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INFORMATIVO
Nesta edição:
Editorial Balanço Atividades 2
www.mpica.info
Página 2 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 40 - Setembro 2018
PASSEIO DA TERRA
TORRES VEDRAS CIDADE COMESTÍVEL, 25 DE MARÇO DE 2018
Para assinalar a Semana Sem Pesticidas desenhou-se
esta atividade inovadora, aproveitando as sinergias de
vários parceiros que a co-organizaram: a Quercus, a As-
sociação de Marchas e Passeios e a Câmara Municipal
de Torres Vedras, com o apoio do MPI e CREIAS Oes-
te. Mais de 100 pessoas inscreveram-se nesta atividade
que tinha como objetivo refletir sobre a abordagem com
e sem herbicidas em diversos espaços como taludes,
canteiros, relvados, ervados, zonas ribeirinhas, parques
urbanos, calçada à portuguesa …, e ainda a identifica-
ção de muitas ervas espontâneas comestíveis e algumas
venenosas. Lentamente as mentalidades começam a
mudar no sentido de se aceitar mais as ervas espontâ-
neas.
COZINHA AO VIVO – FEIRA DA SAÚDE 2018 TORRES VEDRAS
Vários municípios organizam eventos para
promoção da saúde e bem-estar, é o caso
de Torres Vedras e na edição deste ano,
que decorreu de 13 a 15 de abril, partici-
pei no espaço da cozinha saudável. Com a
ajuda do público presente assim se procu-
ram apresentar alternativas de ementas
num ambiente de confraternização.
A convite do Centro de Educação Ambiental de Torres Vedras dinamizei esta oficina que realizou
no dia 12 de agosto nas praias de Porto Novo e Santa Rica com o apoio do Hotel Promar. Um grupo
muito entusiasta aderiu à descoberta deste recurso que é ainda uma novidade na nossa alimentação.
Foram várias as espécies encontradas e no final a degustação foi também do agrado de todos!
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Enquanto o eucaliptal seca nascentes o nosso bosque pode recuperá-las, pois aumenta
a chuva e consequentemente teremos menos fogos e/ou menos severos. Por isso uma
das ações mais importantes que indicámos na edição anterior para reduzir o problema
das alterações climáticas foi: Plante/semeie muitas árvores e arbustos autóctones!
Por enquanto a mobilização do país dirigiu-se para as limpezas e mais meios
de combate, e embora fosse necessário fazer algo nestas áreas fez-se (e ainda se está a
fazer) muita coisa errada que pode piorar a situação no futuro! Conheça a opinião
de especialistas.
FOGOS: Lições apreendidas?
Depois da tragédia dos fogos em 2017 os peritos Joaquim Sande Silva, perito da Escola Superior
Agrária de Coimbra e Paulo Fernandes, investigador de engenharia florestal na Universidade
de Trás-os-Montes e Alto de Douro (UTAD) peritos contactados pelo SOL referem que é cedo para
tirar conclusões sobre as lições aprendidas.
Para Paulo Fernandes um dos passos mais importantes foi a instalação da Agência para a Gestão
Integrada de Fogos Rurais, mas os seus efeitos dificilmente se verão este ano, sublinha. Em falta
continua a estar no imediato uma melhor organização e planeamento, incluindo a prontidão de respos-
ta à meteorologia. «A maior parte das medidas tem sido mais do mesmo, ou seja reforço dos meios de
combate, o que por si só não exercerá qualquer efeito.» Joaquim Sande Silva sublinha que «Os meios
nunca resolveram coisa nenhuma em parte nenhuma. Aumentar os meios é a forma mais fácil de atacar
o problema, atirando dinheiro para cima dele, fazendo crer às pessoas que se está a resolver alguma
coisa, sem resolver nada».
Terminado o período para limpeza dos terrenos com maior risco de fogo, os peritos continuam
também a mostrar-se céticos das regras que ditaram maiores distâncias entre árvores. O facto de o aba-
te contribuir para a abertura de clareiras e favorecer o crescimento de mato, que a meio do verão ficará
seco, é um dos receios. Poderá porventura ajudar na defesa das habitações, mas na floresta continua
ainda tudo na mesma, por isso estas “limpezas” não terão qualquer efeito na propagação dos incên-
dios», além de que os fogos nos eucaliptais originam projeções a muitos quilómetros de distância!
E haverá dinheiro para continuar as limpezas? Sande Silva deixa outro alerta. «Muitos proprietários
fizeram as intervenções à custa do material lenhoso cortado, mas no futuro não vai haver árvores para
pagar o trabalho e provavelmente não irão voltar a intervir. Como a vegetação irá voltar a crescer, prova-
velmente com maior vigor, o problema vai agravar-se no médio-longo prazo». O problema é o mesmo
de sempre. «O país só consegue pensar a curto prazo e quando se trata de vegetação lenhosa temos que
prever o que vai acontecer a cinco, dez ou mais anos.»
Fonte: Fogos mais tarde, trovoadas e menos ondas de calor. O que esperar do verão, https://sol.sapo.pt/artigo/614402
Floresta
A floresta autóctone pode ser rentável, e até tem potencial a vários níveis para o ser ainda mais do
que o eucaliptal. Na floresta autóctone as fontes de rendimento podem ser várias, como, lenha, madei-
ras nobres (para móveis, por exemplo), produção de mel, cogumelos, criação de gado, frutos silvestres
comestíveis (em especial a bolota), turismo, prevenção de incêndios ..., mas isso só poderá acontecer
num horizonte de várias décadas, no mínimo 2 a 3 décadas, ora é precisamente por causa disso que os
apoios à floresta autóctone são tão necessários!
