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“Acidentes ocorrem desde tempos imemoriais, e as


pessoas têm se preocupado igualmente com sua
prevenção há tanto tempo.
Lamentavelmente, apesar do assunto ser discutido com
freqüência, a terminologia relacionada ainda carece de
clareza e precisão. Do ponto de vista técnico, isto é
particularmente frustante, pois gera desvios e vícios de
comunicação e compreensão, que podem aumentar as
dificuldades para a resolução de problemas. Quaisquer
discussão sobre riscos deve ser precedida de uma
explicação da terminologia, seu sentido preciso e inter-
relacionamento”.

Willie Hammer

a. Explicação dos Termos Fundamentais

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 Risco (Hazard) - Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para
causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões as pessoas, danos a
equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou
redução da capacidade de produção. Havendo um risco, persistem as possibilidades de efeitos
adversos.

 Perigo (Danger) - Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua
materilização em danos.

Um risco pode estar presente, mas pode haver baixo nível de perigo, devido às precauções
tomadas. Assim, um banco de transformadores de alta voltagem possui um risco inerente de
eletrocussão, uma vez que esteja energizado. Há um alto nível de perigo se o banco estiver
desprotegido, no meio de uma área de pessoas. O mesmo risco estará presente quando os
transformadores estiverem trancados num cubículo sob o piso. Entretanto, o perigo agora
será mínimo para o pessoal. Vários outros exemplos poderiam ser citados, para mostrar
como os níveis de perigo diferem, ainda que o risco se mantenha o mesmo.

 Danos (Damage) - É a gravidade (severidade) da perda-humana, material, ambiental ou


financeira - que pode resultar, caso o controle sobre um risco seja perdido.

Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, e sofrer um dano físico, por
exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse a 90 m de altura, ele, com certeza,
estaria morto. O risco (possibilidade) e o perigo (exposição) de queda são os mesmos.
Entretanto, a diferença reside na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

 Causa - É a origem de caracter humano ou material relacionado com o evento catastrófico


(acidente ou falha), resultante da materialização de um risco, provocando danos.

 Segurança - É freqüentemente definida como isenção de riscos. Entretanto, é praticamente


impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é, portanto, um compromisso
acerca de uma relativa proteção de exposição a riscos. É o antônimo de perigo.

 Risco (Risk) - Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período


específico de tempo ou número de ciclos operacionais.

 Incerteza quanta à ocorrência de um determinado evento.


 Chance de perda que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de
acidentes.

 Perdas - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarciamento por seguro
ou outros meios.

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 Sinistro - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarciamento por
seguro ou outros meios.
 Incidente - Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. É também
chamado de quase-acidente.
Incidente

Risco
Exposição(perigo)
Causa Fato Efeitos

Origem: Humana Acidente ou Falha Danos: Humanos,


Material Materiais e financeiros.

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TERMINOLOGIA

RISCO Uma condição (de uma variável) com potencial para causar danos -
“HAZARD”.

SITUAÇÃO RISCO VARIÁVEL CONDIÇÃO


Trabalho com chapas Queimaduras Temperatura da Chapa Temperatura da chapa
aquecidas muito maior que a
temperatura da pele.
Trabalho em altura Queda Fatal Altura de Trabalho Altura de trabalho
muito maior que a
altura do indivíduo.

Trabalho em ambiente Redução da Dose de Ruído Diária Dose maior que 1 ou


ruidoso Capacidade Auditiva 100%

Probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo


RISCO
definido ou ciclos operacionais - “RISK”

PERIGO Parâmetro que caracteriza uma relativa exposição a um risco. É a


exposição que favorece a “materialização”do risco como causa de um
fato catastrófico (acidente) e dos danos resultantes - “DANGER”

De maneiras figurativa: RISCO


PERIGO =________________
MEDIDAS DE CONTROLE
 Situação: Trabalho em desengraxamento de peças com solventes.

 Risco: Intoxicação.

