You are on page 1of 28

ATOS ADMINISTRATIVOS

1 ATO ADMINISTRATIVO. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

1.1 ATO DA ADMINISTRAÇÃO: 4


1.2 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 12
A) VONTADE: 12
B) CONTEÚDO: ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
C) REGIME JURÍDICO: ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.
D) CONTROLE ADMINISTRATIVO E JUDICIAL: 15
E) INFRALEGAL: 15
 ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ≠ ATOS ADMINISTRATIVOS ≠ FATOS ADMINISTRATIVOS ≠ FATOS DA
ADMINISTRAÇÃO. 15
1.3 REQUISITOS (OU ELEMENTOS OU REQUISITOS DE VALIDADE): 15
ELEMENTOS ESSÊNCIAS. 15
a) Objeto (ou Conteúdo): 15
b) Competência: 16
c) Forma: 16
d) Finalidade: 16
e) Motivo (ou Causa): 16
 Motivo ≠ Motivação ≠ Objeto ≠ Finalidade 16
1.3.1.1.1.1 Teoria dos Motivos Determinantes 16
 Consequências do Silêncio Administrativo: 16
 Elementos do Ato Administrativo para Celso Antônio Bandeira de Melo. Error! Bookmark
not defined.
Motivo (ou Motivo do Ato) ≠ Móvel ≠ Conteúdo ≠ Objeto ≠ Motivo Legal ≠ Causa
Error! Bookmark not defined.
1.4 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 17
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 18
IMPERATIVIDADE. 20
AUTO-EXECUTORIEDADE 20
1.5 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 20
QUANTO À FORMAÇÃO DA VONTADE: ATOS SIMPLES, COMPLEXOS E COMPOSTOS 21
QUANTO AO NÚMERO DE PARTES: ATOS UNILATERAIS, BILATERAIS E MULTILATERAIS 21

1
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS: ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS 21
QUANTO AO ALCANCE: ATOS INTERNOS E EXTERNOS 21
QUANTO AO OBJETO: ATOS DE IMPÉRIO E DE GESTÃO 22
QUANTO AO REGRAMENTO: ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS 22
QUANTO A EFICÁCIA: ATO VÁLIDO, NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE 22
QUANTO AO CONTEÚDO: CONSTITUTIVO, EXTINTIVO, DECLARATÓRIO, ALIENATIVO, MODIFICATIVO E
ABDICATIVO. 23
QUANTO A EXEQUIBILIDADE: ATO PERFEITO, IMPERFEITO EFICAZ, PENDENTES E CONSUMADO 23
1.6 ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO. 24
ATOS NORMATIVOS. 24
ATOS ORDINATÓRIOS. 24
ATOS NEGOCIAIS 25
ATOS ENUNCIATIVOS 25
ATOS PUNITIVOS 25
1.7 CONTROLE DE LEGALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 25
1.8 EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 25
EXTINÇÃO NATURAL: CUMPRIMENTO DE SEUS EFEITOS. 26
EXTINÇÃO SUBJETIVA: DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO 26
EXTINÇÃO OBJETIVA: RETIRADA DO ATO. 26
1.8.3.1 Revogação: 26
1.8.3.2 Anulação (ou Invalidação) 26
Anulação X Revogação 26
1.8.3.3 - Cassação: 26
1.8.3.4 -Caducidade: 26
1.8.3.5 - Contraposição 26
1.8.3.6 - Renúncia: 26
1.9 CONVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO 26
VÍCIOS SANÁVEIS: 26
1.9.1.1 Competência 26
1.9.1.2 Forma 26
VÍCIOS INSANÁVEIS 26
1.9.2.1 Motivo 26
1.9.2.2 Objeto 27
EFEITOS DA CONVALIDAÇÃO. 27
1.10 QUESTÕES: ATOS ADMINISTRATIVOS. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

2
1.11 BIBLIOGRAFIA: D. ADMINISTRATIVO – ATO ADMINISTRATIVO. ERROR! BOOKMARK NOT DEFINED.

3
1 FATO JURÍDICOS ≠ DE ATOS JURÍDICOS.

No Direito, se determinado fato produz efeitos no mundo jurídico, então é um


fato jurídico.
Por exemplo, a queda de uma árvore no meio da floresta é um fato (independe
da vontade humana), mas não é um fato Jurídico, pois não produz efeitoz jurídicos,
contudo, a queda de uma árvore sobre um carro é um fato jurídico, pois gera, por
exemplo, obrigações jurídicas para a seguradora.
O fato jurídico se diferencia do Ato jurídico, pois o segundo exige a manifestação
de vontade humano, enquanto o primeiro não.

