Professional Documents
Culture Documents
Cidadania Global
ficha técnica agradecimentos
3
índice 36 História e Geografia de Portugal
36 Paz e conflitos armados
43 Integração e valorização da diversidade étnica e cultural
50 Cooperação e solidariedade nacional e internacional
55 Igualdade de Género
5 INTRODUÇÃO 60 Matemática
5 AIDGLOBAL 60 Solidariedade internacional – Ajuda Humanitária
5 Projeto “Educar para Cooperar” e de Emergência
6 Importância da Educação para a Cidadania Global 66 Direito à Terra
73 Educação para todos
79 Alterações Climáticas e os seus impactos
10 Apresentação do Manual
85 Português
10 Objetivo
85 Igualdade de Género
11 Metodologia
11 Destinatários 92 Integração e valorização da diversidade étnica e cultural
11 Modo de utilizar 100 Luta contra a pobreza
105 Integração e apoio aos refugiados
14 Planificações de Aulas
15 Ciências Naturais
115 Considerações Finais
15 Preservação da biodiversidade
115 Potencialidades e limitações
19 Direito à água 115 Projeto em expansão
26 Redução da mortalidade infantil
e promoção da saúde materna
31 Saúde para todos 116 Referências Bibliográficas
1 Introdução Global, com o objetivo de os consciencializar Portugal, além de ações de sensibilização pon-
para as causas das desigualdades no mundo. Em tuais, a Organização tem vindo a desenvolver,
O presente Manual foi concebido no âmbito do
Moçambique, aposta numa Educação de Quali- desde o ano letivo de 2006/2007, o projeto
projeto “Educar para Cooperar – Loures (3ª Edi-
dade vocacionada para a promoção do acesso “Educar para Cooperar”.
ção)” desenvolvido pela AIDGLOBAL no Agrupa-
ao livro e para o combate à iliteracia, através da
mento de Escolas de Catujal-Unhos, Concelho
construção e reforço de bibliotecas municipais
de Loures, durante os anos letivos de 2013/2014
e escolares. 1.2 Projeto “Educar para Cooperar”
e 2014/2015. Pretende ser um recurso de livre
acesso aos professores do 2º Ciclo do Ensino A sua missão é identificar, desenhar e imple- O projeto “Educar para Cooperar2” tem como
Básico (CEB) para trabalharem com os alunos mentar estratégias e ações que contribuam para principal objetivo o envolvimento de professores
temáticas fundamentais à Educação para a atenuar as dificuldades de acesso à educação e dos 2º e 3º CEB nas questões da Educação para
Cidadania Global (ECG), integrando-as no cur- combater a iliteracia na Comunidade de Países a Cidadania Global, procurando que as escolas
rículo oficial da sua disciplina. de Língua Portuguesa (CPLP), cooperando com se assumam como espaços de construção de
as populações e autoridades locais e incentivando cidadãos críticos e participativos. Implementado
o exercício de uma cidadania ativa. em 11 escolas de dois concelhos de Portugal,
1.1 AIDGLOBAL o projeto tem vindo a capacitar professores
Neste contexto, a AIDGLOBAL tem vindo a envidar
através de ações de formação visando promover a
A AIDGLOBAL - Acção e Integração para o De- esforços no sentido de proporcionar recursos
integração da ECG no currículo oficial das suas
senvolvimento Global, enquanto Organização educativos1, intencionalmente concebidos para a
disciplinas.
Não Governamental para o Desenvolvimento promoção da Educação para a Cidadania Global.
(ONGD) trabalha em prol da Educação por um A ECG é uma das áreas prioritárias de ação da Os temas de ECG abordados pelo projeto “Educar
mundo mais justo e sustentável. Em Portugal, AIDGLOBAL, por entender ser urgente uma ampla para Cooperar” pretendem sensibilizar crianças
tem vindo a aproximar crianças, jovens e adul- sensibilização relativamente aos contrastes so- e jovens para uma consciência global do mundo,
tos dos valores da Educação para a Cidadania ciais e desigualdades no mundo, pelo que, em trabalhando as problemáticas atuais através de
5
uma abordagem sistémica das dimensões social, 1.3 Importância da Educação para Desenvolvimento Sustentável (ODS) propõem-
económica e ambiental, numa perspetiva global a Cidadania Global -se atingir, até 2030, 17 objetivos e 169 metas
e local (glocal). que demons-tram a escala e a ambição desta
“Encontramo-nos num momento de enormes
nova Agenda Universal. Uma delas salienta a
Através deste projeto procura-se valorizar o desafios para o desenvolvimento sustentável.
importância da cidadania global como forma
papel do professor, não como um mero trans- Biliões de cidadãos continuam a viver na po-
de garantir que todos os alunos adquiram com-
missor de conhecimentos e informações, mas breza, sendo-lhes negada uma vida digna. Cons-
petências necessárias para promover o desen-
sim como um tutor/facilitador de uma educação tatam-se crescentes desigualdades dentro dos
volvimento sustentável.
cívica mais autónoma, crítica e participativa por e entre os países. Há enormes disparidades de
parte dos alunos. Neste sentido, quatro profes- oportunidades, riqueza e poder. A desigualdade Atualmente, a introdução de questões de cida-
soras são coautoras do presente Manual, tendo de género continua a ser um desafio fundamental. dania no currículo de ensino é fortemente
participado no projeto enquanto voluntárias. Os (...) Ameaças globais de saúde, desastres na- recomendada por diversas organizações go-
seus contributos foram essenciais para a elabo- turais mais frequentes e intensos, conflitos em vernamentais internacionais, designadamente a
ração das planificações de unidades didáticas ascensão, o extremismo violento, o terrorismo e United Nations Educational, Scientific and Cultural
que integram, pelo menos, uma temática de ECG as crises humanitárias relacionadas e o deslo- Organization (UNESCO), organizações governa-
e um conteúdo programático por disciplina (ver camento forçado de pessoas ameaçam reverter mentais nacionais, tais como a Direção-Geral da
quadro 3, página 13). grande parte do progresso do desenvolvimento Educação3, o Camões-Instituto da Cooperação e
feito nas últimas décadas.” (ONU, 2015, p. 6) da Língua e diversas organizações não-gover-
namentais, internacionais e nacionais.
Diante de desafios tão complexos e de um mundo
cada vez mais globalizado e interdependente,
as Nações Unidas têm vindo a empenhar-
1 3
Disponíveis em: http://www.aidglobal.org/#d-0-119 -se na procura de soluções. Neste contexto, Ver documentos orientadores em:
2 http://www.dge.mec.pt/educacao-para-cidadania
Ver mais em: http://educarparacooperar.pt/ os recentemente proclamados Objetivos de
6
A necessidade de uma Educação para a Ci- rem responsabilidade sobre as suas decisões e
De acordo com esta autora, a ED assume cinco
dadania Global é, portanto, um ponto assente ações” (Andreotti, 2014, p. 63). Perfilhando esta
etapas evolutivas: a caritativa e assistencialis-
nas atuais políticas educativas. Este desafio visão, a ECG proporciona aos alunos competên-
destaca-se nas diretrizes políticas internacio- cias e oportunidade para reivindicarem os seus ta (décadas de 40 e 50), a desenvolvimentista
nais, como é o caso da Estratégia de Educação direitos e assumirem deveres como cidadãos (década de 60), a crítica e solidária (década de
da UNESCO (2014a) para o período de 2014 a responsáveis e participativos na sociedade atual 70), a do desenvolvimento humano e sustentável
2021, onde a ECG foi assumida como uma das e futura. A aprendizagem ao longo da vida, tendo (década de 80) e a atual, centrada na noção de
prioridades, tendo inclusive sido definido como início na infância e continuando até à vida adulta Educação para a Cidadania Global. Apesar de
segundo objetivo estratégico “capacitar alunos a através de abordagens formais, não-formais e terem objetivos comuns e de estarem forte-
assumirem-se como cidadãos globais criativos informais de educação, é essencial para a con- mente interligadas, reforça-se a necessidade de
e responsáveis” (p. 45). De facto, a Educação secução da ECG. centrar esforços na conceptualização da ECG
para a Cidadania Global deve ser considerada (UNESCO, 2014a), face às múltiplas interpreta-
um elemento crucial para os sistemas educati- Face a este conceito de ECG, é possível verifi-
ções que se fazem, nomeadamente através das
vos bem-sucedidos. car diversas interligações com outras “Educa-
ONG, educadores e académicos (Fricke, Gathercole
ções para…”. De facto, a ECG apresenta “uma
Segundo a UNESCO (2015), a Educação para a & Skinner, 2015).
abordagem multifacetada, envolvendo conceitos
Cidadania Global pretende ser transformativa,
e metodologias já aplicadas em outras áreas, in- Em Portugal, a nível institucional, a promoção da
envolvendo os alunos na construção de co-
nhecimentos, capacidades, atitudes e valores cluindo a Educação para os Direitos Humanos, cidadania global é a grande finalidade da Estra-
basilares para a promoção do respeito pelos di- a Educação para a Paz, a Educação para o De- tégia Nacional de Educação para o Desenvolvi-
reitos humanos, justiça social, paz, diversidade, senvolvimento Sustentável e a Educação para a mento (2010-2015). Esta estratégia tem como
igualdade de género e sustentabilidade ambiental. Compreensão Internacional” (UNESCO, 2014a, segundo objetivo específico “promover a con-
Neste âmbito, a ECG visa “capacitar os indi- p. 46). Reforça-se, ainda, a sua estreita rela- solidação da ED no setor da educação formal
víduos para a reflexão crítica sobre os legados ção com a Educação para o Desenvolvimento em todos os níveis de educação, ensino e for-
e os processos das suas culturas, para imagina- (ED), assumindo a Educação para a Cidadania mação, contemplando a participação das comu-
rem soluções futuras diferentes e para assumi- Global como uma evolução da ED (Mesa, 2014). nidades educativas”.
7
Perante quadros referenciais como o da UNESCO Quadro 1: Articuladas entre si, estas dimensões propor-
(2014b, 2015) e perspetivas evolutivas como a cionam uma base para definir os objetivos da
de Mesa (2014), algumas das ONGD portuguesas
As principais dimensões conceptuais ECG, ou seja, os seus objetivos de aprendiza-
e estrangeiras, que inicialmente adotaram o na Educação para a Cidadania Global gens, as competências a desenvolver e as suas
conceito de Educação para o Desenvolvimento, (UNESCO, 2015, p. 15) prioridades de avaliação. Assim, a ECG visa tornar
têm assumido a terminologia Educação para a os alunos capazes de: (UNESCO, 2015, p. 16)
Cidadania Global.
Cognitiva • “desenvolver uma compreensão das estru-
O crescente interesse pela cidadania global tem “Adquirir conhecimento, compreensão e pen- turas de governação global, direitos e respon-
vindo a reforçar algumas dimensões concep- samento crítico sobre questões globais, regionais, sabilidades, questões globais e conexões entre
tuais centrais, identificadas a partir de estudos nacionais e locais e sobre a interligação e inter- os sistemas e processos globais, nacionais e
teóricos e práticos realizados na área da ECG dependência dos diferentes países e populações.” locais;
(UNESCO, 2015). Estas dimensões fundamen-
• reconhecer e valorizar as diferenças e as
tam-se em três domínios do processo da apren-
dizagem: cognitivo, sócioemocional e compor-
Sócioemocional várias identidades como a cultura, a língua, a
“Ter sentimento de pertença a uma humani- religião, o género e a nossa humanidade comum
tamental, conforme destaca o quadro seguinte:
dade comum, partilhando valores e responsabi- bem como desenvolver capacidades para viver
lidades, empatia, solidariedade e respeito pelas num mundo cada vez mais diversificado;
diferenças e pela diversidade.”
• desenvolver e aplicar capacidades críticas
para a literacia cívica, tais como análise crítica,
Comportamental tecnologia da informação, literacia para os média,
“Agir de forma eficaz e responsável a nível local, pensamento crítico, tomada de decisão, reso-
nacional e global para um mundo mais pacífico lução de problemas, negociação, construção da
e sustentável.” paz e responsabilidade pessoal e social;
8
• reconhecer e analisar as crenças e valores e a menos como a pobreza (...) e, por isso mesmo,
forma como influenciam não só as tomadas de de- à procura da inclusão e da consequente solida-
cisão políticas e sociais mas também as perceções riedade que tal comporta. Ao professor caberá
sobre a justiça social e a participação cívica; formar jovens conscientes destes aspetos e
prontos a exercer a sua cidadania ativa.” (p. 343)
• desenvolver atitudes de empatia e solicitude
para com os outros e o ambiente e respeitar a Para concretizar os objetivos da ECG, Mundy e
diversidade; Manion (2008) destacam a importância da adoção
de pedagogias mais centradas nos alunos, re-
• desenvolver valores de equidade e justiça social
forçando a ideia de que para além dos conhe-
e capacidades para analisar criticamente as desi-
cimentos sobre cidadania importam, também, as
gualdades de género, de estatuto socio-económico,
formas de ensino e aprendizagem adotadas para
de cultura, de religião, de idade e outras;
esta finalidade. Através de abordagens peda-
• participar e contribuir para as questões glo- gógicas mais coerentes com uma educação que
bais contemporâneas, a nível local, nacional e visa a cidadania global, será possível desenvolver
global, enquanto cidadãos globais informados, competências, ou seja, um conjunto de conheci-
comprometidos, responsáveis e capazes de dar mentos, capacidades, atitudes e valores coeren-
respostas.” tes com as atuais recomendações da literatura de
referência, elencadas no quadro seguinte:
A promoção de uma cidadania ativa deve ser
uma responsabilidade assumida pelos educado-
res. De acordo com Cardoso (2013), “o professor
do futuro espera uma sociedade cada vez mais
preocupada com as desigualdades, com fenó-
9
2 APRESENTAÇÃO DO MANUAL
Quadro 2: O Manual de Educação para a Cidadania Global
Competências a desenvolver na Educação para a Cidadania Global é um recurso educativo que disponibiliza um
conjunto de planificações de unidades didáticas
(Fricke et al., 2015; Mundy & Manion, 2008; Oxfam, 2015; UNESCO, 2015)
destinadas a integrar as temáticas de Educação
para a Cidadania Global (ECG) nos conteúdos
do currículo formal de quatro disciplinas nu-
CONHECIMENTOS CAPACIDADES ATITUDES E VALORES cleares − Ciências Naturais, História e Geografia
de Portugal, Matemática e Português.
