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TRIBUNAL MARÍTIMO

IF/GAP PROCESSO Nº 30.919/16


VOTO VENCIDO

Analisando-se os autos verifica-se que a embarcação utilizada pelo


vitimado era um caiaque tipo trimarã, empregado em esporte e recreio, não sendo
necessária sua inscrição pela Autoridade Marítima, bem como habilitação para
conduzi-la. Um caiaque, que trata-se de equipamento para proporcionar lazer
individual em praias, não está classificado como embarcação, de acordo com a
definição contida na Lei n° 2.180/54 e nas Normas da Autoridade Marítima.
Assemelha-se ao kite-surf, stand up paddle e tantos outros equipamentos para o
lazer em praias e destinados à prática de esportes radicais.
Na verdade, como em seu depoimento, o ora Representado, montou o
caiaque, com suas velas e mastros e pôs-se a navegar, não se tratava, portanto, de
um veleiro, que é uma embarcação construída por estaleiro, em série ou não, e
dotada de velas e motorização, e deslocamento muito superior ao de um caiaque,
até porque esta embarcação permitia não só a sua montagem como também
desmontagem na praia.
Por não se enquadrar o referido caiaque como um artefato de habitual
locomoção, eis que eventualmente, o seu proprietário o coloca para navegar
somente em ocasiões de deleite especial, esta embarcação tipo caiaque não se
enquadra na definição contida no art. 11, e por isso o Tribunal Marítimo não
exerce jurisdição sobre ela, sendo assim incompetente para julgar o fato da
navegação em apreço.

GERALDO DE ALMEIDA PADILHA


Juiz Relator

Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA


DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2018.11.26 14:55:58 -02'00'

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