MEDIDAS DE CONTROLE QUANTO À EXPOSIÇÃO AO RISCO PERÍODO


Nenhuma Alto
Uso de máscara filtrante ( EPI) Moderado a
baixo
Limitação do Tempo de exposição (se viável) Baixo
Automatização do processo ( não há necessidade do operador no recinto). Praticamente nulo

Extraído da Instrução Normativa nº1 – Programa de Redução de Acidentes

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Objetivo
 Estabelecer as Diretrizes para um Programa permanente que possibilite reduzir de modo
sistemático as perdas e danos relativos a Acidentes e Incidentes. São definidos conceitos,
especificando as atividades e procedimentos a serem realizados, responsabilidades, bem como
critérios de medição que permitam acompanhar sua aplicação e os resultados obtidos. A
finalidade última deste Programa é atingir e manter a condição ideal de “zero acidente”.
Política
 Atender à política de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (HSE) da Novartis Biociencias S.A.
em seus princípios básicos, resumindo abaixo o que nela se relaciona a Redução de Acidentes
na Fábrica:
 Incorporamos HSE à nossa estratégia de negócios para agregar valor à Companhia,
gerenciar o risco e melhorar ainda mais a reputação da Novartis. Os aspectos de HSE
são prioritários e devem ser permanentemente levados em conta em todas as nossas
decisões e atividades empresariais.
 Queremos ser líderes em HSE, gerenciando estes assuntos de modo ativo, coerente e
eficiente. Buscamos aperfeiçoamento contínuo de nosso desempenho,
medindo e verificando o cumprimento de nossas Diretrizes e das orientações legais.
Estimulamos a conscientização e a responsabilidade em HSE dos nossos colaboradores,
oferecendo para isso informações e treinamento. Avaliamos as implicações de HSE para
assegurar que os benefícios dos novos produtos, processos e tecnologias superem os
riscos remanescentes.
 Nós nos importamos com as expectativas e preocupações das pessoas que depositam
sua confiança em nós. Proporcionamos locais de trabalho seguros aos nossos
colaboradores e promovemos programas para manter ou melhorar sua saúde.
Colaboramos com nossos sub-contratados e lhes damos assistência para que obtenham
um desempenho em HSE comparável ao nosso. Comunicamo-nos abertamente e
fornecemos todas as informações necessárias para a compreensão dos riscos e efeitos
das nossas operações sobre HSE em geral.
 Este Programa se baseia na PREVENÇÃO, ou seja, na crença de que todo Acidente pode ser
evitado.
 Sua ênfase é na ATITUDE das pessoas, considerando um encadeamento de requisitos para sua
melhoria:
APOIO DAS CHEFIAS-- Informar/Treinar > Motivar > Acompanhar > Orientar >
Avaliar > Reconhecer
TODOS OS COLABORADORES-- Aprender > Conscientizar-se > Participar >
Observar > Planejar > Agir
 Pressupõe co-responsabilidade entre a Direção, as Chefias e todos os Colaboradores, numa
atitude constantemente alerta e proativa, através da qual a participação de cada um levará ao
sucesso de todos.
 Itens de HSE deverão fazer parte dos Objetivos anuais de todas as áreas e influir nas
Avaliações de Desempenho individuais e coletivas. Todas as reuniões de rotina deverão
começar com um tópico de HSE.
 A CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes deverá -- além dos requisitos mínimos
legais -- orientar seus membros para atuarem apoiando este Programa, como “Multiplicadores
de Segurança” nas áreas da Fábrica.

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 Procedimentos específicos que sejam considerados necessários para complementar este
Programa, que digam respeito basicamente a um Setor ou área da Fábrica, ou à CIPA, serão
elaborados e realizados pelos respectivos responsáveis, detalhados em Instrução Normativa ou
outros documentos do próprio Setor, conforme seja mais adequado.

Abrangência
 Este Programa abrange somente as ocorrências que dizem respeito diretamente à Fábrica Agro
Resende.
 Visa primordialmente à Redução de Acidentes, abordando aspectos mais gerais de HSE
quando estes se relacionam com este objetivo básico (ver nossa definição de “acidente” no
Glossário).
 O conteúdo completo deste Programa é considerado como o mínimo obrigatório para os
Setores de maior exposição a riscos, que são: Produção, Manutenção, Depósito, Expedição e
Laboratório. Estes Setores devem seguir estes procedimentos rigorosamente. Os demais
Setores poderão fazer simplificações, conforme estabelecido no Anexo I.