• Globalização e interdependência • Pensamento crítico • Valorização e respeito pela
dos sistemas económico, político, diversidade
social e ambiental • Pensamento criativo
• Compromisso com a justiça social
2.1 Objetivo
• Justiça social e equidade • Resolução de problemas e igualdade Como objetivo primordial, o Manual procura fo-
mentar práticas de integração da ECG no Cur-
• Identidade e diversidade • Questionamento • Compromisso com o desenvolvi-
rículo Nacional do Ensino Básico, particular-
mento sustentável
• Desenvolvimento sustentável • Argumentação mente no 2º Ciclo, através da disponibilização
• Crença de que as pessoas podem de planificações de aulas aos professores e outros
• Paz e conflitos • Cooperação e resolução fazer a diferença agentes educativos.
de conflitos
• Direitos humanos • Sentido de identidade e autoestima
• Trabalho colaborativo
• Empatia e solidariedade
10
2.2 Metodologia 2.3 Destinatários 2.4 Modo de utilizar
O conjunto de planificações presentes neste As planificações de unidades didáticas presen- De forma a contextualizar os utilizadores e a fa-
Manual partiu do trabalho desenvolvido por tes no Manual destinam-se mais diretamente cilitar a posterior implementação das atividades
quatro docentes que participaram em Ações de aos professores do 2º CEB das disciplinas de propostas nas planificações, recomenda-se a
Formação de duas edições do projeto “Educar Ciências Naturais, História e Geografia de Portugal, leitura prévia destas páginas iniciais do Manual.
para Cooperar – Loures (2ª e 3ª Eds.)”. Os pla- Matemática e Português. As 16 planificações de unidades didáticas apre-
nos de unidades didáticas foram elaborados, de sentadas no tópico seguinte estruturam-se de
Embora o Manual esteja explicitamente direcio-
forma colaborativa, pelas professoras e pela acordo com a matriz:
nado para docentes, este recurso pode ser adap-
equipa da AIDGLOBAL, tendo sido implementa-
tado e utilizado por qualquer pessoa que esteja • Dados iniciais: apresenta-se o tema de Edu-
dos, posteriormente, em sala de aula. As pro-
envolvida formal, não-formal ou informalmente cação para a Cidadania Global, a disciplina, o
postas pedagógicas apresentadas no manual
em processos educativos: professores, forma- ano de escolaridade, o conteúdo programático,
refletem a articulação dos temas de ECG com os
dores, animadores, voluntários, familiares, entre a duração estimada, o objetivo e os recursos
conteúdos das respetivas áreas disciplinares.
outros agentes educativos. envolvidos no plano;
A partir da experiência da sua aplicação, os
planos foram aprofundados e validados através Através do trabalho dos professores ou de outros • Breve contextualização para o professor:
de um processo de revisão científica, didático- atores educativos, este Manual tem como desti- propõe-se uma leitura introdutória para as
-pedagógica e técnica. natários preferenciais as crianças que frequen- temáticas abordadas na planificação. Geral-
tam os 5º e 6º anos de escolaridade (maioritari- mente são textos que refletem a complexidade
amente entre os nove e os doze anos de idade). da problemática trazida pelo tema ECG e/ou do
No entanto, considera-se que as atividades, es- conteúdo programático e, por serem geralmente
tratégias e recursos propostos são suscetíveis excertos de documentos de referência inter-
de serem adaptados e (re)utilizados noutros nacional e nacional, podem ser aprofundados
anos de escolaridade. através das fontes disponibilizadas;
11
• Atividades passo a passo: descrevem-se as situações da vida real, com ligação prática aos Assumindo que a integração das Tecnologias de
sequências de ensino e aprendizagem, indican- contextos em que se movimentam os alunos e Informação e Comunicação (TIC) pode constituir
do a duração previsível para cada uma. Inicia- que proporcionem uma literacia crítica. uma barreira para alguns contextos educativos,
-se com uma introdução/motivação à unidade os recursos multimédia propostos são susce-
“Neste sentido, a literacia crítica não pretende
didática e encerra-se com uma breve síntese tíveis de serem impressos e/ou relatados, no
‘revelar a verdade’ aos aprendentes, mas sim
conclusiva. Há planificações que são comple- caso de não ser possível recorrer às tecnologias
proporcionar uma oportunidade para que refli-
mentadas com materiais de apoio, tais como fichas na sala de aula (computador, projetor, Internet,
tam sobre o seu próprio contexto e sobre as
de trabalho, cartões de jogos e questionários. entre outras ferramentas).
suposições epistemológicas e ontológicas suas
As atividades propostas caracterizam-se pela e dos outros: como é que acabámos por pensar/ Uma vez que o Manual não pretendeu ter uma
diversidade de estratégias e recursos que têm ser/sentir/agir de determinada forma e as im- estrutura sequencial, pois disponibiliza planifi-
como objetivo promover a participação ativa, o plicações dos nossos sistemas de crenças em cações de diversas disciplinas e temáticas ECG,
trabalho colaborativo, o pensamento crítico, a termos locais/globais face às relações de poder recomenda-se a quem o utilize a seleção das
resolução de problemas e a tomada de decisões. desiguais, relações sociais e distribuição de tra- planificações consoante as necessidades e ca-
No Manual são propostas estratégias participativas, balho e recursos.” (Andreotti, 2014, p. 64). racterísticas do público-alvo, podendo utilizá-
nomeadamente debates e reflexões em grupo, -las autonomamente ou em complementaridade
Os recursos utilizados requerem uma abordagem
jogos de papéis, inquéritos, chuvas de ideias e com outros recursos.
crítica e atual sobre as temáticas ECG que reflitam
dramatizações − abordagens conducentes ao
a sua complexidade no mundo (BAOBAB, 2009), No quadro seguinte apresenta-se a relação entre
desenvolvimento de conhecimentos, capaci-
pelo que se recorreu à integração de conteúdos as diferentes disciplinas, anos escolares, temáti-
dades, atitudes e valores essenciais à formação
educativos multimédia, nomeadamente vídeos, cas ECG e respetivos conteúdos programáticos
de cidadãos participativos no século XXI (UNESCO,
documentários, notícias online, infografias e com os quais se articulam.
2014a). Procura-se uma aprendizagem mais
mapas interativos, que proporcionam uma aborda-
significativa através da realização de atividades
gem global e local (glocal) das temáticas ECG.
cujas reflexões possam ser extrapoladas para
12
Quadro 3: Relação entre área disciplinar, ano de escolaridade, temática ECG e conteúdo programático
área ano TEMÁTICA ECG CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Paz e conflitos armados O processo de ocupação e as relações entre Muçulmanos e Cristãos na Península Ibérica; a herança muçulmana
5º
Integração e valorização da diversidade étnica e cultural Portugal nos séculos XV e XVI
HGP
Cooperação e solidariedade nacional e internacional O terramoto de 1755
6º
Igualdade de Género As mulheres na I República
História e Geografia
de Portugal
Matemática História e Geografia de Portugal Português
• Paz e conflitos armados
Português • Integração e valorização da diversidade étnica
• Igualdade de Género
14
Ciências Naturais PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
aula d0 5ª ano
Objetivo
O termo biodiversidade é hoje em dia amplamente utilizado por cientistas, políticos e opinião
pública em geral, na medida em que a variedade de formas de vida é fonte de alimentos ou • Conhecer algumas das plantas em vias de extinção
em Portugal e o seu papel na biodiversidade. Sensibilizar
produtos necessários à sobrevivência da humanidade. A Lista Vermelha de 2006 da União Inter- para a importância da mudança de comportamentos
nacional para a Conservação da Natureza regista um acréscimo de espécies em perigo de extinção, visando a sua preservação
(…) mais de um terço das espécies de animais, plantas e fungos monitorizados, concluindo-se
que os compromissos globais assumidos pelos governos nos últimos anos não estão a travar a Recursos
perda de biodiversidade. • Computador com acesso à Internet, projetor e colunas
de som;
As florestas são ecossistemas de grande complexidade caracterizados por alta densidade de
• Infografia interativa (online);
árvores, onde habitam e interagem milhares de plantas, animais e outros seres vivos. As florestas
constituem a maior reserva de biodiversidade do mundo e são cruciais para a formação dos solos, • Notícia informativa (online);
combate à erosão, produção de oxigénio, fixação de carbono, preservação da qualidade do ar, • Materiais de divulgação e escrita;
regulação dos aquíferos e da temperatura (…) e, obviamente, para a sobrevivência das populações
• Recurso Global Forest Watch (online);
locais, algumas delas em vias de extinção devido à atuação gananciosa do homem. (Naturlink) 1.
• Vídeo (online).
15
Ciências Naturais PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 5’ • Questionar o seu conteúdo com perguntas do 3 Observatório Global das Florestas 20’
seguinte tipo:
• Projetar imagens de algumas plantas em vias • Perguntar aos alunos: Qual a importância das
- Com que finalidade publicou o jornal esta notícia?
de extinção. A turma identificará o assunto a florestas para a biodiversidade?
- Quem efetuou o estudo a que a notícia se refere?
tratar na aula, dado que, anteriormente, foram
- Estes dados serão de uma fonte confiável?
incumbidos de realizar um trabalho de pesquisa
- Quantas dessas plantas existem em Portugal?
em grupo: recolher informações sobre uma
(Clicar no gráfico circular das plantas.)
planta em vias de extinção em Portugal focando
“Em conjunto com outras associações vegetais,
o nome científico, o tipo de raiz, o tipo de caule, • Solicitar aos grupos que apresentem os trabalhos
a floresta encerra uma grande biodiversidade e
o local geográfico onde pode ser encontrada e realizados por eles sobre as plantas em vias de
garante o necessário equilíbrio ecológico. Por
as razões pelas quais está a desaparecer. As extinção em Portugal.
isso, ela é cada vez mais reconhecida como um
plantas atribuídas aos grupos são: Narciso-
• Propor aos alunos debaterem os seguintes espaço de importância fundamental para a ma-
-do-Mondego, Miosótis-das-praias, Azevinho,
aspetos: nutenção dos valores naturais e para a melhoria
Corriola-do-espichel, Diabelha do Algarve,
da qualidade de vida das populações.”Portal do
Alcar-do-Algarve e Trevo-de-quatro-folhas. - O papel das plantas na biodiversidade e de que
Ambiente e do Cidadão”3.
forma o seu desaparecimento pode vir a influ-
2 As plantas em vias de extinção em Portugal 40’ enciar a vida dos animais que dependem delas • Propor a ampliação de conhecimentos sobre
(para abrigo, alimento, ciclo da vida,…). este assunto, com base nos indicadores pre-
• Apresentar a infografia “Quase 1500 espécies
sentes no site da WWF Portugal4.
ameaçadas na Europa”2 que , por ser interativa, - Cuidados a ter para assegurar a preservação e
permite explorar os seus elementos ao clicar proteção destas espécies ameaçadas. (Prevenir 3 Disponívelem:
sobre os pequenos gráficos circulares. os incêndios, não poluir, plantar, atrair e prote-
http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/floresta-1/mais-in-
2 Disponível ger os animais polinizadores, tais como abelhas formacao-1/sobre-a-importancia-das-florestas
em: www.publico.pt/multimedia/infografia/
quase-1500-especies-ameacadas-na-europa-67 e outros insetos,…) 4 Disponível em: http://www.wwf.pt/o_nosso_planeta/florestas/
16
Ciências Naturais PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
Evidenciar os dados conclusivos mais impor- • Verificar que se pode fazer zoom ao mapa e 4 O ser humano e as florestas 15’
estudar mais profundamente cada país. Incen-
tantes, analisando, mais detalhadamente, dois deles.
tivar à análise do caso do nosso território, em • Lançar a seguinte pergunta: Será que todos
“As Florestas contêm 70% da biodiversidade especial o desaparecimento da Floresta Lauris- os seres humanos dependem das florestas de
terrestre.” silva, em Portugal Continental, encontrando-se igual forma? Ouvir e dialogar sobre alguns
ela, atualmente, só nos Arquipélagos da Madeira, argumentos.
“1,6 biliões de pessoas dependem das florestas.” Açores, Canárias e Cabo Verde.
• Visionar o vídeo da Organização Survival
• Questionar o significado de “conter 70% da • Convidar os alunos a verem o que se passa International 6 (4’18’’) , que tem um projeto
biodiversidade”. Reflectir sobre como as pes- numa das zonas mais importantes e conhecidas de ação para a preservação de uma tribo indí-
soas dependem das florestas e qual o fenómeno do mundo: a Floresta Amazónica. gena do Brasil que está a perder as suas terras
que está destruí-las? pela pressão da comercialização ilegal de madeira.
• Explorar o recurso do Global Forest Watch 5 • Debater o problema, com base em questões
visando: como:
17
Ciências Naturais PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
- Será que alguém se importa com os pro- para a tribo Awá. Para ajudar nesta ação in- Caso se reúnam os recursos necessários, pode-
blemas dos índios do Brasil: governos, orga- ternacional, utilizar como símbolo o ícone dis- -se, ainda, elaborar um pequeno vídeo, tal como
nizações, instituições? ponibilizado no site da Organização7 no canto fez esta escola do Reino Unido: “Survival
inferior esquerdo, adequando-o ao contexto de International @ The BRIT School” 8 (4’41’’)
Portugal ou até mesmo ao da nossa localidade
5 Ajudar a tribo Awá 50’ ou escola. Ele pode ser utilizado na elaboração
18
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
aula d0 5ª ano
1 Disponívelem: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/unesco_launch_of_the_in-
ternational_year_of_water_cooperation_2013_in_brazil#.Vfk03X9VhHw
19
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ 2 A água, um recurso natural renovável mas 3 A aldeia Triângulo e o rio Paraíso: jogo de papéis
• Apresentar algumas imagens (corpo humano,
esgotável 15’ 40’
20
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
ALDEIA TRIÂNGULO EM PERIGO • Lembrar que os rios são de água doce, a qual com argumentos a apresentar na Assembleia da
representa 3% da água existente no mundo. Câmara Municipal, cabendo ao porta-voz deba-
Os restantes 97% são de água salgada que não ter a problemática com os outros representantes
se pode beber diretamente. Ao poluírem-se os socioeconómicos locais e da autarquia.
rios, passa a haver cada vez menos água doce
• Como base de apoio, pode ser utilizada a ficha
disponível, em boas condições.
de atividades para o jogo de papéis constante
A aldeia Triângulo tem 500 habitantes que vivem
• Informar que a Junta de Freguesia da aldeia na planificação de aula “Direito à terra” (ver ma-
sobretudo da agricultura e da pesca. Ultimamente
não possui grandes recursos para acudir ao teriais nas páginas seguintes), adequando-o ao
têm surgido graves problemas de saúde que os
desastre ecológico que se avizinha e solicita à contexto situacional.
técnicos identificaram sendo originados pelas
Câmara Municipal a que pertence uma reunião
águas, cada vez mais poluídas, do rio Paraíso • Depois de todos os grupos terminarem a pre-
urgente, estando presentes as forças sociais lo-
que atravessa a povoação. A água potável, para paração da reunião, o professor, na qualidade de
cais. É preciso prepará-la.
consumo doméstico e para dar de beber aos moderador, dará início ao debate na Assembleia
animais está fortemente contaminada, situação • Explicar o trabalho a realizar: a turma será di- com base na seguinte questão: Mediante os dife-
agravada pela seca do ano passado que fez vidida em cinco grupos e cada um tem um papel rentes interesses e preocupações das pessoas
com que o caudal do rio diminuísse considera- a desempenhar como participante na reunião da aldeia, como podemos resolver o problema
velmente. Os agricultores temem que as águas com a autarquia, assinalado nos perfis constan- da poluição do rio e da escassez de água? Os
contaminem as plantações e os pescadores não tes nos cartões (ver materiais nas páginas vários grupos deverão negociar as propostas de
se atrevem a vender o peixe. Há gente que, em seguintes). forma a chegarem a um acordo, suportado pela
desespero, come produtos da terra e pesca às opinião da maioria.
• Dividir os alunos em cinco grupos, que repre-
escondidas… Triângulo é uma aldeia pobre e
sentarão um papel específico dentro desta reali- • A criação coletiva desse pacto, a que se pode chamar
sem esperança, se as entidades municipais lhe
dade. Inicialmente, o porta-voz lê ao seu grupo o “Carta da Água”, será registado por escrito e assinado
não acudirem.
que está registado no cartão. Todos contribuirão por todos os habitantes da aldeia, em ambiente de festa.
21
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
• Confirmar essa realidade, acedendo ao cál- • Mostrar o gráfico “Cada país, sua pegada”4
culo da chamada Pegada Hídrica3 de uma pessoa.
que apresenta as médias das pegadas hídricas
Embora esteja em inglês, basta escolher o país,
Sugestões: O professor pode levar em diferentes países do mundo, procurando
sexo, tipo de alimentação e renda anual indi-
adereços, imagens e objetos que refletir por que o consumo de água por pessoa
vidual (pode ser um valor aproximado ou fictício).
transformem a sala de aula na al- varia tanto conforme o país.
deia Triângulo. Se achar pertinente • Fazer o cálculo da pegada hídrica de dois (ou
e houver condições, poderá en- mais) alunos que tenham nacionalidades diferen- 5 Um projeto pela água! 35’
caminhar a turma para fora da sala tes. Caso não exista essa possibilidade, simular
de aula, para um espaço ao ar livre. a situação de uma pessoa indiana e vegetariana.
• Ter como base de trabalho, faturas de água
dos últimos dois meses, que foram solicitadas
Registar o valor das pegadas, no quadro.
aos alunos, na aula anterior. Dividir os alunos
• Calcular a diferença entre os alunos, com base em grupos e identificar o valor total de custo
4 A Pegada Hídrica 30’ na informação de que a média mundial da pegada mensal por grupo. Cada grupo deve desenhar
hídrica por pessoa é de 1.243 m3. um projeto de ação para dois meses, incluindo
• Problematizar a importância da água e
atividades para a poupança de água. (Fechar a
soluções, com base nas questões: • Verificar quais nacionalidades e/ou que tipos
torneira sempre que se lavam os dentes, usar a
de alimentação tiveram as menores ou maiores
- Para que é que a água é utilizada? (Beber, co- água do banho para o autoclismo, instalar redu-
pegadas.
zinhar, lavar - como consumidor/gerar bens e tores de caudal nas torneiras,...) Pode-se utilizar o
serviços - como comercializador.) seguinte modelo para desenhar o projeto de ação:
22
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
Tema do projeto:
• Durante os dois meses de implementação, o 6 Síntese da Unidade Didática 5’
Nome dos elementos do grupo: professor deve acompanhar a evolução dos pro-
Finalizar a Unidade Didática, sintetizando as
jetos dos vários grupos. Ao fim desse tempo,
ideias fundamentais decorrentes da sua análise,
os alunos voltam a solicitar o valor da fatura
Ações para a poupança de água da água aos encarregados de educação e com-
em particular que a água é um recurso vital para
a vida e para o desenvolvimento. Devido à má
param com o valor da fatura inicial.
gestão humana, tem vindo a escassear, com
Local Frequência
(casa de todos, casa da Maria, (diariamente, mensalmente, …) • Cada grupo deve elaborar uma apresentação graves repercussões na sobrevivência de todos
casa do João...) com as atividades desenvolvidas e os resultados os seres vivos. É necessário garantir a quali-
do projeto. Apresentar possíveis imprevistos dade, o acesso e o uso responsável da água,
que poderão ter levado a um aumento do valor sensibilizando as pessoas, empresas, organiza-
da fatura (entrada de novo membro na família, ções internacionais e governos a fazerem uma
problemas de canalização,...). boa gestão deste recurso vital.
