuou o estudo, começou a assistir às
reuniões e a dar comentários no Estudo de A Sentinela.
Quando o monge assistiu a uma assembleia de cir-
cuito, o representante da filial o convidou para visitar
Betel. Na semana seguinte, o monge viajou dez horas
para chegar a Betel e foi muito bem recebido. No final
de fevereiro de 2015, ele deixou de ser monge. Ele con-
tinua a estudar a Bíblia e a participar nas reuniões.
Encontrada depois de 30 anos
Havia muitos anos que as boas novas não eram pre-
gadas no nordeste da Índia, e um casal de pioneiros foi
enviado para lá. O território era bem receptivo, e eles
queriam achar um lugar adequado para fazer as reu-
niões. Enquanto iam para um estudo bíblico, o casal
viu um local em construção, mas passaram adiante.
Um pouco depois, decidiram voltar e se informar sobre

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 63


o local. Atrás da obra, encontraram uma senhora idosa
e disseram que eram Testemunhas de Jeová. Os olhos
da senhora brilharam: “Eu também sou!” Daí, ela con-
vidou o casal para entrar em sua casa e mostrou sua co-
leção de publicações das décadas de 70 e 80. Ela havia
estudado com pioneiros uns 30 anos antes e, mesmo
com a oposição do marido, tinha assistido a algumas
reuniões. A senhora não tinha dúvidas de que aquela
era a verdade, mas, quando os pioneiros foram embo-
ra, ela perdeu contato com a organização. Os filhos
dela eram de outras religiões, mas a senhora se recusa-
va a ir a qualquer uma delas.

64 ANUÁRIO DE 2016
Índia: Uma mulher interessada
mostra sua coleção de
publicações das décadas
de 70 e 80

Os filhos da mulher tinham começado a pressioná-


la a se tornar membro da Igreja Católica. Assim, ela po-
deria ter um funeral católico quando morresse. Até
mesmo sua irmã insistiu em levá-la a uma Igreja Cató-
lica para que seu nome fosse colocado na lista de fiéis.
Mas, quando foram, pegaram um congestionamento e
tiveram de voltar para casa. Sua irmã disse que tenta-
riam de novo no dia seguinte, mas ficou doente. E bem
na tarde daquele dia os pioneiros encontraram a se-
nhora. Agora ela estuda a Bíblia novamente, assiste às
reuniões e está incentivando seus filhos e netos a estu-
dar também.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 65


Europa
Um abraço que resultou num
estudo bíblico
___________________________________________________
PAÍSES O congresso internacional
47 realizado em Londres, Inglater-
___________________________________________________ ra, foi emocionante tanto para
POPULAÇÃO os congressistas de outros paí-
743.421.605 ses como para os irmãos locais.
___________________________________________________ Andrew e Elizabeth queriam
PUBLICADORES
dar boas-vindas a alguns dos
1.614.244
congressistas internacionais e
___________________________________________________
ESTUDOS BÍBLICOS foram a um hotel de Londres.
842.091 Elizabeth viu uma mulher bem-
vestida na recepção e, achando

66 ANUÁRIO DE 2016
Inglaterra: Irmãos e irmãs dão boas-vindas aos que chegam
para o congresso internacional

que era uma congressista, lhe deu um abraço bem


apertado. A mulher ficou muito surpresa, e Elizabeth
disse: “Desculpe, achei que você fosse uma congres-
sista.”
“Congressista?”, perguntou a mulher.
Elizabeth apontou para a placa na recepção dando
boas-vindas às Testemunhas de Jeová e se surpreen-
deu com a reação da mulher: “Você acha mesmo que
eu pareço uma Testemunha de Jeová? Que bom!”
Durante a conversa, Elizabeth descobriu que a mu-
lher se chamava Vivien. Ela tinha vindo da Nigéria e
morava a poucos minutos da casa de Elizabeth. Vivien
aceitou um estudo bíblico e quis que seus filhos par-
ticipassem também. Andrew e Elizabeth foram até a
casa de Vivien e, dessa vez, o casal é que foi recebido
com um abraço apertado. Sem dúvida, aquele encon-
tro inesperado no centro de Londres foi marcante
para Vivien. Andrew e Elizabeth mostraram a ela o li-
vro Bíblia Ensina. Para a surpresa deles, Vivien disse
que já tinha um exemplar e que o estava lendo com
quatro de seus filhos. Quando o casal disse que aque-
le era o livro usado no estudo bíblico gratuito, ela dis-
se toda animada: “Então, vamos começar agora!”
Carta de um irmão rom
Em novembro de 2014, foi aberta na Eslováquia
a primeira congregação em romani, idioma fala-
do pelo povo rom. Numa assembleia de circuito re-
cente, 21 rons do mesmo povoado foram batizados.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 67


Eslováquia: Dois publicadores pregam
as boas novas a uma mulher do povo rom
Na Celebração, a assistência na congregação romani
foi de 495 pessoas. Um irmão recém-batizado escre-
veu o seguinte:
“Eu sou rom e moro em Žehra, Eslováquia. Os bran-
cos que moram aqui nos tratam com preconceito.
Acham que somos sujos, ladrões e mentirosos. Um
dia, quis ir a uma igreja e o zelador me mandou em-
bora, dizendo que ali não era o meu lugar. Depois de
passar por situações assim, dá até para imaginar o que
eu achava dos brancos. Um dia, as Testemunhas de
Jeová me convidaram para o Salão do Reino. Fui com
o pé atrás, esperando me decepcionar de novo. Para
minha surpresa, antes mesmo de eu entrar no Salão
do Reino, um homem branco me deu um aperto de
mão e me recebeu muito bem. Durante o discurso
público, não conseguia prestar atenção. Eu só ficava
pensando: ‘Todos me trataram tão bem. Como isso é
possível?’
Naquela noite, eu não consegui dormir. Fiquei pen-
sando em tudo o que tinha acontecido no Salão do
Reino. Então, decidi ir de novo para ver se aquela bon-
dade que me mostraram era só uma coincidência. Mas
na segunda vez me trataram melhor ainda, como se
eu fosse um amigo de longa data. Desde então, nun-
ca parei de assistir às reuniões, e por fim me batizei.
Mesmo depois do meu batismo, a bondade dos ir-
mãos nunca mudou. Eles continuam a mostrar que se
importam comigo. Às vezes, numa refeição, eles dei-
xam para mim as melhores porções! Quero ser parte
dessa organização para sempre, e Jeová é o Deus que
quero servir por toda a minha vida.”

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 69


Ela queria aproveitar a oportunidade
Uma irmã chamada Aysel, do Azerbaijão, ia viajar
de ônibus da cidade de Ganja para Baku. Ela orou a
Jeová por uma oportunidade de falar com alguém so-
bre a Bíblia durante a viagem. Embora Aysel já tivesse
um lugar reservado no ônibus, uma mulher insistiu
para que nossa irmã se sentasse com ela. Aysel come-
çou a conversar com a mulher e conseguiu direcionar
o assunto para a Bíblia. A mulher disse que amava Je-
sus e queria aprender mais sobre ele. Elas trocaram
números de telefone e concordaram em se encontrar
de novo. A mulher pediu para Aysel lhe trazer uma Bí-
blia, se fosse possível.
Quando Aysel voltou a Ganja, ela foi visitar a mu-
lher interessada no seu local de trabalho. A mulher
mencionou que todo dia lia um “livro de orações”.
Para a surpresa de Aysel, o tal “livro de orações” era na
verdade o livreto Examine as Escrituras Diariamente
de 2013! Elas começaram a estudar a Bíblia, e Aysel
agradeceu muito a Jeová por ter lhe dado a coragem
de dar testemunho informal.
Carta de agradecimento de um presidiário
Recebemos a seguinte carta da Espanha:
“Em primeiro lugar, gostaria de agradecê-los por
todo o esforço que vocês fazem para levar a mensa-
gem da Bíblia a todo tipo de pessoas.
A primeira vez que tive contato com as Testemu-
nhas de Jeová foi 15 anos atrás em Tirana, Albânia. Eu
fazia parte de um grupo de dez jovens armados, e nin-
guém se atrevia a falar conosco. Mas fiquei surpreso
de que, apesar disso, uma Testemunha de Jeová não

70 ANUÁRIO DE 2016
teve medo de falar da Bíblia com a gente. A coragem
daquele irmão me impressionou bastante.
Quatro anos atrás aqui na Espanha, uma Testemu-
nha de Jeová me visitou na prisão e me ofereceu um
estudo bíblico. Eu aceitei, e desde então mudei para
melhor. Não sou mais um homem violento e agressi-
vo. Já faz anos que não me meto em confusão. Agora
eu conheço a Jeová, e isso faz minha vida ter sentido.
Tento viver em paz com as pessoas daqui, e já sou pu-
blicador não batizado há mais de um ano.
Embora eu esteja preso há 12 anos, nos últimos qua-
tro estou sentindo uma felicidade e uma paz mental
que nunca tive antes. Agradeço a Jeová todo dia por
isso.
Umas semanas atrás, assisti a alguns vídeos do
jw.org. Fiquei muito emocionado quando vi o vídeo
sobre o irmão que era presidiário nos Estados Unidos.
Não sou de chorar, mas quando vi as mudanças que
ele fez na vida, não deu para segurar as lágrimas.

w
Espanha:
Um prisioneiro
não conseguiu
segurar as
lágrimas quando
viu no jw.org o
vídeo Um Novo
Começo

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 71


Austrália: Mostrando o vídeo O Que É um Amigo de Verdade?

Espero que Jeová abençoe todos os esforços de vo-


cês em traduzir as boas novas para tantos idiomas e
por visitar aqueles que, como eu, estão nas prisões.
Muito obrigado mesmo!”
“Finalmente encontrei paz mental”
Felicity, que tem 68 anos e mora na Suécia, diz:
“Sempre senti um vazio dentro de mim e deixava
a vida me levar. Mas nunca deixei de buscar a paz
interior, que parecia escapar por entre os meus de-
dos.” Insatisfeita com as suas crenças católicas, Feli-
city começou a pesquisar várias religiões e acabou
se envolvendo profundamente com feitiçaria e adivi-
nhação.
Sem encontrar um objetivo verdadeiro na vida, Fe-
licity se sentia tão deprimida que até pensou em se
matar. Ela conta: “Chorando muito, orei em voz alta
pedindo a Deus para me dizer o que ele queria que eu
fizesse. Duas semanas depois, ouvi uma batida na mi-
nha porta. Um jovem sorridente me perguntou se eu
estava interessada em ouvir a Palavra de Deus. Eu pen-
sei: ‘Ah não, Deus, não foi isso o que eu quis dizer
— não as Testemunhas de Jeová!’ ”
Seu primeiro impulso foi fechar a porta, mas ela de-
cidiu escutar e aceitou um estudo bíblico no livro
Bíblia Ensina. Ela diz: “Passei a ver a Bíblia com outros
olhos.” Felicity se batizou em 2014, num congresso
regional na Suécia, e agora diz: “Foi isso o que eu pro-
curei a vida toda. Finalmente encontrei paz mental.”

72 ANUÁRIO DE 2016
Oceania
Ela teve coragem
Emily, de 12 anos, mora na ___________________________________________________
Austrália. Certo dia, sua profes- PAÍSES
sora falou à classe sobre a impor- 29
tância de escolher bons amigos. ___________________________________________________
POPULAÇÃO
Emily teve uma ideia: mostrar à
professora o vídeo de animação 40.642.855
no quadro branco O Que É um ___________________________________________________
PUBLICADORES
Amigo de Verdade?. A professo-
98.353
ra decidiu passar o vídeo para a
___________________________________________________
turma toda, e os alunos presta- ESTUDOS BÍBLICOS
ram total atenção. Daí, ficaram 66.022
uma hora analisando o vídeo.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 73


A professora também mostrou o vídeo para ou-
tras turmas. Então, Emily mostrou o jw.org à pro-
fessora e aos colegas. Emily diz: “Jeová me deu a
coragem de divulgar o site para centenas de alu-
nos. Ele me abençoou bastante.”
Uma feira comercial num local distante
Cinco publicadores queriam montar um estan-
de de publicações numa feira comercial em Suai,
Timor-Leste. Para chegar lá, viajaram nove horas
em estradas de terra nas montanhas. Os visitan-
tes da feira ficaram impressionados de ver publi-
cações bíblicas em 12 idiomas locais, visto que
praticamente não há material de leitura na maio-
ria dessas línguas. Uma mulher viu o título de
uma brochura e exclamou: “É o meu idioma!”
Foi a primeira vez que ela leu algo impresso na
sua língua materna, búnaque. Em apenas quatro
dias, os publicadores distribuíram 4.571 publica-
ções e receberam vários pedidos para visitar as
pessoas em suas casas. A maioria dos interessa-
dos nunca tinha falado com uma Testemunha de
Jeová. As crianças ficaram horas assistindo aos ví-
deos da série Torne-se Amigo de Jeová no idioma
tétum dili. Algumas delas até decoraram as músi-
cas e as cantaram com alegria.

Timor-Leste: Crianças assistem aos vídeos


da série Torne-se Amigo de Jeová

74 ANUÁRIO DE 2016
“Exatamente o que os alunos precisavam”
Os missionários Brian e Roxanne pediram autoriza-
ção para colocar um carrinho de publicações na facul-
dade da ilha de Palau. Eles se reuniram com o presiden-
te da faculdade e lhe mostraram um vídeo no jw.org
sobre nossa obra de testemunho público. Eles também
deixaram com ele algumas publicações que planejavam

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 75


usar no carrinho. O presidente disse a Brian e Roxanne
que eles precisavam falar com o responsável pelos as-
suntos estudantis. Depois dessa reunião, eles foram in-
formados de que precisavam falar com mais uma pes-
soa, dessa vez o diretor da faculdade.
Brian disse: “Tivemos uma conversa agradável com o
diretor, mas ele nos mandou de volta para o presidente,
onde nos orientaram a escrever uma carta pedindo au-
torização para usar o carrinho. Ficamos um pouco desa-
nimados, pois parecia que estavam nos enrolando. Mas
escrevemos a carta mesmo assim.”

Palau: Roxanne e Brian tiveram boas conversas com alunos


quando colocaram um carrinho perto de uma faculdade
Depois de escreverem a carta, Brian e Roxanne visita-
ram o diretor novamente, esperando que ele fosse negar
o pedido deles. Brian disse: “Ficamos muito surpresos
quando o diretor disse que tinha lido os livros que dei-
xamos com ele e que os tinha achado excelentes. Ele
disse que eram exatamente o que os alunos precisa-
vam.” Finalmente recebemos autorização!
Brian acrescentou: “Então, o responsável pelos assun-
tos estudantis nos disse que, aos domingos, os alunos
que moravam na faculdade poderiam ser levados para a
igreja que quisessem. Ele disse: ‘Se os alunos quiserem
ir à igreja de vocês, podemos levá-los lá.’ Roxanne e eu
ficamos pasmados. Em vez de negar nosso pedido, a fa-
culdade estava se oferecendo para levar os alunos ao Sa-
lão do Reino!”
No primeiro dia do carrinho no campus, Brian e Ro-
xanne distribuíram 65 livros, 8 revistas e 11 brochuras.
Também tiveram ótimas conversas com os alunos. A fa-
culdade pediu para os missionários voltarem.
Clientes de uma loja veem nossos vídeos
Certa manhã, Lipson, que serve no Betel das Ilhas Sa-
lomão, estava voltando do serviço de campo. De repen-
te, ouviu um de nossos cânticos tocando dentro de uma
loja. Curioso, Lipson decidiu entrar. Ali, ele viu adultos
e crianças olhando para uma televisão que estava mos-
trando o vídeo do cântico 55, “Vida eterna, enfim!”, da
série Torne-se Amigo de Jeová. Quando a música termi-
nou, o dono da loja disse: “Tenho outro vídeo para vo-
cês.” Daí, ele colocou o vídeo de animação É Errado
Roubar. Depois do vídeo, ele disse que ninguém devia
roubar de sua loja.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 77


Como muitas pessoas foram chegando enquanto o ví-
deo passava, o dono da loja disse: “Quero que vocês es-
cutem minha música favorita.” Daí, tocou o cântico 55
de novo. Em seguida, ele decidiu mostrar os vídeos
Por Que Estudar a Bíblia? e Como É um Estudo Bíblico?
no idioma pidgin das Ilhas Salomão.
Nas Ilhas Salomão, poucos têm acesso à internet por-
que ela é cara e não está disponível em todos os lugares.
Mas esse comerciante, que não é Testemunha de Jeová,
por meio de nossos vídeos está ajudando a plantar as se-
mentes da verdade naqueles que vêm à sua loja.
Ela encontrou o nome de Deus no livro
Toda segunda, um jovem casal trabalha com o carri-
nho de publicações em uma área de Nouméa, a capital
da Nova Caledônia. Um dia, uma mulher se aproximou

78 ANUÁRIO DE 2016
Ilhas Salomão: Um comerciante
gosta de mostrar os vídeos do
jw.org a seus clientes

discretamente do carrinho e, sem dizer uma palavra,


pegou um livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?. Meia
hora depois, ela voltou com o livro na mão e disse: “Vo-
cês viram isso?” Ela abriu o livro, mostrou o nome de
Jeová e disse: “É o nome de Deus! Já faz semanas que
vou à biblioteca para tentar entender a verdade sobre
Deus. Então peguei o livro de vocês, entrei no carro e,
quando abri, a primeira coisa que vi foi o nome de
Deus, Jeová. Eu tinha que voltar para agradecer.” O ca-
sal teve uma ótima conversa com a mulher e mostrou o
assunto “O nome divino — seu uso e significado” no
apêndice do livro Bíblia Ensina. A mulher disse que pri-
meiro gostaria de terminar suas pesquisas na biblioteca,
mas que pelo menos já sabe que pode encontrar o car-
rinho ali toda segunda.

PREGAÇÃO E ENSINO NO MUNDO INTEIRO 79


Indonésia
ESTE é um relato emocionante sobre cristãos humildes
que corajosamente permaneceram firmes diante de dis-
túrbios políticos, conflitos religiosos e uma proscrição ins-
tigada por clérigos que durou 25 anos. Conheça a história
de um irmão que estava na lista de pessoas que seriam
mortas pelos comunistas, e a de um ex-chefe do crime or-
ganizado que se tornou um cristão maduro. Leia o relato
comovente de duas jovens surdas que se tornaram amigas
e depois descobriram que eram irmãs. E saiba como o
povo de Jeová está conseguindo pregar as boas novas à
maior população muçulmana do mundo.

80 ANUÁRIO DE 2016
Dados gerais sobre a Indonésia
País: A Indonésia é cortada Povo: A Indonésia é o quar-
pela linha do equador e fica to país com mais habitantes
entre a Austrália e a Ásia do mundo (depois da China,
continental, sendo o maior da Índia e dos Estados Uni-
conjunto de ilhas do mundo. dos) e abriga mais de 300
A maioria de suas mais de grupos étnicos. Mais da me-
17.500 ilhas contém monta- tade da população é forma-
nhas e densas florestas tro- da pelo povo javanês e
picais. A Indonésia tem mais sundanês.
de cem vulcões ativos, o que
faz dela a região com maior
atividade vulcânica da Terra.

BRUNEI
Medan
M A L Á S I A
Lago Toba Pematangsiantar
Gunungsitoli CINGAPURA
Tugala Oyo
Nias Bo r n é u
Su mat ra
Kalimantan
Padang Balikpapan
Palembang
Pangkalanbun
Banjarmasin
I N D O
JACARTA Java

Bogor Semarang Madura


Sukabumi Bandung Surabaya Sumbawa
0 mi 200 N Yogyakarta
Kediri
Malang
0 km 200 Bali Lombok

82
PAÍS (quilômetros quadrados) 1.910.931
POPULAÇÃO 256.000.000
PUBLICADORES EM 2015 26.246
PROPORÇÃO, 1 PUBLICADOR PARA 9.754
ASSISTÊNCIA À CELEBRAÇÃO EM 2015 55.864

FILIPINAS

Manado MOLUCAS DO NORTE

Manokwari

Sulawesi
PAPUA
OCIDENTAL Jayapura
MOLUCAS
PAP UA -NO VA GU IN É

Ambon
N É S I A PAPUA
Makassar

Alor
Flores
Maumere TIMOR-LESTE
Waingapu
Timor
Kupang
Sumba
Rotè

AUSTRÁLIA
Religião: Cerca de 90% dos indoné-
sios são muçulmanos. Os outros são
na maioria hindus, budistas ou afir-
mam ser cristãos. Muitas pessoas
também seguem tradições religiosas
nativas.
Idioma: Em todo o país são faladas
mais de 700 línguas. O idioma indoné-
sio, derivado do malaio, é usado entre
os diversos grupos étnicos do país.
A maioria das pessoas também fala
uma língua nativa em casa.
Economia: Muitos indonésios são pe-
quenos agricultores ou comerciantes.
O país é rico em minérios, madeira,
petróleo bruto e gás natural, e é um
dos maiores fornecedores de borra-
cha e de azeite de dendê.
Alimentação: O alimento básico é o
arroz. Entre os pratos típicos há o nasi
goréng (arroz frito com ovos e legu-
mes), o satay (churrasco de espetinho
de carne) e o gado-gado (salada com
molho de amendoim).
Clima: Quente e úmido. Os ventos
periódicos típicos da Ásia, chamados
monções, causam duas estações:
seca e chuvosa. Tempestades com
trovões ocorrem com frequência.

