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Formando Florestas no

Mosaico do Jacupiranga
Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
Recuperação Florestal Participativa em Unidades Apresentação
de Conservação no Mosaico do Jacupiranga-SP Iniciadas em março de 2012,
as atividades do Projeto Forman-
do Florestas foram concluídas em
O trabalho em rede com vá-
rias parcerias, como os gestores
das Unidades de Conservação,
Devemos lembrar a impor-
tância do apoio recebido por
meio do Fundo Brasileiro para a
Ao final desta etapa o que
esperamos é consolidar novas
formas de ação, tanto dos
julho de 2015. Agora, depois de Fundação Florestal, Instituto Biodiversidade (Funbio). O finan- técnicos quanto dos agricultores
Equipe Técnica bastante trabalho chegou a hora Florestal, a Prefeitura Municipal ciamento foi feito pelo Tropical e das organizações envolvidas,
Ocimar José Baptista Bim e Roberto Resende (coordenadores) de um balanço, apresentado de Barra do Turvo, Fundação Forest Conservation Act (TFCA), reforçando a capacidade de
Agane Fibra Tello, Alex Moreira, Domingos Aparecido de Oliveira, Jeferson Cabral, João nesta publicação. Foram muitas ITESP, a cooperativa de técnicos que é um acordo dos governos ação conjunta de todos.
Antônio de Moraes Neto, Jocely de Fátima Rosa, José Carlos de Alencar Júnior, Juliana
Nardes, Kátia Pacheco, Larissa Martins de Freitas, Marcelo Alvim de Assis Gonçalves (in
reuniões, visitas e trabalhos no CATIVAR, as organizações não do Brasil e dos Estados Unidos da A integração entre as
memoriam), Osni João Pereira (Kojak), Ronivaldo Moura, Thiago Passos, Thiago Vecki, campo para formação de flores- governamentais (ONGs) Iniciati- América em apoio à conservação diversas comunidades entre si e
Wagner Gomes Portilho tas e fortalecimento de viveiros va Verde e TNC e as cooperativas e manejo sustentável de florestas com os vários parceiros reforça a
nas comunidades. Mas também e associações dos agricultores, tropicais pela redução da dívida. participação de todos na gestão
Colaboradores foi um tempo de aumentar o dentre outros, foi uma marca A proposta deste projeto foi das Unidades de Conservação
Gleidson Álvaro Mariotto, Juliana Greco Yamaoka, Minéia Anselmo, Solange Almeida conhecimento de novos jeitos deste projeto. apresentada para a Chamada de na busca do desenvolvimento
Lima, Suzana Alvares
de cuidar da terra e das plantas e A participação dos agricul- Projetos 01/2011, e aprovada após sustentável.
também de integração entre os tores e agricultoras foi muito uma seleção na linha de recupe- Certamente os trabalhos
Apoio
O Projeto agricultores e os técnicos. importante, nos encontros, ração de áreas degradadas. Além com as agroflorestas e os vivei-
Atanil Rodrigues, Daianiy Beatriz, Daniele Passos, Esllen Moreira da Silva, Evandro Luís
O projeto teve por objetivo promover a conservação dos recur- Aquino, Fernando Azevedo, Ijanete Rodrigues Alves, Mirtes Bezerra Lima, Osvaldo Carra- Apesar de alguns atrasos oficinas e mutirões, mostran- de promover a recuperação o ros continuarão, e também pode
sos florestais em Unidades de Conservação no Mosaico do Jacupi- vieri Oliva, Raquel Mendes e problemas, tivemos muitos do o cuidado de todos com a projeto buscou apoio ao fortale- se buscar novos projetos com as
ranga (MOJAC/SP), por meio de manejo e recuperação florestal, com ganhos, com muitas pessoas melhoria das condições de vida cimento da gestão das Unidades várias organizações e entidades
participação comunitária e implantação de sistemas agroflorestais, Parcerias trabalhando em conjunto, apren- das famílias e também com a de Conservação do MOJAC e parceiras, para continuarmos
com ênfase em espécies de uso econômico como a araucária (Arau- Fundação Florestal dendo e fazendo coisas novas. conservação da natureza. também à agricultura familiar. formando florestas.
caria angustifolia), erva-mate (Ilex paraguaensis) e o palmito juçara RDS dos Quilombos da Barra do Turvo
(Euterpe edulis). APA Planalto do Turvo

Área de abrangência do projeto


As ações foram direcionadas para as comunidades da Reserva APA Rios Vermelho e Pardinho
de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Quilombos da Barra do Turvo Parque Estadual do Rio Turvo
e das Áreas de Proteção Ambiental (APA) Planalto do Turvo e Rios Instituto Florestal
Vermelho e Pardinho, unidades de Uso Sustentável que compõem o Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo (Cooperafloresta)
Mosaico do Jacupiranga. Associação dos Remanescentes do Quilombo Pedra Preta O Projeto Formando Florestas foi desen- de Conservação, dentre elas, as três UCs de Uso A RDS dos Quilombos da Barra do Turvo
Associação dos Remanescentes do Quilombo Ribeirão Grande e Terra Seca volvido em áreas de abrangência do Mosaico Sustentável onde foram desenvolvidas as ações possui uma área total de 5.826,46 ha, abrangen-
Linhas de atuação Associação dos Remanescentes do Quilombo do Cedro de Unidades de Conservação do Jacupiranga do Projeto Formando Florestas: Área de Proteção do quatro comunidades quilombolas: Ribeirão
Associação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Vale do Ribeira (Sintravale) (MOJAC), localizado na porção paulista do Vale Ambiental (APA) Planalto do Turvo, APA Rios Grande, Terra Seca, Pedra Preta e Cedro. Estas
Implantação de áreas demonstrativas de recuperação e manejo
Prefeitura Municipal de Barra do Turvo do Ribeira, região que conserva aproximada- Vermelho e Pardinho e Reserva de Desenvolvi- comunidades estão presentes na área muito
agroflorestal, com área média de um hectare cada, em sítios de
Cooperativa de Assessoria Técnica Integral do Vale do Ribeira (Cativar)
moradores das três Unidades de Conservação, de forma combinada mente 23% do remanescente da Mata Atlântica mento Sustentável (RDS) Quilombos da Barra do antes da criação do antigo Parque Estadual de
TNC
com a capacitação. brasileira. Além da riqueza natural, o Vale do Ri- Turvo, além do Parque Estadual do Rio Turvo que Jacupiranga, desenvolvendo atividades extrati-
Iniciativa Verde
Fortalecimento dos viveiros comunitários existentes no Mosaico beira abriga diversas populações, representadas sediou e apoiou diversas atividades do projeto. vistas e agropecuárias, sendo as mais marcantes
Instituto Socioambiental (ISA)
do Jacupiranga, com assistência técnica para melhoria na estrutura por comunidades tradicionais como indígenas, a suinocultura, os cultivos de milho e feijão e
Unesp de Registro
física e na técnica de produção das mudas e apoio para a formaliza- quilombolas, caiçaras, caboclos e agricultores o extrativismo de recursos florestais, como o
Instituto Ambiental Vidagua
ção dos empreendimentos, tendo como meta uma capacidade de familiares, detendo um rico patrimônio cultural. Mapa: Mosaico de Unidades de palmito juçara (Euterpe edulis).
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cajati
produção de 150 mil mudas/ano. As Unidades de Conservação (UCs) são áre- Conservação do Jacupiranga Também no município da Barra do Turvo
Associação da Agricultura Familiar de Cajati
as naturais com proteção especial, gerenciadas estão inseridas a APA do Planalto do Turvo,
Atividades Publicação
pelo poder público. Têm dois grupos principais. que possui 2.721,87 ha, e a APA Rio Vermelho e
a) Levantamento de dados e estudos preliminares e estabeleci- Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
• As de proteção integral, com o objetivo Rio Pardinho, com área de 3.235,47 ha, ambas
mento de parcerias; de preservar a natureza, com o uso restrito de localizadas junto à Rodovia BR-116. São áreas de
b) oficinas de planejamento e mapeamento participativo para Coordenação: Roberto Resende e Ocimar José Baptista Bim seus recursos naturais, não sendo previstos ocupação mais intensa, com o desenvolvimento
definição das áreas trabalhadas; Edição final: Margarete Micheletti moradores. de agricultura de subsistência e pecuária de
c) elaboração de inventário florestal participativo das espécies Projeto gráfico/Editoração: Márcio Lima • As de uso sustentável buscam a conso- corte. A população estimada nas três UCs é de
priorizadas e dos projetos de Manejo; Fotografias: Equipe técnica e colaboradores (IDESC e Fundação Florestal) lidação de atividades de manejo sustentável 800 famílias, formada na grande maioria por
d) plantio de nativas de potencial econômico, privilegiando arau- Mapas: Ocimar José Baptista Bim que compatibilizem a melhoria da qualidade pequenos agricultores familiares.
cária, erva-mate e juçara na constituição dos SAFs; Impressão: Gráfica Radial de vida das populações tradicionais que nelas O Projeto Formando Florestas também foi
e) capacitação dos agricultores como agentes florestais restaura- vivem. Assim, devem ter instrumentos de gestão desenvolvido sob a perspectiva de fomentar o
dores; Realização ambiental participativos, visando o desenvol- desenvolvimento de práticas sustentáveis nas
f) assistência técnica aos viveiristas e apoio para a regularização vimento socioambiental sustentável nas áreas Unidades de Conservação, com a implantação de
dos viveiros comunitários perante os órgãos competentes; protegidas, como os projetos de restauração áreas demonstrativas de recuperação e manejo
g) capacitação dos agricultores para coleta de sementes e produ- ecológica, com as comunidades locais, como florestal, priorizando o plantio de espécies que
ção de mudas; Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e Cidadania do os que têm sido implementados na região do possibilitam o manejo sustentável como uma al-
h) produção de material didático para subsidiar o processo de Vale do Ribeira (IDESC) Mosaico Jacupiranga. ternativa econômica para os agricultores familia-
capacitação; O IDESC é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, criada em 2001 e O Mosaico, criado em 2008 e gerido pela res, entre as quais o palmito juçara, a erva-mate e
que desenvolve projetos, estudos e pesquisas com o objetivo de promover a melhoria da Fundação para a Conservação e a Produção a araucária, além de apoiar o fortalecimento dos
i) produção de material de divulgação; qualidade de vida da população do Vale do Ribeira e o desenvolvimento sustentável.
j) seminário final para debate e apresentação dos resultados e Florestal do Estado de São Paulo - Fundação viveiros comunitários do Mosaico, ampliando sua
Sede em Registro/SP: Rua Joaquim Marques Alves, nº 126, Centro - CEP: 11900-000
construção de estratégias para continuidade dos trabalhos; Contatos: (13) 3822-2787 - idesc@idesc.org.br – www.idesc.org.br
Florestal, órgão vinculado à Secretaria de Estado capacidade produtiva e de comercialização das
k) elaboração de publicação com relato da experiência do projeto. Vale do Ribeira, agosto de 2015.
do Meio Ambiente – é formado por 14 Unidades mudas nativas da Mata Atlântica.