23
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
Cartões para o jogo de papéis
24
Ciências Naturais DIREITO À ÁGUA
25
REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL
Ciências Naturais E PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA
aula d0 6ª ano
Objetivo
Breve contextualização • Sensibilizar para a importância do acesso a uma
para o professor vida saudável e de qualidade, nomeadamente para a
redução da mortalidade infantil e promoção da saúde
materna
“O mundo tem feito, desde 1990, grandes progressos na melhoria da sobrevivência infantil, re-
duzindo a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos para quase metade: de 90 para Recursos
46 mortes por 1000 nascimentos, em 2013. Atualmente, a taxa de mortalidade global de menores • Computador com acesso à Internet, projetor e colunas
de cinco anos está a diminuir mais rápido do que em qualquer outro momento das últimas duas de som;
décadas. [...] Muitas dessas mortes poderiam ser facilmente evitáveis com intervenções simples • Vídeo (online);
e de baixo custo, antes, durante e imediatamente após o nascimento. No entanto, a investigação
• Recurso Gapminder (online);
da UNICEF revela um elevado grau de variabilidade na utilização e na qualidade dos serviços
prestados às gestantes e aos seus bebés. Além disso, ainda há falta de cuidados com qualidade • Imagens.
aos recém-nascidos e às mães em contacto com o sistema de saúde.” (Wardlaw et al.1 , 2014, p. 1)
1
Disponível em:
http://data.unicef.org/corecode/uploads/document6/uploaded_pdfs/corecode/Enormous-progress-in-child-survival_220.pdf
26
REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL
Ciências Naturais E PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 5’ • Visionar o vídeo “2 Girls 2 Lifes” 2 (2’36’’) 3 A problemática da mortalidade infantil: o que
• Afixar, no quadro, imagens: uma escola, um
e lançar algumas questões para reflexão: mudou em 200 anos 15’
hospital e crianças entre os 0 e 5 anos. - Quais foram os sentimentos que este vídeo • Perguntar aos alunos se desejariam saber
despertou? como este problema tem vindo a ser tratado
• Questionar e debater, brevemente, a relação
mundialmente.
possível/provável entre as três imagens, levando - O que aconteceu de diferente na vida destas
à dedução que, se o futuro de um país está nas duas raparigas? • Demonstrar a evolução das taxas de mortali-
crianças, é necessário cuidar e saber cuidar delas. dade infantil (dos 0 aos 5 anos de idade) nos
- Quais as causas dessa diferenciação?
diferentes países do mundo, ao longo dos últi-
• Legendar as imagens com a afixação das
- Quais foram as consequências deste facto na mos 200 anos, com base no recurso Gapminder3.
palavras EDUCAÇÃO SAÚDE CRIANÇAS, vida das duas raparigas – para a que frequentou
unidas pelo símbolo da interdependência. • Constatar que, até por volta de 1860, não havia
a escola e para a outra que não teve oportuni-
grandes diferenças entre os países do mundo
EDUCAÇÃO dade de o fazer?
quanto aos números, mas que, a partir de 1940,
SAÚDE
CRIANÇAS - O que pode ter acontecido ao bebé para ter as disparidades começam a ficar mais eviden-
causado a sua perda? Como poderia ter sido tes. Salientar que a diminuição da taxa de mor-
evitada essa tragédia? talidade se relaciona com a melhoria da situação
2 Duas raparigas, duas vidas distintas 10’
• Concluir que a mortalidade infantil constitui
económica (income per person).
• Lançar a questão: Será possível que duas cri- um grave problema mundial. • Ressaltar a crescente diminuição desta taxa
anças nascidas no mesmo dia, no mesmo local, ao longo dos anos, dando destaque ao grande
vivendo no mesmo bairro pobre, possam ter aumento que se observa a partir de 1980, devi-
destinos diferentes? Perguntar se gostariam de dos aos crescentes esforços para combater a
2
conhecer as histórias de vida da Mary e da Susan. Disponível em: vimeo.com/61018495 mortalidade infantil.
27
REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL
Ciências Naturais E PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA
• Questionar cada aluno sobre as razões do seu - As mulheres com mais escolaridade são mais
• Identificar os países que, atualmente, ainda
posicionamento relativamente às seguintes frases: propensas a fazer planeamento familiar e a
apresentam taxas elevadas de mortalidade
procurar cuidados médicos.*
infantil (colocando o cursor por cima das - As raparigas que permanecem na escola por
esferas do gráfico). mais tempo garantem menor qualidade de vida [Concordo]
para si e para os filhos que virão a ter.
- Os cuidados de saúde no momento do nasci-
[Discordo: As raparigas (…) garantem maior mento devem ser assegurados, principalmente
4 As principais causas dos problemas 15’ qualidade de vida (…)]* alguns dias após o parto, para diminuir a mor-
talidade infantil.
• Convidar os alunos a fazerem um jogo, expli- - Uma criança, cuja mãe foi escolarizada, tem
cando que o professor lhes vai apresentar seis 50% mais oportunidades de sobreviver depois [Discordo: (…) principalmente durante e logo
afirmações e eles têm de dizer se concordam dos 5 anos de idade.* após o parto, (…)]**
ou discordam delas. Afixar, em duas paredes
[Concordo] • Fazer notar que a maior parte das afirmações
opostas, cartões com as palavras “CONCORDO”
coincidem com os factos presentes no vídeo da
e “DISCORDO”. Explicar aos alunos que se devem - Na Indonésia, a taxa de vacinação infantil é de
Mary e da Susan.
dirigir a um ou a outro local, consoante concor- 19%, em relação às mães sem escolaridade, au-
darem ou não com as afirmações. Se alguém mentando para 68% se as mães têm, pelo me-
não tiver certeza da resposta, pode ficar a meio nos, frequência do ensino secundário.*
do caminho. É possível mudar de opinião, de-
[Concordo]
pois de ouvirem os argumentos dos colegas. A
deslocação deve fazer-se de forma tranquila e - Apenas a educação tem influência na redução
em silêncio. da mortalidade infantil. Tudo o resto não é assim * UNESCO (2010), disponível em: http://www.unesco.org/
tão importante fileadmin/MULTIMEDIA/FIELD/Brasilia/pdf/MDG_EFA_
3
Disponível em: www.gapminder.org (Clicar sobre “GAP- new_figures_pt_21-09-2010.pdf
MINDER WORLD”, no menu superior do site, e, novamente, [Discordo: Outros fatores como educação,
** Wardlaw et al. (2014), disponível em: http://data.unicef.
clicar sobre o eixo y do gráfico, “Life expectancy”, e selecio- alimentação saudável e acesso à saúde têm org/corecode/uploads/document6/uploaded_pdfs/core-
nar a 4ª opção “Child mortality”.) influência na redução da mortalidade infantil.] code/Enormous-progress-in-child-survival_220.pdf
28
REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL
Ciências Naturais E PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA
5 Elaborar um plano de ação 35’ • Identificar os países em questão, atualizando a 6 Síntese da Unidade Didática 10’
sua denominação para a língua portuguesa.
• Propor aos alunos que imaginem trabalhar • Questionar os alunos de modo a sistematizar
na UNICEF e que lhes foi concedida a respon- • Dividir a turma em grupos e sortear a cada as ideias trabalhadas nas temáticas abordadas
sabilidade de elaborarem um Plano de Ação grupo um dos países da lista. Pedir que preencham e registá-las recorrendo ao preenchimento do
para reduzir a mortalidade infantil e melhorar a a ficha de trabalho que se encontra na página seguinte esquema, organizado no quadro (as
saúde materna em determinado país. seguinte, tendo especial cuidado na formaliza- sugestões, pela positiva, são meramente ilus-
ção de um Plano de Ação viável. Ele constituirá trativas. Decerto os alunos sugerirão outras
• Projetar o seguinte documento da UNICEF,
o contributo da turma às entidades governativas formulações):
que nomeia os dez países onde há as maiores
locais, ou entidades significativas suscetíveis de
taxas de mortalidadede de crianças menores
viabilizar as propostas (associações, paróquias,
de cinco anos. ALIMENTAÇÃO CUIDADOS DE SAÚDE
mecenas), melhorando a qualidade de vida dos
ADEQUADA MATERNA E INFANTIL
cidadãos.
29
REDUÇÃO DA MORTALIDADE INFANTIL
Ciências Naturais E PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA
Componentes do grupo:
1 - Localizem, no mapa, o país para o qual o vosso grupo irá elaborar um Plano de Ação.
2 - Indiquem, no local adequado, as ações que acreditam ser as mais necessárias relativa-
mente à saúde e educação.
ÁREA AÇÕES
Saúde
Educação
Potenciais 5
Disponível em: http://data.unicef.org/corecode/uploads/document6/uploaded_pdfs/corecode/
recursos unicef-2013-child-mortality-report-LR-10_31_14_195.pdf
30
Ciências Naturais Saúde PARA TODOS
aula d0 6ª ano
Breve contextualização
para o professor
“A promoção e proteção da saúde são essenciais para o bem-estar do Homem e para o desenvolvi- Objetivo
mento económico e social sustentável. Isto foi reconhecido há mais de 30 anos pelos signatários da • Sensibilizar para a importância do acesso mundial à
Declaração de Alma-Ata, que assinalaram que a Saúde para Todos contribuiria tanto para melhor saúde, conhecendo os microrganismos e a sua influência
qualidade de vida como também para a paz e segurança globais. (…) A necessidade de cobertura no bem-estar das pessoas
universal de saúde e duma estratégia para financiá-la nunca foram tão grandes como neste mo-
Recursos
mento em que o mundo se debate com o abrandamento económico, a globalização das doenças
e das economias e com exigências crescentes para cuidados crónicos. (…) Em muitos contextos, • Computador com acesso à Internet, projetor e colunas
de som;
(…) quando as pessoas usam os serviços têm frequentemente que arcar com elevados custos, por
vezes catastróficos, para pagar os cuidados. (…) Todos os países dispõem internamente de margem • Recurso Gapminder (online);
para angariar mais dinheiro para a saúde, desde que os governos e a população se comprometam • Vídeos (online);
a isso. Há, em termos gerais, (diferentes) modos de o fazer, (...) (um deles) é aumentar a ajuda ao
• Materiais de divulgação e escrita.
desenvolvimento e conseguir que esta funcione melhor para a saúde.” (Organização Mundial da
Saúde 1, 2010, p. xi-xii, xiv-xv)
31
Ciências Naturais Saúde PARA TODOS
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 5’ 3 A relação entre saúde e pobreza: os dados • Verificar, com os alunos, que apesar da
• Registar, no quadro, os itens que se relacionem 2 Disponível em: www.gapminder.org (Clicar sobre “GAP- 3 Disponível em: www.gapminder.org/videos/200-years-
com o conteúdo programático em curso. MINDER WORLD”, no menu superior do site.) that-changed-the-world-bbc/
32
Ciências Naturais Saúde PARA TODOS
Durante esta simulação, se necessário, dinami- 4 As doenças nos países em desenvolvimento 15’
zar a cena com questões do tipo:
• Lançar a questão: Será que haverá doenças
- O que impede o “doente” e a “cura” de se que são apenas frequentes nos países em de-
aproximarem? senvolvimento? Debater, brevemente, as razões
apresentadas.
- Qual é a importância do dinheiro no acesso à
saúde? Haverá outros fatores? Propor o visionamento do vídeo TED Ed “A
história da Cólera” (4’) 4 para conhecer
- Em que locais do mundo há menos possibili-
outros fundamentos.
dades de aceder à saúde?
• Debater as ideias contidas no vídeo, problema-
Durante o debate, é de referir que alguns povos,
tizando-as com recurso a questões do tipo:
nomeadamente tribos indígenas, não depen-
dem do dinheiro para ter acesso à saúde, pois - O que sentiram ao ver a narração destes factos?
aproveitam os recursos naturais ao seu dispor.
- Que outras doenças conhecem que causam
epidemias semelhantes à cólera?
33
Ciências Naturais Saúde PARA TODOS
34
Ciências Naturais Saúde PARA TODOS
Dividir a equipa de voluntários em nove grupos • Dar indicações sobre os elementos a integrar
e solicitar a cada grupo que fique responsável no folheto informativo, designadamente:
por promover uma campanha de combate a uma
- Nome da doença;
das seguintes doenças epidémicas:
- Nome do microrganismo que a provoca;
35
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
aula d0 5º ano
Breve contextualização
para o professor
Objetivo
“Na sequência da proclamação pela ONU, em Novembro de 1997, do ano 2000 como Ano • Sensibilizar para a importância da paz no desen-
Internacional da Cultura da Paz; na sequência também do apelo feito pelo então Diretor Geral da volvimento a partir da análise de conflitos armados
UNESCO a todos os Estados-membros para que promovessem ações destinadas a uma maior do passado e do presente
consciencialização das raízes culturais que estão na base dos conflitos armados, a Comissão Recursos
Nacional da UNESCO estabeleceu contactos com várias entidades (…) tendo em vista a realização
de um programa a que se apontaram três objetivos prioritários: pensar a paz, educar para a • Computador com acesso à Internet e projetor;
paz e sensibilizar para a paz. (…) Pensar a paz, todavia, é também uma condição para que a • Imagens;
sociedade aceite como responsabilidade sua, e não apenas como responsabilidade delegada às
• Mapa-mundo em dimensão grande;
instituições políticas e militares, a prevenção dos conflitos e a procura de instrumentos jurídicos
e plataformas de relacionamento socioeconómico que inibam o recurso à violência organizada, • Marcadores (verde e vermelho);
infelizmente o mais comum de todos os recursos sempre que há diferendos, não obstante os • Cartões com elementos da cultura árabe;
elevados custos que acarreta em vidas humanas e bens essenciais.” (Presidente da Comissão
Nacional da UNESCO1 – Aurélio, 2000, p. 17-18) • Post-its.
1
Disponível em: http://www.idn.gov.pt/publicacoes/nacaodefesa/textointegral/NeD95-96.pdf
36
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
Atividades passo a passo…
37
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
CONFLITOS
ARMADOS
• Apresentar as escolhas dos alunos e as suas Conquista da Península Ibérica
justificações. Os que escolherem a mesma fra- • Profissão de militar
se podem acrescentar, apoiar ou contestar as “Os Muçulmanos começaram a conquistar novos
• Treino de luta territórios de forma a: expandir o Islamismo,
razões apresentadas pelos colegas, bem como
as dos outros. A turma entrará em debate. procurando converter outros povos à sua re-
MOTIVAÇÕES OBJETIVOS ligião, melhorar as suas condições de vida,
• Selecionar a declaração de Gandhi que teve • Impedir atrocidades • Defesa do território dado que a Arábia era um território bastante
maior adesão. pobre. Foram conquistados territórios na Ásia,
• Fuga de escravidão • Expansão do território
e maus tratos no Norte de África e, em 711, iniciou-se a con-
• Reconquista de território quista da Península Ibérica. Os Mouros (desi-
• Defesa da honra gnação para os Muçulmanos oriundos do Norte
• Expansão e defesa da fé
• Obedecer a ordens de África) entraram pelo estreito de Gibraltar e
• Interesses económicos venceram os Cristãos visigodos na batalha de
3 A conquista da Península Ibérica no século VIII 30’ • Necessidade (fome, água) (indústria bélica,…) Guadalete. Muito rapidamente (em cerca de dois
• Referir que estiveram a falar de “pessoas pa- anos) os Muçulmanos ocuparam praticamente
• Mostrar uma imagem do Manual Escolar sobre toda a Península Ibérica, com exceção das
cifistas” que dedicaram as suas vidas a lutar
as batalhas entre Cristãos e Muçulmanos pela Astúrias e parte dos Pirenéus, devido às suas
pela paz. Questionar se só as “pessoas confli-
posse da Península Ibérica e perguntar a qual condições adversas. Esta ocupação foi realizada
tuosas” desencadeiam ou desencadearam con-
flitos armados. ou quais das razões apontadas na atividade an- através do uso de armas mas, em muitos casos,
terior ela corresponderá, e se sabem identificar faziam-se acordos com os visigodos que lhes
• Encontrar razões para essas atitudes, através os protagonistas. permitiam viver em paz e confraternizar, desde
da construção de uma chuva de ideias à volta que se submetessem aos novos conquistadores”
da expressão CONFLITOS ARMADOS. Os alu- • Perguntar se gostariam de conhecer os pres- (O Bichinho do Saber3, 2011).
nos vão lançando palavras ou expressões em supostos dessas lutas e projetar os textos sobre
3
interligação com o conceito, registando-as, no a conquista da Península Ibérica, fazendo a sua Disponível em:
http://www.obichinhodosaber.com/2011/06/09/historia-e-geografia-de-
quadro, num esquema do tipo: leitura coletiva. portugal-5%C2%BA-ano-a-ocupacao-muculmana/#sthash.DY9BlCrH.dpuf
38
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
Reconquista da Península Ibérica • Assinalar os aspetos presentes nos textos que Todos os alunos poderão entrar no jogo, pedin-
coincidem com as razões apontadas no esque- do, democraticamente, a palavra.