84
O comércio
de especiarias
NOS anos 1500, o comércio de es-
peciarias era tão importante para a
economia mundial quanto o petróleo
é hoje. Produtos como a noz-mosca-
da e o cravo-da-índia vinham das fa-
mosas ilhas das Especiarias (hoje as
províncias de Molucas e Molucas do
Norte, na Indonésia) e eram vendidos
por preços bem altos na Europa.
Os exploradores Cristóvão Colombo,
Vasco da Gama, Fernão de Maga-
lhães, Samuel de Champlain e Henry
Hudson procuravam rotas para as
ilhas das Especiarias. Foi por causa
das buscas pelas especiarias indoné-
sias que os humanos começaram a
entender melhor a geografia do pla-
neta.

Noz-moscada

Cravo-da-índia

86
1931 a 1950

“O dia de pequenos começos.”


— Zac. 4:10.

Publicadores
Pioneiros

30

20

10

0
1930 1935 1940 1945 1950
Testemunhas de Jeová em Semarang, Java (por volta de 1937)

“Eu quero começar aqui!”


Alexander MacGillivray, supervisor da sede na Austrá-
lia, estava pensativo, andando de um lado para outro
em seu escritório. Já fazia dias que ele tentava resolver
um problema. Finalmente ele encontrou uma solução.
Mas agora precisava falar com Frank Rice.
Frank, um colportor (pioneiro) de 28 anos, havia che-
gado à sede poucas semanas antes. Ele aprendeu a ver-
dade quando era adolescente e pouco depois começou
a servir como colportor. Durante os dez anos seguintes,
Frank pregou em quase toda a Austrália. Ele viajou de
cavalo, bicicleta, moto e trailer. Depois de uma rápida
passagem por Betel, Frank já estava pronto para assumir
sua nova designação de pregação.
O irmão Alexander chamou Frank em seu escritório.
Apontando para um mapa que mostrava as ilhas ao nor-
te da Austrália, Alexander perguntou: “Frank, o que
você acha de dar início à obra de pregação aqui? Não há
nenhum irmão em todas estas ilhas.”
Frank fixou seus olhos em uma fileira de ilhas que
brilhavam como pérolas no oceano Índico — as Índias
Orientais Holandesas (hoje Indonésia).1 Nessas ilhas
moravam milhões de pessoas que nunca tinham ouvi-
do falar das boas novas do Reino de Deus. Frank apon-
tou para a capital, Batávia (hoje Jacarta), e disse: “Eu
quero começar aqui!”
1 Os holandeses chegaram ali uns 300 anos antes e estabeleceram um
império colonial baseado no lucrativo comércio de especiarias. Em todo
este relato, usaremos os nomes modernos dos lugares.

INDONÉSIA 89
Pregação em Java
Em 1931, Frank Rice chegou a Jacarta, uma cidade
grande e movimentada na ilha de Java. Ele alugou um
quarto perto do centro da cidade e o encheu com caixas
de publicações bíblicas — o que deixou a proprietária
do quarto um tanto espantada.
Frank disse: “No começo, eu me sentia deslocado e ti-
nha muita saudade de casa. As pessoas andavam tran-
quilas nas ruas com suas roupas brancas de algodão e
chapéus, enquanto eu suava nas minhas pesadas roupas
australianas. Eu não sabia uma palavra de holandês ou

Frank Rice e Clem


Deschamp em
Jacarta

90 ANUÁRIO DE 2016
de indonésio. Então, orei a Jeová pedindo sua orienta-
ção e pensei que no centro comercial deveria haver pes-
soas que sabiam falar inglês. Foi ali que comecei a pre-
gar — e que campo frutífero ele foi!”
Como a maioria dos habitantes de Jacarta falava ho-
landês, Frank estudou bastante para ter um conheci-
mento básico do idioma e logo começou a pregar de
casa em casa. Com algumas dificuldades, Frank aos pou-
cos também aprendeu o indonésio. Ele disse: “O proble-
ma é que eu não tinha publicações em indonésio. Com
a ajuda de Jeová, conheci um professor indonésio que fi-
cou interessado na verdade e que concordou em tradu-
zir o livreto Onde Estão os Mortos?. Com o tempo, outros
livretos foram traduzidos, e logo muitas pessoas que fa-
lavam indonésio se interessaram pela verdade.”
Em novembro de 1931, outros dois pioneiros da Aus-
trália chegaram a Jacarta: Clem Deschamp, de 25 anos,
e Bill Hunter, de 19. Clem e Bill trouxeram uma espécie
de casa de pioneiro sobre rodas, isto é, um trailer, um
dos primeiros a chegar à Indonésia. Depois de aprende-
rem algumas frases em holandês, eles iniciaram uma
viagem de pregação pelas principais cidades de Java.
Charles Harris, outro pioneiro australiano, seguiu os
passos de Clem e Bill. Começando em 1935, Charles
pregou na maior parte de Java usando trailer e bicicleta,
e distribuiu publicações em cinco idiomas: árabe, chi-
nês, holandês, indonésio e inglês. Houve anos em que
ele distribuiu umas 17 mil publicações.
A quantidade de publicações que Charles distribuiu
chamou a atenção de muitas pessoas. Uma autoridade
em Jacarta perguntou a Clem Deschamp: “Quantos de
vocês estão trabalhando lá em Java Oriental?”

INDONÉSIA 91
Publicadores em frente )
a um trailer, 1938

& Josephine Tan, uma pioneira

Embaixo, à direita: Charles Harris


pregava usando uma bicicleta e
um trailer

/ Congregação Semarang, 1940

92
“Só uma pessoa”, respondeu Clem.
“E você acha que eu vou acreditar nisso?”, gritou
o homem. “Pela quantidade de publicações que estão
sendo distribuídas, vocês devem ter um exército lá!”
Os primeiros pioneiros tentavam falar com o maior
número possível de pessoas, nunca ficando muito tem-
po no mesmo lugar. Bill Hunter disse: “Nós trabalha-
mos de uma ponta a outra da ilha, e dificilmente fa-
lávamos com a mesma pessoa duas vezes.” Por onde
passaram, esses pioneiros plantaram muitas sementes
da verdade que, mais tarde, resultaram em uma rica co-
lheita espiritual. — Ecl. 11:6; 1 Cor. 3:6.

Charles Harris e Bill


Hunter em Surabaya,
Java Oriental, 1935

94 ANUÁRIO DE 2016
As boas novas chegam a Sumatra
Por volta de 1936, os pioneiros em Java pensaram
em como poderiam levar as boas novas para Sumatra
— a sexta maior ilha do mundo. Cruzada pela linha do
equador, essa ilha montanhosa contém grandes cida-
des, plantações, pântanos e florestas tropicais.
Os pioneiros concordaram em enviar Frank Rice e
juntaram os poucos recursos que tinham para pagar a
passagem dele. Logo depois, Frank chegou a Medan, Su-
matra do Norte, com duas pastas de campo, 40 caixas
de publicações e algum dinheiro no bolso. Frank era
um homem de muita fé. Ele começou imediatamente
o trabalho de pregação, confiando que Jeová proveria
o necessário para ele cumprir sua designação. — Mat.
6:33.
Em sua última semana de pregação em Medan, Frank
conheceu um holandês simpático que o convidou para
entrar e tomar um café. Frank disse ao homem que pre-
cisava de um carro para pregar as boas novas em toda a
ilha. O homem apontou para um carro quebrado em
seu jardim e disse: “Se você conseguir consertá-lo, ele
pode ser seu por 100 florins.”1
“Eu não tenho 100 florins”, disse Frank.
O homem olhou bem para Frank e perguntou: “Você
quer mesmo pregar em toda Sumatra?”
“Quero”, respondeu Frank.
“Bem, nesse caso, se você consertar o carro, pode fi-
car com ele”, disse o homem. “Se conseguir o dinheiro,
você me paga depois.”
Frank começou a trabalhar no carro e em pouco tem-
po conseguiu consertá-lo. Mais tarde, ele escreveu:
1 O equivalente a uns 1.100 dólares hoje.

INDONÉSIA 95
“Com um carro cheio de publicações, um tanque cheio
de gasolina e um coração cheio de fé, saí para pregar às
pessoas de Sumatra.”
Um ano mais tarde, depois de ter pregado na ilha in-
teira, Frank voltou a Jacarta. Lá, ele vendeu o carro por
100 florins e enviou o dinheiro ao homem holandês
em Medan.
Algumas semanas depois, Frank recebeu da Austrália
uma carta com sua nova designação. Imediatamente,
ele arrumou as malas e partiu para iniciar a obra de pre-
gação na Indochina (hoje Camboja, Laos e Vietnã).

Henry Cockman com Jean e Clem Deschamp em Sumatra, 1940

96 ANUÁRIO DE 2016
Os primeiros métodos
de pregação
Programas de rádio
EM 1933, os irmãos come-
çaram a transmitir grava-
ções em inglês de discur-
sos do irm ão Rutherford
por meio de uma estação
de rádio em Jacarta. Os ir-
mãos também pediram que
um homem interessado les-
se manuscritos de discursos
em holandês. Essas trans-
missões chamaram a aten-
ção de muitas pessoas e aju-
daram os irmãos a distribuir
mais publicações no serviço
de campo.
Um dos discursos transmi-
tidos foi “Os efeitos do ano
santo sobre a paz e a pros-
peridade”, do irmão Rutherford. Esse era um discurso bem
direto e deixou os clérigos católicos furiosos.1 Usando sua in-
fluência, eles conseguiram fazer com que o irmão De Schu-
maker, que forneceu as gravações, fosse acusado de “ca-
lúnia, difamação e de incitar a hostilidade”. O irmão De
Schumaker fez de tudo para se defender das acusações,
mas foi multado em 25 florins2 e teve de pagar as despesas
do processo. Três dos maiores jornais noticiaram o julgamen-
to, o que acabou resultando em um testemunho ainda maior.
1 O discurso do irmão Rutherford denunciava os ensinos falsos da Igreja
Católica Romana e seu envolvimento na política e no comércio.
2 O equivalente a uns 300 dólares hoje.

INDONÉSIA 97
O Lightbearer
Em 15 de julho de 1935, o barco a vela Lightbearer (Por-
tador de Luz) chegou a Jacarta depois de uma viagem de pre-
gação de seis meses. Esse barco de 16 metros da Socieda-
de Torre de Vigia havia saído de Sydney, Austrália, e trazia
sete pioneiros zelosos que estavam determinados a pregar
as boas novas na Indonésia, em Cingapura e na Malásia.
Tripulação do Lightbearer

Durante mais de dois anos, o Lightbearer visitou portos


grandes e pequenos em toda a Indonésia, e distribuiu gran-
des quantidades de publicações bíblicas. Jean Deschamp
contou: “Em cada porto pequeno que entrávamos, já ligáva-
mos o fonógrafo e tocávamos um dos discursos do então pre-
sidente da Sociedade Torre de Vigia, Joseph Rutherford. Ima-
gine a surpresa dos malaios que viviam em regiões isoladas
quando viam um barco grande entrando no
porto e ouviam uma voz alta, forte, ecoando
pelo ar. Nem um disco voador teria chamado
tanta atenção.”
Os clérigos ficaram furiosos com a pre-
ga ç ão corajosa dos irm ãos e consegui-
ram pressionar as autoridades a proibir
que o Lightbearer entrasse em muitos por-
tos da Indonésia. Em dezembro de 1937, o
Lightbearer voltou para a Austrália, deixando
para trás um histórico notável de atividade
missionária na Indonésia.

99
Os Bibelkrings
NO FINAL da década de 30, surgiu na região do lago Toba, em
Sumatra do Norte, um movimento religioso chamado Bibelk-
ring (nome holandês que significa “grupo de estudantes da Bí-
blia”). Como o movimento começou? Em 1936, vários profes-
sores aceitaram publicações de um pioneiro que havia visitado
a região do lago Toba, provavelmente Eric Ewins. O que os pro-
fessores leram os motivou a sair da Igreja Protestante Bataque
e a criar grupos que estudavam a Bíblia nas casas das pes-
soas. Esses grupos cresceram e se espalharam, chegando a
centenas de membros.1
Por causa das publicações deixadas pelo pioneiro, os primei-
ros Bibelkrings identificaram várias verdades bíblicas. Dame
Simbolon pertencia a esse grupo e aceitou a verdade em 1972.
Ela disse: “Eles se recusavam a saudar a bandeira e não come-
moravam o Natal nem aniversários. Alguns até pregavam de
casa em casa.” Mas, sem o apoio da organização de Deus, o
movimento logo se tornou vítima de ideias humanas. Limeria
Nadapdap, que também pertencia a esse grupo e agora é nos-
sa irmã cristã, explica: “As mulheres não podiam usar maquia-
gem, joias, roupas modernas e nem mesmo sapatos. Os mem-
bros também eram proibidos de ter um cartão de identidade
nacional, e isso irritou muito o go-
verno.”
O movimento dos Bibelkrings
com o tempo se dividiu em vários
grupos pequenos e por fim acabou.
Quando mais tarde os pioneiros vol-
taram à região do lago Toba, mui-
tos que antes eram membros dos
Bibelkrings aceitaram a verdade.
Dame Simbolon pertencia 1 Algumas fontes calculam que, no auge,
aos Bibelkrings e agora é os Bibelkrings chegaram a milhares de
nossa irmã cristã membros.

100 ANUÁRIO DE 2016


Thio Seng Bie
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1906
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1937
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Um ancião fiel
que suportou violência racial.
— Narrado por sua filha Thio
Sioe Nio.

Ele dava valor a riquezas espirituais


EM MAIO de 1963, revoltas contra os chineses tomaram
conta de Java Ocidental. A pior delas aconteceu em Suka-
bumi, cidade onde nossa família trabalhava com transpor-
te de cargas. Centenas de pessoas enlouquecidas — in-
cluindo alguns de nossos vizinhos — invadiram nossa casa.
Aterrorizados, ficamos bem juntos uns dos outros enquan-
to aquela turba quebrava e roubava nossos pertences.
Quando a turba foi embora, outros vizinhos vieram nos
consolar. Meu pai se sentou com eles no chão da sala. No
meio de nossos objetos quebrados, ele achou sua grande
Bíblia em sundanês. Ele a abriu e disse aos vizinhos que
esses problemas haviam sido preditos. Daí, falou sobre a
esperança alegre do Reino.
Meu pai nunca se concentrou em acumular tesouros na
Terra. Ele sempre nos dizia: “As coisas espirituais devem vir
primeiro!” O exemplo zeloso dele fez minha mãe, meus cin-
co irmãos, meu avô de 90 anos e muitos outros parentes e
vizinhos aceitarem a verdade.

INDONÉSIA 101
Theodorus Ratu

A obra cresce em Java Ocidental


Em 1933, Frank Rice convidou Theodorus (Theo) Ratu,
natural de Sulawesi do Norte, para ajudá-lo a cuidar do de-
pósito de publicações em Jacarta. Theo disse: “Fiquei mui-
to interessado na grandiosa obra do Reino e comecei a
pregar com o irmão Frank. Mais tarde, acompanhei Bill
Hunter em uma viagem de pregação para Java e me juntei
à tripulação do Lightbearer em uma viagem para Suma-
tra.” Theo, o primeiro indonésio a aceitar a verdade, ser-
viu por décadas como pioneiro em Java, Sulawesi do Nor-
te e Sumatra.
No ano seguinte, Bill Hunter deixou o livreto Onde Es-
tão os Mortos? com Felix Tan, que tinha se mudado para
Jacarta para estudar. Felix voltou para Bandung, Java Oci-
dental, para morar com sua família e mostrou o livreto a
seu irmão mais novo, Dodo. Os dois ficaram maravilha-
dos de aprender do livreto que o primeiro homem, Adão,
não tinha uma alma imortal. Adão era uma alma. (Gên.
2:7, nota) Isso despertou o interesse espiritual deles. Felix

102 ANUÁRIO DE 2016


e Dodo vasculharam lojas de livros usados em Bandung
em busca de mais publicações. Eles também ensinaram o
que haviam aprendido à sua família. Depois de devora-
rem todos os livros e livretos que encontraram, escreve-
ram ao depósito de publicações em Jacarta. Para sua sur-
presa, eles receberam uma visita encorajadora de Frank
Rice, que trouxe mais publicações.
Logo depois de o irmão Frank voltar a Jacarta, os re-
cém-casados Clem e Jean Deschamp visitaram Bandung
por 15 dias. Felix disse: “O irmão Clem perguntou à
nossa família se gostaríamos de ser batizados. Quatro
membros de nossa família simbolizaram sua dedicação a
Jeová: Dodo, minha irmã mais nova Josephine (Pin Nio),
minha mãe (Kang Nio) e eu.”1 Depois de se batizar, a
1 Mais tarde, o pai e três irmãos mais novos de Felix também se torna-
ram Testemunhas de Jeová. Sua irmã, Josephine, se casou com André Elias,
e os dois cursaram a Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia. A biogra-
fia dela foi publicada na Despertai! de setembro de 2009.

Família Tan

INDONÉSIA 103
família Tan se juntou a Clem e Jean numa campanha de
pregação de nove dias. Clem lhes mostrou como usar um
cartão de testemunho para pregar; o cartão tinha uma
mensagem simples da Bíblia em três idiomas. Em pouco
tempo, o pequeno grupo em Bandung se tornou uma
congregação, a segunda da Indonésia.
O chapéu do papa
A obra de pregação foi ganhando força, e isso não pas-
sou despercebido pelos clérigos da cristandade. Eles e seus
agentes escreveram artigos em jornais atacando as crenças
e a obra das Testemunhas de Jeová. Os artigos levaram o
Departamento de Assuntos Religiosos a convocar Frank
Rice para prestar depoimento. Satisfeitas com suas respos-
tas, as autoridades permitiram que a obra continuasse
sem impedimento.1
No início dos anos 30, a maioria das autoridades colo-
niais ou não ligava para a obra de pregação ou a tolera-
va. Mas, quando a Alemanha nazista subiu ao poder na
Europa, algumas autoridades mudaram de atitude, espe-
cialmente aquelas que eram católicas fervorosas. Clem
Deschamp disse: “Um funcionário de alfândega católico
confiscou um carregamento de nossos livros, alegando
que continham comentários negativos sobre o nazismo.
Quando fui à alfândega reclamar, o funcionário que não
gostava de nós estava de férias. O homem que ficou em
seu lugar era amigável e não era católico. Ele prontamen-
te liberou os livros e disse: ‘Leve tudo que puder enquan-
to o outro está fora.’ ”
Jean Deschamp disse: “Em outra ocasião, as autoridades
insistiram que removêssemos duas gravuras do livro Ini-
migos. Eles não gostaram das gravuras de uma serpente se
1 Depois da Segunda Guerra Mundial, Frank voltou para a Austrália, ca-
sou e teve filhos. Ele terminou sua carreira terrestre em 1986.

104 ANUÁRIO DE 2016


As duas gravuras do livro Inimigos que
as autoridades queriam remover do livro

contorcendo (Satanás) e de uma prostituta bêbada (reli-


gião falsa), ambas usando um chapéu de papa (mitra).1
Estávamos decididos a distribuir o livro. Por isso, nós nos
sentamos no chão do cais, no calor escaldante, e folhea-
mos um por um milhares de livros para tapar as imagens
do chapéu do papa.”
Conforme a Europa foi se encaminhando para a guerra,
nossas publicações continuaram a expor com coragem a
hipocrisia da cristandade e sua intromissão na política. O
clero, por sua vez, aumentou a pressão sobre as autorida-
des para restringir nossa obra, e várias de nossas publica-
ções foram proibidas pelo governo.
Mas os irmãos estavam decididos a continuar a obra e
fizeram bom uso de uma impressora que receberam da
Austrália. (Atos 4:20) Descrevendo uma das táticas que
1 As gravuras se baseavam em Apocalipse 12:9 e 17:3-6.

