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Aulas – 31 e 32
POLÍMEROS
Na natureza existem alguns polímeros: celulose, proteínas, látex. Os químicos também criaram
polímeros sintéticos, "copiando" os polímeros naturais.
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Prof. Willame Bezerra.
POLÍMEROS SINTÉTICOS
POLÍMEROS DE ADIÇÃO
As substâncias utilizadas na produção desses polímeros apresentam obrigatoriamente pelo menos uma
dupla ligação entre carbonos. Durante a polimerização, ocorre a ruptura da ligação e a formação de duas
novas ligações simples, como mostra o esquema:
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O quadro a seguir apresenta alguns monômeros e os respectivos polímeros e objetos obtidos a partir
deles:
P, T
M onôm eros
catalisador
polím ero Objetos
H H
H H
n C C C C
H H
H H n
etileno
polietileno
Recipientes para líquidos e capas para fios elétricos.
H H
H H
n C C C C
H CH3
H CH3 n
propileno
polipropileno Tubos de canetas esferográficas.
H H
H H C C
n C C
H
H
n
estireno
poliestireno
Recipientes de isopor.
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H H
H H C C
n C C
H Cl H Cl n
F F C C
n C C
F F F F n
tetrafluoretileno Politetrafluoretileno
(PTFE) teflon Películas antiaderentes para panelas e fita vedante.
H H
H H
n C C C C
H CN
H CN n
cianeto de vinila
policianeto de vinila
acrilonitrila
poliacrilonitrila Roupas e mantas para o inverno.
H H
C C
H H
n C C H O
H O C CH3
C O
O
CH3 n
acetato de vinila
poliacetato de vinila
Colas, tintas, esmaltes e chicletes.
(PVA)
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H H
C C
H H
n C C H H
H C C C C H
H H H H
n
eritreno polieritreno
borracha sintética
H H
C C
H Cl
n C C H
H C C H Mangueiras de bombas de combustível, correias e artigos de
H C C
H H Cl H
vedação.
n
cloropreno policloropreno
borracha sintética
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Existem outros tipos de borrachas sintéticas formadas pela adição de dois tipos diferentes de
monômeros. Essas borrachas são classificadas como copolímeros.
A mais importante dessas borrachas é formada pela copolimerização do eritreno com o estireno, que é
conhecida pelas siglas GRS (government rubber styrene) ou SBR (styrene butadiene rubber), cuja principal
aplicação é a fabricação de pneus.
H H
H H H
H H C C
H H C C C C C C
C C H H H
n H C C + n H
H H
H H
As tintas do tipo látex são misturas parcialmente polimerizadas de estirenos e dienos em água. Essa
mistura também contém agentes emulsificantes, com sabão, que mantêm as partículas dos monômeros
dispersas na água. Após a aplicação desse tipo de tinta, a água evapora, permitindo a copolimerização e a
formação de uma película que reveste a superfície.
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Aulas – 33 e 34
POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO
Esses polímeros são formados, geralmente, pela reação entre dois monômeros diferentes, com a
eliminação de moléculas pequenas — por exemplo, água. Nesse tipo de polimerização, os monômeros não
precisam apresentar duplas ligações entre carbonos, mas é necessária a existência de dois tipos de grupos
funcionais diferentes.
Veja, a seguir, alguns polímeros de condensação e suas aplicações.
Poliéster
Um dos tipos de poliéster mais comuns é o dracon, obtido pela reação entre ácido tereftálico e o
etileno-glicol (etanodiol):
O O
HO CH2 CH2 OH
C C
HO OH
etilenoglicol
ácido tereftálico ou etanodiol
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A reação pode ser representada pela equação:
O O O O
C C C C
HO OH HO CH2 CH2 OH HO OH HO CH2 CH2 OH
H 2O H 2O H 2O
O O O O
C C C C
O CH2 CH2 O O CH2 CH2 O
Esse polímero é conhecido por polietileno tereftalato (PET) e costuma ser comercializado com os
nomes de dracon e terilene. Empregado na fabricação de tecidos, cordas, filmes fotográficos, fitas de
áudio e vídeo, guarda-chuvas, embalagens e garrafas plásticas, gabinetes de forno etc.