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Capacitação de agricultores como agentes florestais restauradores Capacitação de agricultores como agentes florestais restauradores
O processo de capacitação desencadeado pelo projeto ocorreu de forma transversal nos Os Jovens Comunicadores
diferentes espaços e nas diversas ações promovidas ao longo do período: oficinas, encontros, Nas Unidades de Conserva- registro audiovisual sobre a
cursos, dias de campo, reuniões dos grupos e dos conselhos das Unidades de Conservação, visitas ção foram formados grupos de palmeira juçara, exposição de
técnicas às áreas, mutirões realizados nos sítios e viveiros, atividades desenvolvidas nos viveiros e nos jovens, filhos dos agricultores, produtos artesanais e semen-
intercâmbios de conhecimento entre participantes do projeto e grupos de agricultores que praticam a para participarem do processo tes, plantio de árvores, pesqui-
de capacitação e atuarem como saram e produziram notícias
agrofloresta na região. Este processo priorizou a troca permanente de ideias e de experiências, tornando comunicadores do Projeto, para elaboração de boletim
cada oportunidade de encontro um espaço privilegiado de capacitação contínua e permanente. apoiando o trabalho de mobi- informativo, além de participa-
lização e de divulgação das ati- rem de encontros, das reuniões
vidades nas comunidades. Eles dos Conselhos das UCs e de

Principais atividades: realizaram inventário florestal


fotográfico das espécies flo-
restais levantadas nas Oficinas
diversas atividades de educa-
ção ambiental em escolas. O
projeto também possibilitou
tivessem a oportunidade de vi-
sitar o Núcleo Caverna do Diabo
do, troca de conhecimento e de
experiências entre os partici-
de Mapeamento Participativo, que os Jovens Comunicadores do Parque Estadual Caverna pantes, além de ter fomentado
Oficinas de Planejamento e Mapeamento Florestal Participativo do Diabo, em Eldorado, onde a participação da juventude nos
conheceram as atividades de Conselhos das UCs e a abertura
Na fase inicial, foram realiza- gico. As informações registradas Educação Ambiental desenvol- de novos espaços para debates
das nas Unidades de Conservação em cada um dos calendários vidas na unidade e o trabalho e nivelamento de conceitos
de abrangência do projeto três foram baseadas na observação realizado no viveiro de mudas sobre conservação florestal
oficinas de planejamento e ma- dos comunitários e refletem o nativas. e valorização das atividades
peamento florestal participativo, conhecimento que eles detêm a A ênfase dada à capacita- agroecológicas entre os jovens.
com duração de dois dias cada. respeito dos recursos florestais ção e participação dos jovens Em diferentes momentos de
As oficinas cumpriram o objeti- existentes em seus territórios. nas atividades não estava ini- avaliação do projeto, diversas
vo de discutir e detalhar com as Estas informações foram sistema- cialmente prevista no projeto, falas dão conta da importância
comunidades as ações previstas, tizadas e digitalizadas, gerando mas acabou desencadeando desse trabalho realizado com a
esclarecer as principais dúvidas e um calendário coletivo para um rico processo de aprendiza- juventude local.
reforçar a importância da partici- subsidiar o planejamento da
pação dos agricultores em todas época de coleta de sementes nas
as etapas. Cerca de 90 pessoas – comunidades.
entre homens, mulheres e jovens Nas oficinas, além da defini-
- participaram das oficinas, cuja ção dos grupos de agricultores Reuniões para organização da distribuição dos insumos e mudas
metodologia de trabalho permitiu que participariam do projeto
Na fase inicial foram reali- adubação e tratos culturais para
a realização do mapeamento das como agentes florestais restaura-
zadas reuniões com os grupos garantir a boa implantação dos
áreas a serem recuperadas ou dores também foram escolhidos
para organizar a distribuição dos módulos. Nestas reuniões, tam-
enriquecidas e a elaboração do representantes das comunidades
insumos e mudas para as suas bém foram realizados exercícios
calendário sazonal florestal, com para composição do Grupo Gestor
respectivas áreas. A metodologia lúdicos para facilitar a compre-
o objetivo de sistematizar a época do projeto e do Grupo de Jovens
utilizada possibilitou que todos ensão das medidas corretas que
de produção e coleta de sementes Comunicadores que atuaria em
os agricultores pudessem expor deveriam ser utilizadas no mo-
das espécies nativas listadas na cada Unidade de Conservação. Em
suas dúvidas e sugestões, resul- mento da aplicação dos adubos,
atividade de mapeamento parti- seguida, foi discutido o plane-
tando em acordos de funciona- além da utilização de ferramenta
cipativo. Estas ações subsidiaram jamento da programação das
mento da distribuição dos con- visual para desenhar o modelo
o inventário florestal amostral e a visitas técnicas para realização dos
juntos em suas áreas. Os técnicos esquemático de distribuição das
condução da etapa de coleta de diagnósticos das áreas indicadas
reforçaram as orientações sobre mudas nas respectivas áreas.
sementes para produção de mu- para recuperação e enriquecimen-
das nos viveiros comunitários. to e discussão com cada agricultor
Para a atividade do ma- sobre o modelo de recuperação,
peamento, foi elaborado um com base nos Sistemas Agroflores-
conjunto de mapas, cuja base tais (SAFs) e inclusão das espécies
Visita técnica à Cooperafloresta
cartográfica foi fornecida pela chaves definidas pelo projeto: a Para possibilitar que os agri-
Fundação Florestal, conforme juçara, a araucária e a erva-mate. cultores vivenciassem a prática
previsto no projeto. Em grupos, As oficinas foram coordena- de um sistema agroflorestal,
os participantes trabalharam das pela engenheira agrônoma e técnicos do projeto organizaram
sobre os mapas de suas respec- mestre em ecologia de agroe- uma visita técnica à propriedade
tivas comunidades, localizando, cossistemas Kátia Pacheco, com de um agricultor da Cooperaflo-
definindo e descrevendo as apoio dos biólogos João Antônio resta, no bairro Areia Branca. Os
áreas que tinham interesse em de Moraes Neto e Osni Kojack, da participantes caminharam pelas
recuperar. Depois, os agricultores antropóloga Lúcia Szmrecsányi, áreas de agrofloresta e conhe-
elaboraram os calendários de flo- dos gestores das Unidades de ceram os sistemas de plantio e
ração e frutificação das espécies Conservação, Wagner Portilho e de manejo, além da organização
florestais citadas nas descrições Domingos Oliveira, dos moni- da Cooperafloresta. Na visita foi
das áreas. Cada grupo produziu tores ambientais Nilce Pereira e feita uma prática para incorpo-
seu calendário, conforme mode- Thiago Passos, e do técnico do ração de matéria orgânica e de
lo proposto no roteiro metodoló- IDESC, Agane Fibra Tello. plantio de algumas espécies.