INDONÉSIA 105
usavam, Jean Deschamp relatou: “Sempre que imprimía-
mos um novo livreto ou uma revista, tínhamos de levar
um exemplar para as autoridades aprovarem. Nós impri-
míamos a publicação e a distribuíamos às congregações
no início da semana. Daí, no final da semana, levávamos
um exemplar à Procuradoria-Geral. Quando a publicação
não recebia aprovação, ficávamos tristes, mas corríamos
para a gráfica e imprimíamos a próxima publicação.”
Os irmãos que distribuíam publicações proibidas mui-
tas vezes escapavam da polícia por um fio. Por exemplo,
enquanto estava pregando em Kediri, Java Oriental, Char-
les Harris sem querer bateu na casa do inspetor de polícia.
O inspetor disse: “Procurei vocês o dia inteiro. Esperem
aqui enquanto procuro a lista de seus livros proibidos.”
Charles conta: “Enquanto o inspetor foi procurar a lista,
escondi as publicações proibidas em bolsos secretos do
meu casaco. Quando ele voltou, entreguei 15 livretos que
não estavam proibidos. Um tanto contrariado, ele me deu
a contribuição, e então deixei as publicações proibidas
com outros moradores.”
Produção de publicações em épocas difíceis
Quando a Segunda Guerra Mundial se espalhou pela
Europa, pararam de vir carregamentos de publicações da
Holanda. Tendo previsto problemas, os irmãos por pre-
caução tinham providenciado que as revistas fossem im-
pressas em uma gráfica comercial em Jacarta. Em janeiro
de 1939 foi lançado o primeiro número em indonésio de
Consolação (agora Despertai!), e A Sentinela foi lançada
pouco depois. Os irmãos então compraram uma pequena
impressora e começaram eles próprios a imprimir as revis-
tas. Em 1940 eles receberam da Austrália uma impressora
maior. Cobrindo as despesas, eles passaram a imprimir li-
vretos e revistas em indonésio e em holandês.

106 ANUÁRIO DE 2016


O primeiro equipamento de impressão chega ao depósito de Jacarta

Por fim, em 28 de julho de 1941 as autoridades proibi-


ram todas as publicações da Sociedade Torre de Vigia.
Jean Deschamp disse: “Certa manhã, eu estava trabalhan-
do no escritório quando, de repente, as portas se abriram
e entraram três policiais e um oficial holandês muito
importante com uniforme completo — medalhas, luvas
brancas, espada cerimonial e chapéu com plumas. Aquilo
não nos surpreendeu. Três dias antes, ficamos sabendo
por fontes confiáveis que nossas publicações seriam proi-
bidas em breve. Cheio de orgulho, o oficial leu uma decla-
ração extensa e daí ordenou que o levassem à gráfica para
interditar o local. Mas meu marido lhe disse que era tarde
demais: a impressora havia sido vendida no dia anterior.”
No entanto, a Bíblia não havia sido proibida. Assim, os
irmãos continuaram a pregar de casa em casa, usando
apenas a Bíblia. Eles também dirigiam estudos bíblicos.
Mas, visto que o perigo de guerra pairava sobre a Ásia, os
pioneiros estrangeiros foram orientados a voltar para a
Austrália.

INDONÉSIA 107
Sob o domínio japonês
No início de 1942, o exército japonês tomou conta
da Indonésia de maneira firme e brutal. Muitos irmãos
foram obrigados a realizar trabalhos braçais pesados,
como construir estradas e abrir valas. Outros foram en-
carcerados em campos de prisão imundos e torturados
por se recusarem a apoiar a guerra. Pelo menos três ir-
mãos morreram na prisão.
Johanna Harp, uma irmã holandesa que vivia num po-
voado isolado nas montanhas de Java Oriental, conse-
guiu evitar ser presa nos primeiros dois anos da guerra.

Johanna Harp, suas duas filhas e Beth Godenze,


uma amiga da família (centro)

108 ANUÁRIO DE 2016


Ela e seus três filhos adolescentes aproveitaram sua li-
berdade para traduzir do inglês para o holandês o livro
Salvação e alguns números de A Sentinela.1 As publica-
ções traduzidas eram então copiadas e distribuídas secre-
tamente às Testemunhas de Jeová em Java.
As poucas Testemunhas de Jeová que ainda estavam li-
vres se reuniam em grupos pequenos e pregavam com
cautela. Josephine Elias (anteriormente Tan) disse: “Eu
sempre procurava oportunidades para dar testemunho
informal. Eu levava um tabuleiro de xadrez ao visitar
pessoas interessadas para que os outros pensassem que
iríamos apenas jogar.” Felix Tan e sua esposa pregavam
de casa em casa fingindo vender sabonete. Felix disse:
“Geralmente éramos seguidos por espiões da Kempeitai,
a temida polícia militar japonesa. Para evitar suspeitas,
visitávamos nossos estudantes em diferentes horários.
Seis de nossos estudantes fizeram progresso e foram ba-
tizados durante a guerra.”
Divisão em Jacarta
Conforme os irmãos foram se adaptando aos tempos
difíceis da guerra, logo enfrentaram outra grande pro-
va. As autoridades japonesas ordenaram que todos os
estrangeiros se registrassem e portassem um cartão de
identidade com um juramento de lealdade ao Império
Japonês. Muitos irmãos se perguntaram se deveriam ou
não se registrar e assinar o cartão de identidade.
Felix Tan explicou: “Os irmãos em Jacarta disseram
que nós que estávamos em Sukabumi deveríamos nos
recusar a assinar o cartão de identidade. Mas pergun-
tamos às autoridades se poderíamos mudar os dizeres
do cartão de ‘eu, que abaixo assino, juro lealdade ao’
1 A filha mais nova da irmã Harp, Hermine (Mimi), cursou a Escola de
Gileade depois da guerra e voltou à Indonésia como missionária.

INDONÉSIA 109
Josephine Elias
com seu irmão
Felix

para ‘eu, que abaixo assino, não impedirei o’ exército


japonês. Para nossa surpresa, eles concordaram, e as-
sim todos nós obtivemos cartões. Quando os irmãos em
Jacarta souberam de nossa decisão, nos chamaram de
apóstatas e cortaram relações conosco.”
Infelizmente, a maioria dos irmãos mais radicais em
Jacarta foi presa e renunciou à verdade. Um desses ir-
mãos que adotaram uma posição mais inflexível acabou
na prisão com André Elias. André disse: “Raciocinei com
ele sobre o assunto do cartão de identidade e o ajudei a
ter um ponto de vista mais equilibrado. Ele humilde-
mente pediu perdão por ter cortado relações conosco.
Daí passamos momentos felizes encorajando um ao ou-
tro, mas infelizmente ele morreu por causa das duras
condições da prisão.”
“Liberdade!”
Com o fim da guerra em 1945, os irmãos estavam an-
siosos para continuar a obra de pregação. Um irmão que
tinha sido preso e torturado escreveu à sede na Austrália:

110 ANUÁRIO DE 2016


“Depois de quatro anos longos e desgastantes, aqui es-
tou: íntegro e com a mesma determinação. Durante to-
das as minhas provações, nunca me esqueci dos irmãos.
Poderiam me enviar alguns livros?”
As tão esperadas publicações logo chegaram ao país,
no início aos poucos, depois em grandes carregamentos.
Um grupo de dez publicadores em Jacarta retomou a tra-
dução de publicações em indonésio.
Em 17 de agosto de 1945, os líderes do movimento de
independência declararam que a Indonésia era uma re-
pública independente, dando início a uma revolução de
quatro anos contra o domínio colonial holandês. Deze-
nas de milhares de pessoas morreram no caos que se se-
guiu, e mais de sete milhões de pessoas tiveram de dei-
xar suas casas.
Durante toda a revolução, os irmãos continuaram a
pregar de casa em casa. Josephine Elias disse: “Os patrio-
tas tentaram nos obrigar a dar seu grito de guerra, ‘Liber-
dade!’, mas dissemos que éramos neutros em assuntos
políticos.” Em 1949, os holandeses entregaram a sobera-
nia sobre sua colônia de longa data para a República dos
Estados Unidos da Indonésia (hoje República da Indoné-
sia).1
Em 1950, os irmãos da Indonésia já tinham suportado
quase dez anos de conflito. Mas tinham muito trabalho
pela frente. Como pregariam as boas novas aos muitos
milhões de indonésios? Do ponto de vista humano, isso
parecia impossível. No entanto, os irmãos continuaram
a obra com plena fé, certos de que Jeová ‘mandaria tra-
balhadores para a Sua colheita’. (Mat. 9:38) E foi isso que
Jeová fez.
1 Os holandeses continuaram a administrar Papua Ocidental (depois
Nova Guiné Ocidental) até 1962.

INDONÉSIA 111
André Elias
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1915
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1940
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Um pioneiro
corajoso que vez após vez
se manteve firme sob
interrogatórios e ameaças.

Um pioneiro corajoso
DURANTE a Segunda Guerra Mundial, o irmão André e
sua esposa, Josephine, compareceram perante autorida-
des em Sukabumi, Java Ocidental. Eles foram convoca-
dos à sede da temida Kempeitai, a polícia militar japone-
sa. André foi interrogado primeiro. Ele foi bombardeado
com perguntas: “Quem são as Testemunhas de Jeová?
Você é contra o governo japonês? Você é um espião?”
André respondeu: “Somos servos do Deus Todo-Pode-
roso e não fizemos nada de errado.” O comandante pe-
gou uma espada de samurai da parede e a ergueu.
O comandante gritou: “E se eu matar você agora?”
Orando em silêncio, André posicionou a cabeça na mesa
para ser decapitado. Depois de uma longa pausa, os po-
liciais caíram na risada. “Você tem coragem!”, disse o
comandante. Daí, chamou Josephine. Quando o coman-

112 ANUÁRIO DE 2016


dante viu que o depoimento dela era igual ao de André,
ele gritou: “Vocês não são espiões. Saiam daqui!”
Alguns meses depois, André foi denunciado por “falsos
irmãos” e encarcerado. (2 Cor. 11:26) Por vários meses,
ele conseguiu sobreviver por se alimentar de restos de
comida que encontrava na valeta que passava em sua
cela. Apesar dos maus-tratos dos carcereiros, André se
manteve leal a Jeová. Quando Josephine conseguiu visi-
tá-lo, ele sussurrou através das grades da prisão: “Não se
preocupe. Não importa se me matarem ou libertarem,
vou permanecer fiel a Jeová. Posso sair daqui morto, mas
jamais como um traidor.”
Depois de seis meses na prisão, André se defendeu
diante da Suprema Corte de Jacarta e foi libertado.
Uns 30 anos depois, quando o governo da Indonésia
proscreveu novamente as Testemunhas de Jeová, o pro-
motor público em Manado, Sulawesi do Norte, intimou
André a comparecer ao seu gabinete. “Você sabe que as
Testemunhas de Jeová estão proscritas?”, perguntou ele.
“Sim, eu sei”, respondeu André.
“Então você está preparado para mudar de religião?”,
perguntou o promotor.
André inclinou-se e, batendo no peito com força, disse
com voz alta: “Pode arrancar meu coração, mas você
nunca vai me fazer mudar de religião.”
O promotor liberou André e nunca mais o incomodou.
Em 2000, André faleceu com 85 anos, depois de traba-
lhar zelosamente como pioneiro por 60 anos.

INDONÉSIA 113
1951 a 1976

“A palavra de Jeová crescia


e se espalhava.”
— Atos 12:24.
Publicadores
Pioneiros
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500

1.000
500
0
1951 1955 1960 1965 1970 1976
A Congregação Surabaya, 1954

Chegam os missionários de Gileade


Em julho de 1951, a pequena congregação em Jacarta
se reuniu para dar boas-vindas a Peter Vanderhaegen, o
primeiro missionário formado em Gileade a chegar à In-
donésia. Até o fim daquele ano, mais 13 missionários
chegaram da Alemanha, Austrália e Holanda, o que qua-
se dobrou o número de publicadores no país.
Fredrika Renskers, uma missionária holandesa, disse:
“Eu pensava que teria de ir de casa em casa usando ges-
tos para me comunicar. Mas, como muitas pessoas fala-
vam holandês, inicialmente eu quase só pregava nesse
idioma.” Ronald Jacka, da Austrália, contou: “Alguns de
nós usávamos um cartão de testemunho com uma pe-
quena mensagem em indonésio. Eu lia o cartão antes de
bater nas casas e tentava repetir as palavras de cabeça.”
Com os missionários na liderança da pregação, o nú-
mero de publicadores logo aumentou de 34 para 91 em
apenas um ano. Em 1.° de setembro de 1951, um escritó-
rio da Sociedade Torre de Vigia foi estabelecido na casa
de André Elias, em Jacarta Central. Ronald Jacka foi de-
signado supervisor da sede.
A pregação alcança outras regiões
Em novembro de 1951, Peter Vanderhaegen foi desig-
nado para Manado, Sulawesi do Norte, onde Theo Ratu
e sua esposa tinham formado um pequeno grupo. A
maioria das pessoas na localidade afirmava ser cristã e ti-
nha grande respeito pela Bíblia. Muitos moradores con-
vidavam as Testemunhas de Jeová para entrar e pediam
explicações de doutrinas bíblicas. Geralmente os irmãos
falavam com grupos de dez pessoas. Uns 15 minutos

INDONÉSIA 115
depois, umas 50 pessoas estavam escutando. Em menos
de uma hora, a palestra tinha de continuar no quintal na
frente da casa, com até 200 pessoas presentes.
No início de 1952, Albert e Jean Maltby abriram um
lar missionário em Surabaya, Java Oriental, a segunda
maior cidade da Indonésia. Seis irmãs missionárias se
juntaram a eles: Gertrud Ott, Fredrika Renskers, Susie
e Marian Stoove, Eveline Platte e Mimi Harp. Fredrika
Renskers diz: “A maioria dos habitantes ali era muçulma-
na. Eram pessoas muito amigáveis, não radicais. Muitas

Missionários em Jacarta

116 ANUÁRIO DE 2016


delas pareciam estar esperando pela verdade, por isso era
fácil iniciar estudos bíblicos. Em três anos, a Congrega-
ção Surabaya já tinha 75 publicadores.”
Por volta daquela época, um muçulmano chamado
Azis, de Padang, Sumatra Ocidental, escreveu para a sede
pedindo ajuda para aprender mais sobre a Bíblia. Azis ti-
nha estudado com pioneiros australianos nos anos 30,
mas havia perdido contato com eles durante a ocupação
japonesa. Daí, ele encontrou por acaso um livreto publi-
cado pelas Testemunhas de Jeová. Ele escreveu: “Ver o
endereço de Jacarta no livreto me reanimou.” A sede en-
viou prontamente o superintendente de circuito Frans
van Vliet para Padang. Frans descobriu que Azis tinha fa-
lado com um vizinho, Nazar Ris, um funcionário públi-
co com sede espiritual. Os dois homens e suas famílias
aceitaram a verdade. O irmão Azis se tornou um fiel an-
cião. Nazar Ris se tornou pioneiro especial, e muitos dos
seus filhos são zelosas Testemunhas de Jeová.
Logo depois, Frans van Vliet foi a Balikpapan, Ka-
limantan Oriental. Ali, ele visitou um irmão holan-
dês inativo que estava na Indonésia trabalhando na re-
construção de uma refinaria de petróleo danificada pela
guerra. Frans trabalhou com ele na pregação e o incenti-
vou a dirigir estudos bíblicos com várias pessoas interes-
sadas. Antes de o irmão retornar para a Holanda, ele for-
mou um pequeno grupo em Balikpapan.
Mais tarde, uma irmã recém-batizada, Titi Koetin, se
mudou para Banjarmasin, Kalimantan do Sul. Ela pre-
gou para os parentes na comunidade daiaque, ajudando
muitos deles a aprender a verdade. Alguns desses novos
voltaram para seus povoados isolados em Kalimantan
e formaram grupos que se tornaram fortes congrega-
ções.

INDONÉSIA 117
Frans van Vliet e sua
irmã mais nova Nel

Produção de publicações em indonésio


Com o rápido crescimento da obra de pregação, os ir-
mãos precisavam de ainda mais publicações em indoné-
sio. Em 1951, o livro “Seja Deus Verdadeiro” foi traduzido
para esse idioma, mas as autoridades revisaram a orto-
grafia indonésia, tornando necessário que a sede revisas-
se a tradução.1 Quando o livro foi finalmente publicado,
despertou muito interesse no campo indonésio.
Em 1953, a sede imprimiu 250 exemplares de A Senti-
nela em indonésio, a primeira edição impressa nesse
idioma em 12 anos. Inicialmente, a revista era mimeo-
grafada, tinha 12 páginas e continha apenas os artigos
de estudo. Três anos depois, a revista aumentou para
16 páginas, e uma gráfica comercial imprimia 10 mil
exemplares por mês.
Em 1957, passou a ser impressa a edição mensal de
Despertai! em indonésio. Logo chegou à circulação de
10 mil exemplares. Visto que faltava papel para impres-
são em todo o país, os irmãos precisavam obter uma li-
1 Desde 1945, houve duas grandes reformas na ortografia indonésia,
em grande parte para substituir a grafia holandesa.

118 ANUÁRIO DE 2016


cença para comprar papel. O funcionário do governo
que cuidou do pedido deles disse: “Acho a Menara Penga-
wal (Sentinela) uma das melhores revistas na Indonésia
e fico muito feliz em ajudá-los com a licença para sua
nova revista.”
A obra avança para o leste
Em 1953, Peter Vanderhaegen foi designado para o servi-
ço de circuito na Indonésia. Seu circuito incluía todo o país
e se estendia 5.100 quilômetros de leste a oeste, e 1.800 qui-
lômetros de norte a sul. A fim de cobrir essa vasta região,
ele muitas vezes passou por situações incomuns.
Em 1954, o irmão Peter viajou para a região leste da In-
donésia, uma área com várias formações religiosas. Essa
região incluía as ilhas de Bali, com uma grande popula-
ção hindu; Lombok e Sumbawa, com uma população
predominantemente muçulmana; Flores, que é princi-
palmente católica; e Sumba, Alor e Timor, que na maior
parte é protestante. Viajando em um barco não muito re-
sistente, ele foi pregando ao longo do caminho, fazen-
do breves paradas em várias ilhas até chegar a Kupang,

Peter Vanderhaegen
capital de Timor. Ele contou: “Eu preguei em Timor por
duas semanas. Apesar da chuva forte, distribuí todas as
minhas publicações, consegui 34 assinaturas das revistas
e iniciei vários estudos bíblicos.” Pioneiros especiais cul-
tivaram o interesse demonstrado ali e formaram uma
congregação em Kupang. De lá, as boas novas se espalha-
ram pelas ilhas vizinhas de Rotè, Alor, Sumba e Flores.
Quando os clérigos protestantes em Kupang viram que
seus seguidores davam atenção às Testemunhas de Jeová,
ficaram cheios de ciúme e ira. Certo clérigo de destaque
ordenou que Thomas Tubulau, um funileiro idoso que só
tinha uma das mãos, parasse de estudar com as Testemu-
nhas de Jeová. O clérigo acrescentou que, se Thomas não
parasse de dizer a outros o que tinha aprendido, alguém
seria morto. Thomas disse com coragem: “Nenhum cris-
tão diria isso. Você nunca mais vai me ver na sua igreja.”
Thomas se tornou um zeloso proclamador do Reino, e
sua filha se tornou pioneira especial.
Mesmo assim, os clérigos em Timor estavam determi-
nados a eliminar as Testemunhas de Jeová. Em 1961, eles
conseguiram pressionar o Departamento de Assuntos Re-
ligiosos e as autoridades militares locais a proibir a prega-
ção de casa em casa. O que os irmãos fizeram? Simples-
mente ajustaram seus métodos de testemunho. Falavam
com pessoas nos mercados e junto a poços, na praia com
pescadores voltando da pesca e no cemitério com famí-
lias que estivessem cuidando de sepulturas de parentes.
Depois de um mês, as autoridades militares mudaram de
ideia e anunciaram pelo rádio que todas as religiões em
Timor estavam liberadas. Quando o Departamento de As-
suntos Religiosos insistiu que a pregação de casa em casa
continuasse proibida, os irmãos pediram que isso fosse
colocado por escrito. As autoridades se recusaram. Após

120 ANUÁRIO DE 2016


isso, os irmãos retomaram a pregação de casa em casa
sem impedimento.
Quando os missionários Piet e Nell de Jager e Hans e Su-
sie van Vuure chegaram a Papua em 1962, eles também en-
frentaram oposição do clero da cristandade. Três ministros
de destaque confrontaram os missionários e mandaram
que eles pregassem em outro lugar. Tanto nos sermões re-
ligiosos como na página impressa e no rádio, os clérigos
acusavam falsamente as Testemunhas de Jeová de incitar
oposição ao governo. Eles também tentavam convencer os
paroquianos a desistir de estudar com os missionários, ofe-
reciam suborno ou até os ameaçavam. E pressionavam os
chefes da comunidade local a se opor à pregação.
Mas esses esforços acabaram tendo um efeito contrá-
rio. O chefe de um povoado convidou os missionários a
falar com as pessoas do seu vilarejo. Hans disse: “Depois
de o chefe reunir as pessoas do povoado, eu e Piet fize-
mos dois breves discursos explicando nossa obra. Daí,
nossas esposas demonstraram como bateríamos nas ca-
sas, aceitaríamos o convite para entrar e mostraríamos
uma breve mensagem da Bíblia. O chefe e as pessoas do
povoado gostaram de nossa apresentação e permitiram
que realizássemos nosso trabalho livremente.”
Houve outros acontecimentos similares a esse. Rara-
mente os muçulmanos se opunham à obra de pregação;
quase sempre a oposição vinha do clero da cristandade. E
continua assim até hoje.
‘Levados diante de governadores
para darem testemunho’
Jesus disse a seus discípulos: “Vocês serão levados dian-
te de governadores e reis, por minha causa, para darem
testemunho a eles e às nações.” (Mat. 10:18) Vez após vez
vemos na Indonésia como essas palavras são verdadeiras.

