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Introdução às Ciências Sociais

2ª aula prática
Antropologia social: estudo de todas as sociedades humanas, não só das sociedades primitivas apesar de
na prática e por conveniência se analisarem as sociedades mais simples.

Dos povos primitivos estudam-se a linguagem, a religião, as leis, etc.

Pritchard: etnografia é o método, a recolha da informação (escrita), a etnologia = Antropologia.

O etnocentrismo é um obstáculo ao conhecimento cientifico, é o considerar uma sociedade melhor que a


outra.

A ciência quer produzir conhecimento, usando para isso métodos científicos. Tem como objectivo superar
obstáculos. No caso da antropologia social o obstáculo é o etnocentrismo.

Século XIX, no Ocidente (Inglaterra, França) – corrente evolucionista (Morgan, Taylor).


Morgan “Tais usos e costumes ajudam-nos a compreender as razões da condição inferior dos povos
selvagens (...)” – evidência do etnocentrismo.

A corrente que se seguiu ao evolucionismo foi o funcionalismo. A grande novidade do funcionalismo foi
a observação directa, no campo, o integrar-se na sociedade em estudo.

No século XIX o conhecimento cientifico tinha como objectivos justificar as acções. Os povos primitivos
são inferiores, precisam de nós – época de colonialismo, imperialismo.

A teoria evolucionista constrói uma história: a humanidade evoluiu do simples para o complexo. Os
povos primitivos mostram aquilo que nós éramos há uns anos atrás. Um dia eles serão tão evoluídos
quanto nós.
A evolução é unilinear, ou seja, dá-se numa única direcção, num único sentido. Toda a humanidade
evolui da mesma maneira.
Do primitivo, da magia, da poligamia, da desordem, para a civilização, para a ciência, monogamia,
estado.

Uma instituição social é uma componente da sociedade, como por exemplo o casamento.

O que é criticável no evolucionismo:


Comparação de uma única instituição retirada do seu contexto
Pensam uma história conjectural de evolução
Etnocentrismo
Não têm dados científicos que sustentem a sua história.

O funcionalismo procura a função das coisas dentro do seu contexto. Os funcionalistas cortam com as
questões históricas, com as origens, o que interessa é o agora, como a sociedade está agora, interessa
compreender o funcionamento das sociedades agora.

2ª aula teórica
Não é com o saber cientifico que se ganha superioridade. Na sociedade ocidental este conhecimento é
superiorizado. Os pensamentos mágicos e científicos não existem só nas sociedades a que geralmente são
atribuídos.
Em todas as sociedades humanas existe conhecimento cientifico de alguma forma. Ex.: a simples escolha
do material para a ferramenta é uma hipótese, parte do método cientifico.

O pensamento mágico coexiste com outras formas de pensamento, em todas as sociedade, diferentes tipos
de pensamento coexistem.
Raciocínio analógico – relacionar duas coisas que à primeira vista não tinham relação. Ex.: ligar um
hábito a como vai correr o dia.
Necessidade de controlar o aleatório: somos donos de tudo menos do nosso futuro, é uma forma
de tentar controlar p que não se conhece, o que não se prevê.
Assim surgem os oráculos, pessoas capazes de através de coisas articuladas prever o futuro. A procura de
formas marginais de saber ao conhecimento cientifico deve-se precisamente à insegurança, ao medo no
futuro.

Literatura de viagens: chegada dos europeus ao continente americano implicou uma mudança radical no
pensamento das pessoas na Europa, no ocidente.
No século XVII – mito dos selvagens, indígenas, brutais, promíscuos, sanguinários.
Na nossa cultura existem muitas proibições. Se existem é porque existe o desejo, elas contrariam o
desejo.

O indivíduo está abaixo da sociedade no sentido em que se for contra as proibições, é excluído.
Sem as proibições a sociedade seria um caos, cada um levaria a bom termo os seus desejos.
Por isso, os povos indígenas eram os primitivos, os selvagens, na medida em que nas suas sociedades não
existia um conjunto de regras como as da sociedade ocidental.

A sociedade é um conjunto de indivíduos que subverte o indivíduo e este, por seu turno, faz parte dela.

Montesquiez: divide o homem em selvagens, bárbaros e civilizados – esta divisão é um preconceito.

Literatura de viagens:
Reais: percurso real, com localização geográfica
Imaginárias: literatura utopista, remete para uma sociedade ideal que não existe.

Os utopistas são vistos como ignorantes da sua sociedade, mas este é uma teoria errada, uma vez que a
utopia acaba por ser uma critica à sociedade em que estão inseridos e isso releva um profundo
conhecimento da sua própria sociedade.

