O Teatro de Grupo constitui uma categoria de organização e produção teatral em
que um núcleo de atores movidos por um mesmo objetivo e ideal realiza um trabalho em continuidade e, estendendo sua atuação a outras áreas, principalmente no que diz respeito à própria concepção do projeto estético e ideológico, o grupo acaba por criar uma linguagem que o identifica. Os grupos passam a usar este conceito para marcar sua posição de divergência em relação ao teatro empresarial, em que o ator não está engajado no projeto e a equipe se desfaz logo que a temporada termina. O grupo remunera seus integrantes por meio de um sistema de cooperativa, o que faz dos atores os donos do empreendimento. Os grupos teatrais amadores das décadas de 30 e 40 “estavam em situação periclitante” devido a falta de lugares onde representar, tendo eles que ficar na fila de pauta do Teatro Municipal ou do Teatro Santana e, no final, serem obrigados a representar nos lugares mais absurdos. Acreditavam que se conseguissem uma sede, teriam a possibilidade de dar continuidade aos projetos. Havia ainda muita descontinuidade no trabalho amador, Zampan descobriu que a divisão entre o corpo técnico, profissional, e atores, amadores, criava um desequilíbrio que o impossibilitava de cobrar dos atores frequência aos ensaios, permanência no teatro. Sim, ainda hoje há uma grande dificuldade em conseguir-se pauta em teatros (pouco número de vagas, grande concorrência, pouca rotatividade de grupos teatrais, dificuldades burocráticas de acessibildiade…) assim como de se conseguir lugares apropriados para se apresentar ou ensaiar. Além da questão da importância da profissionalização dos atores, que ainda hoje é presente, devido aos poucos estímulos e à pouca valorização nacional.