1.1 Fatos Administrativos ≠ de Atos Administrativos.

Quando o Fato Jurídico produz efeitos apara a Administração, o chamamos de


Fatos Administrativos.
Diferente dos Atos Administrativo, que necessitam de manifestação de Vontade
da Administração, como veremos à seguir, os Fatos Administrativo são fatos concretos,
materiais, que produzem efeitos para a Administração, independente dela manifestar
sua vontade.
Por exemplo, a morte de um servidor público não decorre de qualquer
manifestação de vontade, mas pode gerar inúmeros efeitos jurídicos para a
Administração - direito de terceiro de receber pensão, vacância do cargo etc.

 (Cespe — TRT 10 2013) Os fatos administrativos não produzem efeitos jurídicos,


motivo pelo qual não são enquadrados no conceito de ato administrativo.

Comentário: Não há uniformidade na doutrina acerca da definição de fato


administrativo. Alguns autores não fazem distinção entre fato administrativo e fato da
Administração, conforme o evento produza ou não efeitos jurídicos. Nesta questão, a
banca adotou o entendimento da professora Di Pietro, para quem fatos administrativos
são eventos que produzem efeitos jurídicos, diferentemente dos fatos da
Administração, que não produzem, daí o erro do item. Não obstante, ressalte-se que
tanto fatos administrativos como fatos da Administração não são enquadrados no
conceito de ato administrativo.

4
Gabarito: Errado

Importância dessa Distinção.

A distinção entre Atos e Fatos Administrativos é relevante, porque os fatos


administrativos não estão sujeitos à Teoria Geral dos Atos Administrativos. Isso significa
que, ao contrário dos Atos Administrativos, os Fatos Administrativos:

Não têm como finalidade a produção de efeitos jurídicos (embora possam


produzir);
Não podem ser anulados nem revogados;
Não gozam de presunção de legitimidade;
Não possuem atributos e requisitos; e
Não faz sentido falar em fatos administrativos discricionários ou vinculados, já
que não emanam de vontade.

Fatos Administrativos ≠ Fato da Administração.

Fato Administrativo: como vimos, produz efeitos apara a Administração.


Já o Fato da Administração é um fato que envolve a administração, mas não
produz efeito jurídico, por exemplo, um servidor que topa, sem gravidade, em escada
da repartição pública.

Omissões da Administração que produzem efeitos jurídicos são Fatos


Administrativos?

Parte da doutrina também considera que sim, de que seria exemplo a inércia do
agente público que tenha resultado na decadência do direito de anular um ato
administrativo ilegal.

Lembre! O Silêncio, ainda que produza efeitos jurídicos para a Administração,


não é Ato Administrativo.

Afinal, não há ato administrativo sem a declaração expressa de vontade.

5
 (Cespe — TCE/ES 2012) O silêncio administrativo consiste na ausência de
manifestação da administração nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se a
lei não atribuir efeito jurídico em razão da ausência de pronunciamento, o silêncio
administrativo não pode sequer ser considerado ato administrativo.

Comentário: O item está certo. Para a doutrina majoritária, o silêncio não é


considerado ato administrativo porque lhe falta um elemento essencial, qual seja, a
declaração de vontade. No silêncio não há exteriorização do pensamento, requisito
indispensável para a caracterização do ato administrativo (corresponde ao elemento
"forma").
Conquanto não seja ato, o silêncio é considerado um fato administrativo; como
tal, pode gerar consequências jurídicas, a exemplo da prescrição e da decadência.
Carvalho Filho distingue duas hipóteses de silêncio administrativo: a lei aponta as
consequências da omissão e a lei é omissa a respeito.
No primeiro caso, a lei pode conferir ao silêncio efeito positivo (anuência tácita)
ou negativo (denegatório). No segundo caso, em que a lei é omissa a respeito, como não
há previsão de efeitos jurídicos para o silêncio, estes simplesmente não existem; ou seja,
nesse caso, o silêncio não implica anuência nem negativa por parte da Administração.
Caso o interessado se sinta prejudicado pela omissão, tem o direito subjetivo de buscar
socorro junto ao Judiciário, o qual poderá expedir ordem para que a autoridade
administrativa cumpra seu poder-dever de agir e formalize manifestação volitiva
expressa.
Gabarito: Certo

 (Cespe — MIN 2013) O silêncio administrativo, que consiste na ausência de


manifestação da administração pública em situações em que ela deveria se
pronunciar, somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr.

