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A discursão será sobre o capítulo oito, Cultura, sociedade, arte e educação num

mundo pós-moderno, de Arthur D. Efand, do livro, O pós-modernismo, de J. Guinburg


e Ana Mae Barbosa. Apesar da publicação do livro ter sido em 2005, as questões
abordadas são atuais para os arte-educadores.

O autor já começa introduzindo as três áreas que podem influenciar na cultura,


sociedade, arte e educação, são elas: A transição do modernismo para o pós-
modernismo, o surgimento do mercado cultural e o mundo pós-Guerra Fria.

Para a explicar o movimento modernista, o autor descreve seguinte forma:

“Embora o modernismo tenha sido um impacto tremendo nas


culturas do mundo ocidental pelos últimos dois ou três séculos,
sua influência não se limitou ao Ocidente. Afetou seres humanos
no mundo inteiro, tanto de maneira positiva quanto de maneira
negativa. O modernismo como revolução cultural inclui mais do
artes e literatura.”

Ele é visto como pensamento da cultura ocidental, que engloba o liberalismo científico,
tecnológico, industrial, econômico, individual e político como aspectos interativos.
Essa é a configuração do modernismo cultural que estabelece base para a estética
modernista.

Já a estética modernista fala sobre o desenvolvimento estético das artes nos fins do
século XIX e início do século XX. O modernismo estético tentou reformar a arte,
criando imagens de uma sociedade melhor, que estava tendo uma guinada com o
progresso da ciência. Essa mudança teve como consequência o distanciamento das
tradições artísticas ocidentais anteriores.

Umas das principais características desse movimento era a rejeição total de suas
próprias raízes na cultura ocidental. No interesse em exaltar a arte, os críticos e os
artistas tiravam a relevância de tradições populares, dizendo que eram carentes de
significação cultural. A consequência disso foi a elitização da arte, isolando a cultura
popular das belas artes, tornando uma arte desligada do contexto social.

A origem do Modernismo Cultural

Teóricos sociais contemporâneos atribuem que o modernismo cultural teve início no


Iluminismo, na Europa e Estados Unidos. Assim:

“A filosofia iluminista, [...], adotou ideias que tornaram o


fundamento do pensamento contemporâneo ocidental (euro-
americano). Essas ideias saturam a prática da política, da
economia e das artes – tanto quanto o estudo as vida social – em
disciplinas como história e ciências sociais. A consciência da
maioria dos ocidentais vivos, hoje, foi moldada pelo iluminismo.”

Esse contexto histórico, fez com que o pensamento euro-americano se tornasse uma
hegemonia para os países ocidentais, fazendo com que padroniza-se a educação
controlada pelo Estado, indústria e comércio. Isso tudo leva ao mercado cultural
internacional, que faz com que países ocidentais percam seus aspectos de identidade
cultural tradicional e se apropriem da cultura euro-americana.

Surgimento de Pedagogias Críticas

Com as críticas cultural pós-modernas, os discursos educacionais ganharam um novo


rumo, assim nascendo a pedagogia crítica, ganhando um protagonismo no
questionamento das premissas do modernismo. Esses questionamentos, a sociedade
identifica como feminismo, teoria crítica marxista, hermenêutica e multiculturalismo.
Até certo ponto, essas formas de crítica cultural representam o discurso esquerdista
da educação. A esquerda educacional possuem um discurso de que diversos grupos
étnicos, raciais e sociais ter igualdade educacional.

Existe também uma crítica direitista, que são os educadores que acreditam que os
uma educação multicultural, ou seja, que enfatiza as diferenças ao invés das
semelhanças, pode levar a um enfraquecimento social. Nos Estados Unidos, isso é
visto no nacionalismo dos livros didáticos sobre história.

Há também que está no meio termo. O desafio do centro é esboçar críticas pós-
modernas, vindos tantos da esquerda quanto da direita, e usa-los para fortalecer os
ideais democráticos, sem sucumbir ao pessimismo.

A transição do Modernismo ao Pós modernismo

“Desde a metade dos anos de 1960, novas publicações críticas


têm reformulado a paisagem cultural do Ocidente. Isso é melhor
explicado como sendo uma mudança de consciência do ponto de
vista do mundo moderno, baseada na noção de progresso por
meio do avanço da ciência para o estado de consciência chamado
de pós moderno, no qual reina menos confiança de que no futuro
há de ser, necessariamente melhor do que o presente e ou
passado.”

