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PANORAMA DAS
QUALIFICAÇÕES E CERTIFICAÇÕES
DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS NO BRASIL
APOIO :
ESALQ - USP
Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
Comentários preliminares
A pesquisa foi feita durante o período de julho a setembro de 2002, tendo como
base a análise e síntese de dados obtidos através da bibliografia disponível,
informações na internet, contatos e visitas a órgãos e instituições “chaves”.
* Comunicações sobre esse documento podem ser mandadas para : Dominique PALLET // Cendotec Av Prof. Lineu Prestes, 2242 // IPEN-
CNEM/SP // Cidade Universitária // 05508 – 000 São Paulo – SP Email : pallet@cendotec.org.br
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
1. OS ORGÃOS BRASILEIROS.
1.1. MINISTÉRIOS.
1.2. ABNT.
1.3. INMETRO.
2. A CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA
2.1. HISTÓRICO BRASILEIRO E SITUAÇÃO ATUAL.
2.2. NORMAS.
2.3. PRINCIPAIS CERTIFICADORAS E SELOS NO BRASIL.
2.4. MECANISMOS DE CERTIFICAÇÃO PARA EXPORTAÇÃO.
2.5. PRODUTOS CERTIFICADOS.
2.6. POLÍTICAS GOVERNAMENTAIS.
CONCLUSÕES
BIBLIOGRAFIA
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
INTRODUÇÃO
O Brasil, assim como muitos outros países tipicamente agrícolas, está buscando
diferenciar seus produtos no mercado, oferecendo maior qualidade e segurança dos
mesmos aos consumidores. Tal anseio é devido ao desenvolvimento em direção à
proteção de seus alimentos, seus conhecimentos e habilidades (know-how) e devido à
necessidade e demanda mundial de produtos mais saudáveis, ecologicamente corretos,
rastreáveis, dentre outros.
Tal demanda deve-se também às grandes crises alimentares recentes, tais como:
“vaca louca” (Encefalopatia Espongiforme Bovina – BSE), febre aftosa, dioxinas, etc.;
sendo que hoje os profissionais buscam, através de técnicas de controle de doenças,
sistemas de produção, qualidade e segurança dos alimentos, melhorar a imagem da
agricultura, restaurar a confiança dos consumidores, além de ir em direção a uma
agricultura com a redução da utilização de defensivos e insumos, que respeite mais o
meio ambiente e que leve produtos saudáveis e seguros para os consumidores.
O presente estudo descreve, de forma geral, a atual situação do Brasil acerca das
certificações e da busca pela qualidade de seus produtos agropecuários.
Em primeiro lugar, para um maior esclarecimento do funcionamento geral da
certificação no Brasil, foram descritos os organismos responsáveis pelos processos. A
seguir são descritos os sistemas de certificação. O sistema orgânico de produção e
certificação que atualmente é o tipo de certificação de produtos agropecuários mais
desenvolvido no Brasil é mais detalhado. Os outros tipos de certificação que estão em
pleno desenvolvimento e rápido crescimento são também detalhados.
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
Orgãos Envolvidos
Ministérios
Acreditação Normas
INMETRO ABNT
* Outros Normalização
Nacionais
Certificadoras
Base para normas
brasileiras
Nacionais Internacionais
Utilização das normas para certificação e credenciamento
junto aos acreditadores internacionais
Internacionais
Certificação
Produtos Sistemas
* Outros – Universidades (UNESP,
ESALQ, FEA, etc.), Institutos de
Pesquisa, especialistas, colegiados
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1.1 MINISTÉRIOS.
1.2 ABNT.
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1.3 INMETRO.