Comentário: Quanto às consequências jurídicas do silêncio administrativo,


Carvalho Filho apresenta duas hipóteses: a lei aponta as consequências da omissão e a
lei é omissa a respeito. Segundo o autor, se a lei for omissa a respeito, o silêncio da
Administração não gera efeito jurídico algum, ou seja, continua tudo como está.
Por exemplo, se o servidor apresenta requerimento de licença para tratar de
assuntos particulares e a Administração simplesmente silencia sobre o pedido, isso não
significa que o servidor automaticamente terá o pedido deferido ou indeferido, uma vez

6
que, no caso, o silêncio administrativo não produz efeitos jurídicos. A solução para o
interessado é exigir, na via judicial, que o juiz determine à autoridade omissa que se
manifeste sobre o requerimento. Veja que o Judiciário não irá substituir a Administração
e praticar o ato no lugar desta (o juiz não irá determinar o deferimento ou o
indeferimento da licença; tal decisão cabe à autoridade administrativa competente); a
decisão judicial se restringe a ordenar o administrador omisso a tomar uma decisão, ou
seja, a praticar o ato administrativo.
Gabarito: Certo.

7
2 ATOS JURÍDICOS ≠ ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ≠ ATOS ADMINISTRATIVOS.

ATOS JURÍDICOS

ATOS DA
ADMNISTRAÇÃO

ATOS
ADMINISTRATICOS

2.1 Ato Jurídico:

É qualquer manifestação da vontade humana que produz efeitos jurídicos.

2.2 Atos da Administração:

Se o efeito jurídico produzido se deu por manifestação da vontade da


Administração Pública, o que se tem é um Ato da Administração.
Contudo, a Administração Pública pode emanar atos de diferentes espécies.
Assim, nem todo os atos da administração podem ser caracterizadas como atos
administrativos, cujos atributos e elementos próprios, os individualizam como categoria
especial no meio das demais atividades administrativas.

 (Cespe — TJDFT 2013) A designação de ato administrativo abrange toda atividade


desempenhada pela administração.

Comentário: Nem toda atividade desempenhada pela Administração se dá


através da edição de atos administrativos. Como exemplo, pode-se citar a locação de
imóveis (ato de direito privado), a limpeza de ruas (ato material), a emissão de pareceres
(ato de opinião), além dos atos políticos, dos atos normativos e da celebração de
contratos administrativos. Todas essas atividades constituem atos da Administração,
mas não são classificadas como atos administrativos, pois lhes falta algum dos
elementos destes, como a unilateralidade, o regime de direito público e a produção de
efeitos jurídicos imediatos.
Gabarito: Errado

8
 (Cespe — ANATEL 2012) A formalização de contrato de abertura de contacorrente
entre instituição financeira sociedade de economia mista e um particular
enquadra-se no conceito de ato administrativo.

Comentário: A abertura de conta corrente pelos bancos públicos é feita


mediante contrato, regido pelo direito privado. Trata-se de ato da Administração,
porque praticado por entidade pública, mas não propriamente de ato administrativo,
que constitui declaração unilateral do Estado, sob regime de direito público.
Gabarito: Errado

 (Cespe — PRF 2012) Nem toda ação da administração pública é considerada ato
administrativo, a exemplo daquelas praticadas pelas empresas públicas e
sociedades de economia mista.

Comentário: A banca deu o quesito como certo. De fato, é correto que nem toda
ação da Administração Pública é considerada ato administrativo, a exemplo dos atos
típicos de direito privado praticados pelas empresas públicas e sociedades de economia
mista, como é o caso da abertura de contas correntes e a concessão de empréstimos
pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, assim como a venda de petróleo
no mercado e a compra de refinarias pela Petrobrás. Quando pratica atos de direito
privado, a Administração se coloca em igualdade de condições com os particulares, vale
dizer, não atua com as prerrogativas próprias do regime jurídico administrativo.
Porém, vale ressaltar que, ao contrário do que leva a entender a questão, as
empresas públicas e sociedades de economia mista, ainda que exploradoras de
atividade econômica, em determinadas situações também praticam atos
administrativos propriamente ditos, como quando realizam licitações na atividade meio
ou quando realizam concurso público para contratação de pessoal.
Gabarito: Certo.

São Atos da Administração:

2.2.1.1 Atos legislativos:

Quando o Poder Legislativo no exercício de sua função típica elabora de normas


primárias.

2.2.1.2 Atos Judiciais:

9
São as Decisões Judiciais emanadas pelo Poder Judiciário no exercício de sua
função típica: Jurisdicional. Porntanto, não são Atos Administrativos.

 (Cespe — MIN 2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada mais faz
do que praticar um ato administrativo.