“Foi a partir das Astúrias e junto dos Pirenéus ma elaborado na atividade anterior.
que se iniciou a Reconquista Cristã, ou seja, os
• Convidar a turma a colocar-se nos papéis dos
Cristãos começaram a lutar contra os Muçulma-
“invasores” e dos “invadidos” e dramatizar um
4 Do entre-guerras ao pós-guerra 20’
nos para voltar a conquistar as terras que
tinham perdido para eles. Com o passar do debate entre eles (uso da 1ª pessoa: eu/nós). Di- • Constatar que a estadia dos Muçulmanos durou
tempo, o reino das Astúrias deu lugar a outros vidir os alunos em dois grupos, imaginando uns oito séculos. Eles só foram definitivamente ex-
reinos Cristãos: reino de Leão, reino de Castela, que são Muçulmanos e outros que são Cristãos. pulsos em 1492. Perguntar o que se passaria
reino de Navarra, e reino de Aragão. Cada reino nos períodos em que não havia guerra entre
Representar a conquista Muçulmana, tendo em
tinha como objetivo conquistar terras a sul aos Cristãos e Muçulmanos. (Houve períodos de
conta que:
Muçulmanos de forma a expulsá-los da Penín- paz e confraternização. Cristãos e Muçulma-
- os Muçulmanos invasores precisam de con- nos foram-se habituando a aceitar costumes e
sula Ibérica. Foram precisos quase 800 anos
quistar novas terras para conseguirem me- tradições diferentes dos seus.)
para o conseguirem. Entretanto também houve
lhores condições de vida e difundirem a religião.
períodos de paz e confraternização. Cristãos • Refletir sobre quais os sentimentos e valores
e Muçulmanos foram-se habituando a aceitar Questão: Que sentimentos e valores vos le- humanos que tiveram de predominar nesses
costumes e tradições diferentes dos seus” variam a pegar em armas? momentos de paz. (Resignação, humildade, es-
(O Bichinho do Saber4, 2011). perança, tolerância, perdão, partilha…)
- os Cristãos invadidos necessitam de de-
fender o seu território e a sua crença religiosa. • Lançar a pergunta: “O que ficou da presença
Questão: O que sentiriam se tivessem sido in- árabe na Península Ibérica depois da Recon-
vadidos por outro povo? quista Cristã?”. Propor debater a questão em
4
• A partir deste exemplo, promover a troca de trabalho de grupo.
Disponível em:
papéis para a situação da Reconquista Cristã,
http://www.obichinhodosaber.com/2011/06/10/historia-e-
geografia-de-portugal-5%c2%ba-ano-cristaos-e-muculmanos- em que um grupo representa os Cristãos (“in- Dividir a turma em grupos de três alunos e en-
no-periodo-da-reconquista-crista/#sthash.VqJcAcAH.dpuf vasores”) e outro os Muçulmanos (“invadidos”). tregar a cada um dos grupos um cartão com uma
39
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
40
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
6 Consequências dos conflitos armados 20’ - O que podemos fazer, enquanto cidadãos, para 8 Síntese da Unidade Didática 5’
contribuir para um mundo com menos conflitos
• Questionar se os conflitos armados trazem e mais desenvolvimento? • Finalizar a Unidade Didática tirando conclusões
consequências para os intervenientes e não tais como: os conflitos armados do passado e do
intervenientes e convidar os alunos a descobri- • Convidar os alunos a tomarem iniciativas, presente, que geraram e geram tantas perdas
rem algumas delas, num trabalho a pares. designadamente: e sacrifício humano, levam-nos a constatar que
- Escreverem mensagens de paz para os co- todos deveriam lutar pela paz, deixando de lado
Colocar um mapa-mundo no chão (ou parede) e
legas, familiares, professores ou amigos (numa convicções, ódios, ambições. Importa, no entan-
dispor à volta afirmações impressas em papel,
ótica de resolução de possíveis conflitos); to, lembrar que os conflitos armados também
com um espaço destinado aos registos da turma
constituíram, no século VIII, fontes de mudança
(materiais das páginas seguintes). Dar a cada - Identificarem um conflito armado da atualidade civilizacional e cultural, como foi o convívio ente
par uma caneta verde e uma vermelha. Pedir e propor à turma organizar uma marcha pela Cristãos e Muçulmanos, ao longo de 800 anos,
que leiam todas as frases e façam um risco no paz, na escola ou na comunidade; na Península Ibérica.
local adequado da folha − a verde, se concorda-
rem, e, caso discordem, a vermelho. - Escreverem uma carta ao presidente da É essencial privilegiar a paz na resolução de
Comissão Europeia (ou a outra entidade) solici- conflitos.
• Cada afirmação é debatida em grande grupo, tando maior intervenção num determinado con-
com a mediação do professor. flito armado;
- Darem a conhecer um conflito mundial atual
7 Ser interveniente na promoção da paz 20’ e, caso esteja ativa online uma petição pela sua
solução, propor aos alunos e famílias que a as-
• Dialogar sobre o facto de haver tanta gente sinem. (Procurar possíveis petições no site da
pelo mundo fora a promover a paz e refletir sobre Amnistia Internacional7 ou da Avaaz.org8);
duas questões:
- Ou outra, sugerida pelos alunos.
- O que cada um de nós faz, no nosso dia a dia, 7
Disponívelem: http://www.amnistia-internacional.pt/
para promover a paz? 8
Disponível em: http://avaaz.org/po/
41
história e geografia de portugal PAZ E CONFLITOS ARMADOS
3 4 5 6
Os povos invasores e os povos invadidos, Os militares dos vários países, em situa- O acesso à educação e à saúde não
em determinadas circunstâncias, podem ções de conflito, são enviados pelos Voluntários e profissionais prestam
apoio humanitário e de emergência dependem de haver conflitos
conviver pacificamente. respetivos governos para os locais de armados ou não.
luta, ajudando os que deles necessitam. a países e regiões afetados pelos
conflitos armados.
7 8 9 10
Campanhas de angariação de fundos para Os conflitos armados não têm As pessoas não se preocupam O contacto entre povos inimigos tem,
apoiar as vítimas dos conflitos armados consequências para o ambiente. minimamente com os conflitos no entanto, modificado e enriquecido a
são desenvolvidas por esse mundo fora. armados que não tenham a ver cultura e os saberes.
com o seu país.
42
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
aula d0 5º ano
Conteúdo
programático Portugal nos séculos XV e XVI
duração
90 minutos (45 min. + 45 min.)
Objetivo
• Sensibilizar para a importância da diversidade
Breve contextualização étnica e cultural a partir da História de Portugal dos
para o professor séculos XV e XVI
Recursos
• Computador com acesso à Internet e projetor;
“Num mundo que alguns pretendem cada vez mais globalizado e que, contraditoriamente,
tende a dividir-se em grandes e inconciliáveis blocos civilizacionais, com assinaláveis • Vídeo/música (online);
‘choques’ e notórias ‘falhas’,(...) a cultura tem vindo a afirmar-se como uma componente • Imagem planisfério (online) ou Google Earth.
forte na procura de uma identidade que permita constituir núcleos de resistência ao pretenso
nivelamento da globalização. Há, porém, o perigo da especificidade cultural, reivindicada por
certos grupos, se converter em ameaça agressiva para os detentores de outras culturas,
exigindo-se uma busca de equilíbrios pela concretização de políticas e pedagogias atentas à
diversidade, à complexidade e à globalidade”. (Coelho1, 2008, p. 70)
1
Disponível em: http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_Percursos_Intercultura/1_PI_Cap2.pdf
43
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
Atividades passo a passo…
44
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
Será que iriam cantar palavras de alegria, sur- • Complementar com a leitura do seguinte texto
2 À conquista dos mares 10’
presa, esperança, desconfiança, medo...? e problematizar as informações nele contidas.
• Analisar algumas ideias presentes na canção,
lançando as seguintes questões:
3 A abertura de portas ao mundo 15’
Os portugueses em África
- Porque é que o autor do poema prefere usar
o termo “conquistadores” em vez de “desco- • Indicar a época e séculos a que se refere a
Os portugueses faziam comércio em África,
bridores” ou “navegadores”, como é habitual? canção dos Da Vinci. (Descobrimentos, séculos
onde trocavam sal, trigo, objetos de cobre e
(Para transmitir a ideia de que conquistaram a XV e XVI.)
latão e tecidos coloridos de pouco valor por
glória de vencer os perigos dos mares e conti- • Identificar os locais referidos no poema, num ouro, escravos, marfim e malagueta. “Nos locais
nentes até aí desconhecidos pelos portugueses.) planisfério (utilizar uma imagem2, impressa ou com bons portos naturais e onde o comércio
- O poema refere “oceanos de amor”. Será projetada, ou a ferramenta Google Earth3). Fazer era mais intenso, os portugueses estabelece-
totalmente verdade? (Também houve lutas contra notar que Cabo Verde está implícito na referên- ram feitorias. Além dos contatos comerciais,
os povos que já viviam nessas terras e contra as cia a [Cidade da] Praia, sua capital. realizaram expedições, da costa africana para o
forças da natureza, sobretudo o mar.) interior, para dominar alguns reis, desenvolver
• Reconhecer duas consequências positivas do
relações de paz e amizade e também para cris-
- O poema refere que os portugueses “levaram a contacto dos portugueses com outros países e
tianizar os povos africanos”.
luz da cultura, semearam laços de ternura”. Será culturas e duas consequências negativas, tendo
que só levaram e semearam ou aprenderam algo em conta tanto o ponto de vista dos portugueses (O Bichinho do Saber, 2011)*
com os povos que lá viviam? (Também apren- como o dos povos que os receberam. Registá-
deram e trouxeram conhecimentos sobre outras -las no quadro em duas colunas.
culturas, novos artefactos e a natureza.)
2
Disponível em:
- O poema reflete o pensamento dos descobri- *
Disponível em:
http://historiaybiografias.com/planisferio.htm
dores portugueses. O que cantariam os habitan- http://www.obichinhodosaber.com/2011/11/11/historia-e-
3 geografia-de-portugal-5%C2%BA-o-imperio-portugues-
tes dos países que viram chegar os portugueses? Disponível em: https://earth.google.com no-seculo-xvi/#sthash.Rihp08CX.dpuf
45
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
4 Gentes de além-mar: a diversidade étnica e Pero Vaz de Caminha: Escrivão da armada de Pedro Apresentar os trabalhos dos grupos.
Álvares Cabral, relatou ao rei D. Manuel I por-
cultural 30’ menores da chegada ao Brasil. (1500)
• Lançar a questão: Se fosse outra pessoa a
chegar àquelas regiões, descreveria os povos
• Questionar a turma como foi possível que da mesma forma? Promover uma breve reflexão
• Informar que a tarefa a realizarem, de seguida,
saibamos hoje tantos pormenores do contacto sobre a subjetividade das descrições e da in-
em trabalho de grupo, se baseia em excertos dos
dos portugueses com outros povos, tendo-se fluência do “eu” na visão do “outro”.
documentos escritos pelos indivíduos anterior-
tudo passado há tantos séculos. (Registos de
mente referidos e, também, no depoimento de
cronistas/historiadores, padres e missionários • Suscitar a referência à riqueza da diversidade
um piloto português da época. Dividir a turma em
ou simples testemunhos passados ao papel.) étnica e cultural (aparência, costumes, lingua-
grupos e distribuir a cada um deles um cartão
gens e religião). Referir a importância do res-
• Saber se já ouviram falar destes nomes e infor- com um testemunho relativo ao contacto dos
peito e valorização da diversidade.
mar que são todos homens da época dos Desco- portugueses com outros povos (ver materiais nas
brimentos que deixaram documentos escritos. páginas seguintes).
O porta-voz de cada grupo deve tomar notas 5 Em busca do mundo e do amor:
para, depois, apresentar as respostas e argu- a miscigenação 10’
Álvaro Velho: Cronista da frota de Vasco da Gama, mentos às seguintes questões:
fez o relato da descoberta do caminho marítimo • Recordar o verso do poema dos Da Vinci
para a Índia. (1497) - De onde são originárias as pessoas descritas
“semearam laços de ternura” e referir que os
no texto?
Jorge Álvares: Explorador, foi o 1º europeu a portugueses estabeleceram laços de amizade
chegar à China por via marítima, onde ergueu - O que é que vos desperta mais curiosidade na e comércio com outros povos (se falaram de
o 1º padrão português. Essa viagem esteve na descrição que é apresentada? casamentos mistos, recuperar a ideia). Ques-
base do estabelecimento de futuras feitorias. (1513) tionar se seriam apenas laços de amizade e co-
- Como descreveriam os navegadores portu-
mércio. Referir o caso curioso de Cabo Verde,
Frei Gaspar da Cruz: Missionário dominicano, es- gueses, se vocês fossem um dos habitantes
que eram ilhas desabitadas, quando os navega-
creveu a 1ª obra completa sobre a China. (1569) dessas regiões?
dores as descobriram e colonizaram. Em 1462
46
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
começaram a ser povoadas com escravos ori- “O número de casamentos entre portugueses
undos da costa da Guiné que viriam a unir-se e estrangeiros registados em Portugal mais do
6 Racismo evidente e racismo escondido 10’
com portugueses. que quadruplicou em dez anos: o país passou de • Recuperar a palavra RACISMO que ficou re-
uns discretos 1262 registos em 1997 para uns gistada no quadro e perguntar à turma se co-
• Questionar se essa miscigenação só aconte-
mais visíveis 5678 registos em 2007. (…) Há dez nhecem pessoas antirracistas e pessoas racis-
ceu em Cabo Verde e reconhecer que esse fenó-
anos, os chamados casamentos mistos repre- tas e se esses sinais são exibidos ou escondidos
meno ocorreu com todos os povos com quem os
sentavam 1,9 por cento. O ano passado (2007), (De que forma se manifestam?).
portugueses se relacionaram (incluído os povos
que invadiram a Península Ibérica). As próprias 12,2.” (Público4, 02-11-2008) • Escrever, no quadro, por baixo de “RACISMO”
autoridades incentivavam o casamento entre os duas colunas com as designações: “Declaração
portugueses e mulheres indígenas, com vista ao tolerante” e “Declaração intolerante”.
povoamento e posse das terras descobertas.
• Dialogar sobre as afirmações constantes em
• Inquirir se as pessoas sempre aceitaram bem os cartões (ver materiais nas páginas seguintes) e
casamentos mistos e os filhos que deles nasce- sua afixação na coluna respetiva.
ram. Constatar que houve sempre quem fosse
contra a mistura de etnias e culturas e perguntar
se conhecem a palavra que define essa posição 7 Síntese da Unidade Didática 5’
preconceituosa: racismo. (Registar esta palavra
no quadro e deixá-la para atividade posterior.) • Concluir a Unidade Didática com a síntese das
linhas de força nela abordadas: os navegadores
• Perguntar se esses casamentos que unem portugueses partiram além-mar em busca de
etnias e culturas ainda acontecem, atualmente, novas terras e novos locais para comerciar.
em Portugal. Incentivar a conhecer o número Estabeleceram contactos com diferentes povos,
de ocorrências, apresentando o texto com da- 4
abrindo caminho para Portugal ser o país multi-
Disponível em:
dos sobre a evolução quantitativa de casamento http://www.publico.pt/portugal/jornal/casamentos-mistos- cultural que é atualmente. O respeito pela diver-
mistos em Portugal entre 1997 e 2007. mais-do-que-quadruplicaram-282337 sidade deve ser assumido por cada um.
47
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
GRUPO GRUPO
1 4
“Os homens de Calecute são baços […]. E trazem as “A feição deles é serem pardos, um tanto averme-
orelhas furadas, e nos buracos delas, muito ouro. lhados, de bons rostos e de bons narizes, bem feitos.