O modernista é considerado o otimista, mas o pós-modernista tem ideais totalmente


diferentes. A confiança no futuro é menor, e tende a ser mais crítico com noções de
que o progresso é a inevitável consequência do avanço científico. Ou seja, os pós-
modernistas, se tornaram mais críticos em relação aos processos.

Com essa sede de mudança e progresso, muitos artistas modernos fizeram várias
experimentações. O ápice de todo esse experimentalismo, resulta no fato em que o
modernismo não teve sucesso em construir uma visão da realidade que conseguisse
ter significado para um grande número de pessoas. Talvez, por isso, ocorreu a
introdução do pós-modernismo.

Os desafios diante da Arte-educação Pós-Moderna

A transição do modernismo para o pós-modernismo é um desafio para os professores


de arte, em suas salas de aula e afeta arte-educação internacionalmente. E seus
contrastes serão apresentados nos seguintes pontos:

 Versões contrastantes da Natureza da arte;


 Versões contrastantes do Progresso;
 Versões contrastantes da Vanguarda;
 Tendências estilísticas;
 Universalismo versus Pluralismo.

Versões contrastantes da Natureza da arte

A grande diferença entre a visão moderna e pós-moderna é que, na arte moderna,


apenas objetos específicos podem ser considerados obras de arte, ou seja, apenas
certo grupo com habilidades artísticas podem ser chamados de artistas. Esse tipo de
visão torna a arte-educação excludente, com apenas estudos de obras com um
grande grau de excelência.

Já a visão pós moderna, ela tenta romper a linha entre a arte erudita e não erudita,
para que todos tenham acesso e sejam disponíveis para apreciação. Uma arte-
educação pós moderna enfatiza que a produção é cultural e social. Numa definição
pós-moderna, a arte está potencialmente, ligada a vida e ao contexto social.
Versões contrastantes do Progresso

As diferenças entre o moderno e o pós-moderno são também evidenciadas em suas


ideias sobre progresso. Para os modernistas, todos os empreendimentos humanos,
como a arte, possuem um progresso. Sempre em busca de novos estilos e formas de
expressão, para que chegue a uma originalidade.

Em oposição, há os pós-modernos, são menos otimistas e não acreditam no


progresso, e sim nas trocas. Eles enfatizam a continuidade com relação ao estilos
artísticos do passado. Porém, as tradições do passado não são necessariamente
reverenciadas como tradições consagradas, mas podem ser exploradas por outros
meios, como as sátiras e a paródia.

Versões contrastantes da Vanguarda

Como os criadores da arte modernista foram considerados revolucionários e criadores


de tendências, eles estavam na vanguarda da arte e eram os heróis de novas formas
sociais. O progresso era possível devido as atividades de uma elite cultural e a
educação deveria possibilitar às pessoas apreciarem as contribuições dessa elite a
sociedade.

Já no pós-moderno, a autoridade autoproclamada das elites está aberta a


questionamentos. O estudo deveria dar destaque a crítica, dando a possibilidade aos
alunos para levantarem questões pertinentes. Assim tornando o estudo da arte mais
igualitário.

Tendências estilísticas

Para os modernistas a arte deveria ser abstrata e não representacionais, esses estilos
eram considerados mais avançados do que os meios tradicionais do fazer artístico. Já
o estilo realista era considerado cópia e imitação.
No pós moderno o realismo é aceito mais uma vez, como outros estilos que eram
negados no modernismo. Estilos ecléticos se tornam mais evidentes, dando a
permissão de escolha para serem usados em conjunto ou isoladamente.

Universalismo versus Pluralismo

No modernismo há um esforço para reduzir a arte a uns poucos elementos e princípios


aplicáveis a toda arte de qualquer lugar. Ou seja, eles acreditavam que toda variação
estética poderia ser reduzida ao mesmo conjunto universal de elementos e princípios,
e estes devem ser centrais no ensino da arte.

Em contraste, os pós-modernistas favoreceram uma pluralidade de estilos, bem como


uma pluralidade de leituras interpretativas dos trabalhos. Rejeitaram a universalidade
estética, afirmando que obras de arte não podem ser compreendidas somente por
meio de objetos formais.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

HELENA PEREIRA BARBOZA

VITÓRIA
2018

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