Comentário: O juiz quando prolata sentença está no exercício da função


jurisdicional, típica do Poder Judiciário; portanto, tratase de um ato judicial, e não de
um ato administrativo. De forma semelhante, quando os parlamentares votam um
projeto de lei, estão praticando um ato legislativo, no exercício da função típica do Poder
Legislativo, e não um ato administrativo. Com efeito, os Poderes Judiciário e Legislativo
só editam atos administrativos quando estiverem no exercício da função administrativa
(atípica para eles), como quando ordenam despesas próprias e concedem licenças aos
seus servidores.
Gabarito: Errado

2.2.1.3 Atos de Direito Privado (Contratos administrativos e convênios):

São aqueles praticados pela Administração manifestada de forma bilateral com


e em igualdade de condições com o particular, ou seja, sem se valer das prerrogativas
de direito público.
Podem ser, por exemplo,
contrato de concessão e permissão de serviços públicos e contrato de
fornecimento de material, ambos decorrentes de processo licitatório.

2.2.1.4 Atos Políticos (ou de Governo)

São atos praticados pelos agentes de cúpula da Administração, em obediência


direta à Constituição, isto é, com base imediata no texto constitucional e dotados de
alta carga de valoração Política, por exemplo, Declaração de Guerra, iniciativa de leis,
sanção são atos praticados pelos agentes de cúpula da Administração, em obediência
direta à Constituição, isto é, com base imediata no texto constitucional.

2.2.1.5 Atos de Conhecimento (Opinião, Juízo ou Valora):

São atos da Administração que não produzem efeitos jurídicos imediatos.

10
Exemplo: atestados, certidões, pareceres, laudos, despachos de
encaminhamento de papeis e processos.

2.2.1.6 Atos normativos:

São atos dotados de generalidade e abstração, enfim, com conteúdo de leis, e,


só formalmente, são atos administrativos. Exemplo: portarias, resoluções, regimentos
etc.

2.2.1.7 Atos Materiais da Administração:

São atos que envolvem apenas execução material, de ordem prática, como a
demolição de uma casa, a apreensão de mercadoria, a instalação de um telefone
público, a desapropriação de terrenos etc.
Em regra, os atos materiais ocorrem como consequência de um ato
administrativo.
Por exemplo: para que ocorra a demolição de uma casa (ato material) é
necessário que a Prefeitura emita uma ordem de serviço (ato administrativo); a
desapropriação de um terreno (ato material) ocorre como consequência da edição de
um decreto (ato administrativo), e assim por diante.

Alguns autores incluem os Atos Materiais da Administração na categoria dos


Fatos Administrativos.

2.2.1.8 Atos Administrativos: veremos adiante.

11
3 ATOS ADMINISTRATIVOS.

3.1 Conceito de Ato Administrativo1.

 Observe que o conceito à seguir é o do Ato Administrativo Típico , nas palavras


de Hely Lopes, ou seja, o mais comum.

É toda declaração unilateral, infralegal, de vontade do Estado ou de quem o


represente, que produz efeitos jurídicos imediatos e que tem a finalidade de adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria, com observância da lei, sob regime de direito público e
sujeita a controle administrativo e do Poder Judiciário.

Declaração:

Deve haver uma exteriorização de pensamento para que exista um ato


administrativo. Assim, o silêncio ou omissão da Administração não pode ser considerado
um ato administrativo, ainda que possa gerar efeitos jurídicos (como no caso da
decadência e da prescrição).

Unilateral:

Pois ser forma com a vontade única da Administração, independente da


concordância daqueles que serão atingidos por ele.
O ato unilateral, segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato administrativo típico.

 Pergunta. E quais seriam os Atos Administrativos com mais de uma vontade


Declarada?

São, como nos ensina Hely Lopes os Contratos administrativos. Por exemplo, o
contrato de aquisição de bens celebrado pela Administração com um fornecedor
particular), que serão estudados em aula específica do curso.

Vontade: do Estado ou de quem o represente:

1
Combinação das conceituações da Di Pietro e do Hely Lopes e de outras Doutrinas.

12
Observe que o termo: Estado, aqui, deve ser compreendido como todas as
pessoas que, de alguma forma, exercem funções públicas.
Abrange tanto os órgãos do Poder Executivo como os dos demais Poderes, que
também podem editar atos administrativos, Agente Público (no exercício de sua função
administrativa)
Bem como , “de quem o represente", ou seja, o Particular (investido de
Prerrogativas estatais, por exemplo: agentes honoríficos, delegados e credenciados.
Seria o caso, por exemplo, das concessionárias de serviço público, que podem
sancionar administrativamente o cidadão em determinadas situações (ex: as
concessionárias de transporte podem determinar a expulsão de passageiros que não se
comportem adequadamente).