INDONÉSIA 121
Em 1960, um importante teólogo holandês em Jacarta
publicou um livro em que acusava as Testemunhas de
Jeová de serem falsos cristãos. O livro levou muitos cléri-
gos a partir para o ataque contra os irmãos. Por exemplo,
os clérigos de uma cidade escreveram ao Departamen-
to de Assuntos Religiosos acusando as Testemunhas de
Jeová de “confundirem os membros” de outras religiões.
Quando as autoridades convidaram os irmãos a se pro-
nunciar, eles apresentaram os fatos e deram um bom tes-
temunho. Certa autoridade religiosa aconselhou seu co-
lega: “Deixe as Testemunhas de Jeová em paz. Elas estão
despertando os protestantes sonolentos.”
Em 1964, um grupo de clérigos protestantes em Papua

Descarregando caixas do livro Paraíso, 1963

122 ANUÁRIO DE 2016


recorreu à Comissão Parlamentar de Assuntos Religiosos
e Sociais para proibir a obra das Testemunhas de Jeová.
Com isso, os irmãos da sede solicitaram uma audiência
diante da comissão para se defender. Tagor Hutasoit dis-
se: “Falamos com a comissão por quase uma hora e expli-
camos claramente nossa obra educativa bíblica. Certo
político protestante que se opunha a nós nos acusou fal-
samente de provocar distúrbios religiosos em Papua. Mas
a maioria dos muçulmanos da comissão era compreensi-
va. Eles disseram: ‘A Constituição garante a liberdade de
religião, por isso vocês têm o direito de pregar.’ ” Após
essa reunião, uma alta autoridade governamental em Pa-
pua declarou: “O novo governo . . . mantém a liberdade
de religião, e isso também se aplica a todas as novas reli-
giões.”
Chegam mais missionários
Em 9 julho de 1964, o Departamento de Justiça da In-
donésia registrou oficialmente a Associação dos Estu-
dantes da Bíblia, uma entidade jurídica usada pelas Tes-
temunhas de Jeová. Mas, antes que os irmãos pudessem
ter total liberdade de religião, eles precisavam ser regis-
trados no Departamento de Assuntos Religiosos. Esse ór-
gão consultou a Diretoria Geral da Comunidade Cristã,
que era composta por protestantes rigorosos que se opu-
nham fortemente às Testemunhas de Jeová.
Certo dia, um irmão conheceu uma autoridade de
destaque que trabalhava de perto com o Ministério de
Assuntos Religiosos. Os dois homens descobriram que
eram do mesmo povoado, e daí tiveram uma conversa
animada em sua língua nativa. Quando o irmão falou
dos problemas que as Testemunhas de Jeová estavam
tendo com a Diretoria Geral da Comunidade Cristã, o

INDONÉSIA 123
homem providenciou que três irmãos se reunissem com
o ministro, um muçulmano agradável e compreensivo.
Em 11 de maio de 1968, o ministro emitiu um decreto
oficial reconhecendo as Testemunhas de Jeová como
uma religião e reafirmando o direito delas de realizar sua
obra na Indonésia.
Em vez de levar a questão à Diretoria Geral da Comu-
nidade Cristã, aquela autoridade também se ofereceu
para cuidar pessoalmente dos vistos dos missionários es-
trangeiros. Com a ajuda desse homem imparcial, 64 mis-
sionários entraram na Indonésia nos anos seguintes.
Em 1968, já havia mais de 1.200 publicadores e cerca
de 300 missionários e pioneiros especiais divulgando as
boas novas em toda a Indonésia. Os missionários deram
valioso treinamento aos irmãos locais. Essa ajuda acele-
rou o progresso espiritual deles. O treinamento chegou
na hora certa, pois as nuvens de perseguição se aproxi-
mavam rapidamente.
Um “presente de Natal” para os clérigos
Em 1974, a Diretoria Geral da Comunidade Cristã reto-
mou sua antiga campanha para proibir a obra das Teste-
munhas de Jeová. O diretor-geral daquela diretoria es-
creveu a cada escritório regional do Departamento de
Assuntos Religiosos, afirmando falsamente que as Teste-
munhas de Jeová não tinham reconhecimento legal. Ele
incentivou as autoridades locais a agir contra os irmãos
sempre que causassem “dificuldades” — um jeito disfar-
çado de motivar a perseguição contra o povo de Jeová. A
maioria das autoridades não seguiu essa orientação. Mas
outras aproveitaram a oportunidade para proibir as reu-
niões e a pregação de casa em casa.
Por volta dessa época, o Conselho Mundial de Igrejas
(CMI) planejava realizar uma assembleia internacional

124 ANUÁRIO DE 2016


em Jacarta, algo que para os muçulmanos locais era uma
afronta. Visto que as tensões religiosas aumentavam, o
CMI cancelou a assembleia. No entanto, o proselitismo
cristão tinha se tornado um assunto polêmico, e muitos
políticos estavam apreensivos. Como era de esperar, os
clérigos tentaram culpar as Testemunhas de Jeová por re-
clamarem abertamente de sua pregação. Isso fez com
que mais autoridades tivessem uma opinião negativa
das Testemunhas de Jeová.
Em dezembro de 1975, com as tensões religiosas ainda
aumentando, a Indonésia invadiu o Timor-Leste, uma
ex-colônia portuguesa. Sete meses depois, o Timor-Leste
passou a fazer parte da Indonésia, aumentando o fervor
patriótico em todo o país. Mas os irmãos permanece-
ram politicamente neutros e se recusaram a prestar ser-
viço militar ou a saudar a bandeira. Isso despertou a
ira de importantes comandantes militares. (Mat. 4:10;
João 18:36) Como último golpe,
os clérigos exigiram que o gover-
no agisse contra as Testemunhas
de Jeová. Por fim, em meados de
dezembro de 1976, os clérigos re-
ceberam seu “presente de Natal”:
o governo anunciou que as Teste-
munhas de Jeová estavam proscri-
tas.

Em 24 de dezembro de 1976,
um jornal anunciou a proibição
da obra das Testemunhas de
Jeová

125
Titi Koetin
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1928
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1957
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Uma irmã que,
com jeito, ajudou seu marido
opositor a aprender a
verdade. — Narrado por seu
filho Mario Koetin.

Uma verdadeira ‘filha de Sara’


MINHA mãe era uma pessoa amorosa e extrovertida que
amava a Bíblia. Quando conheceu Gertrud Ott, uma mis-
sionária em Manado, Sulawesi do Norte, ela logo começou
a estudar a Bíblia e aceitou a verdade. Mas meu pai, Erwin,
que tinha um cargo importante num banco e mais tarde foi
presidente da Bolsa de Valores de Jacarta, se opôs forte-
mente.
Um dia, meu pai deu uma escolha à minha mãe.
“Sua religião ou seu marido, decida!”, gritou ele.
Minha mãe pensou bastante. Daí, respondeu de modo
calmo: “Eu quero os dois: meu marido e Jeová.”
Meu pai ficou sem palavras, e sua ira desapareceu.
Com o tempo, meu pai ficou mais tolerante, pois amava
muito minha mãe e valorizava muito a sabedoria e o bom
senso dela.
Mas minha mãe queria servir a Jeová junto do seu mari-
do. Depois de orar sinceramente sobre isso, ela se lem-
brou de que meu pai amava aprender idiomas. Por isso,

126 ANUÁRIO DE 2016


ela decidiu espalhar textos
bíblicos em inglês pela casa. Minha mãe
Ela disse para ele: “Estou era uma mulher
querendo melhorar meu in-
glês.” Sabendo que ele dava
decente, respeitosa
valor à arte de falar em pú- e profundamente
blico, ela também lhe pe- espiritual que
diu que a ajudasse a treinar influenciou a todos
suas partes na Escola do Mi- que a conheceram
nistério Teocrático. Ele con-
cordou. Tendo em mente que ele era hospitaleiro, ela per-
guntou se eles poderiam hospedar o superintendente de
circuito. Ele disse que sim. E, sabendo que meu pai tinha
muito carinho pela família, com jeito ela o convidou a se
sentar com eles nos congressos. E ele aceitou.
A paciência e os esforços sutis de minha mãe aos pou-
cos amoleceram o coração de meu pai. Mais tarde, quan-
do nossa família morou na Inglaterra, ele passou a assistir
às reuniões conosco. Ele fez amizade com John Barr, que
se tornou membro do Corpo Governante das Testemunhas
de Jeová. Naquele mesmo ano, meu pai foi batizado e mi-
nha mãe ficou extremamente feliz. Nos anos que se segui-
ram, ele tratou minha mãe com muito carinho.
Alguns de nossos amigos comparam minha mãe à Lídia,
uma cristã do primeiro século que mostrou uma hospitali-
dade notável. (Atos 16:14, 15) Mas eu costumo pensar
nela como Sara, que com alegria se sujeitou ao seu mari-
do, Abraão. (1 Ped. 3:4-6) Minha mãe era uma mulher de-
cente, respeitosa e profundamente espiritual que influen-
ciou a todos que a conheceram. Foi o exemplo dela que
ajudou meu pai a aceitar a verdade. Para mim, ela era uma
verdadeira ‘filha de Sara’.

INDONÉSIA 127
Uma assembleia inesquecível
DE 15 a 18 de agosto de 1963, centenas de publicadores
de todo o país e 122 visitantes internacionais foram à cida-
de de Bandung, Java Ocidental. Eles vieram para a Assem-
bleia “Boas Novas Eternas”, a primeira assembleia inter-
nacional realizada na Indonésia.
Os irmãos tiveram de vencer vários desafios para reali-
zar a assembleia. O local foi mudado três vezes devido às
comemorações do Dia da Independência. Por causa da in-
flação, as autoridades aumentaram a tarifa dos transpor-
tes em 400%. Com isso, alguns irmãos simplesmente ajus-
taram seu meio de transporte. Para chegar à assembleia,
certo irmão caminhou por seis dias. Já 70 irmãos de Sula-
wesi viajaram cinco dias em barcos lotados, em conveses
ao ar livre.
Na assembleia, os irmãos indonésios ficaram emociona-
dos de conhecer seus irmãos cristãos de outros países,
incluindo dois membros do corpo governante, Frederick
Franz e Grant Suiter. Um irmão que estava visitando disse:
“Os irmãos aqui parecem tão felizes; eles dão muitas risa-
das e estão sempre sorrin-
do.”
Mais de 750 pessoas as-
sistiram à assembleia, e 34
foram batizadas. Ronald
Jacka disse: “Essa assem-
bleia histórica motivou mui-
tos interessados a servir a
Jeová. E deixou os irmãos
empolgados para realizar a
1963, Ronald Jacka (à direita), obra de Deus.”
com um intérprete, dando um
discurso na Assembleia
“Boas Novas Eternas”
Ronald Jacka
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1928
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1941
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Serviu como
supervisor da sede da
Indonésia por mais
de 25 anos.

Sobrevivi a uma revolta comunista


ERA a madrugada de 1.° de outubro de 1965. Tropas li-
gadas ao Partido Comunista da Indonésia tentaram dar
um golpe de Estado, matando seis generais de destaque.
A reação do governo foi rápida e cruel. No que foi descrito
como um “surto de violência” nacional, cerca de 500 mil
supostos comunistas foram assassinados.
Várias semanas após a fracassada tentativa de golpe,
um comandante militar de destaque veio falar comigo.
Ele disse que meu nome estava no topo da lista de líde-
res religiosos em nossa região que os comunistas plane-
javam matar. O comandante até mesmo se ofereceu para
mostrar onde minha sepultura havia sido preparada, mas
com jeito rejeitei. Num clima politicamente tenso, eu não
queria ser visto ao lado dele e assim colocar em risco mi-
nha reputação como um cristão neutro.

INDONÉSIA 129
Alisten Lumare
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1927
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1962
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Ex-inspetor
de polícia que serviu como
pioneiro especial por mais
de 50 anos.

Pioneiro especial por 50 anos


EM 1964, fui designado pioneiro especial em Manokwa-
ri, Papua Ocidental, onde uma pequena congregação en-
frentava severa oposição do clero. Pouco depois de eu
chegar, um ministro protestante veio à minha casa explo-
dindo de raiva.
Ele gritou: “Vou destruir esta casa e livrar Manokwari
das Testemunhas de Jeová!”
Como eu tinha sido policial, não fiquei intimidado pelas
ameaças dele. Falei com ele de modo calmo, e por fim
ele foi embora em paz. — 1 Ped. 3:15.
Naquela época, Manokwari tinha oito publicadores.
Hoje, uns 50 anos depois, há sete congregações na re-
gião. Mais de 1.200 pessoas assistiram ao congresso
em 2014. Quando vejo o que Jeová realizou nessa região
isolada, sinto uma satisfação muito grande.

130 ANUÁRIO DE 2016


Hisar Sormin
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1911
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1952
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Ex-chefe do
crime organizado que com
o tempo se tornou membro
da Comissão de Filial.

De chefe do crime organizado


a cidadão respeitado
CERTA VEZ, o diretor do serviço de inteligência chamou o
irmão Hisar ao escritório do procurador-geral.
O diretor disse: “Você é indonésio, por isso, seja since-
ro comigo. O que as Testemunhas de Jeová estão real-
mente fazendo na Indonésia?”
O irmão Hisar respondeu: “Vou lhe contar minha histó-
ria. Eu já fui chefe de uma quadrilha, mas agora ensino às
pessoas sobre a Bíblia. É isso o que as Testemunhas de
Jeová estão fazendo na Indonésia — ajudando pessoas
como eu, que não prestavam, a se transformarem em
bons cidadãos.”
O diretor disse mais tarde: “Escuto muitas reclamações
contra as Testemunhas de Jeová. Mas sei que é uma boa
religião, pois ajudou Hisar Sormin a mudar de vida.”

INDONÉSIA 131
1977 a 2001

“Perseguidos por causa da justiça.”


— Mat. 5:10.

Publicadores 16.000

Pioneiros 14.000

12.000

10.000

8.000

6.000

4.000

2.000

0
1977 1980 1985 1990 1995 2001
Assembleia realizada sob proscrição com parte
da assistência em um barco

Decididos a prosseguir
Quando os irmãos na sede ficaram sabendo da pros-
crição, agiram imediatamente. Ronald Jacka conta:
“Transferimos nossos registros confidenciais, supri-
mentos de publicações e recursos financeiros da sede
para lugares seguros espalhados por toda Jacarta. Daí,
mudamos a sede para um local secreto e discretamente
vendemos a propriedade anterior.”
No geral, os irmãos mostraram coragem e perma-
neceram ativos. Antes da proscrição, eles tinham en-
frentado duras provações, mas continuaram a confiar
em Jeová. No entanto, alguns irmãos foram pegos des-
prevenidos. Houve casos de anciãos que ficaram com
medo e assinaram documentos concordando em parar
de pregar. Outros revelaram o nome de membros da
congregação. A sede do país enviou irmãos maduros
para fortalecer as congregações e ajudar os que tinham
cedido à pressão. John Booth, membro do Corpo Go-
vernante, também visitou a Indonésia e deu conselhos
amorosos muito necessários.
Sem dúvida Jeová, o Grandioso Pastor, estava fortale-
cendo e consolando seu povo. (Eze. 34:15) Cada vez
mais os anciãos passaram a exercer a liderança espiri-
tual, e os publicadores encontraram formas novas e
discretas de pregar. (Mat. 10:16) Por exemplo, muitos
irmãos compravam Bíblias modernas e de preço acessí-
vel da Sociedade Bíblica Indonésia. Eles as ofereciam
aos moradores e, sempre que possível, apresentavam
a mensagem do Reino com tato. Outros distribuíam

INDONÉSIA 133
nossas publicações às pessoas interessadas depois de ar-
rancar a página editora. Muitos pioneiros continuaram
a pregar fingindo ser vendedores de porta em porta, as-
sim como os irmãos haviam feito anos antes durante a
ocupação japonesa.
Então, em 1977, o Departamento de Assuntos Religio-
sos atacou de novo as Testemunhas de Jeová — eles se
recusaram a renovar o visto dos missionários. A maioria
dos missionários recebeu novas designações em outros
países.1 Norbert Häusler, que serviu com a esposa, Mar-
garete, em Manado, Sulawesi do Norte, diz: “Cente-
nas de irmãos vieram se despedir de nós no aeroporto.
1 Três missionários foram autorizados a ficar no país: Marian Tambunan
(antes Stoove), pois tinha se casado com um indonésio, e os veteranos Pe-
ter Vanderhaegen e Len Davis, porque tinham mais de 60 anos. Os três per-
maneceram ativos e tiveram um ministério produtivo durante a proscrição.

