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FÍSICA Professor Gomes

Notas de Aula
CAPÍTULO

                            3
Neste Capítulo

1 Introdução
2 Vetor posição e vetor
velocidade
3 Vetor aceleração
4 Movimento de um projétil
5 Movimento circular
6 Velocidade relativa

 
 
 
 
 

Movimento em 2 e 3 Dimensões

2018 www.professorgomes.com.br
 

NOTA DE AULA 
PROF. JOSÉ GOMES RIBEIRO FILHO 
 
MOVIMENTO EM DUAS E TRÊS DIMENSÕES
 
1 INTRODUÇÃO 
Quando um jogador de futebol dá um chute em uma bola, o que determina onde a bola irá parar? Como você 
descreve  o  movimento  do  carro  de  uma  montanha‐russa  ao  longo  de  uma  curva  ou  o  voo  de  uma  águia  circulando 
sobre um campo aberto? Caso você largue uma bola da sua janela, ela leva o mesmo tempo para atingir o solo que uma 
bola lançada horizontalmente do mesmo ponto? 
Não  podemos  responder  a  estas  questões  usando  as  técnicas  do  capítulo  2,  onde  consideramos  partículas  se 
movendo somente ao longo de uma linha reta. Em vez disto, devemos levar em conta a realidade de nosso mundo em 
três dimensões. Para entender a trajetória curva de uma bola, o movimento orbital de um satélite ou a trajetória de um 
projétil,  é  necessário  estender  a  descrição  do  movimento  para  duas  e  três  dimensões.  Usaremos  ainda  as  grandezas 
vetoriais  deslocamento,  velocidade  e  aceleração,  porém  agora  não  mais  vamos  considerar  movimentos  ao  longo  de 
uma  linha  reta,  mas  sim  movimentos  em  duas  e  três  dimensões.  Verificaremos  que  muitos  movimentos  importantes 
ocorrem  em  duas  dimensões,  ou  seja,  estão  contidos  em  um  plano.  Para  estes  movimentos  necessitamos  de  duas 
coordenadas e duas componentes para a velocidade e para a aceleração. 
Será  necessário  também  considerar  como  o  movimento  de  uma  partícula  é  descrito  por  observadores  que 
possuem  movimentos  relativos  entre  si.  O  conceito  de  velocidade  relativa  contém  a  base  para  entender  a  teoria  da 
relatividade especial, mas este assunto será tratado posteriormente. 
Este  capítulo  une  a  linguagem  vetorial  que  aprendemos  no  primeiro  capítulo  com  a  linguagem  cinemática  do 
capítulo anterior. Como antes, estamos interessados em descrever o movimento, e não em analisar suas causas. Porém, 
a linguagem que você aprenderá aqui será uma ferramenta essencial para capítulos posteriores quando você usar as leis 
do movimento de Newton para estudar a relação entre força e movimento. 
 
2 VETOR POSIÇÃO E VETOR VELOCIDADE 
Para descrever o movimento de uma partícula no espaço, necessitamos inicialmente estar aptos a descrever a 

posição  da  partícula.  Considere  uma  partícula  que  esteja  em  um  ponto  P  em  dado  instante.  O  vetor  posição  r   da 
partícula neste instante é um vetor que vai da origem do sistema de coordenadas até o ponto P (figura 1). Essa figura 

também mostra que as coordenadas cartesianas x, y e z do ponto P são os componentes x, y e z do vetor  r .  
 
 
 
 
 

FIGURA 1 O vetor posição  r  com origem no 
ponto P tem componentes x, y e z. 
 

 
Usando os vetores unitários introduzidos no primeiro capítulo, podemos escrever 
 ˆ ˆ ˆ
r  xi  yj  zk                                             [1] 
Quando uma partícula se desloca no espaço, a trajetória descrita normalmente é uma curva (figura 2). Durante 

um intervalo de tempo Δt a partícula se move de um ponto P1, onde o vetor posição é  r1  até um ponto P2, onde o vetor 
   
posição é  r2 . A variação da posição (o deslocamento) durante esse intervalo de tempo é   r   r2    r1 .  

   
 r  x2ˆi  y2ˆj  z2kˆ  x1ˆi  y1ˆj  z1kˆ
                     
 

ou 

 r  (x 2  x1 )iˆ  (y2  y1 )jˆ  (z2  z1 )kˆ  

 r  xiˆ  yjˆ  zkˆ  

Definimos  a  velocidade  média  vm   identicamente  ao  que  fizemos  no  capítulo  anterior  para  um  movimento 
retilíneo, como o deslocamento dividido pelo intervalo de tempo: 
  
 r2  r1  r
vm                                           [2] 
t2  t1 t
Note  que  dividir  um  vetor  por  um  escalar  é  um  caso  particular  de  multiplicar  o  vetor  por  um  escalar,  como 
 
descrito no primeiro capítulo; a velocidade média  vm  é igual ao vetor deslocamento   r multiplicado por 1/Δt, o inverso 
do intervalo de tempo. 
Agora definimos a velocidade instantânea tal como o fizemos no capítulo anterior: ela é o limite da velocidade 
média  quando  o  intervalo  de  tempo  tende  a  zero,  sendo  igual  à  taxa  de  variação  do  vetor  posição  com  o  tempo.  A 
diferença fundamental é que agora a posição r e a velocidade instantânea v são vetores: 
 
  r dr
v  limt0 
t dt                                                  [3] 

O módulo do vetor  v  em qualquer instante é a velocidade escalar v da partícula no referido instante. A direção 

e o sentido de  v  em qualquer instante é a mesma direção e sentido em que ela se move no referido instante. 
Note que quando Δt → 0, o ponto P1 da figura 2 fica cada vez mais próximo do ponto P2.  
 
 
 

FIGURA  2  A  velocidade  média  vm   entre 
os pontos P1 e P2 possui a mesma direção 
e  o  mesmo  sentido  do  vetor 

deslocamento   r . 
 

   
Neste  limite,  o  vetor   r   torna‐se  tangente  à  curva.  A  direção  e  sentido  do  vetor   r   neste  limite  é  também 

igual  à  direção  e  sentido  da  velocidade  instantânea  v .  Isto  leva  a  uma  conclusão  importante:  o  vetor  velocidade 
instantânea é tangente à trajetória em cada um dos seus pontos (figura 3).  
 
 
 
 

FIGURA  3  A  velocidade  instantânea  v  
em  cada  pouco  é  tangente  à  trajetória 
no referido ponto. 
 

 
Normalmente  é  mais  fácil  calcular  o  vetor  velocidade  instantânea  usando  componentes.  Durante  qualquer 
 
deslocamento   r  as variações Δx, Δy e Δz das três coordenadas da partícula são os componentes de   r . Daí se conclui 
   
que os componentes  v x , v y  e  v z   da velocidade instantânea  v  são simplesmente as derivadas das coordenadas x, y e z 
em relação ao tempo. Ou seja, 
 dx  
v x  ˆi
dt  
 dy [4] 
v y  ˆj
dt
 dz
v z  kˆ
dt  

 

Podemos também obter esse resultado derivando a equação (1). Os vetores unitários  ˆi,  jˆ e k  ˆ possuem módulo, direção 
e sentido constantes, logo suas derivadas são nulas, e encontramos 
 dx dy dz
v  ˆi  ˆj  kˆ
dt dt dt                                          [5] 

Isso mostra novamente que os componentes de  v  são dx/dt, dy/dt e dz/dt. O módulo do vetor velocidade instantânea 
   
v  — isto é, a velocidade escalar — é dado em termos dos componentes  v x , v y  e  vz   pelo teorema de Pitágoras 

v  v  v 2x  v 2y  v 2z  
A figura 4 mostra a situação quando a partícula se move no plano xy.  
 
 
 
 
FIGURA  4  Os  dois  componentes  da 
velocidade  para  um  movimento  no 
plano xy. 
 

 

Nesse  caso,  z  e  vz  são  nulos.  Então,  a velocidade  escalar  (o  módulo  do  vetor  v )  é  v  v 2x  v2y e  a  direção  da 
 v
velocidade instantânea  v  é dada pelo ângulo α indicado nessa figura. Vemos que  tan   y . 
vx
O  vetor  velocidade  instantânea  geralmente  é  mais  útil  do  que  o  vetor  velocidade  média.  A  partir  de  agora, 

quando mencionarmos a palavra "velocidade" queremos nos referir ao vetor velocidade instantânea  v  (em vez do vetor 

velocidade média). Normalmente, não se costuma dizer que  v  é um vetor; cabe a você lembrar‐se de que velocidade é 
uma grandeza vetorial que possui módulo, direção e sentido. 
 
3 VETOR ACELERAÇÃO 
Vamos agora considerar o vetor aceleração de uma partícula que se move no espaço. Analogamente ao caso do 
movimento  retilíneo,  a  aceleração  indica  como  a  velocidade  de  uma  partícula  está  variando.  Porém  agora  vamos 
generalizar  o  conceito  de  aceleração  para  incluir  variações  do  módulo  da  velocidade  (isto  é,  da  velocidade  escalar)  e 
variações da direção da velocidade (isto é, da direção e do sentido do movimento no espaço). 
Na figura 5a, um móvel está se movendo ao longo de uma trajetória curva.  

   
FIGURA 5 a) O vetor  am   v / t  representa a aceleração média entre os pontos P1 e P2 b) Construção para obtermos 
     
v   v2     v1 , c) A aceleração instantânea  a  no ponto P1. O vetor  v  é tangente à trajetória e o vetor  a  aponta para o 
lado côncavo da trajetória. 
 
 
Os  vetores  v1 e  v2   representam,  respectivamente,  o  vetor  velocidade  instantânea  do  móvel  no  instante  t1 
quando ela está no ponto P1, e o vetor velocidade instantânea do móvel  no instante t2 quando ele está no ponto P2. As 

duas  velocidades  podem  possuir  módulos  e  direções  diferentes.  Definimos  o  vetor  aceleração  média  am   do  móvel 
  
quando ele se move de P1 a P2 como a variação vetorial da velocidade,  v   v2     v1 dividida pelo intervalo de tempo Δt 
= t2 ‐ t1; 
 

  
 v v v
am  2 1                                              [6] 
t2  t1 t

A aceleração média é uma grandeza vetorial que  possui a mesma direção e sentido do vetor  v ; (figura 5a). 
  
Observe que  v2    é a soma vetorial de  v1 , com a variação  v  (figura 5b). 
Como no capítulo anterior, definimos a aceleração instantânea a no ponto P1 como o limite da aceleração média 
quando  o  ponto  P2  se  aproxima  do  ponto  P1  e  Δv  e  Δt  tendem  simultaneamente  a  zero;  a  aceleração  instantânea 
também  é  igual  à  taxa  de  variação  da  velocidade  instantânea  com  o  tempo.  Como  não  estamos  nos  restringindo  ao 
movimento retilíneo, a aceleração instantânea é agora uma grandeza vetorial: 
   
 v v(t  t)  v(t) dv
a  limt0  limt0 
t t dt                       [7] 

Conforme vimos, o vetor velocidade  v  é tangente à trajetória do móvel. Porém, a construção indicada na figura 

5c mostra que o vetor aceleração instantânea  a  de uma partícula em movimento sempre aponta para o lado côncavo 
de  uma  trajetória  curva  —  ou  seja,  para  o  lado  interno  de  qualquer  volta  que  a  partícula  esteja  fazendo.  Podemos 
também notar que quando uma partícula se move ao longo de uma trajetória curva sua aceleração é sempre diferente 
de zero, mesmo quando sua velocidade escalar for constante. Essa conclusão pode parecer contrária à nossa intuição, 
porém ela é contrária apenas ao uso cotidiano da palavra "aceleração" que significa aumento de velocidade. A definição 
mais precisa da equação (7) mostra que pode existir aceleração diferente de zero quando houver qualquer variação do 
vetor  velocidade,  incluindo  apenas  variação  da  direção  deste  vetor  sem  variação  da  velocidade  escalar  ou,  então, 
variação simultânea da direção e da velocidade escalar. 
Para  você  se  convencer  de  que  uma  partícula  possui  aceleração  diferente  de  zero  quando  ela  descreve  uma 
trajetória  curva  com  velocidade  constante,  lembre‐se  da  sua  sensação  quando  está  viajando  em  um  carro.  Quando  o 
carro  acelera,  você  tende  a  se  mover  no  interior  do  carro  em  um  sentido  contrário  ao  da  aceleração  do  carro. 
(Explicaremos a razão desse comportamento no Capítulo chamado Leis de Newton.) Logo, você tende a ser empurrado 
para a traseira do carro quando ele acelera para a frente (aumenta de velocidade) e para a frente do carro quando ele 
acelera  para  trás  (diminui  de  velocidade).  Quando  o  carro  faz  uma  curva  em  uma  estrada  plana,  você  tende  a  ser 
empurrado para fora da curva; portanto o carro possui uma aceleração para dentro da curva. 
Normalmente  estamos  interessados  no  vetor  aceleração  instantânea  e  não  na  aceleração  média.  A  partir  de 

agora, quando mencionarmos a palavra "aceleração" queremos nos referir ao vetor aceleração instantânea  a . 
Cada  componente  do  vetor  aceleração  instantânea  é  dado  pela  derivada  do  respectivo  componente  do  vetor 
velocidade: 
dv dv dv
ax  x , ay  y e az  z                                   [8] 
dt dt dt
Em termos dos vetores unitários, 
 dv dv dv
a  x ˆi  y ˆj  z kˆ  ax ˆi  ay ˆj  azkˆ
dt dt dt                      [9] 
A figura 6 mostra um exemplo do vetor aceleração que tem componentes tanto em x como em y. 
 
 
 
FIGURA  6  Quando  uma  rã  salta,  acelera 
tanto  na  direção  horizontal  como  na 
direção vertical. 
 