Quando misturado ao algodão, esse polímero forma um tecido muito conhecido, denominado tergal.
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Poliamidas
Estes polímeros são obtidos pela polimerização de diaminas com ácidos dicarboxílicos. Os nylons são
plásticos duros e têm grande resistência mecânica. São moldados em forma de engrenagens e outras peças
de máquinas, em forma de fios e também se prestam à fabricação de cordas, tecidos, garrafas, linhas de
pesca etc. O mais comum é o nylon-66, resultante da reação entre a hexametilenodiamina (1,6-diamino-
hexano) com o ácido adípico (ácido hexanodióico).
O O O O
C (C H 2 ) 4 C C (C H 2 ) 4 C
HO OH H 2N (C H 2 ) 6 N H 2 HO OH
H 2O H 2O
O O O O
C (C H 2 ) 4 C C (C H 2 ) 4 C + (n-1) H 2 O
N (C H 2 ) 6 N
n
H H
Na bioquímica, a ligação amídica é denominada ligação peptídica, pois é encontrada nas proteínas.
Seu grupo funcional pode ser representado por:
O
C
N
H
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Polifenol
É obtido pela condensação do fenol com o formaldeído (metanal). No primeiro estágio da reação,
forma-se um polímero predominantemente linear, de massa molecular relativamente baixa, conhecido como
novolae. Ele é usado na fabricação de tintas, vernizes e colas para madeira. A reação, no entanto, pode
prosseguir, dando origem à baquelite, que é um polímero tridimensional. A baquelite é o mais antigo
polímero de uso industrial (1909) e se presta muito bem à fabricação de objetos moldados, tais como cabos
de panelas, tomadas, plugues etc.
OH OH
H H O H H
C
H H
H 2O
OH OH
CH2
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Policarbonatos
Apresentam alta resistência ao impacto, são transparentes e têm baixo custo, pois seus monômeros
são baratos.
Geralmente, são comercializados com os nomes de Lexan, Makrolon ou Duralon e podem ser usados
para substituir o vidro em janelas de prédios, residências e carros e na fabricação de placas transparentes a
choques.
difenilpropano fosgênio
CH3 O CH3
HO C OH Cl C Cl HO C OH
CH3 CH3
O C O n
grupo característico
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Silicones
Uma das variedades de silicone é obtida pela condensação do dimetilsiloxana, e sua polimerização pode
ser representada pela seguinte equação:
CH3 CH3
Si Si
OH HO
HO OH
CH3 H 3C
CH3
Si
O
O
CH3 n
grupo característico
POLIMEROS DE REARRANJO
Esse tipo de polímero requer um ou mais monômeros sofram rearranjo em suas estruturas à medida
que ocorrer a polimerização. O polímero de rearranjo mais comum é o poliuretana.
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HO CH2 CH2 OH
O C N N C O
O C N N C O CH2 CH2 OH
H O
O O O O
O C N N C O CH2 CH2 O C N N C O
H H H H
n
As poliuretanas podem ser rígidas, flexíveis ou ainda, ter a forma de espumas, dependendo das
condições em que ocorre a reação. Na produção de espuma, por exemplo, a um dos reagentes é misturado
o gás freon, que durante a reação tende a se desprender, provocando a expansão do polímero.
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PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DOS POLÍMEROS
Termoplásticos
Polímeros de cadeias lineares que, quando aquecidos “amolecem”, permitindo a sua moldagem e
quando resfriados endurecem. Isso ocorre porque as ligações intermoleculares são fracas e podem ser
rompidas como aquecimento.
CALO R
Q u a n d o a q u e c id o s , p o d e m s e r
N ã o a p re s e n ta m lig a ç õ e s c ru z a d a s .
m o ld a d o s c o m fo rm a to s d ife re n te s .