Responsabilidades Gerais
 É responsabilidade do Gerente da Fábrica assegurar a implementação deste Programa e
garantir o cumprimento de seus procedimentos e recomendações, liderando com seu exemplo
na prática.
 É responsabilidade do Gerente HSE - Fábrica elaborar atualizações deste Programa, obter
aprovações, emitir e divulgar.
 O setor HSE deverá acompanhar seu andamento constantemente, verificando sua aplicação,
dando suporte e orientando os Colaboradores quando necessário, assegurando continuidade
das ações, recebendo e processando dados para Medição da aplicação e resultados do
Programa, e disseminando as informações que possam ser úteis.
 O setor de Manutenção deverá priorizar o atendimento aos serviços relativos a Riscos
detectados, principalmente os que são Iminentes e com potencial para danos graves. Estas
pendências deverão ser encaminhadas com especial atenção.
 A atuação dos Supervisores de área é considerada de essencial importância para o sucesso,
devendo suas atitudes e ações mostrarem exemplo de responsabilidade, comprometimento e
envolvimento para com os aspectos de HSE. (Entende-se como Supervisor de área
aquele que tem subordinados trabalhando em áreas de exposição a riscos)
 É dever de todos os colaboradores procurar conhecer e dar apoio a este Programa, assumindo
sua obrigação de co-responsabilidade e, acima de tudo, trabalhando sempre com atitudes pró-
ativas de segurança.
 As Chefias dos diversos níveis devem assegurar que todos os recursos, organização e
procedimentos estão providenciados; colaboradores sejam orientados e treinados;
documentação e instalações requeridas estão disponíveis; para garantir atendimento contínuo
desta Instrução Normativa.

Procedimento
1 Ferramentas Básicas do Programa
1.1 Dentre os diversos procedimentos e recursos utilizados em Metalúrgica os
seguintes são considerados Ferramentas Básicas deste Programa, segundo cada linha de ação
abaixo (Ver tabela com detalhes no Anexo I):

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 Informar/ Conscientizar:
 Diálogo Diário de Segurança – DDS
 Treinamento de Segurança -- TS
 Reunião de Segurança – RS
 Conhecer riscos e preveni-los:

 Análise Prevencionista de Tarefas -- APT


 Acompanhar e Orientar comportamentos:

 Verificação de Atos Inseguros -- VAI


 Participar, Observar, Planejar e Agir:

 Alerta Preventivo -- AP
 Compreender causas e Evitar repetições:

 Investigação de Acidentes -- IA
 Liderar com o exemplo, Estabelecer padrões, Acompanhar e Orientar:

 Inspeções de Segurança -- IS
1.2 As três primeiras Ferramentas possibilitam desenvolver compreensão,
conscientização e motivação que direcionam todos para uma meta conjunta, permitindo um
bom desenvolvimento e integração do Programa. As demais são Ferramentas que tem como
um primeiro objetivo DETECTAR, para podermos atuar focados no “Ciclo de Prevenção”:
Detectar  Analisar  Providenciar  Acompanhar
 -----------------------------------------------------
1.3 Deveremos utilizar também como conceito básico a “Pirâmide de Acidentes” de
Frank Bird, que identificou na experiência das empresas uma distribuição estatística na
seguinte proporção:
600 Quase-Acidentes > 30 Danos Materiais > 10 Acidentes Sem Afastamento
> 1 Afastamento
Ou seja, podemos esperar que para cada 3 Danos Materiais teremos 1 Acidente Sem
Afastamento, e assim por diante. Sendo assim, para evitar a ocorrência dos Acidentes temos
que trabalhar para reduzir a base da Pirâmide, procurando detectar os Quase-Acidentes, e as
situações de Risco em geral, para atuar em cada um Preventivamente.
1.4 As Ferramentas acima visam melhorar cada vez mais a ATITUDE das pessoas,
tendo em vista os objetivos deste Programa. Entretanto, continuaremos aplicando os demais
Procedimentos utilizados na Fábrica, tal como recomendado nos Guidelines Novartis, para
atender amplamente todos os requisitos de HSE. Estes Procedimentos não serão detalhados
nesta Instrução, sendo que os principais são:
 Análise de Risco de Processos
 Análise de Risco para novas Formulações e Produtos, respectivos projetos e
equipamentos
 Formulário de Partida Experimental
 Checklist para Modificações
 Permissão para trabalhos especiais
 Orientações sobre HSE nas Instruções de Fabricação
 Controles de Higiene e Saúde (PPRA, PCMSO e seus monitoramentos)
 Controles de geração e destinação de Resíduos
 Controles de geração e tratamento de Efluentes e Emissões
 Auditorias de Segurança

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 Risk Portfolio
 SEMACO- Manutenção preventiva de itens/equipamentos relevantes para HSE
 NEM- Gerenciamento de Emergências Novartis

1.5 Implantação formal e Treinamento específico para cada Ferramenta será
preparado, programado e realizado pelo Setor de HSE, com apoio dos responsáveis dos
outros Setores. Ênfase especial será dedicada aos colaboradores que atuam como
Multiplicadores de Segurança, em funções de Supervisão ou membros da CIPA, com
acompanhamento e reciclagem posterior.