E andam nus da cinta para cima, e para baixo, trazem
uns panos de algodão […]. As mulheres em geral são
CARTÕES: Andavam nus, sem cobertura alguma […] traziam o
beiço de baixo furado e metido nele um osso branco
feias e de pequenos corpos. E trazem ao pescoço
muitas joias de ouro, e nos dedos dos pés trazem
TESTEMUNHOS RELATIVOS AO […]. E andavam lá outros, quartejados, de cores, a
saber, metade deles da sua própria cor, e metade de
anéis com pedras ricas.” CONTACTO COM OUTROS POVOS tintura preta, um tanto azulada […].”
GRUPO
GRUPO
GRUPO
3 5
2 “Os negros da Guiné […] são muito desregrados no
comer, porque não se alimentam a horas certas, e
“Estimam muito falar manso. […] É gente branca
de boas feições […] que come três vezes por dia comem quatro ou cinco vezes por dia. Não têm ca-
“Qualquer pessoa que chegue a casa de homem
e comem pouco de cada vez. […]. Comem no chão belos mas só alguma carapinha na cabeça, a qual não
limpo tem por costume oferecer-lhe uma bandeja
como os mouros e com paus como os Chineses; cresce […]. Vivem longamente, a maioria dos quais
galante, uma porcelana com uma água morna a que
cada pessoa come de sua gamela […]. Bebem água até aos cem anos, sempre bem-dispostos, exceto
chamam chá […] feita de um cozimento de ervas […].
de umas ervas que não alcancei saber que ervas em algumas épocas em que se sentem adoentados e
São os chinas muito comedores e comem muitas
eram […]. As mulheres […] vão onde lhes vem a von- quase como se tivessem febre […]. Pela terra dentro,
iguarias […]. É gente limpa e nobre no trato, conver-
tade, sem perguntarem a seus maridos.” há alguns negros tão supersticiosos que adoram a
sação e trajo […].”
primeira coisa que veem naquele dia.”
Frei Gaspar da Cruz Jorge Álvares Piloto português anónimo
Tratado das Coisas da China, 1569 A Informação sobre o Japão, 1547 Navegação de Lisboa à Ilha de S. Tomé, séc. XVI
48
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
história e geografia de portugal DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
1 2
“O meu país é dos que cá nasceram e “Os imigrantes da minha cidade e da minha
CARTÕES:
não devemos admitir ou casar com escola estão muito bem integrados. AFIRMAÇÕES DE TOLERÂNCIA
estrangeiros.” Fico feliz por isso.” E INTOLERÂNCIA
3 4 5
“A nacionalidade é razão para que os imi- “A cor da pele ou nacionalidade
grantes não tenham os mesmos direitos “Pessoas de outras nacionalidades não
pouco importa, pois somos todos são convidadas para as minhas festas
e deveres do que os nacionais.” seres humanos.” de família.”
6 7 8
“O racismo não tem nada a ver “A cor da pele, o tipo de cabelo, a
“As diferentes culturas e credos dos comigo, mas nunca casaria com uma forma de vestir e o modo de falar
outros povos devem ser respeitados.” pessoa de outra cor.” só porque são diferentes não nos
afastam uns dos outros.”
49
COOPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE
história e geografia de portugal NACIONAL E INTERNACIONAL
aula d0 6º ano
Breve contextualização
para o professor
“(Em 2015) mais de 100 milhões de mulheres, homens e crianças precisam de assistência humani- Objetivo
tária que salve as suas vidas. A quantidade de pessoas afetadas por conflitos atingiu níveis que já • Sensibilizar para a importância da cooperação e so-
não eram vistos desde a Segunda Guerra Mundial, o que é acompanhado por um grande número lidariedade após um desastre natural, recorrendo ao
de pessoas afetadas por desastres naturais e induzidos pelo Homem. terramoto de 1755, em Lisboa, e ao de 2015, no Nepal
Neste dia (Dia Mundial da Ajuda Humanitária – 19 de agosto) também celebramos os valores co- Recursos
muns à Humanidade. As famílias e as comunidades que atualmente lutam para sobreviver nas
situações de emergência fazem-no com grande capacidade de resistência e dignidade. Elas pre- • Computador com acesso à Internet, projetor e colunas
cisam e merecem que se renove o compromisso para se fazer todo o possível no sentido de lhes de som;
fornecer as condições para um futuro melhor. • Vídeos (online);
• Imagens;
Cada um de nós pode fazer a diferença. Num mundo que está cada vez mais tecnologicamente • Notícia de jornal (online).
interligado, cada um de nós tem o poder e a responsabilidade de inspirar os outros a ajudarem a
criar um mundo mais humano.” (Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas 1 , 2015)
1
Disponível em: www.unric.org/pt/mensagens-do-secretario-geral/31937-mensagem-do-secretario-geral-para-o-dia-
mundial-da-ajuda-humanitaria
SEMELHANÇAS
• Imagem de um desastre natural 3 Jogo do Concordo ou Discordo 20’
• Edifícios destruídos
• Dispor as carteiras da sala de aula em “U”.
Cada aluno tem na mão dois cartões: um verde
DIFERENÇAS e um vermelho, correspondendo às afirmações
Lisboa CONCORDO e DISCORDO, respetivamente.
• Época do acontecimento - 1755 No centro da sala, à vez, vai estando um aluno
• Imagem a preto e branco que lê uma das oito frases constantes na página
• Prédios altos, igrejas e outros monumentos seguinte. Quando ele a enuncia, em voz alta, os
• Caravela e ondas enormes (O terramoto foi colegas levantam o cartão, sinalizando a con-
seguido de maremoto/tsunami) cordância ou discordância com a afirmação
proferida, de acordo com os seus conhecimen-
Nepal tos prévios. O professor vai contabilizando as
Imagem 1: http://aventar.eu/tag/terramoto-de-1755/
Imagem 2: http://lidernoticias.com/lider/?p=3274 • Época do acontecimento - 2015 respostas, no quadro.
ALIMENTAÇÃO
ALOJAMENTO
Breve contextualização
para o professor Objetivo
• Sensibilizar para a Igualdade de Género a partir das
“[Com o Dia Internacional das Mulheres], a ONU pretende homenagear as mulheres de todas as histórias de vida de mulheres da I República e da
nações que viram o seu papel na sociedade menorizado e os seus direitos violados por terem atualidade e suas lutas pelo direito à igualdade
nascido mulheres e que lutaram por direitos de cidadania, iguais aos direitos reconhecidos aos Recursos
homens. O Dia da Mulher foi celebrado pela primeira vez em 1911. Decorreu de uma iniciativa
de Clara Zetkin, aprovada no congresso internacional das mulheres, na Internacional Socialista, • Computador com acesso à Internet, projetor e colunas
em 1910. Nos primeiros anos foi celebrado em dias diferentes, mas sempre em março, a 19 e a de som;
25, dependendo dos diferentes contextos ou países. Após a greve das operárias russas, a 8 de • Vídeo (online);
março de 1917, que marcou o início da Revolução Russa, passou a ser celebrado a 8 de março” • Notícia de jornal (online).
(Plataforma Portuguesa para o Direito das Mulheres 1 ). Neste período, que coincide com a 1ª
República em Portugal (1910-1926), diversas mulheres lutaram pelo acesso aos direitos e liber-
dades fundamentais para o seu exercício pleno como cidadãs de uma sociedade igualitária.
1
Disponível em:
plataformamulheres.org.pt/dia-internacional-da-mulher
55
história e geografia de portugal IGUALDADE DE GÉNERO
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ 2 Os direitos das mulheres ontem e hoje: 15’ 3 As mulheres da I República e os direitos das
• Perguntar se sabem quem é a atriz que inter-
chuva de ideias mulheres 20’
preta a Hermione Granger dos filmes de Harry • Lançar as questões: Questionar se os seguintes nomes lhes dizem
Potter. Apresentar uma imagem de Emma Watson. alguma coisa:
- Acham que as mulheres e os homens têm os
Explicar que, para além de atriz, Emma Watson mesmos direitos, hoje em dia? E como era no Adelaide Cabete, Alice Moderno, Amélia Santos, Ana de
é uma ativista pela Igualdade de Género, sendo tempo das vossas bisavós? Será que elas tinham Castro Osório, Angelina Vidal, Carolina Beatriz Ângelo,
nomeada, em 2015, Embaixadora da Boa Von- os mesmos direitos que as vossas avós e mães Carolina Michaëlis, Maria Amália Vaz de Carvalho,
tade por Mlambo-Ngcuka, secretária-geral e têm hoje? Maria Veleda, Regina Quintanilha,...
diretora executiva da ONU Mulheres. A ONU
• Ir registando as ideias no quadro, organizan- • Informar que são personalidades da I República
acredita que a inteligência e a paixão de Emma
do-as em duas colunas: “Hoje em dia” e “Anti- que lutaram pelos Direitos das Mulheres, em
permitirão tocar o coração e a mente de jovens
gamente” e, no final, refletir sobre as diferenças, Portugal, sendo estas as mais conhecidas pois,
de todo o mundo para que se envolvam na pro-
semelhanças e progressos, ao longo dos tempos. em sua homenagem, os seus nomes foram dados
moção da Igualdade de Género, no século XXI.
a ruas, escolas, hospitais e outras instituições.
• Perguntar se acham que, em Portugal, tam-
Perguntar aos alunos porque é preciso, nos dias
bém tem havido mulheres que lutaram ou lutam • Visualizar um vídeo, onde podem ser vistas outras
de hoje, promover a igualdade entre mulheres
pela Igualdade de Género. ativistas reivindicadoras da igualdade entre mu-
e homens.
lheres e homens, durante a I República 2 (5’ 18’’).
56
história e geografia de portugal “Não podemos esquecer:
IGUALDADE DE GÉNERO
um livro, uma caneta, uma
criança e um professor
podem mudar o mundo”.
4 Ativistas dos tempos modernos 25’ sobre a situação da mulher na atualidade, no-
meadamente em 142 países. A pontuação mais
• Lançar e debater a questão: Será que as mu-
elevada é 1 (igualdade) e a mais baixa é zero
lheres de Portugal e de outros países mundiais
(desigualdade). Identificar os países que estão
conseguiram a Igualdade de Género? Ainda se
mais próximo da igualdade (1) e, no outro ex-
luta por essa causa no século XXI?
tremo, os países que estão mais próximos da
• Complementar, perguntando se já ouviram Malala Yousafzai desigualdade (0). Identificar a posição de Portugal
falar de Malala Yousafzai e da sua luta. Mostrar (39º) e explorar as razões pelas quais o nosso
a imagem da jovem paquistanesa. país se encontra nesta posição. (Desigualdades
• Confrontar as respostas dos alunos dadas
salariais, desigualdades nos cargos de poder,
• Destacar o percurso de Malala Yousafzai, Pré- anteriormente com as situações retratadas
entre outras.)
mio Nobel da Paz 2014, como um dos exemplos no vídeo. Refletir sobre as razões pelas quais
de como, atualmente, ainda há mulheres que, os direitos são diferentes, procurando com-
mesmo correndo risco de vida, lutam pela igual- preender os fatores que influenciam, nomea-
dade de direitos e de oportunidades, visionando damente religiões fundamentalistas, sistemas Sugestão: Ter atenção às genera-
um vídeo sobre a vida de Malala, que ilustra a políticos rígidos, existência de conflitos e guer- lizações que podem ser feitas.
luta pelo direito das jovens mulheres à edu- ras, falta de cultura cívica, falta de investimento É necessário promover a reflexão
cação, o que, ainda hoje, é negado em alguns em educação,… Reforçar os casos em que nem crítica, com base no contexto e
desenvolvimento de cada país, no
países. “MALALA”3 (8’19’’) o direito à educação é respeitado, perpetuando-
que diz respeito à cultura, religião,
-se o ciclo de desigualdade. situação histórica e política.
• Apresentar o ranking mundial Global Gender
3 Gap 4, do Fórum Económico Mundial (2014). 4
Disponível em: http://reports.weforum.org/global-gender-
Disponível em:
www.youtube.com/watch?v=T2u39aIsK9U Este ranking tem como objetivo chamar a atenção gap-report-2014/rankings
57
história e geografia de portugal IGUALDADE DE GÉNERO
5 Desigualdade de Género: trabalho de grupo 20’ • Perguntar que desafio lançou a atriz aos homens.
8 Síntese da Unidade Didática 5’
Identificar, em trabalho de grupo, algumas das • Questionar se acham que o Harry Potter tam- • Fazer a síntese da Unidade Didática, problema-
razões que estão na base da Desigualdade de bém lutaria por estes direitos. (Confirmar que tizando os dados nela abordados e concluindo
Género. Dividir a turma em pequenos grupos e Daniel Radcliffe, o ator que interpreta o feiti- que a defesa dos Direitos das Mulheres/Igual-
distribuir-lhes uma folha de papel contendo frases ceiro, se tem empenhado muito nesta luta.) dade de Género é um problema comum a todas
sobre as causas relacionadas com a privação as classes sociais e sobretudo um problema de
de direitos das mulheres (ver material na página
7 Somos todos ativistas dos mulheres e homens conscientes e lutadores.
seguinte). Pedir para cada grupo discutir e se- direitos da mulher 20’ Está longe de ser resolvido, pois ainda há muita
lecionar três afirmações que considerem ser injustiça no mundo. É indispensável que impor-
as mais relevantes. Um elemento de cada gru- • Mostrar o que é o Movimento de Solidariedade tantes figuras mundiais alertem e lutem lado a
po ficará responsável por anotar os pontos em pela Igualdade de Género, visualizando: HeForShe lado pela melhoria das condições de vida das
discussão mais importantes e apresentá-los à (ElesPorElas) 6. mulheres, onde quer que elas vivam, porque “os
turma, no final, relatando alguns aspetos/comen- feminismos não são a luta contra os homens.
• Pedir aos alunos que escrevam mensagens
tários que, eventualmente, tenham surgido no São a luta contra as instâncias e as instituições
positivas de igualdade de género e as distribuam
decurso do trabalho. que não querem atribuir às mulheres os mes-
pelos colegas da escola, principalmente aos
mos direitos” (Jornal Expresso, 31-05-2008).
rapazes e homens, inspirando-se neste movi-
mento solidário.
6 Os homens e os direitos das mulheres 20’
5
Disponível em:
Mostrar/projetar a reportagem5 “Emma Watson lifestyle.publico.pt/noticias/339340_emma-watson-quer-
quer que os homens defendam os direitos das que-os-homens-defendam-os-direitos-das-mulheres
mulheres” e fazer a leitura em cadeia da repor- 6
Disponível em:
tagem, lendo cada aluno um parágrafo. www.heforshe.org/pt
58
história e geografia de portugal IGUALDADE DE GÉNERO
FICHA ORIENTADORA DO TRABALHO DO GRUPO
Grupo: Porta-Voz:
Debatam, entre vós, o conteúdo das afirmações
e selecionem as três que considerem ser as
Causas que estão na origem da desigualdade de género: mais importantes. O porta-voz de cada grupo
ficará responsável por apresentar as vossas
Ditaduras ou regimes políticos que não respeitam as liberdades individuais e não escolhas à turma, bem como alguns factos ou
permitem a participação das mulheres em cargos de poder, sobretudo na política. argumentos muito significativos que surjam ao
longo do trabalho.
Sensibilização insuficiente e pouca participação dos homens em prol dos direitos das mulheres.
As mulheres não se unem em movimentos ou grupos de defesa dos seus interesses por terem receio das consequências
que isso pode trazer, principalmente agressões físicas ou verbais, despedimentos ou não admissão nos empregos.
Os homens não são educados a realizarem e partilharem as lidas domésticas.
Por essa razão, acham que elas são tarefas só das mulheres.
As mulheres não são incentivadas ou são impedidas de seguirem carreiras profissionais técnicas e científicas.
Por isso não apresentam competências e conhecimentos para realizarem determinadas profissões.
Algumas religiões ou seitas fundamentalistas transmitem a mensagem
de que as mulheres devem ter direitos diferentes dos homens.
Em determinadas sociedades e regiões considera-se que a missão da mulher deve ser
exclusivamente a de realizar tarefas domésticas e tomar conta dos maridos e dos filhos.