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Termofixos
Polímeros com uma grande cadeia cruzada. Durante o aquecimento, não “amolecem” e com
aquecimento mais intenso se decompõem.
CALO R
A s lig a ç õ e s c o v a le n te s , re s p o n s á v e is
E s tru tu ra c o m v á ria s
p e la s lig a ç õ e s c ru z a d a s , n ã o
lig a ç õ e s c ru z a d a s .
s ã o q u e b ra d a s fa c ilm e n te .
Observando os símbolos das embalagens ou dos objetos produzidos de polímeros, podemos identificar
o polímero que o constitui. Além disso, dessa maneira pode-se saber se ele é reciclável.
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Veja, a seguir os símbolos internacionais utilizados na reciclagem.
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Aulas – 35 e 36
POLÍMEROS NATURAIS
BORRACHA
A borracha natural é obtida da árvore Hevea brasiliensis (seringueira), por incisão feita em seu caule,
obtendo-se um líquido branco de aspecto leitoso, conhecido atualmente por látex.
O monômero da borracha natural é o 2-metil buta-1,3-dieno (isopreno):
CH3 H CH3
C C H
H 2C C C C H 2 ou H C C
H H
H
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A reação de polimerização ocorre ainda na seringueira com o auxílio de uma enzima.
H H
H CH3 C C
n C C H ca t.
H C C H
H C C H
H
H 3C H
n
p o liso p re n o
iso p re n o
b o rra ch a n a tu ra l
Vulcanização
O látex obtido da seringueira é precipitado, dando origem a uma massa viscosa que é a borracha
natural. A utilização desse tipo de borracha é limitada, pois ela se torna quebradiça em dias frios e
extremamente gosmenta em dias quentes.
Essa massa viscosa, quando aquecida com enxofre, produz a borracha vulcanizada — um material
bastante elástico, que não sofre alteração significativa com pequenas variações de temperatura e é bastante
resistente ao atrito.
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A estrutura a seguir corresponde a um fragmento da cadeia da borracha vulcanizada, utilizada na
fabricação de pneus:
POLISSACARÍDEOS
A celulose, o amido e o glicogênio são denominados polissacarídeos, uma vez que são obtidos pela
polimerização dos monossacarídeos, cuja fórmula molecular é C 6H12O6.
Esquematicamente, sua formação é a seguinte:
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O dissacarídeo mais importante é a sacarose, conhecida também por açúcar de cana ou açúcar comum.
A união de várias moléculas de monossacarídeos dá origem aos polissacarídeos, como o amido, o glicogênio
e a celulose:
O amido é a mais importante fonte de carboidratos para o nosso organismo. Está presente na forma de
grãos das sementes e de raízes de numerosas plantas, como: batata, trigo, arroz, milho, mandioca, centeio
e cevada.
O polissacarídeo mais abundante na natureza é a celulose, que o ser humano é incapaz de digerir, ao
contrário dos bovinos e outros ruminantes, que possuem no trato digestivo bactérias produtoras de enzimas
(celulase) capazes de metabolizá-la. Já os cupins apresentam, no sistema digestório, um protozoário
(triconinpha) produtor de enzimas que também metaboliza a celulose.
PROTEÍNAS OU POLIPEPTÍDEOS
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Os -aminoácidos podem ser representados genericamente por:
A interação responsável pela formação de proteínas ocorre entre o grupo ácido -COOH, presente em uma
molécula de aminoácido, e o grupo básico -NH2, presente em outra molécula, com a eliminação de uma
molécula de água, originando uma ligação amídica ou peptídica:
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Um exemplo pode ser o da interação entre a glicina e a alanina, a qual origina um dipeptídeo:
A união de (n) -aminoácidos origina uma proteína ou um polipeptídeo. Sua representação pode ser dada
por:
Cada proteína apresenta uma seqüência característica de - aminoácidos ( - aa), denominada estrutura
primária, que indica quais são os - aa presentes e qual é a seqüência em que estão unidos, originando
uma cadeia principal, em que os grupos R constituem cadeias laterais.
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