You are on page 1of 17

RCCTE

ÍNDICES TÉRMICOS FUNDAMENTAIS

Necessidades nominais anuais de energia útil para


aquecimento – Nic
Necessidades nominais anuais de energia útil para
arrefecimento – Nvc
Necessidades nominais anuais de energia para
produção de águas quentes sanitárias – Nac
Necessidades globais de energia primária – Ntc

PARÂMETROS COMPLEMENTARES

Coeficientes de transmissão térmica, superficiais e


lineares
Classe de inércia térmica
Factor solar
Taxa de renovação de ar

João Lopes Porto 1


RCCTE

CONDIÇÕES INTERIORES DE REFERÊNCIA

a) De conforto (ambiente)
• Estação de aquecimento
o Temperatura do ar: 20 ºC
• Estação de arrefecimento
o Temperatura do ar: 25 ºC
o Humidade relativa: 50 %

b) De renovação do ar (qualidade do ar interior)


• Taxa de 0,6 renovações por hora

c) De consumo de água quente sanitária (AQS)


• Consumo de 40 litros de AQS por pessoa e dia, a
60 ºC

João Lopes Porto 2


RCCTE
ZONAS E DADOS CLIMÁTICOS
(Anexo III)

ZONAS CLIMÁTICAS (Quadro III.1 e figuras III.1 e III.2)


De Inverno: I1, I2 e I3
De Verão (região Norte e região Sul): V1, V2 e V3

DADOS CLIMÁTICOS DE REFERÊNCIA NO


CONTINENTE
Quadro III.1 – Além das zonas climáticas:
Número de graus-dias de aquecimento (GD)
Duração da estação de aquecimento
Temperatura exterior de projecto de Verão
Amplitude térmica média diária do mês mais
quente
Casos particulares (Pombal, Leiria, Alcobaça,
Santiago do Cacém e Alcácer do Sal)
Alterações em função da altitude dos locais
Zonamento climático de Inverno (Quadro III.2)
Zonamento climático de Verão (Quadro III.3)

DADOS CLIMÁTICOS DE REFERÊNCIA NAS REGIÕES


AUTÓNOMAS
Região Autónoma dos Açores (ponto 1.3)
Região Autónoma da Madeira (ponto 1.4)

João Lopes Porto 3


RCCTE
LIMITAÇÃO DE Nic

APLICAÇÃO

A cada fracção autónoma do edifício

FORMULAÇÃO

Nic Ni

Ni – Valor máximo admissível das necessidades nominais


anuais de energia útil para aquecimento (kWh/m2)

VALORES DE Ni (Art.º 15.º, n.º 1)

Valores de FF Valores de Ni
FF 0,5 Ni = 4,5 + 0,0395 GD
0,5 < FF 1,0 Ni = 4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD
1,0 < FF 1,5 Ni = [4,5 + (0,021 + 0,037 FF) GD] (1,2 – 0,2 FF)
1,5 < FF Ni = 4,05 + 0,06885 GD

Sendo: FF = [Aext + ( Aint)i] / V (m–1)

NOTA: Edifícios de habitação unifamiliar com área útil


inferior a um limite máximo Amv (presentemente, igual a 50
m2) podem ser isentos da condição (limitação) acima
formulada, desde que respeitem os requisitos mínimos de
referência que lhes são aplicáveis (Anexo IX, n.º 4)
João Lopes Porto 4
RCCTE
CÁLCULO DE Nic
(Anexo IV)

FÓRMULA DE CÁLCULO

Nic = (Qt + Qv – Qgu) / Ap

Sendo:
Qt – perdas de calor por condução através da envolvente
Qv – perdas de calor por renovação de ar
Qgu – ganhos de calor (ocupantes, equipamentos, solares)

A – PERDAS POR CONDUÇÃO

Qt = Qext + Qlna + Qpe + Qpt (W; ou kWh)

Sendo:
Qext – perdas de calor pelas zonas correntes das paredes,
envidraçados, coberturas e pavimentos em contacto com
o exterior
Qlna – perdas de calor pelas zonas correntes das paredes,
envidraçados, e pavimentos em contacto com locais não
aquecidos
Qpe – perdas de calor pelos pavimentos e paredes em
contacto com o solo
Qpt – perdas de calor pelas pontes térmicas lineares
existentes no edifício

João Lopes Porto 5


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

A.1 – Perdas pelas zonas correntes em contacto com o


exterior

Por unidade de tempo:

Qext = U . A . ( i – atm) (W)

Sendo:
U – coeficiente de transmissão térmica do elemento da
envolvente (W/m2.ºC)
A – área do elemento da envolvente, medida pelo interior
(m2)
i – temperatura do ar interior (ºC)
atm – temperatura do ar exterior (ºC)

Durante toda a estação de aquecimento:

Qext = 0,024 . U . A . GD (kWh)

Sendo:
GD – número de graus-dias de aquecimento do local
geográfico de implantação do edifício