Outra(s):
59
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
aula d0 5ª ano
Disciplina Matemática
Breve contextualização
para o professor
Objetivo
Atualmente, a Ajuda Humanitária visa não só colmatar as necessidades imediatas de pessoas • Sensibilizar para a importância da cooperação e da
em perigo de vida ou em situações de carência devido a constrangimentos sociais, ambientais solidariedade internacional para com populações
e conflitos armados como também acionar mecanismos preventivos para estas e outras ocor- fragilizadas em situação de desastre natural, recor-
rências previsíveis. De acordo com as situações, os planos de intervenção são, obviamente, rendo ao uso das frações matemáticas
distintos bem como os papéis dos vários atores, as estratégias de interação e a sempre escassa
Recursos
assistência material a angariar. A tudo isto sobreleva a salvaguarda da dignidade humana. Hoje
em dia, o campo de ação compassiva não se reduz ao Homem. Assistimos a campanhas em prol • Computador com acesso à Internet, projetor
de outras espécies animais e vegetais. O aumento exponencial de ocorrências e a consciência e colunas de som;
que as pessoas têm vindo a capitalizar têm compelido a que a vontade política, geralmente nula • Vídeos (online).
ou escassa, as instituições e sobretudo as Organizações sem fins lucrativos, lado a lado com
civis, geralmente, seus membros e simpatizantes, atuem. O financiamento destas ações tem,
também, vindo a tornar-se mais internacional. (Escritório das Nações Unidas para a Coordena-
ção de Assuntos Humanitários - OCHA) 1
1
Disponível em: www.unocha.org
60
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ 2 A passagem do Tufão Haiyan 20’ “O tufão Haiyan é um poderoso ciclone tropi-
cal que chegou a atingir velocidades máximas
• Mostrar/projetar a seguinte notícia: • Apresentar o desastre natural que ocorreu
de ventos de 315 quilómetros por hora, sendo
“Ninguém no mundo consegue evitar ou prever em 2013 nas Filipinas: o tufão Haiyan, também
considerado o ciclone mais forte já registado
catástrofes naturais mas é possível mitigá-las, conhecido por Yolanda.
na história, superando o tufão Tip de 1979.”
e esse é o caminho que está ser traçado por Lisboa”.
(Wikipédia, 2013)3 . “A passagem do tufão Haiyan
(mensagem do Vereador da Proteção Civil da
pelas Filipinas fez mais de 10 mil mortos e mais
Câmara de Lisboa, na abertura da Conferência
de 600 mil deslocados. A maioria dos sobre-
Europeia Governação do Risco de Desastres
viventes [ficou] sem acesso a comida, água e
Naturais 2 , 2015.
medicamentos.” (Euronews, 2013) 4
• Questionar os alunos sobre a mensagem do
vereador. ...foi em
2013 nas
- A que acontecimento se refere a notícia? Filipinas...
- Qual a preocupação comum a todos os partici-
pantes na conferência?
• Informar a turma que a conferência se rea-
lizou no âmbito da comemoração dos 260 anos
do Terramoto de 1755, que a Câmara Municipal
de Lisboa celebrou, ao longo do ano de 2015,
promovendo um conjunto de atividades que
3
visaram um maior conhecimento dos perigos, Disponível em:
pt.wikipedia.org/wiki/Tuf%C3%A3o_Haiyan_(2013)
vulnerabilidades e riscos associados aos fenó- 2
Disponível em: www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/
4
menos sísmicos e aos desastres naturais. riscos-e-desastres-naturais-em-conferencia-europeia-1 Disponível em: http://pt.euronews.com/2013/11/12/
61
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
62
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
63
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
FICHA DE ATIVIDADES:
FILIPINAS, A FORÇA DA AJUDA HUMANITÁRIA
Com base nas informações presentes nesta ficha de trabalho, realiza as
II - Nas Filipinas, foram destruídas 500 000 casas e a população teve de
operações matemáticas propostas.
procurar alimento, roupa e outros bens no meio dos destroços, devido à
II - Nas Filipinas, em 2013, foram destruídas 500 000 casas e a população passagem de um tufão, em 2013. Todos os sobreviventes se uniram para
teve de procurar roupa e outros bens, no meio dos destroços, devido à trabalharem em conjunto e se entreajudarem. Apesar do sofrimento, a
passagem de um tufão. Em Portugal, diversas famílias, escolas, empresas população sentia-se afortunada pelo dom da vida e por poder contar com
e civis angariaram dinheiro para construir 500 casas, organizando jantares a família, amigos, vizinhos e desconhecidos, na reconstrução do seu país.
e vendendo rifas.
“A preparação para a grande operação de socorro já se iniciou em força. Cen-
1 – Representem, em fração, a razão entre o número de casas construídas tenas de voluntários vieram ajudar no trabalho de embalagem de alimentos.
(com a ajuda dos portugueses) e o número de casas destruídas. Temos encomendadas toneladas de arroz, caixas de massas, água potável,
café, leite, panelas de cozinha, cobertores, etc.”, testemunho de um Missionário.
2 – Quantas casas faltavam construir para que todos os filipinos tivessem
nova habitação? 5 - Se cada embalagem leva 3 quilos de arroz, quantas embalagens são
necessárias para embalarmos 21 000 quilos desse produto?
3 – A angariação de fundos para ajudar as Filipinas realizou-se em diver-
sos países do mundo. As Nações Unidas informaram serem necessários 6 - Após a passagem do tufão, 1/3 das casas filipinas foram imediatamente
contributos no valor de 200 milhões de euros para ajudar à recuperação. reconstruídas com a ajuda internacional. Sabendo que foram destruídas
Portugal contribuiu com 100 mil euros. Que fração representa a ajuda de 500 000 casas nas cidades afetadas, qual a totalidade das casas reconstruídas?
Portugal face ao valor reivindicado pelas Nações Unidas?
7 – Se para a construção de cada casa forem necessários 60 sacos de
4. Qual seria a fração ideal para que todos tivessem casa? cimento, quantos sacos são precisos para construir 120 casas?
64
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL:
matemática AJUDA HUMANITÁRIA E DE EMERGÊNCIA
III - Nas Filipinas, 12 000 pessoas ficaram sem água canalizada nas suas
casas devido à destruição causada pelo tufão. As lojas ficaram destruídas,
por isso não havia água à venda.
10. Qual seria a fração ideal para que todos tivessem um garrafão de água por dia?
65
matemática DIREITO À TERRA
aula d0 6ª ano
Disciplina Matemática
duração 90 minutos
Embora o biocombustível constitua uma alternativa menos impactante que o combustível de ori- Recursos
gem biológica fóssil (petróleo), aquele, sendo de origem biológica não fóssil, também provoca al- • Computador com acesso à Internet, projetor
guns impactos sociais, ambientais e económicos. Normalmente é produzido a partir de vegetais, e colunas de som;
tais como milho, soja, canola, Jatropha e outros, requerendo grandes extensões de terra para
• Vídeos (online);
o plantio. Com o aumento exponencial da população e do consumo energético, a produção de
biocombustível tem vindo a crescer a ritmo acelerado, bem como a procura de áreas para o seu • Imagens.
cultivo. Esse incremento confronta-se, por vezes, com regiões habitadas por populações locais,
muitas das quais acabam por ser expulsas, desapropriadas das suas casas e hortos, ficando a
viver em condições ainda mais precárias, para dar lugar a extensas plantações ao serviço de
empresas com pouca responsabilidade social. (Gulbenkian 1 , 2011)
1
Disponível em: www.proximofuturo.gulbenkian.pt/blog/seculo-xxi-a-posse-abusiva-de-terra-em-africa
66
matemática DIREITO À TERRA
Atividades passo a passo…
67
matemática DIREITO À TERRA
68
matemática DIREITO À TERRA
• Informar os alunos que o povo e sobretudo Fase 3: A turma participa num debate dinamizado consenso, todos assinam um tratado pela justa
os agricultores terão de tomar uma decisão em a partir de algumas das seguintes questões: distribuição dos recursos naturais.
apenas quatro dias e que é preciso ajudá-los a
refletir sobre o problema. Irão fazê-lo através - A população deve aceitar ser deslocada? Como
de um jogo de papéis, dividindo-se a turma em podemos garantir que, no novo local, vão ter
cinco grupos e distribuindo-se-lhes cartões (ver acesso à água e à terra para a sua sobrevivência?
material na página seguinte), contendo indica-
- O Parque Natural pode ser transferido? Que
ções para os diferentes papéis.
impactos pode ter a mudança de habitat no
• Apresentar todos os intervenientes e explicar bem-estar dos animais e plantas?
que a dinâmica da atividade será realizada em Sugestão: Envolver os alunos na
- Quais são as vantagens e as desvantagens da
três fases. vivência dos factos de forma a
plantação da Jatropha para produção de bio-
Fase 1: O grupo faz a leitura e resolve o problema combustível? que o imaginário permita a repre-
matemático presente em cada cartão. Seguida- sentação das cenas e que perce-
- Os empregos que a empresa quer oferecer bam que todos os grupos têm um
mente, cada componente do grupo interpreta o
são suficientes para a população? papel a desempenhar em prol de
seu papel, refletindo sobre a problemática e prepa-
rando argumentos para o debate com apoio da ficha um desenvolvimento mais susten-
Os grupos podem apresentar alternativas e ne- tável e justo.
de atividades (ver material nas páginas seguintes).
gociar entre eles. A Assembleia tem de chegar a
Fase 2: Os grupos participam na Assembleia um consenso e todos têm de tomar uma decisão
Geral da Tanzânia. O professor faz o papel de democrática: a empresa fica em Mbata e a po-
moderador, dando as boas-vindas e convidan- pulação é deslocalizada para Tati ou a empresa
do-os a expressarem as suas preocupações/ não se instala em Mbata e os habitantes per-
interesses e posições. manecem na sua aldeia? Após chegarem a um
69
matemática DIREITO À TERRA
• Recordar que se tinha parado o filme da apro- A empresa quer comprar uma vasta extensão de
priação das terras para ver uma legenda, em inglês. terreno que, por ser adquirido a baixo-custo, lhe
Os agricultores estão preocupados com a sua
Mostrar a sua tradução. proporcionará avultados lucros. Para convencer
fonte de sustento e rendimento, pois aquela
a população a sair das suas terras, promete
terra produz os alimentos e, sobretudo, o arroz
dar-lhe empregos nas novas plantações.
para venda, além de proporcionar trabalho aos
outros habitantes. Em contrapartida, a empresa A área do terreno a adquirir é 123 metros de
inglesa oferece 168 empregos. largura por 60 metros de comprimento. Quantos
metros quadrados tem o terreno?
Se existem 550 adultos na aldeia, será que a
Grandes negócios com terras estão a destruir oferta é justa? Quantos mais empregos seria A empresa deve refletir sobre a possibilidade de
comunidades inteiras, deixando os habitantes sem preciso que a empresa oferecesse para que todos negociar com a população, caso esta não aceite
abrigo e com fome. os adultos da povoação tivessem trabalho? as condições propostas.
70
matemática DIREITO À TERRA
3 4 5
Parque Natural Associação das Mulheres de Mbata Governo da Tanzânia
O Chefe da reserva natural de animais e plantas
está preocupado com o futuro da biodiversidade,
Este grupo de mulheres está muito preocupado
pois as terras que a empresa pretende adquirir O Governo tem poder de decisão relativamente
com o futuro de todos, dado que, em Mbata,
também incluem aquelas onde o Parque está ao problema. Apesar de saber que a maioria da
existe um lago onde se vai buscar água para regar,
localizado. O encarregado diz que, ali, existem população desaprova a venda e desapropriação
beber, cozinhar e tomar banho. O lago está a 2
800 espécies de animais e vegetais, sendo que das terras, está recetivo à ideia de as vender à
Km de distância de Tati, a aldeia para onde se
1/8 destas espécies se encontra em vias de empresa, pois, segundo ele, o país vai ganhar
quer deslocalizar a população. As mulheres lem-
extinção. muito dinheiro com o negócio.
bram que 1 Km leva 10 minutos a percorrer a pé.
Qual é a percentagem de espécies de animais Sabe-se que 1 m2 custa 90 euros.
Se a população mudar de aldeia, quantos minu-
e vegetais, existentes no parque, em vias de
tos vão precisar para ir buscar água? Isso Se as terras têm 7380 m2, quanto é que a em-
extinção?
equivale a quantas horas? presa deverá pagar?
Os responsáveis do Parque Natural devem re-
fletir sobre o impacto que a mudança de habitat As mulheres devem refletir se valerá a pena O Governo deve refletir sobre a possibilidade de
poderá ter no bem-estar dos animais. o esforço. receber o dinheiro ou de recusá-lo.
71
matemática DIREITO À TERRA
5
FICHA DE ATIVIDADES PARA O JOGO DE PAPÉIS
Nome dos integrantes do grupo:
Papel que estão a assumir:
5
Fonte: Ficha de registos adaptada de Oxfam GB www.oxfam.org.uk/~/media/Files/Education/Resources/Food%20for%20thought/Learn/Geography/Learn_land_primary_pupil_worksheets.ashx)
72
matemática educação para todos
aula d0 6ª ano
Disciplina Matemática
Breve contextualização
para o professor
Objetivo
“Os esforços empreendidos desde 2000 para fazer avançar a educação no mundo tornaram-se
• Sensibilizar, através da matemática , para a importân-
quase sinónimo de garantir que cada criança esteja na escola. A meta da Educação para Todos cia de garantir o acesso à educação para todos
(definida no Fórum Mundial de Educação - Dakar, em 2000) de acesso universal à educação
primária era particularmente aplicável aos países mais pobres, mas não era tão relevante para Recursos
outros países. Nesse contexto, o foco na matrícula universal na educação primária significou • Computador com acesso à Internet, projetor e colu-
menos atenção a outras áreas cruciais, como qualidade da educação, educação e cuidados na nas de som;
primeira infância e alfabetização de adultos. • Recurso da UNESCO (online);
De maneira geral, nem mesmo a meta de educação primária universal foi alcançada, quanto • Fichas de atividades;
mais os objetivos mais ambiciosos de Educação para Todos, e os mais desfavorecidos con- • Vídeo (online).
tinuam sendo os últimos a serem beneficiados. Houve, no entanto, conquistas que não devem
ser subestimadas. O mundo terá avançado até 2015 para além do que teria, caso persistissem as
tendências dos anos 1990. Além disso, o monitoramento do progresso da educação desde Dakar
melhorou e expandiu-se” (UNESCO1 , 2015, p. 13).
1
Disponível em:
unesdoc.unesco.org/images/0023/002325/232565por.pdf
73
matemática educação para todos
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ gas fora da escola” (clicar no botão REPETIR LA Educação Primária
PRESENTACIÓN, no centro da página). Número de crianças em idade escolar fora da
• Promover um breve diálogo em torno das
escola primária:
seguintes questões: • Solicitar aos alunos que se organizem em
pares e, tendo em conta o exposto na apresen-
- Será que, hoje em dia, ainda há crianças que
tação do recurso pedagógico da UNESCO,
não vão à escola?
criarem um gráfico circular, de forma a repre-
A partir das opiniões dos alunos, ir chamando a sentarem, visualmente, essas percentagens:
atenção para a importância de todas as crian-
Das 59 milhões de crianças que estão fora
ças frequentarem a escola. (Registar no quadro
da escola:
EDUCAÇÃO PARA TODOS.)
23% abandonaram os estudos;
- Será que uma disciplina como a matemática
tem a ver com a qualidade da educação? 34% iniciará os estudos tardiamente; 44% diminuição
(Registar no quadro A IMPORTÂNCIA DA 43% nunca ingressará na escola
MATEMÁTICA.) Ressaltar que, apesar de ainda haver 59 milhões
de crianças fora da escola, há poucas décadas,
este número era quase o dobro. A título de
2 Leitura e análise de dados 30’ exemplo: em 1990 eram 104 milhões de crianças
sem acesso aos estudos. Assim, em cerca de 20
• Explorar, junto dos alunos, os dados sobre
anos, conseguiu-se uma redução de 44%.
o acesso à educação primária em diferentes
2 (UNICEF,2015,p.17) disponível em:
países, com base na visualização da apresenta- Disponível em:
www.uis.unesco.org/_LAYOUTS/UNESCO/oosci-data-tool/ www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/UNICEF_Progress_
ção do recurso da UNESCO 2 “Rapazes e rapari- index-en.html#es/cover for_Children_23_June_2015.pdf
74
matemática educação para todos
75
matemática educação para todos
4 A importância mundial da educação 15’ Factos sobre a importância da educação 5 Utilizar o direito de voto para identificar
• Problematizar a questão: por que razão a edu- 6
(UNESCO , 2010):
meios de aceder à educação de qualidade 25’
cação é tão importante?, propondo o visiona-
mento do vídeo “Indiano Kailash Satyarthi • “171 milhões de pessoas poderiam sair da pobreza, • Refletir com os alunos sobre algumas soluções
e Malala Yousafzay vencem Nobel da Paz”5 (3’) se todos os estudantes em países de renda baixa para resolver esta situação, promovendo uma
que dá a conhecer o trabalho de dois ativistas deixassem a escola sabendo ler”; atividade democrática: o direito ao voto.
que lutam pelo direito das crianças à educação.