      
Como  cada  componente  da  velocidade  é  dado  pela  derivada  da  respectiva  coordenada  da  posição,  podemos 

escrever os componentes ax, ay e az do vetor aceleração  a  do seguinte modo 
d2 x d2 y d2z
ax  2 , ay  2 e az  2                                   [10] 
dt dt dt

e o vetor aceleração  a  do seguinte modo 
 d2 x d2 y d2z
a  2 ˆi  2 ˆj  2 kˆ                                                [11] 
dt dt dt
 

 

OS COMPONENTES PERPENDICULARES E PARALELOS DA ACELERAÇÃO 
Podemos também representar a aceleração de uma partícula que se move em uma trajetória curva em termos 
de componentes perpendiculares e paralelos ao vetor velocidade em cada ponto (figura 7).  
 
 
 
FIGURA  7  A  aceleração  pode  ser  decomposta 
na  componente  a   paralelo  à  trajetória  (e  à 
velocidade)  e  à  componente  a ortogonal  à 
trajetória  (ou  seja,  ao  longo  da  normal  à 
trajetória). 
 
 
Nessa  figura,  esses  componentes  são  indicados  com  os  símbolos  a   e  a .  Para  entendermos  por  que  esses 
componentes  são  úteis,  vamos  considerar  dois  casos  especiais.  Na  figura  8a,  o  vetor  aceleração  é  paralelo  ao  vetor 
   
velocidade v1 . A variação de  v  durante um pequeno intervalo de tempo Δt é o vetor  v  que é paralelo ao vetor  a  e, 
     
portanto,  é  paralelo  a  v1 .  A  velocidade  v2   no  final  do  intervalo  Δt,  dada  por v2   v1     v ,  é  um  vetor  paralelo  a  v1  
possuindo porém módulo  maior. Em outras palavras, durante o intervalo de  tempo Δt a partícula se moveu em linha 
reta com velocidade crescente. 
  
Na  figura  8b  a  aceleração  a   é  perpendicular  ao  vetor  velocidade  v .  A  variação  de  v   durante  um  pequeno 
 
intervalo  de  tempo  Δt  é  o  vetor  v ;  aproximadamente  perpendicular  a  v1   conforme  indicado.  Novamente, 
    
v2   v1     v , porém neste caso  v1  e  v2  possuem direções diferentes. Quando o intervalo de tempo Δt tende a zero, o 
  
ângulo φ na figura também tende a zero e  v torna‐se perpendicular a ambos os vetores,  v1  e v2 , os quais possuem o 
mesmo  módulo.  Em  outras  palavras,  a  velocidade  escalar  permanece  constante,  porém  a  trajetória  da  partícula  se 
encurva. 
  
Quando  a   é  paralelo  (ou  antiparalelo)  a ,o  módulo  de  v   varia,  mas  sua  direção  não  varia;  quando  a   é 
  
ortogonal a  v , a direção de  v  varia, mas o módulo da velocidade não varia. No caso geral,  a  pode ter componentes em 

ambas as direções, mas as afirmações anteriores continuam válidas para cada componente de  v  separadamente. Em 
particular,  quando  uma  partícula  descreve  uma  trajetória  curva  com  velocidade  escalar  constante,  sua  aceleração  é 

sempre perpendicular a  v  em todos os pontos da curva. 
 
FIGURA  8  a)  Quando  a   é  paralelo  a  v ,  o 

módulo  de  v   cresce  mas  sua  direção  não 
varia.  A  partícula  se  move  em  linha  reta 
com  velocidade  escalar  crescente,  b) 
  
Quando  a  é ortogonal a  v , a direção de  v  
varia,  mas  o  módulo  da  velocidade  não 
  varia.  A  partícula  se  move  em  uma 
trajetória  curva  com  velocidade  escalar 
constante. 
 
A  figura  9  mostra  uma  partícula  descrevendo  uma  trajetória  curva  em  três  situações  diferentes:  velocidade 

escalar constante, velocidade escalar crescente e velocidade escalar decrescente. Quando a velocidade é constante,  a  é 

perpendicular, ou normal, a  v  e à trajetória e aponta para o lado côncavo da curva (figura 9a). Quando a velocidade é 

crescente, ainda existe um componente de  a  perpendicular, porém existe também um componente paralelo que possui 
 
a  mesma  direção  de  v   (figura  9b).  Então  a   aponta  para  a  frente  da  normal  à  trajetória.  Quando  a  velocidade  é 
 
decrescente, o componente paralelo possui direção oposta à direção de  v , e  a  aponta para trás da normal à trajetória 
(figura 9c). 

 

 
FIGURA 9 Vetor velocidade e vetor aceleração em um ponto P de uma partícula que se move em uma trajetória curva 
com a) velocidade escalar constante, b) velocidade escalar crescente e c) velocidade escalar decrescente. 
 
4 MOVIMENTO DE UM PROJÉTIL 
Um  projétil  é  qualquer  corpo  lançado  com  uma  velocidade  inicial  e  que  segue  uma  trajetória  determinada, 
exclusivamente pela aceleração da gravidade e pela resistência do ar. Uma bola de beisebol batida, uma bola de futebol 
chutada, um pacote largado de um avião e uma bala atirada por uma arma de fogo são exemplos de projéteis. A curva 
descrita durante o movimento do projétil é a sua trajetória. 
A fim de analisarmos este tipo comum de movimento, começaremos com um modelo idealizado, representando 
o  projétil  como  uma  partícula  com  aceleração  (devida  à  gravidade)  constante  em  módulo,  direção  e  sentido.  Iremos 
desprezar  os  efeitos  de  resistência  do  ar  e  a  curvatura  e  rotação  da  Terra.  Como  todo  modelo,  este  possui  algumas 
limitações. A curvatura da Terra tem de ser considerada no movimento de um míssil de longo alcance e a resistência do 
ar é de importância fundamental para o movimento de um paraquedista. Contudo, podemos aprender muito da análise 
deste modelo simplificado. No restante deste capítulo, a frase "movimento de um projétil" implica que desprezamos os 
efeitos  de  resistência  do  ar.  No  capítulo  “Leis  de  Newton”  veremos  o  que  ocorre  quando  não  podemos  desprezar  os 
efeitos da resistência do ar. 
Notamos  inicialmente  que  o  movimento  de  um  projétil  está  sempre  confinado  em  um  plano  vertical 
determinado pela direção da velocidade inicial (figura 10).  
 
 
FIGURA  10  O  movimento  de  um  projétil 
ocorre  em  um  plano  vertical  contendo  o 

vetor velocidade inicial  v 0. 
 
 
Isso  ocorre  porque  a  aceleração  da  gravidade  é  sempre  vertical;  a  gravidade  não  pode  produzir  movimento 
lateral  do  projétil.  Logo,  o  movimento  de  um  projétil  ocorre  em  duas  dimensões.  O  plano  do  movimento  será 
considerado o plano xy, sendo o eixo Ox horizontal, e o eixo Oy vertical e orientado de baixo para cima. 
A chave para analisar o movimento de um projétil é tratar as componentes x e y separadamente. O componente 
x da aceleração é igual a zero e o componente y é constante e igual a ‐g. (Lembre‐se de que, por definição, g é sempre 
positivo, e com a nossa escolha do sentido do eixo, Oy é negativo.) Dessa forma, podemos considerar o movimento de 
um projétil como a combinação de um movimento horizontal com velocidade constante e um movimento vertical com 
aceleração  constante.  A  figura  11  mostra  dois  projéteis  com  diferentes  movimentos  no  eixo  Ox,  mas  idênticos 
movimentos  no  eixo  Oy;  um  corresponde  ao  movimento  de  uma  bola  largada  sem  velocidade  inicial  e  o  outro  foi 
lançado  horizontalmente  do  mesmo  ponto,  porém  ambos  caem  verticalmente  à  mesma  distância  em  intervalos  de 
tempo iguais. 
FIGURA  11  Independência  entre  o  movimento  na  vertical  e  na 
horizontal.  A  bola  da  esquerda  é  largada  verticalmente  sem 
velocidade  inicial.  Simultaneamente  a  bola  da  direita  é  lançada 
horizontalmente  do  mesmo  ponto;  as  imagens  sucessivas  desta 
fotografia  estroboscópica  são  registradas  em  intervalos  de  tempo 
iguais.  Para  cada  intervalo  de  tempo  as  duas  bolas  possuem  os 
mesmos  componentes  y  da  posição,  da  velocidade  e  da  aceleração, 
embora  os  componentes  x  da  posição  e  da  velocidade  sejam 
diferentes. 
 
 

 

Podemos então expressar todas as relações vetoriais para a posição, velocidade e aceleração usando equações 
separadas  para  os  componentes  horizontais  e  verticais.  O  movimento  efetivo  do  projétil  é  a  superposição  destes 

movimentos separados. Os componentes de  a  são 
ax = 0,  ay = ‐g               [12] 
2
Normalmente  usaremos  g  =  9,8  m/s .  Uma  vez  que  os  componentes  x  e  y  da  aceleração  são  constantes, 
podemos usar as equações estudas no capítulo anterior:  
v = v0 +at 
x = x0 + v0t + at2/2 
Por exemplo, suponha que no instante t = 0 a partícula esteja em repouso no ponto (x0, y0) e que nesse instante 
sua velocidade inicial possua componentes v0x e v0y. Os componentes da aceleração são ax = 0 e ay = ‐g. Considerando 
inicialmente o movimento no eixo Ox, substituindo v por vx, v0 por v0x e a por 0 nas equações acima, achamos 
vx = v0x,                [13] 
x = x0 + v0xt.                             [14] 
Para o movimento no eixo Oy, substituindo x por y, v por vy, v0 por v0y e a por ‐g, achamos 
vy = v0y ‐ gt,                            [15] 
2
y = y0 + v0yt ‐ gt /2                      [16] 
Normalmente  é  mais  simples  considerar  a  posição  inicial  (t  =  0)  como  a  origem.  Nesse  caso  x0  =  y0  =  0.  Este 
ponto poderia ser, por exemplo, a posição da mão quando lançamos uma bola ou a posição de uma bala quando ela 
deixa o cano da arma. 
A figura 12 mostra a trajetória de um projétil que começa na (ou atravessa) origem em dado instante t = 0. Os 
componentes da posição, da velocidade e da aceleração são indicados para intervalos de tempo iguais. O componente x 
da aceleração é igual a zero, portanto vx é constante. O componente y da aceleração é constante e não nulo, de modo 
que vy varia de quantidades iguais em intervalos de tempo iguais. No ponto mais elevado da sua trajetória, vy = 0. 

Podemos  também  representar  a  velocidade  inicial  v0   por  seu  módulo  v0  (a  velocidade  escalar  inicial)  e  seu 
ângulo α com o sentido positivo do eixo Ox. Em termos destas grandezas, os componentes v0x e v0y da velocidade inicial 
são 
v0x = v0 cosα,  v0y = v0 senα. 
Usando  este  resultado  nas  relações  indicadas  pela  equação  (13)  até  a  equação  (16)  e  fazendo  x0  =  y0  =  0, 
obtemos 
x = (v0cosα)t                        [17] 
y = (v0senα)t – gt2/2          [18] 
vx = v0cosα                        [19] 
vy = v0senα – gt             [20] 

  
FIGURA  12  Trajetória  de  um  corpo  lançado  com  velocidade  inicial  v0   formando  um  ângulo  α0  acima  da  horizontal, 
desprezando a resistência do ar.  
 
Essas equações descrevem a posição e a velocidade de um projétil na figura 12 em qualquer instante t. 
Dessas relações podemos extrair muitas informações. Por exemplo, em qualquer instante, a distância r entre o 

projétil e a origem (o módulo do vetor posição  r ) é dada por 

 

r  x2  y2  
                             [21]
A velocidade escalar do projétil (o módulo de sua velocidade) em qualquer instante é dada por 
v  v 2x  v 2y  
                            [22]
A direção e o sentido da velocidade em termos do ângulo α que ela faz com o sentido positivo do eixo Ox são 
dados por 
v
tan   y  
v x                                    [23]

O vetor velocidade  v  em cada ponto é tangente à trajetória no referido ponto. Podemos deduzir a equação da 
forma da trajetória em termos de x e de y eliminando t. Pelas equações (17) e (18), que supõem x0 = y0 = 0, encontramos 
t = x/(v0 cosα) e 
g
y  (tan )x  2 x2  
2v 0 cos2                            [24]
Não se preocupe com os detalhes desta equação; o ponto importante é sua forma geral. As grandezas v0, tanα, 
cosα e g são constantes, de modo que esta equação tem a forma 
y = bx ‐ cx2 
onde b e c são constantes. Trata‐se da equação de uma parábola. A trajetória do movimento de um projétil, com nosso 
modelo simplificado, é sempre uma parábola. 
 
ALCANCE HORIZONTAL E ALTURA MÁXIMA DE UM PROJÉTIL 
Vamos  supor  que  um  projétil  seja  lançado  sobre  um  solo  plano  a  partir  da  origem  em  t  =  0  com  uma 
componente vy positiva, como na figura 13.  
 
 
 
FIGURA 13 Projétil lançado sobre um solo 
plano a partir da origem. 
 