O que contribuiu para o aparecimento do evolucionismo:


O pensamento sistemático, a taxonomia - Lineu: classificou os seres vivos, realidade constatável.
As descobertas arqueológicas
A obra de Darwin “A origem das espécies”.

O evolucionismo no social precede no tempo o evolucionismo biológico. Antes de surgir na biologia


surgiu na filosofia, na reflexão sobre o homem.

Autores evolucionistas (sociais)


a) H.S. Maine, J. F. McLennan, J. J. Bachofen, L. H. Morgan. – século XIX
b) E. B. Tylor, H. S. Spencer, J. G. Frazer. – nascem no século XIX mas morrem no XX

Tema central da corrente evolucionista: origem da cultura e sua evolução ao longo do tempo. Estes
autores tinham uma concepção de desenvolvimento que coincidia com a sociedade em que viviam. Esta
era para eles a sociedade civilizada.

Comparação de sociedades diferentes:


1) grande número de indivíduos – sociedades mais complexas, mais interacções, mais avançada.
(do que as com menos indivíduos). – sociedades de grande escala.
2) Existência de escrita: sociedades mais complexas, transmissão de conhecimentos. Nas
sociedades sem escrita a transmissão de conhecimentos faz-se por via oral.
3) Indústria: a sociedade ocidental era industrializada.

Estas três características da sociedade ocidental distinguiam uma sociedade mais avançada de uma menos
desenvolvida. O desenvolvimento era unidireccional e um só.

Conclusões:
1) partindo destes pressupostos, eles tinham de tirar estas conclusões.
2) De acordo com estes critérios iriam classificar as outras na escala de evolução. O ponto de
chegada era a sociedade ocidental.
3) A sociedade ocidental de grande capacidade de desenvolvimento e mostrava que tinha
capacidade de se desenvolver ainda mais (cumulativa). Outras estavam paradas no tempo
(estacionárias).
4) Outro vicio de raciocínio: a sociedade ocidental era cosmopolita, sempre em contacto com
outras. Eles pensavam que as sociedades menos desenvolvidas estavam isoladas. Não se conhece
nenhuma sociedade humana que viva isolada, sem conhecimento da existência de outras
sociedades, nem que seja outras aldeias.

Coisas em comum entre os autores:


a) procuram fazer essa história (sociedade) estudando a origem e evolução da família.
b) Estudam a religião. A origem e evolução da religião.

Maine: o mais antigo tipo de família é a patriarcal indo-europeia; a autoridade é do pai, do homem.
McLennan: o mais antigo tipo de família é matriarcal, aquela que se baseia no matriarcado. O que junta
os indivíduos, onde existe uma relação de pertença e na relação mãe-filho.
Bachofen: primeiro estádio de evolução – promiscuidade social; matriarcado: a pessoa podes estabelecer
um sentimento de pertença; fez trabalho de campo.
Morgan: fez trabalho de campo – iroqueses no nordeste dos actuais USA; estuda a evolução da família
utilizando as tecnologias usadas por essas famílias.

Aula Prática 31/10/2001


Texto de Branislaw Malinowski (1884-1942)

→ Considerado o fundador da antropologia social.


→ Defendeu uma relação dinâmica entre homem e cultura
→ Corrente funcionalista na Grã-Bretanha século XX, nos anos 20
→ Inovação metodológica: observação directa participante.
→ Três procedimentos metodológicos:
1) observação dos costumes
2) apreensão das narrativas orais
3) utilização do método estatístico
→ Estudo nas ilhas Trobiand, melanésia (Oceânia).
→ Nos animais existe um sistema de cooperação, nos seres humanos existe um sistema social.
→ Análise funcional: cultura como um todo único e sistema perfeito, respondendo às
necessidades dos indivíduos.
→ Análise de cada cultura dependendo do contexto em que estavam inseridos.
→ Melanésios tinham agricultura, pesca e caça, os animais domésticos eram o porco, o frango e
o cão, cultivavam tabaco.
→ O comércio deles faziam-se entre os insulares, tinha valores mágicos, tribal e inter-tribal, era
reservado aos chefes, tinha uma natureza nobre, as transações eram públicas e solenes, os
colares circulavam em sentido contrário ao das pulseiras – kula (todas as caract).
→ A organização social era em pequenas comunidades, as aldeias em que habitavam entre 100 a
500 indivíduos, nos grandes acontecimentos todos participavam. Era uma sociedade do tipo
patriarcal na política e matriarcal na etnologia doméstica. Era uma comunidade dividida em
fraternidades.
→ A religião era a prática do culto dos antepassados.
Século XIX Século XX (Malinowski)