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Capacitação de agricultores como agentes florestais restauradores Capacitação de agricultores como agentes florestais restauradores
Dias de campo com mutirão Participação dos agricultores em Feira de Troca de Sementes
Dias de campo também rodadas de apresentação para
foram realizados para propor- integração do grupo e de discus-
cionar vivência agroflorestal são sobre os sistemas produtivos
aos grupos de agricultores. e a importância da conservação
Entre as atividades praticadas ambiental. Em uma das oportu-
destacaram-se a incorporação de nidades, agricultores da Coope-
matéria orgânica ao solo, plantio, rafloresta participaram como
calagem, adubação e desbaste instrutores das práticas, apoiados
da vegetação existente, além das por técnicos do projeto.

Grupos de agricultores do a V Feira de Troca de Sementes agroecológicas, técnicos exten- participantes do projeto fizeram
projeto participaram da VII Feira Crioulas e Tradicionais do Estado sionistas, estudantes e profes- contatos com grupos de agriculto-
de Troca de Sementes e Mudas de São Paulo. A feira reuniu cerca sores de universidades e escolas res de diversas regiões do Estado
Tradicionais dos Quilombos do de 400 pessoas, entre agricultores técnicas e representantes da Rede e conhecerem outras experiências
Vale do Ribeira, realizada no familiares, comunidades indíge- de Sementes do Xingu. Além de no cultivo de sementes e mudas
município de Eldorado junto com nas, movimentos e associações trocarem sementes e mudas, os de alimentos tradicionais.
Oficinas sobre Compostagem e Biofertilizantes
A capacitação, solicitada elaboração de caldas orgânicas e
pelos próprios agricultores, de biofertilizantes para o controle Seminário final do Projeto
orientou sobre a preparação de de pragas e doenças e a melhoria
fertilizantes orgânicos utiliza- da produção, além da orientação
dos tanto nas áreas quanto na sobre a importância da análise
produção de mudas dos viveiros. de solo como forma de garantir a
As oficinas aconteceram nos adubação adequada dos plantios.
bairros Bela Vista e Barra da Cruz, Também foram abordados temas
com a parte prática desenvolvida relacionados ao planejamento
nos respectivos viveiros. Foram e organização da produção de
esclarecidas dúvidas sobre as mudas de espécies nativas nos
técnicas de compostagem e a viveiros comunitários.

Oficina de poda da erva-mate


O seminário de encerra- dos trabalhos. A programação ção, apontando os principais dade às ações. Entre os enca-
mento do Projeto Formando incluiu palestras, com temas resultados obtidos, e realizassem minhamentos, foi formado um
Florestas, realizado no Centro de relacionados ao projeto e ao uma reflexão sobre os pontos grupo de acompanhamento dos
Visitantes do Núcleo Cedro do dia-a-dia dos agricultores que positivos e negativos do projeto. trabalhos que serão realizados
Parque Estadual do Rio Turvo, vivem em Unidades de Conser- Ao final do Seminário, a partir do encerramento do
propiciou que mais de 60 agri- vação e, principalmente, abriu durante a plenária de apresen- projeto. O grupo conta com a
cultores e técnicos debatessem espaço para que os participantes tação dos grupos, foi construída participação de técnicos das
o processo de execução e os fizessem depoimentos sobre o a “árvore dos sonhos”, com as instituições parceiras e de agri-
resultados do projeto e discutis- desenvolvimento do projeto ao propostas de encaminhamento cultores representantes de cada
sem estratégias de continuidade longo dos três anos de execu- necessárias para dar continui- comunidade envolvida.
Com o crescimento das manutenção do crescimento área conta com um erval bem jeto e Parque Estadual do Rio
mudas de erva-mate plantadas equilibrado da planta, a elimi- diversificado, com plantas que Turvo e a organização parceira
nos módulos agroflorestais do nação de ramos secos ou doen- variam entre 0,8 a 1,5m de altu- TNC, cujos técnicos Júlio Tymus
projeto, houve a demanda de tes, além de dificultar o ataque ra (introduzidas pelo projeto) e (engenheiro florestal) e Paulo
realização de uma oficina para de pragas e doenças e facilitar a também com plantas mais ve- Santana (biólogo) coordenaram
capacitar os agricultores sobre entrada de luz para estimular o lhas, cuja altura chega a mais de a oficina. O técnico Júlio Tymus
o manejo correto do erval. A ofi- crescimento da planta. 8 metros. Esta diversidade pos- retornou em outra oportuni-
cina destacou a importância do O conteúdo teórico foi sibilitou a realização de todas as dade para realizar mais uma
papel da poda na condução de realizado no Centro de Visitan- práticas de poda necessárias em prática de campo de poda da
um erval, na produtividade e no tes do Parque Estadual do Rio cada fase da planta. As várias erva-mate, desta vez nos sítios
tempo de vida da planta, tendo Turvo e a parte prática no sítio ferramentas de poda utilizadas dos agricultores Anísio Padilha e
como principais benefícios a do agricultor José Fernandes. A foram disponibilizadas pelo pro- Joaquim Pereira.