 
Existem  dois  pontos  especiais  que  são  interessantes  de  analisar:  o  ponto  mais  alto  A,  que  tem  coordenadas 
cartesianas (R/2, h),e o ponto B quando ele atinge o solo, tendo coordenadas (R,0). Em virtude da simetria da trajetória, 
o projétil está em sua altura máxima h quando sua posição x é metade de seu alcance R. Vamos achar h e R em termos 
de θ e g.  
Podemos  determinar  h  notando  que  no  topo,  vyA,  =  0.  Portanto,  a  equação  (20)  pode  ser  utilizada  para 
determinar o tempo t1 necessário para se alcançar o topo: 
v sen
t1  i  
g
Substituindo essa expressão para t1 na equação (18) e substituindo y por h, temos h em termos de v0 e de θ. 
2
v sen 1  vi sen 
h  (v i sen) i  g 
g 2  g 
                                 
v 2i sen2 
h [25]
2g
Observe, a partir da representação matemática, como você pode aumentar a altura de topo h: você pode lançar 
o  projétil  com  uma  velocidade  inicial  maior,  a  um  ângulo  maior,  ou  de  um  local  com  uma  aceleração  de  queda  livre 
menor, tal como na Lua.  
O alcance R é a distância horizontal percorrida no dobro do tempo necessário para alcançar o topo, isto é, em 
um tempo 2t1. Isso pode ser visto colocando‐se y = 0 na equação (18) e resolvendo‐se a equação quadrática para t. Uma 
solução dessa equação quadrática é t = 0, e a segunda solução é t = 2t1.) Utilizando a equação (17) e observando que x = 
R em t = 2t1, encontramos 
2v sen 2vi2 sen cos 
R  (v i cos )2t1  (vi cos ) i   
g g
 

Como sen2θ = 2senθ.cosθ, R pode ser escrito da forma mais compacta 
v2 sen2
R i                                                 [26] 
g
Observe, a partir da expressão matemática, como você pode aumentar o alcance R: você pode lançar o projétil 
com uma velocidade inicial maior ou de um local com uma aceleração de queda livre menor, como na Lua.  
O alcance também depende do ângulo que o vetor velocidade inicial faz com a horizontal.  Da equação 26 temos 
que o maior valor possível de R é dado por Rmáx = v2/g. Esse resultado vem do fato de que o valor máximo de sen2θ é 
igual a 1, que ocorre quando 2θ = 90°. Portanto, R é máximo quando θ = 45°. 
A figura 14 ilustra várias trajetórias para um projétil com uma velocidade escalar inicial dada. Como você pode 
ver, o alcance é máximo para θ = 45°. Além disso, para qualquer θ diferente de 45°, um ponto com coordenadas (R,0) 
pode t alcançado utilizando qualquer um dos dois valores complementares de θ tais como 75° e 15°. É claro que a altura 
máxima e o tempo de voo serão diferentes para esses dois valores de θ. 
 
 
 
 
FIGURA  14  Um  projétil  lançado  da  origem 
com uma velocidade escalar inicial de 50 m/s 
com  vários  ângulos  de  projeção.  Observe 
que valores complementares de θ resultarão 
no mesmo valor de R. 
 

 
 
5 MOVIMENTO CIRCULAR 
Quando uma partícula se move ao longo de uma trajetória curva, a direção de sua velocidade varia. Como vimos 
na seção 3, isso significa que a partícula deve possuir um componente da aceleração perpendicular à trajetória, mesmo 
quando a velocidade escalar for constante. Nesta seção calcularemos a aceleração para este importante caso especial 
de movimento circular. 
 
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME 
Quando uma partícula se move ao longo de uma circunferência com velocidade escalar constante, dizemos que 
ela  descreve  um  movimento  circular  uniforme.  Um  carro  percorrendo  uma  curva  de  raio  constante  com  velocidade 
constante, um satélite movendo‐se numa órbita circular e um patinador descrevendo uma circunferência em uma pista 
de gelo com velocidade constante são exemplos de movimento circular uniforme. Não existe nenhum componente da 
aceleração  paralelo  (tangente)  à  trajetória;  caso  houvesse,  a  velocidade  escalar  seria  variável.  O  componente  da 
aceleração perpendicular (normal) à trajetória, que produz variação da direção da velocidade, é relacionado de forma 
simples com a velocidade da partícula e o raio do círculo. Nosso próximo objetivo é deduzir essa relação. 
Notamos inicialmente que esse problema é diferente do movimento de um projétil considerado na seção 4, no 
qual a aceleração era constante em módulo (g), direção (vertical) e sentido (de cima para baixo). No movimento circular 
uniforme, a aceleração é perpendicular à velocidade em cada instante; à medida que a direção da velocidade varia, a 
direção  da  aceleração  também  varia.  Como  veremos,  o  vetor  aceleração  em  cada  ponto  da  trajetória  circular  é 
orientado para o interior do círculo. 
A  figura  15a  mostra  a  trajetória  de  uma  partícula  que  se  move  com  velocidade  constante  ao  longo  de  uma 
circunferência de raio R com centro em O. A partícula se move de P1  a P2 em um intervalo de tempo Δt. A variação do 

vetor velocidade Δ v ; durante esse intervalo de tempo é indicada na figura 15b. 
 
Os  ângulos  designados  por  Δ  nas  figuras  15a  e  15b  são  iguais porque  v1   é  perpendicular  à  linha  OP1  e  v2   é 
perpendicular à linha OP2. Portanto, os triângulos OP1P2 (figura 15a) e OP1P2 (figura 15b) são semelhantes. 

 

 
 

FIGURA  15  Cálculo  da  variação  da  velocidade  v  de 
uma  partícula  que  se  move  com  velocidade  constante 
em um círculo. 
 

 
As razões entre lados correspondentes são iguais, logo 

v s  v
 ou v  1 s  
v1 R R
O módulo am da aceleração média durante o intervalo de tempo Δt é, portanto, 

v v1 s
am    
t R t

O módulo a da aceleração instantânea  a  no ponto P1 é o limite desta expressão quando o ponto P2 tende a se 
superpor ao ponto P1. 
v s v1 s
am  lim 1  lim  
t  0 R t R t  0 t
Porém, o limite Δs/Δt é a velocidade escalar v1 no ponto P1. Mas P1 pode ser qualquer ponto da trajetória, de 
modo que podemos retirar o índice inferior e designar por v a velocidade escalar em qualquer ponto. Logo 
v2
arad                                               [27] 
R
Introduzimos um índice inferior "rad" para lembrar que a direção da aceleração instantânea em cada ponto da 
trajetória é sempre orientada radialmente para dentro do círculo. Isso está de acordo com nossa discussão da seção 3: o 
vetor  aceleração  aponta  para  o  lado  côncavo  da  trajetória  circular,  ou  seja,  para  dentro  do  círculo  (nunca  para  fora). 
Como  a  velocidade  escalar  é  constante,  a  aceleração  é  sempre  perpendicular  ao  vetor  velocidade  instantânea.  Isso  é 
indicado na figura 15c; compare‐a com a figura 9a. 
Concluímos:  No  movimento  circular  uniforme,  o  módulo  da  aceleração  instantânea  é  igual  ao  quadrado  da 

velocidade escalar v dividido pelo raio R do círculo. Sua direção é perpendicular a  v  e aponta para dentro do círculo ao 
longo do raio. Como a aceleração é orientada para dentro do círculo, ela é também chamada de aceleração centrípeta. 
A palavra centrípeta deriva do grego e significa "que se dirige para o centro". A figura 16 mostra o vetor velocidade e o 
vetor  aceleração  em  diversos  pontos  da  trajetória  de  uma  partícula  que  se  move  com  velocidade  constante  em  um 
círculo. Compare esse resultado com o movimento de um projétil indicado na figura 12, no qual a aceleração é sempre 
constante e orientada para baixo e não perpendicular à trajetória, exceto em um único ponto. 
Podemos  também  expressar  o  módulo  da  aceleração  em  um  movimento  circular  uniforme  em  termos  do 
período  T  do  movimento,  o  tempo  que  a  partícula  leva  para  fazer  uma  revolução  (uma  volta  completa  em  torno  do 
círculo).  Em  um  intervalo  de  tempo  T,  a  partícula  se  desloca  a  uma  distância  igual  ao  comprimento  da  circunferência 
2πR, de modo que sua velocidade escalar é 
2R
v                                          [28] 
T
 
 
FIGURA  16  Para  uma  partícula  que 
descreve  um  movimento  circular 
uniforme,  a  velocidade  é  tangente  à 
circunferência  em  cada  ponto  e  a 
aceleração  é  dirigida  radialmente  para 
dentro do círculo. 
 

 
 
MOVIMENTO CIRCULAR NÃO UNIFORME 
Consideramos nesta seção que a velocidade escalar da partícula permanecia constante durante o movimento. 
Quando esta velocidade varia, a partícula descreve um movimento circular não uniforme. Um exemplo é o movimento 
 
10 
do carro de uma montanha‐russa que diminui de velocidade quando sobe e aumenta de velocidade quando desce em 
torno  de  uma  volta  vertical.  Em  um  movimento  circular  não  uniforme,  a  equação  (27)  ainda  fornece  a  componente 
radial  da  aceleração,  arad  =  v2/R,  que  é  sempre  perpendicular  à  velocidade  instantânea  e  aponta  para  o  interior  do 
círculo. Porém, como a velocidade escalar v da partícula possui diversos valores em diferentes pontos da trajetória, o 
valor de arad não é constante. A aceleração radial (centrípeta) assume o valor máximo no ponto da circunferência para o 
qual a velocidade escalar possui seu valor máximo. 
Em um movimento circular não uniforme existe também um componente da aceleração paralelo à velocidade 
instantânea. Trata‐se do componente paralelo  a  mencionado na seção 3; esse componente será agora designado por 
atan  para  enfatizar  que  ele  é  tangente  à  circunferência.  Pela  discussão  no  final  da  seção  3,  vemos  que  o  componente 
tangencial da aceleração atan é dado pela taxa de variação da velocidade escalar. Logo 

v2 dv
arad  e atan                                 [29] 
R dt
O vetor aceleração de uma partícula que se desloca em um círculo com velocidade escalar variável é dado pela 
soma  vetorial  do  componente  tangencial  da  aceleração  com  o  componente  paralelo  da  aceleração.  O  componente 
tangencial  da  aceleração  possui  direção  paralela  à  direção  do  vetor  velocidade,  com  o  mesmo  sentido  deste  vetor 
quando a velocidade escalar aumenta, e sentido contrário quando a velocidade escalar diminui (figura 17). 
No movimento circular uniforme não existe componente tangencial da aceleração, mas o componente radial da 
 
aceleração é dado pelo módulo de dv/dt. Comentamos anteriormente que ld v /dtl é em geral diferente de dl v l/dt. No 
  2
movimento circular uniforme, dl v l/dt = 0 e  ld v /dtl = v /R.   
 
 
FIGURA  17  Partícula  movendo‐se  em  um  círculo  vertical, 
como  um  carro  de  uma  montanha‐russa,  com  velocidade 
variável.  O  componente  radial  da  aceleração  arad  possui 
valor  máximo  quando  a  velocidade  escalar  é  máxima  (na 
parte  inferior)  e  mínima  quando  a  velocidade  escalar  é 
mínima  (na  parte  superior).  O  componente  tangencial  da 
aceleração atan possui direção paralela  à direção  do  vetor 
velocidade,  com  o  mesmo  sentido  deste  vetor  quando  a 
velocidade  escalar  aumenta  (na  descida)  e  sentido 
contrário quando a velocidade escalar diminui (na subida). 
 

 
 
6 VELOCIDADE RELATIVA 
Certamente você já deve ter observado que um carro que se desloca para a frente parece se deslocar para trás 
quando você o ultrapassa. Em geral, quando dois observadores medem a velocidade de um objeto que se move, eles 
obtêm  resultados  diferentes  se  um  observador  se  move  em  relação  ao  outro.  A  velocidade  medida  por  um  dos 
observadores  denomina‐se  velocidade  relativa  ao  observador  considerado,  ou  simplesmente  velocidade  relativa. 
Inicialmente  vamos  estudar  a  velocidade  relativa  ao  longo  de  uma  linha  reta  e  depois  generalizar  para  a  velocidade 
relativa  em  um  plano.  Note  que  para  movimento  retilíneo  (uma  dimensão)  podemos  usar  o  termo  velocidade  para 
designar o componente da velocidade ao longo da reta, podendo ser positiva, negativa ou nula. 
 
 
 
Os  pilotos  de  uma  exibição  aérea  enfrentam  um  problema  complicado  de 
movimento relativo. Eles devem considerar a velocidade relativa do ar sobre as 
asas (para que a força de sustentação atinja valores apropriados), a velocidade 
relativa entre os aviões (para evitar colisões) e a velocidade relativa em relação 
ao público (para que eles possam ser vistos). 
 

 
 
11 
VELOCIDADE RELATIVA EM UMA DIMENSÃO 
Uma mulher caminha com velocidade de 1,0 m/s no interior de um trem que se move com velocidade de 3,0 
m/s (figura 18a), qual é a velocidade da mulher? Trata‐se de uma questão bastante simples, mas que não possui uma 
resposta  única.  Em  relação  a  um  passageiro  sentado  no  trem,  ela  se  move  a  1,0  m/s.  Uma  pessoa  parada  em  uma 
bicicleta ao lado do trem vê a mulher se deslocar com velocidade 1,0 m/s + 3,0 m/s = 4,0 m/s. Um observador em outro 
trem  movendo‐se  em  sentido  oposto  daria  ainda  outra  resposta.  É  necessário  especificar  a  velocidade  relativa  a  um 
observador particular. A velocidade da  mulher em relação ao trem é 1,0 m/s, sua velocidade relativa ao ciclista é 4,0 
m/s e assim por diante. Cada observador equipado com uma régua e um cronômetro em princípio constitui um sistema 
de referência. Logo, um sistema de referência é um sistema de coordenadas acrescido de uma escala de tempo. 
Vamos designar por A o sistema de referência do ciclista e por B o sistema de referência do trem (figura 18b). 
Para um movimento retilíneo, a posição de um ponto P em relação ao sistema de referência A é dada pela distância xP/A 
(posição de P em relação a A), e a posição em relação ao sistema de referência B é dada pela distância xP/B. A distância 
entre a origem de A e a origem de B (posição de B em relação a A) é xB/A. Podemos ver pela figura que 
xP/A = xP/B + xB/A                                               [30] 
Isto  nos  informa  que  a  distância  total  entre  a  origem  de  A  e  o  ponto  P  é  a  distância  entre  a  origem  de  B  e  o 
ponto P mais a distância entre a origem de A e a origem de B. 
A  velocidade  relativa  de  P  em  relação  a  A,  designada  por  vP/A,  é  a  derivada  de  xP/A  em  relação  ao  tempo.  As 
demais velocidades são obtidas de modo análogo. Logo, derivando a equação (30), obtemos a seguinte relação entre as 
várias velocidades: 
dxP/A dx dx
   P/B    B/A  
dt dt dt
ou 
vP/A   vP/B   vB/A                                            [31] 
 

 
FIGURA  18  (a)  A  mulher  caminhando  no  interior  do  trem.  (b)  No  instante  indicado  a  posição  da  mulher  (partícula  P) 
relativa um sistema de referência A é diferente de sua posição relativa a um sistema de referência B. 
 