→ Corrente: evolucionismo → Corrente: Funcionalismo


→ Objecto de estudo: sociedades → Objecto de estudo: sociedades
primitivas primitivas
→ Método: método comparativo de → Método: método de observação directa e
dedução a partir de relatos culturais trazidos participante nas sociedades tribais.
pelos viajantes. → Principio orientador da corrente
→ Principio orientador da corrente funcionalista (enquadramento teórico): cada
evolucionista (enquadramento teórico): a cultura tem de ser analisada como um todo
humanidade progride num só sentido único e incomparável, dentro do contexto
→ A história é unilinear → A sociedade é um organismo vivo,
→ Instituições: eram extraídas do todo e singular.
eram comparadas isoladas com outras de
outras sociedades.

Aula Teórica 2/11/2001

Durkheim
Émile Durkheim

→ Trouxe um método à sociologia; trouxe-a do campo da filosofia para o campo da ciência.


→ Levou a bom termo as ideias de Comte: este deu o objecto de estudo, a sociedade, e D deu o
método.
→ Obras
1) “Da divisão do trabalho social” (1893)
2) “As regras do método sociológico” (1895)
3) “O suicídio: estudo sociológico” (1897)
4) “Formas elementares da vida religiosa!” (?)

1) É a sua concepção de sociedade, do que é moral. A concepção de sociedade e a moral são


variáveis na sociedade, no tempo e no espaço porque são construídos culturalmente. Existe um
conflito básico entre o indivíduo e a sociedade: a vontade colectiva sobrepõe-se à vontade
individual. A sociedade restringe-o a um sistema de pensamento, atitudes, é um sistema de auto-
limitação.
→ Há dois tipos de sociedade:
i. Há sociedades onde existe forte consciência colectiva – solidariedade
mecânica: praticamente não existe consciência individual, todos fazem tudo, o
grupo trabalha para sobreviver.
ii. Há sociedades onde existe consciência individual – solidariedade orgânica: os
indivíduos conseguiram plantar-se no terreno e procriar. Existe consciência
individual e esta consciência é dada pela própria sociedade que dá ao indivíduo
um papel a desempenhar. É mais complexa que a mecânica, tem tecnologia
mais avançada, existe um maior número de indivíduos.
Ele compara o corpo social ao corpo biológico (cada órgão com a sua função)
É possível ver traços de evolucionismo (do mais simples para o mais complexo).
2) Indicação de como se deve trabalhar a realidade, a sociedade descrita na obra anterior.
3) É o primeiro estudo sociológico da História. O suicídio é um acto individual profundamente
influenciado pela sociedade.
Suicídio anómico: anomia – desligar o indivíduo a laços que o prendam à sociedade.
O que faz um sociólogo? Tem o trabalho de um médico: define o que é normal, patológico
(naquela altura, para aquela sociedade), identifica a causa e o remédio.
A sociologia surge como uma forma de prevenção dos males da sociedade, identificar e tratar o
mal.
4) Em todas as sociedades existe religião. A religião tem carácter universal, por isso deveria ser
uma fonte de estudo da sociologia – mais uma marca de evolucionismo.

O objecto da sociologia é estudar factos sociais:


→ Geral: comuns, são visíveis em todas as sociedades.
→ Exterior: são extrínsecos ao indivíduo
→ Coersivos: impõe-se aos indivíduos

Regras do Método Sociológico:


1ª Observar os factos sociais como coisas
Coisas: toda a realidade observável do exterior e cuja natureza não conhecemos imediatamente.
Duvidar das aparências
2ª Reconhecê-los pela coerção que exercem sobre os indivíduos.
3ª factos sociais explicam-se por outros factos sociais.

O método científico tem objectividade, relativamente à exterioridade do investigador ao objecto, pretende


generalizar e enunciar leis gerais, isto é fazer ciência. Ao criar um método D procurava dar o estatuto de
ciência à sociologia, atribuir-lhe rigor para que também a sociologia fosse considerada como ciência.

Identificar o facto que deu origem

FS → FS Explicar um facto social é descobrir o que lhe deu origem.

Um facto social explica outro facto social. Um facto individual explica outro facto individual. Um facto
individual não explica um facto social.

Para a criação de um facto social concorrem vários factos sociais (Webber).

Antropologia Social Britânica/ Funcionalismo Britânico

RADCLIFFE-BROWN e Malinowski são os co-fundadores do Funcionalismo britânico.


Aplicam o método de Durkheim.