Mesmo sem apoios públicos depende também da consciência de cada um pelo menos a preservação
das linhas de água, manter a distância às estradas e, claro, a distância às habitações sem eucaliptos e as-
sim a pouco e pouco outro paradigma para a nossa floresta poderá começar a surgir.
Agricultura
Nas explorações agrícolas também há muita margem para integrarmos as plantas autóctones. E não
apenas nas sebes, mas ao próprio modelo de produção, como é o caso da agricultura sintrópica, um mo-
delo inspirado nos ecossistemas naturais idealizada e difundida por Ernst Götsch, agricultor e pesquisa-
dor suíço, nascido em 1948. Portanto, em vez de monoculturas melhoram-se as condições de vida das
plantas e assim é possível fazer vários tipos de culturas no mesmo terreno em consociação, e com árvo-
res também. O sucesso deste modelo é tal que Ernst Götsch conseguiu converter uma fazenda
no Brasil que estava completamente desertificada numa terra fértil, hoje conhecida como Fazenda
Olhos D’água, devido à quantidade de nascentes que foram recuperadas graças ao seu trabalho!
Pesquisando na net “Ernst Götsch” aparecem inúmeras referências, pois o seu trabalho tem tido
bastante eco, agora só falta replicar mais o seu exemplo.
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RESÍDUOS
Ficha técnica
Directora: Alexandra Azevedo / Paginação: Nuno Carvalho
Colaboraram nesta edição: Alexandra Azevedo, Ricardo Pratas
Impressão com o apoio da Junta de Freguesia de Vilar
Propriedade: MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente
Largo 16 de Dezembro, 2 / Vilar / 2550-069 VILAR CDV
tel:/fax: +351 262 771 060 email: mpicambiente@gmail.com
Web site: www.mpica.info
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BREVES
Portugal em Chamas - Como Resgatar as Florestas – o livro
Foi lançado em junho e é da autoria de João Camargo, investigador em alterações climáticas, e Paulo
Pimenta de Castro, engenheiro silvicultor e presidente da Acréscimo - Associação de Promoção ao In-
vestimento Florestal, onde traçam as ligações entre política, indústria das celuloses e academia. Mais
uma ação que esperemos contribua para a mudança do paradigma da nossa floresta!
Criado Movimento Peniche Livre de Petróleo para contestar exploração de petróleo na região
www.ambientemagazine.com/peniche-quer-aproveitar-mare-da-contestacao-a-prospeccao-de-petroleo
Alexandra Azevedo
ECO-RECEITA
E que tal começar uma nova tradição e introduzirmos o consumo de algas marinhas? A nossa saúde
irá agradecer, e muito! Ricas em sais minerais, proteínas de alta digestibilidade, ácidos gordos insatura-
dos (como o ómega 3), fibra e muitos compostos medicinais. Com a redução dos stocks de peixe,
deveríamos reduzir substancialmente o seu consumo e as algas são uma boa oportunidade para benefi-
ciarmos do valor nutricional dos produtos do mar, mas preservando o ambiente!
Jovem Atento
Mas … assim, sem fatos especiais de mergulho e tantas outras tecnologias que vemos nos docu-
mentários na televisão!? Isso é impossível, pensarão vocês, mas reparem que quando a maré baixa fi-
cam poças entre as rochas e são autênticas amostras do que é o fundo do mar, … bem pelo menos da
parte menos funda.
É aí, nas poças da maré, que podemos então encontrar muitas algas, pequenos peixes, estrelas-do
-mar, búzios, caranguejos … um sem fim de seres vivos!
Mas cuidado! Primeiro para não escorregares. Leva umas sandálias de borracha e anda com muito
cuidado, porque as algas verdes, que mais parece “relva do mar”, são muito escorregadias e todo o
cuidado é pouco. Depois protege-te do sol e por fim, observa as poças sem estragar nada.
Observa sem assustar demais os animais que lá vivem, nem os apanhes só porque sim ou para fa-
zer coleção ou … nada disso, mas podes tirar fotos, isso sim, e também não arranques as algas, mas
podes prova-las … sim, sem problema, nenhuma é venenosa, ao contrário do que acontece com alguns
cogumelos, ervas ou bagas, vais ver que algumas sabem mesmo a … mar, umas têm um sabor mais sua-
ve outras mais forte, algumas sabem a iodo … não é lá muito agradável, mas só se sabe depois de se
provar! umas são muito macias e outras são mais rijas … enfim, é um autêntico “banquete”.
Podes apanhar algumas algas para comer em casa, numa salada por exemplo, com aquelas que gos-
tares mais. Sabias que as algas são um excelente alimento com muitos sais minerais, vitaminas, que
nos protegem do cancro e outras doenças? Ah pois é, por isso é que é tão importante nós as comer-
mos … e só precisamos de uma pequena quantidade … elas são muito concentradas … são um autêntico
super-alimento!
Mas apanha-as com cuidado, para não as arrancares o melhor é cortares com uma pequena tesou-
ra e assim a alga que ficar presa à rocha pode continuar a crescer, a servir de abrigo aos pequenos
peixes e outros animais que ficam presos nas poças até que o mar volte a subir … e quando o mar vol-
tar a baixar, vão ficar presos outros bichos diferentes … só as algas vão ficando, pois tal como as
plantas na terra, não têm pernas para andar, he, he!
Ficaste curioso? Aproveita bem as tuas idas à praia e … surpreende-te!