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Petição pelo pluralismo de opinião no debate político-económico

(Assine aqui: http://www.petitiononline.com/babytv/)

Para: Direcções de informação dos canais televisivos portugueses e restantes


meios de comunicação social; - responsáveis por programas de televisão que
abordam questões político-económicas; - grupos parlamentares com
representação na Assembleia da República; - Entidade Reguladora para a
Comunicação Social.

As medidas de austeridade recentemente anunciadas pelo governo vieram mostrar, uma


vez mais, a persistência de um fenómeno que corrói as bases de um sistema
democrático. Nas horas e dias que se seguiram à conferência de imprensa de José
Sócrates e de Teixeira dos Santos, os órgãos de comunicação social, nomeadamente as
televisões, empenharam-se mais em tornar as referidas medidas inevitáveis do que em
promover efectivos espaços de debate em torno das grandes opções político-
económicas.

De facto, os diferentes painéis de comentadores televisivos convidados para analisar o


chamado PEC III foram sistematicamente constituídos a partir de um leque apertado e
tendencialmente redundante de opiniões, que oscilou entre os que concordam e os que
concordam, mas querem mais sangue; ou entre os que acham que o PEC III vem tarde e
os que defendem ter surgido no timing certo. Para lá destas balizas estreitas do debate,
parece continuar a não haver lugar para quem conteste, critique ou problematize o
quadro conceptual que está em jogo e as intenções de fundo, ou o sentido e
racionalidade dos caminhos que Portugal e a Europa têm vindo a seguir, em matéria de
governação económica.

Por ignorância, preguiça, hábito, desconsideração deliberada ou manifesto servilismo,


os canais televisivos têm sistematicamente tratado a análise da crise económica como se
o intenso debate quanto aos fundamentos doutrinários e às opções políticas que estão
em jogo pura e simplesmente não existisse. Com a particular agravante de a crise
financeira, iniciada em 2008, ter permitido uma consciencialização crescente em relação
às diferentes perspectivas, no seio do próprio pensamento económico, no que concerne
às responsabilidades da disciplina na génese e eclosão da crise.

Com efeito, diversos sectores político-sociais e reputados economistas têm contestado a


lógica das medidas adoptadas, alertando para o resultado nefasto de receitas
semelhantes aplicadas em outros países e denunciado a injusta repartição dos sacrifícios
feita por politicas que privilegiam os interesses dos mercados financeiros liberalizados.
Mas a sua voz permanece, em grande medida, ausente dos meios de comunicação de
massas.
Não se trata de criticar o monolitismo das opiniões convocadas para o debate, partindo
do ponto de vista de quem nelas não se revê. Uma exclusão daqueles que têm tido o
privilégio quase exclusivo de acesso aos meios de comunicação seria igualmente
preocupante. O problema de fundo reside em ignorar, nos dias que correm, o pluralismo
de interpretações e perspectivas sobre a crise, sobre os seus impactos e sobre as opções
de superação.

Somos cidadãos e cidadãs preocupados com este silenciamento e monolitismo. E por


isso exigimos aos órgãos de comunicação social – em particular às televisões, e
sobretudo àquela a quem compete prestar “serviço público” – que respeitem o
pluralismo no debate político-económico de modo a que se possa construir uma opinião
pública mais activa e informada. Menos do que isso é ficar aquém da democracia e do
esclarecimento.

Será dado conhecimento da presente petição, e dos respectivos subscritores, às


direcções de informação dos canais televisivos portugueses e restantes meios de
comunicação social; a responsáveis por programas de televisão que abordam questões
político-económicas; aos grupos parlamentares com representação na Assembleia da
República e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Para informações e contactos: pluralismonodebate@gmail.com

(Assine aqui: http://www.petitiononline.com/babytv/ )

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