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Implantação das áreas demonstrativas de recuperação e manejo agroflorestal Implantação das áreas demonstrativas de recuperação e manejo agroflorestal
Implantação das áreas demonstrativas de
recuperação e manejo agroflorestal
Após a realização das
oficinas de planejamento e
mapeamento participativo,
das vistorias técnicas e os diag-
nósticos de campo e a defini-
ção com os agricultores sobre
os modelos de restauração, foi
iniciada a primeira etapa de
distribuição das mudas e insu-
mos e dos plantios. A composi- Os mutirões nas áreas de SAF e nos viveiros
ção dos conjuntos de restau- Ao longo de todo o período mento sobre o trabalho feito de projeto, pequenos encontros de em algumas áreas, manutenção
ração contou com mudas das de execução do projeto, os modo solidário, além de trazer trabalho foram realizados pelos dos plantios e replantios, entre
três espécies-chave (araucária, mutirões praticados por agri- maior dinâmica e agilidade na agricultores sem a presença dos outras. Em meio ao trabalho,
erva-mate e juçara), frutíferas, cultores e técnicos marcaram instalação dos módulos agroflo- técnicos, numa demonstração representantes das comunida-
florestais nobres, frutíferas o processo de implantação e restais e no manejo e produção do fortalecimento dos grupos. des se responsabilizavam por
nativas e florestais de cresci- manutenção das áreas de agro- das mudas nos viveiros. Nos sítios, de forma geral, preparar as refeições servidas.
mento rápido. Destaca-se que, floresta, de capacitação e outras A iniciativa foi fomentada os mutirões mobilizaram Nos viveiros, os mutirões
no caso das áreas na RDS Qui- diversas atividades realizadas desde o início, após a pri- agricultores e técnicos em ajudaram na limpeza das áreas,
lombos da Barra do Turvo, os nos viveiros comunitários. A meira distribuição de mudas diversas práticas: carregamen- drenagem, fixação de mourões,
conjuntos não contemplaram prática, já bastante utilizada e insumos, quando foram to e distribuição das mudas e colocação de arames e cobertu-
a erva-mate, por não serem por grupos de agrofloresteiros realizados dois mutirões que insumos em campo, preparação ra e na preparação de germina-
áreas de ocorrência natural da da região, ajudou a fortalecer o contaram com a participação e das áreas com roçada, abertura dores, além da organização dos
espécie. Para fins de controle e vínculo entre os participantes, a experiência de agricultores da e adubação dos berços, plantio canteiros, produção e manejo
monitoramento, foi produzida possibilitou a troca de conheci- Cooperafloresta. No decorrer do das mudas, colocação de cercas das mudas.
uma ficha para descrição deta-
lhada do desenvolvimento das
espécies nos conjuntos. o calendário de acompanha- campo, organização e prepa- enriquecimento de capoeiras,
As mudas de nativas mento definido junto com os ração dos diversos mutirões e em um sistema de plantio
foram adquiridas dos viveiros grupos de cada Unidade de reuniões dos grupos. Além des- ancorado em espécies que
comunitários do Mosaico e de Conservação. Na elaboração sa troca de informações entre podem possibilitar retorno
outros viveiros da região, bem deste calendário também agricultores e técnicos, visando econômico aos agriculto-
como doadas por viveiros da foram indicadas as áreas que a correta condução e o bom res no futuro, em especial a
Unesp de Registro e do Insti- necessitariam de assistência desenvolvimento dos módulos erva-mate, o palmito juçara, a
tuto Vidágua; as de erva-mate técnica mais frequente. agroflorestais, nas rodadas pupunha e as espécies frutífe-
vieram de viveiros dos Estados Na segunda etapa do de visitas também foi feito o ras. Estas últimas, em alguns
do Paraná e Santa Catarina, e projeto foram distribuídas as georreferenciamento das áreas casos, foram plantadas em
as mudas de frutíferas de clima mudas remanescentes, com a para posterior elaboração de áreas separadas dos módulos
temperado e citros foram continuidade das visitas a cada seus respectivos mapas. de restauração, próximas às
adquiridas em viveiro da CATI. agricultor para levantamento Aliado à situação geral das residências dos agricultores.
As mudas de pupunha foram e análise da situação das áreas, áreas, o levantamento detalha- Nas áreas das APAs, a intro-
adquiridas na região e as de das condições fitossanitárias do realizado na segunda etapa dução das mudas de banana,
banana, doadas por agriculto- das mudas, das ocorrências de apontou também o grupo de associadas às de erva-mate,
res vizinhos. perdas e/ou outros problemas agricultores que concretamen- foi um dos principais motivos
A atividade de distribuição no manejo, do estágio de cada te havia aderido ao projeto e para garantir a manutenção
das mudas e insumos teve a plantio, das espécies presen- que cumpriria todas as etapas das áreas, o mesmo ocorrendo
participação ativa dos agricul- tes e seu desenvolvimento e previstas. Desta forma, dos 55 com as áreas onde foi feito o
tores, que apoiaram o carrega- as necessidades de mudas de agricultores iniciais, o projeto plantio de mudas de pupunha.
mento e descarregamento dos determinadas espécies que chegou à fase final envolvendo A expectativa gerada com a
materiais, ajudando também cada área ainda demandava efetivamente um grupo de 41 possibilidade desse manejo
na separação e organização em cada período. agricultores. no futuro também fez surgir
dos kits de mudas e insumos As visitas técnicas também Destaca-se que, duran- a demanda de ampliação das
realizados na sede do Parque propiciaram à equipe e aos te a execução do projeto, o áreas por parte de alguns
Estadual do Rio Turvo. agricultores a discussão de modelo inicialmente proposto agricultores.
A implantação dos módu- alternativas para enfrentar as de implantação de unidades Ao final do projeto a
los foi executada pelos agri- dificuldades encontradas na demonstrativas de agroflores- situação da maioria das áreas
cultores, sob a orientação dos implantação ou manutenção tas foi se concretizando mais é satisfatória, com as mudas
técnicos, que realizaram visitas dos módulos, definição da pro- como um modelo de recupera- apresentando bom estágio de
periódicas nos sítios seguindo gramação das oficinas e dias de ção de áreas degradadas e de desenvolvimento.

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Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
Áreas Demonstrativas de Agrofloresta RDS dos Quilombos Áreas Demonstrativas de Agrofloresta APA Planalto do Turvo Áreas Demonstrativas de Agrofloresta APA Rios Vermelho e Pardinho Campo de Matrizes Florestais APA Planalto do Turvo

Campo de Matrizes Florestais APA Rios Vermelho e Pardinho MUDAS DISTRIBUÍDAS Agricultores participantes do Projeto e áreas implantadas
Mudas distribuídas pelo projeto para composição das áreas de Agricultores do Bairro Bela Vista – APA Agricultores da RDS dos Quilombos Agricultores da APA Rio Vermelho /
Quant. Área (ha) Área (ha) Área (ha)
recuperação e manejo florestal Planalto do Turvo da Barra do Turvo Rio Pardinho
Erva Mate 14.100 Afonso Quintino 0,33 Benedito de Paula Moura 1,20 Anísio Padilha 2,10
Espécies Nativas: Ingá, Miguel Pintado, Óleo de Copaíba, Capororoca, Alcídio Ferreira dos Santos 0,66 Clarisdina Alves dos Santos 0,22 Ari Belemer 0,40
Jacatirão, Pau Cigarra Laranja de Macaco, Pessegueiro Bravo, Ipês, Aro- 8.000
Daniel Messias dos Santos 0,35 Dolíria Rodrigues de Paula Reis 0,40 Arnaldo da Silva Pedroso 0,80
eira, Guapeva, Cedro, Mamica de Porca, Canjarana, Tarumã, Guapiruvu
EtmarKolm 0,35 Joaquim Pontes de Paiva 0,40 DelmarKempf 0,30
Banana 5.000
Fernando Ramos (PEPE) 1,00 José Alvarenga Filho 0,18 Damião da Silva 0,10
Pupunha 4.000
Francisco José Dias 0,65 Juvenal de Lima 0,50 Djalma dos Santos Bandeira 0,60
Araucária 2.000
GasparinaGolembieiwski 0,50 Lourival de Moura 0,50 Francisco Cardoso dos Santos 0,35
Juçara 2.000
Jacir Alves 0,87 Lude Quirino 0,30 GenuirAntonioWilamoski 0,50
Frutíferas: Ameixa, Atemóia, Caqui, Caqui Fuyu, Figo da Índia, Goiaba,
Jabuticaba, Jabuticaba Paulista, Jabuticaba Sabara, Jambo, Jenipapo, Jair Barbosa 0,70 Ozico Pereira 0,30 Gilberto Pereira Barbosa 0,24
Pera Dura, Uva Isabel, Uva Niagara Branca, Uva Niagara Branca, Uva
Niagara Rosada, Uvaia -Laranja Comum; Laranja Bahia; Laranja Lima, 1.936 Rozarinha Bernardo de Oliveira 0,36 Pedro Morato - In Memoriam 0,37 Jadir Bandeira 8,64
Laranja Pera Rio, Limão Siciliano, Limão Taiti, Mixirica Carioca, Mixirica Sebastião Leão de Oliveira 0,33 Vandir Ferreira Belemer 0,32 João Matoso 0,40
Morgota, Tangerina Pocan, Laranja Sanguinae, Laranja Seleta, Tangerina,
Caqui Chocolate, Jaca. Vicente Moreira 0,30 Vanilda Aparecida 0,40 Jose Fernandes 0,40