Margarete e Norbert Häusler

134 ANUÁRIO DE 2016


Caminhamos até as escadas do avião e olhamos para
trás. Um mar de pessoas acenava para nós, e as seguin-
tes palavras ecoavam pela pista: ‘Obrigado. Obrigado
por tudo.’ Entramos no avião e começamos a chorar.”
Maus-tratos em Sumba
Conforme a notícia da proibição da obra se espalhava
pelo país, a União de Igrejas da Indonésia incentivava
seus membros a denunciar qualquer atividade das Teste-
munhas de Jeová para as autoridades. Isso deu início a
uma onda de prisões e interrogatórios em muitas ilhas.
Em Waingapu, na ilha de Sumba, o comandante mili-
tar distrital convocou 23 irmãos a comparecer ao campo
militar e mandou que assinassem uma declaração re-
nunciando sua fé. Quando os irmãos se recusaram a fa-
zer isso, o comandante ordenou que retornassem no dia
seguinte, uma viagem de 14 quilômetros a pé, ida e volta.
Os irmãos se apresentaram ao comandante cedo na
manhã seguinte. Eles foram chamados um por vez e or-
denados a assinar a declaração. Quando um irmão se re-
cusava a assinar, soldados o espancavam com galhos
cheios de espinhos. Os soldados ficavam tão violentos
que chegavam a deixar alguns irmãos inconscientes.
Enquanto isso, os outros irmãos esperavam sua vez. Por
fim, um irmão jovem chamado Mone Kele deu um pas-
so à frente, pegou a declaração e começou a escrever
nela. Ao verem isso, bateu uma tristeza no coração dos
irmãos. E o comandante? Ele ficou louco de raiva, por-
que o que Mone tinha escrito era: “Vou ser Testemunha
de Jeová para sempre!” Mone foi espancado e acabou
no hospital, mas permaneceu leal a Jeová.
Por 11 dias o comandante tentou fazer com que os ir-
mãos desistissem de sua fé. Ele mandou que ficassem

INDONÉSIA 135
de pé o dia inteiro no sol
“Estar na prisão me quente. Também os forçou a
ensinou a confiar engatinhar por vários quilô-
mais em Jeová metros e a correr longas dis-
e, na verdade, tâncias com cargas pesadas.
me fortaleceu Com uma arma no pescoço
espiritualmente.” deles, o comandante lhes or-
denou que saudassem a ban-
deira; mesmo assim, eles recusaram. Por isso, o coman-
dante mandou que eles fossem espancados ainda mais.
Toda manhã os irmãos se arrastavam para o campo se
perguntando que novos tormentos os aguardavam. No
caminho, eles oravam juntos e encorajavam uns aos ou-
tros a permanecer leal. No fim de cada dia, eles volta-
vam para casa muito feridos, mas alegres de terem per-
manecido fiéis a Jeová.
Ao saber que os irmãos estavam sendo maltratados, a
sede da Indonésia imediatamente protestou contra isso,
telegrafando para comandantes militares importantes
em Waingapu, Timor, Bali e Jacarta, além de outras au-
toridades de destaque. Envergonhado de que seu trata-
mento cruel estava sendo conhecido em toda a Indo-
nésia, o comandante militar em Waingapu parou de
perseguir os irmãos.
“As Testemunhas de Jeová são como pregos”
Nos anos que se seguiram, inúmeras Testemunhas de
Jeová em toda a Indonésia foram presas, interrogadas e
agredidas fisicamente. Bill Perrie, que serve como missio-
nário, conta: “Em certa região, muitos irmãos perde-
ram os dentes da frente em resultado de espancamento.
Quando encontravam um irmão que ainda tinha os den-
tes da frente, eles brincavam: ‘Você ainda tem dentes? Ou

136 ANUÁRIO DE 2016


você é novo na verdade ou não está permanecendo fiel!’
Apesar dessas provações, aqueles que foram perseguidos
nunca perderam a alegria e o zelo de servir a Jeová.”
Num período de 13 anos, 93 Testemunhas de Jeová re-
ceberam sentenças que variavam de dois meses a quatro
anos de prisão. Esses maus-tratos apenas fortaleceram
sua determinação de permanecerem leais a Jeová. De-
pois de cumprir oito meses de prisão, Musa Rade visitou
os irmãos em sua região para incentivá-los a continuar a
pregar. Ele disse: “Estar na prisão me ensinou a confiar
mais em Jeová e, na verdade, me fortaleceu espiritual-
mente.” Não é de admirar que algumas pessoas tenham
dito: “As Testemunhas de Jeová são como pregos. Quan-
to mais você bate nelas, mais firmes elas ficam.”

Publicadores indo pregar em Ambon, Molucas

INDONÉSIA 137
Eles não deixaram de se reunir
Durante a proscrição, a maioria das congregações
continuou a se reunir na casa dos irmãos. Mas, para
evitar chamar atenção, muitas congregações não can-
tavam os cânticos do Reino. As autoridades invadiam
alguns locais de reunião, mas em geral isso não era um
grande problema.
Muitas vezes os irmãos usavam reuniões de família e
festas de casamento para realizar assembleias. Tagor
Hutasoit disse: “Os casais costumavam registrar seu ca-
samento e obter uma permissão da polícia para fazer
uma grande festa. Nessa ocasião, os noivos ficavam
sentados no palco enquanto os irmãos proferiam vá-
rios discursos bíblicos.”
Em certa assembleia, um policial foi falar com Tagor.
O policial perguntou: “A maioria dos casamentos
dura apenas duas ou três horas. Por que os casamentos
de vocês duram o dia inteiro?”
Tagor respondeu: “Alguns noivos têm vários proble-
mas e precisam de muitos conselhos da Bíblia.”
Satisfeito, o policial respondeu: “É, faz sentido.”

138
Certa vez, os irmãos conseguiram realizar parte do
Congresso de Distrito “Unidade do Reino”, de 1983,
num grande estádio em Jacarta. Como? Eles usaram
um disfarce: realizaram vários casamentos de uma só
vez. Um auge de quase 4 mil irmãos e pessoas interes-
sadas assistiu ao congresso, e 125 pessoas foram batiza-
das de modo discreto antes do programa. Mais tarde,
quando a proscrição já não era tão severa, os irmãos
realizaram congressos ainda maiores: num desses con-
gressos a assistência foi de mais de 15 mil pessoas.

Os irmãos aproveitavam
casamentos para realizar
assembleias
Construção da sede sob proscrição
Nos anos 80 e 90, a sede pediu vez após vez ao gover-
no que acabasse com a proscrição das Testemunhas de
Jeová. Irmãos ao redor do mundo também escreveram
aos embaixadores da Indonésia em seus países e ao go-
verno indonésio perguntando por que as Testemunhas
de Jeová estavam proscritas. Muitas autoridades eram
a favor de acabar com a proscrição, mas várias vezes a
influente Diretoria Geral da Comunidade Cristã atra-
palhou seus esforços.
Em 1990, os irmãos acharam que daria para cons-
truir uma nova sede num local discreto. Naquele mes-
mo ano, o Corpo Governante aprovou a compra de
uma propriedade perto de Bogor, uma pequena cidade
a cerca de 40 quilômetros ao sul de Jacarta. Mas pou-
cos irmãos locais sabiam trabalhar com construção.
Como então a nova sede seria construída?
A resposta veio da fraternidade internacional. O Es-
critório de Construção em Brooklyn, EUA, e o Escritó-
rio Regional de Engenharia na Austrália enviaram as
plantas. Uns cem voluntários internacionais com ex-
periência em construção participaram nesse projeto
de dois anos.
Hosea Mansur, um irmão indonésio que agia como
intermediário com as autoridades locais, disse: “Quan-
do autoridades muçulmanas viram as iniciais do meu
nome no meu capacete, H.M., imaginaram que a letra
H significava ‘Hājjī’, um título muito respeitado dado
aos que fazem peregrinação para Meca. Por isso, eles
me trataram com muito respeito. Esse pequeno mal-
entendido facilitou a organização da obra.”

140 ANUÁRIO DE 2016


Esta sede foi construída durante a proscrição

A nova sede foi dedicada em 19 de julho de 1996.


John Barr, membro do Corpo Governante, fez o
discurso de dedicação. Entre os 285 presentes esta-
vam 118 servos do tempo integral especial de outros
países, ex-missionários e os 59 membros da família
de Betel da Indonésia. Nos dois dias que se segui-
ram, 8.793 pessoas assistiram ao Congresso de Distrito
“Mensageiros da Paz Divina” em Jacarta.
Jeová liberta seu povo
Em 1998, o presidente da Indonésia, Soeharto (Su-
harto), renunciou ao cargo depois de um longo man-
dato, abrindo o caminho para um novo governo.

INDONÉSIA 141
Os irmãos, por sua vez, aumentaram seus esforços para
que a proscrição à nossa obra fosse suspensa.
Em 2001, o Secretário de Estado da Indonésia, Djo-
han Effendi, visitou Nova York e conheceu o Betel de
Brooklyn. Lá, ele se reuniu com três membros do Cor-
po Governante. Djohan Effendi ficou muito impres-
sionado com tudo o que viu e admitiu que as Teste-
munhas de Jeová têm uma boa reputação no mundo
inteiro. Ele era a favor de acabar com a proscrição, mas
disse que a decisão final estava nas mãos do procura-
dor-geral da Indonésia, Marzuki Darusman.
O procurador-geral também concordava com o fim
da proscrição, mas havia autoridades em seu departa-
mento que se opunham à nossa obra. Por isso, fica-
vam adiando uma decisão na esperança de que o pro-
curador-geral fosse logo substituído. Finalmente, em
1.° de junho de 2001, Tagor Hutasoit foi chamado
ao escritório do procurador-geral. Tagor disse: “Uns
25 anos atrás, naquele mesmo escritório, me entrega-
ram um documento que informava que as Testemu-
nhas de Jeová estavam proscritas. Mas, naquele dia, o
último do procurador-geral no cargo, ele me deu um
documento que anulava a proscrição.”
Em 22 de março de 2002, o Departamento de Assun-
tos Religiosos deu o registro legal para as Testemunhas
de Jeová na Indonésia. O diretor-geral do departamen-
to disse aos representantes da sede: “Não é esse registro
que dá a vocês a liberdade de adoração. É Deus quem
dá essa liberdade. Tudo o que esse documento faz é de-
clarar que sua religião é reconhecida oficialmente pelo
governo. Vocês têm agora os mesmos direitos que as
outras religiões, e o governo está ao seu dispor.”

142 ANUÁRIO DE 2016


Amor cristão quando
ocorrem desastres
A VIDA dos indonésios frequentemente é afetada por terre-
motos, tsunamis e vulcões. Mas, quando um desastre
acontece, as Testemunhas de Jeová agem rapidamente
para ajudar as vítimas, em especial seus irmãos na fé.
Por exemplo, em 2005, um terremoto muito forte arrasou
Gunungsitoli, a maior cidade na ilha de Nias, em Sumatra
do Norte. Sem demora, as congregações na ilha de Suma-
tra, que fica perto de Nias, e a sede do país enviaram su-
primentos para a região afetada. O superintendente da-
quele circuito e um representante da sede viajaram até a
ilha para encorajar e consolar os irmãos. Yuniman Harefa,
ancião de uma congregação em Nias, disse: “As pessoas à
nossa volta estavam paralisadas de medo. Mas a organi-
zação de Deus agiu bem rápido, o que nos deu a certeza
de que não estávamos sozinhos.”

INDONÉSIA 143
Daniel Lokollo
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1965
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1986
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Um pioneiro
especial que se manteve
firme apesar de perseguição.

Nós nos apegamos à nossa fé


ERA 14 de abril de 1989. Estávamos fazendo uma reunião
numa casa em Maumere, uma cidade da ilha de Flores. De
repente, autoridades do governo invadiram o local. Eu e
mais três pessoas fomos presos.
Os guardas da prisão tentaram nos obrigar a saudar a
bandeira. Nós nos recusamos a fazer isso. Então, os guar-
das começaram a nos espancar e a nos dar pontapés, e
nos fizeram ficar de pé sob o sol escaldante por cinco dias.
À noite, em nossas celas apertadas, tremíamos de frio so-
bre o chão de cimento. Estávamos imundos, exaustos e
sentindo muitas dores por causa dos ferimentos. O carce-
reiro falou várias vezes para desistirmos e saudarmos logo
a bandeira. Nós respondemos: “Podemos até morrer, mas
não vamos saudar a bandeira.” Assim como aconteceu
com muitos cristãos do passado, para nós foi um privilégio
‘sofrer por causa da justiça’. — 1 Ped. 3:14.

144 ANUÁRIO DE 2016


Blasius da Gomes
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1963
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1995
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Um ancião que,
como um pastor amoroso,
cuidou dos irmãos durante
um conflito religioso em
Ambon (parte das ilhas
Molucas).

A obediência salvou nossas vidas


A TENSÃO entre muçulmanos e cristãos aumentava. Em
19 de janeiro de 1999, a uns três quilômetros de casa, co-
meçou uma onda de violência. A situação era caótica.1
Depois de garantir que minha família estava segura, te-
lefonei para outros publicadores da congregação para sa-
ber como estavam. Eu disse para eles manterem a calma
e não passarem por áreas perigosas. Mais tarde, os an-
ciãos visitaram os publicadores para fortalecê-los e incen-
tivá-los a realizar as reuniões em grupos pequenos.
A sede nos orientou a levar os publicadores que mora-
vam em áreas perigosas para um lugar seguro, e avisamos
várias famílias sobre essa orientação. Um irmão se recu-
sou a deixar sua casa e ele acabou sendo assassinado por
uma turba armada. Mas todos aqueles que seguiram a
orientação da sede sobreviveram.
1 O conflito durou mais de dois anos e se espalhou pela província de Molu-
cas. Dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

INDONÉSIA 145
2002 a 2015

A obra avança

Publicadores
Pioneiros
25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0
2002 2005 2010 2015
Pregando em uma feira em Jacarta

A obra ganha impulso


A notícia de que as Testemunhas de Jeová haviam rece-
bido liberdade de adoração foi um golpe duro para os lí-
deres das igrejas da cristandade. Para exigir que o go-
verno voltasse atrás na decisão, sete igrejas protestantes
realizaram um seminário em Jacarta. Mais de 700 cléri-
gos e líderes dessas igrejas estiveram presentes. Mas o go-
verno não cedeu.
Ao passo que a notícia do fim da proscrição se espalha-
va pelo país, muitas pessoas interessadas escreviam à
sede pedindo publicações ou estudos bíblicos. Em 2003,
mais de 42 mil pessoas assistiram à Celebração — mais do
que o dobro de publicadores no país. No mesmo ano,
mais de 10 mil pessoas assistiram a uma assembleia em
Jacarta, incluindo uma autoridade importante do Depar-
tamento de Assuntos Religiosos. Ele ficou impressionado
de ver adultos e crianças procurarem em suas Bíblias os
textos citados. A autoridade garantiu aos irmãos que esta-
va decidido a corrigir as ideias erradas das pessoas sobre
as Testemunhas de Jeová.
O fim da proscrição abriu as portas para que missioná-
rios voltassem ao país. Os primeiros a voltar foram Josef
e Herawati Neuhardt1 (das ilhas Salomão), Esa e Wilhel-
mina Tarhonen (de Taiwan), Rainer e Felomena Teich-
mann (de Taiwan), e Bill e Nena Perrie (do Japão). Depois
deles, missionários recém-formados em Gileade foram
designados para Sumatra do Norte, Kalimantan, Sulawe-
si do Norte e outras áreas mais afastadas.
1 A biografia de Herawati Neuhardt foi publicada na Despertai! de feve-
reiro de 2011.

INDONÉSIA 147
Em 2005, a sede deu início a duas novas escolas teocrá-
ticas. Uma delas foi a Escola de Treinamento Ministerial
(agora Escola para Evangelizadores do Reino). Julianus Be-
nig, instrutor dessa escola, disse: “Eu gostei muito de po-
der ajudar os alunos a melhorar seu ensino e sua oratória,
e também a se tornarem ainda mais úteis para a organiza-
ção.” Muitos dos que se formaram nessa escola hoje são
pioneiros especiais ou superintendentes de circuito. A ou-
tra escola foi a Escola para Superintendentes Viajantes
(agora Escola para Superintendentes de Circuito e Suas Es-
posas). A maioria dos irmãos da primeira turma dessa es-
cola havia recebido seu primeiro treinamento na época
em que a obra estava proscrita. A nova escola os ajudou a
cuidar de suas designações após o fim da proscrição. Pon-
co Pracoyo, da primeira turma, disse: “A escola me ajudou
a ter mais empatia e a entender a seriedade de meu papel
como superintendente de circuito. Ela me fortaleceu e me
motivou muito!”

“Eu gostei muito de


poder ajudar os
alunos a melhorar
seu ensino e sua
oratória.”
— Julianus Benig

148 ANUÁRIO DE 2016


Atendendo a uma necessidade urgente
Durante os 25 anos da proscrição, a maioria das con-
gregações na Indonésia se reunia em casas pequenas.
Poucas congregações tinham recursos para construir um
Salão do Reino, e obter alvarás de construção era qua-
se impossível. Como muitas congregações já estavam
transbordando de publicadores, os irmãos precisavam
de novos locais de reunião. Para cuidar dessa necessida-
de urgente, a sede criou um Departamento de Constru-
ção de Salões do Reino (agora Departamento Local de
Projeto/Construção).
Uma das primeiras regiões a entrar no novo programa
de construção foi a ilha Nias, em Sumatra do Norte. Hao-
go’aro Gea, que há muitos anos pertence à Congregação
Gunungsitoli, diz: “Quando soubemos que teríamos um
novo Salão do Reino, ficamos muito felizes. A sede man-
dou sete voluntários para supervisionar a construção. O
salão ficou pronto em 2001.” Faonasökhi Laoli, membro
da comissão local de construção, conta: “Antes, nós nos
reuníamos em casas pequenas, e as pessoas menospreza-
vam as Testemunhas de Jeová. Mas, assim que o Salão do
Reino ficou pronto, a média de assistência pulou de 20
para 40. Em menos de um ano, nosso aumento já ultra-
passava 500%. Nosso salão é mais bonito que os prédios
religiosos daqui da região, e agora as pessoas respeitam as
Testemunhas de Jeová.”
Em 2006, em Bandung, Java Ocidental, os irmãos co-
meçaram a procurar um local para construir o primeiro
Salão do Reino da cidade. Singap Panjaitan, um dos an-
ciãos que participou da comissão de construção, diz: “Le-
vou um ano para encontrarmos o local adequado. Mas as
autoridades só nos dariam o alvará de construção se con-
seguíssemos a autorização de pelo menos 60 vizinhos

INDONÉSIA 149
que não fossem Testemunhas de Jeová. Conseguimos a
autorização de 76 vizinhos. Até mesmo uma mulher in-
fluente, que no começo não queria a construção, acabou
concordando. Quando o salão ficou pronto, nós prepara-
mos uma recepção e convidamos as pessoas da região e o
prefeito de Bandung. O prefeito falou: ‘O local de vocês é
muito limpo e organizado. É um padrão para todas as ou-
tras igrejas.’ ” O Salão do Reino, de dois andares, foi dedi-
cado em 2010.
Desde 2001, já foram construídos mais de cem Salões do
Reino na Indonésia, mas a necessidade ainda é grande.

Salão do Reino em Bandung

150 ANUÁRIO DE 2016


Declarando o nome de Jeová com orgulho
Durante os muitos anos da proscrição, os irmãos na
Indonésia precisaram seguir o conselho de Jesus: “Sejam
cautelosos como as serpentes, mas inocentes como as
pombas.” (Mat. 10:16) Mas, com a obra liberada, muitos ti-
veram de aprender a pregar “com coragem”. — Atos 4:31.
Por exemplo, alguns irmãos hesitavam em pregar de
casa em casa e se concentravam nas revisitas e nos estu-
dos bíblicos. Outros preferiam não falar com muçulma-
nos. Havia também aqueles que, em vez de se apresen-
tarem como Testemunhas de Jeová, apenas diziam que
eram cristãos. Eles até mesmo preferiam usar traduções
da Bíblia feitas por outras religiões a usar a Tradução do
Novo Mundo.1 E ainda outros não costumavam oferecer
publicações bíblicas.
Alguns desses hábitos foram herdados da época da
proscrição. Outros tinham raízes na própria cultura indo-
nésia: as pessoas preferem ceder a arrumar briga; prefe-
rem ser mais sutis a falar logo o que pensam. Como aju-
dar os irmãos a corrigir seu modo de pensar?
Jeová forneceu essa ajuda por meio de conselhos bon-
dosos de irmãos experientes. (Efé. 4:11, 12) Por exemplo,
quando Stephen Lett, membro do Corpo Governante, vi-
sitou a Indonésia em 2010, ele incentivou os irmãos a de-
fender o nome de Deus por usarem a Tradução do Novo
Mundo na pregação. Misja Beerens, que serve como mis-
sionário, conta: “O discurso do irmão Lett mexeu muito
com os publicadores. Eles viram a importância de as Tes-
temunhas de Jeová se destacarem como diferentes e de
defenderem com orgulho a Palavra de Deus.”
1 Depois de sete anos de muito trabalho sob proscrição, a Tradução do
Novo Mundo completa em indonésio foi lançada em 1999. Alguns anos de-
pois, também foram traduzidos para o indonésio os volumes da enciclopé-
dia bíblica Estudo Perspicaz das Escrituras e a Watchtower Library (Bibliote-
ca da Torre de Vigia) em CD-ROM — uma façanha e tanto!