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2. A CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA
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MAPA
Certificadoras
Selos
Emissão de Certificado
para comercialização
Mercado Interno
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País de Norma
Certificadora Localidade ACREDITAÇÃO
Origem reconhecida
1 - AAO Brasil São Paulo Nacional
Rio de Janeiro -
5 - ABIO Brasil Nacional
RJ
Espírito Santo -
6 - Chão VIVO Brasil Nacional
ES
7 - Instituto DAR, DAP,
Brasil Botucatu - SP Internacional
Biodinâmico (IBD) * IFOAM
8 - Fundação Mokiti
Brasil Rio Claro - SP Japão
Okada (FMO) *
9 – ECOCERT * França Porto Alegre – RS Internacional COFRAC
10 - BCS Öko-
Alemanha Piracicaba - SP Internacional DAR, IFOAM
Garantie *
11 - Farm Verified
EUA Recife - PE Internacional IFOAM
Organic (FVO) *
12 - SKAL
Holanda São Paulo - SP Internacional RVA
International *
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http://www.planetaorganico.com.br/qcertif.htm
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Certificadoras
Exportadoras
Selos Emissão de
Certificado para
comercialização
Mercado Externo
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A Fundação Mokiti Okada (FMO), situada em Rio Claro, é uma fundação religiosa
que segue os ensinamentos de seu idealizador Sr. Mokiti Okada. Ela não é reconhecida
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pela IFOAM, entretanto suas normas são suficientes para a exportação em direção ao
Japão.
A SKAL International busca seu credenciamento junto ao JAS
(www.maff.go.jp/soshiki/syokuhin/hinshitu/organic/eng_yuki_top.htm) e a BCS Öko-
Garantie já o possui. Tal credenciamento assegura a exportação, sendo que o órgão
japonês audita freqüentemente a certificadora para verificar a sua conformidade.
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MAPA
Instrução Normativa nº 20
SINMETRO
Avaliação de
Conformidade da
Produção Integrada de
Frutas - SINMETRO
Certificado de
Conformidade
Produtos : Maçã
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O SISBOV e sua Base Nacional de Dados (BND) são gerenciados pela Secretaria
de Defesa Agropecuária (SDA) do MAPA, sendo que a mesma expedir instruções
complementares necessárias para a sua operacionalização, pois a normativa nº 1/2002
estabelece normas e definições de caráter bastante genérico para o SISBOV.
A SDA e responsável pela normalização, regulamentação, implementação, promoção
e supervisão das etapas de identificação e registro dos animais, e de credenciamento
das entidades certificadoras junto ao SISBOV.
O CIDC (Coordenação Interdepartamental de Credenciamento) foi instituída pela
Portaria SDA n°18 de Abril de 2002 para avaliar as solicitações de credenciamento
das entidades certificadoras, em conformidade com os requisitos e critérios contidos
na Instrução Normativa SDA n° 21 de fevereiro de 2002.
As entidades certificadoras são responsáveis pela identificação e registro das
propriedades e dos animais no Cadastro Nacional do SISBOV, assim como pelo
controle operacional dessas etapas.
Divulgadas no Diário Popular/RS, as primeiras empresas a receberem a habilitação
para a certificação da rastreabilidade bovina e bubalina são a Planejar (RS), Gênesis
(PR), Certificações Brasil (SP) e o Serviço Brasileiro de Certificação (SP). Embasadas
na Instrução Normativa SDA nº21 /2002, as empresas AGRICONTROL S.A,
BIORASTRO CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA, TRACER
CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM ANIMAL LTDA, BRASIL CERTIFICAÇÃO LTDA,
PLANEJAR PROCESSAMENTO DE DADOS LTDA, INSTITUTO GENESIS e o
SERVIÇO BRASILEIRO DE CERTIFICAÇÕES LTDA tem seus credenciamentos junto
a SDA para a certificação do SISBOV :
( http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/sisbov.htm ).
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
O Brasil é o segundo produtor mundial de soja (20 %) após os EUA (47 %), e o
segundo exportador mundial de soja depois dos EUA para grãos e Argentina para as
tortas e óleo. Cinco dos estados brasileiros representam 83 % da área cultivada e da
produção de soja nacional : Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Goiás.
A Europa é a primeira importadora mundial de grãos e torta, juntamente à Holanda
(primeiro importador de grãos) e à França (primeiro importador de tortas).
Na Europa, se observa uma recusa crescente dos OGM para a maioria dos
consumidores. Um nível de rotulagem obrigatório foi fixado para os alimentos
contendo mais de 1 % de OGM, salvo os produtos considerados equivalentes aos
produtos similares (regulamentos 49/2000/CE e 50/2000/CE).
Na França, frente a essa situação, os operadores das cadeias alimentares de
qualidade, em particular o das carnes, proclamaram seus desejos em banir os OGM da
alimentação animal. Para responder às necessidades protéicas das rações animais, a
França importa então o essencial (70 %) para o seu consumo de soja brasileira, onde
os OGM são proibidos.