3.1.3.1 Lembre-se! Os Atos Administrativos não são exclusivos da Administração


Pública (Poder Executivo):

Os Atos Administrativos materializam o exercício da função administrativa típica


do Poder Executivo, mas que também pode ser exercida de forma atípica pelos demais
Poderes.
Em outras palavras, os Poderes Legislativo e Judiciário também editam atos
administrativos.
 (Cespe — DP/DF 2013) A edição de atos administrativos é exclusiva dos órgãos
do Poder Executivo, não tendo as autoridades dos demais poderes
competência para editá-los.
Comentário: Os órgãos administrativos de todos os Poderes, e não apenas do
Poder Executivo, exercem atividades administrativas e, portanto, editam atos
administrativos. É o caso, por exemplo, de quando a Mesa do Senado promove concurso
público para a seleção de novos servidores; de quando a Secretaria do STF realiza
licitação para adquirir uma nova frota de veículos para o Tribunal; ou de quando o
Presidente do TCU demite servidor do órgão.
Gabarito: Errado
(Cespe — MIN 2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada mais
faz do que praticar um ato administrativo.

13
Efeitos jurídicos imediatos e com fim público (Conteúdo).

O conteúdo do Ato Administrativo deve produzir efeitos jurídicos imediatos e


com fim público.
Por efeitos jurídicos "imediatos", a doutrina tenta distinguir o ato
administrativo da lei, dado que esta, em razão de suas características de generalidade
e abstração, em regra, não gera efeitos imediatos.

3.1.4.1 Atos Normativos (ex.: Decretos e Regulamentos) e Atos Enunciativos não são
Atos Administrativos Materiais, mas são Atos Administrativos Formais:

Assim, os Atos Normativos, por exemplo, os Decretos e Regulamentos, que a


semelhança da Lei não produz efeitos jurídicos imediatos, também não são Atos
Administrativos.
Ressalte-se, contudo, que os atos normativos, assim como os chamados Atos
Enunciativos, embora não sejam atos administrativos em sentido material (ou seja,
quanto ao conteúdo), são considerados atos administrativos formais, já que emanados
da Administração Pública, com subordinação à lei.

Sob o Regime Jurídico de Direito Público

o Ato Administrativo se submete sempre ao Regime Jurídico de Direito Público.

3.1.5.1 Diferença entre Atos da Administração de Direito Privado e Atos


Administrativo.

O ato administrativo pressupõe que a Administração atue nessa qualidade, ou


seja, "sob o regime jurídico de Direito Público", usando de sua supremacia de Poder
Público, com as prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico administrativo.
Assim, não seria ato administrativo, por exemplo, a abertura de conta corrente
por um banco estatal, pois, nesse caso, ele estaria praticando um ato privado, em
igualdade de condições com o particular.
Por outro lado, o edital de licitação ou de concurso público lançado por esse
mesmo banco estatal seria um ato administrativo, eis que sujeito às normas de direito
público.

14
Infralegal, ou seja, subordinado à lei:

O Ato Administrativo não é Lei, mas sua manifestação.Ou seja, ato administrativo
deve ser editado "com observância da lei", significando que os atributos e elementos do
ato devem estar previstos em lei, a qual estabelece seus limites, formas, competência,
abrangência, conteúdo, finalidade etc.

Controle Administrativo e Judicial:

Como veremos mais claramente a seguir, o Ato Administrativo, se submete ao


controle da própria Administração Pública, bem como ao Controle Judicial.

3.1.7.1 Controle Judicial do Ato Administrativo.

Há de se ressaltar que o ato administrativo é sempre passível de "controle pelo


Poder Judiciário", afinal, entre nós vige o princípio da inafastabilidade da tutela
jurisdicional (CF, art. 50, XXXV).

3.2 Requisitos (ou Elementos ou Requisitos de Validade):

Elementos do Atos Administrativo


Elementos Essenciais Elementos Acidentais
a. Competência a. Encargo (ou Modo)
b. Finalidade b. Condição
c. Forma c. Termo
d. Motivo (ou Causa)
e. Objeto (ou Conteúdo)

Elementos Essenciais.

São os elementos tradicionalmente reconhecidos como essenciais do Ato


Administrativo. Isso quer dizer que, um vício em algum desses elementos representa um
vício (Sanável ou Insanável) no próprio Ato Administrativo, importando na sua Nulidade
ou Anulabilidade (como veremos melhor a seguir).

a) Objeto (ou Conteúdo):

É o resultado Imediato pretendido com o Ato.