INDONÉSIA 151
Muitas vezes os muçulmanos indonésios associam as
Testemunhas de Jeová com outras religiões que se dizem
cristãs. Por isso, o Ministério do Reino em indonésio deu
uma sugestão bem útil: “Geralmente é melhor se identi-
ficar como Testemunha de Jeová logo no início da conver-
sa. . . . Temos orgulho de representar a Jeová, e queremos
que as pessoas de nosso território saibam seu nome e o
que ele fará no futuro.” Shinsuke Kawamoto, que serve
na sede da Indonésia, diz: “Essa abordagem é direta, mas,
como é feita com tato, dá certo. Muitos muçulmanos
têm curiosidade sobre as Testemunhas de Jeová. Eles
querem saber por que somos diferentes. Isso nos dá uma
ótima oportunidade de falar sobre a verdade.”
Outro incentivo que os publicadores receberam foi au-
mentar a distribuição de A Sentinela e Despertai!. Lothar
Mihank, coordenador da Comissão de Filial, explica: “As
pessoas só vão saber quem a gente é se lerem nossas re-
vistas. Elas ‘preparam o terreno’ e deixam as pessoas
mais receptivas à verdade. Quando distribuímos as revis-
tas em toda ocasião, damos a mais pessoas a oportunida-
de de aprender sobre Jeová.”
O testemunho público faz sucesso
Em 2013, a sede da Indonésia começou a realizar dois
novos métodos de pregação, aprovados pelo Corpo Go-
vernante: o testemunho público especial em regiões me-
tropolitanas e o testemunho público pelas congregações.
Esses métodos inovadores permitem que cada vez mais
pessoas na Indonésia ouçam as boas novas.
Um dos primeiros locais a ter uma mesa de testemu-
nho público foi um grande shopping de eletrônicos em
Jacarta Ocidental. Depois, as congregações começaram a
colocar carrinhos e mesas em seus territórios. Em menos
de um ano, já havia mais de 400 carrinhos e mesas

152 ANUÁRIO DE 2016


INDONÉSIA 153
espalhados em várias cidades de toda a Indonésia. Será
que esse novo método de pregação está dando certo?
Yusak Uniplaita, um ancião em Jacarta, conta: “Antes
do testemunho público, a nossa congregação pedia por
mês 1.200 revistas. Seis meses depois, começamos a pe-
dir 6 mil revistas. E agora estamos pedindo 8 mil. Nós
também estamos distribuindo muitos livros e brochu-
ras.” Em Medan, Sumatra do Norte, um pequeno grupo
de pioneiros colocou carrinhos em três lugares. Só no
primeiro mês, foram deixados 115 livros e umas 1.800 re-
vistas. Dois meses depois, uns 60 pioneiros em sete luga-
res distribuíram mais de 1.200 livros e 12.400 revistas.
Jesse Clark, que serve como missionário, diz: “Os irmãos
estão muito empolgados. Com esses novos métodos de
pregação, vimos que a obra na Indonésia tem um grande
potencial de crescimento. Sem dúvida, o testemunho pú-
blico veio para ficar!”
Usando o idioma que toca o coração
A Indonésia está bem no meio de uma das regiões de
maior variedade linguística do mundo.1 Embora a maioria
das pessoas fale o indonésio, muitas também falam algum
outro idioma local — o idioma que toca o seu coração.
Em 2012, a sede da Indonésia fez um levantamento
das necessidades desse campo linguístico tão variado.
Tom Van Leemputten diz: “Nós começamos a traduzir
publicações para 12 idiomas que são falados por uns
120 milhões de pessoas. Quando os tradutores do java-
nês viram impresso o primeiro folheto nesse idioma, eles
choraram de alegria. Finalmente tinham alimento espiri-
tual na sua própria língua!”
Apesar disso, quase todas as congregações continua-
1 Na Indonésia são falados 707 idiomas. Na vizinha Papua-Nova Guiné,
que fica ao leste, são falados 838.

154 ANUÁRIO DE 2016


vam a realizar reuniões em indonésio, mesmo em áreas
em que a maioria das pessoas falava um idioma nativo.
Lothar Mihank se lembra: “Em 2013, eu e minha esposa,
Carmen, assistimos a uma assembleia de dois dias na ilha
Nias, em Sumatra do Norte. Havia umas 400 pessoas na
assistência. A maioria falava o idioma nias, mas todos os
discursos foram em indonésio. Depois de consultar os
oradores, anunciamos para a assistência que o programa
do segundo dia seria em nias. No dia seguinte, o audi-
tório ficou lotado com mais de 600 pessoas.” Carmen
acrescenta: “Ficou claro que a assistência prestou mais
atenção ao programa em nias do que no dia anterior,
quando os discursos foram feitos em indonésio. Eles fica-
ram muito felizes de ouvir — e entender plenamente — a
mensagem da Bíblia em sua própria língua.”

Equipe de tradução do bataque-toba, Sumatra do Norte

INDONÉSIA 155
A TRADUÇÃO EM NÚMEROS
INDONÉSIO
é o idioma comum São falados
falado pela maioria 707 idiomas
das pessoas na Indonésia

DEPARTAMENTO DE TRADUÇÃO:

37 EQUIPES Traduzem para Trabalham em


DE TRADUÇÃO: 24 IDIOMAS 19 LOCAIS
117 tradutores

LÍNGUA DE SINAIS:
Desde 2010, A sede organizou um
duas equipes já CURSO DE LÍNGUA
traduziram sete DE SINAIS e já treinou
BROCHURAS mais de 750 IRMÃOS
e oito FOLHETOS em 24 TURMAS
Os surdos na Indonésia também estão “ouvindo” a
verdade em sua língua. Desde 2010, a equipe de tradução
para a língua de sinais indonésia já produziu sete brochu-
ras e oito folhetos nesse idioma. Além disso, a sede da In-
donésia organizou um curso de língua de sinais. Com
isso, mais de 750 irmãos em 24 turmas já receberam trei-
namento. Hoje, há 23 grupos e congregações em língua
de sinais na Indonésia. Eles procuram consolar com as
boas novas do Reino os mais de três milhões de surdos
que moram no país.
Atualmente, o Departamento de Tradução tem 37
equipes de tradução. Há 117 tradutores e 50 irmãos que
prestam serviços de apoio em 19 locais espalhados pela
Indonésia.

Pregando as boas novas a uma surda

INDONÉSIA 157
Escritórios no
31.° andar

158
Um Betel nas nuvens
Em 2008, o número de publicadores na Indonésia che-
gou a 21.699. A sede da Indonésia não tinha mais para
onde crescer. Além disso, como havia sido construída
durante a proscrição, ela ficava em um lugar que não era
muito fácil de chegar. Sem dúvida, os irmãos precisavam
de um novo Betel, mais perto de Jacarta.
Uns dois anos mais tarde, os irmãos compraram um
lugar para a nova sede que era bem diferente do anterior:
o 31.° andar de um prédio ultramoderno de 42 andares

As acomodações
dos betelitas
ocupam 12
andares
que fica perto do centro de Jacarta. Depois, foram com-
prados 12 andares de um prédio residencial próximo
para acomodar 80 ou mais betelitas. Os irmãos também
adquiriram um prédio de cinco andares, onde ficam al-
guns departamentos que cuidam do lar de Betel.
Servos de construção de diferentes países e empre-
sas terceirizadas locais trabalharam na reforma dos
escritórios e apartamentos. Darren Berg, encarrega-
do da construção, diz: “Tivemos de enfrentar proble-
mas bem complicados, mas Jeová nos ajudou a resol-
ver todos eles. Por exemplo, nós queríamos instalar
um sistema de tratamen-
to de água e esgoto bem
“Não precisamos mais moderno. Mas as autori-
nos esconder. Agora dades não conheciam a
as pessoas veem as tecnologia e se recusaram
Testemunhas de a aprovar o projeto. En-
Jeová. Elas podem tão, um engenheiro indo-
ver que viemos nésio que é Testemunha
para ficar” de Jeová levou o nosso
caso para uma autoridade
superior. Essa autoridade
disse que confiava totalmente na recomendação do ir-
mão e aprovou na hora o nosso projeto.”
A nova sede foi dedicada em 14 de fevereiro de 2015.
Anthony Morris III, membro do Corpo Governante,
fez o discurso de dedicação. Vincent Ipikkusuma, que
serve na Comissão de Filial da Indonésia, diz: “Esta-
mos agora em um bairro nobre, no meio das organiza-
ções mais importantes da Indonésia. Não precisamos
mais nos esconder. Agora as pessoas veem as Testemu-
nhas de Jeová. Elas podem ver que viemos para ficar.”

160 ANUÁRIO DE 2016


Comissão de Filial, da esquerda para a direita: Budi Sentosa Lim,
Vincent Ipikkusuma, Lothar Mihank, Hideyuki Motoi

Departamento de Serviço no 31.° andar


“Esses irmãos que
vieram de outros
lugares têm um papel
muito importante
em países como o
nosso.” — Lothar Mihank

“Pregar aqui parece um sonho!”


Nos últimos anos, muitos irmãos do mundo inteiro se
mudaram para a Indonésia para servir onde há mais ne-
cessidade. Lothar Mihank explica: “Esses irmãos que vie-
ram de outros lugares têm um papel muito importante
em países como o nosso. Eles trazem para as congrega-
ções uma bagagem de experiência, madureza e entusias-
mo. Eles nos ajudam a ser ainda mais gratos pela nossa
fraternidade mundial.” Mas o que motivou esses irmãos
a se mudar? E como eles se sentem com a mudança? Veja
o que alguns deles dizem.
Jason e Casey Gibbs, dos Estados Unidos, contam:
“Com a ajuda do Anuário, analisamos a quantidade de
publicadores em vários países. Vimos que, se compa-
rarmos com a população total, a Indonésia é um país
com poucas Testemunhas de Jeová. Então, uns amigos
nossos que serviam onde havia mais necessidade nos
disseram que a Indonésia tinha muito potencial. Tele-
fonamos para a sede da Indonésia, e eles sugeriram
que fôssemos para Bali. O campo de língua inglesa es-

162 ANUÁRIO DE 2016


tava começando, e nós poderíamos ajudar logo de iní-
cio. Nosso plano era ficar só um ano, mas já faz três
que estamos aqui. Conversamos com muita gente que
nunca havia ouvido falar das Testemunhas de Jeová.
Pregar aqui dá muita satisfação!”
Stuart e Mandy Williams, um casal de meia-ida-
de da Austrália, dizem: “Queríamos encontrar pessoas
com sede espiritual, por isso decidimos nos mudar
para a Indonésia. Em Malang, Java Oriental, centenas
de alunos universitários que falam inglês estão ansio-
sos de escutar as boas novas. E eles amam o site jw.org!
A obra de pregação aqui é boa demais.”
Takahiro e Mari Akiyama, pioneiros em Yogyakar-
ta, na ilha de Java, contam: “Aqui nos sentimos mais
seguros do que no Japão, onde morávamos. As pessoas
são bondosas e educadas. Muitas delas, especialmente
os jovens, têm curiosidade de aprender sobre outras re-
ligiões. Certa vez, enquanto trabalhávamos na mesa de
testemunho público, distribuímos cerca de 2.600 re-
vistas em apenas cinco horas.”
Dan e Janine Moore, um casal de quase 60 anos, ex-
plicam: “Quando estamos na pregação, as pessoas fi-
cam ao nosso redor. Nós sorrimos para elas; elas sor-
riem de volta. Primeiro elas ficam curiosas; depois,
interessadas; daí, empolgadas. Quando mostramos
algo na Bíblia, algumas dizem: ‘Posso anotar isso?’ Elas
ficam impressionadas com a sabedoria da Bíblia. Já es-
tamos aqui há um ano e nos arrependemos de não ter
vindo antes. Procurávamos um lugar onde poucos ti-
vessem ouvido a verdade, e encontramos!”
Misja e Kristina Beerens foram para a Indonésia
como missionários em 2009 e hoje estão no circuito.

INDONÉSIA 163
Eles se colocaram
à disposição
1. Janine e Dan Moore
2. Mandy e Stuart Williams
3. Casey e Jason Gibbs
4. Mari (à direita, na frente) e
Takahiro Akiyama (à direita,
no fundo)

164 ANUÁRIO DE 2016


1 2

INDONÉSIA 165
Eles contam: “Mesmo na ilha de Madura, em Java
Oriental, onde os muçulmanos são mais tradicionais,
é impressionante como as pessoas reagem bem à nos-
sa pregação. Elas encostam seus carros para pedir revis-
tas e dizem: ‘Sou muçulmano, mas gosto muito de ler
essas revistas. Posso pegar mais algumas para meus
amigos?’ Pregar aqui parece um sonho!”
Campos brancos para a colheita
Em 1931, quando Frank Rice chegou a Jacarta, havia
uns 60 milhões de pessoas na Indonésia. Hoje a popu-
lação chega a quase 260 milhões, o que faz da Indoné-
sia o quarto país mais populoso do mundo.
Nesse meio-tempo, as Testemunhas de Jeová na In-
donésia também tiveram um aumento impressionan-
te. Em 1946, pouco tempo após o fim da Segunda
Guerra Mundial, havia dez publicadores fiéis. Hoje, o
país tem mais de 26 mil publicadores, uma prova das
bênçãos de Jeová. E, com uma assistência de 55.864 na
Celebração de 2015, há um grande potencial de au-
mento.
Jesus disse: “A colheita, realmente, é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao Senhor
da colheita que mande trabalhadores para a Sua co-
lheita.” (Mat. 9:37, 38) Os servos de Jeová na Indonésia
repetem essas palavras. Eles estão decididos a conti-
nuar se esforçando para que o grande nome de Jeová
seja santificado nessas ilhas da Indonésia. — Isa. 24:15.

167
Angeragō Hia
_______________________________________________________________________
ANO DE NASCIMENTO 1957
_______________________________________________________________________
ANO DE BATISMO 1997
_______________________________________________________________________
OUTROS DADOS Voltou a morar
no seu povoado isolado na
ilha Nias e ajudou a construir
um Salão do Reino.

Jeová superou nossas expectativas!


EM 2013, nossa pequena congregação em Tugala Oyo
recebeu uma ótima notícia: um Salão do Reino seria
construído para nós! As autoridades locais concordaram
com o projeto, e 60 vizinhos assinaram um documento
dando sua aprovação. Um vizinho nos disse: “Se quise-
rem 200 assinaturas, a gente consegue.”
Dois voluntários com experiência em construir Salões
do Reino vieram supervisionar a obra. O salão ficou
pronto em novembro de 2014. Jamais passou pela nos-
sa cabeça que nossa congregação poderia algum dia ter
um local tão bonito para adorar a Jeová. Com certeza
Jeová superou nossas expectativas!

168 ANUÁRIO DE 2016


INDONÉSIA 169
Finalmente juntas!
— Narrado por Linda e Sally Ong

Linda: Quando eu tinha 12 anos, minha mãe me contou


que eu tinha uma irmã mais nova que havia sido dada
para adoção. Fiquei pensando se ela também tinha nasci-
do surda, como eu. Mas cresci sem saber quem ela era.
Sally: Eu não sabia que era adotada. Minha “mãe” me
espancava e me tratava como uma empregada. Por isso,
eu era uma pessoa triste e me sentia sozinha, algo que só
piorava o fato de ter nascido surda. Daí, conheci as Teste-
munhas de Jeová e comecei a estudar a Bíblia. Quando
minha “mãe” ficou sabendo disso, me bateu com um cin-
to e trocou as fechaduras das portas, me trancando den-
tro de casa. Com 20 anos, fugi de casa, e os irmãos me
acolheram. Fui batizada no início de 2012.

170 ANUÁRIO DE 2016


Linda: Com 20 anos, comecei a estudar com as Testemu-
nhas de Jeová. Mais tarde, passei a assistir a congressos de
distrito em Jacarta, onde o programa era interpretado para
os surdos. Lá, conheci muitos outros surdos, incluindo Sally,
uma jovem irmã que morava em Sumatra do Norte. Eu me
sentia à vontade com ela, mas não sabia o porquê.
Sally: Eu e Linda nos tornamos amigas. Eu achava que
éramos parecidas, mas não liguei muito para isso.
Linda: Em agosto de 2012, na véspera do meu batismo,
senti uma vontade muito grande de encontrar minha irmã
mais nova. Implorei a Jeová: “Por favor, quero encontrar
minha irmã! Eu quero tanto que ela aprenda sobre o Se-
nhor!” Não muito tempo depois, minha mãe recebeu de
repente uma mensagem de texto de uma pessoa que sa-
bia sobre minha irmã. Depois de uma série de aconteci-
mentos, acabei contatando Sally.
Sally: Quando Linda explicou que eu era sua irmã, ime-
diatamente peguei um avião para Jacarta para encontrá-
la. Na área de desembarque, vi Linda, junto com meu pai,
minha mãe e minha outra irmã mais velha. Todos eles es-
tavam me esperando. Eu estava tão emocionada que não
parava de tremer. Nós nos abraçamos e nos beijamos; o
abraço de minha mãe foi o mais demorado. Todo mundo
estava chorando. Com lágrimas nos olhos, meus pais pe-
diram desculpas por me terem dado para adoção. Depois
disso, nós nos abraçamos e choramos de novo.
Linda: Por não termos sido criadas pela mesma família,
não temos os mesmos hábitos. Além disso, tivemos de
aprender a lidar com nossas diferenças de personalida-
de. Mas nós nos amamos muito.
Sally: Agora eu e Linda moramos juntas e somos da
mesma congregação de língua de sinais em Jacarta.
Linda: Ficamos separadas por mais de 20 anos. Agrade-
cemos a Jeová por finalmente termos nos encontrado!

INDONÉSIA 171
Cem anos atrás
1916

Os peregrinos ajudavam o irmão Russell


na obra de pregação

ERA o começo do ano 1916. A devastação da Grande


Guerra, mais tarde conhecida como Primeira Guerra Mun-
dial, já durava mais de um ano. O número de mortos nos
dois lados da guerra era assustador.
A Torre de Vigia (agora A Sentinela) de 1.° de janeiro de
1916, em inglês, disse: “Um dos efeitos da grande guerra
na Europa é fazer as pessoas se voltarem para a religião
e pensar sobre o futuro.” O mesmo artigo continuou: “Va-
mos aproveitar esse privilégio, essa oportunidade. Agora
não é hora de ficarmos com medo, mas de termos zelo
por Deus e sua mensagem.”
O texto do ano para 1916 encorajou os irmãos a conti-
nuar “fortes na fé”, baseado em Romanos 4:20 na King
James Version (Versão Rei Jaime). Muitos dos Estudantes
da Bíblia fizeram isso, e eles colheram muitas bênçãos.
“Peregrinos” dão encorajamento
Nessa época havia os “peregrinos”, representantes via-
jantes da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA). Eles viaja-

172 ANUÁRIO DE 2016


vam de cidade em cidade, encorajando e instruindo os
Estudantes da Bíblia. Em 1916, pelo menos 69 peregri-
nos viajaram uns 800 mil quilômetros realizando esse tra-
balho.
Um deles foi Walter Thorn. Ao dar um discurso num
congresso na Virgínia, EUA, ele comparou a luta cristã à
Grande Guerra: “Calcula-se que de uns vinte a trinta mi-
lhões de homens estejam na guerra. . . . O mundo não
sabe, mas existem outros [soldados]: os soldados do Se-
nhor. Assim como os homens de Gideão, eles também es-
tão lutando, mas não com armas reais. Eles lutam pela
verdade e justiça. Sua luta é a boa luta da fé.”
Continuando apesar das dificuldades da guerra
Na França, mais de um milhão de homens foram mortos
ou feridos na Primeira Batalha do Somme, que aconteceu
na segunda metade de 1916. No restante da França,
irmãos diligentes davam apoio às “classes”, ou congre-
gações, mesmo quando era difícil por causa da guerra.