Os importadores franceses pedem que a soja seja controlada, rastreada e
certificada, e que essa caminhada engloba, sobretudo as tortas. Efetivamente, o
Brasil ainda não introduziu oficialmente as variedades geneticamente modificadas em
seu território e em 1999, o estado do Rio Grande do Sul (RS) foi decretado « região
sem OGM » : proibição de todas culturas OGM em seu território. Mas
entretanto sabe-se que as sementes OGM utilizadas entram no Brasil
contrabandeadas da Argentina.
No ano 2000, o grupo Carrefour implementou a cadeia da soja não OGM com
proveniência do Brasil para a alimentação animal : 850 produtores de soja do estado
de Goiás abriram um contrato onde os controles efetuados ao longo da cadeia são
feitos por um órgão internacional de certificação, a SGS (Sociedade Geral de
Sindicância). O custo geral para essa cadeia é avaliado pelo Carrefour como sendo de
20 euros a tonelada (tomando como preço de base 150 euros a tonelada).
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
3.4 O EUREPGAP.
O padrão EUREPGAP (EUREP – Euro Retailer Produce Working Group/ GAP – Good
Agricultural Practice\www.skalint.com) foi constituído nos princípios de prevenção e
análise de riscos (APPCC), agricultura sustentável, Manejo Integrado de Pragas (MIP),
tecnologia aplicada no campo (agricultura de precisão), tendo sido criado por
supermercados europeus com objetivos comuns de assegurar alimentos seguros,
ambientalmente corretos e saudáveis aos consumidores. O padrão proporciona acesso
facilitado dos produtos certificados ao mercado externo, além do marketing
intrínseco ao selo (www.skalint.com).
No Brasil, a única empresa acreditada pelo INMETRO para a certificação
EUREPGAP é a Latu Sistemas (empresa Uruguaia). De acordo com o Sr. Emílio M.
Cirillo, a certificação de manga, limão, maçã, caqui e kiwi já estão em processo, porém
ainda há uma enorme deficiência de profissionais capacitados neste mercado. A
emissão do selo pode demorar de 4 meses a 3 anos, sendo que a Latu Sistemas fará
auditorias semestrais após a emissão do selo. Uma taxa anual será cobrada do
certificado para cobrir os gastos, emissão de certificados e auditorias.
Abaixo segue esquema que torna mais fácil o entendimento da certificação
EUREPGAP:
EUREPGAP
Normas EUREPGAP
INMETRO
Auditorias anuais da
equipe EUREPGAP
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Latu Sistemas S A
Em andamento
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A Associação Mundaréu é uma organização sem fins lucrativos que visa promover o
desenvolvimento humano sustentável; a melhoria das condições de vida de pessoas
excluídas do mercado formal de trabalho por meio da criação de oportunidades de
geração de renda e à prática do comércio justo (fair trade). Os produtos são
produzidos por diversas associações e podem ser vistos e adquiridos pelo site
http://www.mundareu.org.br.
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Panorama das Certificações de Produtos Agropecuários no Brasil
Em 1995 foi criada a Associação dos Produtores de Vinhos finos Vale Dos Vinhedos
– APROVALE; tal projeto na Serra Gaúcha no Estado do Rio Grande do Sul (RS) foi
estruturado como uma Indicação de Procedência com os objetivos de agregar valor e
gerar riqueza, além de proteger e desenvolver a região e seus produtos.
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5.1 O IMAFLORA.
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Está sendo implantado no IBAMA o Programa Flora que tem como objetivo
promover a conservação de espécies nativas e garantir o seu uso racional
(http://www.ibama.gov.br/). Tal medida refere-se às seguintes espécies: Xaxim ou
samambaiaçu-imperial, Plantas (flores) de potencial econômico do cerrado, Plantas
Ornamentais e Plantas Medicinais.
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http://www.brastro.com/nelore/pqnn.asp
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CONCLUSÕES
A demanda do mercado interno brasileiro cada vez mais forte para produtos de
qualidade e diferenciados deixa um espaço para o desenvolvimento das Denominações
de Origem. Mesmo não existindo ainda regras federais, vários produtos locais
aparecem com esse selo : vinhos, cachaça, café...
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