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Precipitação

Faculdades Nordeste
Hidrologia Aplicada
Professora: Bruno Mesquita
1 Introdução
 É o processo pelo qual o vapor

Condensação d’água existente na atmosfera volta


ao estado líquido sob a forma de
nuvens, névoas, orvalhos e chuvas.

• É o resultado final do ciclo hidrológico, já


em retorno ao solo do vapor d’água que se condensa
e se transformou em gotas de dimensões suficiente
Precipitação para quebrar a tensão de suporte, e cair.
• Processo pelo qual a água presente na atmosfera
atinge gravitacionalmente a superfície terrestre .

2
2 Processos de formação das
nuvens

 A saturação da massa de ar (U.R. = 100%);

A presença de núcleos de condensação


(impurezas: como sais e poeiras).
• Efeitos
orográficos
• Resfriamento do ar até
o ponto de orvalho • Processos
frontais
• Saturação da
massa de ar • Adição de vapor d’água • Convecção
térmica

Formação
de nuvens
• Núcleos de
condensação
3 Classificação das nuvens
 Podem ser classificadas com base em dois

critérios:
- Aparência

- Altitude
3.1 Aparência
 Cirrus: são nuvens fibrosas, altas, brancas e finas

 Stratus: são camadas que cobrem grande parte ou todo

o céu.

 Cumulus: são massas individuais globulares de nuvens,

com aparência de domos salientes.

Qualquer nuvem reflete uma destas formas básicas ou é


combinação delas
3.1 Aparência

CIRRUS

7
3.1 Aparência

STRATUS

8
3.1 Aparência

CUMULUS

9
3.2 Altitude
 Com base na altitude, as nuvens são agrupadas em quatro
famílias: Nuvens altas, médias, baixas e nuvens com
desenvolvimento vertical.
 As nuvens das três primeiras famílias são produzidas por
levantamento brando sobre áreas extensas. Estas nuvens se
espalham lateralmente e são chamadas estratiformes.
 Nuvens com desenvolvimento vertical geralmente cobrem
pequenas áreas e são associadas com levantamento bem mais
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vigoroso. São chamadas nuvens cumuliformes.
3.2 Altitude
• Nuvens altas normalmente tem bases acima de 6000 m;

• Nuvens médias geralmente tem base entre 2000 a 6000 m;

• Nuvens baixas tem base até 2000 m.

 Estes números não são fixos. Há variações sazonais e latitudinais.

 Em altas latitudes ou durante o inverno em latitudes médias as

nuvens altas são geralmente encontradas em altitudes menores.

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CLASSIFICAÇÃO DE NUVENS

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Mudanças de estado da água na atmosfera
(revisão)

Condensação
Fonte: www.aeroclubeparana.com .br/meteorologia

ocorrem devido a uma variação na temperatura ou na


pressão atmosférica
4 Formas de precipitação
Formas de Características
precipitação

Chuvisco ou garoa • Precipitação uniforme consistindo de gotas de diâmetro inferior a 0,5 mm, de

(drizzle, mizzle) intensidade geralmente baixa (inferior a 1 mm/h)


• parte evapora antes de chegar ao chão
• Ocorre em oceanos e em regiões subtropicais, cobrindo grandes áreas

Chuva (rain) • Precipitação na forma líquida, cujas gotas apresentam diâmetro superior a
0,5mm
• Leve: < 2,5 mm/h
• Moderada: 2,5 – 7,6 mm/h
• Intensa: > 7,6 mm/h

Granizo (hail) • Fragmentos irregulares de gelo (> 5mm),


• Formados pelo congelamento instantâneo de gotículas,
• Produzido por forte ascensão atmosférica
• Ocorre durante as tempestades
4 Formas de precipitação
Formas de Características
precipitação

Orvalho (dew) Forma de precipitação na qual a água contida sob a forma de vapor, na
atmosfera, sofre condensação e precipita nas diferentes superfícies. Isso
ocorre porque corpos sólidos perdem calor mais rápido para a
atmosfera

Neve (snow) Cristais de gelo formados a partir do vapor d’água, quando a


temperatura do ar é de 0o C ou menos (nuvens muito frias)

Geada (frost) Formação semelhante à do orvalho. Mas, no caso da geada, há um


processo de sublimação e a água precipita diretamente na forma sólida
(gelo)
5 Precipitação - Chuva
5.1 Mecanismos de formação de
chuva

 Três passos principais vapor d’água


- Criação de condições saturadas (evaporação e
evapotranspiração)
na atmosfera
• Condensação do
vapor d’água em
- Resfriamento das massas de ar água líquida
• Formação de nuvens