Voltando  ao  caso  da  mulher  caminhando  no  trem,  A  é  o  sistema  de  referência  do  ciclista,  B  é  o  sistema  de 
referência do trem, e o ponto P representa a mulher. Usando a notação anterior, temos 
vP/B = 1,0 m/s,       vB/A = 3,0 m/s. 
Pela equação (31), a velocidade da mulher vP/A relativa ao ciclista é dada por 
vP/A = 1,0 m/s + 3,0 m/s = 4,0 m/s, 
como já sabíamos. 
Neste exemplo, as duas velocidades são orientadas da esquerda para a direita, e implicitamente adotamos este 
sentido  como  positivo.  Caso  a  mulher  caminhasse  para  a  esquerda  em  relação  ao  trem,  então  vP/B  =  ‐1,0  m/s,  e  sua 
velocidade  relativa  ao  ciclista  seria  2,0  m/s.  A  soma  indicada  na  equação  (31)  deve  ser  encarada  sempre  como  uma 
soma algébrica, e qualquer termo pode ser negativo. 
Quando  a  mulher  olha  para  fora  da  janela,  o  ciclista  parado  no  solo  parece  se  mover  para  trás;  podemos 
designar a velocidade relativa do ciclista em relação à mulher por vA/P. E claro que ela é igual e contrária a vP/A. Em geral, 
quando A e B são dois pontos ou sistemas de referência, 
vA/B =‐vB/A            [32] 
 
VELOCIDADE RELATIVA EM DUAS OU TRÊS DIMENSÕES 
Podemos  estender  o  conceito  de  velocidade  relativa  para  incluir  movimento  em  um  plano  ou  no  espaço 
mediante o uso da regra da soma vetorial para as velocidades. Suponha que a mulher na figura 18a em vez de se mover 
ao  longo  do  eixo  do  trem  esteja  se  movendo  lateralmente  dentro  do  trem  com  velocidade  de  1,0  m/s  (figura  19a). 
 
12 
Podemos  descrever  a  posição  da  mulher  P  em  relação  a  dois  sistemas  de  referência,  o  sistema  A  para  o  observador 

parado  no  solo  e  B  para  o  trem  em  movimento.  Porém,  em  vez  da  coordenada  x  usamos  o  vetor  posição  r   porque 
agora o problema envolve duas dimensões. Então, conforme mostra a figura 19b, 
  
rP/A   rP/B   rB/A                                               [33] 
Analogamente  ao  método  usado  antes,  derivamos  essa  equação  para  obter  uma  relação  entre  as  diversas 
 
velocidades  relativas;  a  velocidade  de  P  relativa  a  A  é  dada  por  vP/A =  d rP/ A /dt  e  assim  por  diante  para  as  outras 
velocidades. Obtemos 
  
vP/A   vP/B   vB/A                                         [34] 
Quando todas as três velocidades relativas são paralelas à mesma linha reta, então a equação (34) se reduz à 
equação (31) para os componentes da velocidade ao longo dessa linha. 
Se  a  velocidade  relativa  do  trem  em  relação  ao  solo  possui  módulo  vB/A  =  3,0  m/s  e  a  velocidade  relativa  da 
mulher em relação ao trem possui módulo vP/B =1,0 m/s, então seu vetor velocidade relativa vP/A em relação ao solo é 
obtido conforme indicado na figura 19c. O teorema de Pitágoras fornece 
vP/A  32  12  3,2m / s  
Também podemos observar neste diagrama que a direção do vetor velocidade relativa da mulher em relação ao 

solo faz um ângulo com o vetor velocidade relativa do trem  vB/A , onde  
v 1
tag  P/B 
vB/A 3  
  18
Como no caso de um movimento retilíneo, temos a seguinte regra geral válida em qualquer caso em que A e B 
são dois pontos ou sistemas de referência, 
 
v A/B =‐ vB/A             [35] 
A velocidade relativa da mulher em relação ao trem é igual e contrária à velocidade relativa do trem em relação 
à mulher e assim por diante. 

 
FIGURA 19 (a) A mulher caminha lateralmente dentro do trem. (b) O vetor posição depende do sistema de referência, 
(c) Diagrama vetorial para a velocidade da mulher relativa ao solo. 
 
Ao  deduzirmos  as  equações  para  as  velocidades  relativas,  imaginamos  que  todos  os  observadores  usavam 
escalas  de  tempo  iguais.  Esse  é  o  ponto  em  que  a  teoria  da  relatividade  de  Einstein  difere  da  física  de  Newton  e  de 
Galileu.  Quando  as  velocidades  são  próximas  da  velocidade  da  luz,  designada  por  c,  a  equação  de  composição  das 
velocidades relativas deve ser modificada. Caso a mulher da figura 19 pudesse andar na direção do eixo do trem com 
velocidade 0,30c e o trem se movesse com velocidade 0,90c, então sua velocidade em relação ao solo não seria 1,20c, 
mas, sim, 0,94c; nada pode se deslocar com velocidade maior do que a velocidade da luz! 
 
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 
 
01 O pedal que aumenta a velocidade em um automóvel é chamado comumente acelerador. Existem outros controles 
que também podem ser considerados como aceleradores? 
SOLUÇÃO 
O pedal que aumenta a velocidade em um automóvel é chamado acelerador em virtude do fato de que o uso comum da 
palavra  aceleração  refere‐se  a  um  aumento  na  velocidade  escalar.  Contudo,  a  definição  científica  é  que  a  aceleração 
ocorre  sempre  que  a  velocidade  se  modifica  de  qualquer  maneira.  Assim,  o  pedal  de  freio  também  pode  ser 

 
13 
considerado  um  acelerador,  pois  ele  faz  que  o  carro  torne‐se  mais  lento.  O  volante  do  automóvel  também  é  um 
acelerador, pois ele modifica a direção do vetor velocidade. 
 

02 A posição de uma partícula que se move em um plano xy é dada por r    2t3 –  5 t  ˆi      6  – 7t 4  ˆj , com r em metros 
e t em segundos. Calcule em t = 2s: 

a) r ,  

b)  v e  

c)  a . 
SOLUÇÃO 

a) Em t = 2 s a posição ( r ) da partícula vale: 

r   2(2)3 –  5 (2) ˆi     6  – 7(2)4  ˆj  

r   6i ˆ   106ˆj m 
 
b) A velocidade instantânea  v  é a derivada primeira de  r  em relação ao tempo: 

 dr d
v     2(t)3 –  5 (t) ˆi     6  – 7(t)4  ˆj  
dt dt

v    6t2 –  5  ˆi      28t3  ˆj  
Substituindo‐se o valor de t = 2 s: 

v   6(2)2 –  5 ˆi     28(2)3  ˆj
  
v   19i ˆ   224ˆj
 
c) A aceleração instantânea  a  é a derivada primeira de  v  em relação ao tempo: 

 dv d
a    6(t)2 –  5 ˆi     28(t)3  ˆj
dt dt  

a  12ti    84t j
ˆ 2ˆ

Substituindo‐se o valor de t = 2 s: 

a  12(2)i  ˆ   84(2)2 ˆj
  
a  24i ˆ   336ˆj
 

03 Seja  r   bt2ˆi    ct3ˆj onde b e c são constantes positivas. Em que instante o vetor velocidade faz um ângulo de 45,0° 
com os eixos Ox e Oy? 
SOLUÇÃO 
 
v  d r / dt . Este vetor fará um ângulo de 45 ° com ambos os eixos quando seus componentes x e y forem iguais 

v  2bti  3ct2 j
 
vx  vy
o que dá 
t = 2b/3c 
 
04 Uma bola rola do alto de uma escada com velocidade horizontal de módulo v0 = 4 m/s. Cada degrau tem 50 cm de 
largura e 50 cm de altura. Desprezando a influência do ar, determine que degrau a bola tocará primeiro. Considere g = 
10 m/s2. 

 
SOLUÇÃO 
 

 
14 
Equação da parábola: 
x = 4t ⇒ t = x/4 
y = 5 t2 
y = 5 x2/16 
Interseção da parábola com a reta y = x: 
x = 5 x2/16 ⇒ x = 0 e x = 3,2 m 
Portanto, a bola tocará primeiro o sétimo degrau. 
 
05 Observe o lançamento indicado na figura abaixo. Encontre o tempo que a bola leva para percorrer o caminho de A 
para B. Considere g = 10 m/s2. 

   
SOLUÇÃO 
Na horizontal (MRU): 
d = vt 
3x = 15t  
x = 5t     (1) 
O tempo t na vertical e na horizontal são iguais. 
Na vertical: 
H = v0yt + ½ gt2 
4x = 5t2   (2) 
De (1) e (2) 
    4.(5t) = 5t2 
t = 2 s 
 
06 Você arremessa uma bola em direção a uma parede com uma velocidade de 25 m/s fazendo um ângulo de 37° acima 
da horizontal (figura abaixo). A parede está a 20 m do ponto de lançamento da bola.  
a) A que distância acima do ponto de lançamento a bola bate na parede?  
b) Quais são as componentes horizontal e vertical da sua velocidade quando ela bate na parede?  
c) Quando ela bate, ela já passou do ponto mais alto da sua trajetória? (use g =10 m/s2, cos 37°= 0,8) 

 
SOLUÇÃO 
a) Chamaremos de tf o instante (final) quando a bola bate na parede. Precisaremos saber este instante para calcularmos 
a posição final y(tf). O tempo de voo da bola é igual ao tempo que a bola gasta para percorrer 20 m na horizontal com 
uma velocidade v0x = v0cos(θ) = 20 m/s: 
x    x o     v x t 
x  x 0 20
t   1s
vx 20  
Então, a posição yf da bola que é dada por  
yf = y0 + v0yt + 1/2gt2  
com 
v0y = v0sen(θ) = 15 m/s 
será: 
yf = 0 + 15.1 + 1/2.10.12  
 
15 
yf = 20m 

b) As componentes de  v f são: 
vfx = v0x = 20m/s 
vfy = v0y ‐ gtf = (15 ‐10×1) m/s = 5 m/s 
c) Como a componente y da velocidade final é positiva, então concluímos que a bola ainda está subindo. Logo a bola 
ainda não passou pelo máximo. 
 
07 Quando o projétil da figura seguinte é lançado da posição A no solo, passa pela posição B a 15 m de altura com uma 

velocidade de  vB     8 m / s  ˆi    10 m / s  ˆj . Considere g = 10 m/s2. 

a) Determine o vetor velocidade  v A no instante do lançamento.  
b) Quanto tempo o projétil permanece no ar (tempo de voo) até atingir o solo no mesmo nível?  
c) Qual a altura máxima atingida pelo projétil?  

d)  Determine  o  vetor  velocidade  média  v CD desde  o  instante  que  o  projétil  passa  pelo  ponto  de  altura  máxima  até  o 
instante que ele atinge o solo. 

 
SOLUÇÃO 
a) O projétil está a 15 m do solo em dois instantes diferentes: na subida e na descida. Entretanto, como a componente y 

da velocidade  vB é positiva, concluímos que o projétil ainda está subindo. Desta forma, podemos calcular a componente 
vAy. 
2
vBy  v 2Ay  2g(yB  y A )
v Ay  vBy
2
 2g(yB  y A )
v Ay  100  2.10.15
v Ay  20m / s
 

Desta forma,  v A     8 m / s  ˆi     20 m / s  ˆj  
b) Como o projétil atinge o solo no mesmo nível em que foi lançado, a componente y da velocidade final será igual à 
componente y inicial, com sentido contrário (vDy = – vAy). Então, 
vDy = vAy ‐ gtvoo com vDy = ‐vAy 
Portanto, 
2v
tvoo  Ay  4s
g  
c) A altura máxima alcançada pelo projétil é yC. Neste instante a componente y da velocidade é nula. Assim temos: 
v2Cy  v2Ay  2g(y C  y A )
v2Ay
yC   20m
2g   
d) A velocidade média  v CD  é dada por: 
 
 r r
v CD  D C
t  
Com 

rD  Riˆ  v Ax .t vooˆi  (32m)iˆ  
Com R = A(Alcance) 
 R
rC  ˆi  Hjˆ  (16m)iˆ  (20m)jˆ
2  
Finalmente, 

 
16 
 (16m)i  (20m)j
v CD   (8m / s)iˆ  (10m / s)jˆ
2s  
08 Um projétil é disparado com velocidade de 600 m/s, num ângulo de 60° com a horizontal. Calcular 
a) o alcance horizontal,  
b) a altura máxima,  
c) a velocidade e a altura 30 s após o disparo. 
SOLUÇÃO 
As equações para este movimento são 
ay  g
ax  0
v y     v o sen  gt
v x     v o cos
x    (v o cos)t     1
y   (v o sen)t   gt2
2  
a) Seja t = tA o instante em que o projétil atinge o ponto x = A(Alcance do projétil), que é obtida fazendo‐se y(tA) = 0. 
Assim, da expressão para y(t), encontramos 
1
y   (v o sen)t   gt2  0
2
 