Frutíferas Nativas: Araçá vermelho e amarelo, Araticum, Cabeludinha, Joaquim Pereira da Silva 0,45
Cambuci, Jerivá, Cambuca, Gabiroba, Grumixama, Pitanga, Goiaba do 1.000 Raimundo José dos Santos 0,32
Campo, Bacupari Quadro DE Produção e Vendas de Mudas nos Viveiros
Roseli Aparecida da Silva 0,20
Café 250 Comunitários do Mosaico do Jacupiranga
Total 38.286 Período: Outubro/2014 a Abril/2015 Sebastião de Assis 1,00
Valdeci Bueno 1,14
Quant. Quant. Quant.
Estoque de Mudas Estoque de Mudas Estoque de Mudas
de mudas de mudas de mudas

Grupo Barra da Cruz 1 45.759 Venda Por Grupo Total Geral


Grupo Barra da Cruz 2 22.307 Grupo Barra da Cruz 1 16.800 Estoque 128.698
Grupo Bela Vista 55.632 Grupo Barra da Cruz 2 17.639 Vendas 41.889
Grupo RDS Quilombo 5.000 Grupo Bela Vista 7.450 Total Estoque + Venda 170.587
Estoque Total 128.698 Venda Total 41.889

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Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Mosaico do Jacupiranga Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Mosaico do Jacupiranga
Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Curso de coleta de sementes e produção de mudas
Combinando exposição

Mosaico do Jacupiranga teórica com diversas práticas de


campo, o curso de produção de
mudas e coleta de sementes foi
realizado no bairro Bela Vista,
em parceria com a UNESP de
Registro e o Instituto Vidágua. A
atividade orientou os agricul-
tores e viveiristas do projeto
sobre temas diversos, como as
formas de coleta, equipamen-
tos e segurança na coleta de
sementes nativas, formas de be- amento, adubação, irrigação,
neficiamento e armazenamento controle de pragas, rustificação
das sementes, estrutura para das mudas, transporte e plantio.
produção de mudas nativas, Na programação também foi
escolha das espécies, quebra aberto espaço para debate so-
de dormência e características bre o cadastro dos produtores e
das sementes e do ambiente de efetivação da regularização dos
As atividades do projeto a comunidade do bairro Pedra ocorrência, semeadura, subs- viveiros perante o Ministério da
foram direcionadas a quatro Preta, inicialmente para a reati- tratos e embalagens, sombre- Agricultura.
grupos coletivos de produção vação do viveiro e depois para
de mudas que estão em pleno a manutenção e mobilização da
funcionamento no Mosaico do comunidade em torno da unida-
Jacupiranga: viveiro Bela Vista
(APA Planalto do Turvo), viveiros
de produtiva. Foram realizados
serviços de limpeza da área,
Levantamento e marcação de matrizes
Barra da Cruz I e II (APA Rios organização das mudas existen-
Vermelhos e Pardinho) e viveiro tes, além do planejamento de
Pedra Preta (RDS dos Quilom- funcionamento do viveiro.
bos), além de dois viveiros Ao longo do período, a
autônomos que participam do assistência técnica aos empre-
grupo de viveiristas do bairro endimentos coletivos foi dire-
Bela Vista. cionada para atendimento das
O trabalho buscou o forta- necessidades dos grupos, com
lecimento dos viveiros tendo ênfase nas orientações sobre
como foco a melhoria da produ- planejamento e escalonamento
ção de mudas para uso próprio da produção, época de coleta
das comunidades e também de sementes, taxa de germi-
para comercialização, buscando nação, adubação direcionada, prontas para a comercialização sobre as responsabilidades de
a abertura de novos mercados substrato, composto orgânico, e as mudas não rustificadas, cada um e a importância do tra-
para a produção dos grupos e fitossanidade, condução e tratos separadas por grupo sucessional balho solidário e da repercussão O projeto dedicou especial metodologia para o trabalho de pativo efetivou sete campos de dos viveiros junto ao RENASEM
visando maior geração de renda culturais, controle de estoque de (pioneiras e não pioneiras), e a que alcança para a comunidade atenção ao trabalho de marca- seleção e marcação. matrizes: 145 matrizes no grupo - Registro Nacional de Sementes
para as comunidades. produção e comercialização das altura de cada muda. Também como um todo. ção das matrizes de espécies No campo, a ação conjunta do bairro Bela Vista e 81 matri- e Mudas, emitido pelo MAPA.
Inicialmente foi realizado mudas, além do levantamento, foram realizadas palestras para Como resultados, desta- florestais nativas utilizadas para de técnicos e agricultores reali- zes nos dois grupos da Barra da O levantamento possibilita
o inventário das mudas nos seleção e georreferenciamento abordagem do cultivo de erva- cam-se melhorias na qualidade a coleta de sementes. Foram zou a marcação e o georreferen- Cruz, totalizando 226 matrizes visualizar a localização, quanti-
viveiros para a composição dos de todas as matrizes utilizadas mate, da coleta de sementes até das mudas, na organização realizadas reuniões preparató- ciamento das matrizes onde são de 96 espécies diferentes, dade e variedade de matrizes e
primeiros conjuntos de res- para a coleta das sementes. a produção da muda. dos viveiros, com os cantei- rias nos grupos, palestras e dias coletadas as sementes utilizadas georreferenciadas e lançadas espécies, contribuindo também
tauração e produzido material O inventário da produção Várias reuniões com os ros devidamente separados de campo, onde foram abor- na produção de mudas nos em mapa. Todo esse material para o planejamento e organiza-
para controle da produção nos e comercialização dos viveiros grupos discutiram a atividade por espécie e por altura das dados os critérios genéticos e a viveiros. O levantamento partici- foi utilizado na regularização ção da produção de mudas.
viveiros. Destaca-se também comunitários levou em conta o conjunta nos viveiros e suas mudas, no substrato utilizado
a realização de mutirões com estoque das mudas rustificadas vantagens, com sensibilização para produção, na nutrição das
mudas com práticas frequentes
de adubação foliar e avanços
no controle fitossanitário e no
processo de rustificação das mu-
das. Quanto ao planejamento e
gerenciamento das atividades
nos viveiros, ressalta-se que os
grupos ainda apresentam neces-
sidade de apoio, bem como no
processo de comercialização das
mudas.