- Crescimento das gotículas por


colisão e coalescência precipitação
5.1.1 Saturação do ar
Ponto de saturação ou calor do
algum mecanismo de sol
resfriamento

Energia

Energia

Taxa de evaporação = taxa de condensação  saturação do ar


Medida do vapor d’água na atmosfera
 Umidade absoluta = massa de vapor d’agua/volume de ar
(g.m-3)
 Volume varia com a temperatura e pressão

 Umidade específica = massa de vapor d’água/massa de ar


(g.kg-1)
 Difícil determinação

 Umidade relativa = (pressão de vapor/pressão de saturação de


vapor) * 100 (%)
 Facilmente determinável – higrômetros

Onde:
e
e – pressão de vapor RH% = 100
es – pressão de saturação de vapor es
5.1.2 Umidade relativa (RH)
 Não a concentração de vapor real da atmosfera, mas diz quão perto está da

saturação

 Indicador de ocorrência de chuva – RH = 100%

 Característica importante: Pressão de saturação (ou saturação) de vapor

varia com a temperatura


e
RH% = 100
es

Capacidade de armazenamento de água do ar decresce junto com a temperatura


Resfriamento da massa de ar

Mecanismo de esfriamento das nuvens

Ascensão de massas de ar quente

A umidade está sempre presente na atmosfera

A redução da temperatura promove a redução da pressão de vapor de saturação


6 Caracterização da precipitação
 As grandezas que caracterizam as precipitações são:

- Altura pluviométrica (mm);

- Duração (min);

- Intensidade (i);

- Frequência
6.1 Altura pluviométrica (h)
• Definição: é a altura em mm de água sobre

qualquer área horizontal e plana, na ausência de


evaporação, infiltração e escoamento.
• Exemplo:
1 mm de chuva = 0,001 m de chuva distribuído em 1 m2
1 m2 x 0,001 m = 0,001 m3 = 1 L

1 mm sobre uma área de 1 m2


é igual a 1 L de água
6.2 Duração
 Corresponde ao tempo de duração entre o início e o fim da

precipitação, sendo dada em horas ou minutos

6.3 Intensidade
 É a relação entre a altura (h) e a duração (d) da

precipitação, sendo dada em mm h-1, mm min-1, etc.

h
i 
d
6.4 Frequência
 É o número de ocorrências do evento que pode ocorrer

em um dado intervalo de tempo.


7 Tipos de precipitação
7.1 Precipitação orográfica
 Ocorrem nas regiões com grandes variações de

altitude, podendo compreender o ano todo ou


parte dele, dependendo da umidade da massa de
ar que será deslocada pela encosta a barlavento.
7.1 Precipitação orográfica

 Massa de ar úmido que deslocam-se horizontalmente, ao encontrarem um

relevo montanhoso, ascendem e se resfriam, precipitando-se. São chuvas


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de média a baixa intensidade e grande duração.
7.1 Precipitação orográfica
 Frequentemente, os volumes de totais anuais de
chuva mostram valores nas encostas a
BARLAVENTO superiores em mais de 50% aos
das encostas de SOTAVENTO
 Ressalta-se, que tais diferenças significativas de
totais anuais de precipitação somente ocorrem em
locais com grandes diferenças de relevo.
7.2 Precipitação frontal
 Ocorrem, principalmente, devido ao
deslocamento de massas de ar frio que ao
encontrarem massas de ar quente impulsionam-
nas para cima, e estas quando úmidas podem
atingir os estágios de chuva, granizo, etc.
7.2 Precipitação frontal

FRENTE QUENTE
7.3 Precipitação convectiva
• São as que se originam das chamadas nuvens de
tormenta que se formam pela elevação de massas de ar
muito úmido e quente em condições de instabilidade
atmosférica.

• São chuvas de curta duração, grande intensidade e


ocorre em pequenas extensões.
7.3 Precipitação convectiva

32
33
8 Medição de precipitação
 Um pluviômetro consiste em um recipiente cilíndrico mantido

aberto para coletar chuva.

 A captação de chuva do pluviômetro é afetada por suas condições

de exposição.

 A adoção dos seguintes padrões permite que a captação represente

exatamente a precipitação na área circundante.