 O Resultado imediato almejado pelo ato atende ao fim Público?


15
b) Competência:

É o conjunto de atribuições administrativas do Servidor.

 Quem realiza o Ato é competente para tanto?

c) Forma:

É a maneira pela qual o ato se exterioriza.

 O Ato Administrativo atendeu a sua forma prescrita?

d) Finalidade:

É o resultado mediato pretendido com o Ato.

 O Resultado Mediato almejado pelo ato atende ao fim Público?

e) Motivo (ou Causa):

É o pressuposto de fato e de direito cuja ocorrência Autoriza ou Determina a


prática do Ato.

 Observe que: Motivo ≠ Motivação ≠ Objeto ≠ Finalidade

 Teoria dos Motivos Determinantes.

Afirma que a validade do Ato Administrativo e seu Agente ficam vinculados aos
motivos declarados no Ato.
Ou seja, deve haver uma correspondência lógica entre o motivo explicitado no
ato e seu conteúdo.

˪ Consequências do Silêncio Administrativo:

Se houver Lei a respeito: segue-se a Previsão legal.


Se não houver Lei a respeito: ???

 Atenção! Mesmo nos casos em que a exposição de Motivos não é obrigatória,


uma vez feita, vincula o Ato.

16
Exemplo: O Presidente do TJCE em Ato Administrativo exonerou o Comissionado
Fulano, motiva o Ato pela falta por 01 mês consecutivo do Exonerado. Contudo, em
Processo Administrativo resta provado que Fulano trabalhou normalmente e que o
ponto não fora registrado por erro da Informática. Nesse caso, Fulano deve ser
reintegrado.
Afinal, mesmo o cargo Comissionado sendo de livre nomeação e Exoneração o
Presidente do TJCE, motivou o ato em fato que não ocorreu, portanto o Ato é nulo.
Cumpre ressaltar que, se o Presidente do TJCE tivesse simplesmente exonerado
Fulano, o Ato seria válido, ou pelo menos é o que parte da Doutrina defende. Porém,
devemos atentar para parcela crescente da Doutrina que defende que todo Ato deve
ser Motivado.

Elementos Acidentais

Encargo (ou Modo)

Condição

Termo

3.3 Atributos do Ato Administrativo.

O ato administrativo constitui exteriorização da vontade estatal e, por isso, é


dotado de determinadas características não presentes nos atos jurídicos em geral. São
características inerentes aos atos administrativos e que decorrem do regime de direito
público ao qual se submetem, e que outorgam certas prerrogativas ao Poder Público.
Os atributos do ato administrativo apresentados pela doutrina são:

Presunção de legitimidade.
Autoexecutoriedade
Tipicidade.
Imperatividade.

 CUIDADO! Segundo a doutrina, os atributos da presunção da legitimidade e da


tipicidade estão presentes em todos os Atos Administrativos, MAS a
autoexecutoriedade e a imperatividade não.

17
Presunção de Legitimidade.

Todos os Atos Administrativos tem Presunção de Legitimidade Iuris Tantum, ou


seja, até prova em contrário, presume-se que foram emitidos com observância da Lei.
O Ato produzirá seus efeitos até ser anulado.

Assim:

3.3.1.1 Impõe a Inversão Ônus da Prova da ilegalidade do Ato:

Ou seja, é o Interessado, que deve provar que o Ato é Ilegal e não a Admistração
que tem que provar que ele é legal.
 Lembre! A Nulidade só pode ser apreciada pelo Judiciário à pedido (Princípio da
Inércia).

 Contudo essa inversão do ônus da prova não exime a Administração de, caso
requisitada pelo Judiciário, apresentar informações e documentos que
comprovem a correspondência do ato à realidade e a veracidade dos fatos
alegados.

3.3.1.2 Decorrem da Presunção de Legitimidade do Ato Administrativo:

Presunção de Veracidade.

Inerente à presunção de legitimidade, tem-se a presunção de veracidade, que


diz respeito aos fatos alegados (ou seja, não presume a legalidade da Lei) pela
Administração para a prática de um ato administrativo, que, também, presumem-se
verdadeiros até prova em contrário.

 (Cespe — MMA/Ag. 2009) Pelo atributo da presunção de veracidade, presume-se


que os atos administrativos estão em conformidade com a lei.