 1 
 v o sen  gt  t  0
 2 
então,
2v sen  
t0 e t 0
g
Estas  duas  raízes  correspondem  às  duas  situações  em  que  o  projétil  se  encontra  em  y  =  0,  uma  no  instante  de 
lançamento, t = t0 = 0, e a outra ao atingir o solo no ponto x = A, t = tA = 2v0 sen θ/g . Portanto, substituindo os valores, 
encontra‐se 
2.600.sen60
t  106s
9,8  
Para calcular o alcance basta substituir este tempo em x(t), x(tA) = A, ou seja, 
A = (v0 cos θ) tA = 600 . cos 60° . 106 = 31. 800 m = 31, 8 km 
b) Demonstramos em classe que tA = 2tm. Logo o tempo para atingir a altura máxima vale tm = 53s. Assim, y(tm) = ym, ou 
seja 
1 3 1
ym    (v o sen)tm    gtm2  600. .53  .9,8.532  13775,5m
2 2 2  
c) Para calcular a velocidade, vamos primeiro calcular as componentes 
v x (30s)    v o cos60  600.0,5  300m / s
3
v y (30s)    v o sen60  gt  600.  9,8.30  225,6m / s
2  
  
Como  v    v x ˆi   v y ˆj  então 
v  v2x  v 2y  3002  225,62  375,4m / s
 
 
v  225,6 
  arctg  y   arctg    arctg(0,75)  37
 vx   300   
A altura y(30s) vale 
1
y(30s)   600.sen60.30   9,8.302  11,2km
2  
 
09 Um avião voa horizontalmente na altitude de 1 km com a velocidade de 200 km/h. Ele deixa cair uma bomba sobre 
um navio que se move no mesmo sentido e com a velocidade de 20 km/h.  
a) Calcule a distância horizontal entre o avião e o navio, no instante do lançamento, para que este seja atingido pela 
bomba.  
b) Resolver o mesmo problema para o caso de o avião e o navio terem movimentos de sentidos contrários. 
SOLUÇÃO 
As equações que usaremos serão 

 
17 
ay   g
ax  0
v y     v o sen  gt
v x     v o cos
x    (v o cos)t     1
y   y 0  (v o sen)t   gt2
2  

 
a) A bomba é deixada cair de um avião que voa a 56 m/s. Portanto, a bomba é lançada horizontalmente (θ = 0°) com 
velocidade inicial 
v0x = 56m/s 
v0y = 0 
vn = 56m/s 
Para atingir o navio, a bomba deve ser lançada sobre o ponto O, que está a uma distância horizontal d do navio (figura 
(a)). Observe nesta figura que A = d + xn, onde A é o alcance do projétil e xn é a distância percorrida pelo navio desde o 
instante  do  lançamento  da  bomba  e  d  é  a  distância  procurada.  Mas,  o  tempo  que  o  projétil  leva  para  percorrer  a 
distância x = A (alcance) é obtido fazendo y(t) = 0 para t = tA, ou seja, 
1
y(t)   y 0  (v o sen)t   gt2
2
0   1000  4,9t2
t  14,3s  
e, portanto, tA = 14,3 s. Logo, 
A  x(t A )
A  (v 0 cos 0)t A  56.14,3  800m
 
Por outro lado, neste intervalo de tempo tA o navio percorreu uma distância xn (MRU) dada por 
xn = vntA = 5,6 . 14, 3 = 80 m 
Desta maneira, usando a identidade A = d ‐ xn encontramos 
d = A − xn = 800 − 80 = 720 m. 
b) Neste caso o navio está em movimento em sentido contrário ao do avião (figura (b)). Nesta figura observamos que d 
= A + xn. Como os valores são os mesmos, encontramos 
d = 800 + 80 = 880 m. 
 
10 Um macaco esperto escapa do jardim zoológico. O guarda do zoológico o encontra em uma árvore. Depois de desistir 
de fazer o macaco descer, o guarda aponta a espingarda com um dardo tranquilizante na direção do macaco e atira (ver 
figura abaixo). O macaco, desejando escapar do dardo, larga o galho e cai no mesmo instante em que o dardo sai da 
espingarda. Mostre que o dardo sempre atinge o macaco, qualquer que seja a velocidade do dardo quando ele sai da 
boca da arma (desde que seja suficiente para o dardo chegar ao macaco antes de ele atingir o solo). 
SOLUÇÃO 
Escolhemos o sistema de coordenadas na saída da boca da arma com o dardo tranquilizante. Para mostrar que o dardo 
atinge o macaco, devemos mostrar que existe um instante no qual as coordenadas x e y do dardo e do macaco são as 
mesmas. Vamos primeiro verificar quando as coordenadas do macaco xM e as coordenadas do dardo xD são as mesmas. 
O macaco cai verticalmente, de modo que sempre xM = d. Para o dardo,  xD = (v0.cosα)t. Quando essas coordenadas x 
são iguais, d = (v0 cosα)t ou 
d
t  
v 0 cos 

 
18 
 
Vamos agora verificar se para esse instante as coordenadas do macaco vM e as coordenadas do dardo yD são as mesmas; 
se  elas  fossem  iguais,  o  dardo  atingiria  o  macaco.  O  macaco  está  em  queda  livre  em  uma  dimensão;  sua  posição  em 
qualquer instante é dada pela equação y = y0 + v0yt ‐ gt2/2, fazendo‐se as mudanças de símbolos necessárias. A figura 
mostra que a altura inicial do macaco é d.tanα (o lado oposto ao ângulo α de um triângulo retângulo cujo lado adjacente 
é d), logo 
1
yM  d.tan   gt2  
2
1
Para o dardo, usamos a equação  y 0  (v 0 .sen)t  gt2 . 
2
Vemos, portanto, que d.tanα = (v0.senα)t no instante em que as duas coordenadas x são iguais; caso yD = yM, o dardo 
atinge  o  macaco.  Para  mostrar  que  isso  realmente  ocorre,  substituímos  t  por  d/(v0.cosα),  o  instante  em  que  xD  =xM; 
então 
d
(v 0 .sen)t  v 0 .sen  d.tan   
v 0 .cos 
Provamos que no instante em que as coordenadas x são iguais, as coordenadas y também são iguais; logo, um dardo 
apontado para a posição inicial do macaco sempre o atingirá, qualquer que seja o valor de v0. Esse resultado também 
não depende do valor de g, a aceleração da gravidade. Se não houvesse gravidade (g = 0), o macaco ficaria em repouso 
e o dardo seguiria uma trajetória retilínea para atingi‐lo. Com a gravidade, ambos "caem" a mesma distância (1/2)gt2 
abaixo da posição correspondente a g = 0 e o dardo sempre atinge o macaco. 
 
11  Um  dardo  é  lançado  a  partir  do  ponto  A  com  uma  velocidade  vo  =  100  m/s  a  um  ângulo  de  53°  em  relação  à 
horizontal  e  colide  no  ponto  B  perpendicular  ao  plano  inclinado  que  faz  um  ângulo  de  45°  com  a  horizontal,  como 
mostrado na figura. Calcule o tempo de movimento do dardo. Considere g = 10 m/s2. 

    
SOLUÇÃO 
 
 
Verticalmente, usamos a equação: vf = vi + gt 
Substituindo os dados: ‐ 60 = 80 + (10)t 
Então: t = 14 s 
 

   
 
19 
12  Uma  pedra  é  lançada  obliquamente  a  partir  do  nível  do  solo.  Ela  passa  rente  por  três  paredes  com  distâncias 
sucessivas  entre  elas  de  r  e  2r.  A  parede  interna  é  15/7  vezes mais  alta  que  as  paredes  exteriores  que  são  iguais  em 
altura. O alcance horizontal total é nr, onde n é um número inteiro. O Professor Gomes pede que se determine n. 
SOLUÇÃO 
Vamos considerar que ambas as paredes exteriores são iguais em altura h e estão a igual distância dos pontos  extremos 
c da trajetória parabólica como pode ser mostrado na figura abaixo: 

 
A equação da parábola é 
y = bx − cx2                                (1) 
 y = 0 e x = nr = R 
Onde R é o alcance do movimento. 
Usando esses valores na equação (1) obtemos 
b = cnr              (2) 
Agora, o alcance R é 
R = a + r + 2r + a = nr 
Isto dá 
a = (n ‐ 3) r/2      (3) 
A trajetória da pedra passa através da parte superior das três paredes cujas coordenadas são 
(a, h), (a + r, 15/7 h), (a + 3r, h) 
Usando estas coordenadas na equação (1) encontramos 
h = ab ‐ ca2         (4) 
15/7 h = b (a + r) ‐c (a + r)2      (5) 
h = b(a + 3r) ‐ c(a + 3r)2            (6) 
Depois de combinar (2), (3), (4), (5) e (6) e resolvendo, obtemos n = 4. 
 
13 Considere que α é o ângulo de lançamento, A o alcance, h a altura máxima, T o tempo de voo, de um objeto lançado 
obliquamente a partir do solo. Mostre que 
a) tan α = 4h/A e  
b) h = gT2/8 
SOLUÇÃO 
Como  
v 2sen2 v 2sen2  2v.sen
A , h e T , teremos: 
g 2g g
h 1 4h
a)   tg  tg   
A 4 A
 
h g gT 2
b)  2   h   
T 8 8
 
14 Na superfície de um planeta, a aceleração da gravidade é g =  [4iˆ  2ˆj]  m/s2. Uma pequena esfera é lançada nesse 
planeta  como  indicado  na  figura  abaixo.  Determine  a  velocidade  da  esfera  5  s  após  seu  lançamento.  Considere  a 
velocidade com que a esfera é lançada como sendo v0 = 25 m/s. 

 
20 
    
SOLUÇÃO 
Graficamente: 
 
 
Em x: 
v = v0 – at 
v = 20 – 4(5) = 0 
Em y: 
v = v0 – at 
v = 15 – 2(5) = 5 m/s 
então a velocidade final será: 
v f  v 2x  v 2y
v f  02  52  
v f  5jˆ m / s
 

 
 
15 Na figura abaixo é mostrada a trajetória de uma bola de golfe lançada do ponto P a partir da superfície da Terra. Se a 
bola  passa  rente  a  bandeira  de  altura  h  e,  em  seguida,  colide  no  solo  em  M,  determine  a  altura  máxima  que  a  bola 
atinge (despreza a resistência do ar sobre a bola). 

 
SOLUÇÃO 
Observe o esquema abaixo: 
Como a equação da trajetória é do tipo y = kx2 teremos: 
(b  a)2
Hmáx  h  k
4  
(b  a)2
Hmáx  k
4
então  se  dividirmos  a  primeira  equação  pela  segunda 
obtemos: 
Hmáx  h (b  a)2
  
Hmáx (b  a)2
Resolvendo teremos: 
  (b  a)2
Hmáx  h 
4ab
 

16 Na figura, se lança uma partícula com uma velocidade  v o  de módulo 17 m/s. Calcular a altura h (em m) em que a 
partícula atinge a rampa AB. (g = 9,81 m/s2) 

 
21 
   
SOLUÇÃO 
A descrição cinemática de um lançamento obliquo é realizada mais facilmente quando se analisa o movimento de sua 
projeção vertical e horizontal. Na projeção horizontal temos um MRU porque não há forças horizontais externas e na 
vertical, um movimento de queda livre com aceleração g = ‐9,81m/s2. 

Decompomos a velocidade de lançamento ( v o ) em relação à horizontal e vertical: vx e voy . 

   
Do gráfico teremos: 
17 17
v x  m / s; v oy  3 m/s  
2 2
Considere que vx, é constante. 
Na vertical, como o objeto sobe e logo desce, será útil aplicar a equação vetorial. 
  
a
H  v oy t  t2  
2
17 (9,81) 2
(49,66  h)  3t t     (I) 
2 2
Na horizontal, teremos um MRU; logo, sua distância horizontal será definida por: d = vt 
17
(49,66  h) 3  t  
2
2(49,66  h)
t 3        (II) 
17
substituimos (II) em (I) teremos: 
2
17  2(49,66  h)  (9,81)  2(49,66  h) 
(49,66  h)  3 3  3  
2  17  2  17 
Operando, obteremos h = 30,02 m. 
 
17  Um trem viaja para o Sul a 28 m/s (relativamente ao chão), sob uma chuva que está sendo soprada para o sul pelo 
vento. A trajetória de cada gota de chuva faz um ângulo de 64° com a vertical, medida por um observador parado em 
relação  à  Terra.  Um  observador  no  trem,  entretanto,  observa  traços  perfeitamente  verticais  das  gotas  na  janela  do 
trem. Determine a velocidade das gotas em relação à Terra. 
SOLUÇÃO 
Considere  o  seguinte  esquema  vetorial  de  velocidades,  onde  vT  é  a  velocidade  do  trem  em  relação  Terra,  vG  é  a 
velocidade das gotas de chuva em relação à Terra e vGT é a velocidade das gotas de chuva em relação ao trem: 

 
22 
 
Os vetores vT e vGT são definidos como: 

v T  v Tˆi                           [1] 

v  v cos ˆj                 [2] 
GT G

De acordo com o esquema, temos: 
  
vG  v T  vGT                      [3] 
Substituindo‐se (1) e (2) em (3): 

v G  v Tˆi  v G cos ˆj          [4] 
O esquema mostra que vG é definido por: 

v G   v Gsenˆi  v G cos ˆj    [5] 
Comparando‐se (4) e (5), conclui‐se que: 
v Gsen  v T
v                 [6] 
vG  T
sen
Substituindo‐se (6) em (4): 
 v
v G  v Tˆi  T ˆj  
tan 
O módulo de vG é dado por: 
2
 v 
v G  v   T   31,1525m / s  
2

 tan  
T

 
18  A  figura  abaixo  mostra  a  trajetória  e  a  velocidade  de  uma  ave  em  relação  ao  condutor  do  carro.  Determinar  a 
velocidade da ave em relação a terra. Considere que a velocidade do carro com relação a terra é de  4ˆi  m/s. 