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Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Mosaico do Jacupiranga Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Mosaico do Jacupiranga
Encontros de viveiristas e produtores de mudas nativas Regularização dos viveiros
comunitários Depoimentos
“Limão, banana, laranja, poncã, erva-mate...Tudo isso já colhi na
área recuperada e meus netinhos já usaram. Nós temos a terra e o
projeto nos deu as mudas, o insumo, incentivando a gente a plantar.
Agora quero que meus filhos e netos me ajudem a plantar mais
frutas. Também estamos fazendo as contas, estudando se não vale
a pena plantar mais mudas de juçara, tem tanta semente disponí-
vel!...”.
Jadir Bandeira dos Santos, 64 anos, bairro Rio Vermelho – Barra
do Turvo/SP

No decorrer do projeto, os produção regional, propiciar “A erva-mate era uma coisa que estava muito longe, mas hoje está
agricultores tiveram a oportu- a troca de informações e de aqui no nosso quintal. O palmito também cresce lindo nas nossas
nidade de participar de dois sementes entre os grupos e roças. Cada um teve sua luta para que isso fosse pra frente. Muitas
encontros de viveiristas: o ampliar a comercialização das vezes ouvimos críticas, de gente que não acreditava, dizendo: “Vocês
primeiro, realizado no Centro de mudas produzidas. A participa- vão comer mato?”. Hoje, quando a gente olha no quintal e vê as
Visitantes do Parque Estadual do ção dos agricultores do Mosai- frutas crescendo, dando laranjinha, poncã, a gente sabe que valeu
Rio Turvo reuniu os agricultores co nestes espaços abre novos a pena. E ainda vai dar muito mais fruta, essa é a nossa esperança,
atuantes nos viveiros comunitá- horizontes para o trabalho que porque eu e meu marido plantamos até mais do que estava previsto
rios do Mosaico do Jacupiranga; desenvolvem e contribui para
no projeto. Aumentamos a área de plantio, com mais palmito,
e o segundo, sediado na CATI, o fortalecimento da atividade
em Registro, reuniu produtores dos viveiros.
mudas de frutas e até flores. A gente fica orgulhosa, porque hoje
de mudas nativas de vários Após o encontro regional, estamos cuidando mais da água e das nossas áreas, que estavam
municípios do Vale do Ribeira. A foi realizada no bairro Bela Vista abandonadas e que já estão cheias de mato”.
equipe técnica do projeto parti- das dificuldades encontradas está sendo articulada por insti- uma oficina de planejamento Maria Izaldite Dias, 62 anos, bairro Bela Vista – Barra do Turvo/SP
cipou da coordenação de ambos pelos viveiros para atender à tuições parceiras que desenvol- participativo, dando início aos A regularização dos Também foi juntada e orga-
os eventos, junto com institui- demanda do mercado. vem ações na região em apoio encaminhamentos de formação viveiros junto ao Ministério da nizada toda a documentação
ções parceiras e apoiadores. da Rede Regional e de continui-
“O projeto juntou as pessoas das comunidades. A gente passou a se
Na programação do Encon- ao fortalecimento do trabalho Agricultura (MAPA) se deu após exigida. O projeto viabilizou
No Encontro dos Viveiros tro Regional de Produtores de de viveiristas e agricultores que dade à capacitação dos viveiris- ver nas reuniões, nas oficinas, nos conselhos, sempre conversando
o esforço conjunto da equipe o registro para três grupos de sobre as mudas. O projeto começou pequeno, mas hoje está gigante,
Comunitários do Mosaico do Mudas Nativas, além do debate se dedicam à produção de espé- tas. A oficina reuniu represen- técnica e dos agricultores, que produtores: Bela Vista, Barra da
Jacupiranga foram discutidas sobre o panorama atual do cies nativas da Mata Atlântica. tantes dos viveiros comunitários todos nós estamos de parabéns. O projeto movimentou 70% da
realizaram os levantamentos de Cruz I e o grupo do Quilombo
questões referentes à situação mercado de espécies florestais, A formação da Rede tem do Mosaico do Jacupiranga e estoque de mudas nos viveiros Pedra Preta. O grupo do viveiro
comunidade, que hoje está vendo o lado do meio ambiente como
da produção de mudas pelos foi discutida a proposta de o objetivo de qualificar o foi coordenada por técnicos do e o georreferenciamento das Barra da Cruz II também teve ponto positivo. As pessoas aprenderam a plantar alguma coisa. Eu
viveiristas, qualidade e disponi- formação da Rede Regional de trabalho dos empreendimen- Sebrae-SP, Unesp de Registro e matrizes, além da elaboração todo o processo de protocolo mesmo não tinha noção do que era plantar um pé de árvore. Na
bilidade e comercialização, além Viveiros de Mudas Nativas, que tos produtivos, padronizar a do Projeto Formando Florestas. dos croquis dos viveiros e das do registro preparado e orga- comunidade tinha gente que criticava, perguntando se eu ia comer
planilhas com as matrizes já ca- nizado pelo projeto, e aguarda erva-mate ou pé de mato. Pra mim, foi importante. Hoje tenho qua-
dastradas e georreferenciadas a resolução de uma pendência tro áreas com erva-mate, que já comecei a colher, tem banana dando
- informações básicas para o de documentação do sítio que cacho, araucária e juçara. Plantei também mais de dois mil pés de
alcance do RENASEM - Registro representará o viveiro para nativas na beira dos córregos. Isso significa que, daqui um tempo,
Nacional de Sementes e Mudas. finalização do processo. vou ter árvore grande protegendo minha água. Talvez eu não use
todas essas árvores, mas amanhã podem servir para alguém”.
Anísio Padilha, 54 anos, bairro Rio Vermelho/Taquarão – Barra do
Turvo/SP

“Plantei as mudas na cabeceira da água, onde só pingava água anti-


gamente. Hoje, com o trabalho feito, a água abastece até a vizinha”.
Clarisdina Alves dos Santos, Quilombo Ribeirão Grande/Terra
Participação dos agricultores em Workshop de Arborização Urbana Seca – Barra do Turvo/SP

Um grupo de agricultores, de Registro. O evento reuniu Na programação foram abor- os agricultores visualizarem a
representando os viveiros dos estudantes e profissionais da dadas as melhores práticas de arborização urbana como uma “Não tinha água, minha área era devastada. Com o projeto, conse-
bairros Bela Vista e Barra da área e produtores de mudas manejo da arborização urbana, alternativa de mercado para a gui as mudas, mas não tinha condições de plantar e o projeto me
Cruz, junto com os técnicos para discutir assuntos relacio- coleta de sementes de espé- produção dos viveiros, além de ajudou a plantar. Agradeço a todos que roçaram, deram uma força.
do projeto participaram de nados aos benefícios, méto- cies para arborização urbana poderem trocar informações Hoje a área está bonita, tem banana, araucária, as nativas estão
Workshop sobre Arboriza- dos, obstáculos e as dificul- e produção de mudas destas e conhecer novas experiên- bonitas. Hoje tenho um poço enorme e a água corre à vontade”.
ção Urbana, organizado pela dades encontradas na região espécies, entre outros temas. cias relativas à produção de Gasparina Augusta Golembieswski, bairro Bela Vista – Barra do
UNESP e a Prefeitura Municipal relativas à arborização urbana. O evento foi importante para mudas. Turvo/SP

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Fortalecimento dos Viveiros Comunitários no Mosaico do Jacupiranga Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
Parcerias para ampliar a comercialização das mudas A erva-mate da nossa área já veio e é um sucesso. Secamos a erva
no forno, pilamos no pilão e peneiramos na peneira. Aprendemos a
Além dos trabalhos de de Viveiros do Vale do Ribeira, desse trabalho com os grupos, tores familiares que produzem fazer muita coisa. Nosso sítio vai ficar lindo, hein!”.
planejamento e melhoria da que está sendo coordenada pela na APA Cajati – área de entorno mudas em quintais, apoiando a Nair dos Santos, bairro Barra da Cruz – Barra do Turvo/SP
produção, dos estudos técni- UNESP de Registro, Instituto Vi- do projeto – foi feito acompa- comercialização da produção e
cos necessários à formalização dágua e o Sebrae regional. Além nhamento técnico a 20 agricul- organização do estoque.
junto ao RENASEM, o projeto “Depois do plantio da erva-mate, agora o esforço e o movimento tem
também atuou fortemente na de ser pra continuar o trabalho e conseguir beneficiar e comercializar
articulação de novos parcei- essa erva. O projeto mostrou que a gente tem de trabalhar em parceria
ros para os viveiros, visando e que tem muito jeito de trabalhar mantendo o meio ambiente em
ampliar a comercialização das
forma e, ao mesmo tempo, a gente sobrevivendo. Se a gente vai comer
mudas produzidas. Além de
garantir a aquisição de mu-
árvore? O que sei é que todos nós temos a obrigação de preservar o
das dos viveiristas locais para meio ambiente. É só ver o resultado: com o plantio das mudas, onde
os plantios executados por antes não tinha água, hoje a água voltou com sobra!”.
organizações parceiras - em Sebastião Oliveira (Tião Boi), bairro Cedro – Barra do Turvo/SP
atendimento às demandas de
compensação ambiental e de
projetos de restauração em
“Com o projeto a gente está fazendo o trabalho de uma floresta com-
andamento na região - alguns posta, plantando erva-mate junto com a banana, com as árvores
agricultores do projeto também nativas, com o palmito juçara e a pupunha. No futuro, essa floresta
realizaram o plantio das mudas, vai ser importante para os pássaros, para os bichos e para a gente.
gerando mais uma fonte de E também para as futuras gerações, o que me deixa feliz, porque
renda às comunidades. meu neto, quando terminar de estudar, pode apoiar a gente a dar
Técnicos do projeto tam- andamento nesse trabalho”.
bém participam da articulação Joaquim Pereira da Silva, bairro Rio Vermelho - Barra do Turvo/SP
regional para formação da Rede