A antropologia estuda sociedade de pequena escala, tradicionais, sem escrita, sem industria, aplica
métodos qualitativos à sua investigação.
A Sociologia estuda sociedades de grande escala, com escrita, com industria, etc., e aplicam métodos
quantitativos à sua investigação.

Existe uma necessidade, segundo estes autores de fazer trabalho de campo, uma análise directa no
terreno.
Desinteresse das conjecturas (fontes etnográficas secundárias), interessam-se pelo presente etnográfico.
O presente etnográfico é o espaço de tempo entre a chegada e a partida do observador. Interessa o que
acontece, o que é observado pelo explorador enquanto lá está a fazer o trabalho de campo.

Presente etnográfico vs. história conjectural

Características de Radcliffe-Brown:
1) Autor a falar de presente etnográfico
2) Pode-se ver a influência das ciências naturais nas ciências sociais por palavras, expressões,
conceitos, como por exemplo “estrutura”, “função”.
3) Preocupação em enunciar leis gerais, para prever comportamentos futuros.

O método comparativo que RB aplica compara sistemas de relações. O objectivo deste método é
descobrir através da comparação as leis gerais dos fenómenos sociais.
Três conceitos: Processo social; estrutura; função.
Aula prática 7/11/01
RadCliffe Brown (1881 – 1955)

→ Estudou economia, psicologia e antropologia social.


→ É, juntamente com Malinowski, o co-fundador da Antropologia social britânica.
→ É um funcionalista:
 Seguidor de Durkheim
 Estudou as culturas segundo o funcionalismo: estudo de instituições, estuda as partes
para compreender o todo
 Utilizou o método comparativo, tentou chegar a uma lei.

Antropologia Social: estudo teórico comparado das formas de vida social (processos sociais) dos povos
primitivos.

Processos Sociais: conjunto de acções e interacções dos seres humanos individuais ou em grupo.
Estrutura Social: disposição ordenada das partes ou elementos que compõe a sociedade. Os elementos da
estrutura social são os seres humanos, portadores de um lugar e função social na economia social.
Função Social: relações entre o processo e a estrutura. É a função social de determinada estrutura e suas
instituições (que são os vários padrões de comportamento) que contribui e determina a maneira como as
formas de vida social se processam, ou seja, o processo social.

Estes 3 conceitos sintetizam o esquema comparativo de RB.

(Fraser, Morgan, etc.)Malinowski RB


Teoria: Teoria: Teoria:
→ A humanidade → Pode-se perceber uma → A sociedade não é um organismo
evoluí numa realidade social se a vivo.
única direcção sociedade for vista como → Mantém as ideias de diversidade,
→ História um organismo vivo onde originalidade, função.
conjectural, cada parte tem a sua → Estrutura, função e processo
unilinear função para o bem estar da → Influência das ciências naturais.
comunidade.
→ Diversidade, originalidade
de sociedades
→ Noções de organismo,
função
→ Influências das ciências
naturais.
Método: Método: Método:
→ Comparativo: → Etnografia → Comparativo (usou trabalhos de
comparavam → As instituições devem ser colegas)
uma instituição estudadas no contexto, → Distingue cultura de social
isoladamente, inter-relacionadas. → Vê a antropologia social como um
fora do seu → Observação participante, ramo da sociologia comparada
contexto trabalho de campo. → Procura formular leis gerais
→ Usavam relatos → Interessa o presente → Interessavam-lhe as sociedades em
etnográfico que a estrutura dos padrões de
comportamento assentava nas
relações de parentesco.

Aula Teórica 7/11/01


RB

Processo Social:
“E nessa multiplicidade de acções ou interacções dos seres humanos, que agem como indivíduos
ou como colectividades ou grupos”.
→ O conceito visa exprimir algo que existe, o carácter dinâmico das factos sociais e das
suas transformações.
→ Pretende exprimir algo que existe na sociedade. Não é propriamente real, não se vê, não
é tangível, existe algo que é expresso por este termo. Exprime uma característica
universal dos seres humanos.
→ Aplicou método cientifico nas ciências sociais; a ciência tem um carácter universal e RB
vai procurar estas universalidades (o carácter dinâmico dos factos sociais é este carácter
dinâmico).
→ Todas as sociedades estão em constante mudança, mutação.
→ Influência das ciências naturais – sociedade vista como um organismo vivo, ver como as
partes interagem e integram no todo
→ A continuidade entre todas as teorias é a influência das CN.
Estrutura :
“sistematização de pessoas em relações ordenadas e definidas institucionalmente – por exemplo
as relações entre rei e súbdito, marido e mulher”.
→ É o aspecto que assumem as relações entre serres humanos naquela sociedade a sua
forma e o seu conteúdo não são definidos por elas mas sim institucionalmente, não pode
existir uma sociedade sem que esta sociedade imponha aos indivíduos como se devem
relacionar, se isto não existir não há sociedade. A sociedade tem um conjunto de regras,
de formas de estar.
→ A estrutura não é uma coisa cristalizada. As normas da sociedade evoluem modificam-se
com o tempo.