 
SOLUÇÃO 
   
A velocidade da ave com relação ao carro ( v A/C ) se determina como  v A/C  v A  (vC ) . Graficamente 

 
Agora aplicamos o triângulo de vetores para achar vA. 

 
 
23 

v A  (4i  6j)m / s
 
v A  2 13m / s
 
19 Na figura abaixo, o Professor Gomes gasta 40 s para ir de A até B ao seguir uma trajetória retilínea; ao fazer esse 
trajeto,  o  Professor  Gomes  deve  cruzar  uma  plataforma.  Determine  o  valor  de  sua  velocidade  relativamente  à 
plataforma,  se  para  uma  pessoa  na  terra,  o  Professor  Gomes  mantém  sua  velocidade  constante  de  valor  5  m/s. 
(Despreze o tempo para passar pela plataforma). 

 
SOLUÇÃO 
Observando o esquema abaixo, temos: 

 
dAB = vGtAB 
dAB = (5)(40) = 200 m 
  
É pedido  v G/P  v G  (vP ) , de onde tiramos graficamente que: 

 
v G/P  10m / s  
 
20 Uma bola é lançada verticalmente para cima uma velocidade de 10 m/s e cai a 6 m do ponto de lançamento. Calcule 
a aceleração constante na pedra produzida pelo vento. (g = 10 m/s2) 
SOLUÇÃO 
Observe a figura 

 
24 
 
O movimento vertical é de queda livre, assim usamos a equação: vf = vi + gt 
Substitui os dados: ‐10 = 10 + (10) t → t = 2 s 
O movimento horizontal é MRUV, assim usamos a equação: d = vit + ½ at2 
Substitui os dados: 6 = 0.2 + ½ a(2)2 
Finalmente: a = 3 m/s2 
 
21 As gotas de chuva caem com uma velocidade constante de 10 m/s e a um ângulo de 37° com a vertical. Encontre a 
velocidade com que deve correr um homem usando um chapéu como indicado na figura abaixo, para que se molhe o 
mínimo possível. 

   
SOLUÇÃO 
O  homem  com  chapéu  vai  ficar  molhado  o  mínimo  possível  quando  a  velocidade  da  chuva  com  relação  ao  homem  é 
vertical. Do triângulo abaixo, conclui‐se que a velocidade constante com que deve correr o homem é de 6 m/s para a 
esquerda. 

   
 
22 Uma criança gira uma pedra em um círculo horizontal a 1,9 m acima do chão, por meio de uma corda de 1,4 m de 
comprimento.  A  corda  arrebenta  e  a  pedra  sai  horizontalmente,  caindo  no  chão  a  11  m  de  distância.  Qual  era  a 
aceleração centrípeta enquanto estava em movimento circular? 
SOLUÇÃO 
Considere o seguinte esquema: 

 
A aceleração centrípeta procurada é dada por: 
v2
ac                [1] 
r
Análise do movimento no eixo horizontal (x): 
x = x0 + vx.t 
d = 0 + v.t 
 
25 
t = d/v                [2] 
Análise do movimento no eixo vertical (y): 
y = y0 + vy0 + at2/2 
0 = h + 0 – gt2/2 
h = gt2/2                       [3] 
Substituindo‐se (2) em (3): 
h = gd2/2v2 
v2 = gd2/2h                      [4] 
Substituindo‐se (4) em (1): 
gd2
ac   
2rh
O que nos dá: 
9,81.(11)2
ac   223,122m / s2  
2.(1,4).(1,9)
 
23 As coordenadas de um corpo são x = 2cosωt, y = 2senωt onde x e y são medidos em metros.  
a) Obter a equação cartesiana da trajetória,  
b) Calcular o valor da velocidade num instante qualquer,  
c) Calcular as componentes tangencial e normal da aceleração num instante qualquer. Identificar o tipo de movimento 
descrito pelas equações acima. 
SOLUÇÃO 
a) Para obter a equação da trajetória em coordenadas cartesianas, vamos eliminar ωt entre as equações para x e y. Ou 
seja, 
x y
cos t  e sent 
2 2
cos t  sen t  1
2 2
 
2 2
x y
 2   2  1  x  y  4
2 2

   
ou seja, a equação da trajetória no sistema Oxy é x2 + y2 = 4 que é a equação de uma circunferência de raio r = 2 m com 
origem no ponto O (figura abaixo). 

 
b)  Para  calcular  o  módulo  da  velocidade  num  instante  qualquer,  basta  usar  a  expressão  em  termos  de  suas 
componentes no sistema Oxy. As componentes são, 
dx d
vx   (2cos t)  2sent
dt dt  
dy d
vy   (2sent)  2 cos t
dt dt
onde usamos as identidades, 
d
(cos t)  sent
dt  
d
(sent)   cos t
dt
para as derivadas de cos ωt e sen ωt, respectivamente. Logo, o módulo da velocidade em qualquer tempo, é dado por: 
v(t)  v2x  v2y  (2sent)2  (2 cos t)2  42 (sen2 t  cos2 t)  2 m / s  
mostrando que é independente do tempo. 
 
26 
c) As acelerações tangencial e normal são dadas por 
dv
aT  0
dt
 
v 2 42
aN  
R R
onde aT = 0, reflete o fato de que v(t) = constante. Na última equação, R é o raio de curvatura da curva no ponto P, cujas 
coordenadas  são  (x,  y).  Mas,  a  equação  da  trajetória,  obtida  no  item  (a),  dada  por  x2  +  y2  =  4  é  a  equação  de  uma 
circunferência  de  raio  r  =  2  com  centro  na  origem  O  (figura  acima).  Sendo  uma  circunferência,  o  raio  de  curvatura  é 
constante em todos os pontos, de modo que podemos fazer R = r = 2 na expressão de aN para obter finalmente 
aT  0
42 42  
aN    22 m / s2
R 2
o que resulta numa aceleração total de módulo igual a 
a  a2T  aN2  22 m / s2  
 
24 Três cilindros A, B e C foram pendurados no sistema de duas roldanas como mostra a figura abaixo. Num instante, a 
velocidade  do  bloco  A  é  vA  =  3  m/s,  para  cima,  e  a  sua  aceleração  é  aA  =  2    m/s2,  para  baixo;  no  mesmo  instante,  a 
velocidade  e  aceleração  do  bloco  C  são:  vC  =  3  m/s,  para  baixo,  aC  =  4    m/s2,  para  cima.  Determine  a  velocidade  e 
aceleração do bloco B, no mesmo instante, indicando se são para cima ou para baixo. 

   
SOLUÇÃO 
Definem‐se 4 variáveis yA, yB, yC  e yR para medir as posições dos cilindros e da roldana móvel, em relação a algo fixo, por 
exemplo o teto, tal como mostra a figura abaixo: 

 
Como o cilindro A e a roldana móvel estão ligados por um fio, então yA + yR = constante e a ligação dos cilindros B e C 
com outro fio que passa pela roldana móvel implica em (yB – yR)+ (yC – yR) = constante. 
Derivando essas duas equações em ordem ao tempo, obtêm‐se as relações para as velocidades: 
vA + vR = 0 e vB + vC – 2vR = 0 então: vB = – 2vA – vC  
Como as distâncias y aumentam quando os objetos descem, então as velocidades para baixo são positivas e para cima 
são negativas. Assim sendo, as velocidades dadas no enunciado são vA = ‐3 e vC = 1 e a equação acima dá  vB = 5; ou seja, 

 
27 
a velocidade do cilindro B é 5 m/s, para baixo. Derivando novamente a relação entre as velocidades obtém‐se a relação 
entre as acelerações: aB = – 2aA – aC. 
Substituindo os valores dados, aA = 2  e aC = ‐4 , obtém‐se aB = 0 ; ou seja, a aceleração do cilindro B é nula. 
 
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER 
 
 
01 A velocidade de uma partícula que se move no plano xy é dada por  v      6t  –  4t2  ˆi    8jˆ , sendo  v  em metros por 
segundo e t (> 0) em segundos.  
a) Qual é a aceleração quando t = 3 s?  
b) Quando (eventualmente) sua aceleração será nula?  
c) Quando (eventualmente) sua velocidade será nula? Nessas condições qual sua posição? 
d) Quando (eventualmente) a velocidade escalar será de 10 m/s? 
 
02 Um projétil descreve uma parábola cuja equação paramétrica em função do parâmetro tempo é dada por: 
x = ‐30t 
y = 50t – 4t2 
onde x e y são dados em metros e t em segundos, e as constantes possuem dimensões apropriadas com unidades do 
MKS. Determine:  
a) o módulo da velocidade para t = 1s;  
b) o módulo da aceleração para t = 2s.  
 
03  É  dada  uma  tacada  em  uma  bola  de  golfe  na  beirada  de  um  barranco.  Suas  coordenadas  x  e  y  como  funções  do 
tempo são dadas pelas seguintes expressões: 
x = (18,0 m/s)t     e     y = (4,00 m/s)t ‐ (4,90 m/s2)t2 
a)  Obtenha  uma  expressão  vetorial  para  a  posição  da  bola  como  função  do  tempo,  usando  os  vetores  unitários ˆi e jˆ . 
Fazendo as derivadas, obtenha expressões para  

b) o vetor velocidade  v como função do tempo e  
c) o vetor aceleração como função do tempo. Utilize em seguida a notação de vetor unitário para obter expressões para  
d) a posição, a velocidade, e a aceleração da bola de golfe, todos em t = 3,00 s. 
 
04 A equação da trajetória de uma partícula e dada por; 
x = 3 cos ωt 
y = 4 sen ωt 
onde ω é constante e todas as unidades são do sistema MKS.  
a) Determine a equação da trajetória no plano Oxy;  
b) Determine o módulo da aceleração.  
 

05 Uma partícula se move de modo que sua posição em função do tempo, em unidades SI, é  r  t      i  ˆ  
ˆ   4t2ˆj    tk.
Escreva expressões em função do tempo para  
a) sua velocidade e  
b) sua aceleração.  
 
06  Em  t  =  0,  uma  partícula  em  movimento  no  plano  xy  com  aceleração  constante  tem  uma  velocidade 

  

v 0      3,00ˆi –  2,00ˆj m/s  e  está  na  origem.  Em  t  =  3,00  s,  a  velocidade  da  partícula  é  v    9,00i  
ˆ   7,00ˆj m/s. 

Encontre  
a) a aceleração da partícula e  
b) suas coordenadas em qualquer tempo t. 
 
07 O vetor posição de uma partícula varia no tempo de acordo, com a expressão r = 3,00 î  — 6,00t2 ĵ , onde r é dado em 
metros e t em segundos,  
a) Encontre uma expressão para a velocidade da partícula como função do tempo,  
b) Determine a aceleração da partícula como função do tempo,  
c) Calcule a posição e velocidade da partícula em t = 1,00 s. 
 

 
28 

08 Uma partícula localizada inicialmente na origem tem uma aceleração de  a    3,00ˆj m/s2 e uma velocidade inicial de 

vi     5,00iˆ m/s. Encontre  
a) o vetor posição e a velocidade em qualquer tempo t e  
b) as coordenadas e velocidade escalar da partícula em t = 2,00 s. 
 
09 Um projétil é lançado de tal modo que seu alcance horizontal é igual a três vezes sua altura máxima. Qual é o ângulo 
de lançamento? 
 
10 Enquanto um projétil está em movimento em sua trajetória parabólica, há algum ponto ao longo de sua trajetória em 
que os vetores velocidade e aceleração são  
a) perpendiculares entre si?  
b) paralelos entre si? 
 
11 Um canhão que lança balas com uma velocidade escalar de 1 000 m/s é utilizado para iniciar uma avalanche em uma 
montanha inclinada. O alvo está a 2 000 m do canhão horizontalmente e a 800 m acima do canhão. A que ângulo acima 
da horizontal o canhão deve ser disparado? 
 
12 Uma estratégia em uma guerra com bolas de neve é jogar uma bola de neve a um ângulo grande acima do nível do 
solo.  Enquanto  seu  oponente  está  olhando  para  a  primeira  bola,  uma  segunda  é  arremessada  a  um  ângulo  baixo, 
programada para chegar antes ou ao mesmo tempo que a primeira. Suponha que as duas bolas de neve sejam lançadas 
com uma velocidade escalar de 25,0 m/s. A primeira é lançada a um ângulo de 70,0° com relação a horizontal 
a) Com que ângulo deve a segunda bola de neve ser lançada para chegar no mesmo ponto que a primeira?  
b) Quantos segundos mais tarde deve a segunda bola ser lançada após a primeira para que chegue no mesmo instante 
que a primeira? 
 
13  A velocidade de um projétil no ponto mais alto de sua trajetória vale  2 / 5  da sua velocidade quando ele passa pela 
metade da altura máxima da trajetória. Calcule o ângulo formado entre a velocidade inicial do projétil e a horizontal. 
 
14  Um  dia  após  sua  graduação,  você decidiu  lançar  um  fósforo aceso  no  topo  de  uma  lixeira  cilíndrica  (diâmetro  D  e 
altura 2D) cheia de papéis velhos com exercícios para casa. Para tornar esse evento mais esportivo, a parte inferior da 
lixeira está no mesmo nível do ponto em que o fósforo deixa a sua mão, e a lixeira está a uma distância horizontal de 6D 
do ponto em que o fósforo deixa a sua mão. Você lança o fósforo com ângulo de 45,0° acima da horizontal. Ache o valor 
máximo e o valor mínimo da velocidade inicial do lançamento para que o fósforo entre pela parte superior da lixeira. 
Despreze a resistência do ar e dê sua resposta em termos de g e de D. 
 
15 Dois projéteis são lançados com uma velocidade inicial de mesmo módulo, um a um ângulo θ em relação ao nível do 
solo e o outro a um ângulo 90° ‐ θ. Os dois projéteis vão alcançar o solo à mesma distância do ponto de partida. Terão 
os dois projéteis permanecido no ar pelo mesmo intervalo de tempo?   
 