Comentário: A presunção de legitimidade é que pressupõe que os atos


administrativos estão em conformidade com a lei. A presunção de veracidade, por sua
vez, indica que os fatos alegados pela Administração são verdadeiros. Essa distinção é
feita por Maria Sylvia Di Pietro. Contudo, os demais administrativistas, de um modo
geral, empregam a expressão "presunção de legitimidade" de forma abrangente,

18
incluindo tanto a presunção de que os fatos apontados pela Administração efetivamente
ocorreram quanto a presunção de que os atos administrativos foram praticados em
conformidade com a lei. Como diz Hely Lopes Meirelles, a "presunção de veracidade é
inerente à de legitimidade".
Gabarito: Errada

3.3.1.2.1.1 As Presunções de Legitimidade e Veracidade não existem por acaso.

Várias razões às fundamentam, a exemplo do Princípio da Legalidade, de status


constitucional e que vincula toda a Administração, permitindo presumir que todos os
atos praticados pelos Agentes Públicos tenham sido praticados em conformidade com
a lei.
Outra razão é que os atos administrativos, para serem produzidos, devem seguir
uma série de procedimentos e formalidades, além de se submeterem a uma série de
controles, sempre com a finalidade de garantir a observância à lei.

 Daí o art. 19, II da CF proclamar que não se pode "recusar fé aos documentos
públicos".

3.3.1.2.1.2 As Presunções de Legitimidade e Veracidade acompanham todos os atos


Estatais e emanam da supremacia do Estado frente aos Particulares.

As Presunções de Legitimidade e Veracidade acompanham todos os atos


estatais e decorre da própria ideia de "Poder" que permite ao Estado assumir posição
de supremacia perante os particulares (Maria Sylvia Di Pietro).

Aplicabilidade Imediata do Ato.

Assim, vincula os administrados por ele atingidos desde a sua edição. Isso
permite que a Administração exerça suas atribuições com agilidade, afinal, é o interesse
público que está em jogo. Essa agilidade não existiria caso a Administração dependesse
de manifestação prévia do Poder Judiciário toda vez que editasse seus atos.

3.3.1.2.2.1 Atenção! Os atos administrativos produzem efeitos imediatamente, ainda


que eivados de vícios ou defeitos aparentes.

“Enquanto não decretada a invalidade do ato pela própria Administração ou pelo

19
Judiciário, o ato produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido, devendo ser
cumprido” (Di Pietro). Como os Atos Administrativos são presumivelmente legítimos,
devem ser observados até que, depois de questionados, sejam declarados nulos por
autoridade competente.

3.3.1.3 Exceção ao Efeito Presunção de Legitimidade: ordem manifestamente ilegal


dada a servidor público por seu superior hierárquico (art. 116, IV da Lei
8.112/1990,) (Lucas Furtado).

Segundo Lucas Furtado há uma única situação no Direito Administrativo em que


se afasta a Presunção de Legitimidade trata-se de: “ordem manifestamente ilegal dada
a servidor público por seu superior hierárquico” (art. 116, IV da Lei 8.112/1990).
Nessa hipótese, o servidor público tem não só o direito, mas o dever de negar
cumprimento à ordem.

 Cuidado! O que se afasta é o efeito da Presunção de Legitimidade Presunção de


Legitimidade de dar imediato cumprimento à ordem, e não a presunção em si,
que constitui atributo de todos os atos administrativos.

Auto-executoriedade

A Administração Executa o Ato Administrativo por seus próprios meios.

 Nem todos os Atos Administrativos são Auto executórios: só em caso de urgência


e/ou previsão legal.

Tipicidade.

Imperatividade.

O Ato Administrativo é imposto ao Destinatário.

 Lembre! Nem todos os Atos Administrativos são imperativos.

3.4 Classificação dos Atos Administrativos

20
Quanto à Formação da Vontade: Atos Simples, Complexos e Compostos

3.4.1.1 Simples:

vontade de um só órgão.

3.4.1.2 Complexos:

vontade de 02 ou mais órgãos, manifestada em 01 só Ato.

3.4.1.3 Compostos:

vontade de 02 ou mais órgãos, manifestada em mais de 01 ato (Principal e


Acessório).

Quanto ao Número de Partes: Atos Unilaterais, Bilaterais e Multilaterais

3.4.2.1 Unilaterais:

uma só parte.

3.4.2.2 Bilaterais:

02 partes.

3.4.2.3 Multilaterais:

mais de 02 partes.

Quanto aos Destinatários: Atos Gerais e Individuais

3.4.3.1 Gerais:

não tem destinatário definido; fim normativo

3.4.3.2 Individuais:

com destinatário definido.

Quanto ao Alcance:

21
3.4.4.1 Internos:

efeitos somente dentro da Administração.