8 Medição de precipitação Pluviógrafo

Pluviômetro
8 Medição de precipitação
Variação anual da precipitação no
Nordeste do Brasil
 No Norte do Nordeste brasileiro (Ceará, norte e centro do

Piauí, norte do Maranhão e centro e oeste do Rio Grande


do Norte, da Paraíba e de Pernambuco) as chuvas ocorrem,
principalmente, nos meses de fevereiro a maio,
decorrentes da proximidade da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT).
Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT).
 Definição: É a área que circunda a Terra, próxima ao equador,

onde os ventos originários dos hemisférios norte e sul se


encontram.
Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT).
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)
 O movimento ascendente do ar, associado à ZCIT
origina precipitações habitualmente intensas, de
origem convectiva sem apresentar uma
periodicidade de ocorrência bem definida;
 Resultando em um padrão de chuva anômalo, com
uma distribuição espacial e temporal muito
variável .

40
Má distribuição das chuvas no
tempo e no espaço
Má distribuição das chuvas no
tempo e no espaço

 O total normal anual precipitado no Ceará é variável

desde valores superiores a 1500 mm (alguns municípios


a barlavento das serras da Ibiapaba e de Baturité), até
valores inferiores a 550 mm anuais (região dos Inhamuns
e proximidades de Irauçuba).
 Na faixa litorânea, os valores anuais normais são
variáveis desde 850 mm, proximidades de Aracatí, até
valores superiores a 1400 mm, litoral de Fortaleza.
42
Interrupção da disponibilidade
natural de água

43
Interrupção da disponibilidade
natural de água – Jucás (CE)

250
(1978 – 2012)
200
150
100
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Fonte: Dados série histórica FUNCEME.
Variação anual da precipitação nos
Estados brasileiros

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Determinação de precipitação média
em grandes áreas
PLUVIÔMETROS distribuídos por toda
área

CÁLCULO DA PRECIPITAÇÃO

VARIABILIDADE VARIABILIDADE
ESPACIAL TEMPORAL
9 Métodos para estimativa da
precipitação média
 Média Aritmética
 Polígono de Thiessen
 Isoietas
Média Aritmética

Polígono de Thiessen ou dos Polígonos


Isoietas
9.1 Média aritmética

 É o método mais simples da determinação da precipitação média.

 Envolve a média das alturas de precipitações registradas em


vários pluviômetros.
 Este método é satisfatório se os postos são uniformemente
distribuídos sobre a bacia, com topografia plana ou suave, e a
altura medida dos diversos postos não variar muito em relação à
média.
9.2 Polígonos de Thiessen
• Assume que em qualquer ponto da bacia a precipitação é

igual a medida do posto pluviométrico mais próximo.

• O registro da altura em um dado é aplicado em outros

pontos, desde que estes estejam até a meia distância a outro

posto (em qualquer direção).


9.2 Polígonos de Thiessen
 Os pesos relativos para cada posto são
determinados pelas respectivas áreas,
calculadas pela aplicação do método do
polígono de Thiessen, onde as fronteiras dos
polígonos são formadas pelas mediatrizes das
linhas que unem dois postos adjacentes.
9.2 Polígonos de Thiessen

• Onde:
• P é a precipitação média na bacia;

• ai é a área da bacia sob influencia do posto;

• Pi a precipitação do posto e,

• A, a área total da bacia.


9.2 Polígonos de Thiessen
9.2 Polígonos de Thiessen

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9.2 Polígonos de Thiessen
 Determine pelo método de Thiessen, a precipitação média da bacia
abaixo:
MÉTODO DE THIESSEN

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9.3 Método das Isoietas
• Considerado o mais preciso, este método baseia-se em curvas

de igual precipitação. A dificuldade maior em sua implementação

consiste no traçado destas curvas, que requer sensibilidade do

analista. O método consiste em:

• 1) De posse dos dados pluviométricos obtidos nos postos da bacia, traçar

curvas de igual precipitação (isoietas).

• 2) Calcular para cada par sucessivo de isoietas o valor médio da altura de

chuva precipitada.

• 3) Planimetrar as áreas entre as isoietas sucessivas.


9.3 Método das Isoietas
 4) Calcular a média ponderada dos valores obtidos no passo 2,

tomando como peso a área planimetrada correspondente. A


média obtida corresponde à precipitação média sobre a bacia.

Onde:
 P (mm) é a precipitação média; A é a área total;
 Pn é a precipitação correspondente a isoieta;
 an é a área entre as isoietas Pn-1 e Pn.
9.3 Método das Isoietas
PERÍODO DE RETORNO
Período de Retorno (Tr):
O período de retorno (ou tempo de recorrência) de um
evento é o tempo médio (em anos) em que esse evento é
superado ou igualado pelo menos uma vez. É definido
por:
Precipitação no mundo
Menores precipitações no mundo
Ilha de Aruba (430 mm)
Menores precipitações no mundo
San Diego, Califórnia (250 mm)

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