16 A velocidade escalar de um projétil quando ele alcança sua altura máxima tem a metade do valor de sua velocidade 
escalar quando ele está na metade de sua altura máxima. Qual é o ângulo de projeção inicial do projétil? 
 
17  a)  Prove  que  um  projétil  lançado  em  um  ângulo  α0,  possui  o  mesmo  alcance  horizontal  de  outro  lançado  com  a 
mesma velocidade em um ângulo (90° ‐ α0) 
b)  Uma  rã  pula  com  uma  velocidade  de  2,2  m/s  e  chega  ao  solo  a  25  cm  de  distância  de  seu  ponto  inicial.  Para  que 
ângulos acima da horizontal ela poderia ter pulado? 
 
18 O Professor Gomes lança um projétil em direção a um plano inclinado (ângulo de inclinação θ) com uma velocidade 
escalar inicial v0 a um ângulo Ø, com relação ao plano inclinado (Ø > θ), como mostrado na figura.  

 
a) Mostre que o projétil viaja a uma distância d ao longo do plano inclinado, em que  

 
29 
2v20 cos sen(  )
d  
gcos2 
b) Para qual valor de Ø é máxima a distância d, e qual é esse valor máximo? 
 
19 Uma bola rola horizontalmente do alto de uma escada com uma velocidade de 1,52 m/s. Os degraus têm 20,3 cm de 
altura e 20,3 cm de largura. Em que degrau a bola bate primeiro? 
 
20 Você deseja jogar uma bola para um amigo segurá‐la no meio do seu quarto. A distância entre o chão e o teto é igual 
a D e você lança a bola com velocidade  VQ  =  6gD . Qual é a distância horizontal máxima (em termos de D) que a bola 
pode se deslocar sem que ela seja rebatida pelo teto? (Suponha que a bola tenha sido lançada do chão.) 
 
21  Um  rojão  de  fogo  de  artifício  explode  em  uma  altura  h,  do  topo  de  sua  trajetória  vertical.  Ele  lança  fragmemos 
queimando  em  todas  as  direções,  mas  todos  com  a  mesma  velocidade  escalar  v.  Os  fragmentos  caem  ao  solo  sem 
resistência do ar. Encontre o menor ângulo que a velocidade final de um fragmento tocando o solo faz com a horizontal. 
 
22 Considere o lançamento de um projétiI.  
a)    Determine  uma  relação  para  o  cálculo  do  ângulo  de  arremesso,  supondo  que  o  alcance  horizontal  D  seja  igual  à 
altura máxima h atingida pelo projétil.  
b) Calcule o valor deste ângulo.  
 
23 Um garoto chamado CAIO, situado a uma distância D de uma árvore, deseja derrubar uma fruta que se encontra a 
uma altura H. Para isto, ele lança uma pedra com uma atiradeira. Se ele apontar a atiradeira na direção da fruta, a pedra 
não atingirá o alvo. Calcule o ângulo que a atiradeira deve fazer com a horizontal para que a pedra atinja o alvo.  
 
24 Um jogador de basquete lança uma bola de uma altura h formando um ângulo θ com a horizontal. A cesta está a uma 
altura H. A distância horizontal entre o jogador e o  ponto verticalmente abaixo da cesta é  igual a d.  Mostre como se 
calcula a velocidade v0 da bola para que ela entre na cesta. 
 
25 Uma linda menina chamada Melissa deseja jogar uma bola para o outro lado de um muro de altura h = 6 m. A força 
muscular da Melissa permite uma velocidade máxima de v0 = 12 m/s.  
a) Determine analiticamente a distância máxima d entre a Melissa e o muro para que seja ainda possível o arremesso da 
bola para o outro lado.  
b) Calcule o ângulo de arremesso mínimo.  
c) Calcule o valor desta distância.  
 
26 O Professor Gomes atira uma bola de uma rocha para baixo com velocidade inicial de 8 m/s, inclinada de 20° abaixo 
da horizontal. Encontre o deslocamento horizontal e o deslocamento vertical da bola 3 s mais tarde.  
 
27 Uma bola de neve rola do telhado de um celeiro que possui uma inclinação para baixo igual a 40°.  

   
A extremidade do telhado está situada a 14,0 m acima do solo e a bola de neve possui velocidade de 7,00 m/s quando 
ela abandona o telhado. Despreze a resistência do ar,  
a) A que distância do celeiro a bola de neve atingirá o solo caso não colida com nada durante sua queda?  
b) Faça diagramas xt, yt, vxt e vyt para o movimento da parte (a). 
c) Um homem de 1,9 m de altura está parado a uma distância de 4,0 m da extremidade do celeiro. Ele será atingido pela 
bola de neve? 
 

 
30 
28  Uma  pedra  é  atirada  do  telhado  de  um  edifício  com  velocidade  v0,  formando  um  ângulo  α0  com  a  horizontal. 
Despreze a resistência do ar. Determine o módulo, a direção e o sentido da velocidade da pedra imediatamente antes 
de atingir o solo e mostre que essa velocidade não depende de ângulo α0. 
 
29  Um  canhão  é  posicionado  para  atirar  projéteis  com  velocidade  inicial  v0  diretamente  acima  de  uma  elevação  de 
ângulo β, como mostrado na figura. Que ângulo o canhão deve fazer com a horizontal de forma a ter o alcance máximo 
possível acima da elevação? 

 
 

30 Uma partícula A se move ao longo da linha y = 30 m com velocidade constante  v  de módulo v = 3,0 m/s paralela ao 

eixo x positivo. Uma segunda partícula B parte da origem com velocidade nula e aceleração constante  a  (a = 0,40 m/s2) 

no mesmo instante em que a partícula A passa pelo eixo y. Para que ângulo θ, entre  a  e o eixo positivo y, haverá colisão 
entre essas duas partículas? 

   
 
31  O  coiote  determinado  está  mais  uma  vez  perseguindo  o  papa‐léguas.  O  coiote  usa  um  par  de  patins  a  jato,  que 
fornecem uma aceleração constante de 15,0 m/s2.  

 
O coiote parte do repouso a 70,0 m da beira de um precipício no instante em que o papa‐léguas passa correndo por ele 
na direção do precipício. 
a) Se o papa‐léguas está em movimento, com velocidade escalar constante, determine a velocidade escalar mínima que 
ele precisa ter para alcançar o precipício antes do coiote.  
Na beirada do precipício o papa‐léguas escapa fazendo uma curva rapidamente, enquanto o coiote continua em linha 
reta.  Seus  patins  permanecem  horizontais  e  continuam  a  funcionar  enquanto  ele  está  em  voo,  de  forma  que  a  ace‐
 
ˆ –  9,80ˆj m/s2. 
leração do coiote fica sendo  15,0i 
b) Se o precipício está a 100 m acima da superfície plana de um vale, determine onde o coiote vai alcançar o vale.  
c) Determine as componentes da velocidade de impacto do coiote. 
 
32 Um projétil é atirado da superfície de um terreno plano segundo um ângulo   0  acima da horizontal. 

 
31 
Mostre que o ângulo de elevação θ do ponto mais alto, visto do ponto de lançamento, está relacionado com   0  por tan 
1
  tan   0 ; veja a figura. 
2
 
33 Um jogador chuta uma bola, que descreve uma  trajetória parabólica. Se a  bola permanecer no ar um tempo de  6 
segundos, que altura máxima a bola atinge? (g = 10 m/s2) 
 

34 Uma bola é lançada com uma velocidade escalar inicial  v i  e um ângulo θ, com a horizontal. O alcance horizontal da 
bola é R, e a bola alcança uma altura máxima de R/6. Encontre em termos de R e de g  
a) o tempo em que a bola está em movimento,  
b) a velocidade escalar da bola no topo de sua trajetória,  
c) a componente vertical inicial de sua velocidade,  
d) sua velocidade escalar inicial, e  
e) o ângulo θi.  
Suponha que a bola seja arremessada com a mesma velocidade escalar inicial encontrada em d), mas com um ângulo 
apropriado para alcançar a maior altura possível.  
f) Encontre essa altura.  
Suponha  que a bola seja  arremessada com a  mesma velocidade  escalar inicial, mas a um ângulo para atingir o  maior 
alcance possível,  
g) Encontre esse alcance horizontal máximo. 
 
35 O Professor Gomes parado no alto de um rochedo hemisférico de raio R chuta uma bola (inicialmente em repouso no 

alto da rocha) fornecendo‐lhe uma velocidade horizontal  v i como na figura.   

 
a) Qual tem de ser a velocidade escalar inicial mínima da bola para que ela nunca alcance o rochedo depois de chutada?  
b) Com essa velocidade escalar inicial, a que distância da base do rochedo a bola atinge o solo? 
  
36  Uma partícula se encontra no alto de um tambor cilíndrico de raio R. A partícula recebe um impulso e adquire uma 
velocidade perpendicular ao eixo do cilindro e numa direção paralela. Considere um sistema de coordenadas Oxy, com 
centro na parte superior do cilindro e com o eixo Oy orientado verticalmente de cima para baixo,  
a) Determine a equação da trajetória em função da velocidade inicial v0.  
b)  Qual  deve  ser  o  menor  valor  de  v0,  para  que  a  partícula,  ao  sair  da  superfície  em  sua  parte  superior,  não  atinja 
nenhum ponto do cilindro em sua trajetória? 
 
37 Uma equipe de demolição usa dinamite para explodir um edifício velho. Fragmentos da explosão voam em todas as 
direções,  e  mais  tarde  são  encontrados  num  raio  de  50  m  da  explosão.  Faça  uma  estimativa  da  velocidade  máxima 
atingida pelos fragmentos da explosão. Descreva todas as hipóteses que você usar. 
 
38 No lançamento mostrado na figura abaixo, o Professor Gomes pede que se determine a relação H/D. 

 
 

 
32 
39 Dois projéteis são lançados do mesmo ponto e com a mesma velocidade de 110 m/s, mas com um certo intervalo de 
tempo Δt; o primeiro é lançado segundo um ângulo de 60°, e o segundo com um ângulo de 53°. Determine Δt para que 
os projéteis se choquem durante o voo. 
 
40 Observe o lançamento de um objeto como na figura abaixo: 

 
Mostre que para um ângulo θ vale a reação: 
tan  1 1
   
h a b
 
41 Se disparam dois projéteis com a mesma velocidade “v” com ângulos iniciais de (45° + β) e (45° ‐ β), onde 0° < β < 
45°. Qual é a relação entre o alcance máximo em ambos os casos? 
 
42  Calcular  o  alcance  horizontal  de  um  projétil  lançado  obliquamente  e  que  atinge  uma  altura  máxima  "H",  sabendo 
que, se for lançado verticalmente para cima com a mesma velocidade inicial, a sua altura máxima seria "5H". 
 
43 São lançados dois projéteis a partir do mesmo ponto e com o mesmo ângulo com a horizontal. Se um alcance é 80% 
maior  que  o  outro,  o  Professor  Gomes  pede  que  se  determine  a  razão  entre  as  alturas  máximas  atingidas  pelos 
projéteis. 
 
44 No instante em que um projétil A é disparado obliquamente a partir da superfície da terra, uma pedra B é deixada 
cair da altura "H". Determine o ângulo que se deve disparar o projétil para que intercepte a pedra num ponto situado a 
uma distância horizontal “D” do ponto de disparo. 
 
45  Dois  projéteis  A  e  B  são  lançados  com  inclinações  de  53°  e  37°  respectivamente  alcançando  as  mesmas  alturas 
máximas. O projétil A experimenta um alcance horizontal de 9 m. Qual alcance horizontal experimenta o projétil B? 

 
 
46 Se os projéteis A e B são lançados simultaneamente a  partir  das posições indicadas  na  figura abaixo e colidem  no 
ponto P, qual a relação entre os ângulos θ e ε. 

 
 
47  Determine  a  relação  entre  os  ângulos  α  e  β  para  que  os  dois  projéteis  lançados  simultaneamente  como  na  figura 
abaixo, colidam no ponto P. 

 
33 
 
 
48 Na figura abaixo é mostrado o mesmo instante em que a pequena esfera A é abandonada e se lança uma pequena 

esfera B com velocidade  v 0 . Determine o ângulo θ de lançamento de tal modo que as esferas A e B colidam no ponto P. 

 
 
49 Um projétil é lançado com uma velocidade v0 = 20 3  m/s num plano inclinado, como mostrado na figura. Determine 
o deslocamento AB sobre um plano inclinado. (Considere g = 10 m/s2) 

 
 
50 A figura mostra um campo gravitacional representada por linhas de força de intensidade g = 10 m/s2. Um projétil é 
lançado perpendicularmente à superfície com velocidade v0 = 40 m/s. Determinar o deslocamento experimentado pelo 
projétil ao longo do plano. 

 
51 Dois partículas A e B são lançadas simultaneamente das posições indicadas na figura abaixo com velocidades de 20 e 
10 m/s respectivamente. Determinar o instante em que a distância de separação entre eles é mínima. (Considere g = 10 
m/s2) 

 
 
52 Duas partículas A e B são lançadas simultaneamente a partir das posições indicadas na figura abaixo com a mesma 

velocidade  v 0 , mas com diferentes ângulos de lançamento. Se estes ângulos ε e θ são complementares, determinar a 
distância mínima entre as partículas. 

 
34 
 
 
53  Um  pneu  com  raio  de  0,500  m  gira  a  uma  taxa  constante  de  200  rev/min.  Encontre  a  velocidade  escalar  e  a  ace‐
leração de uma pedra pequena alojada na banda de rodagem do pneu (em sua extremidade externa).  
 
54 Uma hélice de ventilador completa 1.200 revoluções a cada minuto. Considere um ponto na ponta da lâmina, que 
tem raio de 0,15m.  
a) Qual a distância percorrida pelo ponto em uma revolução?  
b) Qual a velocidade do ponto?  
c) Qual sua aceleração? 
d) Qual é o período do movimento? 
 