CEM ANOS ATRÁS 1916 173


A Torre de Vigia de 15 de janeiro de 1916 imprimiu a car-
ta de um Estudante da Bíblia da França chamado Jo-
seph Lefèvre. Ele foi obrigado a fugir de sua cidade na-
tal, Denain, quando ela foi invadida pelas tropas alemãs
em 1914. Ele foi para Paris e começou a se reunir com a
única classe dos Estudantes da Bíblia naquela cidade.
Apesar de sua saúde fraca, em pouco tempo ele realizava
todas as reuniões.
Outro irmão que teve de fugir de Denain foi Théophile
Lequime. A princípio, ele foi para Auchel, França, onde tra-
duzia artigos de A Torre de Vigia e os enviava para irmãos
em outras regiões do país que não haviam sido tomadas
pelos alemães. Mas teve de sair de Auchel quando milita-
res começaram a suspeitar de suas atividades. Com isso,
ele foi para Paris e se juntou a Joseph Lefèvre. Para Jo-
seph, isso foi uma resposta às suas orações.
O trabalho deles em Paris foi recompensado. Joseph
disse: “Na nossa [congregação] há agora cerca de 45 pes-
soas . . . Vários irmãos já viram como é bom se dedicar a
Deus, e estão fazendo grande progresso espiritual. Quase
todos assistem à reunião semanal de testemunho.”
Eles continuaram neutros
Com o avanço da guerra, muitos de nossos irmãos tive-
ram de enfrentar a questão da neutralidade. Na Grã-Bre-
tanha, foi criada a Lei do Serviço Militar, obrigando que
todos os homens com idade entre 18 e 40 anos se alis-
tassem. Mas muitos Estudantes da Bíblia fielmente man-
tiveram sua neutralidade.
Por exemplo, a revista A Torre de Vigia de 15 de abril de
1916 publicou a carta do irmão Warden, da Escócia. Ele
disse: “Um dos meus filhos acabou de completar 19 anos.
Ele se recusa a se alistar no exército, o que tem dado um
bom testemunho em prol do Senhor. Mesmo que por cau-

174 ANUÁRIO DE 2016


sa disso ele acabe morto, sei que Jeová o ajudará a se
apegar aos princípios da verdade e da justiça.”
James Scott, um jovem colportor de Edimburgo, Escó-
cia, foi julgado por não ter se alistado. Mas, depois de ou-
vir o caso, o tribunal concluiu que ele “era uma exceção
prevista pela lei” e o declarou inocente.
Mas muitos outros não conseguiram isenção do serviço
militar. Até setembro, dos 264 irmãos que tinham pedido
isenção, 23 receberam serviço não combatente. Quanto
aos outros, A Torre de Vigia de 15 de outubro de 1916 dis-
se que tiveram de realizar “serviço de importância nacio-
nal, como construção de estradas, extração de pedras,
etc.”, e alguns entre eles também “sofreram punições va-
riadas”. Apenas cinco irmãos conseguiram isenção.
A morte de Charles Taze Russell
Charles Taze Russell tomava a liderança entre os Estu-
dantes da Bíblia nessa época. Em outubro de 1916, ele
iniciou uma turnê de discursos pelo oeste dos Estados
Unidos. Mas essa seria sua última viagem. No início da
tarde de terça-feira, em 31 de outubro, Russell morreu a
bordo de um trem em Pampa, Texas, aos 64 anos.
Para muitos irmãos, era impossível imaginar alguém no
lugar do irmão Russell. A revista A Torre de Vigia de 1.° de
dezembro de 1916 publicou seu testamento. Nele, Rus-
sell escreveu como ele desejava que a obra, que ele cui-
dou por tanto tempo, prosseguisse. Mas ainda havia uma
pergunta: Quem cuidaria da obra no seu lugar?
Essa questão seria resolvida na reunião anual da Socie-
dade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia,
EUA, programada para o início de 1917. Foi feita uma vo-
tação, e o resultado foi unânime. Mas os meses que se se-
guiram mostraram que essa unanimidade estava com os
dias contados, pois viriam severas provações.

CEM ANOS ATRÁS 1916 175


Totais gerais de
2015
Sedes das Testemunhas de Jeová: 89

Países que relataram: 240

Total de congregações: 118.016

Assistência à Celebração: 19.862.783

Participantes da Celebração: 15.177

Auge de publicadores no serviço do Reino: 8.220.105

Média mensal de publicadores: 7.987.279

Porcentagem de aumento sobre 2014: 1,5

Total de batizados: 260.273

Média mensal de pioneiros auxiliares: 443.504

Média mensal de pioneiros: 1.135.210

Total de horas dedicadas à pregação: 1.933.473.727

Média mensal de estudos bíblicos: 9.708.968

Durante o ano de serviço de 2015, as Testemunhas de Jeová gastaram mais de


236 milhões de dólares para cuidar de pioneiros especiais, missionários e superin-
tendentes viajantes em suas designações de serviço de campo. ˛ Um total de 26.011
ministros ordenados serve nas sedes em todo o mundo. Todos são membros da
Ordem Mundial dos Servos Especiais de Tempo Integral das Testemunhas de Jeová.

176 ANUÁRIO DE 2016


Celebração
Sexta-feira, 3 de abril de 2015
NO SÁBADO, 7 de março de 2015, começamos uma
campanha mundial de quatro semanas para convidar o
maior número de pessoas possível para a Celebração da
morte de Jesus Cristo. Nós convidamos milhões de pes-
soas: pessoalmente, por telefone e pelo correio. Qual foi
o resultado? Ficamos felizes de que na sexta-feira, 3 de
abril, 19.862.783 pessoas ouviram um discurso sobre
como a morte de Jesus é importante para nós. Desde
então temos nos esforçado para ajudar a todos os que
compareceram a se juntar ao povo de Jeová. Nosso de-
sejo é que eles adorem o Deus verdadeiro e sintam em
sua vida o cuidado amoroso e as muitas bênçãos dele.
— Miq. 4:2.

Milhões de pessoas foram convidadas

Resultado:

19.862.783
por telefone na assistência
pessoalmente pelo correio

TOTAIS GERAIS 177


´ ´
Relatorio Mundial das Testemunhas de Jeova do ´ ´ ´
Ano de Serviço de 2015 A letra e o numero apos o paıs indicam onde ele se encontra nos mapas
que se seguem.

˜ ´ ´ ´ ´ ´ `
Auge publ. Proporçao 1 Med. publ. % aum. Med. publ. N.° bat. Med. Med N.° de Total de Med. Assist. a
´ ´ ˜ ´ ˜
Paıs ou territorio Populaçao 2015 publ. para: 2015 sobre 2014 2014 2015 pion. aux. pion. congr. horas est. bıbl. Celebraçao

Açores (G-1) 246.353 739 333 730 -2 748 16 48 90 15 181.291 871 1.680
´
Africa do Sul (P-6) 54.490.000 100.082 544 96.631 1 95.369 3.779 4.830 11.164 2.108 21.975.559 140.789 250.754
ˆ
Albania (D-11) 3.204.000 5.415 592 5.381 4 5.190 228 540 1.223 86 1.914.716 6.132 12.945
Alemanha (E-5) 81.083.551 165.754 489 163.871 163.246 2.647 7.101 12.308 2.187 28.343.642 77.941 270.447
Andorra (F-4) 79.330 181 438 170 1 169 4 9 18 3 35.375 113 320
Angola (N-6) 24.383.301 115.948 210 111.123 8 102.753 7.462 5.748 13.748 1.565 30.712.362 502.848 529.827
Anguilla (O-32) 13.600 71 192 62 -3 64 2 4 3 2 13.384 108 252
´
Antıgua (P-32) 80.200 472 170 462 -3 478 3 29 43 7 94.796 570 1.230
Argentina (N-36) 42.657.055 148.565 287 147.379 1 145.277 4.888 9.893 19.913 2.014 35.136.722 126.606 315.790
ˆ
Armenia (G-9) 3.026.900 11.117 272 11.019 10.978 260 1.001 2.221 142 3.457.851 7.555 23.318
Aruba (Q-29) 109.028 975 112 953 2 931 35 39 65 14 165.652 1.009 2.922
´
Australia (O-19) 23.884.166 67.606 353 66.753 66.484 1.605 3.114 5.639 797 11.948.544 29.751 116.022
´
Austria (F-5) 8.584.926 21.338 402 21.216 1 20.990 403 1.106 1.464 300 3.784.884 11.990 34.359
˜
Azerbaijao (G-9) 9.593.000 1.351 7.101 1.303 7 1.220 105 136 327 13 496.937 1.838 2.674
Bahamas (G-35) 388.000 1.686 230 1.630 1.630 50 85 207 27 374.274 2.077 4.198
Bangladesh (J-14) 160.995.642 255 631.355 243 15 211 13 14 96 6 105.200 554 993
Barbados (Q-33) 277.800 2.557 109 2.506 -1 2.524 61 154 201 30 455.496 2.262 6.531
Belarus (E-7) 9.496.000 5.918 1.605 5.828 4 5.579 173 506 1.290 76 1.915.608 4.989 10.212
´
Belgica (E-4) 11.209.044 25.497 440 24.661 1 24.531 489 1.166 1.601 370 4.045.368 10.895 43.325
Belize (H-33) 347.900 2.567 136 2.515 4 2.425 120 137 475 62 751.033 4.325 8.705
Benin (L-4) 10.880.000 12.430 875 11.716 3 11.352 486 766 1.591 186 3.356.769 29.253 41.706
Bermudas (F-36) 62.000 526 118 448 -3 463 18 18 82 5 115.621 340 909
´
Bolıvia (M-36) 10.725.000 25.174 426 24.836 4 23.976 1.265 2.394 4.676 329 7.912.833 42.201 77.110
Bonaire (Q-30) 18.905 122 155 118 2 116 3 5 15 2 27.545 169 357
´
Bosnia-Herzegovina (C-10) 3.791.622 1.189 3.189 1.170 -1 1.180 13 89 188 16 332.446 551 1.972
Botsuana (O-6) 2.262.000 2.153 1.051 2.099 -1 2.122 93 147 271 46 566.268 4.552 6.323
Brasil (L-37) 204.873.755 805.044 254 787.470 3 767.449 28.349 41.958 91.055 11.802 172.695.296 863.612 1.743.624
´
Bulgaria (F-7) 7.284.500 2.368 3.076 2.290 7 2.149 120 135 613 53 811.728 2.962 5.267
Burkina Fasso (K-3) 18.106.000 1.743 10.388 1.656 4 1.598 99 103 271 44 497.487 3.328 4.499
Burundi (M-7) 9.231.000 13.132 703 12.577 6 11.852 823 1.084 1.861 269 4.223.708 39.049 50.743
˜
Butao (H-14) 775.480 3 258.493 3 100 1 953 3 7
Cabo Verde (K-1) 545.993 2.143 255 2.098 3 2.042 104 140 411 35 634.354 4.423 8.033
˜
Camaroes (L-5) 22.637.185 41.376 547 37.869 1 37.319 1.455 1.867 4.145 339 9.394.420 73.129 97.390
Camboja (K-16) 15.577.899 924 16.859 894 11 802 43 35 498 14 449.816 2.239 2.251
´
Canada (C-31) 36.162.252 115.234 314 114.123 113.617 1.688 6.375 12.121 1.397 22.870.030 54.805 187.322
˜
Cazaquistao (F-11) 17.563.000 17.797 987 17.545 17.475 559 1.435 3.449 248 5.247.691 12.791 31.435
Chade (K-6) 14.037.000 710 19.770 687 6 646 37 33 69 17 172.985 1.304 4.582
Chile (M-35) 18.006.407 76.296 236 75.168 1 74.498 2.458 5.392 11.583 963 19.684.208 64.178 174.761
Chipre (H-7) 885.600 2.575 344 2.536 3 2.467 64 169 406 40 639.822 1.840 4.609
Chuuk (L-21) 48.651 42 1.158 37 -23 48 3 12 1 17.373 136 230
˜ ´ ´ ´ ´ ´ `
Auge publ. Proporçao 1 Med. publ. % aum. Med. publ. N.° bat. Med. Med N.° de Total de Med. Assist. a
´ ´ ˜ ´ ˜
Paıs ou territorio Populaçao 2015 publ. para: 2015 sobre 2014 2014 2015 pion. aux. pion. congr. horas est. bıbl. Celebraçao

ˆ
Colombia (J-35) 49.367.000 166.373 297 165.089 2 161.876 5.885 8.753 23.732 2.550 41.318.347 222.442 510.952
Congo, Rep. Dem. do (M-6) 77.267.000 206.309 375 176.585 -2 180.343 10.274 7.829 18.387 3.642 42.707.866 556.852 1.131.161
Congo, Rep. do (M-5) 4.620.000 7.448 620 6.080 -2 6.193 149 339 466 77 1.668.830 20.438 25.444
´
Coreia, Republica da (G-18) 50.293.000 100.544 500 99.950 100.289 3.045 9.579 39.347 1.358 46.188.497 79.826 134.894
Costa do Marfim (L-3) 22.671.331 10.607 2.137 10.302 5 9.781 544 769 1.599 293 3.256.150 28.496 64.724
Costa Rica (J-34) 4.819.000 30.115 160 29.601 2 29.086 863 1.429 3.337 433 6.446.313 34.861 69.247
´
Croacia (B-9) 4.290.612 5.427 791 5.372 -1 5.412 186 350 485 67 1.097.863 2.250 8.472
Cuba (G-34) 11.258.597 96.487 117 95.825 95.592 3.624 6.716 9.791 1.524 19.107.502 172.538 231.958
Curaçao (Q-30) 156.971 2.033 77 1.987 3 1.931 100 106 190 25 393.300 2.337 5.463
Dinamarca (D-4) 5.678.348 14.652 388 14.564 1 14.462 140 719 923 179 2.415.133 6.023 21.527
Dominica (P-33) 72.700 450 162 437 3 423 9 18 69 10 112.093 722 1.448
El Salvador (H-33) 6.142.600 40.013 154 39.643 1 39.346 835 2.024 5.467 685 9.195.509 45.286 92.188
Equador (K-34) 16.278.844 87.020 187 85.468 4 82.547 5.336 6.030 14.201 1.002 23.538.094 142.010 260.366
´
Eslovaquia (F-6) 5.421.433 11.386 476 11.276 2 11.105 291 567 819 142 1.861.585 4.135 21.623
ˆ
Eslovenia (B-8) 2.068.000 1.985 1.042 1.911 -1 1.930 50 121 232 30 447.571 1.064 2.942
Espanha (G-3) 46.439.864 111.411 417 109.457 1 108.900 2.197 7.906 14.414 1.533 27.364.771 57.290 190.233
´
Estados Unidos da America (E-32) 321.773.600 1.231.867 261 1.195.081 1 1.186.598 28.358 56.455 167.404 14.063 268.657.014 737.471 2.475.339
ˆ
Estonia (D-6) 1.313.271 4.095 321 4.074 4.091 85 237 493 54 840.294 2.723 6.793
´
Etiopia (L-8) 99.391.000 10.083 9.857 10.013 3 9.768 496 702 2.316 217 3.377.845 7.570 25.323
Fiji (N-24) 887.027 3.097 286 2.958 1 2.938 231 179 487 78 745.243 4.615 11.845
Filipinas (K-18) 100.621.100 201.761 499 199.551 5 190.930 10.146 12.440 38.813 3.246 49.798.859 268.598 576.542
ˆ
Finlandia (C-7) 5.471.753 18.574 295 18.496 18.588 221 746 2.001 303 3.069.284 10.468 25.924
França (F-4) 64.200.000 127.444 504 125.519 1 124.298 2.365 7.434 14.049 1.702 27.364.109 58.530 219.748
˜
Gabao (M-5) 1.756.708 4.216 417 3.972 4 3.816 169 257 519 38 1.149.145 8.906 11.646
ˆ
Gambia (K-2) 1.990.924 252 7.900 230 11 208 10 7 42 4 62.093 388 579
Gana (L-3) 27.451.357 129.046 213 124.004 4 119.199 5.062 5.014 12.890 1.852 30.107.656 400.672 353.891
´
Georgia (G-9) 3.729.500 18.531 201 18.279 1 18.100 502 1.181 3.197 229 4.569.185 8.796 32.569
Gibraltar (G-3) 29.833 129 231 127 2 124 2 9 21 2 32.314 55 174
˜
Gra-Bretanha (E-3) 62.863.330 137.631 457 134.491 134.308 2.286 6.738 13.063 1.605 24.867.057 60.066 225.584
Granada (Q-32) 109.600 602 182 579 578 3 30 80 10 134.780 719 1.534
´
Grecia (G-6) 10.787.690 28.816 374 28.592 28.677 617 1.675 4.133 390 6.607.009 13.237 46.822
ˆ
Groenlandia (A-38) 55.984 155 361 145 145 3 6 24 6 33.091 142 351
Guadalupe (P-32) 410.335 8.192 50 8.058 8.025 183 419 621 120 1.516.962 8.625 19.763
Guam (K-20) 159.358 790 202 740 1 733 23 46 116 9 190.844 1.037 1.943
Guatemala (H-33) 14.941.600 38.766 385 38.140 3 37.192 1.360 2.139 5.646 881 9.765.437 49.613 97.106
Guiana (J-37) 782.359 3.013 260 2.941 3 2.846 105 166 433 46 704.966 5.062 12.837
Guiana Francesa (J-37) 241.922 2.429 100 2.373 4 2.288 78 152 374 46 689.167 5.425 9.401
´
Guine (K-2) 11.750.000 835 14.072 765 4 737 49 45 118 19 225.496 1.884 3.136
´
Guine-Bissau (K-2) 1.844.325 149 12.378 141 6 133 8 13 31 3 67.461 507 701
´
Guine Equatorial (L-5) 810.613 1.918 423 1.653 5 1.574 122 99 213 15 489.580 5.801 6.860
Haiti (O-28) 9.993.000 20.516 487 19.552 3 18.899 902 1.202 2.774 275 5.320.115 42.074 86.029
Holanda (E-4) 16.956.486 30.042 564 29.508 29.495 529 1.339 1.696 360 4.677.702 12.421 51.743
Honduras (H-33) 8.758.900 23.130 379 22.653 3 22.077 1.093 1.350 4.262 433 6.756.205 35.739 67.573
Hong Kong (J-17) 7.298.600 5.590 1.306 5.509 -1 5.557 191 427 1.018 68 1.670.339 6.062 9.619
˜ ´ ´ ´ ´ ´ `
Auge publ. Proporçao 1 Med. publ. % aum. Med. publ. N.° bat. Med. Med N.° de Total de Med. Assist. a
´ ´ ˜ ´ ˜
Paıs ou territorio Populaçao 2015 publ. para: 2015 sobre 2014 2014 2015 pion. aux. pion. congr. horas est. bıbl. Celebraçao

Hungria (A-10) 9.855.000 22.582 436 22.400 22.444 555 1.333 1.980 296 4.576.242 12.163 39.727
˜
I. Caima (H-34) 60.000 223 269 217 -5 228 6 11 27 3 51.668 232 651
I. Cook (O-26) 13.313 217 61 194 194 12 20 3 38.202 203 469
I. Faroe (C-2) 50.145 119 421 112 -4 117 1 5 31 4 32.937 105 192
I. Malvinas (Falkland) (Q-37) 2.840 11 258 11 10 10 1 1 1 1.696 9 26
I. Marshall (L-23) 53.158 223 238 183 7 171 9 13 31 4 52.953 474 914
I. Norfolk (P-23) 1.329 6 222 5 -38 8 1 507 3 19
˜
I. Salomao (M-22) 584.020 1.962 298 1.915 7 1.787 127 72 265 51 409.908 2.316 9.807
I. Turks e Caicos (N-29) 34.300 340 101 332 3 323 12 21 59 6 98.477 686 1.060
I. Virgens Americanas (O-31) 106.300 626 170 586 -3 602 22 36 85 10 147.276 591 1.743
ˆ
I. Virgens Britanicas (O-31) 30.100 263 114 256 -2 260 15 32 4 59.617 251 825
I. Wallis e Futuna (N-25) 14.315 50 286 44 -4 46 3 2 5 1 10.158 72 174
´
India (J-12) 1.299.213.900 42.566 30.522 41.866 6 39.355 2.902 3.116 6.196 587 10.070.577 54.005 120.601
´
Indonesia (M-17) 256.000.000 26.238 9.757 25.361 4 24.489 1.066 2.193 3.269 465 6.808.314 31.168 55.864
Irlanda (E-2) 6.676.364 6.422 1.040 6.281 1 6.210 120 336 884 119 1.424.752 3.563 11.779
ˆ
Islandia (B-1) 329.000 382 861 367 368 4 19 51 7 79.372 271 692
Israel (H-8) 8.548.984 1.567 5.456 1.511 4 1.450 42 95 220 26 392.851 1.262 3.242
´
Italia (G-5) 60.795.612 251.032 242 250.277 1 248.871 4.911 18.696 33.944 2.997 60.979.620 119.827 435.046
Jamaica (H-34) 2.793.300 11.911 235 11.815 -1 11.889 348 561 1.504 188 2.437.190 13.561 37.111
˜
Japao (G-19) 126.573.481 215.216 588 214.523 215.294 2.160 19.480 65.354 3.059 81.576.771 166.049 300.406
Kiribati (M-24) 104.607 150 697 136 -4 142 17 39 3 45.801 310 418
Kosovo (D-11) 2.350.000 241 9.751 236 237 6 16 85 6 113.454 483 574
Kosrae (L-22) 6.616 24 276 20 18 17 1 3 6 1 8.413 56 118
Lesoto (P-7) 2.135.000 4.123 518 3.837 -1 3.871 133 168 430 90 909.831 6.774 10.266
ˆ
Letonia (D-6) 2.000.000 2.303 868 2.275 -1 2.296 47 149 347 36 594.514 2.058 3.750
´
Lıbano (H-8) 5.053.624 3.734 1.353 3.671 3.659 66 191 183 57 595.115 2.206 6.533
´
Liberia (L-2) 4.190.000 6.475 647 6.112 1 6.022 440 227 738 126 1.755.648 21.661 44.716
Liechtenstein (F-4) 37.370 91 411 85 -3 88 4 3 2 1 10.292 41 135
ˆ
Lituania (D-6) 2.898.062 3.140 923 3.101 -1 3.130 68 192 474 50 796.224 2.655 5.018
Luxemburgo (E-4) 562.958 2.058 274 2.042 1 2.028 6 113 126 32 363.097 1.118 3.895
Macau (J-17) 642.900 310 2.074 294 -1 298 13 19 69 4 103.742 356 715
ˆ
Macedonia (D-11) 2.108.434 1.318 1.600 1.293 -2 1.323 37 100 194 24 357.297 1.040 2.903
Madagascar (O-9) 24.967.390 32.426 770 30.941 5 29.385 1.780 1.633 5.198 696 9.133.114 79.143 131.087
Madeira (H-1) 258.686 1.192 217 1.147 1 1.134 23 78 103 17 251.283 825 1.935
´
Malasia (L-16) 30.986.035 4.897 6.328 4.804 3 4.668 175 288 1.263 116 1.639.860 8.671 12.539
´
Malauı (N-8) 16.000.000 89.626 179 80.776 -2 82.671 5.958 3.303 6.547 1.447 15.775.188 116.274 296.711
Mali (K-3) 17.599.694 295 59.660 284 -1 286 23 26 55 7 112.954 854 1.163
Malta (G-5) 419.000 692 605 665 7 623 18 29 75 8 123.877 235 1.192
Martinica (P-32) 395.027 4.820 82 4.755 4.749 138 268 562 64 1.090.051 5.376 10.613
´
Maurıcio (O-10) 1.330.000 1.815 733 1.785 2 1.749 54 102 149 25 355.012 2.093 4.124
Mayotte (N-9) 230.338 162 1.422 147 13 130 3 10 46 3 56.682 352 338
´
Mexico (G-31) 121.856.500 832.981 146 818.481 2 802.903 21.764 34.264 136.512 13.088 202.740.223 1.064.408 2.242.804
Mianmar (J-15) 54.647.652 4.149 13.171 4.099 4 3.941 115 124 546 74 857.564 4.134 8.438
Moçambique (O-7) 25.727.911 57.144 450 53.027 3 51.637 2.773 1.972 4.900 1.154 10.935.184 90.657 291.356
˜ ´ ´ ´ ´ ´ `
Auge publ. Proporçao 1 Med. publ. % aum. Med. publ. N.° bat. Med. Med N.° de Total de Med. Assist. a
´ ´ ˜ ´ ˜
Paıs ou territorio Populaçao 2015 publ. para: 2015 sobre 2014 2014 2015 pion. aux. pion. congr. horas est. bıbl. Celebraçao