“Nós pedimos um projeto que viesse melhorar a nossa renda. E o pro-


jeto Formando Floresta veio para ajudar os viveiros e implantar áreas
de SAF, que é essa mistura de coisa que o agrofloresteiro já faz, e é isso
Monitoramento nas reuniões com os agricultores e nos Conselhos das UCs que estamos trabalhando também, plantando erva-mate, juçara e o
pinheiro do Paraná. No início, foi falado que o projeto era pequeno,
Além das reuniões de Unidade de Conservação, onde nidades. Além dos agricultores bem como definida a programa- mas para nós isso é uma grandeza, porque é um dos primeiros projetos
planejamento e avaliação das os participantes, juntamente do projeto, lideranças comuni- ção das etapas seguintes. Nas
que veio para nós aqui. Quero agradecer a toda equipe envolvida
atividades realizadas pela equi- com os técnicos e os gestores tárias também participaram das reuniões foram apresentadas
pe técnica, o monitoramento das APAs e RDS, apresentavam reuniões. questões peculiares de cada
porque sem os técnicos a gente não estaria fazendo isso também”.
do projeto foi feito em reuniões os pontos positivos e negativos Além das informações sobre grupo, além de encaminha- Valdeci Bueno, bairro Rio Vermelho - Barra do Turvo/SP
e encontros periódicos com os e apontavam as principais de- os trabalhos realizados, dúvidas mentos relativos ao trabalho no
grupos de agricultores de cada mandas e sugestões das comu- também foram esclarecidas, campo, como a definição pela “Com o projeto, estamos vendendo as mudas nativas, plantando
realização de mutirões de ma-
a erva-mate e as nativas também, ajudando a reflorestar a parte
nutenção e de plantio; levanta-
mento das demandas de novas
degradada das áreas. A gente está contente com todo o pessoal que
mudas; definição dos temas está dando apoio e uma força pra nós”.
das oficinas de capacitação e Ari Belemer, bairro Santa Marta - Barra do Turvo/SP
avaliação da assistência técnica
prestada aos agricultores e aos
viveiros comunitários.
“Estou contente com o projeto, que está bem sucedido e ajuda a
Nos Conselhos das Unida- reflorestar as áreas. O projeto não devia parar, devia continuar,
des de Conservação do Mosaico porque quanto mais tempo prolonga, mais benefícios isso traz para
do Jacupiranga, o Projeto os agricultores e a comunidade”.
Formando Florestas esteve Altimar Kohm, bairro Cedro - Barra do Turvo/SP
sempre na pauta dos debates,
com apresentação dos resulta-
dos das atividades, da execu- “Com gestão compartilhada, o projeto possibilitou a integração
ção orçamentária e discussão entre as UCs do Mosaico e também o trabalho integrado com outros
com os conselheiros sobre o projetos, potencializando recursos e esforços tendo em vista a recu-
desenvolvimento das ações. peração florestal. Agradeço por ter tido a oportunidade de apoiar o
Para o Projeto, os Conselhos trabalho feito junto aos agricultores. Fico feliz de ver os frutos que
tornaram-se importante espaço já estão vindo. Parabenizo toda a equipe e agradeço por fazer parte
de participação e fórum de dessa história. Espero que o projeto não acabe, mas rebrote!”.
acompanhamento e monitora- Tiago Vecki, gestor do Parque Estadual do Rio Turvo (PERT) – Mosai-
mento da execução de todas as co do Jacupiranga
suas etapas.