• Dividir a turma em pares e solicitar às duplas
• Apresentar alguns dados levantados pelos • “Uma criança cuja mãe sabe ler tem 50% mais hipó- que votem em três das medidas propostas que
anteriores Objetivos de Desenvolvimento do teses de sobreviver depois dos 5 anos de idade”; considerem ser as mais importantes, presentes
Milénio (2000 - 2015), que apostaram na pro-
no quadro da página seguinte (que pode ser pro-
moção do ensino primário universal, no sentido • “No Quénia, mulheres agricultoras com o mesmo jetado ou impresso e entregue a cada grupo).
de compreenderem a amplitude dos impactos da nível de educação do que os seus companheiros
educação na vida das pessoas. aumentam as suas produções de milho e feijão • Reunir os votos dos grupos e elaborar um
em até 22%”. gráfico de barras com os resultados da votação.
Analisar as opções mais votadas.
76
matemática educação para todos
77
matemática educação para todos
Grupo:
Conclusão
Estes são os dados do país:
no país há mais
Género Fora da escola Na escola (raparigas/rapazes) fora da escola, representando % da popula-
ção em idade escolar. As crianças de famílias mais
Raparigas % % (pobres/ricas) são as que frequentam menos a escola, representando
%. Também as que vivem no meio (rural/urbano)
Rapazes % %
são as que menos tem acesso ao ensino, representando %.
Situação económica
(riqueza/pobreza) Fora da escola Na escola
Mais pobres % %
Mais ricos
% %
Localização geográfica
(meio rural/urbano) Fora da escola Na escola
Rural % %
Urbano % %
78
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
aula d0 6ª ano
Disciplina Matemática
duração 90 minutos
Breve contextualização
Objetivo
para o professor
• Utilizar os conhecimentos matemáticos para
compreender alguns fatores das Alterações Climáticas
“Este problema das alterações climáticas tem tido uma influência crescente na sociedade atual. Recursos
De facto, a extensão, gravidade e os impactes resultantes das catástrofes ditas “naturais” estão • Computador com acesso à Internet, projetor
intimamente associados às opções estratégicas de desenvolvimento e ao estilo de vida insusten- e colunas de som;
tável das sociedades modernas. O comportamento humano perante o ambiente e a insensibili- • Vídeo (online);
dade das decisões de desenvolvimento tem levado a um incorreto ordenamento do território e à
• Post-its.
alocação indevida de atividades humanas em zonas de risco. A análise do panorama mundial, em
tudo semelhante à situação nacional, mostra que a maioria da população (em Portugal cerca de
80%) vive em zonas costeiras, mais suscetíveis à ocorrência de desastres “naturais”, em que o
aumento do nível do mar é o mais óbvio como se referiu. Contudo, não se cuidam as áreas mais
críticas em termos ambientais: os leitos de cheia dos rios, constrói-se sobre falhas sísmicas,
desfloresta-se potenciando a desertificação.” (Borrego et al.1, 2009, p. 37)
1
Disponível em:
https://infoeuropa.eurocid.pt/files/database/000043001-000044000/000043449.pdf
79
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
Atividades passo a passo…
* 2
Disponível em: Disponível em:
http://www.accuweather.com/pt/world-weather http://www.eea.europa.eu/pt/themes/climate/intro
80
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
81
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
• Perguntar o que cada um de nós pode fazer, Finalizar a unidade didática, concluindo que
no dia a dia, para atenuar o impacto das Alte- cada um de nós pode ter um papel em prol de
rações Climáticas, promovendo uma chuva de um mundo mais sustentável, em concreto, na
ideias. Registar as respostas no quadro. atenuação do impacto das Alterações Climáti-
cas, através da mudança de atitudes e compor-
• Sabendo que privilegiar as energias renováveis, tamentos, como preferir andar a pé, de bicicleta
como a solar e a eólica, e a redução do uso de ou de transportes públicos, sensibilizar para o
carros a gasóleo ou gasolina são medidas es- uso de energias renováveis, poupar energia,
senciais para combater as Alterações Climáti- plantar árvores, entre outras.
cas, mostrar imagens, entre elas, um painel solar,
um aerogerador e uma bicicleta.
82
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
Fichas de atividade para trabalho de grupo
83
matemática AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E OS SEUS IMPACTOS
84
português IGUALDADE DE GÉNERO
aula d0 5º ano
Disciplina Português
Breve contextualização
duração 135 min. (90 min. + 45 min.)
para o professor
“Embora muitas mulheres continuem, nas suas vidas diárias, a luta contra as desvantagens baseadas no
género, as coisas mudaram para melhor — e a um ritmo que seria impensável até há duas décadas. As mu-
lheres tiveram ganhos sem precedentes em direitos, educação e saúde, em acesso a empregos e meios de
subsistência. Mais países do que nunca garantem direitos iguais perante a lei para homens e mulheres em
áreas tais como posse de terra, herança e casamento. No geral, 136 países têm, hoje, nas suas constituições,
garantias explícitas para a igualdade de todos os cidadãos e não discriminação entre homens e mulheres.
O progresso não tem acontecido facilmente. E não aconteceu de modo uniforme para todos os países ou
para todas as mulheres — ou em todas as dimensões de igualdade de género. A probabilidade de mulheres
morrerem durante o parto, na África Subsariana e partes do Sul da Ásia, ainda é comparável à do Norte da
Europa, no século XIX. Uma criança urbana rica na Nigéria — menino ou menina — tem em média 10 anos
de escolarização, enquanto garotas rurais pobres da etnia Hausa têm, em média, menos de seis meses. (…)
Divórcio ou viuvez leva muitas mulheres a perderem a sua terra e os seus bens. As mulheres continuam
a agrupar-se em setores e ocupações (…), muitas delas mal remuneradas. E, em quase todos os lugares, a
representação das mulheres na política e nos cargos de alta gerência em empresas permanece inferior à dos
homens.” (Banco Mundial 1 , 2012, p. 2-3)
1
Texto adaptado, disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/4391/WDR%202012%20
Overview-Po.pdf?sequence=14
85
português IGUALDADE DE GÉNERO
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ - O que podemos concluir em relação ao papel 2 Leitura e interpretação do texto 20’
dos meios de comunicação (televisão, rádio, jor-
• Promover um diálogo breve introduzindo as • Iniciar a leitura conjunta do texto “Yan, o Pequeno
nais, revistas, Internet) na divulgação dos acon-
três linhas de força da unidade didática: Igual- Imperador”2, presente no recurso pedagógico “O
tecimentos, por esse mundo fora? (Escrever no
dade de Género, Meios de Comunicação Social mundo em nós 3” (AIDGLOBAL, 2010).
quadro: MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/MÉDIA.)
e Entrevista.
• Interpretar as sequências narrativas de forma
- Esses factos são resultantes apenas da observa-
- Será que um bebé, assim que nasce, já tem reflexiva, problematizando as questões ligadas
ção ou há contactos pessoais com os interveni-
direitos? aos papéis mais comummente desempenhados
entes para validar e aprofundar os conhecimentos?
pelos homens e pelas mulheres na sociedade.
- Terá sido assim, desde que as sociedades pro- Que nome damos a esse tipo de conversas?
curaram tornar-se mais civilizadas? - Em que país se passam os acontecimentos
- Temos, então uma nova conclusão. Qual?
narrados neste conto?
- E hoje em dia? (A Entrevista é uma das técnicas que pode ser
bastante útil na pesquisa de informação, divul- - Por que razão Yan vive com a mãe e não com
- Isso acontece em todos os países do mundo?
gação e debate de ideias.) Escrever no quadro: o pai?
- Nesse caso, poderemos dizer que meninos
e meninas, homens e mulheres (não) têm - Na China são raras as crianças que têm irmãos.
igualdade de direitos?! (Escrever no quadro A que se deve esta situação?
IGUALDADE DE GÉNERO.) ENTREVISTA - Numa família chinesa é ainda mais raro os
rapazes terem irmãs. Qual a sua justificação?
- Como sabemos tudo isso, se alguns dos países
e regiões ficam tão longe de nós?
• Suscitar o interesse por uma realidade diferente,
- De que modo é que essas notícias/informa- num país com outra cultura: a do pequeno chinês 2
Disponível em:
ções nos chegam? Yan. Perguntar aos alunos se a querem conhecer. www.aidglobal.org/userfiles/China_tudo%20junto.pdf
86
português IGUALDADE DE GÉNERO
“A China adotou sua política oficial de filho único 3 Chuva de ideias: Igualdade de Género 10’ 4 As desigualdades em Portugal e além-
nos anos 1970, com o objetivo de conter a rápida
• Realizar uma chuva de ideias em torno do concei-
-fronteiras 35’
expansão populacional. (…) A tradicional prefe-
to “Igualdade de Género”. Algumas das questões • Colocar diversas profissões, escritas em papel
rência por meninos criou um desequilíbrio entre
que podem impulsionar esta dinâmica são: e espalhadas pelas paredes da sala, que este-
o número de homens e mulheres, já que alguns
jam fortemente relacionadas com o estereóti-
casais optam por abortos seletivos de acordo - O que é a Igualdade de Género?
po masculino ou feminino. A título de exem-
com o sexo do bebé.”
- Existe, entre os portugueses, igualdade entre plo: bailarino/a, engenheiro/a, costureiro/a,
Em 2013, a China oficializou a reforma da política homens e mulheres? arquiteto/a, professor/a, advogado/a, bombeiro/a,
de controlo da natalidade com a aprovação de médico/a, cientista, mecânico/a, político, polícia,
- De que forma a Igualdade de Género está as-
uma resolução que autoriza os casais a terem maquinista, taxista,…
sociada à redução da pobreza?
dois filhos se, pelo menos, um dos progenitores
• Pedir a cada aluno para, entre todas as pro-
for filho único. (BBC, 2013)3. (A título de exemplo, a igualdade no acesso à
fissões, escolher aquela que gostaria de exercer
educação garante mais oportunidades de tra-
no futuro e posicionar-se junto da mesma. Em
balho e melhor remuneração para mulheres e
seguida, cada um deve explicar as razões da sua
homens.)
preferência.
87
português IGUALDADE DE GÉNERO
• Visualizar os seguintes vídeos que ilustram situa- “Encontramos, no nosso dia-a-dia, milhares de
ções em que os estereótipos são desconstruídos: notícias em jornais, revistas, televisão e Internet
“Educador de infância: uma profissão de mulher?” (4’) 4 que nos ajudam a entender o mundo e a formar a
“Bombeiro: uma profissão de homem?” (4’) 5 nossa própria opinião. Existem minorias que
têm relativamente poucos representantes.
• Questionar se algum aluno sentiu qualquer
Uma delas são as mulheres. Em 2013, a Uni-
constrangimento por ter escolhido uma pro-
versidade de Nevada analisou 352 notícias de
fissão que, socialmente, tem sido vista como
primeira página do jornal The New York Times
sendo mais do género masculino ou do género 5 Entrevistas 15’
e constatou que, de entre os entrevistados, 65%
feminino, salientando a necessidade de se res-
• Realizar um exercício de simulação para colocar eram homens e apenas 19% eram mulheres
peitarem as escolhas individuais.
os alunos mais à vontade no papel de entrevistador (17% referiam-se a fontes institucionais).
• Visionar um terceiro vídeo que aborda a com- e entrevistado, tendo por base as entrevistas já es-
Essa presença minoritária da voz feminina, na
plexidade da problemática da desigualdade de truturadas (ver materiais nas páginas seguintes).
comunicação social, traz muitos problemas para
género no mundo:
• Dispor os alunos em pares, alternando os pa- a sociedade e para a democracia. É necessário
“A luta das mulheres pela igualdade entre sexos” (10’) 6 péis de entrevistador e entrevistado. Se pos- que os média representem a diversidade, inclu-
sível, fazer-se o registo sonoro da conversa, indo as mais diferentes perspetivas e pontos de
• Tirar conclusões, levando à reflexão de que é
usando um gravador ou o telemóvel. vista, para se criarem reportagens e análises
importante identificar o que está na raiz da dife-
mais ricas e complexas. E isso não será atingi-
renciação e qual o papel de cada um na trans-
do, se as opiniões de metade da população, que
formação social e na construção de um mundo 6 Preparação de um guião de entrevista e… são mulheres, não forem levadas em conta.”
com igualdade de oportunidades para todos. entrevistar uma mulher! 30’ (texto adaptado de Think Olga , 2014) 7.
4
Disponível em: vimeo.com/75384829 • Apresentar o projeto Entreviste uma Mulher 7 Think
5
Disponível em: vimeo.com/75865169
Olga (2014), “Entreviste uma mulher”, dis-
6
Disponível em: www.youtube.com/watch?v=-iDanu5csJw. da Organização Não Governamental Think Olga . ponível em: thinkolga.com/projeto-entreviste-uma-mulher/
88
português IGUALDADE DE GÉNERO
Pergunta 1
89
português IGUALDADE DE GÉNERO
90
português IGUALDADE DE GÉNERO
B C
Entrevistador: No documento “Índice Global das Diferenças de Género” 10, publicado em Entrevistador: Quando um dia for pai/mãe, vai preferir ter um rapaz ou uma rapariga?
2013, Portugal surge na 51ª (quinquagésima primeira) posição entre 136 países, atrás Entrevistado: Não vou ter preferência, pois o mais importante é a criança ter
de Espanha, Filipinas, Moçambique, Cuba e Austrália. O que tem a dizer sobre estes dados? saúde. Se eu tiver uma menina, vou querer que ela seja feliz. E, por exemplo,
Entrevistado: Achava que havia mais igualdade em Portugal do que noutros eu acho que os homens devem ajudar as mulheres nos trabalhos de casa,
países! pois as tarefas têm de ser divididas.
Entrevistador: Quando se fala em “desigualdade de género”, referimo-nos a quê, em Entrevistador: Sabia que, na União Europeia, as mulheres que trabalham fora de casa
concreto? dedicam, em média, 26 horas por semana às atividades domésticas e os homens apenas
Entrevistado: Bom, eu acho que falamos das mulheres não terem os mesmos
9 horas ? 11
direitos do que os homens, como por exemplo, não poderem ir à escola, não Entrevistado: Bom, de facto, na minha casa, o meu pai ajuda pouco a minha
terem o mesmo acesso aos cuidados de saúde, não poderem participar politi- mãe. Mas eu não concordo e, quando constituir a minha própria família, vou
camente e não terem a liberdade de decisão para se casar e/ou se divorciar, querer que todos dividam as tarefas e partilhem os trabalhos domésticos por
como ainda ocorre em alguns países. igual. Eu, agora, ainda sou jovem, mas ajudo a minha mãe na lida da casa:
faço a minha cama e arrumo o meu quarto, ponho e tiro a mesa, estendo,
apanho e dobro a roupa e outras coisas mais.
11
Dados do “Relatório sobre o progresso da igualdade entre homens e mulheres” (Comissão
Europeia, 2014). Disponível em: http://www.igfse.pt/upload/docs/2014/Relatorio_progressoI-
10
Disponível em: www.weforum.org/reports/global-gender-gap-report-2013 gualdade_homensmulheres2013.pdf
91
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
aula d0 5º ano
Disciplina Português
Objetivo
• Sensibilizar para as migrações visando conhecer
Breve contextualização e aprender a respeitar a diversidade étnica e cultural
para o professor
Recursos
• Computadores com acesso à Internet e projetor;
• Vídeo (online);
“As migrações internacionais são hoje uma prioridade na agenda política mundial. À medida
• Post-its.
que a magnitude, âmbito e complexidade da questão têm vindo a aumentar, os Estados e
outras partes interessadas têm vindo a aperceber-se das dificuldades e das oportunidades que
as migrações internacionais representam. Em todas as partes do mundo há agora uma maior
consciência de que os benefícios económicos, sociais e culturais das migrações internacionais
têm de ser mais eficazes, e que as consequências negativas dos movimentos transfronteiriços
podem ser melhor resolvidas.” (Gulbenkian 1 , 2005, p. vii)
1
Disponível em: http://www.gulbenkian.pt/images/mediaRep/institucional/fundacao/Benefic%C3%AAncia/forum%20
imigra%C3%A7%C3%A3o/GCIMReport.pdf
92
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ 2 Migrações e Interculturalidade 20’ - O que terá levado as pessoas a deixarem os
seus países de origem?
• Questionar se conhecem ou gostariam de • Extrapolar para o contexto escolar a con-
- Por que terão escolhido Portugal?
conhecer o conto 2 “Meninos de todas as cores” vivência do Miguel com outros povos, focando a
de Luísa Ducla Soares. Visualizá-lo na versão multiculturalidade presente no estabelecimento
adaptada por Lúcia Cruz. de ensino/turma e apresentar alguns dados so-
ciodemográficos pré-recolhidos pelo professor,
• Descodificar o sentido do título, face à viagem designadamente países de origem dos próprios
3 Leitura e interpretação de um poema 30’
do Miguel, e como ele aprendeu a respeitar e a e/ou famílias e número de alunos. • Perguntar aos alunos se acham possível que
admirar a diversidade (evidenciado nos desenhos um tema como as migrações, tão sério, tão
• Considerar a solicitação feita na aula anterior: problemático, tão ligado à sociedade e com tão
diferentes dos outros meninos).
a realização de uma pesquisa individual sobre profundas consequências na vida das pessoas
um dos países representativos da comunidade possa ser abordado em poesia.