João Lopes Porto 6


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

A.2 – Perdas pelas zonas correntes em contacto com


locais não aquecidos

Por unidade de tempo:

Qlna = U . A . ( i – a) (W)

Sendo:
U – coeficiente de transmissão térmica do elemento da
envolvente (W/m2.ºC)
A – área do elemento da envolvente, medida pelo interior
(m2)
i – temperatura do ar interior
a – temperatura do ar do local não aquecido

Durante toda a estação de aquecimento:

Qlna = 0,024 . U . A . GD . (kWh)

Sendo:
=( i– a) /( i– atm)

Nota 1: a assume, obviamente, um valor intermédio entre


i e atm: a = atm + (1 – ) . ( i – atm)
Nota 2: Dada a dificuldade em determinar com precisão o
seu valor, nas situações correntes admite-se que assuma
os valores constantes da tabela IV.1

João Lopes Porto 7


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

A.3 – Perdas pelos elementos em contacto com o solo

Perdas unitárias de calor (por grau centígrado de


diferença de temperatura entre os ambientes interior e
exterior):

Lpe = j . Bj (W/ºC)

Sendo:
– coeficiente de transmissão térmica linear (W/m.ºC)
B – perímetro do pavimento ou desenvolvimento da parede,
medido pelo interior (m)

Durante toda a estação de aquecimento:

Qpe = 0,024 . Lpe . GD (kWh)

NOTA: os valores de constam das tabelas IV.2 (para


várias geometrias tipo: tabela IV.2.1 para pavimentos; e
tabela IV.2.2 para paredes)

João Lopes Porto 8


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

A.4 – Perdas pelas pontes térmicas lineares

Perdas lineares unitárias de calor (por grau


centígrado de diferença de temperatura entre os ambientes
interior e exterior):

Lpt = j . Bj (W/ºC)

Sendo:
j – coeficiente de transmissão térmica linear da ponte
térmica j (W/m.ºC)
Bj – desenvolvimento linear (comprimento) da ponte
térmica j, medido pelo interior (m)

Durante toda a estação de aquecimento:

Qpe = 0,024 . Lpt . GD (kWh)

NOTA: os valores de constam da tabela IV.3

João Lopes Porto 9


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

B – PERDAS POR RENOVAÇÃO DE AR

B.1 – Metodologia de cálculo

Por unidade de tempo:

Qra = . Cp . Rph . V . ( i – atm) / 3600 (W)

Sendo:
– massa volúmica do ar (em Kg/m3)
Cp – calor específico do ar (em J/Kg.ºC)
Rph – número de renovações horárias do ar interior (taxa de
renovação nominal)
V – volume interior da fracção autónoma (em m3), ou seja,
o produto da área útil de pavimento pelo pé-direito médio
i – temperatura interior de referência (em ºC)
atm – temperatura do ar exterior (em ºC)

Como é: . Cp / 3600 = 0,34 W/m3.ºC

resulta:

Qra = 0,34 . Rph . Ap . Pd . ( i – atm) (W)

com:
Ap – área útil de pavimento (m2)
Pd – pé-direito médio (m)

João Lopes Porto 10


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

B.1 – Metodologia de cálculo (continuação)

Durante toda a estação de aquecimento:

Qv = 0,024 . (0,34 . Rph . Ap . Pd) . GD (kWh)

(energia necessária para compensar as perdas por


renovação de ar)

Ou, no caso de a ventilação ser assegurada por meios


mecânicos providos de dispositivos de recuperação de
calor do ar extraído:

Qv = 0,024 . (0,34 . Rph . Ap . Pd) . GD . (1 – v) (kWh)

Sendo:
v – rendimento do sistema de recuperação de calor

Quando o edifício dispuser de sistemas de ventilação


mecânica, deve ser adicionada a energia eléctrica
necessária ao seu funcionamento, 24 horas por dia durante
a estação de aquecimento:

Ev = Pv . 24 . 0,03 . M (kWh)

Sendo:
Pv – soma das potências eléctricas de todos os
ventiladores instalados (em W)
M – duração média da estação convencional de
aquecimento (em meses)
João Lopes Porto 11
RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

B.2 – Taxa de renovação horária nominal (Rph)

Ventilação natural

Edifício ou fracção autónoma sem dispositivo de ventilação


mecânica em funcionamento permanente (ainda que com
exaustor de cozinha; mas que funciona apenas em
períodos curtos): Quadros IV.1 e IV.2

Ventilação mecânica

Edifício ou fracção autónoma com dispositivo de ventilação


mecânica em funcionamento permanente:

Vf + Vx
Rph =
V
Sendo:
Vf – o maior dos dois valores de caudal: caudal insuflado
ou caudal extraído
Vx – caudal adicional correspondente a infiltrações devidas
ao efeito do vento e ao efeito de chaminé

NOTA 1: O valor de Vx pode ser desprezado quando a


diferença de caudais insuflados e extraídos mecanicamente
ultrapassar certos valores (0,1 h-1 para Exp.1; 0,25 h-1 para
Exp.2; 0,5 h-1 para Exp.3 ou 4)