´
Moldavia (F-7) 4.069.000 19.972 204 19.776 19.846 531 1.203 2.223 240 4.143.138 13.863 35.813
´
Mongolia (F-15) 2.959.134 445 6.650 435 7 405 39 38 181 9 199.142 797 1.280
Montenegro (D-10) 631.490 278 2.272 270 2 265 11 29 57 6 98.495 181 589
Montserrat (P-32) 4.900 21 233 19 6 18 1 9 1 8.897 71 108
´
Namıbia (O-5) 2.459.000 2.306 1.066 2.247 2 2.208 31 120 271 44 554.371 4.381 7.726
Nauru (M-23) 10.436 14 745 11 -27 15 1 1 1 1.227 14 92
Nepal (H-13) 27.153.225 2.251 12.063 2.204 10 2.004 141 134 753 36 817.986 4.515 7.268
´
Nevis (P-32) 12.100 64 189 56 6 53 2 2 1 8.817 55 213
´
Nicaragua (H-33) 5.912.800 27.707 213 27.054 3 26.169 821 1.397 4.132 484 7.067.722 44.264 88.843
´
Nıger (K-4) 19.899.000 282 70.564 272 -4 282 14 7 40 7 69.565 377 805
´
Nigeria (L-4) 182.201.962 367.103 496 338.955 3 329.757 12.573 11.995 36.968 6.145 72.505.273 798.359 739.234
Niue (O-26) 1.190 26 46 24 -4 25 1 3 1 4.708 20 54
Noruega (C-4) 5.189.400 11.598 447 11.472 1 11.359 111 517 940 166 1.937.038 5.614 17.889
ˆ
Nova Caledonia (O-23) 270.710 2.277 119 2.164 6 2.047 100 163 185 30 487.664 2.901 6.473
ˆ
Nova Zelandia (Q-24) 4.618.522 14.224 325 13.929 13.884 397 683 1.251 185 2.582.505 8.408 26.008
Palau (L-19) 21.108 89 237 80 3 78 5 6 19 2 26.883 182 233
´
Panama (J-34) 3.661.000 16.572 221 16.224 4 15.626 584 982 2.773 313 4.428.058 24.236 54.213
´
Papua-Nova Guine (M-20) 7.708.577 4.228 1.823 3.916 1 3.868 230 245 415 106 952.176 7.078 34.707
˜
Paquistao (H-12) 188.925.000 1.021 185.039 960 3 928 73 46 99 18 200.900 1.248 4.035
Paraguai (M-37) 6.917.579 10.023 690 9.719 4 9.309 469 594 1.592 216 2.811.125 15.165 24.298
Peru (L-35) 31.151.643 124.897 249 120.260 3 117.211 4.866 9.317 27.755 1.419 39.683.210 196.798 383.251
Pohnpei (L-22) 35.981 73 493 69 -7 74 2 6 20 1 22.996 158 212
ˆ
Polonia (E-6) 38.478.602 122.021 315 121.018 -1 122.381 1.885 6.385 7.958 1.327 19.140.641 52.256 191.524
Porto Rico (O-31) 3.683.200 25.832 143 25.585 25.709 600 1.529 3.535 324 5.966.791 16.309 56.404
Portugal (G-2) 9.869.783 48.840 202 48.633 48.706 1.076 3.211 4.288 644 10.037.634 28.687 91.472
ˆ
Quenia (M-8) 47.233.491 28.005 1.687 26.578 3 25.820 1.267 1.177 3.544 619 6.924.219 46.515 66.820
˜
Quirguistao (G-12) 5.895.062 5.134 1.148 5.071 3 4.936 202 437 1.058 67 1.541.668 5.297 10.838
´
Republica Centro-Africana (L-6) 4.900.000 2.613 1.875 2.544 3 2.471 131 133 314 53 692.466 7.874 16.350
´
Republica Dominicana (O-29) 10.478.756 37.536 279 36.946 2 36.240 1.445 2.490 7.337 567 11.606.518 69.892 120.103
´
Republica Tcheca (E-5) 10.541.466 16.269 648 15.471 15.407 291 847 1.077 226 2.636.242 7.274 26.177
˜
Reuniao (O-10) 843.617 3.010 280 2.980 1 2.961 72 191 330 37 689.321 2.450 6.297
Rodrigues (O-11) 41.669 52 801 48 12 43 5 5 1 11.740 65 122
ˆ
Romenia (F-6) 21.240.000 40.575 523 40.370 40.371 890 2.169 3.831 548 7.809.840 25.623 78.300
Rota (K-20) 2.477 10 248 9 -10 10 2 3 1 4.177 15 26
Ruanda (M-7) 11.262.564 26.680 422 25.061 7 23.507 1.722 2.264 4.496 589 9.541.885 67.184 83.107
´
Russia (C-15) 146.042.093 175.615 832 172.977 5 165.322 4.526 12.952 30.963 2.547 48.858.784 113.529 294.180
Saba (O-32) 2.000 13 154 12 71 7 1 2 3.422 36 54
´
Saint Barthelemy (O-32) 9.269 28 331 26 8 24 2 5 1 8.080 34 97
Saint Maarten (O-32) 37.400 391 96 340 1 336 3 15 38 5 76.529 450 1.147
Saint Martin (O-32) 36.522 323 113 313 1 311 4 15 28 5 68.998 525 1.037
Saint-Pierre e Miquelon (D-37) 6.299 14 450 14 -7 15 1 5 1 5.198 6 22
Saipan (K-20) 48.220 215 224 194 -2 198 1 16 35 2 55.010 314 557
Samoa (N-25) 193.483 547 354 519 -1 522 29 28 79 12 140.678 792 2.065
Samoa Americana (N-26) 57.642 233 247 218 218 11 33 3 63.610 351 835
˜ ´ ´ ´ ´ ´ `
Auge publ. Proporçao 1 Med. publ. % aum. Med. publ. N.° bat. Med. Med N.° de Total de Med. Assist. a
´ ´ ˜ ´ ˜
Paıs ou territorio Populaçao 2015 publ. para: 2015 sobre 2014 2014 2015 pion. aux. pion. congr. horas est. bıbl. Celebraçao

San Marino (F-5) 32.890 208 158 202 -1 204 16 32 2 56.121 115 351
Santa Helena (N-3) 4.000 122 33 118 3 115 1 2 3 9.821 65 272
´
Santa Lucia (Q-33) 173.800 773 225 727 -2 740 34 39 104 11 194.300 1.220 2.296
´
Santo Eustaquio (P-32) 3.100 24 129 22 22 1 3 1 5.798 48 84
˜ ´ ˜
Sao Cristovao (O-32) 46.000 218 211 203 203 12 9 34 4 53.493 278 773
˜ ´ ´
Sao Tome e Prıncipe (M-4) 194.006 773 251 754 6 708 73 70 150 11 279.619 3.041 3.226
˜
Sao Vicente e Granadinas (Q-32) 109.344 346 316 336 1 332 11 32 44 8 94.908 511 1.139
Senegal (K-2) 15.129.273 1.194 12.671 1.168 2 1.150 42 83 148 26 328.746 2.010 2.606
Serra Leoa (L-2) 6.092.000 2.166 2.813 2.037 5 1.937 147 114 242 37 565.540 5.242 9.553
´
Servia (C-11) 8.118.146 3.895 2.084 3.861 3.857 73 303 609 61 1.057.663 2.273 7.939
Seychelles (M-9) 91.650 347 264 333 1 331 10 24 33 4 81.926 414 935
Sri Lanka (L-13) 21.416.445 5.902 3.629 5.775 3 5.615 211 346 794 108 1.317.282 8.564 15.415
ˆ
Suazilandia (P-7) 1.287.000 3.124 412 3.063 3 2.983 58 122 265 92 640.177 4.403 8.841
˜
Sudao (K-7) 40.720.640 608 66.975 595 16 515 54 47 87 16 181.266 1.583 2.308
˜
Sudao do Sul (L-7) 11.864.683 1.308 9.071 1.218 1 1.201 139 71 164 33 310.442 3.132 4.682
´
Suecia (B-6) 9.804.082 22.446 437 22.236 22.156 594 994 2.203 315 3.837.623 10.394 35.366
´
Suıça (F-4) 8.237.666 19.219 429 18.611 2 18.323 347 861 1.046 270 2.978.799 9.285 31.755
Suriname (J-37) 540.000 2.896 186 2.849 3 2.765 132 261 287 55 671.767 5.218 9.889
ˆ
Tailandia (K-15) 67.959.000 4.405 15.428 4.258 6 4.022 137 278 1.410 106 1.699.727 6.611 8.715
Taiti (M-27) 268.207 3.132 86 3.079 3 2.990 167 237 456 44 831.361 4.335 8.822
Taiwan (J-17) 23.465.003 9.703 2.418 9.582 4 9.256 387 858 3.123 142 3.949.344 14.631 19.261
ˆ
Tanzania (M-8) 51.420.567 16.255 3.163 16.129 2 15.761 856 678 1.900 475 3.982.299 33.373 55.355
´
Territorio Palestino (H-8) 4.680.000 74 63.243 71 1 70 3 3 12 2 17.444 72 167
Timor-Leste (N-18) 1.250.000 301 4.153 284 17 242 16 23 67 4 108.447 601 750
Tinian (K-20) 3.136 23 136 15 15 1 3 1 4.294 29 43
Togo (L-4) 7.305.000 23.112 316 19.067 5 18.158 905 1.304 1.858 282 5.014.266 59.501 67.069
Tonga (O-25) 105.894 233 454 208 -4 216 8 13 31 3 51.553 299 628
Trinidad e Tobago (R-33) 1.333.100 9.679 138 9.543 9.503 260 662 1.216 122 2.092.005 11.331 24.103
Turquia (G-8) 77.700.000 2.611 29.759 2.514 4 2.408 79 189 399 31 704.250 1.705 4.546
Tuvalu (M-24) 9.894 86 115 64 7 60 1 1 1 7.900 72 247
ˆ
Ucrania (E-7) 42.529.112 142.736 298 141.364 -6 149.787 3.922 10.834 19.672 1.566 34.985.826 84.590 236.261
Uganda (L-7) 36.076.000 7.112 5.073 6.832 6 6.468 363 489 1.046 142 2.159.573 19.559 23.157
Uruguai (O-37) 3.424.567 12.031 285 11.614 1 11.471 302 655 960 158 2.209.082 9.501 23.583
Vanuatu (N-23) 269.442 743 363 557 6 525 34 22 82 12 138.329 1.370 3.720
Venezuela (J-36) 30.851.300 142.117 217 138.860 3 134.913 6.721 10.205 27.532 1.807 41.575.997 197.284 433.763
Yap (L-19) 11.376 30 379 28 28 1 2 8 1 11.292 110 136
ˆ
Zambia (N-7) 15.077.660 177.695 85 171.167 1 168.693 9.855 5.598 13.612 2.806 34.270.962 379.165 809.840
´
Zimbabue (O-7) 15.576.901 45.072 346 43.361 4 41.688 2.302 2.633 5.462 1.185 11.190.296 100.248 114.500
´
30 outros paıses 38.833 35.795 7,3 33.372 2.194 3.173 13.150 844 17.166.611 66.167 74.469

´
Total geral (240 paıses) 8.220.105 7.987.279 1,5 7.867.958 260.273 443.504 1.135.210 118.016 1.933.473.727 9.708.968 19.862.783
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

A GROENL ÂNDIA A

HUNGRIA
ESLOVÊNIA
B CROÁCIA B
ISL ÂNDIA
SUÉCIA
B ÓSNIA- R Ú S S I A
FINL ÂNDIA HERZEGOVINA SÉRVIA
C ILHAS ALASCA C
NORUEGA
FAROE
ESTÔNIA KOSOVO
MONTENEGRO
D LETÔNIA IT MACED ÔNIA D
ILHA DE MAN DINAMARCA Á
LITUÂNIA L
IA
IRLANDA DO NORTE
HOLANDA KALININGRADO ALBÂNIA
IRLANDA GR Ã- ALEMANHA BELARUS GRÉCIA
E BRETANHA POLÔNIA E
GUERNSEY B ÉLGICA LUXEMBURGO
REP. TCHECA UCRÂNIA
JERSEY FRANÇA ÁUSTRIA ESLOVÁQUIA C A Z A Q U I S T Ã O
MOLDÁVIA
SUÍÇA MONGÓLIA
F REP ÚBLICA F
LIECHTENSTEIN ROMÊNIA DEMOCRÁTICA POPULAR
ANDORRA QUIRGUISTÃO
IT BULGÁRIA DA COREIA
MÔNACO
ÁL
IA
GEÓRGIA
UZBEQUISTÃO
OCEANO
PORTUGAL ARMÊNIA
SAN MARINO
G
AÇORES ESPANHA GRÉCIA TURQUIA TURCOMENISTÃO TADJIQUISTÃO PA C Í F I C O G
JAPÃO
GIBRALTAR
MADEIRA
TUNÍSIA
MALTA
CHIPRE
LÍBANO
SÍRIA
AZERBAIJÃO
AFEGANISTÃO
C H I N A REPÚBLICA
DA COREIA
NORTE
IRAQUE IRÃ
ISRAEL
H MARROCOS
TERRITÓRIO BUTÃO H
ILHAS JORDÂNIA KUWAIT NEPAL MIDWAY
ARGÉLIA PALESTINO PAQUISTÃO
CANÁRIAS BANGLADESH
ARÁBIA BAREIN
SAARA LÍBIA EGITO
SAUDITA CATAR
OCIDENTAL ÍNDIA
J EMIRADOS MIANMAR TAIWAN J
ÁRABES UNIDOS HONG KONG ILHA WAKE HAVAÍ
CABO MAURITÂNIA LAOS
VERDE OMÃ MACAU
MALI NÍGER
SENEGAL ERITREIA TAIL ÂNDIA TINIAN SAIPAN
CHADE IÊMEN FILIPINAS
K BURKINA S UDÃ O ROTA K
GÂMBIA CAMBOJA
FASSO DJIBUTI SOCOTRA
VIETNÃ YAP GUAM ILHAS
GUIN É- GUINÉ NIGÉRIA SOMÁLIA
BISSAU GANA S U D Ã O ETIÓPIA POHNPEI MARSHALL
BENIN REP. CENTRO- BRUNEI
SERRA DO SUL SRI LANKA PALAU
L LEOA LIBÉRIA
AFRICANA CHUUK L
TOGO CAMARÕES M A L ÁS I A KOSRAE
UGANDA ILHA CHRISTMAS
COSTA DO MARFIM MALDIVAS
QUÊNIA NAURU
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE GABÃO RUANDA K I R I B A T I
S CINGAPURA
GUINÉ EQUATORIAL CONGO, REP. LE
M BURUNDI
H EL M
CONGO, REP. DO DEM. DO
TANZÂNIA YC I N I A PAPUA- ILHAS TUVALU
SE D O N É S
NOVA GUINÉ TOQUELAU
ASCENSÃO SALOMÃO
COMORES ILHAS WALLIS
ANGOLA MAYOTTE TIMOR-LESTE
N MALAUÍ ILHAS COCOS E FUTUNA N
SANTA HELENA ZÂMBIA VANUATU FIJI SAMOA
SAMOA
MAURÍCIO AMERICANA
ZIMBÁBUE
NAMÍBIA MADAGASCAR NIUE
O RODRIGUES NOVA O
OCEANO BOTSUANA
MO ÇAMBIQUE
REUNIÃO CALED ÔNIA
TONGA
A U S T R Á L I A ILHAS COOK
AT L Â N T I C O SUAZIL ÂNDIA ILHA
ÁFRICA NORFOLK
P P
SUL DO SUL LESOTO
OCEANO ÍNDICO

Q TRISTÃO DA CUNHA NOVA Q


ZEL ÂNDIA

R ILHAS KERGUÉLEN R

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
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A
GROENL ÂNDIA

C C A N A D Á

D
SAINT-PIERRE
E MIQUELON

E
E S T A D O S
D A
U N I D O S
A M É R I C A
OCEANO
F AT L Â N T I C O
BERMUDAS
NORTE
BAHAMAS
G MÉXICO ILHAS
CAIMÃ CUBA
OCEANO BELIZE JAMAICA
H
PA C Í F I C O GUATEMALA
HONDURAS

EL SALVADOR
NICARÁGUA GUIANA
COSTA RICA VENEZUELA
J SURINAME
PANAMÁ GUIANA FRANCESA
COLÔMBIA
ILHAS GAL ÁPAGOS
EQUADOR
K

ILHAS MARQUESAS B R A S I L
L
PERU
ARQUIPÉLAGO DE TUAMOTU
BOLÍVIA
M
TAITI PARAGUAI
ILHAS ILHA PITCAIRN CHILE
AUSTRAIS
N ILHAS TURKS E CAICOS ARGENTINA
ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS
ANGUILLA SAINT MAARTEN URUGUAI
SAINT MARTIN
HAITI REP ÚBLICA
O SAINT BARTHÉLEMY
DOMINICANA SÃO CRISTÓVÃO
PORTO RICO NÉVIS
ILHAS VIRGENS AMERICANAS SABA ANTÍGUA
SANTO EUSTÁQUIO GUADALUPE
P
MONTSERRAT DOMINICA
MARTINICA
SANTA LÚCIA
SÃO VICENTE ILHAS MALVINAS
Q ARUBA CURAÇAU E GRANADINAS BARBADOS (FALKLAND)
BONAIRE GRANADA
TRINIDAD E
TOBAGO GEÓRGIA DO SUL
R

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Para mais informações, acesse www.jw.org,
ou entre em contato com as Testemunhas de Jeová.
Meu relatório de serviço de campo de 2016
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