Função:
“O papel que desempenha um elemento socio cultural na vida social enquanto totalidade e por
consequência o contributo que ele dá para a manutenção da continuidade estrutural”.
→ Esteve algures perto de Ceilão por volta de 1906 a fazer trabalho de campo.

Cultura:
“Uma sociedade sistemática ou integrada na qual cada elemento tem uma função distinta”.
→ É o primeiro autor desta escola que defende a indispensabilidade do trabalho de campo
para compreender a cultua que se pretende estudar.
→ (Malinoski defendia a observação participante).

Esta visão da sociedade como organismo vivo, entender as suas partes que a compõe, as suas funções
relativamente a outra e relativamente ao todo.

Malinoski é um funcionalista, RB é um estrutural-funcionalista.

Não se pode entender a mudança sem compreender a constância.


RB Compara sistemas de relações.

Malinoski:
→ trabalho de campo – observação participante.
→ Teoria:
 O conceito de função está estreitamente ligado ao de cultura. Considera a cultura como
um todo integrado ou global do qual os elementos culturais singulares são as partes
constituintes. Só a análise funcional está a altura de descobrir e compreender os
significados dos elementos culturais individuais porque os vê nas suas relações com o
todo da cultura. O principia fundamental da teoria de M é o da unidade da cultura –
segundo ; cada cultura representa um sistema em que todos os elementos são solidários
(visão organicista)- influência das CN.
 Esta cultura de que fala M é constituída pelas respostas dadas ás necessidades primárias
e derivadas do homem, o seu conceito liga-se estreitamente ao de função.
 Sete necessidades primárias: metabolismo – abastecimento; reprodução - parentesco;
bem estar corporal – abrigo/ casa; segurança – protecção; Movimento – actividade;
desenvolvimento – instrução; Saúde – higiene.
 Quatro necessidades derivadas: autoridade – organização política.
 Teoria assenta na ideia de necessidade.
 Necessidade, função, cultura - conceitos interligados.

Aula Teórica 16/11/01

Autores da 2ª geração da escola funcionalista britânica:


→ Evans-Pritchard:
 Trabalho de campo com os Senussi (Ciremaica), Zande (Sudão) e Nuer (Sudão).
 É o primeiro autor deta escola que propõe uma revisão do papel da História numa
análise a uma sociedade. Os funcionalistas tinham-se desinteressado por qualquer tipo
de história ou Histórias desde que “renegaram” a história conjectural que fazia parte do
evolucionismo. Uma vez que não existia escrita e, por conseguinte, documentos que
contassem a história do povo, esta tinha de ser revelada por via oral. EP dizia ser
necessário recolher a história do povo que se estuda para compreender a sua evolução
histórica.
 Para EP existem quatro condições para realizar o trabalho de campo:
1) Tempo, duaração: o trabalho de campo deveria durar cerca de 3 anos.
2) Intensidade do trabalho de campo: permanecer no local.
3) Conhecimento da língua indígena
4) Estudo da vida social e total
 Os Nuer e os Zande davam particular importância ao gado e magia,
respectivamente.

→ Meyer Fortes:
 Trabalho de campo com os Tallensi (Gana).
 Deu relevância à antropologia política, estudando o parentesco como elemento
estruturado da organização política.
→ Raymond Forth:
 Trabalho de campo com os Maori (Nova Zelândia) e com os Tinopia (Polinésia).
 Deu relevância à antropologia económica.
→ Max Gluckman:
 Trabalho de campo com os Zulu (África do Sul) e com os Lozi (Zâmbia).
 Deu revelância ao estudo dos sistemas jurídicos.

Funcionalismo Britânico
 Pesquisa da estrutura e da função dos elementos socioculturais
 Método comparativo (sistemas de relações RB)
 Inovação metodológica
o Observação participante
o Obtenção de informação e dados etnográficos mais precisos e fiáveis.

Escola Sociológica Francesa


 Objecto investigação: mudança cultural
 Método comparativo (estruturalista Levi-Strauss)
o Pensamento como forma comunicação.
 Estudo da cultura como fenómeno dinâmico da variedade crescente de especialização no âmbito
das vivências sociais.

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