3.4.4.2 Externos:

efeitos fora da Administração.

Quanto ao Objeto:

3.4.5.1 Império:

posição de superioridade.

3.4.5.2 Gestão:

posição de igualdade.

Quanto ao Regramento:

3.4.6.1 Vinculados:

não pode escolher no caso concreto.

3.4.6.2 Discricionários:

pode escolher no caso concreto.

Quanto a Eficácia:

3.4.7.1 Válido:

em conformidade com o Direito.

3.4.7.2 Nulo:

vício insanável.

3.4.7.3 Anulável:

vício sanável.

22
3.4.7.4 Inexistente:

parece ato, mas não é.

Quanto ao Conteúdo:

3.4.8.1 Constitutivo:

cria situação jurídica individual.

3.4.8.2 Extintivo:

encerra situação jurídica individual.

3.4.8.3 Declaratório:

declara situação já existente.

3.4.8.4 Alienativo:

transfere bens ou direitos.

3.4.8.5 Modificativo:

altera situação jurídica, mas sem encerrá-la.

3.4.8.6 Abdicativo:

renuncia a um direito.

Quanto a Exequibilidade:

3.4.9.1 Perfeito:

completou seu ciclo de formação.

3.4.9.2 Imperfeito:

não completou seu ciclo de formação.

3.4.9.3 Eficaz:

23
apto a produzir efeitos.

3.4.9.4 Pendente:

não está apto a produzir efeitos.

3.4.9.5 Consumado:

já produziu seus efeitos.

3.5 Espécies de Ato Administrativo.

Atos Normativos.

Manifestação do Poder Regulamentar.

Possui conteúdo geral e abstrato


Destina-se a todas as pessoas que estejam na situação por ele regulamentada.
Como todo Ato Administrativo é submisso à lei, mas nesse caso em especial, deve
ter ainda maio atenção, para não descaracterizar a lei que busca regulamentar
Exemplos:

i. Decreto
ii. Instrução Normativa
iii. Regimento
iv. Resolução
v. Deliberação

Atos Ordinatórios.

São os que disciplinam o funcionamento da Administração e a conduta de seus


agentes

Manifestação do Poder Hierárquico.

Exemplos

i. Instrução
ii. Circular
iii. Aviso
iv. Portaria
v. Ordem de Serviço

24
vi. Ofício
vii. Despacho

Atos Negociais.

Há concordância de vontades entre a Administração Pública e o Particular


Produz efeitos concretos e individuais para do Administrado.

 Nesses atos, não há imperatividade, pois busca-se um acordo de vontades com


o Particular, não sendo, portanto, um imposição.

Exemplos

i. Licença (Vinculado e Definitivo)


ii. Autorização (Discricionário e Precário)
iii. Permissão (Discricionário e Precário)
iv. Admissão
v. Aprovação
vi. Homologação
vii. Visto
viii. Dispensa

Atos Enunciativos.

- Certifica ou atesta um fato ou emite uma opnião


- Não há manifestação de vontade
Exemplos

i. Certidão
ii. Atestado
iii. Parecer

Atos Punitivos.

Impõe Sanção.
Exemplos

i. Multa
ii. Interdição da Atividade
iii. Destruição de Coisa

3.6 Controle de Legalidade dos Atos Administrativos

3.7 Extinção dos Atos Administrativos

25
O Ato Administrativa pode extinguir-se de 04 maneiras:

Extinção Natural:

Ou seja, o Ato cumprii de seus efeitos, por:

i. Esgotamento do Conteúdo Jurídico


ii. Execução Material
iii. Implemento de Condição Resolutiva ou Termo Final.

Extinção Subjetiva:

Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto

Extinção Objetiva:

Retirada do Ato, que pode ocorrer por:

3.7.3.1 Revogação:

3.7.3.2 Anulação (ou Invalidação):

Anulação ≠ Revogação

3.7.3.3 Cassação:

3.7.3.4 Caducidade:

3.7.3.5 Contraposição

3.7.3.6 Renúncia:

3.8 Convalidação do Ato Administrativo:

Vícios Sanáveis:

3.8.1.1 Competência

3.8.1.2 Forma

Vícios Insanáveis

3.8.2.1 Motivo
26
3.8.2.2 Objeto

Efeitos da Convalidação.

27
4 BIBLIOGRAFIA

4.1 CURSO REGULAR MAGISTRATURA FEDERAL (ESTRATÉGIA CONCURSO - 2017):

Aulas 6: parei na página 17 logo antes da questão 10 ( e na página 19 desse


resumo).

Aulas 7:

28

You might also like