• Distinguir o sentido das palavras VIAJAR escolar, evidenciando aspetos que acharem
e MIGRAR, focando o contacto com outras reali- mais importantes (música, escritores, património, • Propor a leitura de um poema de Gabriel Mari-
dades culturais e a aquisição de novos saberes sociedade, economia,…). ano, poeta cabo-verdiano em trabalho de grupo,
INTERCULTURALIDADE. preenchendo, em conjunto, uma ficha de traba-
• Dinamizar uma chuva de ideias tendo por base
lho (ver materiais nas páginas seguintes). Dividir
as pesquisas dos alunos sobre os vários países
a turma em grupos e disponibilizar a cada grupo
(A título de exemplo: Angola, Brasil, Cabo Verde,
cópias do poema e um exemplar da respetiva
Roménia, Ucrânia, China,…).
ficha de trabalho.
• Impulsionar a atividade, introduzindo questões
• Corrigir, colaborativamente, as respostas.
2
Disponível em: http://pt.slideshare.net/cruzluc/meninos-de-
do tipo:
todas-as-cores-7243302 - O que descobriram sobre os respetivos países? • Fazer a leitura declamada do poema.
93
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
4 Clarificação de conceitos e aprofundamento • Identificar os países com maior fluxo mi- 5 Conversas familiares sobre migrações 25’
de conhecimentos 15’ gratório, com base na observação do mapa.
• Convidar a turma a apresentar os resultados
• Clarificar o conceito de “migrantes” e os movi- • Visionar o vídeo “Tipos e causas das migra- do trabalho que desenvolveu, em casa, com os
mentos dele decorrentes: emigração e imigra- ções” 4 (2’24’’). seus Encarregados de Educação: o questionário
ção, recorrendo aos processos morfológicos de sobre migrações que foi entregue na aula ante-
Refletir sobre as causas e consequências das
formação de palavras: palavras simples e com- rior, disponível nas páginas seguintes.
migrações no mundo.
plexas (focando apenas a derivação afixal por
prefixação, fazendo distinção de sentido entre
os dois prefixos).
94
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
6 Espiral da participação: a mudança começa • Projetar a imagem da espiral e distribuir a 7 Síntese da Unidade Didática 5’
em cada um de nós 30’ cada aluno um post-it, pedindo-lhe que registe
• Finalizar a Unidade Didática, recordando os
uma ação que considere importante para pro-
aspetos mais importantes trabalhados ao longo
mover a interculturalidade na dimensão que
desse conjunto de aulas, devendo estes apontar
lhes coube em sorte. Solicitar a cada grupo que
para a importância da valorização da diversidade
vá ao quadro/parede/painel e afixe o conjunto
étnica e cultural e da integração dos migrantes.
de ações que os seus elementos assinalaram.
participação
95
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
1
QUESTIONÁRIO AOS
ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO O que são, para si, migrações?
96
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
3
Na sua opinião, Portugal é um país que acolhe bem os imigrantes? De que modo?
4
O que podemos todos nós beneficiar com a presença dos imigrantes?
97
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
98
INTEGRAÇÃO E VALORIZAÇÃO
português DA DIVERSIDADE ÉTNICA E CULTURAL
99
português LUTA CONTRA A POBREZA
aula d0 6º ano
Disciplina Português
Breve contextualização
para o professor Objetivo
• Sensibilizar para a luta contra a pobreza, através da
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (2000), cuja finalização se fixou em 2015, tinham
reflexão crítica sobre as suas causas e consequências
como primeiro objetivo erradicar a pobreza extrema e a fome. Ainda que em algumas partes do
mundo se constatem progressos, por vezes assinaláveis, a consecução deste objetivo ainda está
Recursos
longe de englobar muitas das populações mundiais. A Organização das Nações Unidas alerta
• Computadores com acesso à Internet e projetor;
que “o mundo tem 1 mil milhão de pessoas a viver em extrema pobreza, ou seja, com menos
• Imagens;
de 1,25 dólar por dia. E 60% vivem em apenas cinco países: Índia, Nigéria, China, Bangladesh e
• Texto “Filémon e Báucis” (online);
República Democrática do Congo”. Nesta luta contra a pobreza no mundo, todos temos um papel
• Infografia;
a desempenhar, contribuindo com as nossas reflexões, ideias e ações, no sentido de minimizar
• Post-its.
as causas e as consequências da pobreza mundial. Verificando-se que ainda há muito a fazer,
compete à comunidade internacional decidir qual o futuro quadro mundial para a erradicação da
pobreza. (ONU1 , 2015)
1
Disponível em: http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2015/07/mais-de-40-da-populacao-da-africa-subsaa-
riana-vive-na-extrema-pobreza/#.Vh0CzlRVhHx
100
português LUTA CONTRA A POBREZA
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 15’ • Informar que a Grécia é constituída essen- 2 Leitura e interpretação do texto 35’
cialmente por ilhas e montanhas. A mais alta
• Afixar três imagens: mapa da Europa, bandeira • Ler o texto “Filémon e Báucis”, presente nos
chama-se Olimpo. Averiguar se já ouviram falar
da Grécia e figuras de gregos antigos com trajes “Contos Gregos” da autoria de António Sérgio 3.
deste monte. (No qual os gregos antigos acha-
da época.
vam que moravam os Deuses.) • Questionar quanto ao facto de o conto ser
• Convidar os alunos a fazerem a sua leitura grego, mas que, no texto, surge como autor um
• Afixar uma nova imagem: uma pintura de
numa perspetiva espácio-temporal: país euro- escritor português. Referir que muita da litera-
Rijckaert (representando as personagens do
peu, bandeira, habitantes da Grécia antiga. Lem- tura grega era transmitida oralmente e que os
conto que irão ler) 2. Esclarecer que se trata de
brar que a Grécia foi outrora uma região diferentes povos a foram fixando por escrito, em
uma cena de um famoso conto grego.
(Império) muito vasta e importante, que abarcava diversas versões. Este reconto é uma delas.
o atual país, algumas regiões em redor (Chipre, • Identificar as quatro figuras presentes: um
• Fazer a análise da narrativa, focando os
Anatólia, Sul de Itália e França,…), sendo con- casal de velhinhos e dois deuses – Zeus e Hermes.
seguintes aspetos:
siderada o berço da civilização ocidental, da Suscitar o interesse pela leitura do conto.
democracia, dos jogos olímpicos,… Foi famosa, - Localização espácio-temporal: Locais – Mon-
também, pela sua literatura e tecnologia. A cul- te “Olimpo”, “desceram (…) à cidade”, “região
tura grega exerceu poderosa influência sobre chamada Frígia” (hoje na Turquia); Tempo − “há
os romanos, que se encarregaram de a espalhar muito, muito tempo” (período áureo da Grécia
antiga que foi de 800 a.C a 500 a.C), “uma tardinha”.
pelas diversas regiões da Europa. Explicar, a
título de exemplo, que os romanos tinham cren-
ças religiosas semelhantes, mas deram outros
nomes aos deuses gregos, ao traduzirem do 2
3
Disponível em: issuu.com/theras/docs/fil_mon_e_baucis2
Disponível em: commons.wikimedia.org/wiki/File:David_ /4?e=1433258/3776638jpg?uselang=pt Obra recomendada
grego para o latim: Zeus/Júpiter; Hermes/Mer- Rijckaert_(III)_-_Philemon_and_Baucis_Giving_Hospital- pelo Plano Nacional de Leitura e constante das Metas Cur-
cúrio, Afrodite/Vénus, Palas/Minerva. ity_to_Jupiter_and_Mercury_-_WGA20589.jpg?uselang=pt riculares de 2015.
101
português LUTA CONTRA A POBREZA
- Diferenças entre os gregos antigos e atuais 3 Causas e consequências da pobreza 10’ Só conhecemos “a ponta do iceberg”. Registar,
− vestuário, crenças religiosas (politeísmo e no quadro, esta expressão.
• Perguntar aos alunos os aspetos que mais os
monoteísmo).
impressionaram nesta narrativa (O preconceito • Afixar, no lado esquerdo do quadro, a 1ª imagem:
- Personagens principais (Deuses: Zeus, que se faz dos pobres, a pobreza em que os a ponta visível de um iceberg.
Hermes/Mercúrio (asas), Mortais/humanos: velhinhos viviam e o amor que sentiam,…)
Filémon e Báucis) e secundárias (Deusa Pala,
• Colocar a questão: Porque é que os Deuses,
rapazinhos, donos dos cães).
ao assumirem figura humana, se mascararam
- Modo como foram recebidos pelo casal Filé- de “pobretões”?
mon e Báucis – contraste com a receção de
• Referir o valor que o sufixo aumentativo con-
quando chegaram à terra.
fere à palavra: intensidade e depreciação/des-
- Indicadores de pobreza: casa pequena prezo. Fazer a distinção entre sufixos diminuti-
(significado do sufixo diminutivo – ita/casita), vos e aumentativos (casinha e pobretão).
banco tosco, recipientes de materiais pobres,
• Refletir como a situação se pode ligar a
pouca comida e bebida.
problemáticas da atualidade, em concreto à
- Recompensa dos Deuses aos velhos pela sua pobreza e aos pré-conceitos (preconceito) que
bondade: alimentação básica (leite, pão, mel) até se fazem dos “pobres” (inclusive, como a apa-
ao fim da sua existência, prolongamento da sua rência física pode influenciar o julgamento das
vida (sendo velhos, ainda viveram muitos anos) pessoas). Contextualizar o provérbio: “O hábito
e um pedido especial. não faz o monge”.
• Fazer o reconto oral do texto em cadeia: inicia • Concluir que vamos tendo conhecimento muito
um aluno e outros vão continuando. superficial da problemática da pobreza mundial.
102
português LUTA CONTRA A POBREZA
• Solicitar que, num post-it, os alunos registem 5 Qual é a dimensão da pobreza? 15’
103
português LUTA CONTRA A POBREZA
- Como podemos distinguir um facto de um não • Convidar os alunos a realizarem uma cam-
facto? panha de solidariedade na escola ou na comuni-
dade e mobilizar à sua participação. Reforçar
• Concluir que têm de ser encontradas soluções
que as pequenas ações ou gestos de solidarie-
para este problema tão grave para a humanidade.
dade fazem bastante diferença no mundo, con-
tribuindo para maior e justiça social. Combinar,
brevemente, algumas estratégias a utilizar.
104
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
aula d0 6º ano
Disciplina Português
1 2
Disponível em: www.cpr.pt Disponível em: www.liser.eu/pt
105
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
Atividades passo a passo…
1 Motivação/Introdução à Unidade Didática 10’ 2 Diferentes tipos de refugiados: chuva de cartoonista australiano: Concluir com a ideia de
ideias 20’ que todos pertencem, como nós, a um mesmo
planeta, com direitos consagrados pelas Nações
• Propor uma chuva de ideias com base na
Unidas.
palavra REFUGIADO e incentivar ao diálogo com
perguntas de reflexão do tipo:
- Quando pensam em refugiados que ideias vos surgem? 3 Ser refugiado 20’
- Estes refugiados que se veem nas imagens fogem todos • Propor uma dinâmica com base na questão:
pelas mesmas razões? Tenho de partir para outro país como refugia-
- Quais são as zonas do mundo onde pensam que há mais do. O que vou levar comigo?
refugiados? Entregar a cada aluno um post-it e pedir que
indique nele um objeto para si muito importan-
- Que razões levam uma pessoa a fugir do seu país de origem?
te que levaria de certeza para o país de aco-
- Que problemas podem encontrar nos países de acolhimento? lhimento. Cada aluno levanta-se e cola o objeto
perto da palavra “REFUGIADOS” escrita no quadro.
• Afixar a palavra REFUGIADO , no quadro, e
levar os alunos a tirarem conclusões sobre o(s)
? ? ?
sentidos(s) de refugiado. (Recorrer ao texto da
REFUGIADOS
“breve contextualização para o professor”.)
? ? ?
• Perguntar se a imagem lhes é familiar, uma Constatar que os refugiados são cidadãos do
vez que tem surgido em noticiários da TV e o mundo, habitantes do planeta Terra, situação
que sabem sobre o assunto. A palavra-chave é muito bem definida no desenho humorístico 3
Disponível em: simonkneebone.files.wordpress.
REFUGIADOS. (cartoon) da autoria de Simon Kneebone 3, um com/2014/03/refugees-pic.jpg
106
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
107
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
108
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
109
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
cartões para
o jogo de papéis 2
1 3
Grupo dos que são a favor
Grupo dos que são contra do acolhimento dos refugiados Grupo dos Observadores
o acolhimento dos refugiados Defendemos o acolhimento de refugiados. Anualmente Tal como os jornalistas, estes alunos tiram notas dos
Defendemos a construção de um muro de 50 metros de chegam 50 000 pessoas a Martenga, sendo a maioria comentários e observações dos restantes grupos (dois
altura ao longo da nossa fronteira para impedir que mulheres e crianças vulneráveis. Esta gente já passou alunos por grupo). Não podem tomar partido de nenhuma
refugiados entrem no nosso país. Não há condições por muito, pois foram vítimas de perseguição política e posição. Analisam se se verificam as seguintes situações:
financeiras para acolher tanta gente. Anualmente chegam religiosa. Passaram fome e frio, não há futuro para eles
- atitudes e comportamentos que valorizem o respeito
50 000 pessoas e as casas de acolhimento de refugiados nos países de origem. É preciso acolhê-los, tratá-los com
pelos direitos humanos;
só têm vaga para 2000. dignidade e dar-lhes oportunidades, pois todos os seres
humanos têm direitos. - atitudes e comportamentos que se destaquem pela
Defendemos, ainda, a união de esforços da comunidade
capacidade de dialogar e chegar a um entendimento.
internacional para a resolução deste problema. Entre Defendemos o acolhimento dos refugiados e a sua inte-
outras soluções propomos que os países do mundo doem gração no nosso país e, para tal, consideramos que o Após o debate, este grupo irá destacar as afirmações e
mais dinheiro e bens para apoiar as populações vulneráveis governo de Martenga deve destinar uma parte das recei- atitudes que se distinguiram por terem revelado respeito
no seus países de origem. tas dos seus impostos a este projeto. pelos direitos humanos.
110
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
1
alimento futuro equipa Malakal Dissílabos Trissílabos Polissílabos
dias nome guerra semana
forças comida Etiópia situação
membros educação lugar filhos
Sudão do Sul Gatlat segurança médicos
cidade pessoas crianças serviços
dinheiro condições família polícia
111
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
abrigaram
buscar vim fugiram
caminhámos estava há
chegámos fiquei nasceu
começou foi terão
112
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
113
português INTEGRAÇÃO E APOIO AOS REFUGIADOS
esposa gravidíssima
forças rebeldes
membros internacionais
114
115
Mesa, M. (2014). Precedentes Y Evolución De La Educación Para El
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Desarrollo: Un Modelo De Cinco Generaciones. Sinergias, (1), 24-56.
http://www.sinergiased.org/index.php/revista/item/52-manuela-
Andreotti, V. (2014). Educação para a cidadania global – soft versus mesa-precedentes-y-evolucion-de-la-educacion-para-es-desarrollo-
critical. Sinergias, (1), 57-66. un-modelo-de-cinco-generaciones
http://www.ceipaz.org/images/contenido/Revista%20sinergia.pdf
Mundy, K. & Manion, C. (2008). Global education in Canadian
elementary schools: An exploratory study. Canadian Journal of
BAOBAB (2009). Qualitätskriterien der SBE für die Evaluation von Education, 31 (4), 941-974.
Unterrichtsmaterialien.
http://www.baobab.at/images/doku/1201_qualitaetskriterien_
materialien_schweiz.pdf ONU (2015). Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para
o Desenvolvimento Sustentável. (Trad. Centro de Informação das
Nações Unidas para o Brasil).
http://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/09/agenda
Cardoso, J. (2013). O Professor do Futuro. Lisboa: Guerra & Paz. 2030-pt-br.pdf
DGE (2013). Educação para a Cidadania - Linhas Orientadoras. Oxfam (2015). Education for Global Citizenship: A Guide for Schools.
Lisboa: Ministério da Educação. UK: Oxfam.
http://www.dge.mec.pt/educacao-para-cidadania-linhas-orienta- http://www.oxfam.org.uk/education/global-citizenship/global-
doras-0 citizenship-guides
116
Promotor: Projeto:
Cofinanciador: Apoio:
117