55 A figura representa a aceleração total de uma partícula em movimento no sentido dos ponteiros do relógio em um 
circulo de raio 2,50 m em um certo instante.  

 
Nesse instante, encontre  
a) a aceleração radial,  
b) a velocidade escalar da partícula, e  
c) sua aceleração tangencial. 
 
56 Uma bola oscila em um círculo vertical na extremidade de uma corda com 1,50 m de comprimento. Quando a bola 
está a 36,9° além do ponto mais baixo indo para cima, sua aceleração total é de  22,5i  
ˆ   20,2jˆ m/s2. Nesse instante,  
a) esboce um diagrama vetorial mostrando as componentes de sua aceleração,  
b) determine o módulo de sua aceleração radial, e  
c) determine a velocidade escalar e a velocidade da bola. 
 
57  Um  carro  move‐se  para  o  leste  com  velocidade  de  50,0  km/h.  Pingos  de  chuva  caem  verticalmente  em  relação  à 
Terra  com  velocidade  constante.  Os  traços  da  chuva  nas  janelas  laterais  do  carro  fazem  um  ângulo  de  60,0°  com  a 
vertical. Ache a velocidade da chuva com relação  
a) ao carro e  
b) à Terra. 
 
58 Uma partícula A se desloca em relação a outra partícula B com velocidade relativa: 

v A ,B   2i 
ˆ   jˆ  
A partícula B se desloca em relação a uma partícula C com uma velocidade relativa: 

v B,C    i 
ˆ   2jˆ  
Determine a velocidade da partícula A em relação à partícula C.  
 

 
35 
59  Dois  objetos  são  lançados  horizontalmente  em  direções  opostas  do  topo  de  uma  torre  com  velocidades  u1  e  u2. 
Encontre  o  tempo  em  que  os  vetores  velocidade  são  perpendiculares  entre  si  e  a  distância  de  separação  naquele 
instante. 
 
60 Um artista de cinema, ao gravar uma das cenas de um filme de aventura, vai de um extremo ao outro de um vagão 
de um trem, que se move em trilhos retilíneos com velocidade constante de 36 km/h, gastando 20 s. Sabendo que o 
vagão tem comprimento de 100 m e que o artista se move no mesmo sentido do movimento do trem, calcule: 
a) a intensidade da velocidade do artista em relação ao trem; 
b) o intervalo de tempo necessário para que o artista percorra 60 m em relação ao solo. 
 
61 A cidade de Belo Horizonte (BH) localiza‐se a 300 km ao norte da cidade de Volta Redonda. Se um avião sai desta 
cidade rumo a BH num dia de vento soprando na direção leste‐oeste, no sentido de oeste para leste, com velocidade de 
módulo 60 km/h, pergunta‐se: em que direção o piloto deve aproar o eixo longitudinal do seu avião para manter o rumo 
sul‐norte e completar seu percurso em 0,50 h? Considere que o voo ocorre com velocidade constante. 
 
62  Um  garoto  chamado  CAIO  vai  da  base  até  o  topo  de  uma  escada  rolante  e  volta  do  topo  até  a  base  da  mesma, 
gastando um intervalo de tempo total de 12 s. A velocidade dos degraus da escada rolante em relação ao solo é de 0,50 
m/s e a velocidade do CAIO em relação aos degraus é de 1,5 m/s. Desprezando o intervalo de tempo gasto por CAIO na 
inversão do sentido do seu movimento, calcule o comprimento da escada rolante. 
 
63  Uma  balsa  percorre  o  rio  Cuiabá  de  Porto  Cercado  a  Porto  Jofre  (Pantanal  mato‐grossense),  gastando  9,0  h  na 
descida e 18 h na subida. O motor da balsa funciona sempre em regime de potência máxima, tal que a velocidade da 
embarcação em relação às águas pode ser considerada constante. Admitindo que a velocidade das águas também seja 
constante, responda: quanto tempo  uma rolha, lançada na água em Porto Cercado e  movida sob a ação exclusiva da 
correnteza, gastará para chegar até Porto Jofre? 
 
64 Um trem dotado de janelas laterais retangulares de dimensões 80 cm (base) × 60 cm (altura) viaja ao longo de uma 
ferrovia  retilínea  e  horizontal  com  velocidade  constante  de  intensidade  40  km/h.  Ao  mesmo  tempo,  cai  uma  chuva 
vertical (chuva sem vento), de modo que as gotas apresentam, em relação ao solo, velocidade constante de intensidade 
v. Sabendo que o trajeto das gotas de chuva observado das janelas laterais do trem tem a direção da diagonal dessas 
janelas, determine: 
a) o valor de v; 
b) a intensidade da velocidade das gotas de chuva em relação a um observador no trem. 
 
65  O  Professor  Gomes  ao  pilotar  seu  avião  nota  que  a  bússola  indica  que  o  avião  está  indo  para  oeste.  A  velocidade 
escalar  do  avião  em  relação  ao  ar  é  de  150  km/h.  Se  há  um  vento  de  30,0  km/h  em  direção  ao  norte,  encontre  a 
velocidade do avião em relação ao solo. 
 
66 Um trem viaja em direção ao sul a 30 m/s (em relação ao solo), sob uma chuva que está caindo, também em direção 
ao  sul,  sob  a  ação  do  vento.  As  trajetórias  das  gotas  de  chuva  formam  um  ângulo  de  70°  com  a  vertical,  conforme 
registrado por um observador parado no solo. Entretanto, um observador no trem vê as gotas caírem exatamente na 
vertical. Determine a velocidade da chuva em relação ao solo. 
 
67 A neve está caindo verticalmente com uma velocidade constante de 8,0 m/s. Com que ângulo, em relação à vertical, 
os flocos de neve parecem estar caindo do ponto de vista do motorista de um carro que viaja em uma estrada plana e 
retilínea a uma velocidade de 50 km/h? 
 
68 Um homem parado em uma escada rolante leva 10 s para descê‐la em sua totalidade. O mesmo homem leva 15 s 
para  subir  toda  a  escada  rolante  de  volta,  caminhando  contra  o  movimento  dos  degraus.  Quanto  tempo  o  homem 
levará  para  descer  a  mesma  escada  rolante,  caminhando  com  velocidade  relativa  de  mesmo  módulo  do  que  quando 
subiu? 
 
69 Uma pessoa sobe em 90s uma escada rolante desligada, com 15 m de comprimento. Em operação, a escada rolante 
transporta  uma  pessoa  parada  sobre  ela  em  60  s,  no  mesmo  trajeto.  Quanto  tempo  levaria  essa  pessoa  para  subir, 
andando sobre a escada rolante em funcionamento? Sua resposta depende do comprimento da escada? 
 

 
36 
70 Um barco motorizado desenvolve, em relação às águas de um rio, velocidade constante de módulo v. Esse barco está 
subindo  um  trecho  retilíneo  do  rio  quando  o  piloto  é  informado  de  que  um  container  flutuante,  encerrando  uma 
preciosa carga, caiu na água há exatamente uma hora. Nesse intervalo de tempo, a embarcação percorreu 16 km em 
relação às margens. Prontamente, o piloto inverte o sentido do movimento do barco e passa a descer o rio em busca do 
material perdido. Sabendo que as águas correm com velocidade constante de móduo 4,0 km/h, que o container adquire 
velocidade igual à das águas imediatamente após sua queda e que ele é resgatado pela tripulação do barco, determine: 
a) a distância percorrida pelo container desde o instante de sua queda na água até o instante do resgate;  
b) o valor de v. 
 
71 Um rio tem uma velocidade escalar constante de 0,500 m/s. O Professor Gomes nada rio acima a uma distância de 
1,00 km e depois nada de volta ao ponto de partida. Se o Professor Gomes pode nadar a uma velocidade escalar de 1,20 
m/s em água parada, quanto tempo vai levar para ir e voltar? Compare esse resultado com o tempo que levaria para ir e 
voltar com a água parada. 
 
72 Uma coluna de atletas realiza um MRU, cada um dos quais avança com 4 m/s, separados por 2 m como indicado na 
figura abaixo. Um jovem que está em P quer atravessar a coluna, mas sem bater em qualquer atleta. Se o jovem corre 
em MRU a 3 m/s, determine a distância d necessária que  deve correr. 

 
 
73 Se o bloco B tem uma velocidade para a esquerda de 1,2 m/s, determine a velocidade do cilindro A. 

 
 
74 Determine a equação de restrição que relaciona as acelerações dos corpos A e B. Suponha que a superfície superior 
do corpo A permaneça na horizontal. 
 

 
 

 
37 
75  Para  o sistema  de  roldanas  ilustrado,  a  cada  um  dos  cabos  em  A  e  B  é  dado  uma  velocidade  de  2  m/s  na  direção 
indicada. Determine a velocidade ascendente v da carga m. 

 
 
Respostas 
 

01 a)   a = ‐18 m/s² î     b) t = 0,75 s    c) Nunca    d) t = 2,2 s. 
02 a) 51,61 m/s     b) 8 m/s2 
  
03 a)  r  = 18,0t î  + (4,00t – 4,90t2) ĵ     b)  v  = 18,0 î  +[4,00 − (9,80)t] ĵ    c)  a  = −9,80j m/s2 
  
d)  r (3,00 s) = (54,0 m) î  − (32,1 m) ĵ     v  (3,00 s) = (18,0 m/s) î  − (25,4 m/s) ĵ   a  (3,00s) = (−9,80 m/s2) ĵ  
x2 y2
04 a)   1     b) a = ω2r onde  r  x 2  y 2  
9 16
05 a) 8t ĵ  +  k̂     b) 8 ĵ  
2   
06 a) a = 2 î  + 3 ĵ  m/s b) x = 3t + t2 e y = ‐2t + (3/2)t2 

07 a) ‐12t ĵ  m/s     b) ‐12 ĵ  m/s2     c)  r  = (3 î  – 6 ĵ ) m: v = 12 ĵ  m/s 
 
08 a)  r  = 5,00t î + 1,50t2 ĵ  e  v = 5,00 î + 3,00 t ĵ    b) x = 10 m e y = 6 m: v = 7,81 m/s 
09 θ = 53,1° 
10  a) No topo do seu voo, v é horizontal e a é vertical. Esse é o único ponto no qual os vetores velocidade e aceleração 
são perpendiculares.  
b)  Se  o  corpo  for  arremessado  verticalmente  para  cima  ou  para  baixo,  então  v  e  a  serão  paralelos  durante  todo  o 
movimento para baixo. De outra forma, os vetores velocidade e aceleração nunca são paralelos. 
11 22,4° ou 89,4° 
12 a) 20°    b) 2,9 s 
13 60° 
14  vmín  3 gD  e  vmáx  3,13 gD  
15 Não 
16 67,8° 
17 a) Demonstração    b) 15° ou 75° 
v20 (1  sen)
18 a) Demonstração    b) Ø = 45 ‐ θ/2 e  d   
gcos2 
19 No terceiro 
20 xmáx =  4 2D  
 2gh 
21    tag 1    
 v 
 
22 a) sen2(θ)/2 = sen(2θ)    b) θ = 75,9° 
23 tg α = y/D onde y = H + gt2/2 sendo t = D/v0cosα 
24 Demonstração 
25 a)  d  v20 sen(2mín ) / 2g  onde θmín é o ângulo abaixo do qual a bola não passa para o outro lado. 
b) sen2 θmín = 2gh/ v20 , logo θmín = 64,6°     c) d = 5,7 m 
26 x = 22,4 m e y = 53,5 m 

 
38 
27 a) x = 6,91 m 
b)  

 
c) Não 
28  v  v20  2gh  
1
29    (2  )  
4
30 θ = 60° 
31 a) 22,9 m/s      b) x = 360 m    c) vx = 114 m/s e vy = 44,3 m/s 
32 Demonstração 
33 45 m 
R 1 gR 13gR 13R 13R
34 a)  2   b)  3gR   c)    d)    e)  33,7   f)     g)   
3g 2 3 12 24 12
35 a)  v 0  gR       b)  x  R  ( 2  1)R  
2
36 a) y = gx /2 v     2
0b)  vmín  gR / 2  
37 v = 22 m/s. Nós assumimos que os detritos foram lançados em todos os ângulos, incluindo o ângulo de 45 ° que dá o 
alcance máximo. 
H 1
38   tag  
D 4
39 t = 2,4 s 
40 Demonstração 
41 A1/A2 = 1 
42 A = 8H 
43 H2/H1 = 1,8  
H
44    tag 1  
A
45 x = 16 m 
46 tag θ = 3tagε 
47 tag α = 2tagβ 
48 θ = 53° 
49 80 m 
50 x = 300 m 
51 t = 0,6 s 
h
52  dmín   
2
53 v = 10,5 m/s e a = 219 m/s2 
54 a) 0,94 m    b) 19 m/s    c) 2,4.103 m/s2    d) 50 ms 
2
55 a) 13 m/s     b) 5,70 m/s    c) 7,5 m/s2 
56 a)  

 
b) 29,7 m/s2    c) 6,67 m/s 
57 a) vwc = 57,7 km/h com 60° a oeste da vertical    b) vwe = 28,9 km/h para baixo 
58 vAC = 3i – 3j 

 
39 
1 (u  u )
59  t  u1 .u2  e  r12  1 2 u1 .u2  
g g
60 Δt = 4 s 
61 A 5,7° ao norte como na figura abaixo: 

 
62 8 m 
63 Δt = 36 h 
64 a) v = 30 km/h    b) v = 50 km/h 
65 153 km/h 
66 v = 32 m/s 
67 θ = 60° 
68 Δt = 3,75 s 
69 36 s. Não 
70 a) 8 km      b) 20 km/h 
77 2,02.103 s 
72 1,5 m 
73 v = 0,4 m/s 
74 7aA + aB = 0 
75 v = 1,5 m/s 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 

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