NOTA 2: No caso de ventilação mecânica equilibrada, Vx


assume regulamentarmente os seguintes valores: 0,3 h-1
para Exp.1; 0,7 h-1 para Exp.2; 1 h-1 para Exp.3 ou 4
João Lopes Porto 12
RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

C – GANHOS DE CALOR

Ganhos térmicos brutos

Qg = Qi + Qs

Sendo
Qi – ganhos térmicos associados a fontes internas de calor
Qs – ganhos térmicos associados ao aproveitamento da
radiação solar

Ganhos térmicos úteis

Qgu = . Qg

Sendo:
– factor de utilização dos ganhos térmicos

C.1 – Ganhos térmicos brutos resultantes de fontes


internas

Qi = qi . M . Ap . 0,720 (kWh)

Sendo:
qi – ganhos térmicos internos médios por unidade de área
útil de pavimento (em W/m2 – Quadro IV.3)
M – duração média da estação convencional de
aquecimento (em meses)
Ap – área útil de pavimento (em m2)
João Lopes Porto 13
RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

C.2 – Ganhos solares brutos

Metodologias:
a) Método detalhado
b) Método simplificado

Método detalhado

Qs = Gsul . [ Xj . Asnj ] . M
j n

Sendo:
Gsul – valor médio mensal da energia solar média incidente
numa superfície vertical orientada a sul de área unitária
durante a estação de aquecimento (em kWh/m2 . mês)
Xj – factor de orientaçãoi para as diversas exposições
(Quadro IV.4)
Asnj – área efectiva colectora da radiação solar da
superfície n que tem a orientação j (em m2)
j – índice que corresponde a cada uma das orientações
n – índice que corresponde a cada uma das superfícies
com a orientação j
M – duração da estação de aquecimento (em meses)

João Lopes Porto 14


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

C.2 – Ganhos solares brutos (continuação)

Método detalhado (continuação)

Área efectiva colectora das superfícies verticais (calculada


vão a vão, ou por grupos de vãos com características
idênticas de protecção solar e de incidência da radiação
solar):

As = A . Fs . Fg . Fw . g

Sendo:
A – área total do vão envidraçado, isto é, área da janela,
incluindo vidro e caixilho (em m2)
Fs – factor de obstrução (ver n.º 4.3.3 e Tabelas IV.5, IV.6 e
IV.7)
Fg – fracção envidraçada (ver n.º 4.3.4 e Quadro IV.5)
Fw – factor de correcção devido à variação das
propriedades do vidro com o ângulo de incidência da
radiação solar (ver n.º 4.3.5)
g – factor solar do vão envidraçado para radiação
incidente na perpendicular ao envidraçado e que tem em
conta eventuais dispositivos de protecção solar (ver n. 4.3.2
e Tabela IV.4)

João Lopes Porto 15


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

C.2 – Ganhos solares brutos (continuação)

Método simplificado

Para dispensar um cálculo exaustivo dos coeficientes F


para cada orientação, o valor do produto Fs . Fg . Fw pode
ser considerado igual a 0,46, nas seguintes condições:
Para cada orientação, tendo em conta o ponto médio de
cada uma das fachadas do edifício ou da fracção
autónoma, não devem existir obstruções:
o situadas acima de um plano inclinado a 20º com a
horizontal
o entre os planos verticais que fazem 60º para cada
um dos lados da normal (a menos de pequenos
obstáculos, do tipo postes de iluminação, de
telefones ou equivalente)
Os envidraçados não devem ser sombreados por
elementos do edifício (por exemplo, palas), sendo esta
aproximação satisfatória quando:
o os elementos horizontais que se projectam sobre a
janela têm um comprimento inferior a um quinto da
altura da janela
o os elementos verticais adjacentes às janelas não se
projectam mais de um quarto da largura da janela

Nestas condições, os ganhos solares brutos podem


calcular-se através da expressão:

Qs = Gsul . [ Xj . 0,46 . Aj . g ] . M
j

João Lopes Porto 16


RCCTE
CÁLCULO DE Nic (cont.)
(Anexo IV)

C.3 – Factor de utilização dos ganhos térmicos

É calculado em função da inércia térmica do edifício e da


relação ( entre os ganhos totais brutos (internos e
solares) e as perdas térmicas totais do edifício:
a
1-
= se 1
a+1
1-
a
= se =1
1+a

em que:

a = 1,8 – em edifícios de inércia térmica fraca


a = 2,6 – em edifícios de inércia térmica média
a = 4,2 – em edifícios de inércia térmica forte

e:
ganhos térmicos brutos Qg
–––––––––––––––––––––––––––––– ––––––
necessidades brutas de aquecimento Qt + Qv

NOTA: Os crtérios de quantificação da inércia térmica


constam do Anexo VII

João Lopes Porto 17

You might also like