5 Análise Prevencionista de Tarefas - APT


5.1 É a descrição detalhada das Etapas que compõem uma dada Tarefa, identificando
os Riscos de acidentes ou doenças ocupacionais de cada Etapa, e respectivas providências e
procedimentos para garantir uma execução segura. Cada APT é apresentada em Formulário
padrão com 3 colunas, sendo a 1ª para descrever as Etapas, a 2ª para identificar os Riscos e a
3ª para especificar as Medidas Prevencionistas recomendadas.
5.2 Ao definir os Objetivos para o ano, cada Supervisor deverá apresentar a Lista de
Tarefas Críticas (LTC, conforme Formulário no Anexo) para as quais planeja elaborar ou
revisar APTs em conjunto com sua equipe, indicando o prazo para cada uma. Cada equipe
deverá elaborar ou revisar pelo menos uma APT por mês. Sempre que for detectada
necessidade, novas Tarefas poderão ser acrescentadas à Lista e ao cronograma.
5.3 É responsabilidade da equipe elaborar ou revisar as APTs,, sendo que os
colaboradores receberão treinamento específico sobre APTs. Independente disso, sempre que
se tratar de tarefa, processo ou equipamento complexo, poderá ser pedida ajuda a outros
profissionais, durante ou após o trabalho de Análise. Esta ajuda pode ser muito útil nas
Revisões periódicas, pois devem ser feitas como forma de aprendizado, mesmo que não
pareçam ter muitas novidades. Pessoas de fora da equipe podem trazer uma nova visão,
enriquecendo o processo.
5.4 Após elaborada ou revisada, uma APT deve ficar facilmente disponível (de
preferência plastificada e pendurada no local da tarefa) para ser consultada pelos
colaboradores antes da execução da tarefa, lendo no local e seguindo suas recomendações .
O objetivo é que todas as tarefas com potencial de risco sejam realizadas utilizando-se APT.
5.5 A Lista de Tarefas Críticas e as APTs devem ficar disponíveis não só para a equipe
mas para consulta de qualquer outro colaborador. Equipes de diferentes áreas devem
procurar comparar e compartilhar o que há de bom nas suas APTs , sendo que Tarefas
idênticas, mesmo em áreas diferentes, deveriam ter APTs iguais. Cada equipe deve ter pelo
menos um conjunto em pasta própria, além dos exemplares plastificados avulsos que forem
necessários. É responsabilidade do Supervisor garantir que todos conheçam a Lista e as
APTs, que a quantidade de exemplares é suficiente e que todas as cópias sejam da revisão
mais recente.
5.6 Sempre que houver necessidade de executar uma tarefa nova, que não seja usual
ou rotineira, recomenda-se que seja feita uma avaliação de seus riscos usando APT. Isto é
obrigatório em situações como :
 Serviços não usuais de Manutenção, construção ou montagem
 Partida de novos equipamentos
 Novos produtos, processos ou procedimentos

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5.7 Mesmo no caso de já terem sido incluídas recomendações prevencionistas numa
Instrução de Fabricação, é responsabilidade do Supervisor fazer o levantamento das Tarefas
Críticas e discuti-las com o Eng. de Processo, encaminhando para decisão da Gerencia. Em
caso de dúvida, a APT deverá ser elaborada e colocada disponível.
5.8 CRITÉRIO DE MEDIÇÃO: (APTs elaboradas ou revisadas no
mes)
% APT =
----------------------------------------------------------------- x 100
(Elaborações ou revisões programadas no mes)
5.9 A verificação do conhecimento das APTs e do seu uso correto e frequente pelos
colaboradores será avaliada em cada Inspeção de Segurança, observando, questionando e
checando pessoalmente.

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