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Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
Parcerias fortalecem e ampliam ações “O povo de Barra do Turvo tem uma vocação danada para traba-
lhar com a floresta. E as várias iniciativas de agrofloresta, com o
As parcerias são um dos elaborados pela Cativar, com de Barra do Turvo. A experiência técnicos do projeto. Ainda em do projeto e a necessidade de ção da proposta e formação resultado já alcançado, que existem no município também indicam
pontos positivos do Projeto, temas de interesse do público de restauração participativa pra- relação a esta parceria, destaca- dar continuidade às ações de de grupos que serão atendidos isso. Na RDS Quilombos de Barra do Turvo também há essa carac-
tanto as institucionais quanto as atendido pelo projeto: “Noções ticada pelo Formando Florestas se a participação da equipe assistência técnica aos agri- pelo novo projeto. O mesmo terística. Nas reuniões do Conselho, a prática de conversar sobre o
que foram se consolidando com Básicas para a Produção de Hor- serviu de modelo para a elabo- técnica do Formando Florestas cultores, a equipe técnica do processo foi articulado com a
organizações da sociedade civil taliças” e “Noções Básicas para ração de um projeto similar em nos debates para a formação Formando Florestas articulou Oscip Associação Terceira Via,
projeto foi motivadora. Lembro o trabalho interessante que foi feito
e os agricultores. O projeto teve Produção de Mudas de Espécies parceria com o Sindicato dos da Rede de Viveiros do Vale uma parceria com a ONG SOF que também iniciou um projeto com os Jovens Comunicadores, que deu condição para que os jovens
uma forte articulação com a Florestais”. Trabalhadores Rurais de Cajati e do Ribeira, que a UNESP está Sempreviva, que está iniciando de extensão Rural - ATER Agro- pudessem reconhecer oportunidades em seus lugares, envolvendo-
Fundação Florestal, cuja parceria O Formando Florestas com a Associação da Agricultura articulando junto com o SEBRAE um projeto de ATER na região ecologia – em Barra do Turvo, os no calendário da coleta de sementes e na produção nos viveiros,
foi fundamental para o enca- possibilitou a aproximação da Familiar de Cajati, apresentado regional e a ONG Vidágua, no envolvendo mulheres agriculto- possibilitando que os grupos atividades que podem gerar renda. Se hoje o projeto tem resultados
minhamento de todas as ações ONG TNC com os viveiristas a um edital da Secretaria de âmbito de um projeto financia- ras. Com recursos do Ministério de agricultores das APAs e RDS a apresentar, também se deve ao fato de ter juntado parcerias nesta
executadas. No aspecto técnico, comunitários, viabilizando a Estado do Meio Ambiente de do no Comitê da Bacia do Rio do Desenvolvimento Agrário, também possam ser atendi- caminhada. O projeto Formando Florestas juntou isso: a vocação do
as reuniões formais e os conta- comercialização de mudas São Paulo (Microbacias II). Ribeira. O Formando Florestas o projeto pretende atuar no dos por esse novo projeto. A lugar e as parcerias, para poder andar e colher os frutos. E é assim
tos sistemáticos realizados entre dos viveiros para projetos de A UNESP Campus de Regis- também apoiou projeto do processo produtivo e organi- proposta é que os serviços de que temos de continuar tocando a luta”.
a equipe técnica e os gestores restauração florestal que a ONG tro foi outra instituição parceira, Instituto Socioambiental (ISA) zacional, com base nos princí- assistência técnica viabiliza- Wagner Gomes Portilho, gestor da RDS dos Quilombos de Barra
das UCs (APAs Planalto do Turvo desenvolve na região, além da com doação de mudas para que trata da formação de jovens pios da Agroecologia e com o do pelo Formando Florestas do Turvo – Mosaico do Jacupiranga
e Rio Vermelho e Pardinho, RDS integração do trabalho para o projeto e encaminhamento agricultores para as questões objetivo de orientar o desenho aos grupos de agricultores do
dos Quilombos da Barra do Tur- apoiar a logística de distribuição de estagiários de conclusão socioambientais, divulgando e e o manejo de agroecossistemas Mosaico do Jacupiranga possam
vo e do Parque Estadual do Rio das mudas até as áreas de plan- do curso de Agronomia para encaminhando filhos dos agri- sustentáveis. Diversas reuniões ter continuidade, seja através “Os agricultores sempre nos contam que antes, nesse local, o pessoal
Turvo), aliados à discussão do tio e da articulação feita junto a atuação em algumas atividades cultores para participarem das foram articuladas com mulheres dos projetos de ATER Mulher e do Meio Ambiente não permitia nada, era só multa, Delegacia
projeto em praticamente todas agricultores visando a cessão de de campo, o que fortaleceu a ações de capacitação previstas. agricultoras das Unidades de Agroecologia ou pela atuação e Fórum. Hoje, eles ficam cobrando a todo instante para poder
as reuniões dos Conselhos das novas áreas para os plantios. A troca de conhecimento entre os Tendo em vista o término Conservação para apresenta- na Rede Regional de Viveiros. participar de um projeto como o Formando Florestas, onde o senhor
UCs, se transformaram em um ação resultou em um plantio de Francisco, do Bairro Bela Vista, me fala que ganhou mais dinheiro
espaço valioso de troca de co- mais 08 hectares, com as mudas com muda do que com o gado. Os que antes cortavam mato e fugiam
nhecimento e experiência e de adquiridas dos viveiros comuni-
da fiscalização, hoje ficam zangados por não participarem de um
acompanhamento do projeto. tários e o trabalho de campo de
No aspecto operacional, a implantação das áreas realizado
projeto para plantar mato. Numa região tão carente de apoio, quan-
parceria do Parque Estadual do por agricultores do projeto. Ou- do aparece um projeto como esse, é de se agradecer!. Fazer gestão de
Rio Turvo viabilizou com maior tra ação de destaque da parceria Unidade de Conservação é difícil e o projeto Formando Florestas nos
agilidade o cumprimento de foi a realização da oficina de fez esquecer das dificuldades”.
todas as atividades. Além do poda da erva-mate, em que a Domingos Aparecido de Oliveira, gestor da APA Cajati, APA
apoio de técnicos, monitores e TNC disponibilizou dois técnicos Planalto do Turvo e APA Rio Vermelho e Rio Pardinho - Mosaico do
pessoal da área operacional, o para a coordenação pedagógica Jacupiranga
Parque também cedeu espaços da oficina e ainda produziu e
no Núcleo Cedro para arma- disponibilizou o material didáti-
“Tive a oportunidade de participar do projeto desde a escolha e o
zenamento de mudas e dos co para a capacitação.
insumos distribuídos para os Também foi fruto da articu-
levantamento das áreas, o trabalho com os Jovens Comunicadores,
agricultores, além de alojamen- lação feita pela equipe técnica com os viveiros nas APAs. Conheço 90% das áreas que foram traba-
to para os técnicos que atuaram do projeto com a ONG Iniciativa lhadas pelo projeto. Agradeço a forma como a equipe foi tratada
na área e do Centro de Visitantes Verde a execução do plantio em cada casa, em cada sítio. A gente via no olho de cada agricultor o
para a realização dos diversos de 30 hectares em áreas do prazer de ter plantado cada muda, às vezes até se lamentando por
encontros e reuniões. Parque Estadual do Rio Turvo, ter perdido algumas, que serviram de alimento para as capivaras”.
Destacam-se também a par- cujas mudas foram adquiridas Tiago Passos, monitor e presidente da Associação dos Moradores
ceria com a Prefeitura Municipal dos viveiros do projeto. Além de da Capelinha – Parque Estadual do Rio Turvo (PERT) – Mosaico do
de Barra do Turvo, no apoio à viabilizar a aquisição das mudas Jacupiranga
realização de reuniões conjuntas e apoiar toda a operação neces-
para planejamento das ações de sária para o plantio, a parceria
apoio aos viveiros comunitários; fomentou a geração de renda “O que tinha sido planejado, foi realizado. Uma conquista a se co-
e a articulação com a Fundação local e contribuiu para a cultura memorar é o Renasem para os viveiros, alcançado com o trabalho de
ITESP, para potencializar a assis- da conservação florestal ao técnicos parceiros. O Renasem é mais um incentivo para os agriculto-
tência técnica ao viveiro do Qui- possibilitar que o plantio fosse res produzirem mudas com qualidade”.
lombo Pedra Preta, e com a CA- realizado por agricultores do Ronivaldo Moura, técnico do IDESC - Projeto Formando Florestas
TIVAR, cooperativa de técnicos projeto, que foram capacitados
que desenvolveu trabalhos na para a execução dos serviços de
região. Foi produzido, em par- restauração. “Nunca vou esquecer que estávamos carregando o caminhão com
ceria com a CATIVAR, o boletim O projeto manteve uma mudas e insumos para distribuir nos sítios, num dia com tempo
informativo “A nova lei florestal profícua relação com os muito feio. E, de repente, foi aparecendo um monte de gente pra
e o Vale do Ribeira”, atendendo agricultores do Mosaico e suas ajudar a trabalhar. Foi assim o projeto, feito em parceria, com mui-
às demandas levantadas pelos organizações, em especial com tos mutirões juntando os agricultores e os técnicos. E assim o projeto
grupos de agricultores sobre o as Associações de Remanes- termina, mas os trabalhos seguem...”.
Código Florestal. Também foi centes de Quilombos e com a Jeferson Cabral, técnico do IDESC - Projeto Formando Florestas
feita a ampla distribuição de COOPERAFLORESTA, Associação
outras duas edições de boletins dos Agricultores Agroflorestais

18 agosto / 2015 agosto / 2015 19


Formando Florestas no Mosaico do Jacupiranga
Resultados alcançados
Capacitação de agricultores como agentes florestais
restauradores

Implantação de 25 ha de áreas demonstrativas de


recuperação e manejo agroflorestal em Unidades
de Conservação de Uso Sustentável no Mosaico do
Jacupiranga

Mais 38 ha de restauração florestal implantados nas


UCs por meio de parcerias articuladas pelo Projeto
Formando Florestas

Plantio de cerca de 40 mil mudas de juçara, erva-


mate, araucária e diversidade de outras espécies
florestais nativas e frutíferas em áreas das Unidades
de Conservação

Fortalecimento dos viveiros comunitários do Mosaico


do Jacupiranga, com capacitação de agricultores e
viveiristas para melhoria do processo produtivo e
fomento para produção de mais de 170 mil mudas de
espécies florestais nativas da Mata Atlântica e comer-
cialização de mais de 40 mil mudas no período

Formalização de três viveiros comunitários do Mosai-


co do Jacupiranga perante o Ministério da Agricultura

Principais encaminhamentos
propostos no Seminário
Final do Projeto
Formação de grupo para acompanhamento dos
trabalhos a partir do encerramento do projeto, envol-
vendo técnicos das instituições parceiras e agriculto-
res representantes de cada comunidade envolvida

Realização periódica de monitoramento das áreas


de recuperação e manejo florestal implantadas pelo
projeto, a ser feito pela equipe técnica das Unidades
de Conservação do Mosaico do Jacupiranga

Ampliação do mercado para as mudas produzidas


nos viveiros comunitários

Busca de parcerias e/ou novos projetos para viabilizar


o beneficiamento e a comercialização da erva-mate
produzida nas áreas implantadas

REALIZAÇÃO: APOIO:

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20

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